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Por ser uma lei atual, e principalmente posterior à Constituição Federal de 1988, o
Código de 2002, trás em seu bojo uma nova visão de antigos paradigmas aplicados
às relações obrigacionais e contratuais. Com ele os princípios da supremacia da
ordem pública, da função social do contrato bem como o da boa-fé objetiva,
trouxeram ao direito privado uma nova roupagem. E fruto disso, pode surgir a teoria
em estudo, que de forma brilhante, garante o retorno da equidade e razoabilidade à
relações entre credores e devedores.
1 DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
Obrigação pode ser definida como o vínculo jurídico que confere ao credor, também
chamado de sujeito ativo, o direito de exigir do devedor, que também recebe o nome
de sujeito passivo, o cumprimento de determinada prestação.
Numa visão mais simplificada, pode-se entender obrigação como uma relação pela
qual alguém deve cumprir determinada prestação em favor de outrem.
Uma conceituação mais simples e completa é a do doutrinador Arnaldo Rizzardo,
citando Jefferson Daibert:
Outras figuras podem ocupar o polo ativo de uma relação obrigacional, são as
pessoas jurídicas, de qualquer natureza, de direito público ou privado, de fins
econômicos ou não, de existência legal ou de fato. Bem como pode ser individual ou
coletivo, conforme a obrigação seja simples ou solidária e conjunta. Pode a
obrigação também existir em favor de pessoas ou entidades futuras, ou ainda não
existentes, como nascituros e pessoas jurídicas em formação.
A autora Maria Helena Diniz, apresenta algumas características dos direitos das
obrigações sendo estes: direitos relativos, uma vez que se dirigem contra pessoas
determinadas, vinculando sujeito ativo e passivo, não sendo oponíveis erga omnes,
pois a prestação apenas poderá ser exigida do devedor; são direitos a uma
prestação positiva ou negativa, pois exigem certo comportamento do devedor, ao
reconhecerem o direito do credor de reclamá-la.
É notório que durante a fase histórica pré-romana não havia um direito obrigacional.
A hostilidade que existia entre grupos impedia que fosse estabelecido qualquer tipo
de relações recíprocas. Já durante a fase do direito romano, o direito obrigacional,
se encontrava melhor estruturado, distinguindo-se por exemplo o direito de crédito
dos direitos reais e direitos pessoais de patrimoniais.
O grande passo nesse processo evolutivo foi dado pela Lex Poetelia Papiria, de 428
a.C, que aboliu a execução sobre a pessoa do devedor, e colocando-a agora, sobre
os bens do devedor, evidenciando um caráter patrimonial. Tal concepção pôde ser
observada em legislações como o código Napoleônico, do direito francês sendo que
esta transformação de paradigma alcança até os dias atuais, sendo que nos tempos
modernos, no entanto, cresce o intervenção do Estado em detrimento da liberdade
de ação do indivíduo, dando ênfase à função social do contrato.
1.2 Fontes do direito das obrigações
De forma geral, podem ser definidas como fontes das obrigações, os atos ilícitos, na
medida em que estes geram obrigações de indenizar, via de regra; bem como os
contratos, uma vez que estes podem gerar obrigações variadas. Outras fontes são:
as declarações unilaterais de vontade, bem como a lei.
Esta última é entendida como a principal fonte do direito das obrigações tendo em
vista que ela cria e estabelece as outras fontes dessa ramo. Segundo afirma Sílvio
Rodrigues: “as obrigações sempre tem por fonte a lei, sendo que nalguns casos,
embora esta apareça como fonte mediata, outros elementos despontam como
causadores imediatos do vínculo. Assim, a vontade humana ou o ato ilícito”.
Perozzi, por exemplo afirma que são duas as fontes: o contrato, por força do
indivíduo e da sua consciência, e a lei, sendo esta uma força social e um
pensamento universal. Já Josserand, divide-as em atos jurídicos, subdividido em
contratos e atos unilaterais, em atos ilícitos, no enriquecimento sem causa e na lei.
Já Serpa Lopes, critica que os atos unilaterais sejam fonte de obrigação, uma vez
que em seu entendimento a manifestação de vontade somente cria vínculo
obrigacional, quando encontra outra vontade que a ela adere e formula contrato.
Os contratos são fundamentais para a vida humana, uma vez que é por meio deles
que é possível adquirir praticamente tudo o que se consome, entre objetos como
roupas, eletrodoméstico, e serviços. No entanto a importância dos contratos não diz
respeito apenas às pessoas naturais, são também fundamentais para as pessoas
jurídicas, inclusive para a formação de uma pessoa jurídica normalmente é
necessário um contrato, como no caso das sociedades que há a o contrato social.
Bem como no dia a dia de uma sociedade empresária, são necessários por exemplo
contratos para aquisição de insumos, materiais, equipamentos e serviços, bem como
para circulação dos produtos e serviços produzidos pele empresa.
Contrato portanto, pode ser definido como um acordo de vontades para o fim de
adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos. Trata-se de uma das fontes
humanas geradoras de obrigações, cujas outras já foram citadas anteriormente.
Os contratos, podem ser classificados em: típicos, atípicos e mistos; podem ainda
ser: consensuais, solenes ou formais e reais; onerosos e gratuitos, também
denominados benéficos; cumulativos e aleatórios; contratos de execução imediata,
diferida ou sucessiva, bem como contrato de adesão.
São exemplos dessas leis, o Código de defesa do Consumidor (Lei 8.078/90), a lei
de locações de Imóveis Urbanos (Lei 8.245/91), bem como a lei de Franquias, a lei
de Alienação Fiduciária de Imóvel, a lei de Planos e Seguros de Saúde.
Por fim, é importante salientar que apesar de o Código Civil ceder quando um
contrato for regulamentado por uma lei especial, os princípios contratuais nele
expressos (princípio da função social dos contratos, da boa-fé objetiva, entre outros)
aplicam-se diretamente a quaisquer contratos, pois, como se sabe, entre uma regra
de uma lei especial e um princípio, deve prevalecer o último.
A natureza jurídica dos contratos, pode ser definida como fato jurídico, pois gera
efeitos jurídicos, é ato lícito, é negócio jurídico, pois o contrato tem fim negocial, de
regulamentar uma dada situação, não se tratando de mera intenção. Bem como é
negócio jurídico bilateral ou plurilateral, pois sua formação depende de mais de uma
vontade, e não de apenas uma.
Já na era da civilização, segundo o autor Jefferson Daibert afirma que: “os hebreus
conheceram o instituto dos contratos antes da fundação de Roma. Na época do
cativeiro de Nínive, Tobias deu emprestado a Gabelo, que residia na cidade Roges,
na Média, dez talentos de prata, e um quirógrafo foi redigido ficando em poder do
credor.”
Contudo o direito Romano, não se apresentava como um todo unitário, mas sim,
como a conjugação de vários sistemas, ou ainda como um processo evolutivo, que
nasce, desenvolve-se, atinge o apogeu e decai. O termo contrato, no mais antigo
Direito Romano, equivalia ao ato pelo qual o credor submetia o devedor a seu poder,
em virtude do inadimplemento de uma obrigação. Era o ato de contrair, no sentido
de restringir, apertar.
A função econômica dos contratos é variada, tendo em vista que eles auxiliam no
processo de circulação de riquezas, uma vez que é por meio dos contratos que os
produtos e serviços circulam entre as etapas de produção. Neste cenário, pode-se
afirmar também que os contratos, são importantes na medida em que ajudam a
distribuir renda e na geração de empregos.
Já a função social dos contratos, pode ser entendida como uma síntese das duas
funções já mencionadas. Os contratos são fenômeno econômico-social, sendo
assim sua importância nessas esferas é evidente. Sua função social seria portanto,
promover o bem-estar e a dignidade dos homens, por todas as razões econômicas e
pedagógicas.
Embora, uma das regras mais antigas seja a autonomia da vontade, há restrições
impostas por leis de interesse social, impedindo as estipulações contrárias à moral,
à ordem pública e aos bons costumes, as quais não ficam subjugadas à vontade das
partes. Nesse sentido por exemplo, leis e dispositivos especiais disciplinam o limite
na fixação da taxa de juros aplicáveis.
Deste modo, a partir das mudanças de suma importância que foram consequências
da nova visão adotada pelo ordenamento jurídico, é imprescindível que sejam
abordados neste trabalhos os princípios gerais do direito, especialmente os
princípios sociais que servem de parâmetro para a interpretação e aplicação das
normas pertinentes aos direitos contratuais.
A ordem pública é uma cláusula geral que está no nosso ordenamento por meio do
artigo 17 da Lei de Introdução ao Código Civil, regra de direito internacional privado
que retira a eficácia de qualquer declaração de vontade ofensiva da ordem pública.
A boa-fé objetiva, na estrutura do atual Código Civil, não de forma direta mas
indireta também se apresenta como fonte das obrigações. Apesar de a prestação
principal do negócio jurídico ser advinda de ato volitivo, outros deveres se impõem
na relação obrigacional, completamente desvinculados da vontade de seus
participantes. Esses deveres são os deveres de conduta, também conhecidos na
doutrina como deveres anexos, deveres instrumentais, deveres laterais, deveres
acessórios, deveres de proteção e deveres de tutela.
O princípio da boa-fé objetiva pode ser definido como o princípio que impõe aos
contratantes guardar em todas as fases que envolvem o contrato o respeito à
lealdade. Tem como principais fundamentos jurídicos o artigo 3º da Constituição
Federal, que dispõe ser objetivo da República garantir uma sociedade solidária e já
no plano infra constitucional, o princípio da boa-fé objetiva, está presente no Código
Civil de 2002, no artigo 422, que afirma:
A boa-fé objetiva por outro lado, tem compreensão diversa, uma vez que o intérprete
parte de um padrão de conduta comum, de homem médio, naquele caso concreto,
levando em consideração os aspectos sociais envolvidos. Desse modo a boa-fé
objetiva se traduz de forma mais perceptível como uma regra de conduta, um dever
de agir de acordo com determinados padrões sociais estabelecidos e reconhecidos.
A boa-fé objetiva pressupõe: a) uma relação jurídica que ligue duas pessoa,
impondo-lhes especiais deveres mútuos de conduta; b) padrões de comportamento
exigíveis do profissional competente, naquilo que se traduz como bonus pater
famílias; c) reunião de condições suficientes para ensejar na outra parte um estado
de confiança no negócio celebrado.
Em um estudo mais profundo, pode-se afirmar que o princípio da função social dos
contratos é aquele que só legitima e protege contratos que objetivam trocas úteis,
justas e não prejudiciais ao interesse coletivo. Tal princípio tem como base a diretriz
de sociabilidade do atual Código Civil, que traduzida para o plano contratual, impõe
que ele seja instrumento de adequado convívio social.
Podem ser citados como fundamentos jurídicos do princípio em questão, o artigo 3º,
I, III e IV, da Constituição Federal Brasileira, que dispõe serem objetivos da
República construir uma sociedade livre, justa e solidária, reduzir as desigualdades
sociais e promover o bem de todos. Também é necessário citar o artigo 170 da
Constituição, que dispõe ser fundamento da ordem econômica a valorização do
trabalho e da livre iniciativa, que seu fim é assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social, estabelecendo, ainda, como princípio a
função social da propriedade, a defesa do consumidor e do meio ambiente e a
redução das desigualdades regionais e sociais.
Bem como é de suma importância, destacar o artigo 421 do Código Civil de 2002,
onde traz expresso a regra da função social do contrato:
Essa nova concepção social dos contratos é entendida como um dos pilares da
teoria contratual, tem identidade com o princípio trazido pela Constituição Federal de
1988, da função social da propriedade, tendo em vista que ambos buscam a
promoção e a realização de uma justiça comutativa, sanando as eventuais
desigualdades entre os contraentes.
A função social do contrato constitui, assim, princípio moderno a ser observado pelo
intérprete na aplicação dos contratos. Alia-se aos princípios tradicionais, como os da
autonomia da vontade e da obrigatoriedade, muitas vezes impedindo que estes
prevaleçam.
Como já dito a teoria do adimplemento substancial dos contratos, não está presente
no texto do código Civil vigente, mas é fruto da aplicação de princípios gerais do
direito bem como princípios contratuais presentes no ramo do direito civil, como o da
boa-fé objetiva, da função social dos contratos, da vedação ao abuso de direito e ao
enriquecimento sem causa, tal fato é o que caracteriza esta ser ainda apenas uma
teoria, tendo em vista que sua aplicação é fruto de jurisprudências e precedentes (no
direito common law).
Sendo assim uma vez que o artigo 475 do Código Civil, afirma que a parte que se
sentir lesada pelo inadimplemento de um contrato poderá pedir a resolução do
contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo a ele nestes casos,
inclusive a exigência de indenização por perdas e danos, a teoria em destaque cria a
possibilidade de que, caso haja o inadimplemento do contrato, não seja aplicada,
impedindo a resolução do contrato. A teoria em destaque vem portanto, criar uma
exceção dentro da matéria sobre a extinção do contrato.
CONCLUSÃO
O Código Civil de 2002, trouxe em seu texto princípios de suma importância para
que ocorresse essa abertura das relações privadas, como a função social do
contrato e a boa-fé objetiva, principalmente. Esses princípios puderam proporcionar
interpretações acerca das relações contratuais, formando jurisprudências que
ampliam a aplicação dessas normas nos casos concretos.
FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito das obrigações. 4. ed. Rio
de Janeiro: Lumem juris, 2009.
FIUZA, Cézar. Direito Civil: curso completo. 16. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2013.
GARCIA, Wander. Revisão OAB : doutrina completa. 3.ed. São Paulo: Foco Jurídico,
2014.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 2: teoria geral das
obrigações. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
IHERING, Rudolf von. A luta pelo direito. 10 .ed. São Paulo: Martin Claret, 2009.
RIZZARDO, Arnaldo. Direito das obrigações. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: teoria geral das obrigações e teoria geral dos
contratos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
ANEXO A – ACÓRDÃO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS
Ementa:
SEGURO SAÚDE. CONTRATO CATIVO OU RELACIONAL. RELAÇÃO DE
DEPENDÊNCIA DESTINADA À SATISFAÇÃO DAS LEGÍTIMAS EXPECTATIVAS.
MORA RELATIVA A UMA PARCELA. PAGAMENTO DAS SUBSEQUENTES.
RENOVAÇÃO DO PLANO. RESOLUÇÃO DO CONTRATO. IMPOSSIBILIDADE
ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL. VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM.
-Forte na teoria do adimplemento substancial e na vedação ao venire contra
factum proprium, ambas balizadas pela boa fé objetiva, não é dado à operadora de
plano de saúde resolver relação contratual estabelecida durante anos, sob o
argumento de que teria sido inadimplida uma única prestação, se além de ter
aceitado fossem pagas mensalidades subseqüentes pelo filiado, procedeu à
renovação do contrato. Em tais circunstancias resta ao credor exigir o pagamento
da mensalidade respectiva, acrescida dos encargos respectivos, o que, ademais, foi
prontamente ofertado pelo contratante moroso.
ANEXO C – ACÓRDÃO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS
Ementa:
EMENTA: APELAÇÃO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. CONTRATO DE
PLANO DE SAÚDE. SERVIÇO MÉDICO-HOSPITALAR. INADIMPLEMENTO DE
PARCELA ISOLADA. EXTINÇÃO UNILATERAL. PARÂMETRO LEGAL.
PRESERVAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO. BOA FÉ. FUNÇÃO SOCIAL.
ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL.
De acordo com o art. 13, parágrafo único, inciso II, da Lei n° 9.656/1998, é vedada
"a suspensão ou a rescisão unilateral do contrato, salvo por fraude ou não-
pagamento da mensalidade por período superior a sessenta dias, consecutivos ou
não, nos últimos doze meses de vigência do contrato, desde que o consumidor seja
comprovadamente notificado até o quinquagésimo dia de inadimplência". O ônus da
prova acerca da realização regular da notificação recai sobre a operadora do plano
de saúde (precedente do STJ).
Ementa
DIREITO CIVIL. CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL PARA
AQUISIÇÃO DEVEÍCULO (LEASING). PAGAMENTO DE TRINTA E UMA DAS
TRINTA E SEISPARCELAS DEVIDAS. RESOLUÇÃO DO CONTRATO. AÇÃO DE
REINTEGRAÇÃO DEPOSSE. DESCABIMENTO. MEDIDAS DESPROPORCIONAIS
DIANTE DO DÉBITOREMANESCENTE. APLICAÇÃO DA TEORIA DO
ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL.
1. É pela lente das cláusulas gerais previstas no Código Civil de2002, sobretudo a
da boa-fé objetiva e da função social, que deve ser lido o art. 475, segundo o qual
"[a] parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não
preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por
perdas e danos".
4. Não se está a afirmar que a dívida não paga desaparece, o que seria um convite
a toda sorte de fraudes. Apenas se afirma que o meio de realização do crédito por
que optou a instituição financeira não se mostra consentâneo com a extensão do
inadimplemento e, de resto, com os ventos do Código Civil de 2002. Pode,
certamente, o credor valer-se de meios menos gravosos e proporcionalmente mais
adequados à persecução do crédito remanescente, como, por exemplo, a execução
do título.
Eyre atrasou o pagamento e Boone estava cobrando o que tinha de direito em juízo
(400 libras de renda atrasada) e Eyre alegava que a obrigação não tinha sido
cumprida por Boone, pois não garantiu o domínio sobre os bens alienados não
existindo mais escravos. Lord Mansfield julgou procedente, entendendo que o
comprador não estava dispensado de pagar o convencionado, pois distinguia em um
contrato as obrigações dependentes, chamadas de conditions e as obrigações
independentes. No caso em questão não configurava uma obrigação dependente,
ou seja, não eram clausulas essências, constituindo a própria substancia do
contrato, cujo cumprimento era imprescindível.