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Belo Horizonte
Junho 2015
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Belo Horizonte
Junho 2015
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 6
BIBLIOGRAFIA 144
6 INTRODUÇÃO
Este trabalho, de caráter e finalidade didática, tem por objetivo introduzir o aluno neste
tema, permitindo-lhe compreender a Contabilidade Aplicada ao Setor público, sua
importância, conceitos fundamentais, bem como as normas, princípios e técnicas que a esta
devem ser aplicados.
Direcionado àqueles que cursam disciplinas que tratam da contabilidade pública, este
trabalho se propõe a facilitar e enriquecer o estudo das temáticas abordadas e está
estruturado em seis seções, constituindo-se esta introdução a primeira.
Os fatos contábeis e sua escrituração no setor público constituem o escopo da seção quatro,
enquanto a seção seguinte é destinada ás demonstrações contábeis. A seguir, a seção seis
trata da programação orçametária e financeira.
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Souza Junior e Medeiros (2009, p.16) lembram que a Contabilidade “esta ligada às
primeiras manifestações humanas de necessidade social de proteção à posse e de
perpetuação e interpretação dos fatos ocorridos com o objeto material de que o homem
dispôs para alcançar os fins propostos”.
o patrimônio individual;
as entidades econômico-administrativo, com e sem fins lucrativos, entendidas como
organizações que reúnem os seguintes elementos: pessoas; patrimônio; titular; ação
administrativa; e fim determinado.
Para que atenda de fato às necessidades da entidade a informação contábil deve ser
gerencial, o que exige dessas algumas características essenciais, ou seja, implica que a
informação deve ser:
O patrimônio pode ser representado graficamente. O quadro 2.2 ilustra esta representação
gráfica.
O conjunto dos bens e direitos de uma entidade compõe o seu Ativo, as obrigações
financeiras da entidade para com terceiros representam o Passivo Exigível, enquanto a
diferença entre o valor do Ativo e do Passivo Exigível da entidade em determinado
momento constitui o seu Patrimônio Líquido. Conforme lembra Marion (2009, p.42), “O
patrimônio líquido [...] é a medida eficiente da verdadeira riqueza”.
É importante, nesse contexto, distinguir ato administrativo de fato administrativo, uma vez
que atos administrativos não são fatos contábeis, mas todo fato administrativo é um fato
contábil. Nem todo fato contábil, no entanto, é um fato administrativo. Os fatos contábeis
englobam os fatos administrativos e outros que provocam variações patrimoniais por
superveniência e insubsistências nos ativos e nos passivos. Fato contábil pode ser definido
como “[...] tudo aquilo que acontece com o patrimônio de uma empresa ou de uma
entidade; o mesmo que fenômeno patrimonial. [...] é o fenômeno estudado pela
contabilidade. O mesmo que fenômeno contábil”. (LOPES DE SÁ; LOPES DE SÁ, 1994,
p. 212). De acordo com Athar (2005, p.21) fato contábil “[...] é qualquer transação ou
evento que provocará alterações nos bens, nos direitos e nas obrigações das empresas e, a
depender das transações ou dos eventos ocorridos, poderá provocar aumentos ou
diminuições no patrimônio líquido (capital próprio) das empresas”.
Atos administrativos são, portanto, ações praticadas pela administração que não provocam
alterações qualitativa ou quantitativa no patrimônio da entidade. São exemplos a elaboração
de uma proposta de venda, contratar pessoal, digitar orçamentos, planejar a produção, entre
outros.
Fatos administrativos são ações praticadas pela administração que provocam alterações
qualitativas ou quantitativas no patrimônio da entidade, constituindo-se em fatos contábeis
e, portanto, interessam à contabilidade. De acordo com Carvalho (1942, p.6) apud Lopes de
Sá e Lopes de Sá (1994, p. 212), “chama-se fatos administrativos as funções exercidas pelo
administrador as quais tocam materialmente a riqueza administrativa”. A título de exemplo
podem ser citados os seguintes, entre outros: venda de mercadorias; pagamento de um
aluguel; e contratação de um empréstimo. Podem ocorrer fatos administrativos
permutativos, modificativos e mistos.
Quanto aos fatos administrativos mistos ou compostos combinam fatos permutativos com
fatos modificativos, ou seja, além de provocar modificações no patrimônio líquido,
aumentando-o ou diminuindo-o, provocam, concomitantemente, permuta de valores no
âmbito do próprio ativo e entre o ativo e o passivo exigível. Há, portanto fatos mistos
aumentativos (geram receita) e fatos mistos diminutivos (geram despesas). Nessa direção
estes fatos ocorrem quando:
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Observa Padoveze (2009, p. 5) que “Tudo na contabilidade gira em torno dessa equação,
que deu origem ao moderno conceito de contabilidade e das partidas dobradas [...]”.
Modificando-a, colocando-se em lados distintos da equação de igualdades os valores
positivos e os valores negativos, assim não os misturando, e passando o patrimônio líquido
para o lado direito obteve-se o que foi denominado, lembra esse autor, “equação do
equilíbrio patrimonial” (p.7), expressa da seguinte forma:
Denomina-se Ativo o lado esquerdo da equação, representado por bens e direitos, enquanto
o lado esquerdo é denominado Passivo, que inclui as obrigações e compreende o
Patrimônio líquido (denominado riqueza patrimonial).
Este autor adota o termo passivo incorporando o Patrimônio Líquido. O quadro 2.3
exemplifica a composição do patrimônio sob a ótica contábil. É relevante lembrar que as
composições do patrimônio das diversas entidades são os mais variados, encontra-se, no
entanto, elementos que são comuns a quase todos os patrimônios, como os explicitados no
exemplo.
Fonte: BLATT, Adriano. Contabilidade: para quem não entende do assunto. São Paulo:
Negócio Editora 2000, p. 48.
Esse conjunto composto pelo Ativo e Passivo (incluído o Patrimônio Líquido) recebe o
nome de Balanço Patrimonial, denominação essa que parte da idéia de equilíbrio entre
Ativo e Passivo. Trata-se de demonstrativo que mostra a posição da situação patrimonial
em dado momento. Trata-se de um relatório estático, constituindo-se uma representação
estática do Patrimônio.
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O marco que trata a contabilidade pública no Brasil de forma mais ordenada encontra-se no
dia 28 de junho de 1808, momento em que Dom João VI, por meio de alvará com força de
lei, cria o Erário Régio e institui o Conselho da Fazenda, com a finalidade de administrar,
distribuir, contabilizar e assentar o patrimônio real e os fundos públicos. Neste contexto
foram estabelecidas para esse erário normas reguladoras da escrituração contábil. Tal
documento histórico, referendado e encaminhado pelo então Ministro e Secretártio dos
Negócios do Brasil, D. Fernando José de Portugal, para aprovação de D. Joaõ VI,
normatizou a escrituração contábil pelo método das partidadas dobradas. Silva (2012, p.69)
apresenta os dizeres deste documento que se referem a este método, da seguinte forma:
Anos mais tarde, por meio do Decreto-Lei nº 2.416, de 17 de julho de 1940, foi
regulamentado um modelo padrão para a elaboração e execução de orçamentos e balanços
aplicados aos Estados e Municípios.
Outro marco relevante encontra-se no ano de 1964, quando, sob a égide da Constituição
Federal de 1946, foi editada a Lei 4.320, de 17 de março, considerado na época instrumento
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moderno. Esta lei estabeleceu normas gerais de direito financeiro para elaboração e
controle de orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal. A partir dessa norma legal é adotado o mesmo modelo de orçamento para as três
esferas de governo. Esta norma dedica capítulo específico à contabilidade pública e à
estrutura dos demonstrativos contábeis, além de tratar do exercício financeiro.
Outro fato importante foi a edição em 25 de feveriro de 1967 do Decreto-Lei nº 200. Este
dispõe sobre a organização da Administração Federal e estabelece diretrizes para a reforma
administrativa ocorrida a partir daquele ano e instituiu nos Ministérios e órgãos da
Presidência da República a Inspedtoria Geral de Finanças, com o objetivo de zelar pela
adminiostração financeira, contabilidade e auditoria dessas instituições de governo. No seu
art. 69 regulamentou, ainda, um Plano de Contas Único para a Adminsitração Direta, com o
objetivo de padronizar a Contabiliade Pública em nível federal.
Já no ano de 1986, por meio do Decreto nº 95.452, foi criada a Secretária do Tesouro
Nacional (STN), do Ministério da Fazenda, que recebeu por atribuição “Administrar os
sistemas de programação financeira, de execução orçamentária e de contabilidade pública”
(SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 2013, p.11). O Decreto nº 6.976, de 2009,
atribuiu em seu art. 7º, inciso XXIV, á STN competência para:
Pouco tempo após a criação do STN, o ano de 1988 é marcado pela promulgação, em 5 de
outubro de uma nova Constituição Federal, em vigor. Seu art. 165, §, incisos I e II,
determinou caber a Lei Complementar dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os
prazos, a elaboração e a organização do Plano Plurianuial (PPA), da Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA) e das normas de gestão
financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como as condições para o
funcionamento dos fundos. A Lei 4.3220/1964 é recepcionada com status de Lei
Complementar por esta Constituição e exerce até o presente a função exigida pela
constituição em relação à lei complementar, sem abordar, no entanto, todas as matérias
determinadas.
informações úteis sobre o patrimônio e o orçamento público, sobre atos potenciais que
possam vir a afetar este patrimônio e ainda sobre custos no setor público em atendimento
aos usuários da informação contábil (governo, parlamento, cidadãos, empresas, entidades
da sociedade civil, ertc.) evidenciando por meio destas a realidade patrimonial,
orçamentária, financeira, patrimonial e de custos relativos à gestão da coisa pública.
1
Federação Internacional de Contadores, organização mundial cujo objetivo é contribuir para o
desenvolvimento da economia internacional. É responsável pela edição das IPSAS.
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Cabe lembra, ainda, a publicação em 2012 das IPSAS, traduzidas para o português.
b) Demonstrativos contábeis:
A Contabilidade é uma ciência que, entre seus vários ramos, abriga a Contabilidade
Pública, especialização das mais complexas. Com características especiais, seu campo de
aplicação abrange todas as entidades do setor público, assim entendidas:
Neste ponto vale destacar, o que dispõe os artigos 83 e 85 da Lei 4.320, de 17 de março de
1964, inseridos em título que trata da contabilidade na administração pública, transcritos
em seguida:
Como pode ser observado, o conceito da NBC T 16 é mais amplo, no entanto, não exclui
aquele explicitado na Lei 4.320/64, de fato, são complementares.
A propósito do objeto da Contabilidade Pública, quanto aos atos que possam afetar o
patrimônio das entidades do setro público, cabe lembrar o Art. 87 da Lei 4.320/1964, que
determina o controle contábil dos direitos e obrigações com origem nos ajustes ou contratos
em que a Administração Pública faz parte, bem como o parágrafo 5º do art. 105, da mesma
lei, que determina sejam registrados nas contas de compensação os bens, valores e
obrigações que, mediata ou imediatamente, possam vir a afetar o patrimônio.
Assim, a Contabilidade Aplicada ao Setor Público, voltada ao estudo e análise dos atos e
fatos que ocorrem na Administração Pública, aplica nessa realidade as técnicas de registro e
apurações contábeis em harmonia com as normas do direito financeiro. Nesse sentido e
considerando, portanto, seus objetos, “estuda, orienta, controla e demonstra a organização
dos orçamentos e a sua execução, a movimentação do patrimônio e suas mutações e os
elementos para o processo de tomada de contas dos responsáveis por bens e valores
[públicos]” (WILKEN, 19_ ; p.23), alem dos custos da gestão dos recursos públicos e
desste patrimônio.
Para que a Contabilidade Pública cumpra seus objetivos, Silva (1988, p.149) aponta a
necessidade da observância de três requisitos que considera fundamentais, conforme
detalhado em seguida:
Também merece atenção o fato de a Contabilidade Pública, além dos normativos que
disciplinam as finanças públicas, adotar os princípios de contabilidade, ou seja, o conjunto
de regras que disciplinam a aplicação da contabilidade, adaptados, no entanto, à sua
realidade e a seus objetivos.
art. 34, que “O exercício financeiro coincidirá com o ano civil, ou seja, seu início se dará
em 1º de janeiro e o encerramento ocorrerá em 31 de dezembro, de cada ano” (BRASIL,
1964). Pertencem, portanto, ao exercício financeiro apenas as operações realizadas dentro
do ano financeiro.
Para escriturar os fatos contábeis em cada exercício, são utilizadas normas de registro
contábil, denominados regimes. O objetivo da utilização do regime contábil é orientar o
controle e o registro de tudo o que acontecer com o patrimônio. São dois os regimes
contábeis, podendo-se incluir um terceiro que combina os dois primeiros. Assim, temos:
Regime de caixa ou de gestão: por esta norma contábil são reconhecidas como
receitas do exercício aquelas efetivamente recebidas durante o exercício, e como
despesas e custos do exercício aqueles efetivamente pagos no exercício. Pelo
regime de caixa, encerrado o exercício, as receitas não recebidas e as despesas
não pagas no exercício, mesmo que estas lhes pertençam, constituirão receitas e
despesas do próximo exercício.
Nesse sentido, cabe observar o que especifica a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T
16.5, que trata do registro contábil:
Na mesma direção e corroborando com a NBC T 16.5, a portaria conjunta SOF/STN nº. 03,
de 15 de outubro de 2008 determina: “Art. 6º A despesa e a receita serão reconhecidas por
critério de competência patrimonial, visando conduzir a contabilidade do setor público
brasileiro aos padrões internacionais e ampliar a transparência sobre as contas públicas”.
(BRASIL, 2008)
Segundo Mota (2009, p.29), “Princípios são preceitos fundamentais de uma doutrina, que
orientam procedimentos e que indicam a atitude a ser adotada diante de uma realidade”. No
Setor Público observamos dois regimes distintos: um relacionado à abordagem patrimonial,
que diz respeito Regime Contábil, e o Regime Orçamentário, que se refere ao planejamento
e execução do orçamento público. Nesse sentido é constatada a aplicação de dois grupos de
princípios: os princípios contábeis, adotados na escrituração dos fatos contábeis e na
elaboração de demonstrativos relacionados ao patrimônio e suas variações e que dizem
respeito, portanto, ao Regime Contábil, e os princípios orçamentários, preceitos utilizados
na elaboração e execução dos orçamentos públicos, relacionados dessa forma ao Regime
Orçamentário. Estes princípios estão caracterizados e detalhados a seguir.
Este conselho chama a atenção para o fato de que da observância dos Princípios contábeis
depende “a precisão das informações demandadas pelos usuários e o próprio
desenvolvimento de aplicações práticas da Contabilidade” e alerta que sua “aplicação a
situações concretas deverá considerar o contexto econômico, tecnológico, institucional e
social em que os procedimentos serão aplicados”. (CONSELHO FEDERAL DE
CONTABILDADE, 2008 a, p. 21)
É importante lembrar, ainda, que todos os registros contábeis devam ser efetuados numa
única moeda, permitindo-se homogeneizar bens, direitos e obrigações de natureza variada,
através da avaliação monetária, a fim de possibilitar a acumulação de valores e sua
comparação e consequente análise das demonstrações contábeis.
Conforme Silva (1962), os princípios clássicos têm origem no ápice do Estado Liberal e
tem por fito impedir a intervenção dos governos no domínio econômico, a partir da
concepção clássica de que o orçamento público deveria limitar-se a assegurar a inexistência
de déficits fiscais, mantendo o equilíbrio entre receitas e despesas públicas e do dogma da
neutralidade das finanças públicas2. Os princípios orçamentários reforçavam, então, a
utilização do orçamento público como instrumento da fiscalização e controle democrático
do parlamento sobre as operações financeiras do governo para que estes objetivos fossem
cumpridos.
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A cobrança de tributos de particulares deve resumir-se ao estritamente necessário para a manutenção do
Estado e suas atividades mais essenciais, de forma a não interferir na conjuntura econômica.
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Totalidade
Admite a coexistência de diversos
orçamentos elaborados de forma
independente (Fiscal; Seguridade
Social; Investimento das estatais)
que, no entanto, deverão ser
consolidados de forma a tornar
possível uma visão geral do
conjunto das finanças públicas.
Exceção:
- Recursos que, em decorrência de Constituição
veto, emenda ou rejeição do projeto Federal de 1988:
de lei orçamentária anual, ficarem Art. 166,§ 8º.
sem despesas correspondentes
poderão ser utilizados, conforme o
caso, mediante créditos especiais ou
suplementares, com prévia e
específica autorização legislativa.
Ocorrendo este fato - receitas sem
despesas correspondentes – o
orçamento será promulgado e
publicado com desequilíbrio em
razão de emendas, vetos ou rejeição
da Lei Orçamentária Anual. Nesse
caso as receitas serão maiores que as
despesas.
Exceções:
- Autorização para a abertura de Constituição
créditos suplementares; Federal de 1988:
- Autorização para contratação de Art. 165, § 8º;
operações de crédito, inclusive por
Antecipação de Receita
Orçamentária (ARO).
Orçamento da
Observação: União.
- Este princípio apoia o trabalho dos
parlamentares sobre as finanças Lei nº 101/2000:
públicas; Art. 5º, inciso III.
- A Lei de Responsabilidade Fiscal
(LRF) veda a consignação de crédito
orçamentário com finalidade
imprecisa e exige especificação da
despesa.
manipulá-lo.
Observações:
- o princípio veda a inclusão das
despesas e receitas no orçamento nos
seus montantes líquidos;
- A regra permite o efetivo controle
financeiro do orçamento e
universalidade.
Observação:
- Estes dois princípios são
condição essencial do controle
financeiro pelo Poder
Legislativo.
Observações:
- Receitas de impostos vinculadas a
despesas específicas são
denominadas “despesas
obrigatórias”;
- Impostos constituem tributos
destinados à cobertura dos serviços
públicos em geral.
- Este princípio é de observância
problemática, considerando a
existência de receitas públicas
vinculadas à execução de
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determinadas despesas.
Observação:
- Este princípio subordina-se na sua
aplicação ao principio da legalidade.
Princípios orçamentários
específicos (só das - Não afetação da receita
receitas) - Legalidade da tributação
Vele enfatizar dois princípios relacionados por Silva (2009, p.184): o Princípio da
Legalidade Tributária, que conforme expressa “diz respeito às limitações que o Estado
possui quanto ao poder de tributar” (Art. 150 da Constituição Federal) e o Princípio da
Precedência, que afirma, pode ser conjugado com o Princípio da Anualidade.
“[...] resulta do fato de que a autorização prévia das despesas constitui, além de uma
faculdade, um ato obrigatório para o Poder Legislativo, que não pode deixar de
aprovar a Lei Orçamentária, já que, caso isto ocorresse, haveria paralisação dos
serviços públicos ou, então, [...] pagamentos ilegais de despesas” (SILVA, 2009, p.
195).
Conclui:
Outro princípio, além dos abordados, também se aplica ao orçamento público. Trata-se do
Princípio da transparência, esse em razão de dispositivos inseridos nos Artigos 48, 48-A e
49 da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, que entre outras coisas, determinam a
divulgação de forma ampla do orçamento público pelo governo, a publicação de relatórios
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sobre a execução orçamentária e a gestão fiscal, e ainda tornar disponível para qualquer
pessoa, informações sobre a arrecadação da receita e a execução da despesa (BRASIL.
MINISTÉRIO DA FAZENDA. SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 2013, p.8).
Nesse sentido, vale citar o art. 5º da Lei de Acesso à Informação: “Art. 5º é dever do estado
garantir o direito ao acesso à informação, que será franqueada, mediante procedimentos
objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil acesso” (BRASIL,
2011).
Segundo Kohama (2010), estes princípios são indispensáveis para que o orçamento seja:
De acordo com o Artigo 98 do Código Civil de 2002 “são públicos os bens do domínio
nacional pertencente a pessoas jurídicas de direito interno; todos os outros são particulares,
seja qual for a pessoa a que pertençam.” (BRASIL, 2002). Neste sentido, vale esclarecer
que
- bens de uso comum do povo: são bens destinados por natureza ou por lei ao
uso coletivo. São bens de uso geral da coletividade, que podem ser utilizados
por todos em igualdade de condições, sem discriminação ou consentimento
individualizado da administração. São inalienáveis enquanto mantiverem sua
destinação ou afetação a fins públicos. São exemplos: os mares, rios,
estradas, ruas e praças.
O referido código referia-se aos bens uso especial e dominicais, no entanto, e considerando
a destinação ao uso coletivo e sua inalienabilidade, os bens de uso comum do povo são
também indisponíveis.
Os bens públicos podem ser apreciados, ainda, sob aspecto jurídico. Conforme Di Pietro (
2009, p. 667),
Considerando sua afetação a fins públicos, Artigos 100, 102 e 142 do Código Civil de 2002
e o artigo 100 da Constituição Federal, preleciona Di Pietro (2009, p. 672-673), que são
características dos bens de uso comum do povo e os de uso especial “a inalienabilidade e,
como decorrência desta, a imprescritibilidade, a impenhorabilidade, a impossibilidade
de oneração”. E complementa:
afetação, (...) ato ou fato pelo qual um bem passa da categoria de bem do
domínio privado do estado para categoria de bem do domínio público.”
(Di Pietro, 2009, p. 673).
Vale destacar, também, que conforme o Art. 101 do Código Civil de 2002, “os bens
públicos não estão sujeitos a usucapião” (BRASIL, 2002 g).
Caracterizados os bens públicos, cabe ressaltar, que no âmbito do setor público, observada
a Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, mais especificamente a
NBC T 16.10 (Conselho Federal de Contabilidade, 2008),
A norma explica, ainda, que a mensuração destes bens “será efetuada, sempre que possível,
ao valor de aquisição ou ao valor de produção e construção”.
O posicionamento explicitado na NBCT 16.10, significa que, alem dos bens especiais e dos
bens dominicais, a contabilidade deve incorporar ao patrimônio público e efetivar controle
também sobre os bens de uso comum construídos com recursos da administração pública
ou que estejam sob sua responsabilidade. O controle contábil sobre tais bens permitira o
melhor acompanhamento dos custos na administração pública. Um exemplo é a
possibilidade de apuração do custo anual de manutenção de uma estrada.
a) Aspecto qualitativo
“não indaga o valor do bem, mas sua qualidade funcional, isto é, as formas
e composições qualitativas que podem adquirir na instituição, procurando
estabelecer a composição que melhor concorra para alcançar seus fins com
a máxima economicidade e produtividade.” (SILVA, 1988, p.162)
A Lei 4.320, de 17 de março de 1964, que estatui normas gerais de direito financeiro,
classifica em seu artigo 105 e respectivos parágrafos os elementos patrimoniais da seguinte
forma:
O quadro 3.4 apresenta exemplificação que considera o aspecto qualitativo dos elementos
patrimoniais das entidades públicas.
ELEMENTOS
PATRIMONIAIS DISCRIMINAÇÃO E EXEMPLIFICAÇÃO
b) Aspecto quantitativo
O Conselho Federal de Contabilidade (2008) estabeleceu por meio da NBC T 16.3 normas
para o controle contábil do planejamento desenvolvido pelas entidades do setor público,
expressos em planos hierarquicamente interligados, definindo-os como “o conjunto de
documentos elaborados com a finalidade de materializar o planejamento por meio de
programas de ações compreendendo desde o nível estratégico até o nível operacional, bem
como propiciar a avaliação e a instrumentalização do controle” (CONSELHO FEDERAL
DE CONTABILIDADE, 2008 h ).
Na administração pública brasileira estes planos são traduzidos nos seguintes instrumentos:
Em sentido amplo, Receita Pública é qualquer entrada financeira que ocorra em uma
entidade pública, ou seja, é o conjunto de recursos recebidos em tesouro público. Nesse
sentido inclui os ingressos orçamentários e extra orçamentários.
A receita pública, observado o seu fluxo econômico, compreende dois conceitos distintos e
integrados:
Trata-se da receita pública que integra o orçamento, ou seja, aquela receita consignada na
Lei Orçamentária, devidamente discriminada, em conformidade com o estabelecido na lei
que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Estas se constituem
ingressos pertencentes ao ente público e são arrecadadas apenas para aplicação em
programas e ações do governo. As receitas orçamentárias determinam o orçamento das
despesas orçamentárias.
Uma vez feita a inscrição em Dívida Ativa, é emitida a Certidão de Dívida Ativa. A lei
6.839, de 22 de setembro de 1980, conhecida como “Lei de Execução Fiscal”, no § 7º do
Art. 2º, diz que “O termo de inscrição e a certidão de Dívida Ativa poderão ser preparados e
numerados por processo manual, mecânico ou eletrônico”.
A Dívida Ativa tributária, conforme a Lei 4.320/1964 é o crédito da Fazenda Pública dessa
natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e
multas, enquanto a não tributária, observada a mesma lei, representa os demais créditos da
Fazenda Pública. Desta última são exemplos aqueles provenientes de empréstimos
compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza,
exceto as tributárias, foros, laudêmios, aluguéis ou taxas de ocupação, custas processuais,
preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições,
restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos
decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de sub-rogação de hipoteca, fiança, aval
ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais.
Quanto aos créditos em moeda estrangeira deverão ser convertidos pela taxa cambial para
compra, em moeda nacional, na data de notificação ou informação ao devedor, ou na sua
falta, na data da inscrição da Dívida Ativa, incidindo a partir da conversão, atualização
monetária e juros de mora, observados os preceitos legais relativos aos débitos tributários.
Sob o aspecto contábil a Dívida Ativa pertence ao grupo de contas a receber no Ativo e
requer procedimentos próprios para o seu registro e acompanhamento. Nesse contexto são
definidas responsabilidades distintas no âmbito do próprio ente público quanto à inscrição
desse crédito. São os seguintes:
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Observados os dispositivos legais sobre a Dívida Ativa, estes créditos devem ser
inicialmente registrados no Ativo Não Circulante, no Grupo “Realizável a Longo Prazo”,
considerando a incerteza própria de sua condição. Os créditos, no entanto, considerada a
sua expectativa de realização, podem ser enquadrados como de curto e longo prazo.
Observa-se que no Ativo Circulante devem ser registrado aqueles valores já inscritos cuja
expectativa de recebimento não ultrapasse a data de encerramento do próximo exercício.
Para o seu registro podem ser adotados dois procedimentos, considerando o nível de
controle desejado pelos gestores dos créditos inscritos em Dívida Ativa. O primeiro é
caracterizado pelo, maior detalhamento e trata os créditos de forma individualizada. Para
este procedimento são realizados lançamentos contábeis na unidade de origem do crédito e
também na unidade responsável pela apuração e certeza da Dívida Ativa e sua inscrição. O
segundo considera informações consolidadas por tipo de movimentação, tratando os valores
registrados de forma global, condensando uma grande quantidade de lançamentos
contábeis, facilitando, dessa forma, o registro.
Receitas de capital.
x 2º nível Origem Identifica a procedência dos recursos públicos, em
relação ao fato gerador dos ingressos das receitas.
x 3º nível Vinculado à origem da receita é composto por títulos
Espécie que tornam possível qualificar de forma mais
detalhada o fato gerador das receitas.
x 4º nível Rubrica Detalha as espécies de receita de forma específica.
xx 5º nível Alínea Apresenta o nome da receita pelo qual é registrada a
entrada de recursos.
xx 6º nível Subalínea Nível mais analítico da receita orçamentária.
A título de exemplo, o Quadro 3.8 mostra a codificação por natureza de duas receitas da
União: “Imposto Sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza - de Pessoa Jurídica”,
código 1.1.1.1.3.04.20 e “Taxa de Serviços de Transporte Marítimo de Passageiros”, código
1.1.2.1.40.00.
Quadro 3.8: Detalhamento das receitas de Imposto Sobre a Renda e Proventos de Qualquer
Natureza – Pessoa Jurídica e Taxa de serviços de Transporte Marítimo de Passageiros
Exemplo 1 Exemplo 2
Código Especificação Significado Código Especificação Significado
1 Categoria Receita Corrente 1 Categoria Receita Corrente
Econômica Econômica
1 Origem Receita Tributária 1 Origem Receita Tributária
1 Espécie Imposto 2 Espécie Taxa
Imposto Sobre o Taxa Pelo
3 Rubrica Patrimônio e a 1 Rubrica Exercício do
Renda Poder de Polícia
Imposto Sobre a Taxa de Serviço
renda e Proventos de Transporte
04 Alínea de qualquer 40 Alínea Marítimo de
Natureza Passageiros
20 Subalínea Pessoa Jurídica 00 Subalínea (Nível optativo)
São receitas que não integram o Orçamento público. Referem-se a créditos financeiros de
terceiros sobre os quais o estado é apenas depositário, não constituindo, portanto, renda do
estado. São valores arrecadados pelo ente público apenas para o cumprimento de exigências
contratuais pactuadas para posterior devolução, a exemplo de cauções e fianças, salários
não reclamados, consignações em folha de pagamento em favor de terceiros, retenções na
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Despesas públicas são aquelas realizadas por entidades que utilizam recursos públicos. Em
sentido amplo pode ser entendida como a totalidade dos desembolsos que ocorrem nas
entidades públicas estatais, incluindo, nesse sentido, as despesas orçamentárias, que são a
aplicação de recursos arrecadados no custeio da máquina pública e em investimentos que
permitem ao Estado cumprir suas funções, e as despesas extra orçamentárias.
Despesas orçamentárias são aquelas despesas que para realização dependem de autorização
legislativa, ou seja, não podem efetivar-se sem a existência de crédito orçamentário
correspondente autorizado em lei. Destinam-se à cobertura da manutenção e operação dos
serviços públicos, de obras e investimentos públicos. Cabe observar que a fixação do valor
da despesa no orçamento é determinada pelo orçamento da receita.
A Lei nº 4.320/1964, Artigos 58 a 70, determina serem fases obrigatórias das despesas
orçamentárias o “empenho”, a “liquidação” e o “pagamento”. Outras fases, no entanto,
podem ser consideradas e incluídas no processo de realização das despesas. Assim podem
ser relacionadas as seguintes fases da despesa:
Pagamento da despesa: é o ato pelo qual o poder público entrega ao credor a quantia
devida correspondente à despesa liquidada, recebendo a competente quitação. Este é
efetuado quando ordenado após regular liquidação da despesa.
XX XX
Órgão
Unidade Orçamentária
Orçamentária
Para mostrar como é esta classificação serão tomadas com referencia a Classificação
Institucional da União e do Estado de Minas Gerais. Nesse sentido, a Figura 3.2 mostra o
esquema de classificação institucional adotado pela União.
Natureza da Unidade
Orçamentária (Administração Direta ou
Indireta)
XX XXX
Órgão
Unidade Orçamentária
Como pode ser observado, a União utiliza para a classificação institucional cinco dígitos,
cujos significados são os seguintes:
Natureza da Unidade
Orçamentária (Administração Direta)
12 102
Órgão: Justiça Federal
Unidade Orçamentária:
Tribunal Regional da Primeira Região.
Poder: Executivo
30 202
Unidade Orçamentária:
Fundação Nacional do Índio
O Estado de Minas Gerais também apresenta sua a estrutura da Classificação Institucional a
partir de cindo dígitos, conforme ilustrado na Figura 3.5.
X .XX . X
Unidade Orçamentária
70
Para Minas Gerais são adotados os seguintes códigos para a especificação do tipo de
administração, que corresponde à Natureza do órgão:
1. 19 . 1
A Classificação Funcional, por sua vez, apresenta os objetivos mais gerais, ou seja, ou
seja o maior nível de agregação das ações de governo nos diversos setores que o integram.
Busca refletir suas atribuições permanentes visando o desenvolvimento econômico-social.
É composta por um rol de funções e sub-funções pré-fixadas que buscam agregar os gastos
públicos por área de ação governamental, nas três esferas de governo – União, Estados e
Municípios, além do Distrito Federal.
A função representa o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que
competem a ao setor público. Expressa a alocação de recursos para cumprimento de uma
política pública.
O Quadro 3.10 mostra a título de exemplo a função “Segurança Pública” e suas sub-
funções.
Como pode ser observado a estrutura desta classificação é composta por cinco dígitos,
constituindo os dois primeiros a “Função” e os três últimos a “Sub-função, conforme
mostra o esquema da Figura 3.7 e um exemplo na figura 3.8.
XX . XXX
Função: primeiro e segundo dígitos
Função: Saúde
desses problemas e nessa direção busca superar ou evitar as causas identificadas desses
problemas, além de aproveitar oportunidades que se apresentem. Deve conter, no mínimo,
além do seu objetivo, o indicador que quantifica a situação que tem por fim modificar e as
metas e serviços necessários para garantir o objetivo. A lógica para a construção de um
programa é apresentada na figura 3.9.
AÇÕES
CAUSAS
PÚBLICO-ALVO:
Cabe ressaltar que o programa é comum integrador do PPA com o Orçamento Anual. É a
partir do programa, único módulo integrador que se obtém a convergência entre as
estruturas do PPA e o Orçamento Anual.
Quanto às Operações especiais, constituem ações que não contribuem para a manutenção
das ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram contraprestação direta
sob a forma de bens ou serviços. São exemplos os proventos de inativos, a amortização de
encargos da dívida, os precatórios judiciais, participações acionárias e as contribuições a
organismos nacionais e internacionais.
X . XXX
Quadro 3.11: Codificação das ações utilizada pelo Governo Federal em 2008
Primeiro dígito Tipo de ação
1,3,5 ou 7 Projeto
2,4,6 ou 8 Atividade
0 Operação Especial
9 Ação não orçamentária: aquela sem dotação nos
orçamentos na União, mas que participa do programa.
Fonte: Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Manual técnico de
Orçamento. Versão 2008. Brasília, 2007. 152 p.
Como ilustração vale observar a ação 8.621 cujo esquema pode ser observado na figura
3.11.
74
8 . 621
Atividade
Quadro 3.12: Identificador do tipo de ação governamental para o Estado de Minas Gerais –
Projeto, Atividade e Operação Especial.
Código Especificação do tipo de ação
1 Projeto do Orçamento Fiscal
2 Atividade Meio do Orçamento Fiscal
3 Projeto do Orçamento de Investimento
4 Atividade Fim do Orçamento Fiscal
5 Ação Não-Orçamentária
6 Atividade Meio de Empresa
7 Operação Especial
8 Atividade Fim de empresa
9 Reserva de Contingência
Fonte: MINAS GERAIS. SECRETÁRIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO. Manual de revisão do PPAG 2012-2015 e da proposta
orçamentária 2013. Belo Horizonte: SEPLAG, 2012
Por fim, cabe destacar que os programas devem ser relacionados com as atribuições mais
permanentes do governo, agregadas por área de ação governamental expressas na
classificação funcional. Esquematicamente a estrutura da despesa orçamentária quanto à
classificação funcional e à estrutura programática, agregadas, podem ser observadas na
Figura 3.12 .
Figura 3.12: Estruturação da Classificação Funcional-Programática
XX. XXX. XXX. X. XXX
FUNÇÃO
SUB-FUNÇÃO
PROGRAMA
CÓDIGO NUMÉRICO DO
PROJETO, ATIVIDADE OU
OPERAÇÃO ESPECIAL
75
A Figura 3.13 apresenta o esquema da estrutura de classificação das despesas quanto à sua
natureza e a Figura 3.14 ilustra essa classificação orçamentária até o nível de sub-elemento
da despesa, considerando as despesas com vencimentos e vantagens fixas do pessoal civil.
CATEGORIA
ECONÔMICA (1º DÍGITO)
GRUPO NATUREZA DE
DESPESA (2º DÍGITO)
MODALIDADE DE
APLICAÇÃO (3º E 4º
DÍGITO)
ELEMENTO DA DESPESA
(5º E 6º DÍGITO)
SUB-ELEMENTO DAS
DESPESAS (7º E 8º DÍGITO)
3. 1. 90. 11. 01
Fiscal. Essa reserva, de acordo com a mesma lei, deve ser destinada ao atendimento de
passivos contingentes e outros risco fiscais imprevistos, a exemplo de ações judiciais em
andamento relativo a causas trabalhistas, devolução de impostos e encargos sociais não
recolhidos.
X . XX. X
Fonte de Recursos
0 . 10. 1
Recursos Ordinários
Quadro 3.16: Dotação Orçamentária da Polícia Militar de Minas gerais consignada no Orçamento Fiscal
do estado de Minas Gerais para o ano de 2014 – Código 1.25.1.06.122.701.2.001.0001.3.3.90.15.0.10.1
CÓDIGO DA ESPECIFICAÇÃO DA DESCRIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO
ORÇAMENTÁRIA
1 Tipo de Administração Pública Administração Direta
25 Unidade Institucional Polícia Militar de Minas Gerais
80
Estas despesas poderão, portanto, ser pagas por dotações específicas para esta finalidade,
classificadas no elemento de despesas “92 - Despesas de exercícios Anteriores”, entre as
despesas correntes e as despesas de capital, com crédito próprio, no orçamento respectivo,
cujo saldo seja suficiente para atendê-las, embora não processadas em época própria. O
pagamento deverá ser realizado, conforme determinação legal, sempre que possível,
obedecendo a ordem cronológica. Esta não é condição restritiva, diante da situação
excepcional, considera-la, no entanto, significa observar Esta sendo observar o princípio
constitucional da isonomia.
São três as hipóteses em que poderão ser pagas despesas à conta de Despesas de exercícios
Anteriores:
Refere-se a despesa cuja inscrição como “Restos a Pagar” tenha sido cancelada, mas
vigente o direito do credor. Vigente este direito, caso o credor vier a reclamar no
futuro, poderá ocorrer o reempenho da despesa à conta da Dotação “Despesas de
Exercícios Anteriores.
Como pode ser observado, três são os requisitos básicos para o pagamento de despesas à
conta da dotação orçamentária “Despesas de Exercícios Anteriores”:
Este dispositivo da LRF busca coibir a transferência de dívidas constituídas no último ano
de mandato de um governante para o seu sucessor a cada virada de mandato. Para escapar
desse dispositivo, pode acontecer que mandatários em fim de mandato cancelem os
empenhos emitidos, de forma a deixar no último ano do mandato apenas aqueles que
tenham disponibilidade financeira suficiente. Atendem dessa forma o dispositivo da LRF,
no entanto, os valores cancelados e não pagos terão que ser saldados no ano seguinte à
conta da rubrica “Despesas de exercícios Anteriores” para os quais existem dotações
próprias. O empenho correspondente à dívida foi cancelado, sabendo-se da inexistência de
disponibilidades financeiras suficientes. Assim, o novo mandatário somente saberá da
dívida quando o fornecedor requerer o pagamento pela realização do fornecimento. Este
tipo de prática deve ser abolida.
mesmo artigo, permite, no entanto, que o pagamento seja realizado, em casos excepcionais,
por meio de adiantamentos, o que nos remete ao seu art. 68, transcrito a seguir:
O objetivo para este tratamento especial por meio do suprimento de fundos ou Regime de
Adiantamento é o de simplificar o processamento de despesas de pequeno porte, urgentes
ou de caráter sigiloso que ocorrem durante a execução do orçamento anual. Trata-se,
portanto, de Regime de Execução simplificado para despesas.
O servidor que recebe suprimento de fundos para realização de despesas deve prestar
contas da aplicação do numerário recebido, no prazo estabelecido para esta finalidade. Caso
não preste contas, o ordenador de despesas deverá providenciar tomada de contas, processo
por meio do qual o servidor responsável por adiantamento, que não prestou contas
voluntariamente da utilização do numerário que lhe foi entregue à conta de adiantamento, é
obrigado a fazê-lo ou devolver o valor aos cofres públicos. Após concluída a tomada de
contas o ordenador de despesas deverá encaminha-la ao Tribunal de contas para aplicação
das penalidades previstas.
Observa-se, ainda, que a aprovação da prestação de contas pelo ordenador de despesas, com
irregularidades, torna-o corresponsável pelos danos causados ao erário, pelos quais
responde juntamente com o servidor que recebeu adiantamento. Assim, deve o ordenador
86
Cabe destacar, ainda, que as normas legais vigentes determina que nenhum adiantamento
poderá ser concedido a servidor que se encontrar nas seguintes condições:
87
Os Restos a Pagar não processados são aqueles cujas despesas, legalmente empenhadas,
não cumpriram o estágio da liquidação, encontrando-se, vigente o prazo para execução do
objeto contratado com a Administração ou o serviço prestado ou material foi entregue,
encontrando-se o direito adquirido pelo credor entanto em fase de verificação.
A inscrição em Restos a Pagar não processados deve ser precedida de verificação para a
identificação de empenhos que devam ser anulados em razão de restrições para sua
inscrição em virtude de normas do ente que procederá a inscrição.
88
Para se proceder a inscrição dos Restos a Pagar é necessário que seja observada a
disponibilidade financeira e condições que de algum modo possam afetar as contas públicas
ou ensejam correção de desvios que possam afetar o equilíbrio das contas públicas.
A despesa pública para ser executada, necessita ser previamente autorizada por autoridade
competente que responda pelos recursos do Estado. Essa autoridade é o ordenador de
despesas.
O ordenador de despesa é, então, toda e qualquer autoridade de cujos atos resultem emissão
de empenho, autorização de pagamento, adiantamento ou dispêndio de recursos públicos
pelos quais responda. Pode ser primário e secundário.
De acordo com Casarotto (2006) o ordenador de despesas primário é aquele nomeado pelo
chefe do Poder Executivo que terá como seu encargo o orçamento da entidade
administrativa direta ou indireta que lhe é subordinada. “Assumem a gerência da execução
orçamentária em suas grandes áreas de atuação”, como saúde, educação, segurança pública,
entre outras, lembra a autora. Observa, no entanto, “ser tal tarefa Hercúlea, impossível de
uma pessoa, fisicamente, suportar e cumprir, ao que soma, ainda, a necessidade de possuir
conhecimentos específicos e complexos em finanças públicas”. Assim, utilizando-se de seu
poder discricionário, o ordenador primário designa por meio de ato administrativo
individual (portaria) um ordenador de despesas secundário. Esse é, portanto,
Para ser legalmente um ordenador de despesa é necessário ser pessoa física investida na
administração pública por meio de concurso público (portanto ocupante do cargo público
permanente), provida em cargo em comissão, assessoramento ou função gratificada.
Não é titulo de cargo e, considerando a natureza da função que exerce, é inscrito como
ordenador de despesa junto aos órgãos responsáveis pela gestão do sistema financeiro da
entidade e também junto ao Tribunal de Contas no que é denominado “Rol de
responsáveis”. Sua exoneração da função, no entanto, cabe lembrar, não implica
exoneração de responsabilidade pelas omissões e atos que praticou, uma vez que dependem
do julgamento do Tribunal de Contas. Sujeita-se a procedimentos de tomadas de contas
organizadas pelos órgãos de controle interno e externo da administração pública,
respondendo por eventuais irregularidades ou malversação de recursos públicos.
89
ordenar despesa;
zelar pela regularidade formal do processamento da despesa;
atendimento ao interesse público.
Vale lembrar que ordenar despesa significa dar fiel cumprimento à vontade da sociedade
manifestada na Lei Orçamentária Anual (LOA), na Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) e
no Plano Plurianual. Três princípios básicos devem ser observados pelo ordenador de
despesas:
AGUIAR, Afonso Gomes. A Lei 4.320 comentada ao alcance de todos. Fortaleza: UFC, casa de José de
Alencar, 1999
90
Alei 4.320/1964, exige em seu Artigo 46, que seja expressamente declarada no ato de
abertura do crédito adicional a importância do crédito, a espécie deste crédito e a
classificação da despesa orçamentária. Deve ser informado, ainda, o número da lei que
autorizou a abertura deste crédito.
A mesma lei, em seu Art. 41, classifica os créditos adicionais da seguinte forma:
Suplementares: destinados a reforço de dotações orçamentárias previstas na Lei
Orçamentária Anual (LOA), no entanto, insuficientes para atenderem aos
dispêndios que deverão ser realizados. Estes créditos são autorizados em lei,
podendo esta autorização ser incluída na própria Lei Orçamentária e aberto por
decreto do Poder Executivo. A inclusão nesta lei para a sua abertura é uma exceção
ao rprincipio da Exclusividade, conforme explicitado no Art. 165, § 8º da
Constituição Federal.
Quanto à indicação de recursos hábeis a utilizar para abertura desses créditos adicionais, o
objetivo é não prejudicar o equilíbrio do orçamento em execução. Observados a Lei
4.320/1964, Art. 43 §1º, o Art. 166, § 8º da constituição Federal e a Portaria Interministerial
nº 163, de 4 de maio de 2001, Art. 8º, são os seguintes os recursos compensatórios hábeis a
utilizar:
Superavit financeiro: valor apurado no balanço patrimonial do exercício anterior,
que representa diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro,
conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações
de crédito a eles vinculadas (Lei 4.320/1964, Art. 43 § 1º).De forma simplificada
este cálculo é feito da seguinte forma:
Cáculo do Superávit Financeiro:
Ativo Financeiro 500,00
(-) Passivo Financeiro (300,00)
Saldo I 200,00
(-) Créditos Adicionais reabertos (100,00)
Saldo II 100,00
(+) Operações de crédito vinculadas aos créditos adicionais reabertos
ainda a realizar
10,00
(=) Superavit Financeiro 110,00
93
Excesso de arrecadação: saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês, entre
a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se ainda a tendência do exercício
(Lei 4.320/1964, Art. 43 § 1), excluído o valor dos créditos extraordinários abertos
no exercício.
Anulação total ou parcial das dotações orçamentárias: também previsto na Lei
4.320/1964, Art. 43 § 1º, trata-se da redução de parte de uma dotação orçamentária
consignada na LOA ou em créditos adicionais ou de toda ela. Estas dotações já
autorizadas têm cobertura financeira, anulando-as ou reduzindo-as, parcial ou
integralmente, são geradas sobras de recursos que são então reaproveitadas para
novos créditos adicionais abertos. Os valore de anulação devem ser indicados no ato
que abre o crédito.
Operações de crédito: recursos provenientes de empréstimos e financiamentos
contraídos e autorizados por lei (Lei 4.320/1964, Art. 43).
Reserva de contingência: dotação global não especificamente destinada a
determinado programa ou unidade orçamentária. (Decreto – Lei 200/1967, de 25 de
fevereiro de 1967, modificado pelo Decreto - Lei 900, de 29 de setembro de 1969;
Decreto – Lei 1763, de 16 de janeiro de 1980; Portaria Interministerial nº 163, de 4
de maio de 2001, art. 8º). As Reservas de Contingência devem ser incluídas na
LOA, observado o que determina a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), que
definirá sua utilização e montante, tomando como base para o seu cálculo a Receita
Corrente Líquida.
Recursos que em razão de veto emenda ou rejeição do projeto de Lei Orçamentária
não tiveram despesas correspondentes ( Constituição Federal, Art. 166 § 8º).
não dependem de recursos hábeis para sua abertura em razão da motivação para
a qual são abertos e serão utilizados os recursos orçamentários à sua conta;
não dependem de prévia autorização legislativa;
somente poderão ser abertos após declaração pelo Poder Executivo, com
exposição justificada, de estado de calamidade ou de outra natureza idêntica;
somente podem ser usados para tipos de despesas para as quais foram abertos.
Determina a Lei 4.320/1964, em seu Art. 46, que o “ato que abrir crédito adicional
indicará a importância, a espécie do mesmo e a classificação da despesa, até onde for
possível” (BRASIL, 1964).
Sobre a vigência dos créditos adicionais, determina o Art. 45 da Lei 4.320/1964 que
estes “[...]terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos, salvo
expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.”
(BRASIL, 1964). Assim, os créditos suplementares tem vigência restrita ao exercício
financeiro em que forem abertos, independentemente do mês em que forem abertos, e
tem vedada sua prorrogação. Saldos restantes dos créditos suplementares serão
considerados economia orçamentária. Para os créditos especiais e extraordinários, no
entanto, determina a Constituição Federal em seu Artigo 167, § 2º que
“Terão vigência no exercício financeiro em que autorizados, salvo se
o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses
daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites dos seus saldos,
serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro
subsequente” (BRASIL, 1988, p.93).
Quadro 4.2: Classificação dos fatos contábeis na contabilidade aplicada ao setor público –
tipos, origem e exemplificação.
Tipos fatos Origem e exemplificação
contábeis Origem Exemplificação
- Previsão da receita orçamentária
- Dotação inicial da despesa
Orçamentários orçamentária;
- Abertura de créditos adicionais;
Ato - Emissão de empenho.
administrativo - Assinatura de contratos;
Não orçamentários - Celebração de convênios;
- Concessão de avais e fianças;
- Caução em títulos.
Orçamentários - Arrecadação de receita orçamentária;
- Liquidação de despesa orçamentária.
- Recebimento de um bem por doação;
Fatos Não orçamentários - Baixa do estoque no almoxarifado por
administrativos consumo.
Ao tratar das transações que envolvem valores de terceiros, a NBC T 16.4 conceitua-os
como “aquelas em que a entidade do setor público responde como fiel depositária e que não
afetam o seu patrimônio líquido”, determinando que “estas devem ser demonstradas de
forma segregada” (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDE, 2208 i).
Cabe ressaltar o Art. 87 da lei 4.320/1964 em seu Art. 87, que determina: “Haverá controle
contábil dos direitos e obrigações oriundas de ajustes ou contratos em que a administração
for parte”. Outra determinação encontra-se no art. 106, da mesma lei, que devem ser
registrados nas contas de compensação os bens, valores, obrigações e situações que mediata
ou indiretamente possam vir a afetar o Patrimônio. (BRASIL, 1964).
Os registros contábeis devem ser feitos de forma analítica, refletindo a transação constante
em documento hábil, em consonância com os Princípios de Contabilidade, constituindo-se
elementos essenciais para sua efetivação, conforme especifica o Conselho Federal de
Contabilidade (2008 c):
Toda a escrituração deve ser realizada em livros contábeis, destacando-se o “Diário Geral”
e o “Razão”. Estes devem ficar à disposição dos usuários e dos órgãos de controle, na
unidade contábil, no prazo estabelecido em legislação específica.
Por este método, considerada a ótica estritamente financeira, não há origem sem aplicação
correspondente ou aplicação sem origem que corresponda. Significa que a todo débito
(aplicação) corresponde um crédito (origem) de mesmo valor ou, para cada crédito
(origem), corresponde um débito de igual valor.
Silva e Tristão (2009) referem-se ao método das partidas dobradas como simples e
engenhoso e explicam-no, utilizando este conceito de “origem” e “aplicação”, da seguinte
forma:
Trata-se, portanto, de uma estrutura ordenada e sistematizada das contas utilizadas por uma
entidade, destinados a servir de guia e modelo para escriturar e demonstrar os fatos
patrimoniais. No setor público inclui também contas para o registro e evidenciação dos
fatos relativos ao planejamento e execução orçamentária, atos de gestão que possam afetar
o patrimônio, bem como contas que permitam evidenciar custos da gestão dos recurso
públicos e do patrimônio. A partir do plano de contas são normalizados os registros
contábeis. Adequadamente organizado é um conjunto estruturado nas seguintes partes:
102
elenco das contas: é a relação de contas pelos seus títulos agrupados. Especifica
cada conta e é a parte fundamental da qual derivam as demais partes, também
chamado de estrutura do plano. O título da conta é a palavra ou designação que
identifica o seu objeto, a razão pela qual foi aberta e a classe de valores que registra.
unção das contas: trata-se da explicação do que é registrado em cada conta, para que
serve a conta, qual papel desempenha na escrituração. Explica a razão da existência
da conta, o papel que desempenha na escrituração.
Código das contas: refere-se ao conjunto ordenado de números que torna possível a
identificação de cada conta que integra o plano de contas de uma entidade.
Quadro 4.3: Estrutura do Plano de Contas Aplicado ao setor Publico e informações oferecidas
Informação oferecida
Subsistema de Classes de Contas por natureza da Informação Informação
Informações oferecida
Informações de Natureza Patrimonial
1 - Ativo 2 - Passivo
Patrimonial 1.1 - Ativo Circulante 2.1 - Passivo Circulante Situação do
1.2 - Ativo não Circulante 2.2 - Passivo não Circulante Patrimônio
2.3 - Patrimônio Líquido da entidade
As classes apresentadas no Quadro ---, têm a seguinte conceituação dada pelo PCAS:
XX . X. XXX
52 . 0. 314
Liquidação de obrigações
Deve ser ressaltado, ainda, que além da obrigatoriedade da realização dos registros
contábeis pelo método das partidas dobradas, os lançamentos devem ocorrer a partir de
débitos e créditos em contas representativas da mesma natureza de informação, ou seja, os
lançamentos contábeis estarão fechados dentro das classes de contas a que pertence cada
classe de contas. Assim, os lançamentos ocorrerão da seguinte forma:
Lançamentos de natureza patrimonial: apenas debitam e creditam contas das classes
1, 2, 3 e 4;
Lançamentos de natureza orçamentária: apenas debitam e creditam contas de classes
5 e 6;
106
Como explicado, receita pública, em sentido amplo, é toda e qualquer entrada em tesouro
público, o que inclui tanto receitas orçamentárias, quanto receitas extra-orçamentárias.
Nesse sentido, receitas orçamentárias são todas as receitas arrecadadas que não
constituam entradas compensatórias no ativo e no passivo financeiro. Estas observam o
regime de caixa, conforme expresso no Art. 35, Inciso I da Lei nº 4.320/1964, que
determina pertencerem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas. Assim, as
receitas são reconhecidas sob a ótica orçamentária, no momento da sua arrecadação, isto é,
no momento em que ocorre a entrada dos recursos financeiros em caixa.
Por outro lado, temos a Receita Contábil, que nem sempre tem origem em uma receita
orçamentária e observa para o seu reconhecimento o Princípio Contábil da Competência, ou
seja, considera a ocorrência do fato gerador da receita. Quanto ao reconhecimento da
Receita Contábil, temos as seguintes situações:
Receita Contábil que não é Receita Orçamentária: nesta situação ocorre o fato
gerador da receita contábil, não ocorrendo, ainda, o recebimento em caixa da receita
orçamentária, ou seja, não ocorreu a arrecadação da receita. Exemplo são tributos a
receber, como o Imposto Sobre a Propriedade Territorial Urbana (IPTU) e o
Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), registrados em
contas patrimoniais, independentemente do recebimento do seu valor em caixa.
Estes tributos a receber são registrados no momento em que ocorre o seu
lançamento tributário. O valor deste crédito a receber provoca uma variação
patrimonial aumentativa. Tomando como exemplo o lançamento do IPTU, o
Registro contábil deverá ser o seguinte:
Debito: 1.1.2..2.x.xx.xx – Créditos Tributários a receber
Crédito: 4.1.1.2.x.xx.xx – Imposto Sobre o Patrimônio e renda
Despesa Contábil que não é Despesa Orçamentária: nesta situação ocorre o fato
gerador da despesa contábil, não ocorrendo, no entanto, liquidação de empenhos.
Um exemplo são as despesas com depreciação e a requisição de material ao
almoxarifado, para consumo. O registro é realizado em contas de natureza de
informação patrimonial.
- Para registro da requisição de material de consumo ao almoxarifado:
Debitar: 3.3.1.1.1.01.xx – Consumo de Material
Creditar: 1.1.5.6.1.01.XX – Almoxarifado – Material de Consumo (P)
Lançamento 2:
Debitar: 6.2.2.1.3.01.xx.xx – Crédito Empenhado a Liquidar
Creditar: 6.2.2.1.3.02.xx.xx – Crédito Empenhado em Liquidação
Quando o fato gerador ocorre depois do empenho e antes da liquidação: para esta
situação a transferência do saldo da conta “Crédito Empenhado a Liquidar” ocorrerá
de forma isolada, no momento em que o fato gerador da obrigação patrimonial
ocorrer, após o empenho da despesa e antes da sua liquidação. Na execução
orçamentária, o controle “em liquidação” representa, nesta situação, o fato gerador
de tal obrigação. Um exemplo é o recebimento de material permanente antes do
teste, como computadores. Teremos neste caso os seguintes registros contábeis:
- Quando do empenho da despesa:
Debitar: 6.2.2.1.2.x.xx.xx – Crédito disponível
Creditar: 6.2.2.1.3.01.xx – Crédito empenhado a Liquidar
Todos os registros contábeis relativos aos créditos adicionais são realizados em contas de
natureza de informação orçamentária
5 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A Norma Brasileira de Contabilidade aplicada ao setor púbico que trata das demonstrações
contábeis define demonstração contábil para o setor público como “A técnica contábil que
evidencia, em período determinado, as informações sobre os resultados alcançados e os
aspectos de natureza orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio de
entidades do setor público e suas mutações” (CONSELHO FEDERAL DE
CONTABILIDADE, 2008 f).
A mesma norma inclui como demonstrações contábeis das entidades definidas no campo da
contabilidade aplicada ao setor público as seguintes peças: Balanço patrimonial (BP);
Balanço Orçamentário (BO); o Balanço Financeiro (BF), a Demonstração das Variações
Patrimoniais (DVP); a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e Demonstração ds
Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). Observa ainda essa norma que tais
demonstrações devem ser acompanhadas por anexos, por outros demonstrativos exigidos
por lei e pelas notas explicativas. Lembra que as demonstrações contábeis apresentam
informações extraídas dos registros e dos documentos que integram o sistema contábil da
entidade.
Ao término de cada exercício financeiro as entidades do setor público devem publicar suas
demonstrações contábeis, disponibilizando-as para a sociedade.
A Lei 4.320/1964, em seu Art. 101, determina que “os resultados gerais do exercício serão
demonstrados no balanço orçamentário, no balanço financeiro, no balanço patrimonial, na
demonstração das variações patrimoniais” (BRASIL, 1964), segundo anexos cujo modelo
define, motivo pelo qual esses demonstrativos serão enfatizados. Além desses, foram
incluídos novos demonstrativos para o setor público, conforme a NBC T 16. 6 (Resolução
nº 1.33/200) e alterações dadas pelas Resoluções CFC nº 1.268/2013 e nº 1.437/2013,
editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade, e o MPCASP, editado pela STN. Estes
são os seguintes: Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); e Demonstração das Mutações
do Patrimônio Líquido (DMPL). Integram, ainda, as demonstrações contábeis as “Notas
Explicativas”. Inicialmente também era exigida para o setor público a Demonstração de
Resultados, que deixou de sê-lo, no entanto, de acordo com a Resolução CFC nº
1.437/2013, que altera a NBC T 16.6 e a Portaria da STN 438/2012 – Art. 1, que exclui o
Anexo 20, relativo à DRE, do conjunto dos demonstrativos contábeis exigidos para a
Administração Pública. Cabe observar que os anexos da Lei 4.320/1964 foram alterados
pela Portaria nº 655, de 30 de novembro e 2010, editado pela STN, com alteração posterior
por nova portaria, a de número 438, de 12 de julho de 2012, que revogou a Portaria
655/2010.
118
Conforme Sanches (1997, p.33), balanço pode ser definido como “demonstrativo contábil
que indica, num determinado momento, a situação do orçamento, patrimônio e finanças de
uma instituição” e observa que
O Balanço Orçamentário (Anexo A) tem por finalidade demonstrar “As receitas e despesas
previstas em confronto com as realizadas” (BRASIL, 1964), ou seja, apresenta de forma
resumida as operações de receita e despesa relacionadas com as atividades da entidade e
que transitam pelo orçamento. Conforme a Lei 4.320/1964 este Balanço deverá vir
acompanhado dos seguintes anexos:
- Anexo 1: Demonstração da receita e despesa segundo as categorias
econômicas;
- Anexo 6: Programa de trabalho;
- Anexo 7: Programa de trabalho de governo. Demonstrativo de funções,
programas e subprogramas conforme o vínculo com os recursos;
- Anexo 8: Despes por funções, programas e subprogramas para projetos e
atividades;
120
Total
122
Nessa direção, o MCASP explica que o Balanço Orçamentário “Em sua estrutura, deve
evidenciar as receitas e as despesas orçamentarias por categoria econômica, confronta o
orçamento inicial e as suas alterações com a execução, demonstrar o resultado orçamentário
e discriminar: 9ª) as receitas por fonte 9espécie), e (b) as despesas por grupo de natureza”
(BRASIL. SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 2012).
A classe e grupos de contas do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público que devem ser
utilizadas para a elaboração do balanço Orçamentário são os seguintes:
abril de 2006, tem por objetivo identificar as receitas decorrentes das operações intra-
orçamentárias, a fim de possibilitar a eliminação de dupla contagem no levantamento de
balanços e demais demonstrações contábeis. E não constituem novas categorias econômicas
da receita, mas especificações das categorias econômicas “corrente” e “de capital”. São
utilizadas as seguintes codificações para estas receitas:
Cabe alertar que podem acontecer situações de desequilíbrio entre previsão atualizada da
receita e dotação atualizada no Balanço Orçamentário. Esta pode ser decorrência de dois
fatos específicos:
Temos assim, no início do exercício, equilíbrio entre receitas previstas e despesa fixada.
Iniciada a execução orçamentária, ocorrendo superávit financeiro de exercícios anteriores,
haverá recursos para a abertura de créditos adicionais.
124
O equilíbrio entre Receita Prevista e Despesa Fixada no Balanço Orçamentário pode ser
verificado, sem influenciar o seu resultado, da seguinte forma: “Somando-se os valores da
linha total e da linha de exercícios anteriores, constante da coluna prevista atualizada, e
„confrontando-se esse montante com o total da coluna dotação atualizada”.
Observado o Art. 103, da Lei 4.320/1964, o Balanço Financeiro “[...] demonstrará a receita
e a despesas orçamentárias, bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extra
orçamentária, conjugados com os saldos em espécies provenientes do exercício anterior, e
os que se transferem para o exercício seguinte”. Parágrafo único deste mesmo artigo,
determina que os restos a pagar do exercício serão computados na Receita Extra-
orçamentaria, com o objetivo de compensar sua inclusão na Despesa Orçamentária.
FFF ORÇAMENTÁRIOS
Na INGRESSOS
EXTRA-ORÇAMENTÁRIOS
+
FINANCEIRO
FFF
ORÇAMENTÁRIOS
DISPÊNDIOS
EXTRA-ORÇAMENTÁRIOS
+
Quanto ao Saldo em Espécie Anterior, representa o somatório dos saldos das contas do
subgrupo “Caixa e Equivalentes de Caixa”, bem como das entradas compensatórias no
Ativo e Passivo Financeiro do exercício anterior nos termos do parágrafo único do Art.
3º da Lei 4.320/1964:
Conforme definição apresentada na NBC T 16.6, com redação dada pela Resolução
CFC nº 1.268/2009, “A Demonstração das Variações Patrimoniais evidencia as
variações quantitativas, o Resultado Patrimonial e as Variações qualitativas decorrentes
da execução orçamentária”.
A DVP (Anexo C) é parte integrante do Balanço Patrimonial, mesmo para sua adequada
compreensão. Esta apura o resultado do exercício, que é levado para o Balanço
patrimonial, integrando o saldo patrimonial. Informa e explica as alterações efetivas
sofridas pelo Patrimônio durante o exercício.
Esta não se dispõe a evidenciar o desempenho do setor público, cuja função é prestar
serviços à sociedade utilizando, de forma eficiente, o Patrimônio, mas sim apresentar as
alterações provocadas neste durante o exercício, decorrentes da sua gestão.
A Portaria STN nº 437/2012, explicita em seu Art. 2º, parágrafo único, que:
O antigo Anexo 15da Lei 4.320/1964 foi atualizado pela Portaria STN nº 438/202. No
novo modelo, a partir da adoção do Regime de Competência para reconhecimento das
variações patrimoniais, a Demonstração das variações Patrimoniais passa a convergir
com as normas internacionais e a ser estruturado a partir das seguintes variações
patrimoniais:
129
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), Anexo E, foi instituída para o setor
público em 21 de novembro de 2008, com a finalidade da de evidenciar a posição
financeira a curto prazo, com o fito de permitir tomada de decisão no futuro. Fornece
132
“A Demonstração dos Fluxos de Caixa permite aos usuários projetar cenários de fluxos
futuros de caixa e elaborar análise sobre eventuais mudanças em torno de capacidade de
manutenção de regular financiamento dos serviços públicos.” (CONSELHO FEDERAL
DE CONTABILIDADE, 2008). De acordo com o pronunciamento técnico CFC 03, de
2008 que trata da DFC, as informações dos fluxos de caixa de uma entidade são úteis
para proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a
capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como suas
necessidades de liquidez. A DFC permite a “avaliar a capacidade de a entidade gerar
caixa e equivalentes de caixa, bem como da época e do grau e segurança de geração
destes recursos. De acordo com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis,
• CAIXA
COMPREENDE NUMERÁRIO EM ESPÉCIE E DEPÓSITOS BANCÁRIOS
DISPONÍVEIS
• FLUXO DE CAIXA
SÃO AS ENTRADAS E SAÍDAS DO CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA
Quanto à elaboração da DFC, esta pode ser elaborada com base nos métodos direto ou
indireto , evidenciado as movimentações ocorridas no caixa e seus equivalentes,
durante o exercício, em três fluxos, conforme segue:
( a ) das operações
( b) dos investimentos
( c ) dos financiamentos
Pelo método direto o fluxo dos recebimentos e dos pagamentos do período são
demonstrados a partir das contas que representam disponibilidades financeiras,
separando os recebimentos menos os pagamentos por tipo de fluxo.
Estes métodos se diferenciam quanto ao fluxo de caixa das operações. Os demais fluxos
são demonstrados da mesma forma nos dois métodos. O método utilizado pela entidade
deve ser informado em notas explicativas.
Patrimônio Líquido com a divulgação, em separado, dos efeitos das alterações nas
políticas contábeis e da correção de erros”. Outro dispositivo importante é a Portaria nº
438/2012, da STN, que aprova e altera anexos da lei 4.320/1964, inclusive o anexo 19,
referente a DMPL, e revoga a portaria STN nº 665/2010.
Vários são os motivos que levam as contas que formam o Patrimônio Líquido a sofrer
variações:
Quanto à estrutura, a DMPL evidencia a movimentação que ocorreu nas contas que
compõe o Patrimônio Líquido durante o exercício, e indica:
“art.4º [...]
[...]
PATIMÔNIO LÍQUIDO
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
<ANO DE REFERÊNCIA>
PATRIMÔNIO LÍQUIDO < ANO 2 > % < ANO 3 > % < ANO 4 > %
PATRIMÕNIO /CAPITAL
RESERVAS
RESULTADO ACUMULADO
TOTAL
REGIME PREVIDENCIÁRIO
PATRIMÕNIO LÍQUIDO < ANO 2 > % < ANO 3 > % < ANO 4 > %
PATRIMÔNIO /CAPITAL
RESERVAS
LUCROS OU PREJUIZOS
ACUMULADOS
TOTAL
Fonte: BRASIL. SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Manual de Demonstrativos Fiscais. 5. Ed. STN,
2012, p.83.
A lei de Reponsabilidade Fiscal determina em seu Art. 51, que o “poder executivo da
união promoverá, até trinta dias de junho, a consolidação, nacional e por esfera de
governo, das contas dos entes da federação relativas ao exercício anterior, e a sua
divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público”.
O plano de contas aplicado ao setor público (PCASP) em sua estrutura indica as contas
obrigatórias e facultativas a serem utilizadas por todos os entes, apresentando o nível de
detalhe necessário e satisfatório à consolidação nacional. Sua estrutura de contas
permite a segregação dos valores gerados a partir de transações que serão incluídas e as
que serão excluídas na consolidação, ou seja, saldo de transações intra e inter orçamento
fiscal e da seguridade social. Isto é possível pela criação no PCASP de um mecanismo
para a segregação de valores que serão incluídas e excluídas na consolidação. Trata-se
da utilização do 5º nível - subtítulo – das classes 1, 2, 3 e 4 do PCASP para identificar
os saldos recíprocos nas contas de natureza patrimonial.
140
A Lei nº 4.320/1964 estabelece em seu Art. 47 que “imediatamente após promulgada a Lei
Orçamentária e com base nos limites fixados, o Poder Executivo aprovará um quadro de
cotas trimestrais da despesa a que cada unidade orçamentária fica autorizada a utilizar”
(BRASIL, 1964)
Restos a Pagar, mesmo aqueles não processados, com previsão para a efetivação
do implemento de condição, e consequentemente, para pagamento.
não utilização de recursos por motivos justificáveis. Nesse caso a diferença não
utilizada passará a compor o montante da programação do período seguinte.
BIBLIOGRÁFIA
BLAT, Adriano. Contabilidade: para quem não entende do assunto. São Paulo:
Negócio Editora, 2000.
BRASIL, Lei nº 10406, de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 11 de janeiro de 2002.
CARVALHO, Carlos de. Estudos de Contabilidade, 9ª Ed., 1957, São Paulo, volume
1, p.9 APUD Ferreira, Ricardo J. Contabilidade Básica: finalmente você vai aprender
contabilidade, 7ª Ed, Rio de Janeiro: Ed. Ferreira, 2009, p.95.
CARVALHO, Carlos de. Tratado elementar de contabilidade, 14ª Ed., 1942, p.6,
APUD Lopes de Sá; A; Lopes de Sá, Ana M. Dicionário de Contabilidade, 9ª edição.
São Paulo Atlas, 1994, p.212.
CRUZ, Flávio Cruz; VICCARI JÚNIOR, Adanto et al. Lei de Responsabilidade fiscal
Comentada: Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. São Paulo: Atlas, 2011
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 22ª Ed. São Paulo: Atlas,
2009.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2012.
FAVERO, Hamilton Luiz et al. Contabilidade: teoria e prática, v. 1. 6ª. ed. São Paulo:
Atlas, 2011.
LIMA, Diana Vaz dee; SANTANA, Cláudio Moreira; GUEDES, Marianne Antunes. As
normas brasileiras de contabilidade aplicada ao setor público e a legislação contábil
pública brasileira: uma análise comparativa á luz da teoria contábil. Contabilidade,
gestão e governança. Brasília, v. 12, p. 15-23, mai/ago, 2009.
REIS, Heraldo da Costa; MACHADO JR, J. Teixeira. A Lei 4.320 comentada e a Lei
de Responsabilidade Fiscal. Rio de Janeiro: Lumenjuris, 2010.
149
SILVA, Valmir Leôncio da. A nova contabilidade aplicada ao setor público: uma
abordagem prática. De acordo dom as novas normas de contabilidade aplicadas ao setor
público e os manuais editados pela STN. São Paulo: Atlas, 2012.
150
ANEXO A
BALANÇO ORÇAMENTÁRIO
RECEITAS CORRENTES
RECEITA TRIBUTÁRIA
RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES
RECEITA PATRIMONIAL
RECEITA AGROPECUÁRIA
RECEITA INSDUSTRIAL
RECEITA DE SERVIÇOS
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
ALIENAÇÃO DE BENS
AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
BALANÇO ORÇAMENTÁRIO
REFINANCIAMENTO ( II )
OPERAÇÕES DE CRÉDITO INTERNAS
OPERAÇÕES DE CRÉDITO EXTERNAS
DÉFICIT ( IV )
TOTAL ( V ) = ( III + IV )
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS DOTAÇÃO DOTAÇÃO DESPESAS DESPESAS DESPESAS PAGAS SALDO DA DOTAÇÃO
INICIAL ATUALIZADA ( e ) EMPENHA LIQUIDADAS (h) ( i ) = ( c- f )
(d) DAS ( f) (g)
DESPESAS CORRENTES
- PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS
-JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA
-OUTRAS DESPESAS CORRENTES
DESPESAS DE CAPITAL
- INVESTIMENTOS
INVERSÕES FINANCEIRAS
- AMORTIZAÇÃO DA
DÍVIDA
-RESERVA DE
CONTINGÊNCIA
- RESERVA DO RPPS
SUBTOTAL DAS
DESPESAS ( VI )
154
AMORTIZAÇÃO DA
DÍVIDA /
REFINANCIAMENTO ( VII )
• AMORTIZAÇÃO DA
DÍVIDA INTERNA
- DÍVIDA MOBILIÁRIA
- OUTRAS DÍVIDAS
• AMORTIZAÇÃO DA
DÍVIDA EXTERNA
- DÍVIDA MOBILIÁRIA
- OUTRAS DÍVIDAS
SUBTOTAL COM
REFINANCIAMENTO
(VIII) = (VI + VII )
SUPERAVIT ( IX)
RECEITA
• PREVISÃO INICIAL
VALORES DA PREVISÃO INCIAL DAS RECEITAS, CONSTANTES NA LOA ANUAL. PERMANECEM INALTERADOS DURANTE TODO
O EXERCÍCIO
• PREVISÃO ATUALIZADA
VALORES DA PREVISÃO ATUALIZADA DAS RECEITAS PARA O EXERCÍCIO DE REFERÊNCIA. REFLETEM A PARCELA DA
REESTIMATIVA DA RECEITA UTILIZADA PARA ABERTURA DE CRÉDITOS ADICIONAIS, NOVAS NATUREZAS DE RECEITA NÃO
• REFINANCIAMENTO
VALOR DA RECEITA DECORRENTE DA COLOCAÇÃO DE TÍTULOS PÚBLICOS OU DE EMPRÉSTIMOS DESTINADAS AO
REFINANCIAMENTO DA DÍVIDA PÚBLICA
• SALDOS DE
- SUPERÁVIT FINANCEIRO DE EXERCÍCIOS ANTERIORES UTILIZADO COMO FONTE DE RECURSOS PARA ABERTURA DE
EXERCÍCIOS
ANTERIORES CRÉDITOS ADICIONAIS;
- VALORES DE CRÉDITOS ADICIONAIS AUTORIZADOS NOS ÚLTIMOS QUATRO MESES DO EXERCÍCIO ANTERIOR AO
OBSERVAÇÃO: SEUS VALORES SÃO APRESENTADOS APENAS NAS COLUNAS “PREVISÃO ATUALIZADA” E “RECEITAS
DESPESA
• DOTAÇÃO VALOR DA DOTAÇÃO INCIAL DO EXERCÍCIO MAIS CRÉDITOS ADICIONAIS ABERTOS OU REABERTOS DURANE O
ATUALIZADA EXERCÍCIO, DEDUZIDAS AS ANULAÇÕES/ CANCELAMENTOS CORRESPONDENTES
• DESPESAS
DESPESAS LIQUIDADAS ATÉ O ENCERRAMENTO DO EXERCÍCIO, INCLUSIVE AQUELAS JÁ PAGAS.
LÍQUIDADAS
157
• DESPESAS
CORRENTES
- PESSOAL E
ENCARGOS
SOCIAIS
- JUROS E
ENCARGOS
DA DÍVIDA
- OUTRAS
DESPESAS
CORRENTES
• DESPESAS DE
CAPITAL
- INVESTIMENTO
- INVERSÕES
FINANCEIRAS
- AMORTIZAÇÃO DA
DÍVIDA
TOTAL:
158
• DESPESAS CORRENTES
- PESSOAL E
ENCARGOS SOCIAIS
- JUROS E
ENCARGOS DA
DÍVIDA
- OUTRAS DESPESAS
CORRENTES
• DESPESAS DE
CAPITAL
- INVESTIMENTOS
- INVERSÕES
FINANCEIRAS
- AMORTIZAÇÃO DA
DÍVIDA
TOTAL:
159
ANEXO B
BALANÇO FINANCEIRO
160
Balanço Financeiro
INGRESSOS DISPÊNDIOS
ORÇAMENTÁRIA
TRANSFERÊNCIA S
FINANCEIRAS
RECEBIDAS ( II )
RECEBIMENTOS EXTRA-
ORÇAMENTÁRIOS ( III )
SALDO EM ESPÉCIE DO
EXERCÍCIO ANTERIOR (
IV)
ANEXO C
CONTRIBUIÇÕES
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO
CONTRIUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA
CONTRIBUIÇÕES DE INTERESSE DE CATEGORIAS PROFISSIONAIS
REAVALIAÇÃO DE ATIVOS
GANHOS COM ALIENAÇÃO
GANHOS COM INCORPORAÇÃO DE ATIVOS POR DESCOBERTAS E NASCIMENTOS
PESSOAL E ENCARGOS
REMUNERAÇÃO A PESSOAL
ENCARGOS PATRIMONIAIS
BENEFÍCIOS A PESSOAL
CUSTO DE PESSOAL E ENCARGOS
OUTRAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS DIMINUTIVAS – PESSOAL E ENCARGOS
TRIBUTÁRIAS
IMPOSTOS, TAXAS E CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
CONTRIBUIÇÕES
CUSTO COM TRIBUTOS
INCORPORAÇÃO DE ATIVO
DESINCORPORAÇÃO DE PASSIVO
INCORPORAÇÃO DE PASSIVO
DESINCORPORAÇÃO DE ATIVO
167
ANEXO D
BALANÇO PATRIMONIAL
168
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
TOTAL TOTAL
SALDO PATRIMONIAL
169
COMPENSAÇÕES
TOTAL TOTAL
170
ORDINÁRIA
VINCULADA
PREVIDÊNCIA SOCIAL
CONVÊNIOS
(...)
TOTAL
171
ANEXO E
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
EXERCÍCIO: PERÍODO (MÊS): DATA EMISSÃO: PÁGINA:
INGRESSOS
RECEITAS DERIVADAS
RECEITA TRIBUTÁRIA
RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES
OUTRAS RECEITAS DERIVADAS
RECEITAS ORIGINÁRIAS
RECEITA PATRIMONIAL
RECEITA AGRPECUÁRIA
RFECEITA INDUSTRIAL
RECEITA DE SERVIÇOS
OUTRAS RECEITAS ORIGINÁRIAS
REMUNERAÇÃO DAS DISPONIBILIDADES
TRANSFERÊNCIAS
INTERGOVERNAMENTAIS
DA UNIÃO
DE ESTADOS E DISTRITO FEDERAL
DE MUNICÍPIOS
INTRAGOVERNAMENTAIS
173
DESEMBOLSOS
PESSOAL E OUTRAS DESPESAS CORRENTES POR FUNÇÃO
LEGISLATIVA
JUDICIÁRIA
ADMINSITRAÇÃO
DEFESA NACIONAL
SEGURANÇA PÚBLICA
RELAÇÕES EXTERIORES
ASSISTÊNCIA SOCIAL
SAÚDE
TRABALHO
EDUCAÇÃO
(...)
JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA
JUROS E COREÇÃO MONETÁRIA DA DÍVIDA INTERNA
JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA DA DÍVIDA EXTERNA
OUTROS ENCARGOS DA DÍVIDA
TRANSFERÊNCIAS
INTERGOVERNAMENTAIS
A UNIÃO
A ESTADOS E DISTRITO FEDERAL
A MUNICÍPIOS
INTRAGOVERNAMENTAIS
FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DAS ATIVIDADES DAS OPERAÇÕES
174
INGRESSOS
ALIENAÇÃO DE BENS
AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS
CONCEDIDOS
DESEMBOLSOS
AQUISIÇÃO DE ATIVO NÃO CIRCULANTE
CONCESSÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS CONCEDIDOS
FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
INGRESSOS
OEPRAÇÕES DE CRÉDITO
DESEMBOLSOS
AMORTIZAÇÃO/REFINANCIAMENTO DA DÍVIDA
FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
ANEXO F
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
ESPECIFICAÇÃO PAT. ADIANT. RESERV. AJUSTES RESERVASDE DEMAIS RESULT. AÇÕES/ TOTAL
SOCIAL/ PARA DE CAPITAL DE AVAL. LUCROS RESERV. ACUML COTAS EM
CAPITAL FUTURO PAT. TESOU
SOCIAL AUMENTO RARIA
CAITAL
AJUSTE DE EXERCÍC.
ANTERIORES
AUMENTO DE CAPITAL
RESULTADO DO
EXERCÍCIO
CONSTITUIÇÃO/
REVERSÃO DE
RESERVAS
DIVIDENDOS
177
ESPECIFICAÇÃO PAT. ADIANT. RESERV. AJUSTES RESERVASDE DEMAIS RESULT. AÇÕES/COTAS TOTAL
SOCIAL/ PARA DE CAPITAL DE AVAL. LUCROS RESERV. ACUML EM TESOU
CAPITAL FUTURO PAT. RARIA
SOCIAL AUMENTO
CAITAL
AJUSTE DE EXERCÍCIOS
ANTERIORES
AUMENTO DE
CAPITAL
RESULTADO DO
EXERCÍCIO
CONSTITUIÇÃO/
REVERSÃO DE
REERVAS
DIVIDENDOS
SALDO FINAL
EXERCÍCIO ATUAL
178
ANEXO G
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS
ANEXO DE METAS FISCAIS
EVOLUÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
<ANO DE REFERÊNCIA>
PATRIMÕNIO /CAPITAL
RESERVAS
RESULTADO ACUMULADO
TOTAL
REGIME PREVIDENCIÁRIO
PATRIMÕNIO LÍQUIDO < ANO 2 > % < ANO 3 > % < ANO 4 > %
PATRIMÔNIO /CAPITAL
RESERVAS
LUCROS OU PREJUIZOS
ACUMULADOS
TOTAL
FONTE: BRASIL. SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Manual de demonstrativos fiscais - 5ª Ed., 2012, P. 83 -