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Órgão Oficial de da Assembléia Nacional Constituinte 15 a 21 de Cevereiro de 1988 - n' 36

E garantido
o direito
de propriedade

para
quem
de ixa r
de ser
dono,
pOIS
se rá
pago em
di nheiro.
O prim eiro
impasse foi
supe rado
quando o social
Bom discurso o que a não prevaleceu
sobre o ca pital.
Conversando
pode alterar Carta muda Mas esse se fecha o
muitos votos na sua vida cede u espaço. buraco negro
(Págin as 6 e 7) (Páginas 8 e 9) (Págin a 15)
(Páginas 3 e 4)
Missão da Constituinte Sistema de Governo
As novas linhas de conduta do A prolongada permanência A discussão a respeito do mente, não tenham adver-
Palácio do Planalto, lançadas de distorções dessa natureza sitema de governo ideal sários. Claro que tanto na
para o combate do deficit pú- acarreta efeitos diversos, den- para o Brasil já era pre- Inglaterra há presidencia-
blico e, portanto, da inflação, tre eles o crescimen to do deficit vista tão logo decidiu-se listas, da mesma forma
tornam . atual uma inequívoca público , com a disparada do pela convocação da As- que nos Estados Unidos
verdade: a de que a toda ação ritmo inflacionário e, em con- sembléia Nacional Consti- existem parlamentaristas .
de Governo corresponde, até seqüência, do custo de vida, tuinte. Portanto, nada sur- Porém , para todos o que
por uma questão técnica ou em níveis insuportáveis para a preende que agora a nação mais importa é a estabili -
científica, uma reação popular, população . E, como é natural, esteja mergulhada na dú - dade das instituições . A
em que ponderáveis parcelas acabam se tornando motivo de vida sobre qual o caminho capacidade de renúncia
da população manifestam-se
em apoio ou para desaprovar
inquietação para o empresaria-
do .
A vitória a escolher. Ninguém, em
sã consciência , poderá as-
configura-se, assim, como
primordial para a consecu-
eventuais medidas administra- No caso brasileiro, o surto
inflacionário e a elevação dos
da política segurar as vantagens de ção dos objetivos nacio-
tivas , notadamente as de largo um sobre outro sistema nais , esses não só perma-
impacto. preços ao consumidor passa- o Jornal da Constituinte publi- sem, ao mesmo tempo, ad- nentes como dever de cada
O povo, alvo das ações go- ram a uma situação quase in- ca nesta edição, matéria aprovada mitir que elas são contra- um .
vernamentais, tem o direito de controlável, gerando entre o no plenário da ANC, onde se des- balançadas por desvanta- Essa a concepção que
ser informado com pormeno- povo a desconfiança e o descré- taca a polêmica votação do direito gens si~nificativas . Daí a não nos pode faltar. A fu-
res sobre as razões que as de- dito, a própria apatia. de propriedade . Todavia, mais grandiosidade da questão tura Constituição não deve
que a continuidade natural do pro-
terminaram e, em fase seguin- Do lado do Governo, como cesso de votação, a ANC viveu e a responsabilidade de ca- ser concebida e promulga-
te, de exercer o acompanha- não poderia deixar de ser, exis- um espetáculo de gala . A nação da um daqueles a quem da a não ser sob a conven-
mento da execução dessas me- te a vontade de acertar, daí de- assistiu a política prevalecendo so- compete a decisão : os ção do respeito e do cum-
didas . Trata-se de um direito bre a intolerância, o diktat e a ig- constituintes . primento aos seus princí-
correndo seus planos e progra- norância.
resultante da necessidade de o mas emergenciais, muitas ve- No entanto, a decisão a pios, ou seja, os funda-
Governo guiar-se pela transpa- zes revistos para atender à de- Alguns, achando estranho o es- respeito do sistema de go- mentos pelos quais a nação
rência . petáculo do encontro das idéias - se ajusta no pacto de eri-
manda social. Os reflexos disso sob o impacto dos antagonismos verno não é isolada. Ao
Com frequência, como tudo têm gerado perplexida- -, desacreditaram que as solu- contrário , junto com ela gir-se a si própria e ao país.
acontece neste momento, as de e até inquietação entre as ções dos impasses gerados na vota- está, também, a definição Claro que o primeiro
providências postas em prática populações, conforme cons- ção do direIto de propriedade flui- quanto à duração do man- passo é a definição do
são restritivas e a elas o Go- riam no curso dos entendimentos. mandato do atual presi-
tantes observações e pesquisas Perderam tempo e latim . dato do atual presidente.
verno recorre no bojo de al- levantadas junto à opinião pú- Quatro, cinco ou seis anos dente da República. A dis-
gum programa especial para As lideranças partidárias, que cussão a respeito da consti-
blica. pareciam amortecidas pela emer- será, sempre, uma decisão
problemas que não podem per- gência de diferentes julgamentos, política precedida por uma tucionalidade deste ou da-
Num quadro complexo co-
manecer insolúveis. Antes, es- renascc;ram vigorosamente, ape- outra de importância quele período é, nesse
mo o da atualidade brasileira,
ses programas surgiam sob a nas contidas pela consciente afir- maior, porque destinada a instante, mero exercício
as soluções, obviamente, s6 se- mação das individualidades que,
rotulagem de pacotes e, por is- ser permanente: a escolha acadêmico. Ademais, não
rão alcançadas através do es- no âmbito da Assembléia Consti-
so, eram repudiados. Agora, do sistema de governo. há como invocar qualquer
forço comum de todos os cida- tuinte assimilaram com in vulgar
garante o novo Ministro da Fa- determinação o senso srave de Por isso, não podemos instância judiciária para
dãos, dentro de um grande en-
zenda, já não serão acionados suas responsabilidades históricas. raciocinar sob a ótica do dirimir as dúvidas. O foro
tendimento nacional, para é políico . E, politicamen-
esses mecanismos. A Carta Magna em elaboração imediatismo. A opção,
sairmos da crise econômico-fi-
Não há dúvida que é da com- plantou suas bases em um novo qualquer que seja ela, de- te, as decisões ou são to-
nanceira, como tive ocaisão de madas por acordos ou no
petência do Poder Executivo processo de relacionamento polí- verá ser acompanhada do
sugerir ao próprio Presidente tico no interior da ANC, através confronto em plenário,
cuidar, mediante atos eficazes, da República . do qual se firmou definitivamente compromisso de estabele-
do fiel cumprimento das atri- um mecanismo de intermediação cermos, já, as condições onde as forças são medidas
A idéia incluiria o exame do diálogo e afastaram-se, por in- para que as gerações futu- muito mais pelas tendên-
buições que lhe confere o texto
conjunto dos nossos proble- teiro, os divisores rígidos para ce- ras tenham instituições só- cias e preocupações ideo-
constitucional, visando princi-
mas, a partir de reunião dos derem lugar a um pluralismo mais lidas. lógicas e fisiológicas do
palmente ao bem-estar da po· representativo da vida real.
dirigentes partidários, com o que partidárias .
pulação e à criação de condi- Assim, o presidencialis-
Presidente da República, mas, Insiste o nosso JC em abrir es- A ninguém, todavia,
ções para o desenvolvimento também, com a efetiva partici- paços ao livre debate que, se não mo norte-americano ou o
das atividades produtivas da mormente em se tratando
paç&o do Congresso Nacional, pode abranger a todos os consti- parlamentarismo inglês,
Nação . tuintes, tem permitido a circula- de membros de uma Consti-
foro por excelência para o de- para citar apenas um tuinte, é lícito pensar, agir,
ção de idéias e tendências , cuja
Quando há distorções nesse sempenho de tão relevante coleção final nos dará um pano- exemplo de cada, não po- conchavar e deci dir sem
processo é porque alguma coi- missão e de toda a sociedade rama razoável do pensamento po- dem balizar o nosso com- que a premissa seja sem-
sa não andou bem , requerendo brasileira. Esta é, por sinal, a lítico brasileiro . Nesta edição te- portamento a não ser pelo pre o patriotismo . Este é
pronta fiscalização. Outras ve- mos o privilégio de ter as entre- fato de que ambos só che-
grande missão do momento, vistas de José Elias Murad, Cha- o mínimo que a História
zes, as distorções resultam de quando se avizinha o término gas Rodrigues, Ivo Vanderlinde e garam onde estão a partir nos cobrará a todos: parla -
equívocos da própria política dos trabalhos da Assembléia Ervin Bonkoski . de um nível de conscien- mentari sta s ou presiden-
- econômica, fiscal, credití- Nacional Constituinte. tização nacional seguido cialistas.
cia, social ou de qualquer or- Constituinte Marcelo Cordeiro da determinação coletiva
dem - posta em andamento Constituinte Humb erto Lucena Primeiro-Secretário da ANC de torná-los possíveis . Isso COllsrilUime Maurício Corrêa
Presidente do Congresso Nacional Líder do PDT
pelo Executivo. não significa que, interna-

EXPEDIENTE
Jornal da Constituinte - Veículo semanal editado sob a Diretor Responsável - Constituinte Marcelo Cordeiro Moura da Silva. Vladimir Meireles de Almeida. Maria Apare-
responsabilidade da Mesa Diretora da Assembléia Nacional Editores - Alfredo Obliziner e Manoel V. de Magalhães cida C. Versiani , Marco Antônio Caetano , Eurico Schwinden,
Constituinte . Coordenador - Daniel Machado da Costa e Silva Itelvina Alves da Costa, Luiz Carlos R. Linhares. Humberto
MESA DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Secretário de Redação - Ronaldo Paixão Ribeiro Moreira da S. M. Pereira. Clovis Senna , Luiz Cláudio Pinheiro.
Presidente - UlyssesGuimarães; Primeiro-V ice-Presidente - Secretários de Redação Adjuntos - Paulo Domingos R. Neves Marlise Ilhesca e Domingos Mourão Neto .
Mauro Benevides; Segundo -Vice-Presidente - Jorge Arbage; e Sérgio Chacon
Chefe de Redação - Osvaldo Vaz Morgado EQUIPE DE FOTOGRAFIA
Primeiro-Secretário - Marcelo Cordeiro; Segundo-Secretário
- Mário Maia ; Terceiro-Secretário - Arnaldo Faria de Sá. Chefe de Reportagem - Victor Eduardo Barrie Knapp Reinaldo L. Stavale. Benedita Rodrigues dos Passos. Gui-
Suplentes: Benedita da Silva, Luiz Soyer e Sotero Cunha. Chefe de Fotografia - Dalton Eduardo Dalla Costa lherme Rangel de Jesus Barros. Roberto Stuckert e William
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APOIO ADMINISTRATIVO Ilustração - Gaetano Ré
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Diretor-Geral da Câmara - Adelmar Silveira Sabino EQUIPE DE REDAÇÃO
Diretor-Geral do Senado - José Passos Pôrto Redação: CÂMARA DOS DEPUTADOS - ADlRP
Produzido pelo Serviço de Divulgação da Assembléia Na- Maria Valdira Bezerra, Henry Binder, Carmem Vergara, - 70160 - Brasília - DF - Fone: 224-1569
cional Constituinte. Regina Moreira Suzuki , Maria de Fátima J. Leite, Ana Maria - Distribuição gatruita

2
ACOMPANHE O TEXTO NA NOVA CARTA ::: ACOMPANHf; O'I EX'lO NA UVACAR

Garantido direito de propriedade


Foram necessá rias muitas horas de negociação e seis quatro outras votações, em que se rejeitaram as propostas mandado de segurança coletivo, como foi previsto pela
votações para que se definisse o texto relativo ao direito da emenda substitutiva do "Centrão", da Comissão de Comissão de Sistematização. Com isso, o mandado de segu-
de propriedad e, fixado no § 38 do art. 69 , do Capítulo Sistematização, e as emendas dos constituintes Luiz Inácio rança passa a se r um instrumento também dos partidos
I, do Título II da nova Constituição. Lula da Silva (PT - SP) e Amaury Müller (PDT - RS) . políticos , das organizações sindicais ou de qualquer entida-
Embora tivesse sido aprovado junto com todo o Capí- Superado o impasse no Direito de Propriedade, as de associativa legalm ente constituída.
tulo I , o § 38 foi alvo de um pedido de destaque para votações na Constituinte voltaram a se acelerar, incluin-
do-se no texto defin;tivo da nova Carta uma sé rie de outros PRODUTIVIDADE
vo tação em separado , solicitado pelo constituinte Mário
Covas (PMDB - SP). Aprovado simbolicamente o pedido dispositivos relativos aos Direitos e Garantias Fundamen- Suspensas na última quinta-fe ira, em função do carna-
de votação em se parado , mas ainda não firmado o acordo , tais . val, as votações do texto constitucional praticam ente con-
a primeira votação foi inútil po r falta de quorum. Apenas ACORDOS E FUSÕES cluíram o Capítulo I do Título lI , com se us 60 parágrafos.
250 co nstituintes votaram. Em todas as votações que se seguiram foram comuns Quando recomeçar a votação, nesta quinta-feira, falta-
As negociações coordenadas pelo Presidente Ulysses no Plenário as fusões e emendas e as votações por consenso, rão apenas as emendas sem destaques, que se rão votadas
Gu imarães só foram dar resu ltado na sessão da última previamente acertadas entre as várias lideranças. em dois blocos: as que recebe ram parecer favorável e as
quarta-feira, quando o relator Bernardo Cabral ofereceu Com isso, vários dispositivos foram alterados, como que tiveram parece r contrário do relator.
um texto alternativo, enfim acordado entre as várias lide- no caso do mandado de segurança e no mandado de injun- A expectativa do Plenário é quanto a votação do art.
ranças dentro da Constituinte. ção. E no habeas data, que acabou sendo aprovado pela , 79 , na abertura do Capítulo lI, Dos Direitos Sociais, quando
Com o novo texto fica assegurado o pleno direito de unanimidade dos presentes à sessão. estará em pauta um dos temas mais polêmicos de todo
propriedade, mas a subordina à sua função social. Antes Mesmo sem acordo com as lideranças do "Centrão", o texto constitucional, que é a série de dispositivos refe -
de se chegar a este entendimento, nO,entanto, foram feitas a Constituinte i~troduziu uma inovação, assegurando o rentes aos pireitos dos Trabalhadores.

Título fi - Dos Direiros e CClf(lIltias


Fundamentais
CapílLllo 1- Dos Direitos Indi viduais
e Coletivos
Artigo 6" (co ntinuação)

DIREITO DE
PROPRI EDADE

§ 38, É garantido o direito


de propriedade , A proprie-
dade atenderá à sua função so-
cial. A lei estabelecerá o proce-
dimento para desapropriação
por necessidade ou utilidade
pública , ou por interesse so-
cial, mediante justá e prévia in-
denização em dinheiro , ressal -
vados os casos previstos nesta
Constituição . Em caso de peri-
go público iminente , a autori-
dade competente poderá usar
propriedade particular, asse-
gurada ao proprietário indeni-
zação ulterior, se houver dano .

Votaram: 490
Sim: 446
Não: 40
Abstenção: 4

o texto aprovado foi uma


proposta alternativa do Relator
Bernardo Cabral (PMDB ~
AM), fruto de acordo entre os
vários grupos e lideran ças,
após cinco votações,

PEQUENA
PROPRI E DADE

§ 39. A pequ e na proprie-


dade rural, assim definida em
lei , desde que trabalhada pela
família , não será objeto de pe-
nhora ou para pagame nto de
débitos decorrentes de sua ati-
vidade produtiva, A lei defi-
nirá os meios de financiar o seu
dese nvolvim ento.

Votaram: 446
Sim: 406
Não: 27
Mesmo com o ('lmlll\'lIl chegando, o Plenário estel'e sempre cheio . Abstenção: 13

Jornal da Constituinte 3
CARTA ::: ACOMl:~NHE Orr EXTO NA NO ~ CARTA ... ACOMPANHE OTEXTO A o 1\CA
o texto aprovado é resultado Não: 6 MANDADO D E mações relativas à sua pessoa, G RAT UID ADE I
de fusão de em endas dos consti- SEGU R A NÇA constantes de registro o u ban-
t uintes Ne l son Carneiro Abstenção: 1 cos de dados de entidades go·
§ 56. As ações p revistas
(PMDB - RJ), Afif Domin- nos §§ 48 e 52 são gratuitas.
§ 49. Conceder-se-á man - vernamentais , ou de caráter
gos (PL - SP) e Joaquim Su- o texto aprovado por acordo público .
cena (PMDB - MT).
dado de segurança para prote-
Il - para a retificação de
Votaram: 315
é resultado de uma fusão de ger dire ito líqu ido e certo , não
emendas dos constituintes Fer- amparado por ha beas corpus dados , em não se preferindo Sim: 305
HERANÇA nando Lyra (PMDB - PE), ou habeas data, seja o respon- fazê-lo por processo sigiloso, Não: 3
Júlio Costamilan (PMDB.- sável pela ilegalidade ou abuso judicial ou administrativo.
RS) , Afif Domingos (PL - de poder, autoridade pública
Abstenção: 7
§ 40. É garantido o direito
de herança. SP) e Gidel Dantas (PMDB- ou agente de pe~soa jurídica no Votaram: 409
CE) exercício de atribuição do Po- Sim: 406 Com a aprovação do desta -
Votaram: 478 der Público. que, do constituinte Roberto
§ 44 . É plena a liberdade Não: O D 'Avila (PDT-RJ) foi recupe-
Sim: 182 de associação para fins lícitos,
Votaram: 426 Abstenção: 3 rado o texto da Sistematização ,
Não: 291 vedada a de caráter paramili- garantido gratuidade para as
tar. A criação de associações Sim: 417 ações de ha beas corpus e ha-
Abstenção: 5 e cooperativas independe de Não:
O texto é um fusão da emen-
1 da substitutiva do " Centrão" beas data.
autorização, vedada a interfe-
o texto definitivo é da Co- rência estata l em seu funcio- Abstenção: 8 com a do consútuinte Sigma- GRATUIDADE II
namento . ringaSeixas (PMDB-DF).
missão de Sistematização, idên-
tico ao do " Centrão". Para isso § 57 . São gratuitos aos re-
O texto definitivo é da emen- O texto aprovado é resultado AÇÃO POPULAR
foi rejeitada a emenda ~upres­ conhecidamente pobres na for-
da substitutiva do grupo "Cen- de uma fusão de emendas dos
siva do constituinte Paulo Del- constituintes Ricardo Fiuza § 53. Qualquer cidadão é ma da lei o registro civil de nas-
gado (PT - MG) . trão " . cimento e o atestado de óbito
(PFL-PE) e Afif Domingos parte legítima para propor
ação popular visando a anular bem como os demais atos ne-
(PL-SP).
ASSOCIAÇÕES I ato lesivo ao patrimônio públi- cessários ao exercício da cida-
CONSUMIDOR dania .
co o u de en'tidade de que o Es-
§ 45. As associações só MANDADO COLETIVO tado participe, à mora lidade
§ 41. O Estado promove- Votaram: 359
poderão ser compulsoriamente § 50. O mandado de segu- administrativa, ao meio am -
rá . na forma da lei, a defesa
do consumidor.
dissolvidas ou ter suas ativida- rança co letivo pode ser impe- biente e ao patrimônio histó- Sim: 355
des suspensas por decisão judi- rico e cultural. O autor da ação
cial transitada em julgado.
trado por partido político, com
é ise nto de custas judiciais e
Não: O
representação na Câmara dos
Votaram: 469 Deputados o u no Senado Fe- do ô nus da sucumbência, salvo Abstenção: 4
Sim: 67 O texto tem origem na Co- de ral, orga nização sindical, en- comprovada a má-fé.
missão de Sistematização, tidade de classe o u qualq uer
Não: 397 mantido igLfal pelo "Centrão", associação lega lme nte consti - Votaram: 377 O texto definitivo é fruto de
uma emenda do cons tituinte
Abstenção: 5 em sua em enda substitutiva. tuída, e m funcio na mento há Sim: 372 Gerson Peres (PDS-PA).
pelo me nos um ano, em defesa
Com esta votação foi man-
ASSOCIAÇÕES Il dos in teresses de se us me m - Não: 2 I

tido o texto original da Comis- § 46. Ninguém poderá ser


bros ou associados. Abstenção: 3 ASS ISTÊNCIA JU R ÍDICA
são de Sistematização e do § 58 . O Estado p restará
compelido a associar-se ou a
"Centrão " , rejeitando-se a permanecer associado. Votaram: 439 O texto aprovado é resultado assistência jurídica integral e
emenda dos constituintes Car- de uma fusão de emendas dos grat ui ta aos que comprovarem
los Chiarelfi (PFL - RS) e Afif Sim: 326 cons tituintes Afif Dom ingos insuficiê ncia de recursos.
Domingos (PL - SP) . O texto tem origem na Co- Não: 103
missão de Sistematização , (PL-SP), José Inácio Ferreira O texto é originário da Co-
mantido idêntico pelo " Cen- Abstenção: 10 (PMDB-ES), Agripino de Oli- missão de Sistematização e
ASSISTÊNCIA RELIGIOSA trão " . veira Lima (PFL-SP), Eduar- idêntico na emenda substitutiva
do Bonfim (PC do B-AL), De- do "Centrão" .
§ 42 . É assegurada , nos O texto é da Comissão de Sis- nisar Arneiro (PMDB-RJ), Vi-
termos da lei, a assistência re - ASSOCIAÇÕES III tematização, mantido na Carta valdo Barbosa (PDT-RJ) e Fá-
ligiosa prestada nas entidades pela aprovação de destaque do bio .Feldmann (PMDB-SP) . IGUALDADE
civis e militares de internação § 47. As entidades asso- constituinte João Agripino § 59. Homens e mu lheres
coletiva . ciativas, quando expressamen- (PMDB-PB). são iguais em direitos e obriga-
te a utorizadas, tê m legitimida- SOBERANIA DO JÚRI
ções, nos termos desta Consti-
de para representar seus fi lia- INJUNÇÃO § 54 . É reconhecida a ins- tuição, cabendo ao Estado ga-
Votaram : 438 dos em juízo o u fora dele . tituição do júri com a organi- rantir a eficácia desta disposi-
§ 51. Co nceder-se-á man-
S im : 37 dado de injunção sempre que
zação que lhe der a lei, assegu- ção.
rados o sigilo das votações, a
Não : 394 Votaram: 419 a fa lta de norma regulamenta- plenitude de defesa, a sobera- O texto é da emenda substi-
Abstenção: 7 Sim: dora torne inviável o exercício nia dos veredictos e a compe- tutiva do "Centrão " .
409 dos direitos e liberdades cons- tência para o julgame nto dos
Não: 2 titucionais e das prerrogativas crimes do losos contra a vida. EFE ITO IMEDIATO
A votação acima suprimiu inere ntes à nacio na lidade, à
por iniciativa do constituin te Abstenção: 8 soberania e à cidadania. Votaram: 397 § 60. As normas defi nido-
Vivaldo Barbosa (PDT - RJ), ras dos direitos e garantias fun-
a expressão "por brasileiros " , O texto aprovado foi altera- Votaram: 428 Sim: 393 damentais têm aplicação ime-
que implicitamente proibia a
assistência religiosa por estran-
do por emendas dos constituin-
tes João Paulo (PT-MG) e Do-
Sim: 424 Não: 2 diata.
geiros. mingos Leonelli (PMDB-BA) . Não: O Abstenção: 2 Votaram: 352
Abstenção: 4 Foi recuperado o texto da Sim: 348
REUN IÃO PÚBLICA H A B EAS COR PUS
Comissão de Sistematização, Não: 1
§ 43. Todos pode m re u- O texto é resultado de uma pela aprovação do destaque do Abstenção:
nir-se pacificamente, sem ar-
§ 48. Conceder-se-á ha- fusão de emendas dos consti- constituinte Pimenta da Veiga
3
bea:. corpus sempre que al- tuintes Fernando H enrique
mas , em locais abertos ao pú- guém sofrer o u se achar amea-
(PMDB-MG).
blico, independente de autori- Cardoso (PM DB-SP), Afif O texto é originário da Co-
çado de sofrer vio lência ou Domingos (PL-SP), Jovanni missão de Sistematização, su-
zação, exigível prévio aviso à coação em sua liberdade de lo- Masini (PMDB-PR) e Max Ro- DEFESA DA CARTA primido na emenda substitutiva
autoridade. O direito de reu- comoção, por ilegalidade ou
nião não pode ser usado para semmann (PMDB-PR). § 55. Cabe ação de in- do " Centrão " e recuperado por
abuso de poder.
frustrar outra reunião, previa- constitucionalidade contra ato destaque dos constituintes Gas-
mente convocada para o mes- HABEAS DATA ou omissão , que fira preceito toneRighi (PTB-SP) , José
O texto acima, que se incor- Costa (PMDB-AL) e Alfredo
mo local . pora à nova Carta, tem origem § 52. Conceder-se-á ha- desta Constituição .
beas data: Campos (PMDB-MG) .
na Co missão de Sistematiz a- Sem destaques, foi mantido
Votaram: 417 ção , mantido idêntico p elo I - pa ra assegurar ao brasi- o texto da emenda substitutil'o (CONT I NU A NO PRÓXIMO NÚ -
Sim: 410 '·Cenrrão· '. leiro o conhe cim e nto de info r- do "Centrão" M E RO )
.
4 J~rnal da Constituinte
Um novo ritmo para a CartaAO IRP/Guilherme Rangel
A co n stituint e Wilm a Maia
(POS-RN ) fez um a co nclamação
para que o po vo bras ile iro e as
fo rças prog ress ist as d e ntro da
Constituinte se un a m e m defesa
das instituições, do povo e da so-
ciedade . A pa rl a me nt a r opino u
que a estrutura socia l brasileira es-
tá se ndo destruída po r um Estado
co rrupto, c uja função, se gundo
disse, se resume e m co ncessão de
privilégios, a um entos siste máticos
da ca rga tri but á ria e arrocho sala-
ri al.
Acha Wilm a Maia que a Consti-
tuin te não pode de ixa r de vota r
o mais breve possíve l a no va Carta
com o fito de e feti va r pa ra este
ano, aind a, as e leições presiden-
ciais .. , A nova Constituição, sa-
Iientou , deve se r a chave das mu-
danças co nc re t as qu e pode rão
contrib uir positiva me nte pa ra le-
var o Brasi l a uma condição de
país de mocrá tico".
A pa rlamen tar chego u a recla-
mar do rit mo. " le nto". da votação
do p roje to co nstitu cio na l e de
const ituin tes q ue "coloca m se us
interesses pessoa is acim a dos inte-
resses da Nação" e co ntribue m pa-
ra a fa lta de QUO rll l11 e m algumas
sessões. para cuida rem de o utras
ta refas alh e ias ao se u ma ndato .
Poré m . Wilm a Maia a le rto u que
toda a popu lação hras ile ira está na
expectat iva da nova Constituição
e, por isso. existe um a gra nde res-
po nsab ilid ade dos co nstituintes
em esc rever um a nova Cart a com-
pro missada com os inte resses do
povo .
INTE R ESSES A votação atingiu um ritmo mais ágil. Conseqüência direta de entendimentos e casa cheia, como atesta o painel.
Bo m-se nso. É o que está faltan-
do. na palavra do co nstituinte Fe r- progresso . No se u e ntendim ento. mico com o dese nvolvime nto so- Afora a defesa da iniciativa pri-
nando Sant ana (PC B- BA ) pa ra a tarefa principa l dos po líticos mo- cial. vada como mais importa nte que
que as negociações e ntre os dIve r- de rn os é buscar a o rgani zação par- Outro fato importante. no se u o Estado, o constituinte lembrou
sos grupos de ntro da Constituinte tidá ria, os movime ntos da socie- ente nde r , se rá a possibilidade de de o utros po ntos referenciais para
chegue m a um bom te rm o. Mas dade civil e preparar os tecidos so- se fo rt alece r o me rcado nacional. os parl ament a res pefelistas: a co n-
o parl ame nt ar disse te r constatado cia is vivos . através do a um ent o da produção solidação da economia de merca-
durant e as negociações ma logra- Pa ra R obe rto O ' Á vil a, é pre- e do pode r de compra, ge rando do, a defesa do meio ambiente e
das para vo tação de alguns dispo- ciso que os constituintes busque m impostos e co nse qüe nte me nte o estímul o à cultura be m co mo a
siti vos d o Títul o II do proje to a mode rnidade, de limit ando com dese nvo lvim e nto do país. mode rni zação do Estado. A inda
constitucional. int eresses de clas- cl a reza os li a mcs e ntre o atraso Segundo a parl ame nta r. é im - segundo a nota. os co nstituint es
ses do minant es. no empresariado , e o ava nço, a ume nt ando o marco po rtante q ue os co nstituintes no do pa rtido deve m ate r-se à defesa
ent re os po líticos. a defende rem que dife re ncia o ve lho do no vo pa- me io de tant as ince rtezas te nh am dos direitos sociais, à conde nação
privilégios já consagrados. ra buscar re di gir pa ra o Bras il um a a vont ade e dete rminação para se ao atraso po lítico, à busca do fo r-
O pa rl ame ntar vê o ri sco de a Constituição qu e leva rá o país a unire m solidari ame nte no se ntido talecim e nto dos estados e municí-
Co nsti t uint e e labo ra r um tex to um mode lo sócio-econõ mico que de faze r um a nova Constituição pios e à co rreção das desigualda-
constitucional que ve nh a somente não e nve rgo nhe ningué m . O pa r- di gna do p.ovo bras ileiro . "Cent o des sociais.
a se rvir aos interesses estra nge iros la me ntar sublinho u ainda que ca- e trinta mIlhões de pessoas de pe n- Na óti ca de Inocê ncio O li ve ira,
e não contri bua pa ra o dese nvol- be ao constituinte faze r a defesa de m da vo ntade, da consciê ncia a no ta da Comissão E xecuti va Na-
vim e nto do Br a ~il. A se u ve r , não intra nsi&e nte das regras do jogo expressa e m voto dos constituin - cio nal do PFL constitui impo rt an-
existe, prin cip a lm e nt e e ntre os democratico, traça r com o maio r "A nova tes. " te docume nto para todos os consti -
empresários, o se ntido de patrio- gra u possíve l de conse nso os me- Constituição PFL tuintes pela definição dos dife re n-
tismo. Co mo e xemplo cito u a rea- canismos legais qu e deve râo se r tes ass untos enunciados. Especial-
ção d o e mpresa ri ado qu a nd o a respeitados, com o pode r público deve ser a A sociedade de ve se r mais im- me nte, disse, tendo e m vista a res-
Co missão de Siste ma tização apro- fun cio na ndo co mo di sciplin ado r chave das po rta nte que o Estado. Esta fo i po nsabilidade histó rica que te m a
vou a nacio na lização da distribui- de uma po lítica de "socialismo li- mudanças um a das recome ndações dadas pe- atual Co nstituinte de assegurar ao
ção dos de rivados de pe tró le o . Ele bera I". lo constituinte Inocê ncio Oliveira país a ple nitude de mocrática e a
lembrou que foi fe ita até um a cam- O pa rl ame ntar opinou quanto concretas (PFL- PE) ao le r os te rmos da efeti vação dos dire itos civ is.
panh a nacio nal co ntra tal propos- ao que de ve ria se r a rriorid ade que poderão nota da Co missão Executiva Na-
VE ROAOE
ta. Po r out ro lado, continuo u, não da Carta constituciona , segundo levar o cion al do Pa rtido da Frente Libe-
que re m abrir mão de algum a ri- o raciocínio de que o princípio ele- raI no que se refe re a uma orie n- També m o con stituinte Ant ô-
queza pa ra se r dividida com a po- mentar reside na di gnidade e esta Brasil à tação a se r to mada pe la bancada ni o de Jes us (PMOB- GO) fez
pulação brasil eira. tem como princípios básicos a saú- condição do partido na Constituinte. uma re co me ndação e um ape lo
Fe rn ando Sant a na se mostro u de e a educação . " Todo o r~s t o de país Inocê ncio Olive ira chamou a aos constituintes. Ele destaco u se r
cético quanto a um a possibilidade é conseqüê ncia ." Robe rto O ' Avi- atenção principalme nte pa ra o tre- preciso que os parlam entares, ao
de aco rd os dent ro da Constituin - la afiançou que se deve buscar dis- democrático. " cho do documento em que o PFL re fl etirem ace rca das maté rias a
te. Para e le, o bo m-se nso está ce- positivos constituciona is que in - prega que "a Constituição não po- se re m vo tad as, se le mbre m de
dendo luga r pa ra as impo sições ve rta m as dotações o rçame ntá rias de se r e laborada por um grupo, " que sem home ns melho res, se m
das classes do min antes. Concilia- para ve rda de iram e nte be nefi cia r tituição , po rque de fin e m os direi- por alguns ou nem mesmo por um compromisso co m os valo res ete r-
ção só aco ntece qua ndo inte ressa as áreas de educação , saúde, habi- tos sociais, onde se pode conseguir partido político: tem de se r produ- nos de ve rd ade , justiça, amor , di g-
aos conse rvadores, comple to u. tação. uma justa distribuição de riqueza to do e nte ndimento o u aco rdo e n- nidade humana , não have rá o fa-
no país. tre as for ças políticas da nação, vo r de Oe us, e a tare fa de elabo-
TAREFA IMPORTÂNCIA Para Ma ria de Lourdes Abadi a, te ndo em vista represent ar a vo n- ração da nova Constituição se rá
O co nstituinte Ro be rto O ' Ávila Já a constituinte Mari a de Lo ur- é nesse Título 11 que se dará valori- tade da maio ria do povo brasilei- malograda".
traço u o pe rfil que, na sua óti ca, des Abadi a (PFL- OF) fez um a zação dos traba lhado res e apose n- ro ". Em o utro trecho lido pe lo Ant ô ni o de Jes us critico u os
de ve ri a se rvir de pa râmetro aos refe rência ao Título lI , analisan- tados e a substituição do paterna- parlame ntar, o partido conclama " ho me ns públi cos", que, a se u
co nstituintes visando à co nstrução do-o como um todo. Pelo que dis- lismo assistencial do siste ma previ- os con stituintes a e labo ra r co m ve r. se to rn aram exemplos de im o-
de um a " ve rdadeira civilização", se, nele estão contidos os princi- de nciário pelo sa lário justo , ha r- bre vidade o novo texto da Con sti- ralidade, alé m de cultivarem a hi -
se m se ate r so me nte à idé ia do pais capítulos do pro je to de Cons- moniza ndo o crescim ento econô- tuição . pocri sia''Co-m virtude ma io r dos

Jornal da Constituinte 5
ADlRP/Guilherme Ilaalel
qu e a lmeja m o sucesso a qu alqu e r e supra-re lig ioso, no se ntido de ÁREAS U RBANAS
preço. O co nstituinte manifestou e xpurga r do tex to constitucional
preocup ação pelo fato de a atua l tudo aq uil o qu e co mpro m e ta a Outro qu c vê no aco rd o a saíd a
ge ração esta r cresce nd o se m qu e boa for mação d o povo brasileiro" . possíve l é o co nstituint e J oa quim
tenh a idea is para lut ar porque o Para o p a rlamentar, "a Consti- Franci sco (PFL-PE), para qu e m
país vive um processo afe to a co r- tuinte não pode se deixar e mpol- é preciso que prevaleça o e nt e ndi-
rupção e está acostu m a do ao vazio gar pelo demagogismo sádico que mento pa ra que se possa ava nçar
é tico . D e acordo com o parlamen- es timul a a d estrui ção dos valores no ca mpo das ,l rea s urbana s. Pa ra
tar , essa é um a re lação importante esse nciais e o s substitui pe la de- e le é necessário qu e se ga ra nt a m
porque, na sua opinião, " não ha- pra vação dos costume s". as conquistas já o btidas c fixada s
verá instituições eficie ntes se m ho- De aco rd o co m J orge Arbage, no proj eto da Co missão de Siste-
men s ge nerosos, j ust iça e fi caz se m O povo brasile iro , at ravés da Con s- m atização. asseg ur a nd o-se co n -
juízes hon es tos, governo demo - tituinte, vive um mo m e nto esplen- ceitos m o dc rn os pa ra 'o d ese nvo l-
c rático se m po líticos d ece nt es. doroso qu e deve se r aproveitad o vimento da s g ra ndes rcgiõcs me-
progresso material se m e mpresá- com sabedo ri a e força de vontade tropolitanas .
ri os justos e se m trabalhadore s para d e finir os novos rumos do fu- A d esa pro priação po r títul o da
dignifica dos" . tu ro d o país "Estamos escrevendo dívida públi ca nas ,lreas subutili -
a Co nstItui ção do porvir , utilizan-
EXPU R GO zadas é esse ncial p a ra o e qu acio-
do a proteção de Deus co mo fonte nam e nto da qu cs tão que preoc upa
O mes mo tom fo i o di sc urso d o inspiradora", definiu, " com o fim
70'lc de nossa população - ex pli -
co nstituinte J orge Arbage (PDS- d e d o tar o Brasil de armas eficazes ca J oaq uim Fra ncisco.
PA) , qu e conc\amou os co nstituin - para se torn a r um a N ação demo-
tes a " um esforço c ívico, moral crát ica" . R EPERCUSSÃO

Preocupado co m as rc pe rcus-
sÕt.:s junto à socit.: c1 acle do que cha-

Direitos
mo u dc "dest t.: mp e ros verba is"
dur a nt e as reu niões da ANC . o
consti t uintt.: Lu iz In :ício Lu la da

. . . '" Silva (PT-S P) disst.: te mt.:r ainda


qu e "a paix,lo to mc co nt a da razão
dura nt t.: os debates". E le m a nift.:~­
to u' a espt.:ra nça dt.: que os co nsti -

SOClalS Ja tuint es vo lt em co m disposição dt.:


recupt.:rar o tunpo perdido e e la-
bore m uma Carta C0 l11 0 o povo
está espt.:ra lldo .

em debate
Lu la tem co mo certo que a A~·
se mbl éi<l ir:í merg ulh ar ago ra e m
um dos st.: us aspectos mais impor-
ta nt es , ou seja. o Capítul o do s Di -
re itos Soci a is . "Caso o tcxto fin a l
n ão correspo nd a ao mínim o de
Al g un s constituint es, co mo é o rão e ntreg ues à prepotência e à ava n ços - adver te - st.:re l11os
caso d e J oão Pa ulo ( PT-MG), já ação a rbitrária dos e mpregado res , respo n sab ili za d os c t ername nt e
adiantam os debate s de te mas qu e provocando toda a so rte de intran- como in capazes para rt.:di g ir uma
so m e nte se rão votados um pouco qüilidade social e de in stabilidade Co nsti tui çáo ava nçada . moderna
m ais adiante, a e xemplo da ga ra n- política. e qu c seja n ão o retr ato de um
tia do e mprego. De acordo co m grupo . mas o da vo nt ade da maio -
o p arla m e ntar , a estabi lidade é o APOSENTADO RIA ria do povo" .
in stituto mai s ca rac te rísti co de to- A mobi/izaçâo do Plenário fo i constante dumnte as vo tações.
do o direito do trabalho . . QUATRO ANOS
R e mun e raçã o dos aposentados
R acioci n a J oão Paul o que o re- e pen s ionistas foi o ut ro ass un to DIREITOS
tratado pe los consti tu intes Sólo n O co nstituinte Herm es Za neti
conheci m e nto constituciona l da (PM D B-RS) defendeu um man -
garantia do e mpr ego implica a Borges dos Re is (PTB - SP) e
J orge Uequed (P MDB - RS ). A co nsti tuint e Lídice da M a ta. dato dt.: quat ro anos para o Prc si-
consagração de princípi os funda - do PC do B da Bahi a. assegura dente J osé Sarney. Segundo elc,
m e nt a is da s norm as trabalhi stas a mbos preoc upados em assegurar
di g nidad e para os traba lh ado res qu e se u partido não vai abrir 1ll<i D es tc é o sc ntim e nt o que m ove LI
co m o a proteção e a formaliza ção população brasil eira e. e m parti -
in a tivos e s uas famílias. O parla- do apoio a pontos qu e co nside ra
do princípio d a co ntinuidade d o cul ar . as bases no Ri o Grande do
me ntar ga úcho e mpe nhou-se e m fundamentais e q ue integram o
trab a lh o e a função socia l da pro- Su l. O pa rl a me ntar pedi u que ~e ­
mostrar a necessida de de se es ta- art. 7", no que se re fere aos direi-
priedad e e da e m presa. Pe la sua jam acelcrados os trabalhos da
d efi ni ção, seria " um direit o adqui- belecer o reajuste auto má ti co dos to s dos traba lh adores. Esses pon -
henefícios pagos pela Previdê ncia tos, co nforme Lídice da Mata, Co n, tituint e para que a nova
rido pelo traba lho". Co nstitui ção seja pro mul ga da o
Socia l d e forma contin uada, são. e ntre outros, o dire ito e a li-
João Paulo a rgum e nta que. lo n- berdade sindicais, as 40 horas de quanto antes .
ge d e provoca r a diminuição da Assim como Só lo n Bo rg es dos traba lh o semana is e a estab ilid ade Her mes Za ne ti apelo u para que
produtividad e do e mpr ego e da Rei s. o co nst ituinte do PMDB de- no emprego. o u a p ro ibição da d e- seja m re tirados da futura Co nsti -
empresa. a estabilidade c ri a as fe ndeu re mun e rações iguais para missão imotivada . tuiçã o os a rti gos qu e tratam da
condições de seg urança e integra- os traba lh adores ta nt o e m a tivi- ise nçáo do imposto para produtos
ção necessá ri as à rrodutividade. dade quanto inativos. J o rge Ue- E la ga ra nte, porém . que o PC ex po rt ados. Tal prá ti ca de ise n-
decorre nt e do m a ior aper fe içoa- qued suste nt ou que deve a Previ- do B pa rti cipa rá co m to d a a di spo- ção, suste nt o u , embora mo me nt a-
me nt o do trabalho, so m e nt e a l- d ê ncia Socia l mod ifica r se u siste - Antecipando-se sição d e di a loga r e negociar. e m - nea me nt e necessá ri a. é prejudicial
m a de ca rn ês co m o fim d e credi- bora se m deixar de le va r e m co nt a ao povo brasi le iro e n ão pode
ca n çável pela co ntinuidad e e pe la
ta r , imed ia ta m e nt e à d ecisão d e
à votação do que fo ram as decisões da Co mi s- co ns ta r da s no rma s co nst itu cio-
gara nti a do e mprego . E le disse ser
ina dmi ssíve l a posição "preco nce i- revisão dos sa lá ri os, os a um e ntos art. 7°, os são d e Siste mati zação so bre ta is na is. Devem se r reg ul ame nt adas
tu osa" p e la qual , reco nh ecida a co rresp o nd e nt es n as pe nsões e be- debates da ass untos qu e mo tiv a ram a re ação pe la legis lação o rdin á ri a e abo li -
es tabi lid ade, o traba lh ador passa- ne fíci os. A tec no logia moderna do do "Ce ntrão" qu e res ulto u na re- d as t,io logo de ixe m de se r indis-
siste ma fin a ncei ro n acion al pode-
semana fo rma do R egimento da ANC. pc ns,íve is à co mpe titivid ad c da s
ria a diminuir sua produção, pas-
sa ndo a criar a trit os com o e mpre- rá e nse jar o ava nço e m e lhoria d a ser vir am para mercado ria s no ex te rior.
gad o r. Pe lo contrário, aduziu , "é qu a li dade d e vid a dos apose nt a- que partidos e A CO RDO
d os, ga ra ntiu . IND E P E ND Ê NC IA
evide nt e qu e, e nqu a nt o fa to r a tivo constituintes
da produção , se o trabalh ador go-
za de ga ranti as e se não es tá pe r- Sólon Borges do s R e is, de ou tra marcassem T a mb é m o PDC, a tr avés do A de fesa da so be ra nia n acio na l
ma nen te me nte a m eaçad o d e pe r- feita, m a nifes tou pr eoc upa ção posição em co nstituint e J osé Maria Ey m ae l e d a inde pe nd ê ncia eco nô mica do
der se u me io d e subsistê ncia, se- co m que seja mud ad o o texto d o (SP), fixo u sua posição a nte o pró- país precisa ser vista co m ma is
proj e to co nstitucional d a Comis- torno dos ximo art igo a se r di sc utid o e vota- ate nção pe la Co nstituint e, a fir -
rão m a iores os se us esfo rços de
produ tivid a de". são de Siste m atização, q ue diz res- direitos do . Segun do e le, se u pa rtido não mo u o deputado Ferna ndo Santa-
pe ito a gara nti a de uma remune- sociais. ace it a rá o p rin cípio d e que o tra ba- na ( PC B-BA) . E le qu e r uma defi-
O co nstituint e não co n co rdou ração co ndi gn a para o suste nt o d o lha do r é uma mercad oria d esca r- ni ção mais rígida para o que seja
co m a possibilidade d e a questão apose nta do , co mo está previsto no táve l, suj e ito a pura e simples in - e m presa n ac io na l. E m sua op i-
se r rem e tid a. pelo tex to co nstitu - a rt. 48. Trata-se de um a re da ção Sólon Borges dos R e is co ncit o u denização co m o método para ni ão, os termos e m que á 'e mpresa
cion a l, pa ra o á mbit o d as negocia- (do substitutivo do re lator Be rnar- a Co n stituint e a a pressa r as vota- com pe nsa r um a dem issão a rbitrá- nac io n a l é d efi nid a' pe lo "Ce n-
ções cole tivas. A esta bilidad e, no do Cab ra l) bem a m a rrad a, com- ções, a firm a ndo que não é admi s- ri a. tr ão" (e mpresa n ac io na l é toda
se u e nt e ndim e nto, é insepa rável pleta. ex plícit a, que não deixa dú - síve l prote la r as dec isões nas vo ta- aq ue la co m sede no país e cri ada
da questão da fo rça dos sindica tos , vida a lg um a quanto a gara ntir re- ções. A seu ver , ap rese nt ar o A posição do PD C - ac resce n- de aco rd o co m as le is brasi le iras).
"q ue não é significativa ", de for- muneração integral para os traba- quanto antes ao País um a nova tou - é e m favor de um aco rd o permite q u e a Volksw age n e a
m a que , se não ficar estabe lecida lh adores in ativos n as mesmas pro- Constitu ição é um a questão d e capaz de propor uma so lu ção She Jl , e todas as o utras multin a-
na 'Constituição a estabilidade no porções das concedidas aos em ati- respo nsabi li dade pessoal, política, abra n gente que va lorize o trab a- cio nais sejam co nsideradas brasi-
emprego. os trabalhadores esta- vidade . social e cívica . lhador como pessoa humana. leiras .

6 Jornal da Constituinte
Propriedade e sua função social
o constituinte Fernando H enri- ao direito de propriedade , pois ou na lei civil que trata do penhor dos outros". Falando sobre a ne-
que Cardoso defendeu a aprova- "sobre toda propnedade privada agrícola. Observa o constituinte cessidade da distribuição da rique-
ção do § 38 do art. 6° do projeto pesa uma hipoteca social". Leite Chaves que se o agricultor za nacional , motivo de discursos
constitucional oriundo da Comis- nem sequer pode dar em penhor nos palanques, o constituinte lem-
são de Sistematização que se re la- BEM MAIOR os frutos de sua propriedade difi- brou que "a definição capitalista
cion a ao direito de propriedade . O Partido Democrático Cristão cilmente, então, ele obterá finan- do direito , como está no projeto
Enfático, o parlamentar disse que posicionou-se também quanto ao ciamento. Faz notar o represen- da Comissão de Sistematização,
"apenas os espíritos retrógrados direito de propriedade , já que , se- tante paranaense que a impossi- não permite a dicotomia , a ante-
imaginam que ao relacionar-se a gundo o constituinte deste parti- bilidade da peque na propriedade posição do socialismo" .
propriedade com o bem-estar so- do , José Maria Eymael (PDC- ser penhorada , inclusive para a Na interpretação do senador Jo-
cial, se está negando o direito de SP) este "é um elemento básico obtenção de financiamento , pode , sé Paulo Bisol (PMDB-RS),
propriedade", alegando ainda que indispensável , formador do bem pois , inviabilizar a própria produ- quer-se estabe lece r no país um sis-
o direito de indenização , como é maior que é a própria liberdade ". ção, o que não deve ser mantido tema feudal de uso da terra, ne-
proposto pelo texto da Comissão O parlamentar citou o Papa João pelo legislador constitucional. gando-o enfim, como se nega um
de Sistematização, existe nas prin- Paulo 11 para respaldar sua posi- dos mais naturais dos direitos , que
cipais constituições de países da ção: "propriedade é uma hipoteca CLAREZA é o direito à vida . "Quem nasce
Europa e da América Latina e que social e que apenas se justifica sua para trabalhar a terra tem o direito
a "referência à indenização em di- permanência enquanto representa O constituinte José Paulo Bisol de nela trabalhar " - observa o
nheiro é de somenos importância , um serviço para a sociedade". Em "A voz mais (PMDB-RS) defendeu a inclu- senador. E neste sentido, pergun -
pois não há por que transformar relação à desapropriação, o cons- alta que se são no texto constitucional de uma ta : " quando a propriedade á mal
o dinheiro em fetiche e nos trans- tituinte disse ser favorável que ela elevou no designação clara do que virá a ser usada , por que ela vai se r bem pa-
formarmos em sacerdotes desse ocorra em função do bem social o direito de propriedade para que ga?" O senador José Paulo Bisol
templo ". e para proteção do meio ambiente estrangeiro esses princípios sejam aplicáveis pondera que, qua ndo a proprie -
e dos recursos naturais , mas não a favor da na pratica e não fiqu em restritos dade é usada contra os inte resses
RERUM NOV ARUM concorda com uma linguagem à filosofia ou ao direito natural.
propriedade Segundo o parlamentar , " natural
sociais, dificilmente ,será logica-
Outro que defendeu o texto da aparentemente supérflua , se ndo mente remune rada: E justamente
Comissão de Sistematização foi o necessário doutrinar a ação da au- privada ou não , um direito precisa primei-
ro de uma norma que o defina jun- essa desapropriação - na concep-
se nad or, Nelson Carneiro toridade administrativa para que ligada ao ção do co nstituinte - que se dese-
(PMDB-RJ) que afirmou que "a esta não possa, quando assim en- tamente com o dever correlato ; se-
bem público gundo , de uma form a estatal que ja pagar, ou seja, aq ue la que não
voz mais alta que se ele vou no es- tender , tornar suscetível à desa- tem utilid ade socia l.
trangeiro a hvo r da propriedade propriação a propriedade que não foi a esteja conscientemente decidida a
privada relacionada ao bem públi- Julgar subordinada ao bem-estar Encíclica defendê-lo . Não existe direito na- NATURAL
co foi a Encícl ica Rerum Nova- SOCial , correndo o risco inclusive Rerum 'Novarum " tural ou não qu e seja exeqüível O direito à propriedade é um
rum. Na oportun idade, o parla- de casos onde o indivíduo poderá se m a proteção do Estado" . José direito !1atural, declarou o consti-
mentar lemb rou que a Constitui- perm a ne cer como proprietário Paulo Bisol disse ainda que o direi- tuinte Alvaro Valle (PL-RJ) ao
a impenhorabilidade para que este to de propriedade é um poder polí- discutir o assunto . Ele ressaltou
ção de 1946 incluiu a expressão formal, mas sem o direito de usá- possa produzir na sua própria ter-
" indenização em dinheiro", mas lo. tico pois exclui todos os outros, que, por ser nat ural indica, no pIa-
ra. no jurídico, as limit ações que a
que a Constituição de 1967 ressal- toda a sociedade, não estando em
RURAL FINANCIAMENTO " relação do homem com a coisa , própria natureza impõe .
vou hipóteses de alguns casos em
que a indenização pode ria se r feita O constituinte Joaquim Sucena A preocupação com as possíveis mas como qualquer direito, na re- O parlamentar vê diferenças
em ações e títulos novos, o que defendeu o direito à propriedade dificuldades do peque no proprie- lação do hom e m para o homem . concretas e ntre "di reito à proprie-
deveria levar os co nstituintes a rural, inclusive subscrevendo tário rural em obter financiamen- O direito de propriedade é um di- dade" e " direito de propriedade ".
um a reflexão no caso de adequar eme nda neste sentido, onde a pe- tos foi motivo de discurso do cons- reito de excl usão dos outros". Aque le, seg undo sublinhou , por
a lei a situações emergenciais co- quena propriedade rural , assim tituinte Leite Chaves (PMDB- Continuando, o parlamentar gaú- ser natural deve se r asseg urado a
mo a recente calamidade na cida- definida em lei , desde que traba- PR) . Destacando que já havia cho destacou que o direito à ali- todos , porÇJue é um direito de to-
de de Petrópolis. lhada pela famíliá, não se rá objeto apresentado emenda nesse senti- mentação , à saúde, à integridade dos . Para Álva ro Valle, o instituto
de penhora para pagamento de do, onde a propriedade até 25 hec- física são direitos naturais e inclu- deve ser reconhecido constitucio-
IMPERIALISMO débitos decorrentes de sua ativi- tares ficaria livre de penhora e de sive o direito à honra também é nalmente e com detalhes e clareza .
O constituinte Bonifácio de An- dade produtiva . Além disso a lei qualquer incidência judicial , o um direito natural. "Mas este di- A importância de ser assegurado
drada (PDS-MG) teme que se viria definir os meios para finan- parlamentar disse , entretanto que reito não exclui todos os me mbros na Constituição, para ele, está no
as modificaçõe s propostas pelo ciar o desenvolvimento dessa ati- o proprietário rural deverá poder da comunidade, e o direito precisa fato deque o direito à prop'riedade
"Centrão" do texto da Constitui- vidade . Aproveitando a oportuni- penhorar os frutos de sua produ- ser delimitado , restringido pelas implica no exercício de liberdade
ção referente ao direito de pro- dad e, o parlamentar do Mato ção como garantia mínima a ser leis, controlado pelo sistema jurí- do ser humano . O legislador, ga-
priedade não forem aprovadas, a Grosso falou da necessidade de oferecida em caso de emprésti- dico, na medida que corresponde rantiu, não pode contrariar o di-
Constituição corre o risco de do- garantir ao pequeno proprietário mos, como definido na Lei n9 492, a um poder polítiCO de exclusão reito natural.
brar-se ao " imperialismo jurídico
estrangeiro", alegando que o tex-
to da Comissão de Sistematização
seria inspirada em constituições
estrangeiras. O parlamentar mi-
neiro argumentou que a proprie-
dade tem hoje larga função social
e que no projeto do " Centrão"
estão consignados dispositivos de
proteção ao me io ambiente; aos
recursos naturais e que acolhem
a reform a agrária. Associando a
propriedade à garantia de liber-
dade e a impossibilidade de liber:
dade sem propriedade , Bonifácio
de Andrada acredita que "existem
aqueles que não gostam da liber-
dade, e por isso querem eliminar
a propriedade ".
DIVISÕES
Em relação ao direito de pro-
priedade , o senador Jarbas Passa-
rinho citou Marx . Segundo o par-
lame ntar , esta é uma questão que
divide ideologicamente e não pre-
tende convencer nem os marxis-
tas , para quem toda a propriedade
é roubo , nem os capitalistas, que
fazem da propriedade uma vaca
sagrada" . Em apoio a sua tese ,
citou a Declaração dos Direitos do
Home m e do Cidadão e a Decla-
ração Universal dos Direitos do
Home m, redigida em 1948 e aceita
inclusive pe la União Soviética. O
constituinte concordou, entretan-
to , que se imponham limitações O encaminhamento da votação mobilizou o plenário

Jornal da Constituinte 7
dem escrita e fundame ntada da
este artigo inicial da série, autoridade judiciária competen-
N te", o que si~ nifica que , com a
abordaremos as pnmelras de-
cisões adotadas pelo Plenário da
Constituinte a respeito d? texto
definitivo da nova Carta. Ja foram
aprovados o Preâmbulo , o Título
I (dos Princípios FundamentaIs),
As mudanças A /
nova ConstituIção, nenhum cida-
dão poderá ser preso por determi-
nação da autoridade policial , mas
apenas por. d~terminação d~ ~ uto­
ridade Judlclana . Em matena de
e uma parte (até o parágrafo 37
do artigo 691 do Capítulo I .(dos
Direitos IndivIduaIs e ColetIvos)
do Título II (dos Direitos e Garan-
tias Fundamentais) . São estes os
que vem aI respeito aos direitos do cidadão,
portanto , há aqui também um
avanço considerável.
No mais, há várias semelhanças
entre as disposições da atual e da

com a nova
pontos que vamos descrever ago- nova ConstItuição . Por exemplo ,
ra , comparando-os com a atual no que toca ao chamado "direito
ConstituIção. . . adqui rido" , os textos são idênti-
O preâmbulo de uma Constlt~l­ cos: "a lei não prejudicará o direi-
ção é uma espécie de declaraçao to adquirido, o ato jurídico per-
básica de intenções. A Emenda feito ou a coisa julgada". Em ma-
Constitucional n9 1, de 17 de outu-
bro de 1969, que é a Constituição
vigente, não possui ~m preâmbu-
lo , propriamente duo, mas sIm
uma ex?,osição de motIvos (os cha-
mados 'considerandos"), na qual
Constituição téria de liberdade de consciência,
os textos não são iguais, mas são
parecidos. A nova Constituição
afirm a: "é inviolável a liberdade
de consciência e de crença, assegu-
rado o livre exercício dos cultos
os ministros militares justificam e Você sabe o que vai mudar na ~ida do país , e religiosos e garantida , na forma da
procuram dar embasamento jurí-
dico à decisão que tomaram no
portanto na sua própr!a ,vi?a, a partIr do. mo~ento lei, pro teção aos locais de culto
em que a nova ConstItu.lçao en!rar em vigor , Bus- e suas liturgias particulares" , A
sentido de outorgar à Nação um atual reco nhece, embora com res-
texto constitucional. cando dar resposta a esta mdagaçao , o Jor?al da Cons- tri ções, os mesmos direitos : "é
Já a Constituição, ora em elabo- tituinte vai publicar , a ~ome9a~ de~te nU,mero, u!11 a plena a liberdade de consciência
ração , terá o seguinte preâ mbulo : série de reportagens cUJ O ~bje tlvo e analisar as dife- e fi ca asseg urado aos crentes o
"Nós, representantes do povo b~a ­ exercício deçultos religiosos} 9.ue
sileiro reunidos em Assemb lela renças e as similitudes eXistentes entre a atual e a não contranem a ordem publica
Nacio~al Constituinte para insti - futura Carta, Dessa forma , você poderá perceber que e os bons costumes" .
tuir no país um novo Estado De-
mocrático, destinado a assegurar
tipo de modificações pode,rã~ acontecer na~ relaç~~s Ta nt o a nova como a at ual
o exercício dos direitos sociais e sociais, nas relações econo~lcas, ~as rela~oes polItl- Constituição proíbem a pena de
morte, assi m como a pena de pri-
individuais, a liberdade , a segu- cas, enfim , no cotidiano da vida naCIOnal. E bom est~r são perpétua, de trabalhos força-
rança, o bem-estar, o desenvolvI- atento a estas modificações, porque certamente o pais
mento , a igualdade e a justiça co- dos ou de banim ento . Quanto à
mo valores supremos de uma so- não será mais o mesmo após a promulgação da nova liberdade de trabalho , oS,dois tex-
tos são se melhantes: " E livre o
ciedade fraterna, pluralista e sem Constituição, exercício de qualquer trabalho,
preconceitos, fundada na harmo-
nia social da nação e comprome- ofício ou profissão , observadas as
tida com a solução pacífica de to- cond ições de cal?acidade que a lei
'das as controvérsias, tanto na or- estabelecer" , dIZ a Co nstituição
dem interna como na internacio- em vigor. Já a nova diz : " É livre
nal , promulgamos , sob a proteção o povo deverá autoritário, e que hoje quase que
invariavelmente encQntram-se em o exercício de qualquer trabalho,
de Deus esta Constituição da Re- exercer o crise em todo o país, incapacitadas ofício ou profissão, observadas as
pública Federativa do Brasil. " qualificações profissionais que a
poder de modo ' para atender às demandas mais
lei exisir" .
O art. l' da futura Constituição , prementes de suas comunidades.
~ ue integra o Título I, ficou assim:
indireto, O SIgi lo da correspondência e
Pode-se prever que, .c?m a no~a
, A República Federativa do Bra- através de ConstituIção, os mumclplOs terao das comunicações telegráficas e
sil, formada pela união indissolú- representantes uma participação maior no bolo telefônicas é garantido por ambos
vel dos Estados , Municípios, Dis- dos recursos públicos, assim como os textos, A nova Constituição
trito Federal e Territórios , consti- eleitos, ou maiores responsabilidades admI- apenas acresce nta que tal sigilo só
tui-se em Estado Democrático de diretamente, nistrativas. poderá se r quebrado por ordem
Direito, visa a construir uma so- de acordo Judicial, para fins de investigação
ciedade aberta, justa e solidária , O art. 2' da nova Carta diz que conflitos intern acionais &verão cultural dos povos do continente. a nova Constituição fala que não inde pe ndente men te de ce nsura , Quando a nova Outra novidade introduzida pe- criminal e instrução processual. A
com normas OI da have rá distinções de qualquer na- salvo quanto a diversões e espetá- la nova Carta é relativa à tortura , inviolabilidade do domicílio é tra-
e tem como fundamentos a sobe- "são Poderes da União o Legisla- se r resolvidos por negociações di- Tal preocupação inexiste na Cons-
rania, a cidadania, a dignidade da que os tivo , o Executivo e o Judiciário", retas, arbitragem e outros meios tituição em vigor.
cllra é tUTeza, enq uanto a at ual cita os culos públicos , respondendo cada Constituição ao terrorismo e ao tráfico de dro- tada também de forma seme lhan-
urdas
pessoa humana, os valores socIaIs constituintes diferentemente da Carta em vi - pacíficos, com a cooperação dos
O Capítulo I do Título 11 da no- melis mais tipos de distinções que não são um , nos termos da lei, pelos abu- estiver em gas. A atual Constituição não fala te pelos dois textos . A atual Carta
do trabalho e da livre iniciativa, gência, que acrescenta serem os organismos internacionais de que aceitas (as de sexo , raça , trabalho. sos que comete r; é assegurado o vigor, só destes três ass untos . A nova os de- diz que "a casa é o asilo inviolável
vão estabelecer. impantes
o pluralismo político e a convivên- três Poderes " independentes e o Brasil participe", seguido do pa- va Constituição começa com um credo religioso e convicções políti- direito de resposta ; a publicação fine como crimes inafiançáveis e do indivíduo, e ninguém pode pe-
cia em paz com a humanidade ." harmônicos". Essa expressão fica rágrafo único "é vedada a guerra longo de artigo (o 6°), que, em seus e penicas cas) , o que , em teoria , poderia sig- de livros, jornais e periódicos não poderá haver insuscetíveis de graça ou anistia , netrar nela, à noite, sem consenti-
60 parágrafos (o número adOliS até
Parágrafo único: "Todo poder
tuintes. Entre as formas de exer- agora suprimida do texto constitu- de conquista". Como se vê , nesse cerca
exato deles ainda depende das vo- aglpelos
nificar a admissão de o utros tipos depende de lice nça da auto ridade ; prisões em colocando-os no mesmo plano . A men to do morador , a não ser em
emana do povo , que o exerce por cional. O art . 3' define os obje- caso os dois textos seguiram trilhas tações em plenário) , dispõe sobre de discriminação . O novo texto re- não se rão , porém, toleradas pro- flagrante repressão ao terrorismo e ao tráfi- caso de crime ou desastre, nem
representantes eleitos ou direta- cício direto do poder estão o ple- cOrllintes, solve o problema , ao colocar que paganda de guerra , de subve rsão co de drogas , assim, passará a ter durante o dia, fora dos casos que
biscito e a iniciativa popular para tivos fundamentais do Estado: ga- de raciocínio difere ntes, mas com os direitos individuais e coletivos. "tn a delito ou por
mente , nos termos desta Consti- rantir a independência e o desen- o ponto comum da solução pací- " todos são iguais Ee rante a leI sem da ordem o u de preconceitos de base constit ucional. E a tortura, a lei estabelecer" . Já a nova Carta
tuição. " a apresentação de I?ro jetos de lei expllio da distinções de qua quer natureza ". religião ; de raça ou de classe , e determinação que até hoje não é definida como dispõe que " a casa é o asi lo invio-
e de emendas constitucionais, me- volvimento nacional ; erradicar a fica dos conflitos. O novo texto Nesse setor, a nova Constituição ai.ade
A Constituição vigente, neste pobreza e reduzir a marginaliza- dispensou a proibição da guerra ava nça , bastante em relação à as publicações e exterio rizações judicial, e crime no Brasil , passará a sê-lo . lável do indivíduo, e ninguém po-
diante coleta de assinat uras dos ci- inlltual, Mas não há diferença de fundo en- Mais uma nOVIdade é o habeas de penetrar nela sem consenti-
aspecto, é bem mais sucinta . Diz ção e as desigualdades entre as de conq uista , certame nte, por jul- atual , incluindo vários outros di- tre os dois textos. A atual Consti- contrárias à moral e aos bons cos-
simplesmente que "o Brasil é uma dadãos. São mecanismos que , a
pessoas e regiões; promover o gá-Ia desnecessária . E, no seu arti- reitos . Mas o caput do artigo guar-
anlca, tumes" . Assim , embora negue a não mais por data , instrumento até aq ui inexis- mento do morador , salvo em ca o
partir de agora, poderão ganhar detica e tuição afirma que o preconceito
República Federativa , constituí-
força de disposição constitucional. bem de todos , sem preconceitos go seguinte ,(o 59), a nova Consti- da muita semelhança com o texto de cOIlicação, de raça será g,unido pela lei. Já
cens ura e m princípio , a atu al determinação tente, qut;, a nova Co n s titui ç~o ins- de fl agrante delito , desastre ou pa-
da , sob o regime representativo, de origem , raça, sexo , cor, idade tuição dá prioridade às relações em vigor. Diz o caput: "Todos são Constituição acaba a adm itindo . policial. tituirá. O habeas data consIste no ra prestar socorro , ou durante o
pela união indissolúvel dos Esta- indqldente a nova trata o ass unto no § 29 , Já a nova Co nstituição não ad- direito do cidadão a ter acesso às· dia por determinação judicial.
Observe-se ainda que o primei- e outras formas de discriminação . com a América Latina , estabele- iguais perante a lei, sem distinções de/Sura e, de acordo com ele , "a lei punirá
dos , do Distrito Federal e dos Ter- ro artigo da nova Constituição, ao A atual Constituição não possui cendo que o Brasil apoiará a Iivre de qualquer natureza. A Consti- mite a ce nsura em hipótese algu- informações existentes nos órgãos A questão das patentes dos in-
ritórios", seguindo-se três pará- oulIça" , qualquer discriminação atentató- ma. Diz o § 5° do art. 6' da nova rado pela atual Constituição . Diz públicos. Ele está previsto no pa- ventos industriais também é trata-
contrário do texto vigente, preo- dispositivo semelhante. Nela não integração econômIca, socIal e tuição assegura aos brasileiros e io na aos direitos e liberdades fund a-
grafos: o primeiro afirma que "to- cupa-se em enunciar uma série de há definição dos objetivos do Es- aos estrangeiros residentes no país Carta: "É livre a manifestação do o parágrafo 31: "aos autores Rer- I rágrafo 33, ~u e dIZ : ," t? doS !êm da de modo parecido. A atual
do o poder emana do povo e em pari'fo 31 mentais, constituindo o racismo pensamento , vedado o anonima- tence o direito exclusivo de uti iza- direito a rece er dos orgaos publl- Constituição afirma: " A lei asse-
valores - "Estado Democrático tado . a inviolabilidade dos direitos con- do~6' crime inafiançável, imprescritível
seu nome é exercido". O segundo de Direito", "sociedade aberta , cernentes à vida, à liberdade, à to ; é asseg urado a todos o acesso ção, publicação ou reprodução de cos informações de interesse parti- gurará aos autores de inventos in-
define como símbolos nacionais a
bandeira e o hino nacional. E o
justa e solidária" , "soberania, ci- As relações internacionais são o racismo segurança e à propriedad.:, nos se-
do DI tedo
conskional
e sujeito à pena de reclusão, nos
termos da lei" . No que se refere
à informação e resguardado o sigi- suas obras, transmissível aos her- cuia r, coletivo ou ge ral, ressalva- dustriais privilégio temporário pa-
dadania , dignidade da pessoa hu- o objeto do art. 4' da Carta em passará a guintes term os : (seguem-se , en- lo da fonte ,. quando necessário ao deiros pelo tempo que a lei fixar ; das aquelas cuj o sigilo seja i~pres- ra sua utilização , bem como a pro-
terceiro permite aos estados, aos gestação , que diz: "O Brasil fun- já apvado, ao combate ao racismo, portanto , exercício profissional ; é assegura- é assegurada proteção nos termos cindível à segurança da socIedade priedade das marcas de indústria
mana" , "trabalho e livre iniciati- ser crime tão, os I?arágrafos que definem es- a nova Constituição é mais avan-
municípios e ao Distrito Federal va" , " plurali smo político ", e aamentará suas relações interna- ses direItos). O texto da atual Car- d.o o direIto de res~osta, pr1e0r- da lei , às partIcipações individuais e do Estado. As informações re- e comércio e a excl usividade do
possuírem símbolos próprios. cionais nos princípios da indepen- inafiançável, çada. A partir da sua e ntrada em clOnal ao agravo , a em da m em- em óbras coletivas e à reprodução dueridas serão prestadas no pra.z? nome comercial. " Já a nova esta-
"convivência em paz com a huma- ta Magn a diz , por sua vez: "A vigor, o racismo se rá um crime que
A maior novidade introduzida nidade". Tem-se aí um bom perfil dência nacional, da prevalência além de Constituição assegura aos brasilei- zação por dano material, moral ou da im agem e da voz humanas , in- a lei, sob pena de responsablll- belece: " A lei assegurará aos auto-
pela nova Constit uição , no que daquilo que , em teoria, os consti- dos direitos humanos , da autode- não prescreve , e quem o cometer à imagem ." Assim , além de não c1usive nas atividades .edc0 rtiv~ s ; dade " .
tange a esses princípios básicos , imprescritível, ros e aos estrangeiros residentes poderá ser preso sem direito a res de inventos industriais privi-
tuintes pretendem para o Brasil. terminação dos povos, da não-in- no país a inviolabilidade dos direi- prever ~ualq~e~ ~ipo de censura, se rá assegurado aos cn a ores, In- E há também uma novidade im - légio temporário para a sua utiliza-
é a questão do exercI cio direto do tervenção, da igualdade entre Es- e sujeito a fiança. a nova onstltUlçao ava nça ao ga- térpretes e às respectivas repre- portante relativa à atividade poli- ção , bem como proteção às cria-
poder por parte do povo. En'.luan- Outra observação é que aparecem tos concernentes à vida , à liber-
tados, da solução pacífica dos con- pena de dade, à segurança e à proprieda- Nos pa,rágrafos que s~ seguem rantir ú sigilo da fonte jornalística. sentações sindicais e associativas cial. Pela Constituição atual, "nin- ções industriais, a propriedade de
to a atual Constituição limIta-se os municípios entre as unidades flitos e da defesa da paz, bem co- estão vánas nOVIdades mtroduzl- Mas adiante, no parágrafo 31 do o direito de fiscalização sobre o guém será preso senão em f1 agran- marcas, aos nomes de empresas
ao tradicional "todo poder emana que formam a união indissolúvel reclusão, de. Todos são iguais perante a lei ,
mo no repúdio ao terrorismo e ao sem distinção de sexo, raça, traba- das pela nova Constituição . Entre mesmo artigo , diz a nova Carta : arovei tamento eco nômi co das te delito ou por ordem escrita de e a outros signos distintivos, tendo
do povo", a futura vai além e dis- da República, numa demonstra- racismo, e propugnará pela coope- nos termos " é livre a expressão da atividade o ras que criarem ou de que parti- autoridade competente" . Essa au- em vista o interesse social do país
põe sobre como o povo deve exer- lho , credo religioso e convicções elas , uma das mais importantes é
ção de que os constituintes consI- ração entre os povos e pelo pro-
cer o poder: através de represen- deram necessário dar um papel gresso da humanidade ." Com re-
da lei políticas. Será punido pela lei o a relativa à cen sura . A atual Cons- inte lectual , artística, científica e ciparem" . Não só em matéria de toridade competente pode ser tan- e o se u desenvolvime nto tecnoló-
tantes eleitos ou diretamente, de ordinária preconceito de raça " . tituição dispõe que "é livre a mani- de comunicação, indetendente de censura , portanto , mas também to o juiz como o delegado de polí- gico e econômico."
mais importante às prefeituras ~ lação a este tema das relações in- festação do pensamento, de con- censura ou licença" . m seguida , em maténa de direitos autorais a cia . Já a nova Constituição estabe-
acordo com termos que ainda de- cuja autonomia econômica e polí- ternacionais, a atual Constituição posterior. Como se vê, a seme lh ança é
verão ser aprovados pelos consti- vicção política ou fi losófica. bem o mesmo parágrafo ~ 1 dispõe so- nova Con stituição é mais avança- lece que " ninguém será preso se -
tica foi reduzida durante o regim e preceitua , em se u art . 7° que "os grande. A única diferença é que como a prestação de informações bre os direItos autoraIs, tema Igno- da que a atual. não em fl agrante delito ou por or- Luis Cláudio Pinheiro

8
Jornal da bnstituinte 9
Drogas: orientação nas escolas
ADIRPIGuilherme Rangel
to à o brigatoriedade do controle
o Constituinte José Elias te, um indivíduo co rrendo o risco
de ter as suas terras confiscadas dos produtos tóxicos in eb riantes,
Murad (PTB - MG) manifes- e, se ndo confisco, não há nenhu- porque aí incluímos as famosas co-
ta, inicialmente, sua satisfação ma indenização, e le vai pe nsar las, como a cola de sapateiro, a
com a proposta , já definitiva- mUIto a ntes de plantar essas dro- cola de aero mode lismo e o utros
me nt e aprovada no Plená rio gas nas suas terras . tipos, porque , até ago ra , não tem
da Constituinte, que torna o O seg undo pon to importante é sido possível co ntrol ar. Esse dis-
tráfico de drogas críme inafian- algo de prátic9 em relação à refor- positIvo també m veio desde a Sub-
çável. Outra proposta , que ma ag rári a. E inte ressante obser- comissão de Saúde, Seguridade e
considera a mais importante de var que quando aprese nte i essa Meio Ambie nte e e ncontra -se no
proposta, um colega constituinte anteprojeto, e foi também e ndos-
todas, ainda não votada, dete r- sado pe los o utros grupos da Cons-
min a o confisco de terras onde disse-me o seguinte: Isso não iria
aj udar tanto assim , porque não há tituinte. Então, se rá quase ce rta
forem encontradas culturas de tanta terra com plantações dessas a sua aprovação final, porque es-
drogas psicotrópicas, destinan- d rogas. Entretanto, vimos recen- ses produtos tóxicos tê m afetado
do-se essas terras pa ra a refor- te me nte que e m Pe rnambuco a mais, como sabe mos, as cria nças,
ma agrária . Elias Murad defen- maco nha co nstitui , talvez, uma os me no res ca rentes, os menores
de também proposta que torna das plantas ,mll is cultivadas naque- abandonados, que ficam cheiran-
obrigatório o ensino científico le Estado. E evide nte que clandes- do cola aí pelas ruas . Então, have-
sob.re as drogas a nível de pri- tinamente. rá obrigatoriedade do controle
desses produtos.
me iro , segundo e terc e iro JC - Com relação aos viciados,
gra us, o que vai pe rmitir ao qual o tratamento a ser adotado? J C - E a proposta, com relaçâo
jovem, "cie ntifica me nte ale r- à propaganda de m edicamentos,
tado, fazer a opção correta" . José Elias Murad - Há também bebidas, agrotóxicos e tabacos?
Murad se di z ai nd a radical- um a o utra proposta que acho im-
portante e que foi , também, acata- José Elias Murad - Realm e nte
me nte co ntra a criação do Es- da pelo Relator Be rn a rdo Cabral. essa é uma que provoco u muita
tado do Triângulo. controvérsia e chegou a ser retira-
da pelo Relator Be rnardo Cabral,
JC - Depurado , na área de sua quando da apresentação do cha-
especialidade , drogas e medica- mado Relatório n" 2 da Comissão
m enTOS , qtlais as proposlas que já de Sistema ti zação . Mas requere-
foml/1 aproFadas e quais as que mos destaque e estamos apresen-
estariam em Fias de o serem ? ta ndo de novo a emenda, e que
José Elias Murad - Já definiti- foi desta vez aca tada pelo relator,
vamente aprovada, temos a pro- dizendo o segui nt e: que have rá
posta de tornar o tráfico de drogas restrições à propaganda de taba-
como crime inafiançável. Apre- co, bebidas a lcoó li cas, medica-
sentamos um a emenda nesse sen- mentos e agrotóxicos. com a obri-
Murad: É preCIso tornar obrigatória a análise da qualidade dos alimentos e dos medicamentos ga t oriedade de co ntr apropa-
tido e vimos com sat isfação que
a proposta foi aco lhida por algun s Está, portanto, entre as propostas ridade e MeIO Ambiente, que pre- ganda . Essa é a inovação que esta-
grupos. Vários grupos, en tre eles aceitas e para serem levadas a Ple- sidimos, que eu acho são impo r- mos apresen tando. Por exemplo:
o chamado "Cent rão" e mesmo nário . Essa proposta torna obriga- ta ntes para a proteção do consu- os maços de cigarros trazerem ad-
alguns pertencentes a grupos de tório o ensino científico sobre as mido r. Uma delas , que está até vertência : "Tabaco faz mal para
esquerda apoia ram essa nossa pro- drogas, a nível de primeiro, segun- agora no anteproj eto e que passou a sa úde." " Tabaco pode preJudi-
posta : que o tráfico de drogas de- do e terceiro graus. Então, desde por todas as comIssões é a obriga- ca r a mu lhe r grávid a." "Tabaco
verá se r conside rado como crim e o primário , passando pelo secun- to riedade de se analisar a quali- pode provocar cânce r". Que r di-
inafiançável. Acho que isso é um dário e pelo curso superior, o ensi- dade dos alim entos e dos medica- zer, es ta mos propondo mudan-
gra nde passo na nova Constituição no se rá exclusivamente científico me ntos no país. Isso a nível nacio- ças, porque te nho percebido que,
brasileira, nesse se to r. Porque o sobre o problema das droga s . nal , porqu e sabe mos qu e ne m em algun s países, um a núncio úni-
que te mos observado até ago ra é Acho isso muito importante , por- se m pre os alim e ntos e medica- co, durante muitos anos, se to rna
que só vão e só fica m na cadeia que o jove m, cientifIcamente aler- mentos são de boa qualidade. En- tão trivi al que o pessoal nem lê
os traficantes pobres. Aqueles que tado sobre as questões das drogas , tão , uma obrigatorIedade de um ,mais. Então, substituir de ano em
tê m recursos, de modo geral, con- fará conscientemente a sua opção. sistema de vigilância sanitária para ano, por exe mplo , as advertências
trata m bons advogados e, às ve- Acredito que o jovem bem alerta- a análise correta desses produtos. feitas nos maços de cigarros. Essa
zes, adotam o suborno , a corrup- do, sob o ponto de vista científico, Para dar um e xemplo : há tempos, é uma proposta um pouco indeli-
ção e acaba m não fica ndo presos. far á a opção correta. No Brasil , de nunciei da tribuna da Asse m- cada, porque tem contra ela a
Ao lado disso, na mesma pro- bléia Nacio nal Constituinte que pressão dos lobbies, dos produto-
Quando fiz a aprese ntação da quanto ao um trabalho científico, feito po r res de tabaco , ou dos fabricantes
defesa da proposta , use i uma frase posta , incluímos a necessidade de
que já tenho usa d o e m o utras se prepa rarem cie ntifica me nte e problema do ex-alunos meus na Faculdade de de bebidas e mesmo dos publici-
opo rtunid ades. No Brasil , quanto de maneira adequ ada os profes- tráfico de Farmácia, em Min as Gerais, mos- tários . Mas nós estamos limitando
ao problema do tráfico de drogas , sores. Po rtanto , há a obrigatorie- drogas, há tro u que, de 23 alimentos comuns simplesmente a propaganda, não
há uma diferença maciça: o pobre dade , no ca mpo do e nsin o, na anali sados, 22 estavam co ntami - estamos impedindo ningué m de
vai para a cadeia e o rico para a constituição dos cursos de forma- uma diferença nados. Contaminados por agro tó- usa r o tabaco.
Suíça . Espe ram os que, com esse ção de professores, do e nsino so- maciça: o xicos, por me tais pesados, por adi- Nós não so mos propri a mente
bre a matéria , pa ra que os mestres tiv os, corantes, conservadores . contra aquele indivíduo que de-
dispositivo constitu cional , isso vá pobre vai Então, isso é um crime que se co- pe nde, que usa o tabaco . Evidente
realme nte acabar em nosso país. possam se transform a r e m multi-
plicado res da mensagem científi- para a mete contra o consumidor brasi- que have rá restrições a de termi -
JC - Quais as ourras propostas ca. O .professo r, para levar essa cadeia e o leiro. nados ambientes . Mas se a pessoa
qtle o depurado acha que estão em me nsage m científica aos jovens, rico para Na parte de medicame ntos tam- fuma , o que se pode fazer? O má-
vias de serem aprovadas dentro tem que estar be m prepa rado. E bém. Medicamentos de teriora- ximo é te ntar conscientizá-Ia a lar-
dessa área ? mais no campo da preve nção. a Suíça dos, medicamentos com bulas fal - ga r. Nós sabe mos que isso não é
Quanto ao campo da recupera- sas, med icamentos com dosage ns fácil. Então, nós não somos pro-
José Elias Murad - Há uma de- mente , de uns 19, 20 anos de ida- priament e contra os ta bagistas.
las que considero talvez a mais im- ção, do tratamento, acredito que infe riores àquelas rotuladas na bu-
se ja mais em relação às leis, com- de , varrendo um quarteirão intei- la . Só para citar um exemplo ; o Nós somos contra essa propagan-
po rta nte de todas, na á rea, da pre- ro de ruas. Essa tinha sido a pena- da massacrante, condicionadora ,
ve nção e uso de drogas. E a pro- plementare s, às leis ordinári as. famo so Vitasay-10 , propagado
Aí, te mos, ta mbé m , várias pro- lidade que ele havia recebido por por uma conhecida figura nacio nal diária , me ntirosa, qu e penetra em
posta que fiz , aind a na Comissão uma infração qualquer. Proponho nossos lares e condiciona mesmo
de Sistematização, pa ra o confisco postas a fazer. A Lei n° 6.368 , que e internacion al no esporte, qu e
é a chamada Lei Antitóxico do pe nalidades assim, obrigando o in- nós todos admiramos, mas que fa- as nossas crianças.
de terras o nde fo re m encontradas divíduo a um a prestação de se rvi-
culturas de drogas psicotrópicas, Brasil , já está ultrapassada . Ela é zia propaganda deste medicam en-
de 1976. E ntão, ela está sendo re- ços à comunidade e não le vá-lo JC - O depurado é a favor da
como, por exemplo , maconha , co- to . Ele foi retirado do mercado. criação do Estado do Triân gulo?
vista. à prisão, que, como sabemos, cos- no ano passado, por fraude, por-
ca e padu, destinando-se essas ter- tuma ser até um a escola de crimes.
ras para a reforma agrária. Porq ue Acho que deve mos humanizar que estava com 30% das dosage ns José Elias Murad - Sou co ntra .
verificamos que se fala muit9 e m a lei em relação ao usuá rio de dro- JC - Deputado, o utra preocupa- rotuladas na bula a me nos. En tão , R adica lm e nt e co ntr a, po rqu e
reforma ag rári a neste país. E um gas e , quanto a isso, te nho algu- çâo, na sua atuação parlamentar, esse dispositivo també m conside ro acho que isso seria mutilar e e nfra-
ponto polêmico , com divergências mas propostas afazer, por e xe m- é com relação à proteção ao consu- fundamental, impo rtantíssi mo , e quecer Minas e conseqüêntemen-
enormes, posições extremadas da plo , aq uele usuário de drogas pri- midor. Tem proposta nesse senti- ele, até ago ra, tem passado po r te o Brasil, porque Minas te m sido
direita e da esq uerda. Ninguém mário que não é comprovadamen- do?
todas as comissões. um estado de equihbrio, de equilí-
apresentando nada realmente te traficante. Aí aplicaríamos uma Um o utro disposi tivo que , de brio geopolítico na instituição bra-
concreto. A minha proposta é penaiidade que ~ão fosse prisão. José Elias Murad - Temos al- uma maneira indireta , também si leira . E ntão, isso seria enfraq ue-
muito importante como caráter de
prevenção porque , evide ntemen- I
VI em alguns palses , e , certa vez ,
na Suécia , um jovem , aparente-
gumas propostas que fizemos des-
de a Subcomissão de Saúde , Segu-
protege a fa mília , a comunidade,
o consumidor em geral, diz respei-
ce r Min as política, geográ fi ca e
economicame nte .

10 Jornal da Constituinte
JC -m o Senador,
Novo regime
parlam entaris-
ou p reside ncialismo?
C hagas Rodrigues - Essa é
uma opção q ue fiz há mais de trin-
ta anos . Comecei a m in ha vida po-
lítica como deputado federa l, e lei-
to pe lo Pia uí, qua ndo a Câ ma ra
dos Deputados ai nda fun cio nava
no R io de J anei ro, em 1959 . De
modo que, sempre fui parlame n-
para escapar
tarista . E m 1964 esti ve co nt ra O
movi mento, lutei con tra a seg un da
ditadura, do mesmo modo como
já havia lutado contra a primeira ,
porque tenho compromissos com
das crises Par la me ntar ista co nvicto ,
a democracia . E posso lhe dizer " há mais de 30 anos", o consti-
o qu e aco nteceu depois de 1964, tu i nt e Chagas R odr ig u es
quando o país conheceu m ais uma
ditadura em que, inclusive , fui cas- (P MDB - PI) co nsidera uma
sado e tive os meus d ireitos políti- necessidade vita l a impla nta-
cos suspensos no início de 1969, ção do sistema parla me ntar no
quando era primeiro vice-líder da país , "sem o que o Brasil conti-
Oposição - Mário Covas era o nuará como nesses últim os 90
líder - e hoje mais do que nunca anos a conhecer crises políticas
consi dero uma necessidade vital e institucionais, go lpes de Es-
para o país a implantação dei parla- tado e ditadura ". E le deseja
me nt a ri smo. se m o qu e o Brasil
co ntinu a rá co mo nesses últimos
que a próxima Constituição se-
nove nt a anos a conhecer crises po- ja votada o mai s breve possí-
líticas e institucionai s. go lpes de ve l, com um forte conteúdo na -
Estado e ditadura.
Todos os cionalista e com um compro-
JC - Q//ais as grandes mudrm -
que exercem mi sso: "E rra dicar a miséria
('as q//e o sellador precolliz a para mandato hOJe, nes te p aís e lutar contra os
o pllÚ? no Brasil , grandes de sníveis regionais e
sociais." C hagas Rodrigue s
Chagas Rodrigues - Tendo si-
foram eleitos acha mu ito justo um tratamen-
do um dos fundador es do MDB diretamente to diferenciado para o Nordes-
em 1965. te m os compromissos pelo povo, te, já que é a regi ão ma is pobre
com o povo e te mos compromi ssos e mai s s ubd ese nvolvida d o
com o programa pa rtidá ri o. Que-
menos o
presidente país: "É o que cha maría mos de
remos um a Cons titui ção votada
e qüidade ." Por fim, defende
com a maio r brevidade possíve l e da República, eleição para presidente da Re -
que ate nda as grandes as pirações o que é
do nosso povo e qu e ate nd a os pública após a promulgação da
Rodrigues: só querem cinco anos os que nâo ouvem o clam or da Na(âo lamentável nova Carta,
superi ores int eresses da naciona-
lidade . O PMDB tt:m um progra-
ma nacionalista e queremos que
a nossa próxima Constituição de-
fenda as nossas riquezas. e que cos , é uma form a de associação nham que vir aqui com o pires na mos também o vice-presidente Jo- ções diretas, este ano, aq ue les que
pertencem ao nosso povo e não política. Dentro da co nce pção da mão, implorar recursos ao gover- sé Sarney, tinha um compromisso se se ntem a m i~os íntimos do presi-
a grupos o u e ntidades inte rn acio- democracia te mos a democracia no federal. O s recursos deve rão assumido publicame nte com a na- dente da Republica e - com raras
na is ou multinacionais. E tt:mos po lítica e te mos a democracia so- ser aqu e les constantes do o rça- ção - o se u mandato se ri a de qua- exceções - que querem ser gra tos
um compro mi sso: rede mocrati za - cial. Fui um dos prim eiros , ainda men to e os a uxílios devem ser pre- tro anos, e le iri a realizar um go- po r te re m sid o contemplados com
da a nação. reconstitucionalizado no Ri o de Ja neiro , quando depu- vistos e não pode m ficar no arbí- verno de tra nsição, com a m aior no meações o u com Outros atos.
o país. dentro dos gra ndes princí· tado federal a defender o voto do trio de quem quer que seja. O brevidade possível. A transição Com raras exceções, os que que-
pios que ate nd t: mos na Co nst itu - ana lfabe to, que se este ndesse o di- Nordeste e o utras regIões do país que nós estamos levando a efeito rem cinco a nos sáo pessoas que
ti çélo. só nos rt:sta lutar, de acordo reito do voto aos analfabetos, o não quere m esmolas, querem um tem sido um a das mai s lo ngas, nós não o uvem o clamor da nação e
ai nda com o programa do PMDB , que já co nseguimos. E a,gora tam- tratJmento justo para que a nação já conseguim os convocar a Consti - são ressoas quc não têm maiores
para erradicar a miséria neste país. bém aprese ntei emendas, asseg u- brasileira tenha um maior fortale- tuinte, conseguim os e leger os pre- compromissqs co m o regime de-
lut ar con tra os gra ndes desníveis rando direito de voto aos soldados cim e nto e possamos nos orgulh ar feitos das capi tais, e m 1985, conse- mocrático. E cla ro que há exce-
regionais e socia1s. Não é possíve l e aos cabos. Pois bem, isso tam- de uma Pátria, toda e la ass imilan - guimos acabar com os se nadores ções , há a lgu n s de boa fé que
que o Brasil cont inu e a te r o mais bém já está in co rporado. Mas, não do co ndi ções de vida e de traba- biônicos, consegu im os este nder o acham que , promulgada a Consti-
baixo sa lári o mínimo da América basta um sufr ágio univ ersa l a utên- lho , co ndições dignas a todos os dire ito d o Vüto aos analfabetos, tui ção, a tra nsição ai nda deverá
Latin a e não é possível qu e conti - ti co. brasileiros e aos estrange iros aqui conseguim os a ple na liberdad e po- pe rdurar.
nu emos a ter. ta mbé m . aposenta- Te mos qu e mora liza r as e lei - residentes. lítico-pa rtidá ri a, e nfim , na área da Nós devemos colocar os inte res-
dorias e pensões mise ráveis. Es ti- ções. temos que estabe lecer um a Quero dize r qu e també m de n- democracia po lítica, nós temos ca- ses nacio nais e as asp irações do
ve e m o utubro e m Po rtu gal, o nde co nde nação a tod a e qualquer es- tro desta ordem de idéias, apre- minhad o muit o . Todos os qut: povo aeim a c1e quaisquer conside-
o sa lário mínim o co rres po nde a pécie de corrupç ão e de fra ude. se nte i uma emenda, dete rm inan- exe rce m mand ato ho je, no Brasi l, rações de o rdem pessoal. A mim
doze mil e quinhentos cruzad os. Illclusive a fraude e le itora l com in- do a co nclusão da rodovia Fortale- são dele gados do povo, fo ra m e le i- pouco se me dá qu e o atua l presi-
Não se j ustifica este sa lá ri o míni- terve nção dos grupos econô micos za-Bras ília . Esta emenda já re- tos diretamente pe lo povo , e, la- dent e da R epública seja ti o Mara-
mo, não se justificam estas pen- e d o po d e r es tat a l. A s e le ições nove i, fo i uma das minh as últim as mentavelm e nte, a nossa maio r a u- nhão ou do Ri o Grande do Sul ,
sões. pre cisam se r livre s, inte iramente qu atro e mendas e vou de fe ndê- Ia to ridade qu e é o presidente da Re- qu e se ja um anti go político qu e
Prec isa mos de g rand es re fo r- livres, traduzindo assim a a ut ê n- em ple nário . Por q uê? Po rqu e a pública, qu e, no preside nci alismo, mi lito u , foi presidente do partIdo
mas na Previdência Social , na área ti ca vo ntade do povo. Fortal eza- Brasília pe rt e nçe ao como já dizia Ra ul Pi la, é " um qu e sustentava o go ve rn o durante
da edueação, reforma agrária, re - Plano Nacional de Viação . E um a ditador a prazo certo, tais os se us muito te mpo . A inda que fosse um
J C - Senador, houve uma açâo
form a urbana. Temos que aeabar rodovia de in tegração naciona l, poderes", o preside nte da R epú - correligio ná rio, ainda que fosse
conjunra Nort e/ Nord este/Centro-
com os contratos de risco , porque Oeste qu e culminou com uma do - que vai integrar Fortaleza, que es- blica ainda não foi eleito pe lo po- Ta neredo Neves, nós estaríamos
a condenação aos co ntratos de ris- tá no Nordeste sete ntrio na l, à ca- vo . De modo q ue, não só por um de fend e nd o e leições dire tas este
taçâo anual de 3%, dentro do o rça-
co já está no program a do PMDB . pital do país , vale dizer , ao Brasil. princípio doutrin á rio, por um a ano, o ma is cedo possíve l, logo
l'I]ellto da Uniâo para esses estados.
O progra ma do PMDB defe nd e A conclusão dessa estrada acarre- qu estão democrática , nós partici- depois. E aq ue les q ue dize m que,
E justo?
estabilidade no e mprego. A Cons- tará uma grande vantagem para pamos do grande movimento pe- se houver e leição agora, o meu
tituição de 1946 já assegurava aos C hagas Rodrigues - No Nor- o país , evitando desperdícios e las " diretas-já", ve mos o Congres- partido , o PM DB , se rá derrotado,
trabalhadores estabilidade . Como de ste , dentro do programa d o gastos de tempo e de combustível, so de então, surdo, inse nsível ao e u não estou na Constit uinte para
é possíve l nega r a estabilid ade? PMDB t! dentro de uma visão su- pois nós teremos a ligação direta clamor popular , ao se rviço de o li- levar em conta inte ressés de parti -
Dentro de um princípio superior pe rior de fortalecimento da unida- com Fortaleza , vale dize r, do Ma- garquias, de grupos oligárquicos do, nem mesmo do meu , eu q uero
de entendimento poderemos, no de nacional, 'Iutamos contra os ranh ão, do Piauí, de Pernambueo , e até um resto de regime discricio- levar e m conta os superiores inte-
mínim o , aceitar como conciliação desníveis regio nais e os desníve is de parte da Bahia, que também nário, votar contra e, lamentave l- resses . Co mo nacio nalista , como
um pre feito qu e prOlba a dispe nsa sociais. Os dois desníveis estão in- se be neficiaria dessa estrada. En- me nte , o então se nador José Sar- democrata , corn o ho mem do Nor-
imotivada , qu e é a despedida a rbi- tim a mente entrelaçados. Ora, tão , essa rodovia precisa se r con- ney também votou contra. deste, como parlamentarista, en-
trária como outros chamam. Mas, sendo o Nordeste a região mais cluída . E ntão , prom ulgada a Constitui- fim , um homem fi e l ao programa
fora daí , irem os de fender a estabi - pobre e mais subdesenvolvida no ção, o que dev e mos é, com a do PMDB, o que e u q uero é que
li dade na forma da lei. mas estabi- país, é just9 um tratamento dife- J C - Senador, com o vê o mo-
maior brevidade possível , eleger esse programa seja respei tado. E,
lidade com indenização não é esta- renciado E o que chamaríamos m ento político brasileiro ?
o novo presidente da República, se for possível, devemos conceder ,
bilidade, é mistificação. de eq üidade. Pois be m , preci sa- C hagas Rodrigues - Eu ve jo tanto mais qu e isso é hoje um cla- mai s ainda, ao povo e à nação,
O qu e é necessário é lutar pe la mos estabe lecer recursos sobretu- co m apreensão. Di sse- lh e que mor nacio nal , é o empresariado, nós te mos que defe nder os inte-
democracia social. A democracia, do, na área da irrigação e impedir se mpre fui parlam e nta ri sta. O são os trabalhadores, são os dife- resses superiores da nacionalida-
de acordo com os grandes cien- que os gove rnadores do BrasIl , es- presidente Tancred o Ne ves, qu e rentes partidos políticos, que que- de, isto é, política nacionalista, au-
tistas políticos , os grandes teóri- pecialmente os do No rd este, te- elegemos presidente, mas elege- rem isso . Só são contrários às ele i- têntica.

Jornal da Constituinte 11
ADIRPIBnudita Passos
nesse processo , porque precisa-

Coope~ativa
mos descentralizar o poder, preci-
samos fortalecer os municípios
principalmente e também os esta-
dos . Se um cidadão mora em um
município. é lá que precisa estar

conqulsta a o maior poder de decisão . Acho


que colocar na nova Constitui ção
o processo que aí está. que retira
da União cerca de 25 a 26 0/, de

liberdade!
seu bolo orçamentário e transfere
para os es tados e municípios, é
descentralizar o poder, descentra-
lizar as decisões e faze r com que
o processo da cidada nia seja me-
Como coordenador da Fren- lhor exercido.
te Parlamentar do Cooperati- Acho que se a vança bastante
vismo na Assembléia Nacional nos direitos individuais e sociais
Constituinte, o constituinte e já citei a questão da Previdê ncia .
Penso que , em torno de questões
Ivo Vanderlinde (PMDB - como essas. é preciso que a Cons-
SC) destaca a plena liberdade tituição avance. o arcabouço da
de organização das cooperati- estrutura da nação precisa ser me-
vas, vedada a interferência do lhor colocado. Acho, afina l, que
Estado , como a primeira e teremos um a Constituiçiio, que
mais importante das conquis- realmente representará o pensa-
tas do setor. "Isso quer dizer mento médio da sociedade brasi-
que o cooperativismo passa, a leira , não corresponderá, por cer-
partir da nova Constituição, a to , a todas as aspirações. mas te-
mos de ter a consciência de que
estar desatrelado do Estado, a estamos fa ze ndo um a Co nstitui-
se autogerir, a se autodetermi- ção para o Brasil, com todos os
nar, a se autofiscalizar", sa- seus prohlemas. desafios, bolsões
lienta Vanderlinde. Ele acre- de miséria. co m todos os brasis
dita também que teremos uma que aí es tão.
Constituição "que realmente JC - Como o dept//(Ido I'ê (/
representará o pensamento qt/estrio d{/ reforma agrária?
médio da sociedade brasileira, Ivo Vande"'inde - A questão
com todos os seus problemas da reforma agrária e a questão da
e desafios. " Vanderlinde: A pol(rica agr{cola pruisa ser uma pa/(tica da nação. do governo como um todo política agrícola são questões que
estão sendo tratadas com cuidado
JC - Depurado , como coorde- E conseguimos nas diversas sentar com 35 anos de serviço e e penso que. nisso , també m ava n-
nador da Frente Parlamentar do áreas a participação do coopera- a mulher do campo com 30 anos çaremos muito , na medida em que
Cooperativismo na Assembléia tivismo em todo o processo de re- de serviço. colocamos parâmetros básicos de
Nacional Cúl1stituinte, quais as forma agrária como um instru- política agrícola e de reforma
conquistas do setor wé o presente mento de garantia do seu sucesso, JC - Dos avanços até agora agrária. em qu e colocamos no tex-
momenlO ? a participação do cooperat ivismo conseguidos, quais o deputado to constitucional muitos dos pon-
no sistema nacional de saúde. na destacaria e que deveriam ser man- tos positivos que tínhamos no Es-
Ivo Vanderlinde - Ini- tatuto da Terra e definirmos as re-
política habitacional , na lei agrí- tidos em Plenário ?
cialmente gostaria de dizer que o gras básicas . Acho que a política
cola que o Congresso deverá apro-
cooperativismo se preparou para agrícola neste país precisa ser uma
var um ano após a Constituinte, Ivo Vanderlinde - Temos que
participar da AssembléIa Nacional onde considero o cooperativismo política da nação , do governo co-
Constituinte, tanto que, na cam- primeiro definir claro na Consti-
um instrumento fundamental. tuinte a independência dos três mo um todo e não apenas do mi-
panha da Constituinte, em todos nistro da Agricultura, e isso , em
os estados brasileiros , as coope- Estamos lutando agora na fase Poderes - o Executivo , o Legis-
lat ivo e o Judiciário - , cada um princípio , penso que garantimos
rativas se mobilizaram. procura- do Plenário em torno de três im- quando estabe lecemos que o Con-
ram identificar lideranças , identi- portantes destaques que são fun- com a sua competência e indepen-
dência para que, desatrelados, gresso terá de aprovar para o país
ficar candidaturas que pudessem damentais para o cooperativismo uma lei agríco la que contemplará
assumir compromissos com o sis- que é com relação ao cooperati- eles possam realmente defender
a política de crédIto, a política de
tema , e foi assim que cerca de 50 vismo de crédito, onde pleiteamos A Reforma os interesses da sociedade. Acho
preços mínimos , a política de ar-
constituintes chegaram aqui com que as cooperativas de crédito es- Tributária é que uma das questões fundamen -
tais que hoje ê um clamor da socie- mazenagem , a política de habita-
apoio e xpresso do Sistema Coope- tejam dentro do sistema nacional
rativo Nacional , e nós organiza- de crédito com as mesmas condi- uma questão dade brasileira , que é produto , é ção para o campo e a política de
seguro agríco la.
mos aqui no Congresso a Frente ções. respeitadas naturalmente as central, pois fruto da impunidade , é que a Jus-
Essas são questões fundamen-
Parlamentar do Cooperativismo , suas peculiaridades. Achamos que precisamos tiça efetivamente seja aparelhada
e seja mais ágil, seja mais pronta tais que têm de estar definidas em
que hoje é constituída de 191 cons- o crédito precisa ser democratiza-
tituintes de 10 diferentes partidos do no país, e o cooperativismo de descentralizar e que as penas sejam mais rigoro- uma lei agrícola para que estabele-
çamos parâmetros de política agrí-
que em todo esse processo se mo- crédito foi este instrumento de de- o poder e, sas no sentido de que os cidadãos
cola e que. necessariamente. pre-
bilizaram em torno das conquistas mocratização em importantes paí- dessa maneira, respeitem a lei. Essa impunidade
hOJe reinante no Brasil é que tem cisam de apoiamento da socieda-
dos pleitos , das reivindicações do ses desenvolvidos . Por certo o será
cooperativismo. E eu diria que , também no Brasil. Precisamos fortalecer os produzido esse caos - corrupção, de, precisam de subsídios , porque
é uma ilusão se pensar que o Brasil
se nós conseguimos manter as con- acabar com o oligopólio dos ban- municípios eu diria , quase que instituciona-
fará agricultura sem subsídios
quistas até aqui e ainda vencer os cos, e esse é um Instrumento fun- e também Ii zada nes.te país e a criminalid ade
generalizada. Então, acho que es- quando os países mais desenvol-
três destaques que estamos bus- damentaI. O reconhecimento do
cando em Plenário, sem sombra ato cooperat ivo, com a sua imuni- os estados sa é uma questão central que pre- vidos , a cada ano que passa, subsi-
cisa ser definida inclusive para diam mais a sua agricu ltura. Quer
de dúvida nós podemos afirmar dade tributária, isso sig nifica a dizer, temos potencialidades, mas
que o Brasil terá a Constituição operação entre o associado e sua acabar com os ab usos. A própria
questão dos marajás " não basta re - precisamos junto a isso reforça r
mais avançada do mundo com re- cooperativa, já que a cooperativa igualdade de direitos a todos os a organização produtora, a sua re-
lação ao cooperativismo. é a extensão, mas remetendo para duzir o seu salário . E preciso que
CIdadãos brasileiros na questão da presentação classista e, tam bém,
a lei ordinária a sua regulam e n- se acabe com as leis imorais que
Eu destacaria das conquistas até previdência, na questão da saúde a sua o rganização econô mica, cujo
tação, reconhecendo na Constitui- foram feitas neste país e que per-
aqui definidas a primeira e mais e na questão da aposentadoria. instrumento fundamental é o coo-
ção o ato cooperativo. mite m que essas coisas aconte-
importante de todas, que é a plena E ntão, o que a nova Constituição çam. perativismo. Por isso o coopera-
liberdade de organização das coo- E o terceiro ponto que estamos vai estabelecer é que todos os bra- tivismo precisa te r o respaldo e
perativas, vedada a interferência ainda e m torno dele brigando é si leiros perante ela serão iguais. Mas acho que avançamos quan- o apoiamento, n ão apenas da
do Estado. Isso quer dizer que o reconhecer o cooperativismo co- Isso quer dizer que o agricultor do damos prioridade à ed ucação, Constituição, mas dos governan-
cooperativismo passa, a patir da mo importante e como tal inserir vai deixar de ter o direito de apo- quando a Constituição garan te tes para ser um instrumento ági l
nova Constituição , a estar desatre- no currículo escolar a matéria coo- se ntadoria de apenas meio salário que a ed ucação terá no mínim o e pronto e m favor do estabe leci-
lado do Estado, a se autogeri r , a perativismo para criar neste país mínimo aos 65 anos para ter o di- 18% do Orçamento da União e mento dessa política agríco la no
se autodeterminar, a se autofisca- uma consciê ncia cooperativista. reito de um a aposentadoria inte- 25 % dos es tados e dos municípios, País . Precisa haver, també m , uma
Iizar. A lei vai determinar a forma grai aos 65 anos, e a mulher , que porque esta é a causa primeira de integração maior e uma ação mais
de funcionamento, e ele próprio JC - Uma das mais antigas rei- hoje não tem direito, passa tam- todos os problemas brasileiros, do competente e integrada de todas
se autoco riduzirá . O reconheci- vindicações é a extensão dos bene- bém a ter esse direito aos 60 anos atraso cultural, do atraso econõ- as lide ranças rurais desse país e
mento do princípio do coopera- fícios previdenciários ao homem quando se tratar de aposentadoria mico, dos problemas sociais, dos uma ação sistemática no sentido
tivismo dentro da Constituição é do campo, ao trabalhador rural. por idade, e passa também o tra- problemas de saúde. O povo sem de buscarmos aq uela política ag rí-
quando diz que a lei apoiará e esti- O que pode a Constituinte fazer balhador rural, o homem do cam- cultura e sem educação jamais fará cola que seja, realmente, adequa-
mulará o cooperativismo. Este é nesse sentido? po , a ter o direito de aposenta- uma grande nação, por isso acho da a nossa situação, as nossas pe-
o reconhecimento do sistema coo- doria por tempo de servIço. Isso que a educação precisa ser a prio- culiaridades, para que, em con-
perativo, a sua importância dentro Ivo Vandertinde.- Nós vamos quer dizer que também o traba- ridade das prioridades. A reforma junto com o Governo, cheguemos
do texto constitucional. garantir na nova Constituição a lhador do campo poderá se apo- tributária é uma questão central a isso.

12 Jornal da Gonstituinte
Emenda facilita naturalização
ADlRP/Benedita Passos
Desde que aqui resida há estado está dando o e nsi no grat ui-
mais de 25 anos, não tenha to? Po rque e le é público. Defen-
condenação penal e se mani- demos a gratuidade o e nsino pú-
blico . O ensino particular tem que
fe ste por livre e espontânea pagar. A nossa tese é para a gratui-
vontade nesse sentido, o es- dad e do e nsino público, ta nto
tran ge iro te rá naturalização para as fases primeiras do pré-es-
automática no Brasil. E o que colar, do segundo grau como do
estabelece emenda do consti- terceiro grau . Então, hoj e, esta-
tuinte Ervin Bonkoski (PM DB mos vivendo uma situação difícil
- PR) , que argume nta que a porque os recursos para a manu-
maioria " deseja essa natura li- tenção dos diversos gra us são es-
zação, mas o processo é muito cassos e te mos qu e ag uardar o de-
senvolvim ento da Constituinte e
demorado e oneroso". Bon- vamos ver se na Co nstituição, com
koski quer também que o apo- essa re pa rti ção mais e qüitativa,
sentado rece ba o equivalente mais conscie nte. e, sobretudo. ne-
ao que percebe o trabalhador cessária, tira r da União e distribuir
na ativa e pergunta : "Será que para os estados, o e nsino fique
ele come e se veste menos de- mais fácil. Mas em si so u pelo ensi-
poi s de aposentado"? Parla- no público e m todos os sentidos .
mentar defende aposentadoria JC - O Paraná, tem excesso
aos 60 anos, para o homem, de praduçâo de energia, que é re-
e aos 55 anos , para a mulher, passada {/ outros estados a CUSlo
que se jam trabalh adore s ru- zero. Há reil'indicaçâo no sentido
rais. E defende , ainda, que a d e que hOlI\'esse pa gam ento de
vida seja protegida desde a raya/ties. Como analisa (I q/leslão.?
concepção . Ervin Bonkoski - É lógico, é
JC - Depuwdo, em enda de sua justo, nós perdemos um sex to de
autoria permite naturalização au- áreas produtivas , no caso de \tai-
tomática a todos os eSlrangeiros pu . Aqui , Ca mpos, que te m poços
que residam há mais de vinte e cin- Bonkoski: O Paranci deve ser recompensado pela.~ (erras inundadas para conSlrução de II";pu . d e pe t ró leo, reivindicou esses
co anos no país , desde que eles as- raya/ties porqu e es tá dentro do seu
grande . Pessoas que se aposenta- momento que ela concebe, que ela município e o Governo de u. Nós ,
sim o desejem . ram na época com o que equiva- te m o se u óvulo fecundado , ela que perdemos essas terras , quer
Ervin Bonkoski - Essa emenda le ria a dez, quinze salários míni- já é uma mãe em potencial. En- dize r, pe rdemos uma gra nde parte
efetivamente é uma necessidade, mos, estavam aprese nt ando um tão, aquela fecundação já está co- de prod uti vidade para nossa ge nte
porque eu , que mate nho contato contracheque inferior a um salário meçando a ge rar um ser e esse se r e para as nossas divisas, estamos
com as várias correntes migrató- mínimo. te m de ser protegido pelo Estado se m qualquer pe rspectiva , até o
rias , principa lmente no meu esta- E nt ão, em primeiro luga r, se desde essa concepção. Não es ta- mom e nto , de um a re tribuição. O
do , onde temos corre ntes migra- tem de reparar essa injustiça ; se- mos entrando no mé rito do abo r- Governo nos prom eteu, mas pro-
tórias pclonesas e ucra nianas, e no gundo lugar, daqui para diante ca- to, é no mérito da proteção à mete u assim, verbalm e nt e, super-
estado vizinho , Santa Catari na, da apose ntado, ou cada pensionis- cria nça desde esse mom e nto da ficialm ente, que daria uma retri-
colónias ai~ m ãs , pensei nos espa- ta, te m de rece ber o eq uivale nte concepção. buição . uma co nt rapartida justa
nhó is na Ba hia, nos italianos no como se estivesse trabalhando. Se Nós vimos no texto da Sistema- para o Paraná . Até hoje não deu .
Ri o Grande do Sul, são colônias o trabalhador na ativa tive r um tização e ve mos agora no te xto Então que re mos que isto fiqu e es-
grandes , e convivendo com essas rea juste , e le te rá o mesmo rea- apresentado pelo "Centrão" a tabelecido em lei, se não constitu-
colônias , se nti o quanto de deficul- juste, no mesmo momento . Por proteção à criança e ao adolescen- ciona l, pe lo me nos e m le i ordi ná-
dade e les têm enfrentado por falta quê? - Preci so fazer esta pe rgun - te e nós acresce ntamos desde a ria , que o Governo dê ao Paraná
da naturalização. A maioria não ta e faço ago ra - Por qu ê? Será concepção porque admitimos - a recompensa, não pelo custo es-
é naturalizada e não tem os direi- qu e e le come me no s depoi s de A nossa tese não que admiti mos, é uma verda- pecífico dos qui lowatts que são a
tos no rmais , naturais co mo tem o apose ntado , se rá que ele se veste é para a de incontestáve l - que o ser, a custo zero, mas pelas te rras que
brasileiro . Então nós pro pu gna- menos de pois de aposentado? En- criança tem vida desde a concep- fora m inundadas para a constru-
mos em colocar essa emenda para tão, seja como for não interessa gratuidade ção . ção de \taipu . O eq uiv ale nte, o
qu e essa naturalização seja auto- o nde vamos buscar a fo nte, se a do ensino JC - O qu e o deputado defende qUt; se ri a aque la produção.
mática aos vinte e cinco anos, des- Previdê ncia terá o fundo necessá- público, E justo e mais raciona l que isso
de que não te nh a condenação pe- rio , te rá o recurso necessá rio pa ra no que se refere à Educação?
tanto para se faça e m termos da ge ração de
na i e desde que a pessoa mani- esse tipo de aposentadoria, ou se Ervin Bonkoski - Nós temos quilowatts. da energia qu e sai de
fes te. por livre e espontãnea von- te remos de procurar outras font es as fases do - e u particularme nte que so u de- lá para os de mais estados. Esses
tade. o desejo da naturalização. através da própria loteri a - tanto pré-escolar, putado pe lo Paraná - um a situa- estado s beneficiados paga ri a m
Digo manifeste esse desejo por- a esportiva como a loto, e assim ção bastante c uri o~a. O nosso pró- roya/ties para isso. o próprio Go-
que muitas das famílias o u muitas por diante. O que interessa é colo- do segundo pri o governador, Alvaro Dias , pe- verno fede ra l. atraves do Minis-
das pessoas que re m conservar a car agora na Constituição para que grau como do diu-nos que aprese ntássemos um a té rio das Min as e E nergia, qu e fa-
sua nacionalidade de origem . Se haja efetivamente essa obrigação terceiro e menda no sentido de que o Go- ria essa distribuição . Mas vamos
a polonesa quer morre r aq ui no e vamos reestabe lece r o princípio verno federal ficasse respon sável
Brasil , mesmo já vivendo todo o de justiça porque somos hum anos , grau. lutar até conseg uirm os. porque
pelo 3° grau, ou ensi no superior, não existe reivindicação mais justa
espírito brasileiro, mas quer mor- somos todos iguais e precisamos e que todas as faculdades fosse m para o estado do Paraná do que
re r como polonesa, um exemplo viver condigname nte. e ele está recebendo essa migalha . federalizadas. Só o fato de ele se r esses royallies em função de /tai-
dessa natureza . Agora, a maioria E ntão , nós colocamos a mulher. o responsável já se entende como pu .
dese ja essa naturalização, o pro- JC - O deputado também de- Pe lo fato de e les começarem a tra-
f ende uma aposenladoria por ida- federalizado , e os estados fi cariam
cesso é muito demorado , difícil , balhar desde cedo, oito, nove ou respon sá veis pelo e nsino do 2" JC - Co mo será a nova Consli-
oneroso e aí não. aí é uma natura- de para o Iraba/hador , homem ou dez anos, e les tê m de te r uma apo- tuição ?
mulh er, do campo. gra u, e o de l° grau e o pré-escolar
lização a utomática, desde que ma- sentadoria condizente, uma apo- ficariam sob a responsab ilidade Ervin Bonkoski - A Consti tui-
nifeste essa vontade . Ervin Bonkoski - Eu que man- sentadoria igual , e no caso da apo- dos municípios. Mas isso depois ção que vamos te r, posso afiançar,
te nho contato com o campo, com se ntadoria por idade , e la - assim de dialogar com diversos parla- será bem avançada. Há uma dis-
JC - O deputado defende tam - apresentamos a nossa emenda -
bém que o aposelllado receba co- os traba lh adores rurai s vejo o me ntares, co m o Ministé ri o da posição e é muito importante que
quanto há de injustiça. Já o apo- aos 55 anos e ele aos 60 anos. Isso Educação , com diretórios acadê- os lobbies e as pressões de base
mo se eSlivesse em atividade. é o mais legítimo que podemos
se ntado normal , o urbano, ganha micos, enfi m, com toda essa ga ma esteja m fun ciona ndo, e isto eu
Ervin Bonkoski - Veja , hoje pouco , gan ha defasado - como propor e defender em favor do tra- de estudiosos do ass unto , chegou- sempre achei necessário , porque
a situação dos aposentados no eu já me referi - e o trabalhador balhador rural. se à conclusão da inviabilidade. assim mexe rão com aq ueles aco-
Brasil é uma calam id ade. Convivo rural ganha 50, 60% desse venci- JC - O deputado qu er que a No Paraná o curso superior das modados, com aqueles que não vi-
com os aposentados , fundei a As- mento defasado, com um agravan- vida seja protegida desde a concep- escolas públicas, das escolas esta- vem o problema de pe rto , junto
sociação dos Apose ntados, fui um te , a mulher que traba lha igual- ção. Por quê? duais , é gratuito, e ntão tem-se que a esse povo\sofredor. Por outro
dos fundadores da Associação dos mente na lavoura - e la sai de ma- ficar, salvo agora, com él repar- lado, se contirtuar esse ritmo , com
Aposentados e Pe nsioni sta s do nhã como se u marido, às vezes fa- Ervi n Bonkoski - Nós , em tição tributária, que deve dar um o painel funcionando e essa dispo-
Para ná e em cada re uni ão que fa- zem o a lmoço e levam para o cam- princípio , somos contra o aborto, quinhão bem maIOr para os esta- sição de todos, não havendo obs-
zíamos , com mil , mil e duzentas po , já vi isso várias vezes , levam mas o próprio pode r público não dos e municípios, vai ser possíve l trução , pe nso que a nova Consti-
pessoas, eles me traziam o contra- Junto consigo já que eles vão para defende a gestante, não dá o trata- supo rtar esse ô nus. Mas, hoj e es- tuição não vai demorar a se r pro-
cheque, essas reunióese ram à noi- voltar à tardinha, levam o seu rá- mento que e la necessita - o aten- tamos pleiteando junto ao Minis- mulgada. Acredito também que
te e eu saía de lá traumatizado e dio, a sua marmita, eles trabalham dimento nos postos de saúde, nos tério da Educação dois bilhões e os ass untos polêmicos poderão se r
até não chegava a dormir , porque juntos . e o qu e ocorre? A mulher hospitais at ravés do lna mps e as- me io, que é 50% do valor do cus- reso lvidos pelo e nte ndimento en-
é uma abe rração . A defasagem é não tem direito à apose ntadoria . sim por diante . Então , desde o to . Agora por que o gove rn o do tre as diversas correntes políticas.

Jornal da Constituinte 13
• FRENTE PARLAMENTAR NACIONALI STA

Sede: Anexo 11 da C8 mara dos Deputados - Telefones : 213--6958 e 224-1493

BrasIl i a, 1 3 de janeiro de 1988.


Ministério
da Ecologia
Srs. Co nstituintes,
Que se crie o Ministé rio da Eco-
logia ou da Flo ra e Fa un a, e ntre-
ExcelentIsslmo Senhor ga nd o a admini stração a um ecolo-
A Constituinte entra em sua última KD . Oro Ulyssses Guimarãe s gista . Que se faça um intercâmbio
e tapa , a da votação do projeto de Preside n te da Câmara dos De putados c ultura l m a te rial e tecn o lóg ico
Constituição pelo plenário. Desde co m a Fund ação J ac qu es Co us-
tea u. Que se cri e um a corporação
o início a sociedade participou e . de vi gila nt es no res tais, be m equi-
opinou , por todos os meIOs . E aInda é A F RENTE PARLAMENTAR NAC I ONALISTA , por seus r e presen_ pados, pa ra que possamos faze r do
te mpo de corrtribuir . Escreva a sua tante s i nf r a-a ssinados , t endo e m v i sta o c umpri mento de resol uç ão t o - Brasil um Pa ís me lho r e mais bo ni -
carta , dizendo o qu e você pensa e quer. mad a em r e uniã o plenária, vem man if e star sua s ap r eensões e s olicita r to pa ra se vive r. Que se prom o-
de V . Ex~ os n ec e ssá r ios e s c la r e cime n tos s obr e os fatos que se segue m: vam pesquisas e experi ências em
a) O Diário Of icia l do últ i mo di a 6 , pu bl ic a um pa r e - la bo rat ó ri os so bre as pla ntas e raí-
cer da lavra do i l us tr e c ons ultor da Rep úb l ica , Doutor Raymundo Nona- zes e os se us efe itos sobre a medi -
to Bo telho d e Noron ha, apro vad o pel o Do ut o r S aul o Ramos , Con su ltor-G! cina . Qu e se dec re te a Amazô nia
ral d a Repúbl i ca, p a r ece r f avorá ve l n o qu al , s o b fundamen to de q ue se co m o " P a trim ô nio Ecol óg ico
trata de ato ben é f i c o à Pe tr o brá s , é aprovad a a sol i ci taç ão d e autor! Mundial" . ( . .. )
zacão presiden c ia l p a r a que a "Texaco Exp l o r ation Brazil Comp an y ~,po~ Carlos Eduardo R . G allo
tadora de contrato s d e r i s co para pesquisa e expl o raç ão d e pe tró le o Sa ntos - S P
na Bacia de Marajõ, inv erta a obrigaçã o c o ntratual, transferindo - s e à
·Petro brá s " o encargo da pesquisa em parte da área c o ncedida, ma s os
resultados sej am par t i lh a dos entr e a "Te x a c o " e a "Pet r ob r ás " .
essa propos ta es c apa às mi nuta s of iciais de contratos d e ri sco , se r ia
Como
Apoio à
necessár io o consentime nto e s pecial da Pre sidênCia da Re públi c a.

b) No ex ame pr o c e dido pel o s sen hores i nte grante s d es- agricultura


ta FPN, che90 u-se a uma con c lusão opo s ta à d o parecer, is t o é , q ue se
trata de c o~po rtam e nt o a ltame nt e le s i vO a os i nt eresses naci onais , pe-
los fundam e nt o s que tran s mitimo s a V . Ex9 e encarecemos a conven iência
Srs. Co nstituintes,
d o s e u re ex am e , p o is, a l ém de tudo , se consti tui n um p r ecede nte p e r i- Que se suspe nd a o paga me nt o
g o s o , quan do s e s abe que o s c pn tratos d e r isco j á a br an gem uma á rea
da dívid a exte rn a e de se us respec-
de um milhão e quinhentos mil Kr1'1 2 d o te rritório n aciona l.
tivos juros, faze ndo-se um a a udi -
to ri a pa ra se sa be r como , onde e
Di a nte do e x posto nos d i r ig imos a S . Ex9, o Sr. Pr esi-
quand o o dinh eiro co ntraído fo i
dente da Re p úb l ica n os te rmos do oficio anex o , no qual expomo s ig ual-
a pli ca do. ( . . . ) Re fo rm a ag rá ri a
mente as razões co n trá r ias à extensão d os c o ntrat os d e ris co a emp r e- a mpl a e a nti la tifundiá ria , seguida
sa s sedi a das em pa1 s es que aceitem a cláu s ula de recipr o cidade. de ince ntivo, imple me nt o ag ríco-
Con f i 'flmos no p a triotismo d e V.Ex 9, pa ra o repúdi o la , linh a de crédit o e todas as con-
dessa pretensão e s p ú ria da "Texaco" d e modo a assegu r armo s a defesa di ções necessá ri as pa ra o pequ e no
d o intere s s e na cion al. Com n ossos p rotesto s d e c o nsideração nos pro dut o r dese nvolve r um a produ-
subs c re vemos ção ag rícola ca paz de suprir as ne-
cessidades do po vo brasileiro . ( ... )
E le ições dire tas para preside nt e
da Re públi ca , com manda to de 4
a nos, co m dire it o à ree le içâo a
I,r a i ã Rod ri çl'U e s partir de 1988, fim do de cre to-lei ,
Oswald o Lima Fil ho das le is arbitrá ri as e do e ntulh o
Fe r nand o Sant'anna a ut o rit á ri o . Ex tin ção to tal d as
vi r gl 1dási o d e Senna mo rd o mi as do Go ve rn o . E sco la e
sa úde gratuita pa ra todos. Gara n-
F l o r i ce no paixão
ti a do mo no pó lio pos tal à ECT .
Pedro de O li l'eira Lima
ACADEMIA FEffiENSE DE LETRAS M aiobll - M A
Fundada n. P"rlmn.,a de 1878 Iteuniões 61 51. f. itO I O, 2O::rHu
Oftdanucte em 03 d. · .. 06 de \884 0 .... 8 do FOt um 10< 0 1

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Srs. Co nstituintes,
Se ri a muito difícil co nseguir to- Sou ~cbrn.~ do 89. gx-o..u . Ü-..cl-uJ g.. ~uR
das as soluções pa ra os vá ri os p ro-
bl e m as, m as, se nd o estud a nte , ó...o...cJ..Jl. C"r"r"IJJ...i..t<..> 1~:><:Jl:a..:..,..u.e f""l"\CI.- ~ d..JJ.. 1:0-
acho qu e de ve ri a m a um e ntar as ~ ~ ~~ ) 0r...D L.crn. <2.O::"rn.D a.... fiy...x:..Q.
condi ções de escola rid a de, pro - ho~ d..-O ~ i w::f ~ ~ ­
p...otJLOL- o
Senhor Diretor,
po rcio na r escolas técni cas , o nd e o c-nYw em.~ clLoi..ô I SL ~ ou:.cn..dl..o- o ba::l...
A Acerie_te felrens. de letras ,no lntu ! to de di-/ jo ve m faça se u futur o mais ra pida- ~ho..fI.ox. ~ ) ~ ~ ~ ~i
vUlgar,no poss1".l, • • • tlvil1edea doa senhorea Oepute t1os Cone t itu iu me nte . Nessa no va ConstituI ção, k ~e- T""\k ~...o..a-h..~ cnct.. "t2
de ve ri a se r a plicado o mes mo di -
te. no. ao.anta hletorico .11 que s. pretende der; Nação nr •• ileir. \XL ~h.tu...L.~ _ .
re ito nos Es tados , o nd e to dos ti -
SUa tarta S.gna,soli cite d. 1. [xci • • nl. la gent1182. ~. or~.n.r/ vessem os mesmos dire itos e não Pe.crill°I~....-n..Ge::.....-n. , ~ ~ ~~
ape nas um a min o ri a fo rm ada po r iC-V ~oq.L.O.X. o...\Lq.u ctõLCL. Q..o.U:,a.... ~e.i..o("~
.eja relletido " eete c. •• d. Cu1tura, ••• enetaente, o i apor-t.nt • .lat.
burg ueses. ( . .. ) Q~ ~ ~~XA....<L2..0....I...,.u,fc,CfJLU..
..a 4. -.....' p.... ~• .,hanr'o •••• nt.,t. . COllb at."t• • valoroao /
~~G6 do, d o ,> ~ ~vU:,Ci:o
Q
Dario A Il'es fQu.)
Depu tedo b .1ano ea aua Direção. Cra vinhos - S P ~ CYYU..J....Lto ~~ - Po):... IJU>O 5u-TO
JIItenciOs"a Saudações
~ r.u.. ~~ XL.~ O g.o~ d.o...
Q.ocn..l>~),e a..... ~-:c0<... do ~ dto.. ~ b..L
Centenária e,.x.o
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PCVt-CUL
~ p..o~ ~Q.. . . . -
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QL..<..I~
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~
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Ch.f. do Setor Juridico • Dlwulgeç.o


Srs . Co nstituintes, ~ ~ o..tr~~ Jl ~,.-,&,
Que se faça um a Constituiçâo
~ CSb ÁX-b . ~cn.;::.h~ ~ 10 T"l'\CÇ
durad o ura e ce nte ná ri a , como al-
~ dA. rU 0L0 pouo ~.x..a..t:U-~1XC>.
~ un s países poss ue m . ( . .. ) Qu e se
Inclu a na Constituição , no ca pítu-
lo re fe re nte ao siste ma e le itoral,
qu e todo o cidadão e le ito para car-
Deputado •• rcalD Cord.~ro go exec utivo - seja pre fe ito, go-
DO. Diretor R••pan •• val tio Jornal d. eoanti tulnte ve rn ado r o u preside nte - se to rn e
inelegíve l pa ra q ualque r o utra po-
c. •• ra doa o.p"t,edoe
sição e letiva . ( .. . )
Darcy Geyer da Costa
Gral'ataí - RS

14 Jornal da Constituinte
HISTÓRIA DAS CONSTITUINTES [
Ulysses exige respeito O nascimento da cidadania
Podem ser alinhados e m qualquer indivíduo , p!ivilé-

e defende Constituinte trê s os grandes momentos


constitucionais da humanida-
de , conforme Voltaire Schi-
lIing , sendo que o prime iro
glo algum, nem exceçoes ao '
direito comum de todos os
franceses. Não há mais cor-
porações profissionais, de ar-
remonta aos séculos VI e V tes e ofíCIOS. A lei nao reco-
As votações plenárias da Cons- derão ocorrer em plenário quando ocorra, segundo o presidente , será a.c., em Atenas que firmou nhece votos re ligiosos, nem
tituinte não mais serão interrom - forem votados os 136 pedidos de dado um prazo que poderá mesmo a isonomia , a igualdade de to- qualquer outro compromisso
pidas e m decorrência de impasses destaque para a apreciação em se- ultrapassar as 72 horas previstas no dos os homens livres perante que seja contrário aos direi-
na apreciação de dispositivos polê- parado de artigos, parágrafos e art. 10 da Resolução 3/88. Encon- as leis da polis . tos nat urai s oÍJ à constitui-
micos e passarão à matéria seguin- partes do projeto da futura Consti- trada a solução, a matéria será en- O segundo ocorreu no sé- ção ."
te enquanto o relator, os líderes tuição. E observou que, se a cada tão submetida ao plenário . culo XVIII - as constitui- Século XX - A atual
partidários e os representantes dos um desses destaques for interrom- Ulysses foi alertado para a pos- ções americana e francesa, e Constituição mexicana , pro-
grupos suprapartIdários negocia- pida a votação até que se busque sibilidade desses impasses nas vo- afirmou a igualdade jurídica mulgada em 5 de fever eiro de
rem soluções de consenso para os um acordo, o trabalho se prolon- tações , que configurariam o cha- de todos os homens perante 1917, foi a primeira do mun-
dispositivos questionados. gará indefinidamente . mado buraco negro no texto da as leis, desconhecendo-se pri- do a incorporar os direitos so-
Assim decidiu o presidente da Um levantamento da assessoria futura carta, quando ficou eviden- vilégios de casta e de nasci- ciais como matéria constitu-
Assembléia, Ulysses Guimarães da presidência da Constituinte in- te que nem o "Centrão" teria 280 mento, introduzindo -se o cional. Até então esses direi-
ao constatar impasse na votação dicou que muitos dispositivos do votos para aprovar a redação que princípio da meritocracia . tos não eram garantidos pelas
do § 38, do art. 6", do projeto da projeto são questionados e objeto ofereceu como substitutivo ao § Serviram de base para a constituições liberais que ti-
Comissão de Sistematização, que de até cinco diferentes propostas 38, do art. 6~ do projeto da Comis- maioria das constituições que nham como preocupação
trata do direito de propriedade, de redação . Colocadas a voto , difi- são de Sistemattzação como tam- têm surgi~o. central a organização formal
a fim de evitar que a ausência de cilmente alguma delas atingiria os pouco as esquerdas teriam o apoio O terceiro verificou-se nos do estado e dos direitos políti-
maioria absoluta (280 votos) capaz 280 votos necessários à sua apro- da maioria absoluta para impor a primeiros decê nios do nosso cos dos cidadãos.
de aprovar a redação de determi- vação. " Ocorre que , votando uma redação original do dispositivo ou século, motivado pela gene- A constituição soviética de
nado dispositivo, como nesse ca- proposição que não tem maioria para aprovar uma emenda para o ralizada rebelião das massas 1918 resultou das revoluções
so, possa levar a seguidas interrup- absoluta, duas, três, quatro , cinco m es mo consentânea com seus camponesas e operárias a de fevereiro e outubro de
ções nas votações , resultando em proposições, quando não há mais pontos de vista. partir da mobilização geral da 1917, quando os soldados, os
prej uízos para o País . Para tanto, o que votar, abre-se um prazo de Diante do impasse e da possibi- Primeira Guerra Mundial. marinheiros e a guarda ver-
ele resolveu interpretar com am- meditação, de reflexão , de enten- lidade de que situações desse tipo Casos do México , da Rússia melha composta pelos traba-
pla liberalidade o art. 10 da Reso- dimento, de 48 horas para que o voltem a ocorrer durante as vota- e da Alemanha . lhadores de Petrogrado e
lução n° 3, de 1988, que alterou relator e' também a maioria abso- ções de plenário, Ulysses decidiu Moscou, tomaram o poder na
o R egimento Interno, o qual de- luta da Casa apresentem uma pro- interpretar liberalmente o art. 10 Atenas - O grande passo
consagrado em Atenas con- Rússia formando o chamado
termina a suspensão dos trabalhos posta que será a derradeira opor- da Resolução 3/88, com o objetivo Governo dos Trabalhadores
de votação por 72 horas até que tunidade de a soberania do plená- de viabilizar a aprovação rápida sistiu em que os plebeus pas-
saram a não ser mais tratados Camponeses.
o impasse seja resolvido . rio dizer quero ou não quero" - dos dispositivos objeto de consen-
O deputado Ulysses Guimarães explicou Ulysses Guimarães. so, deixando para apreciações em como pessoas diferentes. To- A constituição foi inspira-
constatou que novos impasses po- Para que esse entendimento separado aqueles mais polêmicos . dos têm a mesma essência hu- da na Declaração dos Direitos
mana e desse princípio de dos Trabalhadores e Explo-
igualdade devem denvar as rados, de Lênin, na qual ele
instituições . assinalava o completo rompi-
Plenário não vai parar por Século XVIII - Os dois
grandes documentos direto-
mento com o mundo burguês,
não se achando mais obriga-

causa de impasse em votação res das constituições america-


na e francesa foram a Decla-
ração de Independência, re-
do a manter-se ligado aos tra-
tados internacionais com as
potências beligerantes, nem a
digida por Thomas Jeferson reconhecer a dívida do gover-
O presidente da Assembléia Iidade do sindicato dos bancários, a dignidade dos constituintes, em em 1776, e a Declaração dos no do C?ar para com os finan-
Na cio nal Constituinte, Ulysses e nos ~uais se extrapolam o direito constrangimento ilegal à sua liber- Direitos do Homem e do Ci- cistas. E consagrado o poder
Guimarães, solicitou ao procura- de críttca e o de manifestação do dade de decisão. dadão, apresentada por Mi- dos soviets que passam a ser
dor-ge raI da República, José Pau- pensamento, para atingir, de mo- rabeau à Assembléia Nacio- considerados os mais genuí-
lo Sepúlveda Pertence, que mande do inequívoco, a independência e Tais cartazes estampam o no- nal Francesa. nos ór~ãos de representação
retirar e apreender os cartazes fi- me, foto e, muitas vezes , o telefo- proletaria que dali em diante
ne de alguns constituintes, com os O problema central que es-
xados no Rio de Janeiro e em Bra- substituem as instituições de
ofensivos dizeres : "Procurados - sas constituições resolveram ,
sI1ia por considerá-los ofensivos, principalmente a norte-ame- representação parlamentar
atentatórios à dignidade e até mes- traidores do povo", em ação lesiva de origem burguesa .
à sua reputação e ameaçadora, ricana, foi harmonizar a par~
mo capazes de constranger a liber- ticipação popular com a inal- Já a constituição alemã é
dade de voto e de decisão dos de- constrangendo-os a deixar de deci-
terabilidade dos privilégios de 1919, promulgada na cida-
putados e se nadores. dir e votar livremente , como é seu
da propriedade. A burguesia de de Weimar, e é decorrên-
direito e dever na Assembléia Na-
Em o fício ao procurador-geral emancIpava-se sem ema ncI- cia do clima de intensa efer-
cional Constituinte. In sti ga-se ,
da Repúb lica , Ulysses Guimarães par toda a sociedade. E aq ue- vescência política e social vi-
também , a pe rturbação da vida
afirma que tais cartazes instigam privada do constituinte, ao se indi- les que não possuíam renda vida por aq ue le país com a
à perturbação da vida privada dos ou propriedade eram afas ta- derrota militar em 191 8.
car seu telefone , junto à qualifi-
constitu intes, ao indicarem os seus cação de traidor do povo , o que dos da participação política A constitu ição de Weimar,
tel efones, além de ext rapo larem caracteriza grave ameaça , visando por meio da adoção do voto republicana - a gue rra signi-
o direito de crítica e de manifes- restrin gir sua livre escolha de vo- censitário . ficou o fim do regime do Kai-
tação do pensamento " para atin- to . Se por um lado a consti- ser - con temp lava a lguns
gir , de modo inequívoco , a inde- tuição a mericana permitiu o avanços: o sufrágio universal ,
pendê ncia e a dignidade dos cons- Notici a o jorn al "Folha de S. sufrág io pop ular amplo, e le igual, direto e secre to de to-
tituintes em co nstrangimento ile- Paulo ", edição de ontem , na seção se limitou à escolha da Câma- dos os homens e mulh e res
gal à sua liberdade de decisão". Pain e l (recorte a n exo), que ra dos R eprese ntantes. Os a le m ães da república , de
200.000 cartazes seria m fixados demais poderes seriam esco- acordo com os princípios da
Eis , na íntegra, a correspondên- em São Paulo. lhidos de forma indireta. representação proporcional.
cia enviada pelo presidente da
Destart e, configurando-se cons- -Por sua vez a constitui ção O parlamento é formado pe-
Constitu inte ao procurador-geral:
" Excele ntíssimo Senhor Procura-
Mailson explica trangimento ilegal (art. 146 do OS- france sa, no preâmbulo , di- los deputados , ide ntificados
digo Pe nal) e lesão à dignidade zia: como representantes de todo
dor-GeraI da República, Df. José
Paulo Sepúlveda Pertence. o ministro da Fazenda, dos constituintes, a qual me cabe "Não h á mai s nobreza, o povo , com manda to de qua-
tro anos . O parlamento te m ,
Mailson da Nóbrega (pri- ~elar, venho a Vossa Excelência nem regime feudal, nem pa-
Na condição de Presidente da meiro à esquerda) compare- solicitar que determine as provi- riato , nem distinções heredi- ai nda , o direito de criar co-
Assembléia Nacional Constituinte ceu perante m embros do dências que entender cabíveis, tais tárias , nem distinções de or- mi ssões de inv es tigaç õq
cumpre-me, conforme o disposto Congresso, a fim de apre- como re tirada e apreensão dos dens , ne m justiças patrimo- quando julgar oportuno. E
no art. 5°, item XVJJJ do Regi - sentar seus planos para con- cartazes fixados, busca e apreen- niais, nem qualquer dos títu- ga rantida a inviolabilidade do
mento Inte rno (ANC): Zelar pelo ter o déficit e combater a in- são de cartazes a se rem ftxados los , denominações e prerro- mandato e a libe rdade de ex-
prestígio e o decoro d a Assem- flação. Ao seu lado, o presi- e apuração da autoria, para , desse gativas que delas derivam, pressão . Ficam estabe lecid as
bléia Nacional Constituinte, bem dente do Congresso Nacio- modo , preservar-se o respeito à nem qualquer ordem de cava- libe rdade sindica l e assistên-
como p e la dignidade de se us nal, senador Humberto Lu- independê ncia e às prerrogativas laria, de corporações ou con- cia à saúde.
membros, em todo o território na- cena, o líder do governo no dos constituintes. decorações para as quais se Essa constituição fala ta m-
cional, assegurando a estes o res- Senado, Saldanha Derzi e o exigiram provas de nobreza , bém da participação de repre-
peito a suas prerrogativas". líder do PFL na Constituin- Na certeza da pronta ação de ou qu e supunham distinções
Vossa Excelência, diante dos fatos se ntantes dos trabalhadores
te, José Lourenço. de nascença, nem qualquer nos conselhos operários de
E m BrasI1ia e no Rio de Janeiro relatados, aproveito para apresen- outro cargo público . Não
foram fixados cartazes nos muros , tar os protestos de elevada estima empresas, de circunscrição e
existe mais, para qualquer cria um Conselho Supremo
que consta se rem de responsabi- e consideração . " parte da nação, nem para do Trabalho.

Jornal da Constituinte 15
Fotos: ADIRP/Kobeno Stiickert

r
IMOTEIEFONICOS DEflBs
•1: DíáÇíV*^

.-í-^-"

íPS

Aquele abraço
Foi um desempregados e até mesmo
momento de crianças participaram da
emoção. Na última semana. manitestação popular pelas
mais de Ires mil pessoas. eleições diretas para
em sua maior parte presidente este
sindicalistas, se reuniram ano e em favor de
no gramado e, dando as mãos uma nova Constituição
umas às outras, "abraçaram" progressista e que
o prédio do Congresso assegure o atendimento das
Nacional. Não faltou necessidades básicas da
animação. Músicos, operários maioria dos brasileiros.

16 Jornal da Constituinte

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