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Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017

Contabilidade Financeira - Análise de Investimento*

Sumário
Introdução .................................................................................................................................... 2
O que é Contabilidade ............................................................................................................... 2
Contabilidade Financeira....................................................................................................... 3
Interessados na Informação ..................................................................................................... 5
Princípios Contábeis .................................................................................................................. 5
Demonstrações Financeiras ..................................................................................................... 7
Balanço Patrimonial ............................................................................................................... 7
Ativo ...................................................................................................................................... 9
Passivo ............................................................................................................................... 11
Patrimônio Líquido............................................................................................................ 12
Registro das Transações Contábeis ............................................................................. 12
Demonstração do Resultado do Exercício ....................................................................... 13
Demonstração do Fluxo de Caixa...................................................................................... 14
Análise de Demonstração Financeira ................................................................................... 15
Lição para Investidores ........................................................................................................... 18
Bibliografia ................................................................................................................................. 19

*Material elaborado pela aluna do curso de Ciências Contábeis


Juliana de Araújo Veiga dos Santos
br.linkedin.com/pub/juliana-veiga/26/b36/b08/
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Introdução

Figura1: Significado Investimento

É assim que o Google define o ato que realizamos a todo o momento em nossas
vidas. Ação corriqueira já automatizada em nosso raciocínio, estamos sempre
analisando se o custo de determinada ação compensa o seu retorno. Neste momento
você deve estar lendo essas linhas e analisando se o tempo investido na leitura será
compensatório pela aquisição de conhecimento.

Para tal, em poucos minutos você analisará seus conhecimentos prévios sobre o
assunto aqui proposto, verificará a utilidade deste conhecimento na sua vida futura, e
fará uma estimativa de custo de energia e tempo para chegar até o fim deste material.

No mundo financeiro, a análise ocorre de maneira semelhante utilizando com alguns


recursos específicos, em um ambiente mais complexo e diverso entre inúmeras
variáveis e atores. Estudaremos a partir deste ponto a ciência contábil, que é utilizado
como um dos instrumentos de análise. Segundo Iudícibus (2010), Contabilidade é a
ciência social aplicada com metodologia especialmente concebida para captar,
registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações
patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente.

O que é Contabilidade

Segundo Salazar e Benedicto (2004), o sistema contábil é uma metodologia que


abrange o registro de eventos econômicos e financeiros com o objetivo de organizar e
resumir informações que possam ser consultadas analisadas comparadas em
qualquer tempo, seguindo normas contábeis e demais legislações.
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Devido sua metodologia restrita e sistemática, a metodologia contábil permite
comparação e análise de dados de diferentes tipos de entes econômicos, em qualquer
lugar do mundo em qualquer tempo de registro. Sendo pro isso um instrumento
indispensável para a análise de investimento, pois identifica onde, como e quando o
recurso ingressou na empresa e foi gasto, registrando, ainda, os compromissos que
foram assumidos.

Figura 2: Comparação e análise de fatos.


Fonte: Revista a Rede

Por estas informações, os agentes econômicos, podem avaliar o desempenho de


determinada entidade, analisar e controlar o comportamento financeiro assim como
determinar planos de ação. A contabilidade ainda permite administrar problemas
atuais assim como prever problemas futuros.

Contabilidade Financeira

Esta ciência tão abrangente é dividida por muitos autores como Contabilidade
Gerencial e Financeira distinguindo em dois grandes ramos ou ênfases do seu papel
informativo. A Contabilidade Financeira, cujos relatórios finais básicos são o Balanço
Patrimonial, a Demonstração de Resultados, a Demonstração dos Fluxos de Caixa,
teria maior utilidade ou visaria mais diretamente aos agentes econômicos externos à
empresa, assim como aos sócios desligados da direção, ao passo que a Contabilidade
Gerencial, mais analítica, incluindo em seu campo de atuação também a Contabilidade
de Custos, visaria primariamente à administração da empresa (Santos 2014).
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Contabilidade
Contabilidade Gerencial
Financeira
Público Interno e
Externo - Acionistas,
Público Interno -
Público Alvo Administradores,
Administradores, Diretores.
Governo, Investidores e
Clientes.
Números e indicadores Informações físicas,
Tipo de Informação
financeiros operacionais e numéricas.

Período que os Registro de fatos


Previsões e projeções
fatos ocorrem ocorridos.

Princípios contábeis
Utilização de Criadas de acordo com a
seguindo a legislação
Regras necessidade da organização.
vigente.
Exigida por órgãos do
Obrigatoriedade
governo demais Nenhuma.
fiscal
entidades.
Informações precisas,
Natureza da Flexível, acessível e
objetivas e confiáveis.
Informação tempestivo.
Passível de auditoria.
Informações agregadas
Informações desagregadas,
e resumidas sobre a
Escopo relatórios sobre produtos,
organização como o
clientes em qualquer nível.
todo.
Preocupação sobre como os
Preocupação sobre
resultados e relatórios irão
Atitude Executiva como a informação irá
implicar no gerenciamento
afetar o público externo.
empresarial.

Quadro 1: Elaboração Própria


Fonte: SANTOS, Antônio Sebastião. Pearson. 2014.São Paulo. (Biblioteca PUC
Virtual)

Como investidores externos e analistas do mercado financeiro, o foco do estudo deve


ser a Contabilidade financeira e seus respectivos relatórios, que possuem infinitas
possibilidades de análise visando decisões que ofereçam melhores ganhos. Por meio
de uma leitura critica e análise perspicaz a contabilidade financeira pode fornecer
informações sobre rentabilidade, segurança, eficiência de um investimento.
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Interessados na Informação

Pelas as informações fornecidas pela Ciência Contábil ela é interesse de diverso


grupo de pessoas com interesses e objetivos distintos, por isso importante conhecê-
las para melhor preparar e interpretar as informações.

Iudícibus (2010) destaca os grupos a seguir:

 Sócios e Acionistas – este grupo interessa-se especialmente pela rentabilidade


e segurança de seus investimentos, e muitas vezes se mantem afastadas da
direção das empresas, necessitam de informações resumidas que deem
respostas claras e concisas sobre os seus interesses.
 Administradores e Diretores – como responsáveis pela tomada de decisão
esse grupo necessita de informações frequentes e abrangentes, fornecendo
informações para ações futuras baseadas no passado e com foco no presente.
 Bancos e Capitalistas – o interesse pessoal deste grupo é em relação ao fluxo
de caixa e liquidez da empresa, visando à possibilidade de pagamento da
empresa. Além disso, o governo interessa pelo impacto da situação da
empresa no ambiente macroeconômico.
 Pessoas Físicas – toda ente contábil está inserido em um ambiente onde seu
sucesso/ fracasso afetará outros entes e pessoas. As pessoas físicas
interessam-se pelo futuro da empresa considerando o impacto na sua renda
pessoal.

Princípios Contábeis

Independente do grupo pertencente os analistas utilizam as informações contábeis


com os seguintes objetivos:

 Planejamento
 Controle
 Tomada de decisão
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Para tal, é importante que a informação contábil siga alguns princípios para oferecer
clareza, confiança e comparabilidade aos dados. Para isso, existe o chamado
“Princípio Contabil” que são o conjunto de normas e conceitos que norteiam a ciência,
Santos (2014) os dividi da seguinte forma:

 Princípio da Entidade - o patrimônio da organização é apenas da


organização, não deve se confundir com os dos sócios ou cotistas.
 Principio da Continuidade – O lançamento dos dados sempre considera que a
entidade perpetuará no futuro.
 Principio da Oportunidade – as variações patrimoniais devem ser registradas
no momento que ocorrem de forma integral e verdadeira.
 Princípio do Registro pelo Valor Original - os elementos patrimoniais devem ser
registrados pelo seu valor original e na moeda do país onde a empresa está
situada.
 Principio da Competência – o lançamento contábil das transações deve se
referir ao período em que foram realizadas as transações e não no momento
do registro financeiro.
 Principio da Prudência – quando houver alternativas para quantificação das
mudanças patrimoniais os componentes do ativo devem ser registrados pelo
menor valor e os do passivo pelo maior.

Além dos princípios contábeis, Iudícibus (2010) destaca a existência das “Convenções
Contábeis” essas vêm restringir ou limitar ou mesmo modificar parcialmente o
conteúdo dos princípios, definindo mais precisamente seu significado.

Primeiramente destaca-se a Convenção da Consistência, que prevê uniformidade na


metodologia dos registros dos dados de uma empresa. Logo após podemos citar a
Convenção do Conservadorismo, muito semelhante ao principio da prudência, que
reza que devemos na dúvida deve-se sempre atribuir menor valor aos direito e menor
valor as obrigações.

Ainda existe a Convenção da Materialidade, diretamente ligada à questão da


relevância, devem-se registrar na Contabilidade apenas os eventos dignos de atenção
e na ocasião oportuna. Por ultimo, é válido citar a “Convenção da Objetividade” que
dispõe que sempre que possível os registros devem se apoiar em documentos e
evidências mais objetivas possíveis.
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Demonstrações Financeiras

As demonstrações financeiras propiciam uma


medida relativa do desempenho financeiro da
empresa e emitem comparações com os
exercícios anteriores e também com outras
empresas do mercado. Elas permitem avaliar os
padrões históricos da própria empresa ao longo
de suas operações, como também fazer
previsões a respeito de suas futuras operações.
(Chiavenato 2014)

As demonstrações financeiras são importantes do ponto de vista interno e externo da


empresa. Do ponto de vista interno permite a análise visando o controle da situação,
propiciando a aplicação de metodologia administrativa para o direcionamento dos
resultados. Do ponto de vista externo permite a verificação do resultado financeiro e
operacional para tomada de decisão em relação a decisões de transação.

A legislação brasileira (Lei 6.040/1976) prevê a obrigatoriedade e alguns


demonstrativos, entre os quais se destacam:

1. Balanço Patrimonial
2. Demonstração do Resultado do Exercício
3. Demonstrativo do Fluxo de Caixa

Balanço Patrimonial

Segundo Chiavenato 2014, este documento reflete com clareza a situação do


patrimônio empresarial em determinado momento, de forma sintética e sistemática. O
Patrimônio é constituído de Bens, Direitos e Obrigações, conforme quadro abaixo:
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Figura 3: Balanço Patrimonial (BP)


Fonte: Elaboração Própria

Como a figura 3, o patrimônio empresarial é divido em dois grupos que devem estar
sempre em equilíbrio. O lado esquerdo que representa a aplicação de recursos,
denominado Ativo, que representa os bens, direitos e aplicações; e o lado direito que
representa as obrigações, denominado Passivo, que é composto pelas fontes de
recursos incluindo o Patrimônio Liquido que é a riqueza da empresa. Chiavenato
(2014) resume estes conceitos como da seguinte forma:

 Ativo Total – soma dos bens e direitos da empresa. É o total de recursos à


disposição da empresa discriminadas no lado esquerdo do BP e são
classificadas em ordem decrescente do grau de liquidez, ou seja, de acordo
com a rapidez com que podem ser convertidas em dinheiro. Neste grupo, em
regra, todo acréscimo é denominado débito e todo decréscimo é denominado
crédito.
 Passívo – soma das obrigações e dívidas com terceiros, discriminadas no lado
direito do BP conforme a ordem decrescente de exigibilidade, isto é, aquelas
contas que serão liquidadas mais rapidamente (curto prazo) aparecem no topo
da coluna do Passivo, e as que serão pagas em um prazo maior (longo prazo)
aparecem mais para o final. Ao contrário do Ativo, em regra, neste grupo todo
acréscimo é denominado crédito e todo decréscimo é denominado débito.
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 Patrimônio Líquido – também do lado direito do Balanço Patrimonial, as contas
são originadas de recursos próprios. É a soma do Capital, reservas e lucros
acumulados menos a soma do capital a integralizar e dos prejuízos ou
acionistas da empresa. Mede a riqueza da empresa. Assim como no passivo,
em regra, todo acréscimo é denominado crédito e todo decréscimo é
denominado débito.

Abaixo formatação do Balanço de Pagamento de acordo com a Lei da Sociedade por


ações.

Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Disponibilidades Fornecedores
Créditos Obrigações trabalhistas
Estoques Empréstimos e financiamentos (CP)
Outros créditos Obrigações tributárias
Despesas antecipadas Provisões e encargos das provisões
Outras obrigações
Não Circulante
Realizável a longo prazo Não Circulante
Investimentos Exigível a longo prazo
Imobilizado
Intangível Patrimônio Líquido
Capital
Reservas
Ajustes de avaliação patrimonial
Prejuízos acumulados

TOTAL ATIVO $ TOTAL PASSIVO $


Quadro 2 : Balanço de Pagamentos
Fonte: Artigo 179 da Lei 6.404/76

Ativo

A legislação brasileira apresenta dois grandes grupos de contas para o Ativo: Ativo
Circulante e Ativo Não Circulantes, essas quando majoradas são denominadas débito,
e quando reduzidas são chamadas de crédito.

No grupo de Ativo Circulante, que representa o grupo de curto prazo temos os


principais elementos a seguir:
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Disponibilidade Caixa
Banco
Aplicações Financeiras
Deposito Bancário
A Receber Duplicatas a Receber
Clientes
Títulos a Receber
Adiantamento a Fornecedores
Estoques Estoque de Produto Acabado
Estoque para Revenda
Estoque de Matéria Prima

Outros Impostos a Recuperar


Adiantamento a Terceiros
Adiantamento a Funcionários
Despesas Prêmio de Seguro a Vencer
Antecipadas Aluguel Antecipado
Honorários Técnicos Antecipados
Quadro 3: Ativo Circulante
Fonte: Elaboração Própria (Iudícibus, 2010)

No grupo de Ativo Não Circulante, que representa o realizável de longo prazo, temos
os principais elementos a seguir:

Realizável a Aplicações Financeiras de Longo Prazo


Longo Prazo Deposito Bancário de Longo Prazo
Duplicatas a Receber de Longo Prazo
Empréstimos, Adiantamentos e Vendas.
Investimentos Obras de Arte
Investimento em Ouro
Imóveis para Investimentos
Participações em outras Empresas
Imobilizado Imóveis
Máquinas e Equipamentos
Móveis e Utensílios
Veículos
Ferramentas
Intangível Software
Marcas
Patentes
Direitos Autorais
Quadro 4: Ativo Circulante
Fonte: Elaboração Própria (Iudícibus, 2010)

Além dos grandes grupos acima citado, no Ativo ainda encontramos as contas
retificadores/ redutoras. São denominadas retificadoras porque não seguem a regra de
ser credora quando majoradas no Ativo, são exemplo destas:
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 Provisão para perdas prováveis na realização de investimentos
 Depreciação acumulada
 Exaustão acumulada
 Amortização acumulada

Passivo

O Passivo faz parte das Contas Patrimoniais e compreende as obrigações da


organização, entidade ou empresa para com terceiros, por sua natureza e por sua
expressão monetária. O Passivo compreende as origens de recursos representados
pelas obrigações para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão
ativos para a sua liquidação. É uma conta é um grupo de origem credora, ou seja,
quando majorado denomina-se crédito.

Também possui dois grandes grupos: passivo circulante e passivo não circulante.

Fornecedores Fornecedores
Duplicatas a pagar
Energia elétrica a pagar
Prêmio de seguros a pagar
Títulos a pagar
Obrigações INSS a recolher
Trabalhistas FGTS a recolher
Salário a pagar
Comissões a pagar
Empréstimos e Financiamentos a pagar de curto prazo
Financiamento Empréstimos a pagar

Provisões

Quadro 5: Passivo Circulante


Fonte: Elaboração Própria (Iudícibus, 2010)

Em seguinte, temos o passível de longo prazo, ou seja, passivo não circulante,


dividido nos grupos abaixo:

Exigível a longo prazo Fornecedores longo prazo

Financiamentos longo prazo

Prêmio de seguros a pagar


Títulos a pagar
Quadro 6: Passivo Não Circulante
Fonte: Elaboração Própria (Iudícibus, 2010)
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Patrimônio Líquido

O Patrimônio Liquido é constituído pelos direitos que os proprietários têm sobre os


ativos da organização, após a deduções dos valores referentes às obrigações com
terceiros , discriminadas no Passivo (Salazar e Benedicto, 2004). Logo podemos
deduzir que este é diferença entre o valor de do Ativo e do Passivo de uma entidade
em determinado momento.

Iudícibus (2010) definiu o patrimônio Líquido como o valor investido pelos proprietários
e somado dos lucros e prejuízos do período:

a) Investimentos dos Sócios - Efetuados pelos proprietários em troca de ações,


quotas ou outras participações.

b) Lucros - Acumulados na entidade e não distribuídos aos sócios como fonte


(adicional) de financiamento.

Abaixo os grupos demonstrados pelo autor:

 Patrimônio Liquido
o Capital Social
 Capital Social
 Capital Subscrito
 Capital a Integralizar - (devedora)
o Reservas de Capital
 Excedente de Capital
o Reservas de Lucro
 Reserva Legal
 Reserva Estatutária
 Outras Reservas de Lucros
o Ajustes de Avaliação Patrimonial
 Ajustes de Instrumentos Financeiros
o Lucros ou Prejuízos Acumulados
 Lucros Acumulados
 Prejuízos Acumulados
o Dividendos Propostos
 Dividendos Excedentes ao Mínimo Obrigatório

Registro das Transações Contábeis

Segundo Salazar e Benedicto (2004), qualquer evento econômico que afete a posição
financeira de uma empresa deve ser registrado na contabilidade em termos
monetários. Cada transação requer o respectivo registro contábil mantendo o
equilíbrio, Ativo igual a Passivo mais patrimônio liquido assim como a figura 3 deste
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material. Este método é conhecido como “partidas dobradas”, para o qual para em
cada lançamento, o valor total lançado nas contas a débito devem ser sempre igual ao
total do valor lançado nas contas a crédito. Isto pode ocorrer das seguintes formas,
como exemplo:

 1 conta débito + 1 conta crédito


 1 conta débito + Várias contas crédito
 Várias contas débito + 1 conta crédito
 Várias contas débito + Várias contas crédito

A exemplo um lançamento nas contas do Ativo: ao abrir a um Pet Shopping


denominado “Cat Star” João investiu $100.000, sendo parte 30% para giro da empresa
depositado diretamente no caixa, e o restante para investimento em imobilizado:

ATIVO PASSIVO
Caixa d 30.000
Imóveis d 50.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Veículo d 20.000 Capital Social c 100.000

Percebam que foi lançado $100.000 a débito e $100.000 a crédito. Veremos agora um
exemplo um lançamento na conta do Passivo. Suponha que João compre $10.000 de
suprimentos para revenda, a pagar:

ATIVO PASSIVO
Caixa d 30.000 Fornecedor c 10.000
Imóveis d 50.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Veículo d 20.000 Capital Social c 100.000
Estoque d 10.000

Vejam que pela leitura do Balanço Patrimonial da “CAT Star” podemos fazer uma
leitura da origem e aplicação dos recursos.

Demonstração do Resultado do Exercício

Segundo Iudícibus (2010) a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é


elaborado simultaneamente com o Balanço Patrimonial, constitui-se no relatório
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sucinto das operações realizadas pela empresa durante determinado período de
tempo; nele sobressai um dos valores mais importantes as pessoas nela interessadas,
o resultado liquido do período, Lucro ou Prejuízo. Exprimir com clareza o resultado que
a empresa obteve no exercício social. Demostra os fatores que implicaram em lucros/
prejuízos. Este demonstrativo é iniciado em Receita Bruta sendo dissolvido até o
resultado liquido do exercício, figura 4.

Figura 4: Demonstração do Resultado do Exercício


Fonte: Chiavenato 2014, p 95.

Ao mostrar como se formou o lucro ou o prejuízo, esclarece muitas das variações do


patrimônio líquido, no período entre dois balanços. Por este relatório, podemos
verificar o que está contribuindo para o resultado positivo ou negativo, assim como
analisar o peso dos impostos e juros sobre o resultado. Podemos ainda verificar as
despesas operacionais e assim gerencialmente tomar providências para ajustes na
administração.

Demonstração do Fluxo de Caixa

A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) indica quais foram as saídas e entradas de


dinheiro no caixa durante o período e o resultado desse fluxo, desde 2008 pela Lei
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11.638/2007, é obrigatória para entidades com patrimônio liquido superior a dois
milhões.

Basicamente, o relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três grandes


áreas Iudícibus (2010):

1. Atividades Operacionais;
2. Atividades de Investimento;
3. Atividades de Financiamento.

As Atividades Operacionais são explicadas pelas receitas e gastos decorrentes da


industrialização, comercialização ou prestação de serviços da empresa. Estas
atividades têm ligação com o capital circulante líquido da empresa.

As Atividades de Investimento são os gastos efetuados no Realizável a Longo Prazo,


em Investimentos, no Imobilizado ou no Intangível, bem como as entradas por venda
dos ativos registrados nos referidos subgrupos de contas.

As Atividades de Financiamento são os recursos obtidos do Passivo Não Circulante e


do Patrimônio Líquido. Devem ser incluídos aqui os empréstimos e financiamentos de
curto prazo. As saídas correspondem à amortização destas dívidas e os valores pagos
aos acionistas a título de dividendos, distribuição de lucros.

Com essas informações podemos chegar a algumas conclusões:

 Origem dos recursos captados pela empresa


 Como foi utilizado o lucro.
 Quanto do recurso financeiro foi gerado internamente.
 Como foi financiada a expansão com a compra de ativos imobilizados.
 Se a distribuição de recursos esta equilibrada.

Análise de Demonstração Financeira

Conforme dito acima o Ativo Contas Patrimoniais e compreende o conjunto de Bens e


Direitos da organização (entidade, empresa), possuindo valores econômicos e
podendo ser convertido em dinheiro (proporcionando ganho para a empresa).

Por uma análise critica do balanço podemos realizar inúmeras interpretações sobre a
situação da empresa. A análise pode ser realizada de forma horizontal, que tem o
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objetivo de confrontar os itens de uma demonstração contábil ao longo do tempo,
comparando os mesmos itens em diferentes datas. Ou pode ser realizada uma análise
vertical que visa analisar a estrutura do ativo ou do passivo, verificando deficiências ou
concentração.

Figura 5: Balanço Patrimonial


Fonte: Chiavenato 2014, p 93.

Por uma análise critica das demonstrações financeiras podemos realizar inúmeras
interpretações sobre a situação da empresa. A análise pode ser realizada de forma
horizontal, que tem o objetivo de confrontar os itens de uma demonstração contábil
ao longo do tempo, comparando os mesmos itens em diferentes datas. Ou pode ser
realizada uma análise vertical que visa analisar a estrutura do ativo ou do passivo,
verificando deficiências ou concentração.
No exemplo acima, figura 5, infere-se facilmente que a empresa possui mais diretos no
curto prazo (ativo circulante) que deveres (passivo circulante). Além dessa conclusão,
muitas outras podem ser inferidas, como demonstram os indicadores abaixo. Para
este tipo de estudo é possível utilizar alguns indicadores, como os demonstrados
abaixo (Salazar e Benedicto 2004).

 Liquidez Corrente - Ativo Circulante/ Passivo Circulante - significa que para


cada X reais de dívida a curto prazo a empresa X reais de elementos
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disponíveis ou realizáveis também a curto prazo. Representa a facilidade/
dificuldade da empresa em liquidar suas dívidas.
 Liquidez Seca - Ativo Circulante- Estoques/ Passivo Circulante - a liquidez seca
reside apenas em não se considerarem nesta última os estoques de
mercadorias e despesas antecipadas no ativo corrente.
 Liquidez Imediata - Disponível/ Passivo Circulante – Compara as obrigações
com o vencimento no curto prazo com a disponibilidade imediata.
 Quociente de Imobilização de Capital - Ativo Permanente/ Patrimônio Líquido -
O quociente mencionado indica a proporção do capital imobilizado em ativo fixo
e intangível. Para se analisar este quociente* deve-se ter em conta o tipo de
empresa.
 Quociente de Cobertura Total - Ativo Permanente + Ativo Circulante/ Passivo
Total - Por meio desse quociente, analisamos as possibilidades de a empresa
poder solver seus compromissos, ou seja, suas dívidas.
 Quociente de Rentabilidade
o Lucro Bruto/ Vendas - traduz a margem de lucro bruto da empresa.
o Lucro Líquido/ Vendas -
o Lucro Líquido/ Patrimônio Líquido - exprime a rentabilidade em relação
à participação dos proprietários dos negócios da empresa. Evidencia o
retorno sobre o investimento dos sócios.
 Índice de Rotação às Estoques - Custo da Mercadoria Vendida/ Estoque Médio
- demonstra quantas vezes o estoque foi renovado durante o exercício. Pode
ser aplicado para todo o estoque de uma empresa ou separadamente para
classes ou tipos de mercadorias. Ao se analisar o índice de rotação de
estoques, deve-se ter em mente o tipo de atividade da empresa.

Na literatura, em especial na biografia deste material podemos encontrar muitos


outros índices financeiros que nos ajudam a relacionar contas e grupo de contas para
extrair conclusões sobre tendências e situação econômica e financeira da empresa.
Este tipo de trabalho também permite comparar os índices de uma empresa com
outra, por meio de publicações de revistas especializadas.
Saber analisar informações financeiras é uma
tarefa fundamental para o executivo de gestão
financeira ou para quem queira investir nas
ações de uma empresa ou pretenda oferecer
empréstimos ou contratar investimentos.
Chiavenato 2014.
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Lição para Investidores

Ao analisar a possibilidade de qualquer investimento devem-se utilizar ferramentas


quantitativas, pois essas oferecem assertividade e comparabilidade como dito ao
longo deste material. Contudo esta análise não deve ser fria e exclusiva, assim como
na vida consideramos todo o ambiente ao realizar nossas escolhas, devemos ser os
máximos abrangentes ao realizar decisões financeiras.
Segundo Iudícibus, é preciso esclarecer que podem existir vários aspectos da
empresa não evidenciados pela análise da contabilidade financeira. Um perfeito
diagnóstico econômico e financeiro de uma empresa deverá incluir outras análises,
além da de suas demonstrações contábeis. Pois a constatação pura e simples de
diversos índices relativos a uma única demonstração de resultados e um único
Balanço poderá oferecer conclusões de alguma valia para o observador. Entretanto,
são conclusões bastante limitadas em relação ao que se poderia obter, incluindo e
comparando estes números com toda a realidade.
Damodaram 2006, na análise contábil devemos ainda considerar que os mercados
são pouco confiáveis ao estimar valor, por isso, existem diferenças entre o valor
patrimonial e o valor de mercado de um investimento. Em outras palavras, o ativo
assim como valor de patrimônio pode estar contabilizado por determina rubrica, mas
ao tentar vendê-lo a relação entre oferta e demanda determinará um valor diferente,
que poderá ser acima ou abaixo do valor de mercado.
Quantas vezes não passamos por esta situação em nossas vidas? Compramos o
carro dos nossos sonhos colocamos nele todo valor sentimento, utilizamos com o
máximo cuidado, o enxergamos como algo praticamente novo, porém quando
pensamos em vender o valor é 30% menos do que imaginávamos.
Enfim, ao avaliarmos investimentos devemos utilizar todas as ferramentas técnicas
possível, com conhecimento e lisura na interpretação. Porém, a análise sistêmica é
indispensável para uma conclusão eficiente.
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Bibliografia

CHIAVENATO, Idalberto. GESTÃO FINANCEIRA, ABORDAGEM INTRODUTÓRIA.


São Paulo. Editora Manole 2014.

DAMODARAM, Aswath. MITOS DE INVESTIMENTO. São Paulo. Prentice Hall, 2006.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA. São Paulo. Atlas, 2010.

SALAZAR, José Nicolas Albuja. BENEDICTO, Gildeon Carvalho de. CONTABILIDADE


FINANCEIRA. São Paulo. Ed. Thomson, 2004.

SANTOS, Antônio Sebastião. CONTABILIDADE. Pearson. São Paulo,2014.

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