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30/08/2016 Artigos

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Medidas Cautelares Pesquisa
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Marcos Chabar Kapitansky ‐ Estudante
marcoschabar@hotmail.com Índice de artigos
OAB/RS 32E993

Medidas Cautelares

PROCESSO CAUTELAR Mostrar 10 por página

CONTEÚDO:

1. Tutela de urgência:

a. Tutela Antecipada

b. Tutela Cautelar

TUTELA CAUTELAR

A tutela cautelar alicerça‐se sobre a perspectiva de tempo que


é inerente à tutela jurisdicional satisfativa. É pelo fato de os
processos de cognição ou execução necessitarem de razoável
espaço temporal para se desenvolverem até atingir seu
objetivo, e pela constatação de que, nesse período, possam
ocorrer determinados fatos a ponto de prejudicar a pretensão
material deduzida antes que seja satisfeita, que se lança a mão
de uma tutela acautelatória com o objetivo de afastar os danos
decorrentes justamente dessa demora natural, assegurando a
incolumidade de possível resultado positivo da ação satisfativa.

Com a ação cautelar, não se compõe a lide, mas apenas se


afasta o perigo de dano ao eventual direito subjetivo da parte
requerente.

Enquanto, no processo principal, busca‐se a satisfação do


direito material da parte, no cautelar, almeja‐se apenas
assegurar utilidade à eventual decisão prolatada no processo
principal; vale dizer, protege‐se o próprio processo contra
riscos diversos que possam advir, não só alheios à vontade das
partes e decorrentes do tempo e demora no desenrolar do
litígio, mas também da malícia de um dos litigantes.

Processo Cautelar está no livro III, repartido em 2 grandes


capítulos:

 Disposições gerais – art. 796 a art. 812;

 Ações específicas – art. 813 a art. 812.

As ações cautelares se apresentam como instrumentos


teleologicamente voltados a assegurar o resultado útil e eficaz
de um processo de conhecimento ou execução, denominado
processo principal, sempre que se verificar a possibilidade de se
tornar inócuo ou prejudicado pela ocorrência de uma situação
qualquer, antes da possível satisfação do direito postulado.

A ação cautelar tem o fim de garantir o resultado útil de outra


lide, não possuindo caráter satisfativo: não tem um fim si
mesma. São, isto sim, instrumento para propiciar que a decisão
de um processo principal seja eficaz.

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No arresto (arts. 813 e ss CPC) – pretende‐se tão só uma


garantia de que o devedor não caia em insolvência proposital
para frustrar o crédito;

No seqüestro (arts. 822 e ss CPC) – não se requer o objeto


litigioso definitivamente, mas, sim, que seja entregue a um
depositário para bem de evitar que seja extraviado, dilapidado,
destruído, enquanto não se define a quem pertence;

Na caução (arts. 826 e ss CPC) – pleiteia‐se uma garantia para


assegurar a utilidade de outro processo, como, por exemplo, o
de liquidação de perdas e danos decorrentes de ação cautelar,
art. 811 do CPC, pretensão essa que pode, sem, ser deduzida
por ação própria;

Na busca e apreensão (arts. 839 e ss CPC) – requer a retirada de


determinada coisa ou pessoa do local onde se encontra, para
bem assegurar o resultado útil e eficaz do processo.

Exemplos:

 “A” e “B” – entram com ação de separação judicial


contenciosa cumulada com a partilha de bens – Tutela
definitiva = separação judicial + partilha de bens. “B” está na
administração dos bens do casal. “A” descobre que “B” está
tentando vender os bens. “A” entra com cautelar pedindo a
tutela de urgência – pede uma ordem para que seja impedida a
alienação dos bens. (TU ≠ TD);

 “A” credor de uma nota promissória em relação a


“B”. A NP está vencida “A” entra com ação de execução para
que “B” pague a NP. “B” anuncia na Zero Hora que está
querendo vender alguns bens. “A” entra com o pedido para que
seja impedida a alienação dos bens porque pode gerar risco de
ineficácia do pagamento da NP. (TU≠TD).

“TUTELA CAUTELAR” tem por objetivo assegurar que um


processo de execução ou de conhecimento mantenha a sua
utilidade.

Ação cautelar é diferente do processo cautelar.

Processo cautelar é o instrumento (ferramenta) utilizado para


que o Juiz dê a tutela cautelar.

Diferença entre tutela cautelar e tutela antecipatória: o que


diferencia a tutela cautelar da tutela antecipada é,
principalmente, o fato de na primeira se buscarem medidas
para se assegurar que o processo principal (que busca o bem da
vida) não tenha resultado frustrado, inútil ou inócuo; enquanto
que, na segunda, o que se quer é, justamente, o bem da vida
pleiteado no processo satisfativo, só que, antecipadamente,
baseado em determinada situação fática que assim autoriza. O
pedido da tutela antecipada será sempre o mesmo pedido do
processo principal, só que com pretensão antecipada (antes da
sentença ou nela); já o pedido da lide cautelar será sempre
diverso, visto que meramente acautelatório daquele. A tutela
cautelar, ao contrário da antecipada, nada acrescenta ao
patrimônio do requerente.

Teoria tridimensional: pressupostos processuais, condição da


ação e mérito.

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS:

Os pressupostos processuais são os requisitos mínimos para que


seja considerada existente e válida a relação
processual.pressupostos processuais se dividem em: subjetivos,
objetivos e extrínsecos. Subjetivos dizem respeito às partes e

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ao juiz (competência do juiz, imparcialidade, capacidade da


parte); objetivos ou formais que dizem respeito à forma dos
atos (formas de citação); extrínsecos que são alheios a relação
processual (coisa julgada, litispendência, etc). Os pressupostos
estão ligados ao plano da existência, validade e negativos. O
pressuposto processual específico do processo cautelar é a
necessidade de propositura da ação principal no prazo de 30
dias (art. 806, CPC), uma vez que, isso incorrendo, se torna
inviável o seu desenvolvimento, devendo o processo ser extinto
sem julgamento do mérito (vedado a propositura de nova cão ‐
§ único do art. 808, CPC).

Art. 808 ‐ Cessa a eficácia da medida cautelar:

I ‐ se a parte não intentar a ação no prazo estabelecido no Art.


806;

II ‐ se não for executada dentro de 30 (trinta) dias;

III ‐ se o juiz declarar extinto o processo principal, com ou sem


julgamento do mérito.

Parágrafo único ‐ Se por qualquer motivo cessar a medida, é


defeso à parte repetir o pedido, salvo por novo fundamento.

A ausência de um processo principal, do qual o cautelar se


mostra auxiliar e instrumental, é razão suficiente para ser
declarada a impossibilidade de prosseguimento desse, devendo
logo ser extinto nos termos do art. 267, inc. IV.

CONDIÇÕES DA AÇÃO:

O CPC brasileiro seguiu a concepção da tríade teórica das


condições da ação (veiculada por Enrico Túlio Liebmam): no
art. 267, inc. IV, como condições: (a) possibilidade jurídica do
pedido (exemplo: o arresto da única casa do devedor por dívida
de jogo – o próprio objeto sobre o qual o arresto recairá é
inarrestável perante a dívida (Lei nº 8.009/90) e a dívida de
jogo não suporta cobrança via judicial (art. 814, CC) –
obrigação natural); (b) interesse de agir (o interesse de agir
pode ser resumido na conjunção de 2 binômios: necessidade e
utilidade – o interesse de agir consiste na necessidade de
provimento judicial com o fito de impedir que o resultado de
outra ação principal possa ser inócuo ou prejudicado em razão
de determinados acontecimentos); e (c) legitimidade de parte
(legitimidade ativa – demandante e passiva o demandado – no
processo cautelar a legitimidade para a demanda preparatória
ou incidental sempre condiz com a lide principal – a
legitimidade não se confunde com capacidade). As condições
da ação se verificam a partir da pretensão deduzida na petição
inicial da cautela (pedido possível; interesse presente a partir
da narrativa dos fatos; legitimidade perante as situações
postas), cuja análise deverá ser feita pelo magistrado no
momento em que recebê‐la, podendo, de ofício, rejeitar a
demanda com fundamentação concisa, nos termos do art. 459,
CPC, caso não vislumbre justificamente as condições mínimas.

Art. 459 ‐ O juiz proferirá a sentença, acolhendo ou rejeitando,


no todo ou em parte, o pedido formulado pelo autor. Nos casos
de extinção do processo sem julgamento do mérito, o juiz
decidirá em forma concisa.

Parágrafo único ‐ Quando o autor tiver formulado pedido certo,


é vedado ao juiz proferir sentença ilíquida.

A condição da ação se não reconhecida de ofício e initio litis


pelo julgador, indeferindo a petição inicial (art. 295, inc. II e II
e § único), deve ser argüida pela parte adversa, já nas

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preliminares de sua defesa, para que o magistrado daí se


manifeste.

REQUISITOS DO MÉRITO DA TUTELA CAUTELAR:

O fumus boni iuris e o periculum in mora são requisitos de


procedência da ação e devem estar retratados no momento do
julgamento da mesma (sentença), ou existindo pedido de
liminar, transparecer de imediato já na postulação inicial
aparelhada. A liminar nada mais é do que antecipação de
tutela do provimento cautelar final, necessitando, para seu
deferimento, dos mesmos requisitos. A inexistência deles, no
início do processo, acarreta a inviabilidade da pretensão initio
litis, e não a extinção do processo cautelar, respeitada, é
claro, a viabilidade de acolhimento da pretensão futura ante a
dilação probatória.

 Periculum in mora – risco de dano do processo


principal. Também chamado periculum damnum irreparabli,
significa o fundado temor de que, enquanto se aguarda a tutela
definitiva, venham a ocorrer fatos que causem a ela danos
graves e de difícil reparação. O dano deve ser provável, não
bastando a possibilidade, a eventualidade. Sempre que se
verificar perigo iminente de dano por perecimento, desvio,
destruição, deterioração, mutação ou prejuízo de bens (coisas),
a ponto de prejudicar a provável manifestação no processo
principal, presente está o periculum in mora. O requerente
encontra‐se perante circunstância tal que, a decisão do
processo principal, que eventualmente lhe seja favorável, já
não terá mais o resultado útil desejado, sofrendo a parte lesão
grave, muitas vezes de difícil ou até mesmo impossível
reparação. Ao passo que o fumus boni iuris se relaciona à
plausibilidade da pretensão principal alegada, o perigo da
demora se refere ao fundado receio de que tal pretensão (a ser
julgada após todo o trâmite do procedimento da lide principal)
possa se apresentar prejudicado ou lesionado de forma grave e
de difícil reparação. A insolvência de meu devedor não
justificará o pedido de arresto, ou de outra providência
cautelar semelhante se esse estado de insolvência já existia
quando me consituí seu credor, e era conhecido. O rIsco de
dano deve corresponder a fatos que venham desequilibrar a
situação fática preestabelecida entre as partes. É a
superveniência de fatos que desestabiliza o status quo e põe em
risco a frutuosidade do direito aparente que autoriza a via
cautelar. Dentro da perspectiva do periculum in mora, também
deve ser levado em conta o periculum inverso, isto é, se os
prejuízos que se visa evitar ao autor com a concessão da
medida liminar não são menores que os danos que se causará ao
réu, com o seu deferimento.

 Fumus boni iuris – aparência do direito a receber a


tutela definitiva. Significa a fumaça de bem direito, ou seja, a
probabilidade de exercício presente ou futuro do direito de
ação, pela ocorrência da plausibilidade, verossimilhança, do
direito material posto em jogo. Em sede de cautelar basta que
a existência do direito pareça verossímil, ou seja, melhor
dizendo, basta que, segundo um cálculo de probabilidade, se
possa prever que o procedimento principal declarará o direito
em sentido favorável àquele que requeira a medida cautelar. O
fumus boni iuris leva em consideração a existência de um
direito ao processo, a partir de uma análise rápida do direito
material.

COGNIÇÃO SUMÁRIA: O processo cautelar desenvolve‐se sob a


cognição sumária.Pela natureza de urgência do processo
perante situação perigosa e periclitante, indispensável se faz a
sumarização de cognição e de procedimento, ressalvadas pelos

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arts. 801 a 804, CPC, para bem de se poder alcançar o seu


objetivo.

TUTELA CAUTELAR CONCEDIDA LIMINARMENTE

Processo Cautelar – leva menos tempo do que os outros


processos. O processo cautelar é menos esparso.

(PI) ‐‐‐‐‐‐‐‐ (Liminarmente – art. 804, CPC) ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ (S)

TU será deferida a TU

Medida liminar cautelar é um provimento judicial


assecuratório, consistente na emissão pelo juiz de uma ordem
mandamental, no início da lide e antes da citação da parte
adversa na ação cautelar (concedida antes da oitiva da parte
adversa – inaudita altera parte), em face da presença de
verossimilhança do direito alegado e do perigo na demora, para
bem evitar prejuízo à utilidade da ação cautelar.

A liminar se caracteriza pelo momento cronológico em que se


evidencia, no início da lide, ainda sem o estabelecimento da
bilateralidade, sem que isso configure quebra ao princípio do
contraditório, pois esse se dará a posteriori.

Conceito de liminar: è medida de antecipação de alguns efeitos


da tutela pretendida de forma principal (principaliter), efeitos
estes que repercutem no plano fático. Pode ou não ter caráter
cautelar e tem previsão legal para ser concedida em vários
tipos de ação (MS, ACP – ação civil pública, ação cautelar,
ação possessória, etc), ao contrário de medida cautelar que só
pode ser concedida em ação cautelar.

Art. 804 ‐ É lícito ao juiz conceder liminarmente ou após


justificação prévia a medida cautelar, sem ouvir o réu, quando
verificar que este, sendo citado, poderá torná‐la ineficaz; caso
em que poderá determinar que o requerente preste caução real
ou fidejussória de ressarcir os danos que o requerido possa vir a
sofrer.

Obtenção de liminar: é da essência do processo cautelar a


urgência da medida, o que lhe confere o nome de provimento
de urgência em outros ordenamentos, por exemplo, o italiano.
Não seria curial, portanto, fosse negado a possibilidade de o
autor, diante de casos de urgência, obter liminar.

Inaudita altera pars: caso a ouvida do réu possa tornar inócua


ou ineficaz a medida liminar, o juiz pode concedê‐la sem
colher a manifestação do demandado. Mesmo que de natureza
satisfativa, esta providência não significa ofensa ao princípio
constitucional do contraditório, que fica postergado para
momento posterior, podendo o réu interpor recurso contra o ato
judicial.

Tem‐se sustentado que o deferimento de medida liminar não é


ato discricionário do juiz; é, sim, ato vinculado, uma vez que,
estando presentes os pressupostos da medida in limine, não é
autorizado indeferi‐la, podendo, no máximo, exigir
contracautela que se materializa mediante caução.

Caução: a fim de garantir a efetiva indenização dos prejuízos


que eventualmente o requerido venha a sofrer, nos casos
enumerados no CPC 811, o juiz pode determinar a prestação de
caução como condição para a concessão da liminar.

Art. 811 ‐ Sem prejuízo do disposto no Art. 16, o requerente do


procedimento cautelar responde ao requerido pelo prejuízo que
lhe causar a execução da medida:

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I ‐ se a sentença no processo principal lhe for desfavorável;

II ‐ se, obtida liminarmente a medida no caso do Art. 804 deste


Código, não promover a citação do requerido dentro em 5
(cinco) dias;

III ‐ se ocorrer a cessação da eficácia da medida, em qualquer


dos casos previstos no Art. 808, deste Código;

IV ‐ se o juiz acolher, no procedimento cautelar, a alegação de


decadência ou de prescrição do direito do autor (Art. 810).

Parágrafo único ‐ A indenização será liquidada nos autos do


procedimento cautelar.

A liminar, no processo cautelar, visa a garantir o direito ao


resultado útil do processo principal e, mão, efetivar o direito
material da parte requerente.

Está obtendo liminarmente uma tutela de urgência que será


obtida na sentença.

O autor deve, desde o início, conseguir demonstrar os requisitos


necessários para propor a ação cautelar: 1 – risco de dano e 2 –
aparência do direito.

Exemplo: O arresto, deferido in limine, pedido pelo credor com


título líquido e certo, no sentido de constringir os únicos bens
do devedor que estão sendo remetidos, exatamente naquele
momento, ao exterior para frustrar a execução. Veja‐se que a
situação é de tal urgência que, presentes a fumaça do bom
direito e o perigo da demora, defere‐se a medida, antes do
estabelecimento do contraditório, inaudita altera parte, até
porque, se fosse esperar isso ocorrer, por certo que a cautelar
não mais seria útil, já que os bens poderiam estar
provavelmente em lugar bem distante, longe do alcance do
exeqüente.

A natureza da medida initio litis é irrefutavelmente o


acautelamento duplo. Acautelamento da própria ação cautelar,
uma vez que a liminar vem garantir que ela tenha i resultado
útil desejado; e acautelamento da lide principal, já que a
liminar, efetivando a prestação cautelar, está indiretamente
contribuindo para a segurança dessa. Em análise sucessiva,
pode‐se afirmar que o objetivo da liminar é assegurar eficácia
ao processo cautelar que, por sua vez, visa a tutelar o processo
principal satisfativo.

Fundamentação do despacho que aprecia a liminar: no


despacho que aprecia a liminar, deve ficar evidenciada a
convicção do julgador a respeito dos elementos que autorizam
a emissão da ordem inaudita altera parte, vale dizer, a análise
precisa sobre o fumus boni iuris e o periculum in mora, a partir
da situação exposta e comprovada. (base legal art. 93, inc. IX,
CF – que reza dever o juiz manifestar o seu convencimento de
forma ampla e prudente, demonstrando os fatos e argumentos
que o levaram a alcançar tal concepção).

A liminar pode ser dada ex officio – segue o impulso oficial –


art. 262, 2ª parte. (art. 798, 2ª parte, CPC) – PODER GERAL DE
CAUTELA.

É plenamente viável a emissão pelo julgador de medidas


inaudita altera parte independente de pedido do requerente,
pois deve‐se ter em mente que a finalidade do processo
cautelar instaurado pelo jurisdicionado é justamente afastar
uma dano que se avista. Podendo o juiz determinar ordem
acautelatória diversa da requerida, para bem de assegurar a
efetividade e utilidade da prestação jurisdicional, não há razão
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para que não possa determinar a mera antecipação da tutela


requerida para alcançar o mesmo objetivo. Se se pode, uma
vez proposta a ação, deferir medida diferente da requerida,
motivo lógico não há para que não se conceba poder adiantar a
tutela acautelatória via liminar, independente do fato de ter
sido pleiteada, pois a adequação da media acautelatória será
radicada aos olhos do julgador, sendo a tutela liminar mera
hipótese disso.

Art. 798 ‐ Além dos procedimentos cautelares específicos, que


este Código regula no Capítulo II deste Livro, poderá o juiz
determinar as medidas provisórias que julgar adequadas,
quando houver fundado receio de que uma parte, antes do
julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de
difícil reparação.

Impulso oficial: uma vez iniciado, o processo se desenvolve por


impulso oficial, isto é, por atos do juiz e dos auxiliares da
justiça. Há, contudo, atos que devem ser praticados pelas
partes ou que exigem sua provocação.

Poder geral de cautela: e ação cautelar inominada (arts. 798 e


799)

Como não se podem prever todas as hipóteses fáticas em que a


cautelar poderia apresentar‐se indispensável, o legislador
deixou uma regra geral de utilização para hipóteses atípicas,
isto é, não especificamente previstas. O legislador dispôs uma
regra geral e flexível para bem garantir a utilização ampla da
tutela cautelar, sempre que presente determinado suporte
fático – possibilidade de direito e possibilidade de dano
jurídico.

A essa possibilidade ampla de utilização do processo cautelar,


fora dos casos estipulados tipicamente, convencionou‐se
doutrinariamente chamar de PODER GERAL DE CAUTELA. Por
meio dele, é dado ao magistrado acautelar os jurisdicionados,
por via de emissão de decisão mandamental inespecífica,
atípica, para afastar situações periclitantes e perigosas que
poderiam pôr em risco o desenvolvimento ou resultado
finalístico do processo no qual se busca a satisfação material.

Esse poder amplo comporta todo e qualquer tipo de pedido


acautelatório, seja ele para ordenar a prática ou não de
determinado ato, a guarda judicial de pessoas ou coisas (como
expões o art. 799 de maneira exemplificativa), bastando tão‐
somente se vislumbrar que há a plausibilidade do alegado
direito e o perigo de dano.

Restrições ao poder geral de cautela:

 só se utiliza ação cautelar inominada quando for


verdadeiramente cautelar: são aquelas que se caracterizam por
serem provisórias, auxiliares, instrumentais, mandamentais,
cognição sumária e não exauriente e possuem a revogabilidade.
As pretensões satisfativa de direito material não podem ser
objeto do poder geral de cautela;

 só se utiliza cautelar inominada quando não se dispõe


de cautelar típica – o art. 798 do CPC somente é aplicado
quando não cautelar típica especificada pelo legislador. A
perspectiva é de que as cautelares inominadas são subsidiárias.;

 a cautelar substitutiva deve conter a mesma


limitação da medida que substitui: Súmula nº 9 TJ/RS – “Não é
possível em ação cautelar inominada, a concessão de liminar
nos casos em que, na via do mandado de segurança, houver

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vedação ao deferimento de liminares ( Lei nº 4.348, art. 5º, Lei


nº 5.021, art. 1º, §4º).

Princípio da fungibilidade: na esfera da ação cautelar é lícito


ao julgador substituir a medida requerida por outra que se
mostre adequada à situação fática, sem que isto importe
prejuízo à sorte final dessa demanda e aos ônus de
sucumbência. Fundamento legal arts. 805 e o 807 do CPC.

AUDIÊNCIA DE JUSTIFICAÇÃO

A justificação consiste em uma audiência marcada pelo


julgador para bem de firmar o seu juízo de convicção sobre a
necessidade ou não da medida antecipatória liminar. Nessa
audiência, o juiz pode ouvir o autor/ requerente, testemunhas,
peritos, enfim, pode utilizar‐se de todos os meios de prova em
direito admitidos, inclusive inspeção judicial, para formar sua
concepção de deferir ou não a liminar. Ainda que se pudesse
sustentar que se trata de provimento de segurança para o
requerido, nem por isso se poderia considerá‐la contracautela.

Justificação prévia: caso o juiz, pelo exame da petição inicial


e dos documentos que a acompanham, não se convença da
existência do periculim in mora e do fumus boni iuris, poderá
designar audiência de justificação prévia na qual deverão ser
produzidas provas. Havendo perigo de que ouvida do réu torne
ineficaz a medida, para a audiência de justificação deverá ser
intimado apenas o autor.

Para verificar o estado de urgência

(PI) ‐‐‐‐‐‐‐ audiência de justificação ‐‐‐‐‐ LIMINAR ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐


‐‐‐‐‐ (S)

Entra com ação faltando algo – a audiência de justificação


poder ser realizada sem ser ouvido o réu (art. 804, CPC).

Qual é o tipo de prova que pode ser produzida na audiência de


justificação?

Oitiva do autor, réu, testemunhas, inspeções judiciais.


Qualquer tipo de prova (menos complexa) para ser verificado o
risco de dano e a aparência de direito.

O réu poderá ser chamado à audiência de justificação. Pode


ocorrer inspeção judicial na audiência de justificação.

A audiência de justificação é para chamar o autor da ação que


compareça a sala de audiência para trazer novos fatos (base
legal o art. 804, CPC).

DA CESSAÇÃO DA CAUTELAR: é a paralisação dos seus efeitos


pela ocorrência de determinada situação fática, previamente
prevista na norma, ‐ art. 808, CPC.

Art. 808 ‐ Cessa a eficácia da medida cautelar:

I ‐ se a parte não intentar a ação no prazo estabelecido no Art.


806;

II ‐ se não for executada dentro de 30 (trinta) dias;

III ‐ se o juiz declarar extinto o processo principal, com ou sem


julgamento do mérito.

Parágrafo único ‐ Se por qualquer motivo cessar a medida, é


defeso à parte repetir o pedido, salvo por novo fundamento.

Seja como for, na ocorrência de qualquer hipótese do art. 808,


cessam os efeitos da medida devendo, salvo melhor juízo, ser
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extinto o processo cautelar.

REVOGAÇÃO DA TUTELA CAUTELAR

A revogação se dá quando o magistrado torna sem efeito, ou


melhor, desfaz o mandamento que, anteriormente, emitiu, em
face do fato de verificar, de ofício ou a requerimento da parte,
inexistência de qualquer dos dois elementos autorizadores da
manutenção da cautela, fumus boni iuris e periculum damnum
irreparabile.

A tutela cautelar pode ser revogada a qualquer momento, pode


ser de ofício (art. 798, CPC – Poder Geral de Cautela), efeitos a
partir da efetivação da medida, responsabilidade objetiva.

Duas razões para que o juiz modifique ou revogue a medida de


ofício: 1 – o processo cautelar não visa a proteger o direito
material da parte, mas, sim, o processo principal; visa proteger
a própria jurisdição, razão pela qual seria impróprio limitar‐se
a atuação do juiz a modificar de ofício a medida quando
perceber que a sua manutenção, antes de causar prejuízo à
parte adversa, ainda há de prejudicar ou ser inútil para o
próprio desenvolvimento do processo principal; 2 – há
incoerência em não se modificar ou revogar uma medida de
ofício, por despacho, que se apresente manifestamente
inapropriado, se o próprio julgador, na sentença, assim poderá
fazer. O julgador detém poderes para revogar ou modificar a
medida ex officio sim, sempre que perceber que essa não está
cumprindo o objetivo para o qual nasceu, seja pelo decurso do
tempo, seja pela conjuntura probatória, seja pela própria
atitude das partes, ou qualquer outra razão.

RESPONSABILIDADE OBJETIVA – art. 811, CPC

Responsabilidade objetiva do requerente: Há um título


executivo judicial que não se insere no rol do art. 584, CPC
mas que pode dar ensejo á execução provisória. É a
denominada “sentença liminar” extraída dos processos em que
se permite a antecipação da tutela jurisdicional, dos processos
cautelares, ou das ações constitucionais. A responsabilidade
pela execução dessa medida é objetiva (art. 811, CPC), sujeita
o beneficiário da ordem liminar a ressarcir, independentemente
de culpa, as perdas e danos daquele contra quem a ordem foi
pedida e expedida. Contra tal execução caberá embargo,
porque de execução de título provisório se trata. (§ único, art.
881 e art. 588, inc. I).

A responsabilidade objetiva que se vislumbra pode ser


justificada, para este caso, pelo prisma da teoria do risco
proveito, pela qual o responsável civil é o que tira proveito do
fato causador do dano a outrem, no suposto de que deve
suportar‐lhe os riscos.

A ação assecutória é, por conseqüência, ela própria, uma ação


provisória; e daí importa que se exerça, em regra, a risco e
perigo do autor, quer dizer, que o autor, em caso de revogação
ou desistência, seja responsável pelos danos causados pelo
despacho, tenha ou não culpa; e isso pelas mesmas razões
expostas a propósito da ação executiva anormal (execução
provisória).

O dever de indenizar imprescinde de prova de um dano


material, ocasionando a partir da execução da medida (o
requerente responde pelo prejuízo que causar, desde que a
execução da medida tenha comprovadamente causado prejuízo
ao requerido) e, não da propositura da ação ou do deferimento
da cautelar. Assim, todo e qualquer dano resultante do processo
que não decorra diretamente da efetivação da medida

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acautelatória refoge no prisma objetivo do dever de indenizar,


sem prejuízo de eventuais perdas e danos requeridas daí, a
partir da teoria baseada na culpa. Ex.: “A” ingressa com ação
cautelar de arresto contra grande e idônea empresa chamada
“B”, com base em documentos falsos, alegando inverdades
que, sem o contraditório, não são passíveis de descoberta;
obtém liminar de arresto e, mesmo sem a efetivar, por
qualquer motivo, engendra divulgação publicitária na imprensa
da decisão deferida com base nas inverdades alegadas,
“manchando o nome da empresa “B”. Com o contraditória a
liminar vem a ser cassada, antes mesmo de efetivada, decisão
que se confirma em segundo grau de jurisdição, transitada em
julgado. A ação principal ajuizada e contestada seguiu o
mesmo rumo da cautelar. Não há responsabilidade objetiva,
somente subjetiva em relação ao dolo de “A”. A empresa “B”
pode ajuizar ação de indenização contra “A”, mas somente
com fundamento na responsabilidade subjetiva.

Obs: não há que se considerar responsabilidade objetiva no inc.


II, art. 808, pois esse inciso refere‐se o decaimento da cautela
“pela sua não execução”. Há uma imprecisão do legislador.

Por outro lado, consigne‐se que as medidas conservativas ou


genéricas, dispostas no Livro III por uma impropriedade
legislativa, não se encontram sujeitas ao pálio da
responsabilidade objetiva, já que, de regra, escapam à
perspectiva da tutela de urgência e provisoriedade.

A obrigação de indenizar deriva não só da lei, mas do princípio


que há assunção de riscos pelo requerente que executa medida,
lastreada em decisão sumária, com base em direito ainda não
reconhecido definitivamente, constitui título executivo.
Ocorrendo dano a partir da execução, o direito à indenização
prescinde de qualquer manifestação específica, sendo efeito
colateral e secundário da decisão que reconhece a
insustentabilidade do pleito cautelar, ou seja, independe de
manifestação do magistrado ou de pedido do réu. Abre‐se a
possibilidade de execução forçada para se expropriarem bens
do requerente/ devedor até a quantia suficiente para cobrir os
danos do requerido/ credor.

Para tal execução é necessário se apurar o quantum do prejuízo


através de processo liquidatório (art. 811, § único) e
geralmente será por arbitramento ou artigo (art. 606 e art.
608, CPC). Tratando‐se de questão singela, a propositura da
execução será direta através de calculo aritmético (art. 604).

Registre‐se que eventual caução (arts. 804 e 826, CPC),


existentes nos autos para cobrir os prejuízos, manter‐se‐á
vinculada ao processo até a efetiva satisfação do direito do
requerido, ora credor, ficando tendente a sua transformação
em penhora para adimplir a dívida, caso não haja pagamento
espontâneo ou não sejam nomeados outros bens à penhora pelo
requerente/ devedor.

CAUÇÃO – art. 804, CPC

CONTRACAUTELA: é o ato acautelatório destinado a proteger


aquele contra quem vai ser deferida uma ordem judicial. Pode
ser exigida a qualquer momento em face das peculiaridades do
caso.

Caução: consiste na exigência de uma garantia real ou


fidejussória, exigida pelo julgador ou ofertada pelo autor,
espontaneamente, como garantia capaz de cobrir os possíveis
prejuízos que a medida possa ocasionar ao requerido. A caução
serve como garantia ao réu de que o direito à indenização que
terá pelos prejuízos que a medida cautelar eventualmente

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injusta ocasionar, não será frustrada por falta de condições


financeiras do requerente. Trata‐se de garantia a ser prestada
pelo autor, diferentemente, portanto, da caução aplicada por
força do princípio da fungibilidade (art. 805), que deve ser
prestada pelo sujeito passivo da relação jurídico processual. Tal
caução é efetivada mediante mera lavratura de termo e pode
ser impugnada, posteriormente, dentro dos próprios autos, pelo
requerido por insuficiente ou inidônea.

Art. 805 ‐ A medida cautelar poderá ser substituída, de ofício


ou a requerimento de qualquer das partes, pela prestação de
caução ou outra garantia menos gravosa para o requerido,
sempre que adequada e suficiente para evitar a lesão ou
repará‐la integralmente.

O não‐atendimento da prestação de caução gera o não‐


deferimento da medida cautelar; isso não é regra absoluta.
Caso o autor não tiver como prestá‐la, o juiz pode deferir a
medida, se perceber que o dano que o autor terá com o não‐
deferimento da medida será superior ao que o réu terá, se a
mesma for concedida. Trata‐se de equilíbrio de valores dentro
do escopo do princípio da princípio da proporcionalidade.

A exigência de caução pelo juiz, para que defira liminar


cautelar, insere‐se no seu poder geral de cautela. Sua dispensa
não se mostra descabida nem ilegal, máxime porque, se
decorrem prejuízos da execução da medida, o prejudicado tem
direito à indenização fundada na responsabilidade objetiva
(art. 811, CPC). O deferimento da cautelar sem a exigência de
caução não ofende a legalidade.

O juiz poderá pedir caução tanto para o autor (art. 804, CPC)
como também para o réu (art. 805, CPC).

Exemplo: Ação de separação judicial com partilha de bens – o


automóvel está na posse da mulher.

Entra com ação de seqüestro do automóvel. O autor entra com


ação, o juiz exige caução para conceder a liminar (art. 804,
CPC) e depois o réu que trocar o bem seqüestrado – seqüestro
do táxi pelo seqüestro do barco (art. 805, CPC).

O juiz exige do autor caução (art. 804, CPC)

(PI) ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐I‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐
‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ (S)

Liminar ‐‐‐‐Réu – caução (art. 805, CPC)

TRÊS REGRAS QUE NORTEIAM O PROCESSO CAUTELAR

Elementos característicos do processo cautelar: autonomia,


instrumentalidade e mandamentalidade.

1 – AUTONOMIA: do processo cautelar em relação ao processo


principal. A autonomia pode ser analisada sobre dois pontos:
quanto a FORMA e em relação ao aspecto MATERIAL.

 Autonomia de Forma (procedimental): a regra é ter


autonomia de forma – art. 796, CPC + art. 809, CPC. O processo
cautelar tem uma forma diferente do processo principal, tem
autos próprios, procedimento próprio. No aspecto formal
(procedimental), não se vislumbram dúvidas: vigora autonomia
entre a demanda principal e a cautelar, correndo essas em
autos separados, com procedimentos, ritos, distintos. Se o
processo cautelar pode ser instaurado antes mesmo do processo
principal dá a idéia que o mesmo é autônomo em relação ao

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processo principal. Isso é confirmado em relação ao que está


disposto no art. 809, CPC. Via de regra o que vai determinar se
o processo cautelar será proposto antes da principal ou
concomitante é quando surge o perigo. A REGRA é que há
autonomia de forma em relação ao processo princial.

Art. 796 ‐ O procedimento cautelar pode ser instaurado antes


ou no curso do processo principal e deste é sempre dependente.

Art. 809 ‐ Os autos do procedimento cautelar serão apensados


aos do processo principal.

 Ação cautelar preparatória: ação cautelar antes da


ação principal (1ª parte do 796, CPC);

 Ação cautelar incidental: ação cautelar proposta no


curso da ação principal (2ª parte do 796, CPC)

 EXCEÇÃO: Poder Cautelar Genérico (art. 797, CPC) –


o poder que o juiz tem de deferir dentro do processo principal
medidas acautelatórias. Serve para a preservação da própria
atividade jurisdicional. É providência posta á disposição do
juízo para agir de ofício, em casos específicos, quando houver
fundado receio de prejuízo ao processo.

Esse poder cautelar genérico, assim como o poder geral de


cautela se manifesta por meio de medida cautelar; só que,
enquanto esse, deriva de provocação do juízo por uma das
partes, formalizando um processo cautelar, aquele terá origem
ex officio a partir de decisão do juiz, incidentalmente, no
próprio processo onde se busca o bem da vida, com o intuito de
resguardar a atividade judicial já provocada, ficando restritos
a casos excepcionais e expressamente previstos em lei. O poder
cautelar genérico é dado de ofício pelo juiz, sem o
requerimento das partes, no processo principal e só em
situações previstas em lei.

Art. 797 ‐ Só em casos excepcionais, expressamente


autorizados por lei, determinará o juiz medidas cautelares sem
a audiência das partes.

Luiz Fux bem traz um caso concreto em que, por meio de ofício
do Corpo de Bombeiros, alertando sobre possibilidade de
explosão de uma loja de vime, instalada num posto de gasolina,
nos autos de uma demanda em que se discutia a interdição de
bombas de gasolina, instaladas próximas à loja, o magistrado,
ex officio, ordenou imediatamente medida provisória para bem
de evitar prejuízo irreparável ou de difícil reparação.

O poder cautelar genérico não fica adstrito somente a casos


expressamente previstos, podendo ser utilizado, em casos
excepcionais, independente de previsão legal, sempre que
houver necessidade de ordenamento capaz de resguardar a
justa, boa e eficaz prestação jurisdicional. Serve para a
preservação da própria atividade jurisdicional e não há
previsão legal quando se pode utilizar esse artigo e nesse caso
se aplica em qualquer situação em há prejuízo a própria
atividade jurisdicional.

 Autonomia Material (autonomia de RESULTADO): a


procedência de uma ação induz o mesmo resultado na outra?
Resposta encontra‐se incompleta no próprio art. 810, CPC. O
resultado da ação cautelar de procedência ou improcedência
vai afetar o processo principal.

o Resultado do processo cautelar afeta o processo principal:

 Sentença procedente: tem autonomia; se ação


cautelar for procedente não necessariamente será procedente o
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processo principal. Deve ser analisado qual o mérito da ação


cautelar e da principal. O mérito do processo principal é o
direito subjetivo do autor (se tem ou não o direito aquele
crédito, por exemplo) e o mérito da cautelar é o direto de
proteção (mérito impróprio porque não está relacionado ao
direito subjetivo do autor) porque está ligado ao fumus boni
iuris e periculum in mora. A cautelar não faz coisa julgada
material no caso de ser julgada procedente, podendo, a
qualquer tempo, ser modificada.

 Sentença improcedente – para a cautelar ser


improcedente basta que falte um dos requisitos da tutela
cautelar (fumus ou periculum). Então via de regra se processo
cautelar for improcedente não necessariamente será o processo
principal (art. 810, 1ª parte), tem autonomia. “Art. 810 ‐ O
indeferimento da medida não obsta a que a parte intente a
ação, nem influi no julgamento desta”. Na 2ª parte, do art.
810, CPC o processo cautelar não terá autonomia material –
“salvo se o juiz, no procedimento cautelar, acolher a alegação
de decadência ou de prescrição do direito do autor”. Se ação
cautelar for improcedente por ser alegado a decadência ou a
prescrição automaticamente será a ação principal também
improcedente. A prescrição perde o direito de ação mas
continua com o direito subjetivo e a decadência perde a
própria ação. A obrigação natural, exemplo caso de dívida de
jogo, se é feito o pagamento não direito de exigir o valor pago.

o Resultado do processo principal afeta o processo cautelar:

 Sentença procedente: autonomia. O autor tem o


direito subjetivo já que a ação principal foi procedente e
conseqüentemente na cautelar o autor terá o fumus boni iuris
mas não quer dizer que seja confirmado o perigo, logo a
cautelar será autônoma em relação a principal.

 Sentença improcedente: não é autônomo. Se a ação


principal for improcedente também será improcedente a ação
cautelar (art. 808, inc. III, CPC). Quando os efeitos negativos
(improcedência) da principal nascem, os positivos (de
procedência) da cautelar morrem, inclusive retroagindo os seus
efeitos (ex tunc) para que se retorne à situação a quo,
vivenciada antes de sua efetivação – aplicável a súmula 405 do
STF ‐ Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no
julgamento do agravo, dela interposto, fica sem efeito a
liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária.
Sendo que a impossibilidade de recomposição do estado
anterior, se resolverá a questão por perdas e danos.

2 – MANDAMENTALIDADE

Torna‐se clara a natureza do ato judicial que se dirige, sob o


manto cautelar, como sendo mandamental.

Nesse tipo de ato, o juiz exerce o poder que lhe foi outorgado
pelo ESTADO para, mediante a verificação de determinados
requisitos: fumus boni iuris e periculum in mora, em sede de
cognição sumária, ou seja, sem aprofundamento e formação de
juízo de certeza, dar uma ordem, um ordenamento
(mandamento) com o fito de afastar a periclitância apontada
pela parte postulan
postulante, capaz de prejudicar possível decisão
final que lhe seja favorável, deferida no processo em que se
discute o direito material.

A ordem deferida origina a expedição de um mandado para


cumprimento da medida. A tutela requerida é para que o
julgador emita uma ordem no sentido de afastar, de forma
eficaz, o dano iminente que se direciona contra o direito
verossímil do demandante, ficando a esse pedido vinculado.

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Entretanto, não se pode dizer em relação à ordem requerida


para evitar esse dano, pois o magistrado pode considerar que
essa medida requerida seja inadequada ou imprópria, pode
deferir outra diversa capaz de auferir o objetivo buscado pela
medida cautelar. Esse procedimento toma como base o poder
geral de cautela e pelo princípio da fungibilidade.

Quando deferida a ordem pode e deve vir acompanhada de


consignações específicas sobre os meios de cumprimento
eficazes. (possibilidade de utilização de força policial para o
cumprimento da medida, como também cumulado com tutela
inibitória, sem prejuízo de sanções na esfera criminal – crime
de desobediência).

Para assegurar que o mandamento emanado seja respeitado por


aquele contra quem é dirigido, no sentido de que faça ou deixe
de fazer algo, é viável que o julgador, de ofício ou a
requerimento da parte, previamente ao cumprimento do
mandado cumule à medida uma disposição de inibição ao
desacato, isto é, uma multa diária ou, de pronto, uma sanção,
justamente para o caso de descumprimento da ordem (art. 461,
§4º e §5º).

Exemplo: tutela cautelar com inibitória é o caso da obra


literária contrafanada, em que o julgador determina que a
editora recolha todos os livros do mercado em determinado
prazo e mediante comprovação, sob pena de multa diária,
evitando assim que a medida se arraste para ser cumprida em
prejuízo do verossímil autor que terá suas obras vendidas com
nome de outro.

Tutela inibitória não se confunde com a cautelar: enquanto


essa é medida de garantir o resultado útil do processo principal,
aquela se apresenta como veículo voltado a impedir a prática,
a continuação ou a repetição do ilícito. Como tem caráter de
coibição ao descumprimento da decisão, somente começa
afluir após a intimação da parte para fazer ou não fazer, ciente
da cominação de multa, e mesmo assim se verificar o
inadimplemento, que se configura depois de esgotado o prazo
para atendimento da decisão.

A utilização do art. 461, §4º e §5º, bem como o art. 267


encontra base no art. 272, § único do CPC, que refere a
aplicação do procedimento ordinário subsidiariamente ao
especial, no qual se insere o cautelar.

Art. 272 ‐ O procedimento comum é ordinário ou sumário.

Parágrafo único ‐ O procedimento especial e o procedimento


sumário regem‐se pelas disposições que lhes são próprias,
aplicando‐se‐lhes, subsidiariamente, as disposições gerais do
procedimento ordinário.

Art. 287 ‐ Se o autor pedir que seja imposta ao réu a abstenção


da prática de algum ato, tolerar alguma atividade, prestar ato
ou entregar coisa, poderá requerer cominação de pena
pecuniária para o caso de descumprimento da sentença ou da
decisão antecipatória de tutela (arts. 461, § 4º, e 461‐A).
(redação dada pela L‐010.444‐2002)

Art. 461 ‐ Na ação que tenha por objeto o cumprimento de


obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela
específica da obrigação ou, se procedente o pedido,
determinará providências que assegurem o resultado prático
equivalente ao do adimplemento.

§ 3º ‐ Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo


justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao

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juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificação


prévia, citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou
modificada, a qualquer tempo, em decisão fundamentada.

§ 4º ‐ O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na


sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de
pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a
obrigação, fixando‐lhe prazo razoável para o cumprimento do
preceito.

§ 5º ‐ Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do


resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a
requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a
imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão,
remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e
impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição
de força policial. (redação dada pela L‐010.444‐2002)

O mandamento assume disposições variáveis e múltiplas,


podendo ser tanto no sentido de mandar fazer, quanto no de
não‐fazer. Podem dirigir‐se não só contra o requerido no
processo, como também contra terceiro, nas casos de
obrigações. É possível “A” ingressar com ação cautelar de
arresto (art. 813) contra “B”, requerendo que “C”, que é
devedor de “B”, em vez de pagá‐lo extrajudicialmente,
deposite tal quantia em juízo, para evitar que aquele,
recebendo os valores, venha a dissipá‐los, antes de adimplir sua
dívida com “A”.

A cautelar ostenta caráter mandamental com eficácia


executiva lato sensu, o que equivale a dizer que comporta atos
sub‐rogatórios que satisfaçam a pretensão deferida,
independente da vontade do réu. Verificando o desrespeito do
demandado para a ordem judicial, pode muito bem o juiz
adotar nos próprios autos medidas de sub‐rogação, de caráter
executivo, que concedam ao requerente o resultado prático
equivalente ao adimplemento, tais como a busca e apreensão,
o fechamento de estabelecimento com força policial, a
remoção de coisas, desfazimento de obras, etc. Uma vez
deferida, deve a cautelar ser efetivada no bojo do próprio
processo cautelar, sem a necessidade de ajuizamento de novo
processo de execução da decisão judicial.

A eficácia mandamental significa que não há necessidade de se


entrar com o processo de execução; será sempre cumprida por
mandado (ordem).

Aplica‐se o art. 461, §4º e §6º CPC – multa (astrente, medidas


sub‐rogatórias) e no caso de não cumprimento (art. 330, CP) –
desobediência de ordem de funcionário público.

Desobediência – Código Penal

Art. 330 ‐ Desobedecer a ordem legal de funcionário público:

Pena ‐ detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, e multa.

Mandado de busca e apreensão, pode ser em relação:

 As partes;

 A terceiro;

 Mandado itinerante – caso de extrema urgência.

Embargos de terceiro – art. 1046, CPC.

3 – INSTRUMENTALIDADE: A tutela acautelatória é instrumento


para garantir o resultado útil da lide principal, buscando

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afastar a situação capaz de prejudicar sua eficácia prática. Se


não for proposta uma ação principal, a cautelar não deixa de
ter sua instrumentalidade.

1º Processo

PC _________ PP 796, 2º parte + 806 + 808, I, CPC.

Art. 796 ‐ O procedimento cautelar pode ser instaurado antes


ou no curso do processo principal e deste é sempre dependente.

Art. 806 ‐ Cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 (trinta)


dias, contados da data da efetivação da medida cautelar,
quando esta for concedida em procedimento preparatório.

Art. 808 ‐ Cessa a eficácia da medida cautelar:

I ‐ se a parte não intentar a ação no prazo estabelecido no Art.


806.

A partir de quando conta‐se o prazo de 30 dias?

Ex.

Decadência: não ajuizada a principal no prazo de 30 dias,


opera‐se a decadência do direito à cautela. Matéria de ordem
pública, que é, a decadência deve ser pronunciada de ofício
pelo juiz. A norma só se aplica as cautelares antecedentes,
pois, quanto às incidentes a ação principal já se encontra em
curso. A decadência atinge somente o direito a acautela,
permanecendo integro eventual direito material de que seja
titular o requerente. Assim, mesmo após verificar‐se a
decadência da cautela o requerente pode ajuizar a ação
principal, seu direito nela pleiteado ainda não tiver sido
extinto. Apenas a medida cautelar concedida é que perderá
seus efeitos.

Férias forenses: cabe à parte propor AP nos 30 dias. Se a ação


principal não tem curso nas férias forenses, a parte não esta
obrigada a ajuizá‐la dentro desse período, ficando prorrogado o
prazo para o 1º dia útil após o término das férias.

O processo cautelar pode obter também tutelas não cautelares:

• Conservativas – conservar provas – ao inverso das cautelares,


são aqueles que se revestem geralmente de caráter meramente
administrativo, ainda que possam transformar em
jurisdicionais, e resumem‐se, ao contrário daquelas mais a
buscar garantir um determinado resultado jurisdicional, do que
propriamente a cautelar que o resultado já positivo de um
processo seja útil;

• Genéricas – satisfazer a própria TD; são ações que podem ser


tanto jurisdicionais quanto administrativas e não se apresentam
com o intuito de assegurar provável resultado de uma decisão
judicial em outro processo ou garantir a utilidade desta; não
protegem a jurisdição como aquelas,; fogem por completo à
perspectiva instrumental e auxiliar do Livro III. São, na
realidade provimentos satisfativos com eficácia no campo
material. – Ex. Busca e Apreensão; separação de corpos.

Pelo princípio da especialidade deve‐se aplicar o que o


legislador disciplina para utilizar o processo cautelar em tutelas
não cautelares.

Ações cautelares – jurisdicionais, instrumentais e auxiliares de


outro processo, com caráter provisório, sujeitas a todas
disposições do Livro III Arresto (art. 813, CPC

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Seqüestro (art. 822, CPC)

Caução (art. 826, CPC) *

Busca e apreensão (art. 839, CPC) *

Arrolamento de bens (art. 855, CPC)

Atentado (art. 879, CPC)

Obras de conservação em coisas litigiosas (Art. 888, inc. I,


CPC)

* Ações que podem se apresentar também sob a forma de ação


satisfativa, não se confundindo com cautelares propriamente
dita. Quando assim, aproveitam apenas o rito, e não estão
sujeitas ás regras dos arts. 806, 807, 808 e 811 do CPC.

Ações conservativas – administrativas (a priori), instrumentais,


definitivas, destinas à conservação de prova, não sujeitas a
todas as regras do Livro II, tais como às dos arts. 806, 808 e
811 do CPC Produção antecipada de provas (art. 846, CPC)

Exibição (art. 844, CPC)

Justificação (art. 861, CPC) *

* Ações que podem apresentar também sob a forma de ação


satisfativa, não se confundindo com as conservativas de provas.

Ações genéricas – satisfativa, sem cunho instrumental de


proteção a outro processo. Aproveitam‐se unicamente do rito
do livro III Alimentos provisionais (art. 812, CPC)

Homologação do penhor legal (art. 814, CPC)

Posse em nome do nascituro (art. 877, CPC)

Protesto e apreensão de títulos (art. 882, CPC)

Entrega de bens de uso pessoal do cônjuge e dos filhos (art.


888, inc. II)

Posse de filhos, no caso de separação ou anulação de


casamento (art. 888, inc. II)

Afastamento do menor autorizado a contrair casamento (art.


888, inc. IV)

Depósito de menores ou incapazes castigados imoderadamente


(art. 888, inc. IV)

Afastamento temporário de um dos cônjuges da morada do


casal (art. 888, inc. VI)

Guarda e educação dos filhos (art. 888, inc. VII)

Interdição ou demolição de prédio para resguardar a saúde,


segurança ou outros interesses (art. 888, inc. VIII)

PROCEDIMENTOS CAUTELARES ESPECÍFICOS

Cautelares nominadas, art. 813 a 888, CPC.

ARRESTO – art. 813,CPC.

Vai observar uma peculiaridade procedimental. É uma ação


própria para evitar que o devedor dissipe o seu patrimônio.

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30/08/2016 Artigos

Recai sobre bens indeterminados do devedor, podendo consistir


em móveis, imóveis, créditos etc.

Doação, hipoteca, compra e venda, o Credor pode arrestar se


implicar em insolvência.

No procedimento do arresto não há previsão legal do prazo de


contestação, nesse caso usa‐se a regra da parte geral conforme
art. 812 e 802 do CPC.

O arresto é utilizado quando há o desfazimento do patrimônio a


título:

 Oneroso: compra e venda;

 Gratuito: doação;

 A onerar: hipoteca.

Art. 813 ‐ O arresto tem lugar:

I ‐ quando o devedor sem domicílio certo intenta ausentar‐se ou


alienar os bens que possui, ou deixa de pagar a obrigação no
prazo estipulado;

II ‐ quando o devedor, que tem domicílio:

a) se ausenta ou tenta ausentar‐se furtivamente;

b) caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens que


possui; contrai ou tenta contrair dívidas extraordinárias; põe ou
tenta pôr os seus bens em nome de terceiros; ou comete outro
qualquer artifício fraudulento, a fim de frustrar a execução ou
lesar credores;

III ‐ quando o devedor, que possui bens de raiz, intenta aliená‐


los, hipotecá‐los ou dá‐los em anticrese, sem ficar com algum
ou alguns, livres e desembargados, equivalentes às dívidas;

IV ‐ nos demais casos expressos em lei.

O valor dos bens arrestados deve corresponder, no máximo, ao


valor do crédito, somado aos juros, à correção monetária e à
verba suficiente para fazer frente as despesas processuais.

A sentença de primeiro grau, ainda sujeita a recurso, proferida


em processo de conhecimento, que dê ganho de causa ao autor
é equiparável à prova literal exigida pela lei, tanto quanto a
sentença arbitral. Art 814, § único.

A legitimidade ativa é do credor, em princípio, e a passiva é do


devedor ou do terceiro responsável.

A liminar pode ser concedida sem que a outra parte seja


ouvida.

O depósito da dívida ou a prestação de caução fazem suspender


o arresto. O pagamento, a novação e a transação fazem com
que haja cessação do arresto.

Aplicam‐se ao arresto as demais regras concernentes à


penhora, já que o arresto, sendo proposta a execução, se
resolve em penhora, ou seja, transforma‐se em penhora, no
momento procedimental adequado, no bojo da execução.

Art. 814 ‐ Para a concessão do arresto é essencial:

I ‐ prova literal da dívida líquida e certa; (Tem que ser título


executivo líquido e certo);

http://www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=523&idAreaSel=15&seeArt=yes 18/20
30/08/2016 Artigos

II ‐ prova documental ou justificação de algum dos casos


mencionados no artigo antecedente.(Quando não tem título
extrajudicial); Nesse caso é preciso propor ação condenatória.

Parágrafo único ‐ Equipara‐se à prova literal da dívida líquida e


certa, para efeito de concessão de arresto, a sentença, líquida
ou ilíquida, pendente de recurso, condenando o devedor ao
pagamento de dinheiro ou de prestação que em dinheiro possa
converter‐se.

*O arresto é um processo cautelar que serve para proteger um


processo principal.

Ex. 1.

NP vence 15/06/06 – devedor ameaça dissipar o patrimônio.

Qual medida cabível?

Qual o prazo para propor a ação principal?

PI cautelar

05/05 cumprida

07/05 __ ação princ. 30 dias a contar daqui.

( em tese 06/06 )

No caso como o título tem data específica, o prazo começa a


contar da data do vencimento do título___ 15/07/06. Art 586
c/c 806, CPC.

Art. 586 ‐ A execução para cobrança de crédito fundar‐se‐á


sempre em título líquido, certo e exigível.

§ 1º ‐ Quando o título executivo for sentença, que contenha


condenação genérica, proceder‐se‐á primeiro à sua liquidação.

§ 2º ‐ Quando na sentença há uma parte líquida e outra


ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a
execução daquela e a liquidação desta.

Art. 806 ‐ Cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 (trinta)


dias, contados da data da efetivação da medida cautelar,
quando esta for concedida em procedimento preparatório.

Ex. 2.

Obrigação condicional:

Cumprir no 1º dia de chuva:

Chove________ notifica dando prazo de 10 dias para cumprir.


Os 30 dias conta‐se a partir do 11º dia do prazo da notificação.

Ex. 3.

Cheque para 05/05_______fica sabendo da insolvência do


devedor:

(PI)_______Deferido___________Efetivado

05/05 06/05 07/05__________30 dias daqui.

Art.821 – Sumula 319 STJ:

Aplicam‐se ao arresto as disposições referentes à penhora, não


alteradas na presente Seção.

http://www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=523&idAreaSel=15&seeArt=yes 19/20
30/08/2016 Artigos

Sumula: O encargo de depositário de bens penhorados pode ser


expressamente recusado.

Quadro Sinótico

Medida cautelar típica

a) prova literal da dívida

Requisitos b) prova documental ou justificação de perigo de


dano

c)caução

Equiparam‐se a prova literal sentença arbitral

sentença de procedência

Requisitos específicos (periculum in mora) tentativa de


ausentar‐se ou

Efetiva ausência +

Tentativa de desfazer‐se do patrimônio

Legitimidade Ativa ‐ credor

Passiva – devedor ou terceiro responsável

Crédito + juros

Limite (valor dos bens) + correção monetária

+ despesas processuais

Suspensão do arresto depósito do valor da dívida

Prestação de caução (real ou fidejussória)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 CARPENA, Márcio Louzada – “DO PROCESSO


CAUTELAR MODERNO”, 2ª ed., São Paulo, Forense, 2006;

 NERY JR, Nelson e NERY, Rosa Maria de Andrade –


“CÓDIGO CIVIL COMENTADO”, 8ª ed., ed. Revista dos Tribunais,
2004.

 WAMBIER, Luiz Rodrigues – “CURSO AVANÇADO DE


PROCESSO CIVIL‐ PROCESSO CAUTELAR E PROCEDIMENTOS
ESPECIAIS”, v.3, 7ª ed., São Paulo, ed. Revista dos Tribunais,
2006

Currículo do articulista:

Estudante do Curso de Direito ‐ 8° Semestre na FARGS ‐


Faculdades Rio‐Grandenses

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