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Aula 02

Legislação Tributária p/ AFRFB - 2016 (com videoaulas)


Professor: Fábio Dutra

05949764803 - NECILDA LOURENCO PAULA


Legislação Tributária para AFRFB-2016
Curso de Teoria e Questões Comentadas
Prof. Fábio Dutra- Aula 02

AULA 02: Imposto sobre Produtos Industrializados


(Parte III)

SUMÁRIO PÁGINA
Observações sobre a Aula 01
Tópicos do Edital a serem Abordados na Aula 02
Fato Gerador do IPI 03
Base de Cálculo do IPI 24
Créditos do IPI e Princípio da não Cumulatividade 39
Recolhimento do IPI 68
IPI na Importação 73
Lista das Questões Comentadas em Aula 81
Gabarito das Questões Comentadas em Aula 89

Observações sobre a Aula

Olá, amigo (a), tudo bem?

Na aula de hoje, vamos abordar diversos assuntos relativos ao IPI.


Vamos fazer um estudo bastante aprofundado sobre os temas, da forma
mais didática possível. Espero atender a todas as suas expectativas!

Vamos, então, entrar novamente no mundo do IPI!

Eu espero que você conseguindo captar todos os conceitos. É evidente


que a memorização não virá com a primeira leitura. Há muito conteúdo a ser
guardado. De qualquer forma, estamos à disposição no fórum!!
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Tópicos do Edital a serem Abordados na Aula

Na aula de hoje, abordaremos os seguintes tópicos do edital:

2.10. Base de cálculo. 2.11. Valor tributável. 2.12. Créditos. 2.17. Período de
apuração. 2.18. Apuração do imposto.2.19. IPI na importação. 2.20. Crédito
presumido. 2.24. Recolhimento.

Também será estudado o Fato Gerador do IPI.

O que já foi visto sobre o IPI:

2. Imposto sobre Produtos Industrializados. 2.2. Incidência. 2.3.


Industrialização. Conceito. 2.4. Características e modalidades de
industrialização. 2.5. Exclusões. 2.6. Contribuintes. 2.7. Responsáveis. 2.8.
Estabelecimentos Industriais e equiparados. 2.9. Domicílio. 2.16. Redução e
majoração do imposto. 2.21. Classificação de produtos.

Observação: O tópico “2.13. Não Tributados” foi estudado na Aula 0 do


nosso curso.

E então, pronto para começar? Vamos lá!

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1 – FATO GERADOR DO IPI

1.1 – O Regulamento do IPI e o CTN

Antes de nos aprofundarmos no RIPI, é recomendável que você entenda


como o CTN – nossa lei de normas gerais em matéria tributária – disciplinou os
fatos geradores do IPI. Senão, vejamos:

Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos


industrializados tem como fato gerador:

I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;

II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo


único do artigo 51 (estabelecimento industrial e equiparado a
industrial);

III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a


leilão.

Não obstante a previsão de três fatos geradores no CTN, o RIPI


estabeleceu apenas dois, como se mostra a seguir:

Art. 35. Fato gerador do imposto é:

I - o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira;

II - a saída de produto do estabelecimento industrial, ou


equiparado a industrial.

Opa! Qual é a diferença entre os dois dispositivos? Por que o RIPI não
previu a arrematação como fato gerador, se esta foi estabelecida no CTN?

O candidato deve ter em mente que o Código Tributário Nacional é


uma lei de normas gerais em matéria tributária, que ficou incumbida de
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disciplinar, conforme prevê o art. 146, III, a, da CF/88, “a definição dos


tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores,
bases de cálculo e contribuintes”.

Como o IPI é um dos impostos discriminados na CF/88, coube ao CTN


definir os seus fatos geradores – as bases de cálculo e a os contribuintes
também. Contudo, o CTN não instituiu o IPI, mas sim a lei ordinária. Sendo
assim, a União, ao instituir o IPI, poderia fazer uso de toda a sua competência,
incluindo a arrematação como fato gerador, mas não o fez.

Com efeito, sobre a arrematação não há qualquer incidência de


IPI. Seria interessante, neste momento, que você retornasse à Aula 0, e

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fizesse uma rápida leitura no tópico 2.1, que versa sobre as imunidades
tributárias. Você verá que a arrematação é uma típica forma de não incidência
do IPI, devido ao fato de a União não ter exercido por completo sua
competência tributária relativa ao IPI.

1.2 – Fatos Geradores do IPI

Na aula anterior, estudamos o sujeito passivo do IPI, isto é, os


contribuintes e responsáveis pelo pagamento do imposto. Na ocasião,
estudamos o caput do art. 24, o qual transcrevemos novamente:

Art. 24. São obrigados ao pagamento do imposto como contribuinte:

I - o importador, em relação ao fato gerador decorrente do


desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira;

II - o industrial, em relação ao fato gerador decorrente da saída de


produto que industrializar em seu estabelecimento, bem como
quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que
praticar;

III - o estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato


gerador relativo aos produtos que dele saírem, bem como quanto
aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar; e

(...)

Naquela aula, nós focamos o nosso estudo no elemento subjetivo da


obrigação tributária, ou melhor, nos contribuintes definidos nos incisos I a IV.
Neste momento, eu gostaria que a tua atenção se voltasse para os
fatos geradores citados nos incisos I, II e III. É exatamente isso o que
estudaremos a partir de agora!

Observação: Em relação à quarta modalidade de contribuinte, que se refere


aos que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a
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pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras o papel imune,


veremos em momento específico desta aula. Aguarde.

Vejamos novamente o que diz o art. 35 do RIPI:

Art. 35. Fato gerador do imposto é:

I - o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira;

II - a saída de produto do estabelecimento industrial, ou


equiparado a industrial.

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Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso I, considerar-se-á


ocorrido o respectivo desembaraço aduaneiro da mercadoria que
constar como tendo sido importada e cujo extravio ou avaria venham
a ser apurados pela autoridade fiscal, inclusive na hipótese de
mercadoria sob regime suspensivo de tributação.

Se a mercadoria foi considerada importada, ainda que


tenha sido extraviada ou avariada, haverá incidência
do IPI, e mesmo que ela estivesse sendo
importada com base em algum regime aduaneiro
que tenha suspendido a cobrança do IPI, como é o
caso da admissão temporária. Grave isso!

Observação: Existem situações em que os produtos entram no País com


suspensão do IPI, como é o caso do regime de admissão temporária. A título
de exemplo, imagine que veículos estrangeiros sejam importados
temporariamente para participarem de uma competição. Obviamente, não
faria sentido cobrar o IPI de todos eles, já que em alguns dias retornarão ao
país de procedência.

O art. 121, par. único, I, do CTN, assevera que o sujeito passivo da


obrigação tributária principal é contribuinte, quando tenha relação pessoal e
direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. Podemos dizer
que a relação do art. 24 com o art. 35 nasce exatamente desse conceito.
Assim, por exemplo, o importador é contribuinte do IPI, pois ele tem relação
pessoal e direta com o fato gerador do IPI na importação, que ocorre com o
desembaraço aduaneiro.

Da mesma forma, se o contribuinte é o industrial e o equiparado a


industrial, a saída do produtos industrializados de tais estabelecimentos faz
ocorrer o fato gerador do IPI. Leia novamente o art. 24, II e II – citados acima
- para entender melhor. Bastante simples, não é mesmo?

Ocorre que o aprendizado do fato gerador do IPI não é tão simples


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assim. Veja que os incisos II e III, do art. 24, do RIPI, estabelecem outros
fatos geradores que podem ser praticados pelo industrial ou equiparado a
industrial, tendo em vista que eles são contribuintes também “quanto aos
demais fatos geradores de atos que praticarem”.

“Quais fatos geradores seriam esses, professor?“

O art. 36 do RIPI estabelece outros momentos específicos em que


se considera ocorrido o fato gerador do IPI, e é sobre ele que nos
debruçaremos a partir de agora, a fim de que você fique 100% preparado
para a prova da Receita Federal!

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Antes, contudo, gostaria de fazer duas observações extremamente


importantes em nossa aula! V

A primeira é que você já deve ter estudado no art. 118 do CTN, ou ainda
irá estudar, que a definição legal do fato gerador do tributo é
interpretada abstraindo-se, entre outros, da natureza do seu objeto ou
dos seus efeitos.

Em decorrência disso, o RIPI estabeleceu no art. 39 o seguinte:

Art. 39. O imposto é devido sejam quais forem as finalidades a que


se destine o produto ou o título jurídico a que se faça a importação
ou de que decorra a saída do estabelecimento produtor.

O que se quer dizer é que não importa se a importação ou a saída do


estabelecimento produtor tem como destino uma doação ou comodato, ou até
mesmo para uso próprio, por exemplo, pois o imposto será devido.
Estudaremos ainda hoje que até mesmo a locação e o arrendamento de
produtos fazem surgir o fato gerador do IPI.

ESAF/AFRFB/2012
A incidência do IPI na importação de produtos
industrializados depende do título jurídico a que se
der a importação. Por isso, a Lei exclui da sujeição
passiva do IPI a pessoa física na condição de
importadora para uso próprio.
Comentário: Conforme prevê o art. 39 do RIPI, o
imposto é devido independentemente da finalidade a
qual esteja destinado.
Gabarito: Errada

Não obstante tal regra, o STJ já se manifestou em sentido contrário,


decidindo que não incide IPI sobre veículo importado para uso próprio,
conforme se demonstra no trecho da ementa transcrito a seguir:
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PROCESSSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO ART.


535 DO CPC. INOCORRÊNCIA. INCIDÊNCIA DO IPI SOBRE VEÍCULO
AUTOMOTOR IMPORTADO PARA USO PRÓPRIO. IMPOSSIBILIDADE.
CONSUMIDOR FINAL. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE.
(...)
2. É firme o entendimento no sentido de que não incide IPI sobre veículo
importado para uso próprio, tendo em vista que o fato gerador do referido
tributo é a operação de natureza mercantil ou assemelhada e, ainda, por
aplicação do princípio da não cumulatividade.

(STJ, Primeira Seção, REsp 1.396.488-SC, Rel. Min. Humberto Martins,


Julgamento em 25/02/2015)

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O argumento do STJ é o de que o fato gerador do IPI é operação de


natureza mercantil ou assemelhada. Ademais, como a importação de veículo
para uso próprio não permite que o importador compense os créditos do
imposto pago na importação (teria que ocorrer uma nova saída tributada), não
se torna possível aplicar o princípio da não cumulativa.

Observação: Para compensar o crédito gerado na importação, o importador


deveria promover nova saída tributada, a fim de ser possível compensar o
imposto devido nesta etapa com aquele já pago por ocasião da importação
(desembaraço aduaneiro).

Em prova de Legislação Tributária, salvo se a banca


mencionar a jurisprudência do STJ, siga o que consta no
supracitado art. 39, do RIPI!

A ESAF já cobrou este assunto, conforme vimos acima.

A segunda observação importante diz respeito aos produtos


industrializados procedente do exterior. Como se sabe, com o desembaraço
aduaneiro, ocorre um fato gerador do IPI; com a saída desses produtos
importados do estabelecimento do importador, surge um novo fato gerador do
IPI. A respeito deste assunto, devemos ressaltar a recente jurisprudência do
STJ que, em junho de 2014, teve a oportunidade de apreciar o tema,
resultando na seguinte ementa:

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS. SAÍDA DO


ESTABELECIMENTO IMPORTADOR.

A norma do parágrafo único constitui a essência do fato gerador do imposto


sobre produtos industrializados. A teor dela, o tributo não incide sobre o
acréscimo embutido em cada um dos estágios da circulação de produtos
industrializados. Recai apenas sobre o montante que, na operação
tributada, tenha resultado da industrialização, assim considerada
qualquer operação que importe na alteração da natureza,
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funcionamento, utilização, acabamento ou apresentação do produto,


ressalvadas as exceções legais. De outro modo, coincidiriam os fatos
geradores do imposto sobre produtos industrializados e do imposto
sobre circulação de mercadorias.

Consequentemente, os incisos I e II do caput são excludentes, salvo se,


entre o desembaraço aduaneiro e a saída do estabelecimento do importador,
o produto tiver sido objeto de uma das formas de industrialização.

Embargos de divergência conhecidos e providos.

(STJ, Primeira Seção, EREsp 1.400.759/RS, Rel. Min. Ari Pargendler,

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Julgamento em 11/06/2014)

Embora a legislação tributária equipare os importadores a


estabelecimentos industriais, a Corte demonstrou que os os dois fatos
geradores (importação e saída desses produtos do estabelecimento
importador) são excludentes, isto é, se não houver qualquer
industrialização no estabelecimento importador, não há que se falar
em nova incidência do IPI na saída dos produtos importados do seu
estabelecimento. Caso contrário, estaríamos diante de um caso de
bitributação.

Observação: O argumento para a bitributação seria que, não havendo nova


operação de industrialização, o fato gerador do IPI (saída do estabelecimento
importador) seria o mesmo que o do ICMS, resultando em dupla incidência,
por entes distintos (União/IPI e Estados/ICMS), o que é denominado pela
doutrina de bitributação.

Novamente, vale a mesma dica: em prova de Legislação


Tributária, salvo se a banca mencionar a jurisprudência
do STJ, siga o que consta no RIPI e CTN (dois fatos
geradores, independentemente de haver nova
industrialização)!

Feitas tais observações, vamos partir para o estudo dos fatos geradores!
Vamos lá!

Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI na entrega ao comprador, quanto


aos produtos vendidos por intermédio de ambulantes. (RIPI, art. 36, I)

Primeiramente, importa-nos saber o que vem a ser “ambulante”. Vamos


ver a definição trazida pelo RIPI:

Ambulante  É o comerciante autônomo, pessoa física, que pratique


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habitualmente atos de comércio, com o fim de lucro, em seu próprio nome, na


revenda direta a consumidor, mediante oferta domiciliar, dos produtos que
conduzir ou oferecer por meio de mostruário ou catálogo.

A sistemática da venda por intermédio de ambulantes funciona da


seguinte maneira: o estabelecimento industrial ou a ele equiparado entrega os
produtos ao ambulante, a fim de que este “saia na rua” vendendo os produtos.
Posteriormente, o ambulante regressa ao estabelecimento para a prestação de
contas.

É interessante observar que no caso citado ocorrem dois fatos


geradores: o primeiro ocorre com a saída dos produtos do

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estabelecimento industrial ou equiparado; o segundo, com a entrega


efetuada ao adquirente.

Há mais alguns detalhes sobre as operações realizadas por intermédio


dos ambulantes, descritos nos arts. 479 a 481, do RIPI. Recomendo uma
leitura anteta a tais dispositivos.

Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI na saída de armazém-geral ou


outro depositário do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial
depositante, quanto aos produtos entregues diretamente a outro
estabelecimento. (RIPI, art. 36, II)

Antes de mais nada, vamos conceituar armazém-geral:

Armazém-Geral  Estabelecimento que recebe produtos de determinada


empresa, com a finalidade de efetuar a guarda e depósito de tais produtos.

Quando determinada empresa deseja armazenar sua produção, por


exemplo, para posterior revenda, utiliza-se de um armazém-geral ou outro
estabelecimento depositário. A remessa ao armazém, bem como o
posterior retorno ao depósito da empresa são feitos com base em
emissão de nota fiscal com suspensão do IPI.

No entanto, se em vez de o produto retornar ao depósito da empresa, é


vendido diretamente a terceiros, ocorre o fato gerador do IPI na saída
do armazém-geral ou outro depositário.

Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI na saída da repartição que


promoveu o desembaraço aduaneiro, quanto aos produtos que, por ordem do
importador, forem remetidos diretamente a terceiros. (RIPI, art. 36, III)

Para entender esse dispositivo, precisamos nos lembrar que o importador


pratica dois fatos geradores. O primeiro ocorre com o desembaraço
aduaneiro, ao promover a entrada dos produtos industrializados estrangeiros
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no território nacional. O segundo fato gerador ocorre quando esses produtos


saírem do estabelecimento do importador, que, neste caso, será um
estabelecimento equiparado a industrial.

Na hipótese de os produtos saírem da repartição aduaneira diretamente


para estabelecimentos de terceiros, não haveria, a princípio, a ocorrência do
segundo fato gerador. Certamente, isso resultaria em prática comum, com o
fito de evitar a segunda incidência do IPI sobre o estabelecimento importador,
correto?

Com o objetivo de evitar essa “manobra”, o legislador definiu que


também haverá ocorrência do fato gerador do IPI, quando os produtos

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importados forem remetidos diretamente a estabelecimentos de


terceiros, por conta e ordem do importador.

Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI na saída do estabelecimento


industrial diretamente para estabelecimento da mesma firma ou de terceiro,
por ordem do encomendante, quanto aos produtos mandados industrializar
por encomenda. (RIPI, art. 36, IV)

Esse dispositivo é semelhante ao anterior, aplicando-se, contudo, à


industrialização por encomenda.

Você se lembra do momento em que estudamos os estabelecimentos


equiparados a industrial? Foi citado o art. 9º, IV, que equipara a industrial “os
estabelecimentos comerciais de produtos cuja industrialização tenha sido
realizada por outro estabelecimento da mesma firma ou de terceiro,
mediante a remessa, por eles efetuada, de matérias-primas, produtos
intermediários, embalagens, recipientes, moldes, matrizes ou modelos”. Trata-
se dos denominados estabelecimentos encomendantes.

Por serem equiparados a industrial, ocorre a seguinte situação: quando a


industrialização fica pronta, o estabelecimento industrial executor da
encomenda encaminha os produtos para o encomendante, ocorrendo o fato
gerador do IPI pela primeira vez. Posteriormente, quando o encomendante
vende os produtos a terceiros, ocorre o segundo fato gerador do IPI,
justamente porque o encomendante é equiparado a industrial (e nós
sabemos que os estabelecimentos equiparados a industrial são contribuintes
do IPI).

Contudo, quando o estabelecimento industrial executor da encomenda


encaminha os produtos industrializados diretamente a outro estabelecimento,
sem transitar pelo estabelecimento encomendante, a princípio não
haveria ocorrência do segundo fato gerador, até porque estaríamos reduzindo
uma etapa da cadeia. É exatamente dessa situação que o art. 36, IV,
trata. 05949764803

Para evitar essa “brecha”, ficou estabelecido que, mesmo que os


produtos não cheguem a entrar no estabelecimento encomendante, ocorre o
fato gerador do IPI (o segundo fato gerador), no momento da saída do
estabelecimento industrial executor diretamente para outro
estabelecimento.

Ocorrem, então, dois fatos geradores simultaneamente, na saída do


estabelecimento executor da encomenda. Contudo, os contribuintes são
distintos: o primeiro fato gerador possui o executor da encomenda como
contribuinte, e o segundo, o encomendante como contribuinte. Interessante,
não é mesmo?

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Observação: Não haverá dupla incidência, pois há a sistemática dos


créditos, premiando o princípio da não cumulatividade constitucionalmente
previsto.

Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI na saída de bens de produção dos


associados para as suas cooperativas, equiparadas, por opção, a
estabelecimento industrial. (RIPI, art. 36, V)

Nós vimos que as cooperativas podem se tornar equiparadas a industrial,


por opção própria. Desse modo, as cooperativas que se dedicarem à venda em
comum de bens de produção, recebidos de seus associados para
comercialização, podem ser contribuintes do IPI, na modalidade
equiparado a industrial.

Entretanto, não é somente na saída do estabelecimento das cooperativas


que ocorre o fato gerador do IPI, mas também na saída de bens de
produção dos associados para as suas cooperativas equiparadas, por
opção, a estabelecimento industrial.

Há, portanto, duas incidências do IPI: na saída de bens de produção dos


associados para as suas cooperativas equiparadas a industrial, e na saída do
estabelecimento destas.

Apenas a título de observação e revisão, as cooperativas poderiam se


tornar substitutas tributárias, ao passo que os associados se tornariam
substituídos, caso aquelas fizessem opção pelo regime de substituição
tributária regressiva, nos moldes da IN RFB 1.081/2010.

Lembre-se de que o que ocorre é a saída dos produtos do


estabelecimento do contribuinte substituído, com destino ao
estabelecimento do contribuinte substituto (o responsável), com
suspensão do IPI devido.

Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI no quarto dia da data da emissão


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da respectiva nota fiscal, quanto aos produtos que até o dia anterior não
tiverem deixado o estabelecimento do contribuinte. (RIPI, art. 36, VI)

Em regra, o fato gerador ocorre com a saída dos produtos do


estabelecimento industrial ou equiparado a industrial. Contudo, o legislador
definiu que, sendo emitida nota fiscal, ocorrerá o fato gerador no 4 dias
após a data da emissão, se os produtos não tiverem deixado o
estabelecimento do contribuinte até o dia anterior (terceiro dia).

Tendo em vista o exposto, vejamos o seguinte exemplo: No dia 01/01, a


indústria Beta emitiu a nota fiscal relativa ao Lote B de sapatos por ela
industrializados. Quando o fato gerador irá ocorrer? No momento da saída
dos produtos, não se esqueça disso!

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Caso os produtos não deixem o estabelecimento industrial até o dia


04/01, no dia 05/01 considera-se ocorrido o fato gerador, por ficção legal, ou
seja, os produtos não saíram, mas é como se tivessem saído.

Se, por ventura, os produtos venham sair no dia 02/01, qual é a data do
fato gerador? 02/01 (não é no dia da emissão da nota, guarde isso!).

Cuidado com pegadinhas da ESAF, afirmando que o fato


gerador ocorre no quarto dia útil. São contados quatro
dias corridos, e não úteis.

Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI no momento em que ficar


concluída a operação industrial, quando a industrialização se der no próprio
local de consumo ou de utilização do produto, fora do estabelecimento
industrial. (RIPI, art. 36, VII)

Nos casos em que a operação de industrialização ocorra fora do


estabelecimento industrial, e no próprio local de consumo ou de utilização do
produto a ser industrializado, considera-se ocorrido o fato gerador do IPI
no momento em que ficar concluída a operação industrial. Como
exemplo, podemos imaginar a montagem de uma máquina no estabelecimento
do adquirente.

Para tornar mais claro o momento da ocorrência do fato gerador, o par.


único, do art. 36, do RIPI, esclareceu o conceito de operação industrial
concluída. Vamos ver:

Parágrafo único. Na hipótese do inciso VII, considera-se concluída a


operação industrial e ocorrido o fato gerador na data da entrega do
produto ao adquirente ou na data em que se iniciar o seu
consumo ou a sua utilização, se anterior à formalização da
entrega. 05949764803

Em suma, a operação tem-se por concluída quando houver a entrega


do produto ao adquirente ou na data em que se iniciar o seu consumo
ou sua utilização, se esta for anterior à formalização da entrega.

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Vamos esquematizar:

Data da entrega ao
adquirente

Industrialização no local de
consumo Conclusão da
(fora do estabelecimento industrial) Operação Industrial

Início do consumo, se
ocorrer antes da entrega

Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI no início do consumo ou da


utilização do papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, em
finalidade diferente da que lhe é prevista na imunidade de que trata o inciso I
do art. 18, ou na saída do fabricante, do importador ou de seus
estabelecimentos distribuidores, para pessoas que não sejam empresas
jornalísticas ou editoras. (RIPI, art. 36, VIII)

O dispositivo em questão trata da questão do papel imune, ao qual é


dada outra finalidade ou remetido a empresas que não sejam empresas
jornalísticas ou editoras.

Se não houvesse qualquer descumprimento da


imunidade, não ocorreria o fato gerador do IPI.

Vamos ver os dois momentos em que se considera ocorrido o fato


gerador do IPI nesse caso:

1. No início do consumo ou da utilização do papel destinado à impressão de


livros, jornais e periódicos, em finalidade diferente da que lhe é prevista na
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imunidade;
2. Na saída do fabricante, do importador ou de seus estabelecimentos
distribuidores, para pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou
editoras

Neste momento, já somos capazes de estabelecer relação com os


contribuintes e responsáveis do IPI, assunto estudado na aula anterior, e
sobre o qual fizemos observação no início do estudo do fato gerador.

Vimos que, no art. 24, IV, do RIPI, o legislador estabeleceu como


contribuintes do IPI os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou
remeterem a pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras, o

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papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos. Ora, são essas


pessoas que praticam o fato gerador “1”, citado acima.

Ademais, também foi visto, no art. 25, VIII, do RIPI, que é responsável
pelo IPI a pessoa física ou jurídica que não seja empresa jornalística ou
editora, em cuja posse for encontrado o papel, destinado à impressão de
livros, jornais e periódicos. Repare que essas pessoas se responsabilizam pelo
IPI devido na saída do estabelecimento que industrializou, importou ou
distribuiu o papel imune.

Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI na aquisição ou, se a venda tiver


sido feita antes de concluída a operação industrial, na conclusão desta,
quanto aos produtos que, antes de sair do estabelecimento que os tenha
industrializado por encomenda, sejam por este adquiridos. (RIPI, art. 36,
IX)

Esse caso se trata da industrialização por encomenda. Normalmente,


quando o estabelecimento industrial executor da encomenda encaminha os
produtos ao encomendante, ocorre o primeiro fato gerador do IPI.
Posteriormente, quando o encomendante vende os produtos a terceiros, ocorre
nova incidência do IPI.

O que aconteceria se o executor da encomenda decidisse ficar com as


mercadorias, adquirindo-as? Em princípio, pode até parecer que não ocorrerá o
fato gerador do IPI (o que ocorreria com a remessa dos produtos
industrializados ao encomendante).

Todavia, o legislador previu que se os produtos industrializados forem


adquiridos pelo próprio executor da encomenda, considera-se ocorrido o fato
gerador do IPI nos seguintes momentos:

 Na aquisição, se a industrialização já tiver sido concluída;


 Na conclusão da industrialização, se a venda ocorrer antes da conclusão.
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Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI na data da emissão da nota fiscal


pelo estabelecimento industrial, quando da ocorrência de qualquer das
hipóteses enumeradas no inciso VII do art. 25 (empresas comerciais
exportadoras). (RIPI, art. 36, X)

Você ainda está lembrado do que vimos na aula passada acerca da


responsabilidade das empresas comerciais exportadoras, em relação aos
produtos adquiridos por elas com o fim específico de exportação? Vamos rever
o que estabelece o art. 25, VII, do RIPI:

É responsável a empresa comercial exportadora, em relação ao imposto


que deixou de ser pago, na saída do estabelecimento industrial,

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referente aos produtos por ela adquiridos com o fim específico de


exportação, nas hipóteses em que:

a) tenha transcorrido 180 dias da data da emissão da nota fiscal de


venda pelo estabelecimento industrial, não houver sido efetivada a
exportação;

b) os produtos forem revendidos no mercado interno; ou

c) ocorrer a destruição, o furto ou roubo dos produtos;

Na ocorrência de qualquer das três hipóteses relacionadas nas alíneas


acima, a empresa comercial exportadora torna-se responsável pelo IPI
que ficou suspenso com a saída dos produtos do estabelecimento
industrial. Em tais casos, considera-se ocorrido o fato gerador na data
da emissão da nota fiscal pelo estabelecimento industrial.

INÉDITA/2015
Nos casos em que os produtos adquiridos pela
empresa comercial exportadora, com o fim específico
de exportação, tiverem sido revendidos no mercado
interno, considera-se ocorrido o fato gerador na data
da saída do estabelecimento que industrializou tais
produtos.
Comentário: O fato gerador considera-se ocorrido na
data da emissão da nota fiscal pelo estabelecimento
industrial.
Gabarito: Errada

Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI no momento da sua venda,


quanto aos produtos objeto de operação de venda que forem consumidos ou
utilizados dentro do estabelecimento industrial. (RIPI, art. 36, XI)

Nos casos dos produtos objeto de operação de venda que forem


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consumidos ou utilizados dentro do próprio estabelecimento industrial, ficou


consignado que o fato gerador tem-se por ocorrido no momento da sua
venda ao consumidor.

Exemplo: Microcervejaria.

Não confunda esta hipótese com aquela prevista no art.


36, VII, já estudada.

Art. 36, XI  Produto vendido e consumido dentro do


estabelecimento industrial.

Art. 36, VII  Industrialização no local de consumo,

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fora do estabelecimento industrial.

Se for necessário, retorne e leia novamente a explicação


relativa ao art. 36, VII, do RIPI.

Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI na saída simbólica de álcool das


usinas produtoras para as suas cooperativas, equiparadas, por opção, a
estabelecimento industrial. (RIPI, art. 36, XII)

Semelhantemente ao que foi explicado no art. 36, V, do RIPI, as


cooperativas podem se tornar equiparadas a industrial, por opção própria.
Desse modo, as cooperativas que se dedicarem à venda do álcool recebido das
usinas produtoras, podem ser contribuintes do IPI, na modalidade
equiparado a industrial.

Entretanto, não é somente na saída do estabelecimento das cooperativas


que ocorre o fato gerador do IPI, mas também na saída do álcool
produzido pelas usinas para as suas cooperativas equiparadas, por
opção, a estabelecimento industrial.

Há, portanto, duas incidências do IPI: na saída do álcool dos associados


para as suas cooperativas equiparadas a industrial, e na saída do
estabelecimento destas.

“Por que, então, foi previsto o inciso XII? Não seria mera repetição do
inciso V?”

A diferença é que neste caso há a ocorrência do fato gerador, ainda que


a saída do álcool das usinas para as suas cooperativas seja meramente
simbólica, isto é, ainda que o álcool não chegue a remetido para as
cooperativas, ocorrer o fato gerador!

Observação: Nem todo álcool é combustível. Portanto, nem todo álcool está
imune nos termos do art. 18, IV, do RIPI. Sendo assim, é possível, em alguns
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casos, haver incidência de IPI sobre o álcool.

Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI na data do vencimento do prazo


de permanência da mercadoria no recinto alfandegado, antes de aplicada a
pena de perdimento, quando as mercadorias importadas forem consideradas
abandonadas pelo decurso do referido prazo. (RIPI, art. 36, XIII)

Em primeiro lugar, eu pergunto: quando ocorre o fato gerador dos


produtos de procedência estrangeira? Com o desembaraço aduaneiro, correto?

No entanto, quando as mercadorias permanecem em recinto alfandegado


por determinado período, fixado no art. 642 do Decreto 6.759,2009

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(Regulamento Aduaneiro), sem que se promova o seu despacho de


importação, são consideradas abandonadas pelo decurso do referido
prazo.

A consequência dessa omissão por parte do importador é a pena de


perdimento das mercadorias, conforme preceitua o art. 689, XXI, do
Regulamento Aduaneiro.

Se, entretanto, antes de aplicada a pena de perdimento, o importador


providencia o despacho aduaneiro de importação, haverá incidência do IPI,
considerando-se ocorrido o respectivo fato gerador na data do
vencimento do prazo de permanência da mercadoria no recinto
alfandegado.

Observação: Recintos alfandegados são locais estabelecidos pela autoridade


aduaneira competente para que neles possam ocorrer, sob controle
aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho de mercadorias
procedentes do exterior, bagagem de viajantes procedentes do exterior e
remessas postais internacionais (Decreto 6.759/2009. art. 9º).

Na hipótese de venda, exposição à venda, ou consumo no território nacional,


de produtos destinados ao exterior, ou na hipótese de descumprimento das
condições estabelecidas para a isenção ou a suspensão do imposto,
considerar-se-á ocorrido o fato gerador na data da saída dos produtos do
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial. (RIPI, art. 37)

Quando o produto industrializado goza de imunidade, em virtude da sua


destinação ao exterior, ele deve ser efetivamente exportado. Portanto, na
hipótese de tais produtores virem a ser vendidos, expostos à venda ou
consumidos no território nacional, haverá incidência do IPI.

Do mesmo modo, se foi obtida isenção ou suspensão do imposto, há que


se respeitar as condições estabelecidas, pois, caso contrário, o IPI será devido.
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De qualquer maneira, em todos os casos citados só há um momento em


que se considera ocorrido o fato gerador do IPI: a data da saída dos
produtos do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial.

INÉDITA/2015
Se determinado produto goza de imunidade, por ser
destinado ao exterior, mas é encontrado exposto à
venda no território nacional, ocorre fato gerador do
IPI, na data em que se verificar o descumprimento da
condição.

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Comentário: O fato gerador considera-se ocorrido na


data da saída do produto do estabelecimento
industrial ou equiparado a industrial.
Gabarito: Errada

1.3 – Hipóteses Excepcionais de não Ocorrência do Fato Gerador do IPI

Há situações em que não há ocorrência do fato gerador. E tais situações


não se confundem com as de não incidência, estudadas por nós no início do
curso. Trata-se de casos em que o legislador expressamente retirou do campo
de incidência do IPI.

Vamos ver quais são elas? Beleza, vamos lá!

1.3.1 – Não Ocorrência do Fato Gerador no Desembaraço Aduaneiro

Nós estudamos hoje que um dos fatos geradores do IPI é o desembaraço


aduaneiro de produtos de procedência estrangeira. Entretanto, quando
qualquer das situações a seguir se fizer presente, não haverá ocorrência do
fato gerador:

Art. 38. Não constituem fato gerador:

I - o desembaraço aduaneiro de produto nacional que retorne ao Brasil,


nos seguintes casos:

a) quando enviado em consignação para o exterior e não vendido nos


prazos autorizados;

b) por defeito técnico que exija sua devolução, para reparo ou


substituição;

c) em virtude de modificações na sistemática de importação do país


importador;
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d) por motivo de guerra ou calamidade pública; e

e) por quaisquer outros fatores alheios à vontade do exportador;

Observação: São situações em que as mercadorias são exportadas, mas não


perdem a condição de nacional, por motivos diversos: consignação, defeito
técnico, sistemática de importação, guerra ou calamidade pública e outros
fatores alheios à vontade do exportador.

Há que se destacar que existe mais uma hipótese de não ocorrência do


fato gerador do IPI, relacionada ao desembaraço aduaneiro: retorno ao País
de mercadoria que tenha saído deste amparada pelo regime especial
de exportação temporária, ainda que tal regime tenha sido

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descumprido. A justificativa é bastante óbvia: se a exportação não foi


definitiva, não há porque tributar um bem que saiu temporariamente.

Em todos os casos citados, os produtos foram


exportados, mas por algum motivo retornaram ao País,
sendo desembaraçados, sem a ocorrência do fato
gerador do IPI.

1.3.2 – Não Ocorrência do Fato Gerador nas Saídas Destinadas a


Locação ou Arrendamento

Ficou estabelecido no RIPI o seguinte:

Art. 38. Não constituem fato gerador:

II - as saídas de produtos subsequentes à primeira:

a) nos casos de locação ou arrendamento, salvo se o produto tiver


sido submetido a nova industrialização;

Isso significa que, quando um estabelecimento industrializa ou importa


determinado produto, com o objetivo de locá-lo ou arrendá-lo a terceiros, só
haverá incidência do IPI na primeira operação de locação ou
arrendamento, estando as demais saídas, subsequentes à primeira, livres da
incidência do IPI, salvo se o produto tiver sido submetido a nova
industrialização.

Calma aí, amigo(a), nós vamos explicar melhor!

Imagine que uma empresa industrialize máquinas de cópias,


exclusivamente para locação. Essa empresa também importa e aluga máquinas
importadas, a depender da preferência dos seus clientes.
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A começar pela importação, sabemos que ocorre o fato gerador do IPI


quando do desembaraço aduaneiro da máquina importada. Em momento
posterior, o importador pratica o segundo fato gerador (como contribuinte
equiparado a industrial), quando promover a saída da máquina com destino ao
primeiro locatário da copiadora.

Findo o contrato de locação, a copiadora retorna ao estabelecimento da


importadora. E aí, eu te pergunto: quando houver novo contrato de locação,
haverá nova ocorrência de IPI? Não, a não ser que a máquina tenha sido
submetida a alguma operação de industrialização. É exatamente essa a
ideia do dispositivo em análise.

Vejamos a partir de agora como funciona a locação das máquinas


industrializadas pela própria empresa locadora. Após o término da

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industrialização, as máquinas estão prontas para serem locadas. O fato


gerador do IPI ocorrerá com a primeira saída da copiadora do estabelecimento
industrial.

Observação: Lembre-se de que, neste caso, não há dois fatos geradores


como na importação das copiadoras estrangeiras.

Findo o contrato de locação, a copiadora retorna ao estabelecimento


industrial. Pergunta-se novamente: quando houver novo contrato de locação,
haverá nova ocorrência de IPI? Não, a não ser que a máquina tenha sido
submetida a alguma operação de industrialização.

Essa sistemática aplica-se não só para locação, como


também para arrendamento.

1.3.3 – Não Ocorrência do Fato Gerador na Saída de Bens do Ativo


Permanente para Prestação de Serviços

Seguindo a mesma linha do que foi explanado no tópico anterior,


vejamos a redação do RIPI:

Art. 38. Não constituem fato gerador:

II - as saídas de produtos subsequentes à primeira:

b) quando se tratar de bens do ativo permanente, industrializados


ou importados pelo próprio estabelecimento industrial ou equiparado a
industrial, destinados à execução de serviços pela própria firma
remetente;

Isso significa que, quando um estabelecimento industrializa ou importa


05949764803

determinado bem, incorporando-o ao seu ativo permanente (ou ativo


imobilizado), com o objetivo de prestar serviços a terceiros, só haverá
incidência do IPI na primeira saída para a realização de serviços,
estando as demais saídas, subsequentes à primeira, livres da incidência do IPI.

Destaque-se que, da mesma forma como explicamos no tópico anterior,


se os bens forem importados, ocorrem dois fatos geradores: o primeiro
com o desembaraço aduaneiro, e o segundo com a primeira saída para a
realização dos serviços.

1.3.4 – Não Ocorrência do Fato Gerador de Bens do Ativo Permanente


Após 05 Anos

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De acordo com o RIPI, os produtos que forem incorporados ao ativo


permanente por mais de cinco anos não são tributados quando houver a sua
saída do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial que os tenha
industrializado ou importado. É isso o que prevê o art. 38, III, do RIPI:

Art. 38. Não constituem fato gerador:

III - a saída de produtos incorporados ao ativo permanente, após cinco


anos de sua incorporação, pelo estabelecimento industrial, ou
equiparado a industrial, que os tenha industrializado ou importado;

1.3.5 – Não Ocorrência do Fato Gerador na Saída por Motivo de


Mudança de Endereço

Embora seja bastante óbvio, não deixa de ser relevante explicitar que
não constitui fato gerador do IPI, quando houver saída de produtos do
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial, por motivo de
mudança de endereço do estabelecimento.

Art. 38. Não constituem fato gerador:

IV - a saída de produtos por motivo de mudança de endereço do


estabelecimento.

1.3.6 – Síntese de Não Ocorrência do Fato Gerador do IPI

O quadro abaixo é mais um mecanismo que criamos para facilitar o seu


aprendizado, sintetizando o que vimos até o momento. Você já está ciente de
que existem basicamente dois fatos geradores do IPI: desembaraço aduaneiro
e a saída do estabelecimento industrial ou a ele equiparado. Portanto,
separamos na tabela abaixo as exceções, conforme cada fato gerador:

DESEMBARAÇO ADUANEIRO SAÍDA DOS ESTABELECIMENTOS


A partir da segunda saída destinada a
Enviado em consignação e não vendido 05949764803

locação ou arrendamento
A partir da segunda saída de bens do
Devolução por defeito técnico ativo permanente para prestação de
serviços
Modificações na sistemática do país Saída de bens do ativo permanente após
importador 05 anos da incorporação
Saída por motivo de mudança de
Motivo de guerra ou calamidade pública
endereço
Outros fatores alheios à vontade do
exportador -
Retorno de mercadoria que saiu
amparada pelo regime de exportação -
temporária

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Questão 01 – ESAF/ATRFB/2012

O desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira é fato


gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados, considerando-se ocorrido
o referido desembaraço quando a mercadoria consta como tendo sido
importada e o extravio ou avaria venham a ser apurados pela autoridade fiscal,
inclusive na hipótese de mercadoria sob regime suspensivo de tributação.

Comentário: De acordo com o par. único, do art. 35, do RIPI, considera-se


ocorrido o respectivo desembaraço aduaneiro quando a mercadoria consta
como tendo sido importada e o extravio ou avaria venham a ser apurados pela
autoridade fiscal, inclusive na hipótese de mercadoria sob regime suspensivo
de tributação. Questão correta.

Questão 02 – ESAF/ATRFB/2012

Considera-se ocorrido o fato gerador do Imposto sobre Produtos


Industrializados na saída de armazém- geral ou outro depositário do
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial depositante, quanto aos
produtos entregues diretamente a outro estabelecimento.

Comentário: A banca cobrou a previsão do art. 36, II, do RIPI. Segundo esse
dispositivo, considera-se ocorrido o fato gerador do IPI na saída de armazém-
geral ou outro depositário do estabelecimento industrial ou equiparado a
industrial depositante, quanto aos produtos entregues diretamente a outro
estabelecimento. Questão correta.

Questão 03 – ESAF/ATRFB/2012 05949764803

Considera-se ocorrido o fato gerador do Imposto sobre Produtos


Industrializados na saída do estabelecimento industrial diretamente para
estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, por ordem do encomendante,
quanto aos produtos mandados industrializar por encomenda.

Comentário: Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI na saída do


estabelecimento industrial diretamente para estabelecimento da mesma firma
ou de terceiro, por ordem do encomendante, quanto aos produtos mandados
industrializar por encomenda. Isso é o que estabelece o art. 36, IV, do RIPI.
Questão correta.

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Questão 04 – INÉDITA/2015

O Regulamento do IPI previu como fato gerador do imposto a arrematação de


produtos apreendidos ou abandonados, que foram levados a leilão.

Comentário: Nós estudamos que, embora tenha sido prevista no CTN como
fato gerador do IPI, a arrematação de produtos apreendidos ou abandonados e
levados a leilão não constitui fato gerador do IPI, devido ao fato de a União
não tem exercido por completo sua competência tributária, relativa ao IPI.
Questão errada.

Questão 05 – INÉDITA/2015

O Imposto sobre Produtos Industrializados, em se tratando de importação,


apenas incide quando esta se der a título comercial, ou seja, para revenda ou
industrialização, não incidindo em operações para uso ou consumo próprio.

Comentário: O art. 39 do RIPI estabelece que o IPI é devido sejam quais


forem as finalidades a que se destine o produto ou o título jurídico a
que se faça a importação ou de que decorra a saída do estabelecimento
produtor. Portanto, ainda que a importação de determinado produto tenha
como finalidade o uso ou consumo próprio, haverá incidência de IPI. Questão
errada.

Questão 06 – INÉDITA/2015

Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI no início do consumo ou da


utilização do papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos,
quando esta finalidade for cumprida.

Comentário: Se a finalidade do papel imune, que é a sua destinação à


impressão de livros, jornais e periódicos, for cumprida, não há que se falar em
incidência, por conta da imunidade a que faz jus. Questão errada.
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Questão 07 – INÉDITA/2015

Sabe-se que a empresa comercial exportadora é responsável , em relação ao


imposto que deixou de ser pago, na saída do estabelecimento industrial,
referente aos produtos por ela adquiridos com o fim específico de exportação,
quando tais produtos forem revendidos no mercado interno. No que se refere à
incidência desse imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na data da
emissão da nota fiscal pelo estabelecimento industrial.

Comentário: Conforme prevê o art. 36, X, c/c art. 25, VII, ambos do RIPI,
diante dessa ocasião, considera-se ocorrido o fato gerador na data da emissão
da nota fiscal pelo estabelecimento industrial. Questão correta.

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Questão 08 – INÉDITA/2015

Não constituem fato gerador do IPI as saídas subsequentes à primeira, nos


casos de locação ou arrendamento, salvo se o produto tiver sido submetido a
nova industrialização.

Comentário: Essa situação se refere à nossa explicação sobre a empresa


importadora e fabricante de máquinas de cópias, exclusivamente para locação.
Não havendo nova operação de industrialização, não há nova incidência do IPI.
Questão correta.

Questão 09 – INÉDITA/2015

Não constituem fato gerador o desembaraço aduaneiro de produto nacional


que retorne ao Brasil, por defeito técnico que exija sua devolução, para reparo
ou substituição.

Comentário: Tal situação foi prevista no art. 38, I, b, referindo-se aos


produtos que foram exportados, mas que, por algum motivo, retornaram ao
País, sendo desembaraçados, sem a ocorrência do fato gerador do IPI.
Questão correta.

2 – BASE DE CÁLCULO DO IPI

Ocorrido o fato gerador do IPI, surge a obrigação tributária, tendo como


sujeito passivo o contribuinte ou o responsável e como sujeito ativo a União.
Contudo, para saber o valor devido, ou melhor, o quantum debeatur (é
importante se acostumar com essa terminologia jurídica), é necessário
efetuar o cálculo, aplicando as alíquotas previstas na TIPI sobre a base
de cálculo do IPI, conforme preceitua o art. 189 do RIPI:

Art. 189 - O imposto será calculado mediante aplicação das alíquotas,


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constantes da TIPI, sobre o valor tributável dos produtos.

Parágrafo único. O disposto no caput não exclui outra modalidade de


cálculo do imposto estabelecida em legislação específica.

O art. 189 determina a aplicação das alíquotas ad valorem. As


alíquotas ad valorem são aquelas em que se aplica um percentual sobre o
valor a ser tributado (por exemplo, 10% sobre R$ 500,00). As alíquotas
específicas (ad rem) são diferentes e menos usuais. Elas tomam por base a
unidade de medida adotada. Por exemplo, R$ 1,00 de imposto a cada maço de
cigarro.

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Como se vê, a regra geral no caso do IPI é a aplicação da alíquota ad


valorem. Contudo, existem alguns produtos sobre os quais aplicam-se
alíquotas específicas, como é o caso do chocolate branco (localizado no
código 1704.90.10 da TIPI). Esse produto fica sujeito ao imposto de nove
centavos por quilograma.

Veja que a aplicação das alíquotas específicas é um exemplo do que foi


disposto no par. único do art. 189, que permite outras modalidades de
cálculo, estabelecidas em legislação específica.

Observação: Quando ocorre a aplicação de alíquotas específicas, a base de


cálculo do IPI é fixada como uma unidade de medida (kg, por exemplo).
Estudaremos isso mais detalhadamente adiante.

Outro exemplo de exceção à aplicação direta da TIPI sobre os produtos é o


regime de tributação pelo Simples Nacional, o qual impõe a aplicação de
alíquota de 0,5%, independentemente das alíquotas previstas na TIPI, sobre a
receita bruta mensal.

Agora que você já está entendendo tudo sobre a aplicação de alíquotas


do IPI, vejamos outro detalhe importante: em vez de dizer “base de cálculo”,
acostume-se a ver o RIPI mencionando “valor tributável”. Na prática, não há
diferença alguma, já que é sobre o valor que encontramos a título de base de
cálculo que incide a tributação do IPI, ou seja, o valor tributável.

Primeiramente, vamos estudar os conceitos trazidos pelo CTN, como lei


de normas gerais em matéria tributária, sobre a base de cálculo do IPI, e só
depois estudaremos, de fato, o que foi estabelecido pelo legislador como o
valor tributável do IPI.

2.1 – Base de Cálculo do IPI no CTN

O CTN definiu as bases de cálculo do IPI, em cumprimento à regra que


determina que cabe à lei complementar definir os fatos geradores, bases de
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cálculo e contribuintes dos impostos discriminados na CF/88.

São basicamente três bases de cálculo distintas, da mesma forma em


que foram previstos três fatos geradores. Vamos ver:

1. No desembaraço aduaneiro: preço normal, acrescido dos seguintes valores:


a. Imposto de Importação;
b. Taxas exigidas para entrada do produto no País;
c. Encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele
exigíveis;
2. Na saída do produto industrializado do estabelecimento contribuinte do
imposto:
a. Valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria;

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b. Na falta do valor da operação, a base de cálculo será o valor do preço


corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da
praça do remetente;
3. Em relação ao produto industrializado apreendido ou abandonado e levado a
leilão, a base de cálculo é o preço da arrematação.

Observação: Preço normal ou valor normal é o valor que serve de base de


cálculo para o imposto de importação, atualmente denominado valor
aduaneiro, definido com base nos princípios do AVA – Acordo de Valoração
Aduaneira.

Embora a base de cálculo do IPI utilize a mesma base de


cálculo do Imposto de Importação, com esta não se
confunde, pois é acrescida, como vimos dos valores
citados nas alíneas “a”, “b” e “c” acima.

No que se refere às saídas do produto industrializado do estabelecimento


dos contribuintes do IPI, a base de cálculo é o valor da operação. Na falta
desse valor, a base de cálculo será o valor do preço corrente da mercadoria,
ou sua similar, no mercado atacadista (e não varejista!) da praça do
remetente (e não do destinatário!).

No que se refere à base de cálculo do produto industrializado apreendido


ou abandonado e levado a leilão, esta será o preço da arrematação. Vale
destacar, todavia, que essa base de cálculo não é aplicável, pois a
arrematação de tais produtos não foi instituída pelo legislador como
fato gerador do IPI.

Agora que já visualizamos a base de cálculo do IPI, sob a ótica das


normas gerais, e isso deve ser considerado na prova, caso o examinador
mencione o CTN, vamos analisar a base de cálculo do IPI, com base no RIPI.

Observação: Antes de iniciar o estudo da base de cálculo, vale reforçar:


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base de cálculo é o mesmo que valor tributável. Não confunda isso,


candidato!

2.1 – Base de Cálculo do IPI no RIPI

Primeiramente, vamos estudar a regra geral do “valor tributável” do IPI


no RIPI. A partir de então, veremos alguns detalhes mais específicos, que não
deixam de ser relevantes para enfrentar as provas da ESAF.

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2.1.1 – Valor Tributável (Base de Cálculo) do IPI

O art. 190, do RIPI, define a base de cálculo do IPI, como sendo a


seguinte:

Art. 190. Salvo disposição em contrário deste Regulamento, constitui


valor tributável:

I - dos produtos de procedência estrangeira:

a) o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos tributos
aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do
montante desses tributos e dos encargos cambiais efetivamente pagos
pelo importador ou dele exigíveis; e

b) o valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento


equiparado a industrial; ou

II - dos produtos nacionais, o valor total da operação de que decorrer a


saída do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial.

Em primeiro lugar, para que você não confunda, saiba que o estudo que
fizemos acerca da base de cálculo do IPI no CTN, foi levado em consideração o
respectivo fato gerador. Assim, por exemplo, ficou definido que, no
desembaraço aduaneiro (fato gerador), a base de cálculo foi o preço normal
(ou valor aduaneiro), com os devidos acréscimos.

No RIPI, a ótica da definição da base de cálculo é um pouco diferente, já


que é estabelecida com base na procedência dos produtos
industrializados, e não com base no fato gerador.

É por esse motivo que o art. 190, I, possui duas alíneas, já que os
produtos de procedência estrangeira, como vimos, sofrem duas
incidências do IPI: a primeira com o desembaraço aduaneiro e a segunda
com a saída do estabelecimento do importador, que passa a ser considerado
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estabelecimento equiparado a industrial.

Ficou bem claro até o momento? Você não pode fazer confusão com o
que foi visto no CTN.

Outro detalhe bastante interessante para o nosso aprendizado é a falta


de previsão da base de cálculo para os produtos arrematados em leilão no
RIPI. Ora, se ficou estabelecido pelo legislador que não haverá incidência de
IPI sobre a arrematação, não há o menor sentido em se definir base de
cálculo para uma situação que não foi prevista como fato gerador. São
basicamente essas as distinções entre o RIPI e o CTN.

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Vale observar que, em relação às operações de que decorrer saída


do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial (art. 190, I, b,
e II), no conceito de “valor total da operação” está incluso o valor do
frete e das demais despesas acessórias, que forem cobradas ou
debitadas pelo contribuinte ao comprador ou destinatário (RIPI, art.
190, § 1º).

Destaque-se que será considerado como cobrado ou debitado do


contribuinte o valor do frete, mesmo sendo o transporte realizado por firma
controladora ou controlada, coligada ou interligada, do estabelecimento
contribuinte, ou por firma com a qual este tenha relação de interdependência,
mesmo quando o frete seja subcontratado.

Basta gravar: o frete sempre é relevante para a base de


cálculo do IPI, nos casos de saída de estabelecimento
industrial ou a ele equiparado.

Em relação à dedutibilidade da base de cálculo do IPI, é importante


salientar o disposto no art. 190, § 3º, segundo o qual não podem ser
deduzidos do valor da operação os descontos, diferenças ou
abatimentos, concedidos a qualquer título, ainda que
incondicionalmente.

Embora toda prova de Legislação Tributária deva ser encarada com base
na literalidade da legislação, se a ESAF cobrar o posicionamento do STJ acerca
dos descontos incondicionais, o aluno deve adotar que esta Corte entende que
é permitida a dedução dos referidos descontos da base de cálculo do
IPI (REsp 1.149.424)

Contudo, quando o fabricante ou importador efetua vendas diretas


ao consumidor final de automóveis, permite-se a exclusão da base de
cálculo do IPI os valores devidos aos concessionários pela
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intermediação ou entrega dos veículos, nos termos estabelecidos nos


respectivos contratos de concessão. Deve ser destacado, conforme estabelece
o art. 190, § 6º, do RIPI, que a dedução de tais valores não pode exceder
a 9% do valor total da operação.

Cumpre-nos ressaltar também que, nas saídas de produtos a título de


consignação mercantil, o valor total da operação será o preço de venda do
consignatário (o preço da venda a terceiros), estabelecido pelo consignante
(este é o estabelecimento contribuinte do IPI), nos casos previstos no
art. 190, I, b, e II,

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Observação: Consignação mercantil ocorre quando o estabelecimento


industrial ou equiparado entrega produtos a outros estabelecimentos
comerciais para que estes os vendam a terceiros. Caso não ocorra a venda, é
feita a devolução de tais produtos. Se a venda ocorrer, é o preço desta que
deve ser levado em consideração, para fins de incidência do IPI, lembrando
que este preço é estabelecido pelo consignante (contribuinte do IPI).

Há alguns casos em que não há valor determinado para a operação.


Ocorre isso, por exemplo, com a locação ou arrendamento mercantil, ou
mesmo em se tratando de operação a título gratuito (exemplo: doação).
Isso também ocorre com qualquer operação que, em virtude de não
transferir a propriedade do produto, não importe em fixar-lhe o preço.

Em todos esses casos, a base de cálculo do IPI é o preço corrente


do produto ou seu similar, no mercado atacadista da praça do
remetente, na saída do produto do estabelecimento industrial ou equiparado
a industrial (RIPI, art. 192).

2.1.2 – Valor Tributável no Recondicionamento de Produto Usado

O art. 194 do RIPI determina o seguinte:

Art. 194. O imposto incidente sobre produtos usados, adquiridos de


particulares ou não, que sofrerem o processo de industrialização, de que
trata o inciso V do art. 4º (renovação ou recondicionamento), será
calculado sobre a diferença de preço entre a aquisição e a revenda.

Dessa forma, quando houver operação de renovação ou


recondicionamento nos produtos usados, o IPI devido será calculado sobre
a diferença do preço que foi pago na aquisição e o valor alcançado na
revenda. Essa é a base de cálculo do IPI.

2.1.3 – Valor Tributável Mínimo


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Como se sabe, a regra geral é que o IPI seja calculado mediante a


aplicação de alíquotas previstas na TIPI sobre a base de cálculo do imposto. A
base de cálculo, em termos simples, é o valor da operação de que decorra a
saída de produto industrializado de estabelecimento industrial ou equiparado a
industrial, correto?

Contudo, há situações que tornam possível a elaboração de mecanismos,


cujo objetivo é reduzir ou suprimir o pagamento de tributos mediante a
manipulação do valor da operação e, consequentemente, da base de cálculo do
IPI.

Por conta disso, a legislação fixou algumas regras que determinam o


valor mínimo da base de cálculo. Vamos ver quais são elas?

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O valor tributável não poderá ser inferior ao preço corrente no mercado


atacadista da praça do remetente quando o produto for destinado a outro
estabelecimento do próprio remetente ou a estabelecimento de firma com a
qual mantenha relação de interdependência. (RIPI, art. 195, I)

Se a relação comercial entre duas firmas é de interdependência, é mais


do que necessário estabelecer um valor mínimo para as vendas efetuadas
entre elas.

O valor tributável, nesse caso, não poderá ser inferior ao preço corrente
no mercado atacadista da praça do remetente.

O valor tributável não poderá ser inferior a noventa por cento do preço de
venda aos consumidores, não inferior ao previsto no inciso I (preço corrente
no mercado atacadista da praça do remetente), quando o produto for
remetido a outro estabelecimento da mesma empresa, desde que o
destinatário opere exclusivamente na venda a varejo. (RIPI, art. 195, II)

Quando se tratar de operação entre estabelecimentos da mesma pessoa


jurídica, no caso de o estabelecimento destinatário operar exclusivamente na
venda a varejo, o valor mínimo da base de cálculo será de 90% do preço
de venda aos consumidores, não inferior ao preço corrente no mercado
atacadista da praça do remetente.

Cabe destacar ainda que, de acordo com o art. 195, § 1º, do RIPI,
sempre que o estabelecimento comercial varejista vender o produto por preço
superior ao que haja servido à determinação do valor tributável, será este
reajustado com base no preço real de venda, o qual, acompanhado da
respectiva demonstração, será comunicado ao remetente, até o último dia do
período de apuração subsequente ao da ocorrência do fato, para efeito
de lançamento e recolhimento do imposto sobre a diferença verificada.

Antes de partirmos para a análise do art. 195, III, é importante saber


um detalhe sobre a aplicação das regras previstas no art. 195, I e II, no
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que diz respeito ao preço corrente no mercado atacadista:

Art. 196. Para efeito de aplicação do disposto nos incisos I e II do art.


195, será considerada a média ponderada dos preços de cada
produto, em vigor no mês precedente ao da saída do
estabelecimento remetente, ou, na sua falta, a correspondente ao
mês imediatamente anterior àquele.

Parágrafo único. Inexistindo o preço corrente no mercado atacadista,


para aplicação do disposto neste artigo, tomar-se-á por base de cálculo:

I - no caso de produto importado, o valor que serviu de base ao


Imposto de Importação, acrescido desse tributo e demais elementos

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componentes do custo do produto, inclusive a margem de lucro normal;


e

II - no caso de produto nacional, o custo de fabricação, acrescido dos


custos financeiros e dos de venda, administração e publicidade, bem
como do seu lucro normal e das demais parcelas que devam ser
adicionadas ao preço da operação, ainda que os produtos hajam sido
recebidos de outro estabelecimento da mesma firma que os tenha
industrializado.

Particularmente, eu acho um absurdo ter que decorar


essa regra. Como a ESAF tem pegado pesado nas suas
provas, recomendo no mínimo a memorização dos
termos “média ponderada” e “mês precedente”, previstos
no caput do art. 196.

Podemos continuar nosso estudo:

O valor tributável não poderá ser inferior ao custo de fabricação do produto,


acrescido dos custos financeiros e dos de venda, administração e publicidade,
bem como do seu lucro normal e das demais parcelas que devam ser
adicionadas ao preço da operação, no caso de produtos saídos do
estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, com destino a
comerciante autônomo, ambulante ou não, para venda direta a consumidor.
(RIPI, art. 195, III)

Se o estabelecimento industrial – ou equiparado a industrial – efetuar


saída com destino a comerciante autônomo para venda direta a consumidor
final, deve-se ajustar o valor tributável para que não seja inferior ao
valor aproximado da operação pela qual o produto efetivamente chega
ao consumidor final.

Deve-se destacar que o preço de revenda do produto pelo comerciante


autônomo, ambulante ou não, indicado pelo estabelecimento industrial, ou
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equiparado a industrial, não poderá ser superior ao preço de aquisição


acrescido dos tributos incidentes por ocasião da aquisição e da revenda do
produto, e da margem de lucro normal nas operações de revenda (RIPI, art.
195, § 2º).

O valor tributável não poderá ser inferior a setenta por cento do preço da
venda a consumidor no estabelecimento moageiro, nas remessas de café
torrado a estabelecimento comercial varejista que possua atividade acessória
de moagem. (RIPI, art. 195, IV)

No art. 5º, VII, aprendemos que a moagem de café torrado, quando


realizada por estabelecimento comercial varejista como atividade acessória, é
operação excluída do conceito de industrialização.

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Contudo, a remessa do café torrado para tais estabelecimentos sujeita-


se à tributação do IPI. Ademais, foi estipulado para essa operação o valor
mínimo de 70% do preço da venda a consumidor no próprio
estabelecimento moageiro.

2.1.4 – Arbitramento do Valor Tributável

Inicialmente, é importante saber que o arbitramento é uma atividade


normalmente utilizada pela autoridade administrativa, com o objetivo apurar a
base de cálculo do tributo, com base na lei, e não com base na documentação
apresentada pelo contribuinte.

“Qual seria a razão de se fazer o arbitramento?”

Ora, quando os documentos expedidos pelas partes envolvidas na


situação que constitua o fato gerador do IPI forem omissos ou não mereçam
fé, ou ainda quando for difícil apurar a base de cálculo em operações a título
gratuito. Vejamos o que diz o art. 197 do RIPI:

Art. 197. Ressalvada a avaliação contraditória, decorrente de perícia, o


Fisco poderá arbitrar o valor tributável ou qualquer dos seus
elementos, quando forem omissos ou não merecerem fé os documentos
expedidos pelas partes ou, tratando-se de operação a título gratuito,
quando inexistir ou for de difícil apuração o valor previsto no art. 192 (já
estudado por nós).

Lembrando que, se for apurado o valor real da operação, este deve ser
considerado. Caso contrário, o arbitramento tomará por base, sempre que
possível, o preço médio do produto no mercado do domicílio do contribuinte,
ou, na sua falta, nos principais mercados nacionais, no trimestre civil mais
próximo ao da ocorrência do fato gerador (RIPI, art. 197, § 1º).

No que se refere às mercadorias importadas, você deve se lembrar de


que o art. 35, par. único, do RIPI, estabelece que ocorre o fato gerador do IPI
ainda quando tais mercadorias tenham sido extraviadas ou avariadas.
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No que se refere às mercadorias extraviadas ou consumidas, como


ocorre a apuração da base de cálculo em tais casos? Vejamos o que diz o art.
67, da Lei 10.833/2003, com redação dada pela Lei 13.043/2014:

Art. 67. Na impossibilidade de identificação da mercadoria


importada, em razão de seu extravio ou consumo, e de descrição
genérica nos documentos comerciais e de transporte disponíveis,
será aplicada, para fins de determinação dos impostos e dos direitos
incidentes na importação, alíquota única de 80% (oitenta por cento)
em regime de tributação simplificada relativa ao Imposto de
Importação - II, ao Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, à
Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do

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Patrimônio do Servidor Público - PIS/Pasep, à Contribuição Social para o


Financiamento da Seguridade Social - COFINS e ao Adicional ao Frete
para a Renovação da Marinha Mercante - AFRMM.

§ 1o A base de cálculo da tributação simplificada prevista neste artigo


será arbitrada em valor equivalente à mediana dos valores por
quilograma de todas as mercadorias importadas a título
definitivo, pela mesma via de transporte internacional,
constantes de declarações registradas no semestre anterior,
incluídas as despesas de frete e seguro internacionais.

§ 2o Na falta de informação sobre o peso da mercadoria, adotar-se-á o


peso líquido admitido na unidade de carga utilizada no seu
transporte.

Observação: O RIPI dispõe sobre essa situação no seu art. 198. Contudo,
com a edição da Lei 13.043/2014, o RIPI se tornou desatualizado neste
aspecto. Portanto, devemos memorizar o que consta no art. 67, da Lei
10.833/2003, transcrito acima.

Veja, portanto, que 80% não é a alíquota do IPI, mas sim a alíquota
única, correspondente ao II, IPI, PIS/Pasep, Cofins e AFRMM. Trata-se de
regime de tributação simplificada, quando não for possível identificar a
mercadoria importada, por motivo de extravio ou consumo e,
cumulativamente, descrição genérica nos documentos comerciais e de
transporte disponíveis.

Veja que a base de cálculo é arbitrada da seguinte forma: aplica-se a


mediana dos valores por quilograma de todas as mercadorias importadas a
título definitivo, pela mesma via de transporte internacional, constantes de
declarações registradas no semestre anterior, incluídas as despesas de frete e
seguro internacionais.

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Atualmente, com a alteração pela Lei 13.043/2014,


a alíquota aplicável é de 80%, e não mais 50%, como
prevê o RIPI (desatualizado).

Você deve estar se perguntando por que é necessário conhecer o


arbitramento da base de cálculo do Imposto de Importação, se estamos
estudando o IPI. Ora, em relação ao desembaraço aduaneiro (primeiro fato
gerador do importador), a base de cálculo do IPI utiliza a base de cálculo do II
para o seu cálculo. Está lembrado? Espero que sim!

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O arbitramento, neste caso, ocorre sobre a base de


cálculo do Imposto de Importação. Contudo, já sabemos
que a base de cálculo do IPI também será formada
com base nesse arbitramento.

Portanto, são, basicamente, três hipóteses de arbitramento. Vamos


sintetizá-las:

 Quando os documentos expedidos pelas partes não merecerem fé ou forem


omissos;
 Quando for difícil apurar a base de cálculo de operações realizadas a título
gratuito, com base no art. 192.
 Quando houver extravio ou consumo, e descrição genérica nos documentos
comerciais e de transporte disponíveis;

Observação: Apenas na última situação é que se aplica a alíquota única de


80%, em regime de tributação simplificada.

2.1.5 – Base de Cálculo como Unidade de Medida (Alíquotas


Específicas)

Conforme já foi sucintamente explicado, quando ocorre a tributação por


meio de alíquotas específicas, a base de cálculo do IPI é definida como uma
unidade de medida (Kg, m³, m², etc.).

A regra geral é que os produtos sejam tributados pelas alíquotas ad


valorem, mas há alguns que se sujeitam às alíquotas específicas, como é o
caso de alguns produtos localizados nos Capítulos 17, 18, 21, 22 e 24 da TIPI.

Observação: A tributação do IPI também pode ocorrer com base no


enquadramento de determinados produtos em classe de valores de imposto.
Por exemplo, produto Classe A, submete-se ao imposto de R$ 1,50; produto
Classe B, R$ 2,00, e assim sucessivamente.05949764803

Vamos ver a que produtos estamos nos referindo:

17- Açúcares e produtos de confeitaria.


18- Cacau e suas preparações.
21- Preparações alimentícias diversas.
22- Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres.
24- Tabaco e seus sucedâneos manufaturados.

Observação: Nem todos os produtos localizados em tais capítulos estão


sujeitos às alíquotas específicas, mas apenas alguns deles, como chocolates,
sorvetes, bebidas e cigarros.

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Destacamos que, atualmente, com a edição da MP 690/2015, as bebidas


quentes (vinhos, vermutes, sidras, aguardentes, uísques, rum, licores,
vodcas, entre outras), que antes se submetiam à aplicação de alíquotas
específicas, sofrem tributação por alíquotas ad valorem.

Destaque-se que, de acordo com o art. 200, § 1°, do RIPI, o Poder


Executivo poderá excluir ou incluir outros produtos nesse regime
tributário de que estamos tratando.

Ademais, os valores do IPI poderão ser alterados, pelo Ministro de


Estado da Fazenda, tendo em vista o comportamento do mercado na
comercialização dos produtos (RIPI, art. 201). Contudo, tal alteração
somente poderá ser feita até o limite do que se cobraria, caso
ocorresse aplicação da alíquota sobre o valor tributável (alíquotas ad
valorem).

Acrescente-se que os produtos que estiverem sujeitos a esse regime,


pagarão o imposto uma única vez, ou seja, não haverá múltiplas incidências do
IPI, exceto quando se tratar de industrialização por encomenda.

Em se tratando de industrialização por encomenda, o IPI


é devido nos seguintes momentos:

 Na saída do produto do estabelecimento que


industrializar;
 Na saída do produto do estabelecimento
encomendante, se for industrial ou equiparado a
industrial, ainda que seja filial.

“Professor, mas como funciona o pagamento desse imposto em etapa única?”

Vejamos:

Produtos Nacionais  Na saída do estabelecimento industrial, ou do


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estabelecimento equiparado a industrial.

Produtos Estrangeiros  Por ocasião do desembaraço aduaneiro.

Observação: Veja que não há segredos nessa incidência única. O único


detalhe que deve ser guardado pelo aluno é que, no caso dos produtos
estrangeiros, a incidência ocorre no primeiro fato gerador
(desembaraço aduaneiro), e não no segundo, que seria a saída de tais
produtos do estabelecimento importador, como equiparado a industrial.

Por fim, deve ser memorizado que o regime de tributação estudado


neste momento não prejudica o direito ao crédito do IPI, observadas as
normas estabelecidas no RIPI, conforme preceitua o art. 205. Nós ainda vamos

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estudar o tema “créditos”. No momento certo, você entenderá tudo o que for
necessário.

Questão 10 – ESAF/AFRF/2003

Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F


as falsas; em seguida, marque a opção correta.
( ) Os encargos cambiais pagos pelo importador ou dele exigíveis não se
incluem na base de cálculo do imposto sobre produtos industrializados, no caso
de importação de produto de procedência estrangeira.
( ) A base de cálculo do imposto sobre produtos industrializados, em se
tratando de produto de procedência estrangeira apreendido ou abandonado e
levado a leilão, é o preço da arrematação, acrescido do valor dos demais
tributos exigíveis na importação regular do produto.
( ) O imposto de importação não integra a base de cálculo do imposto sobre
produtos industrializados, no caso de importação de produto de procedência
estrangeira.
a) V, V, F
b) V, F, V
c) V, V, V
d) F, V, F
e) F, F, F

Comentário:

Item I: No caso de desembaraço aduaneiro, inclui-se na base de cálculo do


IPI o valor do II, das taxas exigidas bem como dos encargos cambiais
efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis. Item errado.
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Item II: Conforme art. 47, III, do CTN, a base de cálculo, nesse caso, é
unicamente o preço da arrematação. Item errado.

Observação: A questão foi elaborada com base no CTN. Isso fica bastante
claro, pela redação das assertivas. Ademais, a questão pertence a uma prova
de Direito Tributário. Por esse motivo, devemos responder com base no CTN,
lembrando que essa lei de normas gerais previu a arrematação como fato
gerador do IPI.

Item III: Conforme comentamos no Item I, o Imposto de Importação integra


a base de cálculo no IPI, em caso de importação de produtos de procedência
estrangeira. Item errado.

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Gabarito: Letra E

Questão 11 – INÉDITA/2015

Sobre o valor tributável estabelecido no RIPI, pode-se afirmar que está


incorreto o seguinte:
a) constitui valor tributável dos produtos de procedência estrangeira o valor
que servir ou que serviria de base para o cálculo dos tributos aduaneiros, por
ocasião do despacho de importação, acrescido do montante desses tributos e
dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis;
b) constitui valor tributável dos produtos de procedência estrangeira o valor
total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento equiparado a
industrial;
c) dos produtos nacionais, o valor total da operação de que decorrer a saída do
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial, acrescido do frete e
subtraído das demais despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo
contribuinte ao comprador ou destinatário;
d) O valor tributável não poderá ser inferior ao preço corrente no mercado
atacadista da praça do remetente quando o produto for destinado a outro
estabelecimento do próprio remetente ou a estabelecimento de firma com a
qual mantenha relação de interdependência;
e) Ressalvada a avaliação contraditória, decorrente de perícia, o Fisco poderá
arbitrar o valor tributável ou qualquer dos seus elementos, quando forem
omissos ou não merecerem fé os documentos expedidos pelas partes ou,
tratando-se de operação a título gratuito, quando inexistir ou for de difícil
apuração o valor do preço corrente do produto ou seu similar, no mercado
atacadista da praça do remetente.

Comentário:

Alternativa A: Conforme previsão no art. 190, I, a, a alternativa trata do


valor tributável, em caso de importação. Item correto.

Alternativa B: Conforme previsão no art. 190, I, b, a alternativa trata do


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valor tributável quando os produtos de procedência estrangeira saem do


estabelecimento do importador (estabelecimento equiparado a industrial). Item
correto.

Alternativa C: Conforme estudamos, ao valor da operação de saída dos


produtos industrializados, seja do estabelecimento industrial ou do que for a
ele equiparado pela lei, acrescenta-se o frete e demais despesas acessórias,
cobradas pelo contribuinte ao comprador. Item errado.

Alternativa D: A alternativa trata de uma das hipóteses do valor tributável


mínimo, previsto no art. 195, I. Item correto.

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Alternativa E: A alternativa trata do arbitramento do valor tributável,


considerando a literalidade do art. 197, combinado com o art. 192. Item
correto.

Gabarito: Letra C

Questão 12 – ESAF/AFRFB/2012 - Adaptada

A tributação das bebidas classificadas nas Posições 22.04, 22.05, 22.06 e


22.08 da TIPI, vulgarmente chamadas de “bebidas quentes”, dá-se por
intermédio de técnica especial, consistente no enquadramento dos produtos
por Classes de valores de imposto. Este enquadramento é passível de
alteração pelo Ministro da Fazenda, desde que o comportamento do mercado
justifique a alteração, sendo esta alteração legalmente limitada ao valor do
imposto que resultaria da aplicação da alíquota do produto constante da TIPI
sobre o seu valor tributável.

Comentário: Na época do concurso, esta questão foi considerada correta, já


que as bebidas quentes de fato eram tributadas por meio de técnica especial,
submetendo-se à tributação por alíquotas específicas. Atualmente, com a
edição da MP 690/2015, aplicam-se alíquotas ad valorem. Portanto, o gabarito
desta questão foi alterado para “errada”, a fim de adaptar a questão à
legislação em vigor. Questão errada.

Questão 13 – INÉDITA/2015

A base de cálculo do IPI, relativamente aos produtos de procedência


estrangeira, é sempre o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo
dos tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do
montante desses tributos e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo
importador ou dele exigíveis.

Comentário: Para responder essa questão, o candidato deve se lembrar da


ocorrência dos dois fatos geradores, relativos aos produtos de procedência
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estrangeira. Em relação ao desembaraço aduaneiro (1° fato gerador), a base


de cálculo é a descrita na questão. Contudo, na saída dos referidos produtos
do estabelecimento do importador (2° fato gerador), a base de cálculo é o
valor total da operação. Questão errada.

Questão 14 – INÉDITA/2015

Um dos fatos geradores do IPI é a saída de produto do estabelecimento


industrial ou a ele equiparado. Nesse caso, a base de cálculo do imposto é o
valor total da operação, incluído o valor do frete, mas excluídas as demais
despesas acessórias, que forem cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao
comprador ou destinatário.

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Comentário: De fato, a base de cálculo, no caso citado, é o valor total da


operação. Todavia, o conceito de valor total da operação inclui tanto o valor
do frete como as demais despesas acessórias, que forem cobradas ou
debitadas pelo contribuinte ao comprador ou destinatário. Questão errada.

Questão 15 – INÉDITA/2015

O valor tributável não poderá ser inferior ao preço corrente no mercado


atacadista da praça do remetente quando o produto for destinado a outro
estabelecimento do próprio remetente ou a estabelecimento de firma com a
qual mantenha relação de interdependência.

Comentário: A questão trata do valor tributável mínimo. Se a relação


comercial entre duas firmas é de interdependência, é mais do que necessário
estabelecer um valor mínimo para as vendas efetuadas entre elas.
Portanto, com base no art. 195, I, do RIPI, o valor tributável não poderá ser
inferior ao preço corrente no mercado atacadista da praça do remetente
quando o produto for destinado a outro estabelecimento do próprio remetente
ou a estabelecimento de firma com a qual mantenha relação de
interdependência. Questão correta.

Questão 16 – INÉDITA/2015

Há incidência de IPI sobre produtos usados, quando estes passem por


processo de renovação ou recondicionamento. O IPI devido será calculado
sobre a diferença do preço que foi pago na aquisição e o valor alcançado na
revenda.

Comentário: Se o produto se submete a uma operação de industrialização, é


devido o IPI. A base de cálculo, no que se refere aos produtos usados, é a
diferença do preço que foi pago na aquisição e o valor alcançado na revenda.
Questão correta.

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3 – CRÉDITOS DO IPI E PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE

Já tivemos a oportunidade de estudar o princípio da não cumulatividade.


Trata-se de um princípio presente nos impostos sobre a produção e a
circulação de mercadorias e serviços (IPI e ICMS), com o objetivo de evitar a
incidência tributária cumulativa (efeito cascata) nos diversos elos da cadeia de
produção e circulação.

E como isso é feito? Vejamos o que diz o texto constitucional (art. 153, §
3º, IV):

§ 3º - O imposto previsto no inciso IV (IPI):

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II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em


cada operação com o montante cobrado nas anteriores;

Evita-se, portanto, a incidência cumulativa, por meio da compensação do


que é devido em cada operação com o que já foi pago de IPI nas operações
anteriores. Esse controle é efetuado com base no sistema de crédito do
imposto.

É relevante destacar que a finalidade do sistema de crédito não se


resume à compensação do imposto devido nas operações anteriores,
como se demonstra no texto do RIPI, citado a seguir:

Art. 225. A não cumulatividade é efetivada pelo sistema de crédito do


imposto relativo a produtos entrados no estabelecimento do contribuinte,
para ser abatido do que for devido pelos produtos dele saídos,
num mesmo período, conforme estabelecido neste Capítulo.

§ 1o O direito ao crédito é também atribuído para anular o débito


do imposto referente a produtos saídos do estabelecimento e a
este devolvidos ou retornados.

§ 2o Regem-se, também, pelo sistema de crédito os valores


escriturados a título de incentivo, bem como os resultantes das
situações indicadas no art. 240 (Créditos de outra natureza).

Veja que existem outras finalidades para os créditos de IPI. Aliás, o RIPI
estabeleceu cinco espécies de créditos:

 Créditos Básicos;
 Créditos por Devolução ou Retorno de Produtos;
 Créditos como Incentivo;
 Créditos de Outra Natureza;
 Crédito Presumido;

Vamos estudar cada uma dessas espécies a seguir.


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3.1 – Créditos Básicos

Várias são as hipóteses de créditos básicos, que foram descritas nos arts.
226 e 227 do RIPI. Vamos estudar cada uma delas individualmente e, ao final,
faremos um esquema do que aprendemos. Tranquilo?

Então, vamos lá!

3.1.1 – Créditos na Aquisição de Insumos e Revenda de Produtos

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Prezado aluno, este tópico é um dos mais importantes. Vou explicar da


forma mais clara possível, para que você seja capaz de acertar qualquer
questão que verse sobre o tema.

Inicialmente, é preciso ficar atento ao tratamento tributário que cada


produto recebe e o impacto disso no creditamento de IPI. Ademais, não se
esqueça de que são insumos a matéria-prima (MP), o produto
intermediário (PI) e o material de embalagem (ME), empregados na
industrialização de produtos.

A regra geral é que a aquisição de insumos tributados permite ao


estabelecimento industrial se creditar do imposto destacado na nota
fiscal de aquisição. Até porque, em regra, o produto industrializado é
tributado, e o valor a ser pago é compensado com o que foi cobrado na
operação anterior (aquisição dos insumos). Trata-se da essência do princípio
da não cumulatividade.

Essa regra foi prevista no art. 226, I, do RIPI, como se demonstra a


seguir:

Art. 226. Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados


poderão creditar-se:

I - do imposto relativo a matéria-prima, produto intermediário e


material de embalagem, adquiridos para emprego na
industrialização de produtos tributados, incluindo-se, entre as
matérias-primas e os produtos intermediários, aqueles que, embora não
se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de
industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo
permanente.

Observação: Os bens do ativo permanente serão estudados mais à frente.


Por ora, atenha-se à regra geral.
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Ainda que os insumos não integrem o novo


produto, o IPI sobre eles incidente pode ser creditado,
desde que sejam consumidos no processo de
industrialização.

Ocorre que existem alguns casos específicos, que iremos analisar a partir
de agora.

Aquisição de insumos tributados vinculados à industrialização de


produtos isentos, tributos à alíquota zero ou destinados ao exterior,
amparados pela imunidade.

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Há direito ao crédito do IPI, se os insumos empregados no processo


de industrialização são tributados, e os produtos são isentos, tributados com
alíquota zero ou imunes, por serem destinados ao exterior.

Relativamente ao crédito dos insumos empregados na industrialização de


produtos destinados ao exterior (imunes), trata-se da categoria de “créditos
como incentivo”, os quais serão estudados adiante.

Aquisição de insumos tributados vinculados à industrialização de


produtos não tributados (NT)

Veja que, no caso específico dos insumos (MP, PI e ME) tributados


empregados no processo de industrialização, ainda que para
acondicionamento, de produtos não tributados, não há direito ao crédito
de IPI. É o que estabelece o art. 254, I, a, do RIPI.

Os créditos são escriturados na efetiva entrada dos insumos no


estabelecimento industrial. Portanto, como não se sabe ainda qual será o
destino dos insumos, há o registro do crédito do IPI sobre eles incidente.

Posteriormente, havendo o emprego na industrialização de produtos não


tributados, deve ser anulado o crédito do IPI, mediante estorno na
escrita fiscal.

Fique atento(a): à exceção da industrialização de produtos não


tributados, em que não se permite o creditamento do IPI incidente sobre os
insumos, nos demais casos de desoneração na saída do produto
industrializado, é possível realizar a compensação com o montante pago na
operação anterior.

Aquisição de insumos não tributados, isentos ou tributados à alíquota


zero.

Acabamos de tratar das situações em que os produtos industrializados


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eram, de alguma maneira, desonerados do IPI. A partir de agora, o nosso foco


se altera, ou seja, trata-se da aquisição de insumos desonerados, seja por
serem isentos, tributados à alíquota zero ou até mesmo não tributados.

A respeito do assunto, vejamos o que diz a jurisprudência do STF:

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"Ementa: (...) 2. O princípio da não-cumulatividade é alicerçado


especialmente sobre o direito à compensação, o que significa que o valor a
ser pago na operação posterior sofre a diminuição do que pago
anteriormente, pressupondo, portanto, dupla incidência tributária. Assim, se
nada foi pago na entrada do produto, nada há a ser compensado. 3. O
aproveitamento dos créditos do IPI não se caracteriza quando a
matéria-prima utilizada na fabricação de produtos tributados reste
desonerada, sejam os insumos isentos, sujeitos à alíquota zero ou
não tributáveis. Isso porque a compensação com o montante devido na
operação subsequente pressupõe, necessariamente, a existência de crédito
gerado na operação anterior, o que não ocorre nas hipóteses exoneratórias."

(STF, 592.917-AgR/RJ, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, Julgamento em


31/05/2011)

O que tudo isso significa? Em qualquer dos casos citados, não há


possibilidade de crédito, haja vista que, se nada foi pago na entrada do
produto, nada há a ser compensado.

Agora que já entendemos como funciona, vamos sintetizar de modo bem


claro (você pode se valer apenas deste esquema para posteriores revisões):

DIREITO DE
INSUMO PRODUTO FINAL OBSERVAÇÕES
CRÉDITO
Regra Geral
Tributado Tributado Sim
(RIPI, art. 226, I)
Isento, Alíquota Zero
Tributado ou Prod. Dest. Export. Sim RIPI, art. 256, § 2º
(Imune)
Estorno do Crédito
Tributado Não Tributado Não (RIPI, art. 254, I,
“a”)
Isento, Alíquota
Zero ou Não Independe Não STF
Tributado 05949764803

3.1.2 – Créditos na Industrialização por Encomenda

Em se tratando de operação de industrialização por encomenda, deve


ficar claro, antes de mais nada, que há quatro estabelecimentos envolvidos: o
fornecedor de MP, PI e ME, o encomendante, o executor da encomenda e o
adquirente.

Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados


poderão creditar-se do imposto relativo a matéria-prima, produto
intermediário e material de embalagem, quando remetidos a terceiros
para industrialização sob encomenda, sem transitar pelo
estabelecimento adquirente (RIPI, art. 226, II)

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Trata-se de uma situação em que o encomendante se credita do IPI


incidente sobre a matéria-prima, produto intermediário e material de
embalagem, quando estes são enviados ao executor da encomenda sem
transitar pelo estabelecimento encomendante (ou adquirente).

O caso é bastante simples: o encomendante liga para o fornecedor e


efetua o pedido de MP, PI e ME, avisando que tais produtos devem ser
encaminhados diretamente a outro estabelecimento, qual seja o do
executor da industrialização.

Assim, o fornecedor encaminha MP, PI e ME ao executor da encomenda,


mas quem se beneficia do crédito do IPI não é o executor, mas sim o
encomendante.

Para fins de controle, é necessário que o fornecedor de MP, PI e ME


adote o seguinte procedimento (RIPI, art. 493, I):

a) emitir nota fiscal em nome do estabelecimento adquirente, com a


qualificação do destinatário industrializador pelo nome, endereço e números de
inscrição no CNPJ e no Fisco estadual; a declaração de que os produtos se
destinam a industrialização; e o destaque do imposto, se este for devido;
e

b) emitir nota fiscal em nome do estabelecimento industrializador, para


acompanhar as matérias-primas, sem destaque do imposto, e com a
qualificação do adquirente, por cuja conta e ordem é feita a remessa; a
indicação, pelo número, pela série, se houver, e pela data da nota fiscal
referida na alínea “a”; e a declaração de ter sido o imposto destacado na
mesma nota, se ocorrer essa circunstância; e

Traduzindo, o fornecedor deve emitir duas notas fiscais. Uma destinada


ao estabelecimento encomendante (adquirente), com o destaque do IPI
devido, a fim de que o encomendante possa registrar o crédito de IPI, como
vimos.
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A segunda nota fiscal é destinada ao estabelecimento executor da


encomenda, sem destaque do imposto, haja vista que a sua finalidade é
apenas acompanhar as mercadorias.

Só há o destaque do imposto na nota fiscal destinada ao


estabelecimento encomendante, que é quem irá creditar
o valor do IPI pago sobre os insumos.

Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados


poderão creditar-se do imposto relativo a matéria-prima, produto

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intermediário e material de embalagem, recebidos de terceiros para


industrialização de produtos por encomenda, quando estiver
destacado ou indicado na nota fiscal (RIPI, art. 226, III)

Acabamos de ver a hipótese em que os insumos não transitam pelo


estabelecimento encomendante, sendo enviados diretamente do
estabelecimento fornecedor para o executor da encomenda.

Mas e se o encomendante liga para o estabelecimento industrial executor


e combina o envio dos insumos que ele já possui, para industrialização.
Haveria algum direito ao crédito do IPI pelo executor da encomenda?

De acordo com o que prevê o art. 226, III, do RIPI, se na nota fiscal
emitida pelo encomendante estiver destacado o IPI, há direito de
crédito por parte do executor da encomenda.

“Como assim, professor? O IPI não deveria estar sempre destacado?”

Como ainda estudaremos, poderão sair com suspensão do imposto as


matérias-primas, os produtos intermediários e os materiais de embalagem
destinados à industrialização, desde que os produtos industrializados
sejam enviados ao estabelecimento remetente daqueles insumos (RIPI,
art. 43, VI).

Isso significa que, no momento do envio dos produtos, o encomendante


tem a opção de destacar o imposto, hipótese em que o executor poderá se
creditar, ou encaminhar os produtos com suspensão de IPI, sem realizar
qualquer pagamento, o que impede, também, o crédito por parte do executor.
A suspensão só pode ocorrer se os produtos industrializados forem enviados ao
estabelecimento remetente (encomendante) daqueles insumos.

Observação: Quando a remessa de MP, PI e ME é efetuada pelo próprio


encomendante, ele se torna equiparado a industrial (RIPI, art. 9º, IV).
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Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados


poderão creditar-se do imposto destacado em nota fiscal relativa a
produtos industrializados por encomenda, recebidos do
estabelecimento que os industrializou, em operação que dê direito ao
crédito (RIPI, art. 226, IV)

Trata-se do crédito a que tem direito o encomendante, quando recebe do


estabelecimento executor da encomenda os produtos industrializados, se
estiverem destacados em nota fiscal.

Novamente, é possível que os produtos sejam remetidos ao


encomendante com suspensão do IPI, desde que este destinem os
referidos produtos aos seguintes fins (RIPI, art. 43, VII):

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a) a comércio; ou

b) a emprego, como matéria-prima, produto intermediário e material de


embalagem, em nova industrialização que dê origem a saída de produto
tributado;

Se o produto sai com suspensão do estabelecimento industrial executor,


não há destaque do IPI na nota fiscal, impedindo, portanto, qualquer crédito
por parte do adquirente.

Todavia, isso só é possível se o adquirente destinar, em operação


posterior, os produtos encomendados ao comércio ou em nova industrialização
que dê origem a saída de produto tributado.

A lógica é a seguinte: é possível sair com suspensão do imposto, mas


depois vai ter que pagar o IPI de alguma forma, e a maneira encontrada foi
vincular o destino do produto encomendado a uma operação que sofra
tributação pelo IPI.

3.1.3 – Créditos no Desembaraço Aduaneiro

Você se lembra de quando aprendemos que o importador pratica dois


fatos geradores? O primeiro ocorre com o desembaraço aduaneiro de produtos
industrializados de procedência estrangeira. O segundo, por seu turno, ocorre
com a saída dos referidos produtos do estabelecimento do importador,
hipótese em que este figura como equiparado a industrial.

Pois bem, o art. 226, V, do RIPI permite que o importador se credite


do IPI pago no desembaraço aduaneiro:

Art. 226. Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados


poderão creditar-se:

V - do imposto pago no desembaraço aduaneiro;


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3.1.4 – Créditos do Estabelecimento que Recebe Produtos Importados


Diretamente da Repartição Aduaneira

Ao estudar os contribuintes do IPI, nós vimos que são equiparados a


industrial os estabelecimentos, ainda que varejistas, que receberem, para
comercialização, diretamente da repartição que os liberou, produtos
importados por outro estabelecimento da mesma firma (RIPI, art. 9º, II).

Portanto, se essa situação ocorrer, na prática, quem vai registrar o


crédito do IPI incidente sobre a importação será o estabelecimento
que recebe o produto importado, e não o estabelecimento importador.
Este deve anular o crédito, caso já o tenha registrado.

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Vamos ver o que diz o art. 226, VI, do RIPI:

Art. 226. Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados


poderão creditar-se:

VI - do imposto mencionado na nota fiscal que acompanhar produtos de


procedência estrangeira, diretamente da repartição que os liberou,
para estabelecimento, mesmo exclusivamente varejista, do próprio
importador.

Observação: Repare nos grifos em vermelho. Veja que, mesmo sendo


varejista, o estabelecimento se torna equiparado a industrial – contribuinte
do IPI -, podendo registrar créditos e, posteriormente, ser tributado,
momento em que haverá compensação dos créditos com os débitos.

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Os estabelecimentos que receberem produtos de
procedência estrangeira, diretamente da repartição
que os liberou, poderão creditar-se do imposto
mencionado na nota fiscal, exceto se o
estabelecimento for exclusivamente varejista.
Comentário: O art. 226, VI, do RIPI, determina que
tais estabelecimento podem creditar-se do IPI
vinculado, ainda que sejam exclusivamente
varejistas.
Gabarito: Errada

3.1.5 – Créditos dos Estabelecimentos Comerciais Equiparados a


Industrial por Opção

Vejamos o que ficou consignado no RIPI:

Art. 226. Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados


poderão creditar-se: 05949764803

VII - do imposto relativo a bens de produção recebidos por


comerciantes equiparados a industrial;

Esses estabelecimentos comerciantes são os equiparados a industrial por


opção, conforme já estudamos. Como tais estabelecimentos se equiparam a
industrial, tornam-se contribuintes do IPI, razão pela qual se justifica o
direito ao crédito do imposto.

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3.1.6 – Créditos dos Estabelecimentos Equiparados a Industrial em


Geral

O RIPI previu, em seu art. 226, VIII, o direito de créditos aos


estabelecimentos equiparados a industrial, quando promoverem a saída de
produtos sujeitos ao imposto.

Essa regra, obviamente, tem por objetivo abranger os demais casos não
previstos nos que já estudamos. Trata-se de regra genérica. Afinal de
contas, como eu já disse e volto a afirmar, se o estabelecimento é equiparado
a industria, é contribuinte do IPI. Sendo assim, a fim de que se cumpra o
princípio da não cumulatividade, deve-lhe ser concedido o direito ao
crédito.

Apenas para registro e memorização, transcrevemos o dispositivo ao


qual nos referimos:

Art. 226. Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados


poderão creditar-se:

VIII - do imposto relativo aos produtos recebidos pelos estabelecimentos


equiparados a industrial que, na saída destes, estejam sujeitos ao
imposto, nos demais casos não compreendidos nos incisos V a VII;

3.1.7 – Créditos em caso de Descumprimento de Condição de


Imunidade, Isenção ou Suspensão de IPI

Sabemos que, em alguns casos, aqueles que usufruem de imunidade,


isenção ou até mesmo suspensão do IPI (esta última hipótese ainda será
estudada) ficam obrigados ao cumprimento de determinadas condições. Se a
condição for descumprida, ocorre o fato gerador do IPI.

Sobre o tema, vamos ver o que diz o RIPI:

Art. 226. Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados


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poderão creditar-se:

IX - do imposto pago sobre produtos adquiridos com imunidade, isenção


ou suspensão quando descumprida a condição, em operação que dê
direito ao crédito;

A título de exemplo, imagine que uma empresa jornalística adquira


papéis com imunidade, mas opte por utilizá-los em outra finalidade. Por
descumprir a condição de destiná-lo a impressão de jornais, torna-se
contribuinte do IPI, nos termos do art. 24, IV, do RIPI.

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Sendo assim, embora se torne obrigada ao pagamento de um imposto


que, até o descumprimento da condição, não existia, possui o direito de
creditar o valor pago.

3.1.8 – Créditos em Transferências Simbólicas do Produto

Os estabelecimentos industriais e os que lhe são equiparados também


poderão creditar-se do imposto destacado nas notas fiscais relativas a
entregas ou transferências simbólicas de produtos industrializados.

Cite-se, como exemplo, o caso do álcool. Nós já aprendemos que se


considera ocorrido o fato gerador do IPI na saída simbólica de álcool das usinas
produtoras para as suas cooperativas, equiparadas, por opção, a
estabelecimento industrial (RIPI, art. 36, XII).

Ou seja, ainda que o álcool não chegue passar pelo estabelecimento das
cooperativas, sendo remetido diretamente a terceiros, aquelas podem
creditar-se do imposto.

3.1.9 – Créditos nas Remessas de Produtos para Armazém-Geral ou


Depósito Fechado

No que se refere aos produtos remetidos pelo fornecedor diretamente


para armazém-geral ou depósito fechado, a pedido do depositante, o
direito ao crédito do imposto cabe a este.

Explique-se melhor: o adquirente (ou depositante) de produtos


industrializados entra em contato com o seu fornecedor e pede para que
remeta os produtos adquiridos diretamente a um armazém-geral, creditando-
se do IPI pago, conforme preceitua o art. 226, par. único, do RIPI:

Art. 226: (...)

Parágrafo único. Nas remessas de produtos para armazém-geral ou


depósito fechado, o direito ao crédito do imposto, quando admitido, é do
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estabelecimento depositante.

Assim, na saída dos produtos com destino ao armazém-geral, cabe


ao rementente (fornecedor) emitir nota fiscal, com destaque do
imposto, se este for devido, nos termos do art. 484, do RIPI:

Art. 484. Na saída de produtos para depósito em armazém-geral


localizado na mesma unidade federada do estabelecimento destinatário,
este será considerado depositante, devendo o remetente emitir nota
fiscal, com destaque do imposto, se devido, e com a indicação do valor e
da natureza da operação, e, ainda:

I - como destinatário, o estabelecimento depositante; e

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II - local de entrega, endereço e números de inscrição, do armazém-


geral, no CNPJ e no Fisco estadual.

Desse modo, quando o depositante vender o produto a terceiros, fará a


compensação do IPI devido nessa operação, com o que registrou de crédito na
operação anterior (remessa para o armazém-geral).

3.1.10 – Créditos nas Aquisições de Comerciantes Atacadistas não


Contribuintes

Há mais uma previsão de créditos básicos de IPI, constante no art. 227,


como se transcreve a seguir:

Art. 227. Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são


equiparados, poderão, ainda, creditar-se do imposto relativo a matéria-
prima, produto intermediário e material de embalagem, adquiridos de
comerciante atacadista não contribuinte, calculado pelo adquirente,
mediante aplicação da alíquota a que estiver sujeito o produto, sobre
cinquenta por cento do seu valor, constante da respectiva nota fiscal.

Se determinado estabelecimento industrial adquire MP, PI e ME de outro


estabelecimento industrial fornecedor, é possível creditar-se do imposto pago
na operação anterior. Disso você já sabe, pois é a regra geral que
estudamos (art. 226, I).

Ocorre que, se a MP, PI e ME são adquiridas de um fornecedor


comerciante atacadista não contribuinte do IPI, é evidente que não há nada
pago na operação anterior, o que, em tese, invalidaria o direito ao crédito por
parte do adquirente. Correto?

Entretanto, como a MP, PI e ME são produtos industrializados,


significa que, em outro momento já foram tributados. Tendo em vista
essa lógica, permitiu-se no art. 227 que o adquirente se credite de um
montante, calculado da seguinte maneira: aplicação da alíquota a qual o
produto esteja sujeito (na TIPI), sobre 50% do valor constante na
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nota fiscal.

Base de cálculo: 50% do valor da NF.

Alíquota: Classificado na TIPI.

3.1.10 – Observações Finais sobre os Créditos Básicos

Embora já tenhamos finalizado o estudo dos créditos básicos, é


importante destacar à impossibilidade de efetuar o crédito do IPI, nas

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aquisições de bens destinados ao ativo permanente, conforme determina


o art. 226, I, do RIPI.

Essa é a jurisprudência do STJ, cristalizada na Súmula 495:

Súmula STJ 495 - A aquisição de bens integrantes do ativo permanente da


empresa não gera direito a creditamento de IPI.

Ademais, cumpre-nos ressaltar que as aquisições de insumos (MP, PI e


ME), cujos fornecedores sejam estabelecimentos optantes pelo Simples
Nacional, não ensejarão aos adquirentes direito a fruição de crédito do
IPI. Vejamos o que diz o art. 228, do RIPI:

Art. 228. As aquisições de produtos de estabelecimentos optantes pelo


Simples Nacional não ensejarão aos adquirentes direito a fruição de
crédito do imposto relativo a matéria-prima, produto intermediário e
material de embalagem.

3.2 – Créditos por Devolução ou Retorno de Produtos

Vamos relembrar o que diz o art. 225, § 1º, do RIPI:

§ 1o O direito ao crédito é também atribuído para anular o débito


do imposto referente a produtos saídos do estabelecimento e a
este devolvidos ou retornados.

A finalidade dos créditos por devolução ou retorno de produtos é


anular o débito do imposto referente à incidência do IPI na saída do
estabelecimento. Afinal, se não houvesse tal previsão, o contribuinte arcaria
com débitos decorrentes de produtos que, na realidade, ainda se encontram no
seu estoque, por conta da devolução.

Observe a previsão específica dos créditos por devolução ou retorno de


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produtos no RIPI:

Art. 229. É permitido ao estabelecimento industrial, ou equiparado a


industrial, creditar-se do imposto relativo a produtos tributados
recebidos em devolução ou retorno, total ou parcial.

Nós sabemos que, na saída dos produtos do estabelecimento industrial


ou equiparado a industrial, há a emissão de nota fiscal, com o destaque do
imposto devido.

Se, por um acaso, tais produtos vierem a ser devolvidos, a legislação


tributária (RIPI, art. 231, I) impõe a emissão de nota fiscal para
acompanhar o produto ao estabelecimento que fizer a devolução.

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Observação: Quando a devolução for feita por pessoa física ou


jurídica não obrigada à emissão de nota fiscal, acompanhará o produto
carta ou memorando do comprador, em que serão declarados os motivos da
devolução, competindo ao vendedor, na entrada, a emissão de nota
fiscal com a indicação do número, data da emissão da nota fiscal
originária e do valor do imposto relativo às quantidades devolvidas.
(RIPI, art. 232)

Existe obrigatoriedade de emissão de nota fiscal


não só na saída dos produtos, mas também no
retorno, por ocasião de devolução.

Se o alienante registra um crédito por ocasião da devolução dos


produtos, o adquirente continua fazendo jus àquele crédito relativo à
entrada dos produtos no seu estabelecimento?

Vamos entender por partes:

Na venda dos produtos industrializados, o alienante registra um débito de


IPI, e o adquirente registra um crédito de IPI. Esta é a situação mais comum
de acontecer, certo?

Contudo, se por um acaso tais produtos forem devolvidos, cabe ao alienante


escriturar um crédito de IPI, com o objetivo de anular o débito anteriormente
escriturado. Ao adquirente cabe a obrigação de anular o crédito
anteriormente registrado, quando da aquisição dos produtos. Cabe ressaltar
que isso foi expressamente estabelecido no RIPI, em seu art. 254, VI.
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3.2.1 – Retorno de Produtos Alugados a Terceiros

Você se lembra do exemplo do estabelecimento que industrializa


máquinas de cópia, com o fim exclusivo de locação? Ele foi dado para explicar
como funciona a incidência do IPI nas operações de locação.

Em resumo, quando um estabelecimento industrializa ou importa


determinado produto, com o objetivo de locá-lo ou arrendá-lo a terceiros, só
haverá incidência do IPI na primeira operação de locação ou
arrendamento, estando as demais saídas, subsequentes à primeira,
livres da incidência do IPI, salvo se o produto tiver sido submetido a
nova industrialização.

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Pensando nisso, o RIPI previu, em seu art. 230, uma regra para evitar
que a devolução de bem locado gere direito ao crédito de IPI:

Art. 230. No caso de locação ou arrendamento, a reentrada do produto


no estabelecimento remetente não dará direito ao crédito do imposto,
salvo se o produto tiver sido submetido a nova industrialização e ocorrer
nova saída tributada.

Assim, só haverá crédito, relativo ao retorno do produto ao


estabelecimento que o alugou, se o produto tiver sido submetido a nova
industrialização e ocorrer nova saída tributada. Neste caso, o crédito
surge como cumprimento do princípio da não cumulatividade, já que, se
não existisse, o locador seria tributado duas vezes, sem aproveitar o imposto
pago na primeira locação.

INÉDITA/2015
Em se tratando de locação ou arrendamento, a
reentrada do produto no estabelecimento remetente
não dará direito ao crédito do imposto, salvo se o
produto tiver sido submetido a nova industrialização e
ocorrer nova saída tributada.
Gabarito: Correta

3.3 – Créditos como Incentivo

Vamos iniciar o estudo dos créditos como incentivo por aqueles que são
mais importantes para a nossa prova: trata-se dos incentivos às matérias-
primas, aos produtos intermediários e aos materiais de embalagem adquiridos
para emprego na industrialização de produtos destinados à
exportação.

Art. 238. É admitido o crédito do imposto relativo às matérias-primas,


aos produtos intermediários e aos materiais de embalagem adquiridos
para emprego na industrialização de produtos destinados à
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exportação para o exterior, saídos com imunidade.

Em termos mais simples, o que se quer dizer é que a empresa


exportadora, quando compra os insumos no mercado interno, possui direito ao
crédito do IPI pago na operação anterior (saída dos insumos do
estabelecimento que os produziu).

Na prática, o que acaba ocorrendo é a acumulação de créditos no


estabelecimento exportador, tendo em vista que não há débitos
provenientes de exportação dos produtos (a exportação é imune de incidência
do IPI).

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Com o intuito de evitar a referida acumulação, há outro benefício,


destinado ao fornecedor do exportador, que dá saída aos insumos, destinados
ao exportador, com suspensão de IPI.

Observação: Os insumos entram no estabelecimento do exportador, com


suspensão de IPI. Isso significa, como se estudará em outro ponto do curso,
que o exportador (adquirente dos insumos) não faz jus ao crédito, pois nada
foi pago na etapa anterior. Com isso, evita-se o “represamento” de créditos
de IPI.

O benefício está previsto no art. 239, do RIPI:

Art. 239. É admitido o crédito do imposto relativo às matérias-primas,


aos produtos intermediários e aos materiais de embalagem adquiridos
para emprego na industrialização de produtos saídos com
suspensão do imposto e que posteriormente sejam destinados à
exportação nos casos dos incisos IV, V, XIV e XV do art. 43 (ainda
vamos estudar as hipóteses de suspensão).

Créditos como incentivo:

 O Exportador pode se creditar do imposto pago na


aquisição de insumos a serem empregados em
produtos destinados à exportação.
 O fornecedor do exportador pode se creditar do IPI, e
dar saída ao exportador, com suspensão de IPI,
hipótese em que não se acumula créditos no
estabelecimento exportador.

Observação: Você poderia pensar: se o fornecedor se credita, mas dá saída


com suspensão de IPI (sem pagamento), ele não estaria acumulando
créditos? A resposta é sim, mas você deve levar em consideração que o
fornecedor, via de regra, não possui apenas o exportador como cliente.
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Quando ele vender insumos para outros estabelecimentos, poderá compensar


o acúmulo de créditos.

Para ilustrar o último benefício estudado, vejamos a figura abaixo:

Incidência Suspensão Imunidade


de IPI de IPI de IPI
FORNECEDOR EXPORTADOR

Crédito Não há Não há débito


débito/Não há
crédito

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Além do que já foi estudado, é importante que o candidato tenha


conhecimento dos benefícios concedido, a título de IPI, aos estabelecimentos
localizados nas áreas da SUDENE, SUDAM e Amazônia Ocidental:

Incentivos à SUDENE e à SUDAM

Art. 236. Será convertido em crédito do imposto o incentivo atribuído ao


programa de alimentação do trabalhador nas áreas da SUDENE e da
SUDAM, nos termos dos arts. 2o e 3o da Lei nº 6.542, de 28 de junho de
1978, atendidas as instruções expedidas pelo Secretário da Receita
Federal do Brasil.

Aquisição da Amazônia Ocidental

Art. 237. Os estabelecimentos industriais poderão creditar-se do valor


do imposto calculado, como se devido fosse, sobre os produtos
adquiridos com a isenção do inciso III do art. 95, desde que para
emprego como matéria-prima, produto intermediário e material de
embalagem, na industrialização de produtos sujeitos ao imposto.

3.4 – Créditos de Outra Natureza

Está previsto no art. 240 do RIPI o seguinte:

É ainda admitido ao contribuinte creditar-se do valor do imposto, já


escriturado, no caso de cancelamento da respectiva nota fiscal, antes da
saída da mercadoria. (RIPI, art. 240, I)

A princípio, qualquer um diria que o cancelamento da nota fiscal, sem a


efetiva saída da mercadoria do estabelecimento industrial ou a ele equiparado,
seria um caso de anulação do débito.

Contudo, em vez disso, o RIPI determina que seja creditado o valor do


imposto. Na prática, daria no mesmo resultado. Mas o que você precisa
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saber e levar para a prova é: crédito de IPI em caso de cancelamento


de nota fiscal, antes da saída da mercadoria.

É ainda admitido ao contribuinte creditar-se do valor da diferença do imposto


em virtude de redução de alíquota, nos casos em que tenha havido
lançamento antecipado previsto no art. 187. (RIPI, art. 240, II)

O lançamento antecipado se justifica, por exemplo, nos casos em que a


mercadoria vendida não possa ser transportada de uma só vez. Sendo assim,
fica facultado ao sujeito passivo antecipar os atos de sua iniciativa para o
momento do faturamento.

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Se, no momento da saída das mercadorias, quando se der a ocorrência


do fato gerador, tiver sido reduzida a alíquota das mercadorias, como o
contribuinte terá pago imposto a maior, permite-se que seja registrado
crédito de IPI, no valor da diferença do imposto.

Há outra hipótese de lançamento antecipado, que será vista quanto


estudarmos esse assunto.

Nas duas hipóteses previstas no art. 240, o contribuinte


deverá, ao registrar o crédito, anotar o motivo dele na
coluna “Observações” do livro Registro de Apuração do
IPI.

3.5 – Anulação do Crédito

Neste tópico, vamos trabalhar com algumas das previsões para anulação
do crédito, mediante estorno na escrita fiscal. Vamos optar apenas pelas mais
relevantes, já que é tarefa quase impossível para o candidato memorizar tudo,
considerando a imensa carga de assuntos que ainda serão vistos no nosso
curso!

Observação: Recomendo a leitura dos arts. 251 a 255, do RIPI.

Vamos lá!

Será anulado o crédito de IPI relativo a matéria-prima, produto intermediário


e material de embalagem, que tenham sido empregados na industrialização,
ainda que para acondicionamento, de produtos não tributados. (RIPI, art.
254, I, a)

Quando estudamos os créditos básicos, vimos que, no caso específico


dos insumos (MP, PI e ME) tributados empregados no processo de
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industrialização, ainda que para acondicionamento, de produtos não


tributados, há a determinação para a anulação do crédito do IPI, conforme
estabelece o art. 254, I, a, do RIPI.

Observação: Lembre-se de que os créditos são escriturados na efetiva


entrada dos insumos no estabelecimento industrial. Portanto, como não
se sabe ainda qual será o destino dos insumos, há o registro do crédito do IPI
sobre eles incidente. É por esse motivo que se deve promover a
anulação posterior, em caso de industrialização de produtos não
tributados.

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Será anulado o crédito de IPI relativo a matéria-
prima, produto intermediário e material de
embalagem, que tenham sido empregados na
industrialização, ainda que para acondicionamento, de
produtos isentos.
Comentário: Apenas ocorre a anulação se os
produtos industrializados forem não tributados.
Gabarito: Errada

Será anulado o crédito de IPI relativo a matéria-prima, produto intermediário


e material de embalagem, que tenham sido vendidos a pessoas que não
sejam industriais ou revendedores. (RIPI, art. 254, I, f)

Esse é o caso que estudamos, relativo aos estabelecimentos industriais


que adquirem de terceiros (em vez de industrializar) MP, PI e ME, com destino
a outros estabelecimentos, para industrialização ou revenda, sendo então
considerados estabelecimentos comerciais de bens de produção e
obrigatoriamente equiparados a estabelecimento industrial em relação
a essas operações (RIPI, art. 9º, § 6º).

A equiparação só ocorre se os produtos forem destinados a outros


estabelecimentos industriais ou revendedores. Se não forem, não haverá
equiparação, não incidindo IPI sobre a saída de tais produtos. Portanto, se
não há débito (não incidência na saída dos produtos), não deve haver
crédito, em decorrência da entrada.

Como os créditos já foram registrados, deve haver a anulação do


crédito, nos termos do art. 254, I, f, do RIPI.

Será anulado o crédito de IPI relativo a produtos de procedência estrangeira


remetidos, pelo importador, diretamente da repartição que os liberou a outro
estabelecimento da mesma firma. (RIPI, art. 254, III)
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Nós vimos, no art. 226, VI, que o crédito do “IPI vinculado”, pago
no desembaraço aduaneiro, cabe ao estabelecimento que receber o
produto, quando houver remessa direta da repartição que o libertou para
outro estabelecimento da mesma empresa, que não o importador.

Esse direito faz todo o sentido, pois, no art. 9º, II, do RIPI, está previsto
que tais estabelecimentos que receberam o produto são contribuintes do IPI,
equiparados a industrial, quando da saída do produto, razão pela qual se
justifica haver o crédito para compensar com o débito posterior (IPI
incidente na saída do produto).

Será anulado o crédito de IPI relativo a produtos devolvidos, a que se refere o


inciso I do art. 231. (RIPI, art. 254, VI)

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Quando determinado estabelecimento registra o crédito de produtos


adquiridos de terceiros, o objetivo é compensar com os débitos posteriores,
cumprindo, então, o princípio da não cumulatividade.

Ocorre que, se houver devolução dos produtos aos fornecedores, nada


mais justo do que haver a consequente anulação do crédito registrado, não é
mesmo? Pois é assim mesmo que acontece.

Por fim, vale uma observação importante, aplicável às anulações,


quando cabíveis, de todos os créditos estudados, que se encontra
prevista no art. 254, § 5°, do RIPI:

Anular-se-á o crédito no período de apuração do


imposto em que ocorrer ou se verificar o fato
determinante da anulação.

3.6 – Manutenção do Crédito

Como nem tudo é motivo para anulação de crédito, foi previsto, no art.
255, do RIPI, a seguinte regra:

Art. 255. É assegurado o direito à manutenção do crédito do


imposto em virtude da saída de sucata, aparas, resíduos, fragmentos e
semelhantes, que resultem do emprego de matéria-prima, produto
intermediário e material de embalagem, bem como na ocorrência
de quebras admitidas no RIPI.

3.7 – Utilização dos Créditos

A principal finalidade dos créditos é a compensação com o montante


devido nas operações posteriores. Afinal, é isso o que determina o princípio
da não cumulatividade, que norteia a incidência do IPI, para evitar o “efeito
cascata”.
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Dessa forma, o mais comum de acontecer seria, ao final do período


de apuração, restar saldo devedor, entre o confronto de créditos e débitos
do período, já que o valor do IPI nas saídas normalmente é superior ao de
entrada.

Contudo, é possível que ocorra saldo credor. Diante disso, o RIPI


previu duas possibilidades, como se demonstra a seguir:

 Transferência para o período seguinte, a fim de deduzir o valor dos


débitos referentes às incidências que se derem naquele período. (RIPI, art.
256, § 1º);

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 Compensação com outros débitos próprios relativos a impostos ou


contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do
Brasil, ou pedido de ressarcimento em dinheiro, desde que, em
ambos os casos, quando tenha acumulado em cada trimestre-
calendário. (RIPI, art. 256, § 2º c/c arts. 268 e 269)

Destaque-se, por fim, o entendimento do STJ sobre o crédito de IPI:

Súmula STJ 411 - É devida a correção monetária ao creditamento do IPI


quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência
ilegítima do Fisco.

3.8 – Crédito Presumido

A última espécie de crédito de IPI é o crédito presumido. Aquele existe


não por conta da compensação de IPI pago em etapas anteriores, mas sim
por haver incidência cumulativa de outros tributos sobre os insumos
incorporados aos produtos nacionais exportados.

Observação: Quando estudarmos os benefícios fiscais relativos ao IPI,


veremos que o crédito presumido pode ser concedido como benefício fiscal a
empreendimentos do setor automotivo, instalados em regiões específicas do
País. Por ora, atenha-se ao disposto neste tópico!

Vamos com calma, para entender corretamente!

Em primeiro lugar, foque sua concentração na cadeia de produção, com


destino à exportação de produtos nacionais para o exterior, pois é apenas
nessa situação que se justifica o crédito presumido.

Sabemos que o IPI é obrigatoriamente não cumulativo, em função do


disposto no art. 153, § 3º, II, da CF/88. Portanto, o exportador tem a
possibilidade de recuperar o montante pago de IPI, relativo aos
insumos que integrarão o seu produto a ser exportado.
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Contudo, você deve ter conhecimento que a carga tributária no Brasil


não se resume ao IPI, e o que nos importa neste momento é a incidência da
contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, por meio do regime
cumulativo, sobre os insumos do produto a ser exportado.

Observação: Não há impedimento para que haja incidência cumulativa da


contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS. Atualmente, existem ambos os
regimes: não cumulativo e cumulativo.

Embora não haja incidência de tais contribuições sobre as receitas


decorrentes de exportação, conforme preceitua o art. 149, § 2º, da CF/88,
não se pode negar que a incidência cumulativa ao longo da cadeia de

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produção onera os insumos, que irão ser empregados na industrialização


para exportação.

Portanto, o crédito presumido tem como proposta ressarcir o valor pago,


a título de PIS/PASEP e COFINS, no regime cumulativo, sobre os insumos
adquiridos no mercado interno e incorporados ao produto nacional exportado.

Com base nessa lógica, o RIPI vedou o benefício do


crédito presumido de IPI às pessoas jurídicas sujeitas
à incidência não cumulativa das contribuições para o
PIS/PASEP e COFINS.

Agora que você já entendeu a lógica do crédito presumido, vamos ver


como foi estabelecido na legislação tributária (RIPI):

Art. 241. A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará


jus a crédito presumido do imposto, como ressarcimento das contribuições
de que tratam as Leis Complementares no 7, de 1970, no 8, de 1970, e no 70
(PIS/PASEP e COFINS), de 1991, incidentes sobre as respectivas
aquisições, no mercado interno, de matéria-prima, produto intermediário e
material de embalagem, para utilização no processo produtivo.

§ 1o O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, nos casos de venda


a empresa comercial exportadora com o fim específico de
exportação para o exterior.

Repare que também faz jus ao crédito presumido de IPI a empresa que
produz e vende seus produtos a empresa comercial exportadora, com o fim
específico de exportação para o exterior.

Há dois critérios – ou regimes - para se calcular o crédito presumido.


Vamos estudar cada um deles a partir de agora.

3.8.1 – Critério de Calculo Original


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Inicialmente, cumpre-nos destacar que o crédito presumido será


apurado ao final de cada mês em que houver ocorrido exportação ou
venda para empresa comercial exportadora com o fim específico de
exportação, conforme determinação prevista na Portaria MF 93/2004.

O primeiro passo para calcular o crédito presumido a que faz jus a


empresa produtora e exportadora é encontrar a relação entre sua receita de
exportação (Rx) e sua receita operacional bruta (Rt):

Percentual = Rx / Rt

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Observação: As receitas consideradas são aquelas acumuladas desde o


início do ano até o mês a que se refere o crédito presumido.

O segundo passo para calcular o crédito presumido de IPI é encontrar a


base de cálculo (BC) deste, que é calculada por meio da aplicação do
percentual acima encontrado, multiplicado pelo montante de matéria-
prima, produto intermediário e material de embalagem (MP, PI e ME)
utilizados na produção:

BC = Percentual x MP, PI e ME

Observação: O montante de MP, PI e ME a ser considerado também é o


valor acumulado desde o início do ano até o mês a que se refere o crédito
presumido.

Agora que já sabemos qual é a base de cálculo do crédito presumido, o


terceiro passo é calcular o crédito presumido acumulado (CPA) desde o
início do ano até o mês a que se refere o crédito. O procedimento é efetuado,
mediante a multiplicação da base de cálculo encontrada acima pelo
percentual fixo de 5,37%:

CPA = BC x 5,37%

Observe que o valor que encontrarmos diz respeito ao crédito presumido


acumulado desde o início do ano até o mês de apuração. Isso se deve ao
fato de termos considerado as receitas e os valores de MP, PI e ME
acumulados.

Assim, para saber o valor do crédito presumido específico do mês (CPM)


de apuração, deve-se subtrair o valor encontrado acima (CPA) do valor
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referente aos créditos já utilizados em meses anteriores (CPAnt).


Vejamos, então, o quarto passo para finalmente encontrarmos o valor que nos
interessa:

CPM = CPA - CPAnt

3.8.2 – Critério de Calculo Alternativo

O contribuinte tem a opção de calcular o crédito presumido, conforme o


critério alternativo, estabelecido no art. 243 do RIPI.

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Da mesma forma como ocorre com o critério original, o crédito


presumido será apurado ao final de cada mês em que houver ocorrido
exportação ou venda para empresa comercial exportadora com o fim
específico de exportação.

O primeiro passo consiste em calcular o crédito presumido acumulado


(CPA), por meio da multiplicação da base de cálculo (BC) do referido
crédito pelo fator de cálculo (F):

CPA = BC x F

Conforme estabelece o art. 243, § 1º, do RIPI, a base de cálculo do


crédito presumido será o somatório dos seguintes valores sobre os quais
incidiram as contribuições (PIS/PASEP e COFINS cumulativas):

 Aquisições de MP, PI e ME no mercado interno e que forem utilizados no


processo industrial;
 Custos de energia elétrica e combustíveis, utilizados no processo industrial;
 Preço da industrialização por encomenda, na hipótese em que o
encomendante seja o contribuinte do IPI.

O fator de cálculo, por seu turno, é definido da seguinte maneira:

F = (0,0365 x Rx) / (Rt – C)

Pela complexidade da fórmula, a identificação dos elementos que a


compõe é a seguinte:

F  é o fator;
Rx  é a receita de exportação;
Rt  é a receita operacional bruta;
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C  é o custo de produção determinado pela BC.

Por último, tal como no critério original, para saber o valor do crédito
presumido específico do mês (CPM) de apuração, deve-se subtrair o valor
encontrado acima (CPA) do valor referente aos créditos já utilizados
em meses anteriores (CPAnt). Vejamos, então, o quarto passo para
finalmente encontrarmos o valor que nos interessa:

CPM = CPA - CPAnt

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Por fim, deve-se destacar que a opção pelo regime alternativo abrange
todo o ano-calendário, não sendo admitida retificação da opção por esse
regime.

A opção pelo regime alternativo não permite retificação


posterior, sendo aplicável a todo o ano-calendário.

Observação: Não se preocupe em decorar fórmulas, pois a ESAF não cobrou


qualquer questão envolvendo cálculos nas suas três últimas provas de
Legislação Tributária. Sugiro ter bastante atenção aos conceitos e
gravar o percentual fixo de 5,37%!

3.8.3 – Observações Finais sobre o Crédito Presumido

Antes de finalizarmos o estudo do crédito presumido, é importante que


façamos algumas observações importantes para nossa prova, e que são
aplicáveis aos dois regimes.

A primeira delas é que o direito ao crédito presumido aplica-se


inclusive a produto industrializado sujeito à alíquota zero e nas vendas
a empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação
(esta última informação você já sabia, correto?).

INÉDITA/2015
O direito ao crédito presumido aplica-se inclusive a
produto industrializado sujeito à alíquota zero.

Gabarito: Correta
05949764803

Ademais, a apuração do crédito presumido será efetuada de forma


centralizada pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica produtora e
exportadora (RIPI, art. 244). Nada impede, no entanto, que o contribuinte
opte por transferir o referido crédito para qualquer estabelecimento da
empresa, para efeito de compensação com o imposto devido em outras
operações tributadas.

O art. 247 do RIPI preceitua que, no caso de comprovada impossibilidade


de sua dedução do imposto devido, nas operações de venda no mercado
interno, poderá aproveitá-lo na forma estabelecida pelo Ministro de Estado da
Fazenda, inclusive mediante ressarcimento em moeda corrente.

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No que se refere ao ressarcimento do crédito presumido, ressaltamos a


importância de se conhecer a Súmula 494 do STJ, que estende tal benefício
às pessoas físicas ou jurídicas não contribuintes do PIS/PASEP:

Súmula STJ 494 - O benefício fiscal do ressarcimento do crédito presumido


do IPI relativo às exportações incide mesmo quando as matérias-primas ou os
insumos sejam adquiridos de pessoa física ou jurídica não contribuinte do
PIS/PASEP.

No que se refere aos produtos destinados à empresa comercial


exportadora, o art. 249 do RIPI determina o seguinte:

Art. 5 º A empresa comercial exportadora que no prazo de 180 dias,


contado da data da emissão da nota fiscal de venda pela pessoa jurídica
produtora, não houver efetuado a exportação dos produtos para o
exterior, fica obrigada ao pagamento da contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins relativamente aos produtos adquiridos e não
exportados, bem assim de valor equivalente ao do crédito
presumido atribuído à pessoa jurídica produtora vendedora.

Outro detalhe a ser destacado é o caso de ocorrência de fusão,


incorporação ou cisão, total ou parcial, hipótese em que a pessoa jurídica
fusionada, incorporada ou cindida deverá apurar o crédito presumido
na data do evento. A referida obrigatoriedade aplica-se, inclusive, à
pessoa jurídica incorporadora (Portaria MF 93/04, art. 11, caput c/c § 1º).

Questão 17 – ESAF/TRF/2002.1
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É admitido o crédito do imposto relativo às matérias-primas e material de


embalagem adquiridos para emprego na industrialização de produtos
destinados à exportação para o exterior, saídos com imunidade (Dec.Lei 491,
de 1969, art.5º, e Lei 8.402, de 1992, art.1º, inciso II). Segundo o
Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados-RIPI, trata-se de um
crédito:
a) básico
b) por devolução
c) como incentivo
d) presumido
e) por estorno

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Comentário: Conforme prevê o art. 238, do RIPI, admite-se o crédito do


imposto relativo às matérias-primas, aos produtos intermediários e aos
materiais de embalagem adquiridos para emprego na industrialização de
produtos destinados à exportação para o exterior, saídos com imunidade.
Trata-se, pois, de nítido créditos concedidos como incentivo ao exportador. A
resposta, portanto, é a Letra C.

Questão 18 – INÉDITA/2015

Relativamente ao crédito presumido e à legislação a ele pertinente, em caso de


fusão, incorporação ou cisão, a pessoa jurídica fusionada, incorporada ou
cindida deve apurar o crédito presumido no último dia do mês que antecede à
operação societária.

Comentário: A questão é difícil! Se for cobrada na prova, será um grande


diferencial acertá-la! De acordo com o art. 11, da Portaria MF 93/04, a pessoa
jurídica fusionada, incorporada ou cindida deverá apurar o crédito presumido
na data do evento. Questão errada.

Questão 19 – ESAF/TTN/1998

Entre as aquisições de produtos a seguir enunciadas, nas condições indicadas,


assinale a que, como regra geral, confere direito ao crédito do imposto.
a) Produto intermediário, sujeito à alíquota zero, para emprego na
industrialização de produto tributado.
b) Produto isento, para emprego na industrialização de produtos tributados.
c) Matérias-primas industrializadas na Zona Franca de Manaus, para emprego
na industrialização de refrigerantes.
d) Bens destinados ao ativo permanente, tributados, adquiridos por
estabelecimento industrial.
e) Partes e peças tributadas, para emprego no recondicionamento de objetos
usados, tributados, destinados à comercialização.

Comentário: 05949764803

Alternativa A: Se o produto adquirido para emprego no processo de


industrialização está sujeito à alíquota zero, nada há para creditar, pois nada
foi pago a título de IPI, quando da saída do estabelecimento industrial,
fabricante desse produto. O art. 226, I, do RIPI, dispõe expressamente que os
estabelecimentos podem creditar-se do “imposto pago”. Ora, deve ter sido
pago algum imposto para se creditar. Item errado.

Alternativa B: O Comentário feito para a Alternativa A aplica-se, conforme


jurisprudência do STF, aos produtos isentos, sujeitos à alíquota zero ou não
tributáveis. Item errado.

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Alternativa C: Não há previsão legal para isso. Apenas ocorre isenção. Item
errado.

Observação: O assunto ainda será estudado. Fique tranquilo (a).

Alternativa D: Ainda que sejam tributados, não é permitido creditar-se do IPI


relativo à aquisição de bens destinados ao ativo permanente, conforme
estabelece o art. 226, I, do RIPI e a jurisprudência do STJ (Súmula 495). Item
errado.

Alternativa E: Se as partes e peças foram tributadas, podem ser creditadas.


O RIPI diz ainda que, mesmo o imposto relativo àqueles insumos que não se
integram ao novo produto, mas que são consumidos no processo de
industrialização, podem ser creditados. Item correto.

Gabarito: Letra E

Questão 20 – ESAF/AFRFB/2012

O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, acumulado


em cada trimestre-calendário, decorrente de aquisição de matéria-prima,
produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização,
inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não
puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser
utilizado na forma prevista em Lei.

Comentário: De fato, o saldo credor em cada trimestre-calendário, pode ser


utilizado na forma prevista em Lei. Quais são as possibilidades? Compensação
ou pedido de ressarcimento em dinheiro. Questão correta.

Questão 21 – INÉDITA/2015

Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão,


05949764803

ainda, creditar-se do imposto relativo a matéria-prima, produto intermediário e


material de embalagem, adquiridos de comerciante atacadista não
contribuinte, calculado pelo adquirente, mediante aplicação da alíquota a que
estiver sujeito o produto, sobre o seu valor, constante da respectiva nota
fiscal.

Comentário: Como a MP, PI e ME são adquiridas de um fornecedor


comerciante atacadista não contribuinte do IPI, a princípio não haveria direito
a crédito, por não ter sido pago nada na operação anterior. Contudo, a
legislação tributária permite o crédito com base no seguinte cálculo: aplicação
da alíquota a qual o produto esteja sujeito (na TIPI), sobre 50% do valor
constante na nota fiscal. Questão errada.

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Questão 22 – INÉDITA/2015

É permitido ao estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, creditar-


se do imposto relativo a produtos tributados recebidos em devolução ou
retorno, total ou parcial.
Comentário: Questão bastante lógica e literal. De acordo com o que
estabelece o art. 229, do RIPI, é permitido ao estabelecimento industrial, ou
equiparado a industrial, creditar-se do imposto relativo a produtos tributados
recebidos em devolução ou retorno, total ou parcial. Questão correta.

Questão 23 – ESAF/AFRFB/2012

Segundo entendimento atual do Superior Tribunal de Justiça, é devida a


correção monetária o creditamento do IPI quando há oposição ao seu
aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco.
Comentário: De acordo com a Súmula 411 do STJ, se o Fisco se opõe ao
creditamento do IPI, quando este é possível, é cabível ao contribuinte a
correção monetária do referido crédito. Questão correta.

Questão 24 – ESAF/AFRFB/2012

A legislação tributária determina, em observância à não-cumulatividade do


tributo, que a entrada de insumos não onerados – seja por força de alíquota
zero, de não incidência, de isenção ou de imunidade – gera direito ao crédito
de IPI na saída dos produtos industrializados.

Comentário: Já comentamos questões semelhantes a essa, de forma que a


sua resolução se tornou bastante simples. Com base no art. 226, I, do RIPI, e,
considerando a jurisprudência do STF, se os insumos não são onerados (seja
qual for a forma), não há do que se creditar. Questão errada.

Questão 25 – INÉDITA/2015
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Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados poderão


creditar-se do imposto relativo a matéria-prima, produto intermediário e
material de embalagem, quando remetidos a terceiros para industrialização
sob encomenda, sem transitar pelo estabelecimento adquirente.

Comentário: De fato, o art. 226, II, do RIPI, ainda que os insumos sejam
enviados diretamente ao executor da encomenda, o encomendante possui o
direito de registrar o crédito de IPI relativo a tais insumos. Questão correta.

Questão 26 – INÉDITA/2015

Sobre o crédito presumido, relativo ao IPI, é incorreto afirmar:

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a) Tal creditamento existe para compensar o ônus a que as empresas


produtoras exportadoras estão sujeitas ao adquirir, no mercado interno,
insumos sujeitos à contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS, no regime
cumulativo;
b) O crédito presumido também se aplica nos casos de venda a empresa
comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior;
c) O benefício do crédito presumido também se aplica aos insumos sujeitos à
contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS, no regime não cumulativo;
d) O crédito presumido será determinado mediante a aplicação do percentual
de 5,37% sobre a base de cálculo específica estabelecida no RIPI;
e) O benefício fiscal do ressarcimento do crédito presumido do IPI relativo às
exportações incide mesmo quando as matérias-primas ou os insumos sejam
adquiridos de pessoa física ou jurídica não contribuinte do PIS/PASEP.

Comentário:

Alternativa A: A assertiva encontra-se perfeita. O crédito presumido foi criado


para reduzir o impacto que as empresas produtoras e exportadoras sofriam, ao
adquirir insumos tributados pelas contribuições referidas no texto da questão,
sob o regime cumulativo, de forma que não havia o creditamento, referente
tais tributos. Item correto.

Alternativa B: De acordo com o art. 241, § 1º, o crédito presumido aplica-se,


inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim
específico de exportação para o exterior. Item correto.

Alternativa C: Conforme o que preceitua o art. 241, § 5º, o crédito presumido


não se aplica às pessoas jurídicas produtoras sujeitas à incidência não
cumulativa das contribuições. Item errado.
Alternativa D: Assertiva que praticamente copia a literalidade do art. 242 do
RIPI. É importante você dar uma lida no RIPI, pois a tendência é a banca
cobrar a literalidade da legislação. Item correto.

Alternativa E: A assertiva é cópia da Súmula 494 do STJ, sendo muito


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importante que você a memorize: o benefício fiscal do ressarcimento do


crédito presumido do IPI relativo às exportações incide mesmo quando as
matérias-primas ou os insumos sejam adquiridos de pessoa física ou jurídica
não contribuinte do PIS/PASEP. Item correto.

Gabarito: Letra C

Questão 27 – INÉDITA/2015

Aquisição de insumos tributados vinculados à industrialização de produtos não


tributados (NT) faz jus ao creditamento de IPI, tendo em vista que houve
pagamento de imposto na etapa anterior.

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Comentário: De acordo com o art. 254, I, a, do RIPI, no caso específico dos


insumos (MP, PI e ME) tributados empregados no processo de industrialização,
ainda que para acondicionamento, de produtos não tributados, não há direito
ao crédito de IPI. Portanto, deve ser anulado o crédito de IPI registrado,
mediante estorno na escrita fiscal. Questão errada.

Questão 28 – INÉDITA/2015

Apenas os estabelecimentos industriais possuem o direito de registrar créditos


de IPI, relativos a aquisição de insumos tributados, e que resultem na
industrialização de produtos sujeitos ao imposto.

Comentário: Conforme prevê o art. 226, VIII, do RIPI, não só os


estabelecimentos industriais, mas também os que forem a eles equiparados,
possuem o direito de registrar o crédito do IPI. Questão errada.

Questão 29 – INÉDITA/2015

Nas remessas de produtos para armazém-geral ou depósito fechado, o direito


ao crédito do imposto, quando admitido, é do estabelecimento depositante.

Comentário: Deveras, conforme dispõe o par. único, do art. 226, do RIPI, o


crédito é do depositante. Trata-se do caso em que os produtos remetidos pelo
fornecedor diretamente para armazém-geral ou depósito fechado, a pedido do
depositante. Questão correta.

4 – RECOLHIMENTO DO IPI

Neste tópico, vamos desenvolver o Capítulo XII do RIPI, que se resume


basicamente nos seguintes assuntos: período de apuração, importância a
recolher e os prazos e formas de recolhimento. Vamos lá!
4.1 – Período de Apuração 05949764803

Antes de entender como funciona o período de apuração do IPI, é


importante relembrarmos uma característica básica desse imposto: o seu fato
gerador é instantâneo, ou seja, ocorre a todo o momento, desde que
verificada no mundo real a situação descrita na lei.

Assim, se uma grande empresa realiza importações rotineiramente, a


cada desembaraço aduaneiro, ocorre um fato gerador do IPI. Da mesma
forma, se essa empresa revende tais produtos de procedência estrangeira, um
novo fato gerador ocorre a cada saída dos referidos produtos.

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A essa altura, você já deve ter estudado em Direito Tributário, que,


ocorrido o fato gerador, surge a obrigação tributária, cujo sujeito passivo é o
contribuinte ou responsável e o sujeito ativo é a União.

Destaque-se, entretanto, que a ocorrência do fato gerador e o respectivo


surgimento do liame jurídico obrigacional não se confundem com o
recolhimento do IPI. Desse modo, nem sempre que ocorre o fato gerador o
contribuinte fica obrigado a recolher imediatamente o imposto.

Vejamos, então, a partir deste momento, como funciona a sistemática do período de apuração do IPI.

No que se refere ao IPI incidente nas saídas dos produtos


industrializados do estabelecimento industrial ou equiparado a
industrial, o período de apuração é mensal (RIPI, art. 259).

Isso se aplica também às microempresas e empresas de pequeno porte


não optantes pelo Simples Nacional (RIPI, art. 259, § 2º).

Destaque-se que esse período de apuração mensal não é aplicável ao IPI


incidente sobre as importações. Em tais operações, o IPI deve ser
apurado e recolhido a cada importação.

4.2 – Importância a Recolher

Tão importante quanto conhecer o período de apuração do IPI em cada


situação, é saber o montante a ser recolhido.

Nós aprendemos como calcular o valor do débito do IPI. Nós vimos que,
em regra, o imposto é calculado mediante a aplicação das alíquotas,
constantes da TIPI, sobre o valor tributável (base de cálculo) dos produtos
(RIPI, art. 189). Trata-se da aplicação das alíquotas ad valorem.

As alíquotas específicas (ad rem), por seu turno, são diferentes e


menos usuais. Elas tomam por base a unidade de medida adotada. Por
exemplo, R$ 1,00 de imposto a cada maço de cigarro. 05949764803

Seja como for, prezado aluno, o que aprendemos até o momento é o


mecanismo de cálculo da obrigação tributária que surgiu com a ocorrência
daquele fato gerador isoladamente, ou seja, do débito do IPI. Contudo, nem
sempre é esse valor que é efetivamente recolhido, e é exatamente isso
que você irá estudar! Vejamos cada uma das 04 regras de apuração do
valor a recolher.

Na importação: a resultante do cálculo do imposto constante do registro da


declaração de importação no SISCOMEX (RIPI, art. 260, I)

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No caso específico de operação de importação, o valor devido a título


de IPI é exatamente o valor do débito, isto é, corresponde exatamente ao
valor da obrigação tributária surgida naquela operação.

Nesse caso, não há que se falar em compensação de


créditos.

No depósito para fins comerciais, na venda ou na exposição à venda


de produtos trazidos do exterior e desembaraçados com a
qualificação de bagagem: o valor integral do imposto dispensado, no caso
de desembaraço com isenção, ou o que incidir sobre a diferença apurada
entre o valor que serviu de base de cálculo do imposto pago na importação e
o preço de venda, no caso de produtos desembaraçados com o tratamento de
importação comum nas condições previstas na legislação aduaneira (RIPI,
art. 260, II)

A situação trata dos produtos importados do exterior e desembaraçados


como bagagem, mas que, posteriormente, são vendidos ou expostos à venda.

Nesse caso, o valor vai depender da forma como os produtos entraram


no País, por ocasião da importação como bagagem. Se foram
desembaraçados com isenção ou se submeteram ao tratamento de
importação comum.

Em se tratando de produtos desembaraçados com isenção, o valor


do IPI é exatamente o valor do imposto que ficou isento na
importação.

De outro modo, se os produtos foram desembaraçados mediante o


regime de importação comum, o valor do IPI é a diferença entre a
base de cálculo do IPI devido na importação e o preço de venda.
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Nas operações realizadas por firmas ou pessoas não sujeitas


habitualmente ao pagamento do imposto: a diferença entre o tributo
devido e o consignado no documento fiscal de aquisição do produto (RIPI,
art. 260, III)

Se a pessoa física ou jurídica não se submete habitualmente ao


pagamento do IPI, ou seja, quando se trata de contribuinte eventual do
IPI, o valor do imposto é a diferença entre o tributo devido e o que
consta no documento fiscal de aquisição do produto.

Nos demais casos: a resultante do cálculo do imposto relativo ao período de


apuração a que se referir o recolhimento, deduzidos os créditos do mesmo

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período (RIPI, art. 260, IV)

Quanto se diz “nos demais casos”, trata-se, na realidade, da regra


geral. Ou melhor, se não ocorrer nenhuma das três hipóteses acima, aplica-se
o previsto neste dispositivo.

A regra da apuração do valor de IPI a ser recolhido é a diferença entre


o valor dos débitos e dos créditos do mesmo período, lembrando que só
haverá IPI a recolher se o montante dos débitos superar o montante
dos créditos. Grave muito bem isso!

Observação: Como já foi estudado, se o valor dos créditos superar o valor


dos débitos em determinado período, permite-se que o saldo credor seja
transferido para o período seguinte, conforme preceitua o art. 256, § 1º,
do RIPI.

4.3 – Prazos e Formas de Recolhimento

Os prazos para recolhimento do IPI foram definidos no art. 262 do RIPI,


e estão abaixo esquematizados:

Antes da saída do produto da repartição que processar o


despacho, nos casos de importação.
RECOLHIMENTO

Até o 10º dia do mês subsequente ao de ocorrência do fato


PRAZO DE

gerador, no caso de cigarros (Código 2402.20.00 da TIPI).

Até o 25º dia do mês subsequente ao de ocorrência do fato


gerador, no caso dos demais produtos.

No ato do pedido de autorização da venda de produtos


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trazidos do exterior a título de bagagem, com ou sem isenção.

É importante esclarecer que, se o dia do vencimento (dia 10 ou dia 25 do


mês subseqüente ao de ocorrência do fato gerador) não for dia útil,
considerar-se-á antecipado o prazo para o primeiro dia útil que o
anteceder (RIPI, art. 262, par. único).

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INÉDITA/2015
Se o dia do vencimento do prazo para recolhimento
do IPI devido não for dia útil, prorroga-se o prazo
para o primeiro dia útil que o suceder.
Gabarito: Errada
Comentário: Na realidade, o prazo se antecipa e não
se prorroga.

Assim, por exemplo, se a saída do estabelecimento industrial se deu no


dia 10 de abril de 2014, o IPI deve ser recolhido até o dia 25 do mês de maio
do ano corrente. Contudo, como é domingo, o IPI deve ser recolhido até o dia
23 de maio, que é uma sexta-feira.

De forma bastante óbvia, o Regulamento do IPI também estabeleceu que


o contribuinte pode recolher o imposto antes do vencimento do prazo
fixado. Contudo, se o recolhimento se der após o prazo de vencimento,
deverá ser efetuado com os acréscimos moratórios.

Por fim, quanto à forma de efetuar o recolhimento do IPI, o art. 261 do


RIPI determina que seja feito por meio de DARF.

Questão 30 – INÉDITA/2015

A respeito do recolhimento do IPI, pode-se dizer que o período de apuração do


imposto incidente nas saídas dos produtos do estabelecimento industrial ou
equiparado a industrial é decendial.

Comentário: O período é mensal. Questão errada.


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Questão 31 – INÉDITA/2015

A respeito do recolhimento do IPI, pode-se dizer que o período de apuração do


imposto incidente nas saídas dos produtos do estabelecimento industrial ou
equiparado a industrial é mensal, inclusive em relação ao IPI incidente no
desembaraço aduaneiro.

Comentário: O período de apuração é mensal, salvo em caso de importação,


que ocorre a cada operação. Questão errada.

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Questão 32 – INÉDITA/2015

A respeito do recolhimento do IPI, pode-se dizer que, no que se refere ao


prazo de recolhimento do IPI, o contribuinte não pode efetuar o recolhimento
do imposto antes do vencimento do prazo fixado.

Comentário: O contribuinte pode efetuar o pagamento antes do vencimento,


conforme prevê o art. 263 do RIPI. Questão errada.

Questão 33 – INÉDITA/2015

A respeito do recolhimento do IPI, pode-se dizer que o imposto poderá ser


recolhido antes ou depois da saída do produto da repartição que processar o
despacho, nos casos de importação.

Comentário: O recolhimento, em caso de importação, deve ocorrer antes da


saída do produto da repartição que processar o despacho. Questão errada.

Questão 34 – INÉDITA/2015

A respeito do recolhimento do IPI, pode-se dizer que o prazo de recolhimento


do IPI é até o décimo dia do mês subsequente ao de ocorrência dos fatos
geradores, nos casos dos cigarros.

Comentário: Questão corretíssima, dispensando comentários. Questão


correta.

5 – IPI NA IMPORTAÇÃO

A ESAF solicitou no edital do último concurso o assunto “IPI na


importação”. Nós já estudamos em diversos momentos a incidência do IPI
sobre os produtos industrializados de procedência estrangeira. Vimos que
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ocorrem dois fatos geradores sobre o importador. O primeiro, na própria


condição de importador, e o segundo, como equiparado a industrial.

5.1 – Incidência do IPI na Importação

Neste momento, vamos voltar nossos olhares apenas para o primeiro


fato gerador, que é o desembaraço aduaneiro. O IPI devido pelo
desembaraço aduaneiro é comumente denominado “IPI vinculado a
importação” ou “IPI vinculado”.

É relevante destacarmos também que nem todos os produtos de


procedência estrangeira estão sujeitos ao IPI, já que esse imposto incide sobre

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os produtos com alíquota, ainda que zero, relacionados na TIPI, excluídos


aqueles a que corresponde a notação “NT” (não tributado).

Nem todos os produtos de procedência estrangeira estão


sujeitas ao IPI. Se estiverem relacionados na TIPI com a
notação “NT”, não haverá incidência do imposto.

Outro aspecto importante, e que também já foi objeto de nosso estudo,


diz respeito à irrelevância dos aspectos jurídicos relativos à importação.
Ou seja, de acordo com o art. 39 do RIPI, o IPI é devido sejam quais forem
as finalidades a que se destine o produto ou o título jurídico a que se
faça a importação.

O que isso significa? Ora, ainda que a importação seja efetuada a título
de locação, arrendamento ou até mesmo de doação, ocorre o fato gerador
do IPI com o desembaraço aduaneiro.

Conforme prevê o art. 35, par. único, do RIPI, considerar-se-á ocorrido o


respectivo desembaraço aduaneiro da mercadoria que constar como tendo sido
importada e cujo extravio ou avaria venham a ser apurados pela autoridade
fiscal, inclusive na hipótese de mercadoria sob regime suspensivo de
tributação. Como se considera ocorrido o desembaraço aduaneiro em
tais casos, há incidência do IPI.

Em caso de extravio, na realidade, trata-se de fato gerador presumido,


pois se presume que a mercadoria extraviada entrou no país e assim
se cobra o IPI devido.

Observação: Como você também deve estudar Legislação Aduaneira para a


Receita Federal, fique bastante atento em relação a esse assunto. O
Regulamento Aduaneiro foi alterado e a avaria deixou de ser considerada
como hipótese de incidência do IPI. 05949764803

Portanto, se isso for cobrado em uma prova de Legislação Tributária,


você deve responder como está no RIPI (extravio e avaria são
hipóteses de incidência do IPI). Por outro lado, se a prova for de
Legislação Aduaneira, sua resposta provavelmente deverá ser baseada no
Regulamento Aduaneiro (Decreto 6.759/2009, art. 237, § 1º).

5.2 – Não Incidência do IPI na Importação

Há diversas situações em que não ocorre o fato gerador do IPI, na


importação. Vamos estudar as principais delas!

Art. 38. Não constituem fato gerador:

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I - o desembaraço aduaneiro de produto nacional que retorne ao Brasil, nos
seguintes casos:

a) quando enviado em consignação para o exterior e não vendido nos


prazos autorizados;

b) por defeito técnico que exija sua devolução, para reparo ou substituição;

c) em virtude de modificações na sistemática de importação do país


importador;

d) por motivo de guerra ou calamidade pública; e

e) por quaisquer outros fatores alheios à vontade do exportador;

Observação: Veja que nós também já estudamos essas hipóteses.

Também não incide IPI sobre o desembaraço aduaneiro de produtos


nacionais que retornem ao País, aos quais tenha sido aplicado o regime
aduaneiro especial de exportação temporária, ainda que descumprido
o regime.

Portanto, ainda que o produto saia temporariamente do território


nacional, e retorno fora dos prazos e condições estabelecidos na legislação
aduaneira que rege o regime de exportação temporária, não ocorre a
incidência do IPI.

Observação: A título de curiosidade, se o regime de exportação temporária é


descumprido, o exportador se sujeita à multa de 5% sobre o valor da
mercadoria.

O IPI também não incide sobre as seguintes mercadorias (RA, art. 237, §
1º):
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 Mercadoria estrangeira que, corretamente descrita nos documentos de


transporte, chegar ao País por erro inequívoco ou comprovado de expedição, e
que for redestinada ou devolvida para o exterior; (Quando já tiver sido
desembaraçada)

 Mercadoria estrangeira idêntica, em igual quantidade e valor, e que se


destine a reposição de outra anteriormente importada que se tenha revelado,
após o desembaraço aduaneiro, defeituosa ou imprestável para o fim a que se
destinava, desde que observada a regulamentação editada pelo Ministério da
Fazenda; (Quando já tiver sido desembaraçada)

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 Embarcações construídas no Brasil e transferidas por matriz de empresa


brasileira de navegação para subsidiária integral no exterior, que retornem ao
registro brasileiro, como propriedade da mesma empresa nacional de origem.

Observação: A restrição que fizemos em relação à necessidade de as


mercadorias já terem sido desembaraçadas se deve ao fato de que é com o
desembaraço aduaneiro que ocorre o fato gerador do IPI. Assim, se ocorre
uma das situações acima, sem que ainda tenham sido desembaraçadas, não
incidiria o IPI de qualquer forma.

Cabe destacar também que, via de regra, as mercadorias de procedência


estrangeira que forem objeto de pena de perdimento, segundo a legislação
aduaneira, não sofrem incidência de IPI. Dissemos “via de regra”, pois, se no
momento da aplicação da referida pena tais mercadorias não forem
encontradas, tendo sido revendidas ou consumidas, há a incidência do
IPI, por terem sido extraviadas.

Como vimos, o IPI incide sobre mercadorias avariadas ou


extraviadas. Se as mercadorias não são localizadas para
aplicação da pena de perdimento, ocorre fato gerador
do IPI (RIPI, art. 35, par. único, c/c RA, art. 71, III).

Por último, cumpre destacar que, no despacho aduaneiro de importação


de mercadorias a granel, as diferenças percentuais apuradas na verificação da
mercadoria, não serão consideradas para efeitos de exigência de IPI, até o
limite de 1%, cobrando-se o imposto somente em relação ao que
exceder 1%.

5.3 – Base de Cálculo, Alíquota, Recolhimento e Sujeito Passivo do IPI


na Importação
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Em relação à base de cálculo (valor tributável) do IPI na importação, nós


aprendemos que, salvo disposição em contrário, é o valor que servir ou que
serviria de base para o cálculo dos tributos aduaneiros, por ocasião do
despacho de importação, acrescido do montante desses tributos e dos
encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis.

Relembrando alguns conceitos: a base de cálculo do IPI na importação é


o preço normal (ou valor aduaneiro), acrescido dos seguintes valores:

a. Imposto de Importação;
b. Taxas exigidas para entrada do produto no País;
c. Encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele
exigíveis;

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Observação: Não se esqueça de que o preço normal ou valor normal é o


valor que serve de base de cálculo para o imposto de importação,
atualmente denominado valor aduaneiro, definido com base nos
princípios do AVA – Acordo de Valoração Aduaneira.

BC do IPI na Importação: BC do II + II + Encargos


Cambiais.

Obs.: Na prática, não existe mais os encargos cambiais.


Para fins de prova, sim, é claro.

Em relação à incidência do IPI sobre os produtos importados e


avariados, o art. 237, § 2º, do RA, estabelece que deve ser excluído o
valor depreciado decorrente de avaria ocorrida no produto.

No que se refere ao montante a ser recolhido ao erário, é aquele que


resultar da aplicação da alíquota prevista na TIPI sobre a base de cálculo,
apurada em conformidade com o que foi acima exposto, sem qualquer
abatimento relativo a créditos da não cumulatividade.

Como já vimos o momento da ocorrência do fato gerador, que é o do


desembaraço aduaneiro, resta-nos conhecer também em que momento deve
ser recolhido o IPI incidente sobre a importação.

De modo genérico, o art. 262, I, do RIPI, consigna que deve ser


recolhido antes da saída do produto da repartição que processar o
despacho aduaneiro.

Bom, você já saber que o recolhimento ocorrerá antes da saída do


produto, ou seja, o importador não vai retirar o produto antes de pagar o IPI.
Mas qual o momento exato? O Regulamento Aduaneiro – RA – determinou em
seu art. 242 que o IPI deve ser recolhido por ocasião do registro da
declaração de importação.
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Para entender esse assunto de forma completa, é necessário que você


conheça (não é preciso memorizar) o conceito de despacho aduaneiro. É uma
sequência de atos onde a importação é apresentada pelo importador à
autoridade aduaneira, que então verificará se os documentos e a mercadoria
importada estão de acordo com a legislação em vigor.

O curso desse despacho se inicia com o registro da declaração de


importação pelo importador. A última etapa do despacho aduaneiro é o
desembaraço aduaneiro, sendo este o ato pelo qual é registrada a conclusão
da conferência aduaneira.

Observação: Sem adentrarmos em detalhes, note que o pagamento do IPI


ocorre já no registro da DI, ou seja, o imposto é recolhido antes da

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ocorrência do fato gerador, que ocorre com o desembaraço


aduaneiro.

O contribuinte do IPI vinculado é o importador, sendo este qualquer


pessoa física ou jurídica que promova a importação de produtos do exterior. É
essa pessoa que registra a declaração de importação.

Questão 35 - INÉDITA/2015

A respeito do “IPI vinculado”, é correto afirmar que o fato gerador do imposto,


na importação, é o desembaraço aduaneiro de produto de procedência
estrangeira.
Comentário: De fato, conforme art. 35, I, do RIPI, um dos fatos geradores do
IPI é o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira.
Questão correta.

Questão 36 – ESAF/AFRFB/2012

A incidência do IPI na importação de produtos industrializados depende do


título jurídico a que se der a importação. Por isso, a Lei exclui da sujeição
passiva do IPI a pessoa física na condição de importadora de produtos
industrializados para uso próprio.

Comentário: De acordo com o art. 39 do RIPI, o IPI é devido sejam quais


forem as finalidades a que se destine o produto ou o título jurídico a que se
faça a importação. Questão errada.

Questão 37 – INÉDITA/2015 05949764803

A respeito do “IPI vinculado”, é correto afirmar que constitui valor tributável


dos produtos de procedência estrangeira o valor que servir ou que serviria de
base para o cálculo dos tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de
importação, acrescido do montante desses tributos e dos encargos cambiais
efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis.

Comentário: Trata-se da base de cálculo do IPI, em caso de importação.


Assertiva em conformidade com o art. 190, I, “a”, do RIPI. Questão correta.

Questão 38 – INÉDITA/2015

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A respeito do “IPI vinculado”, é correto afirmar que as diferenças percentuais


de mercadoria a granel, apuradas na verificação da mercadoria, no curso do
despacho aduaneiro, não serão consideradas para efeitos de exigência do
imposto, até o limite de um por cento.

Comentário: Trata-se de disposição específica do R.A. (art. 238, § 3º). Isso é


aplicado apenas no caso de importação de mercadorias a granel. Questão
correta.
Questão 39 – INÉDITA/2015

A respeito do “IPI vinculado”, é correto afirmar que se considera ocorrido o


respectivo desembaraço aduaneiro da mercadoria que constar como tendo sido
importada e cujo extravio ou avaria venham a ser apurados pela autoridade
fiscal, inclusive na hipótese de mercadoria sob regime suspensivo de
tributação.

Comentário: Assertiva retirada do parágrafo único do art. 35 do RIPI. Item


correto. Se o fato gerador do IPI vinculado à importação é o desembaraço
aduaneiro, ocorre fato gerador, ainda que o produto tenha sido extraviado.
Questão correta.

Questão 40 – INÉDITA/2015

A respeito do “IPI vinculado”, é correto afirmar que o Imposto incide sobre


mercadoria estrangeira idêntica, em igual quantidade e valor, e que se destine
a reposição de outra anteriormente importada que se tenha revelado, após o
desembaraço aduaneiro, defeituosa ou imprestável para o fim a que se
destinava, desde que observada a regulamentação editada pelo Ministério da
Fazenda.

Comentário: Mais uma norma específica do R.A. Da combinação do art. 237,


§ 1º, I, do R.A., com o art. 71, II, do mesmo decreto, percebe-se que não
incide IPI sobre a reposição de mercadoria importada com defeito,
desde que a reposição seja idêntica, em igual quantidade e valor. Questão
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errada.

Por hoje, é só! Até a próxima aula.

Prof. Fábio Dutra


Email: fabiodutra08@gmail.com
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6 – LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

Questão 01 – ESAF/ATRFB/2012

O desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira é fato


gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados, considerando-se ocorrido
o referido desembaraço quando a mercadoria consta como tendo sido
importada e o extravio ou avaria venham a ser apurados pela autoridade fiscal,
inclusive na hipótese de mercadoria sob regime suspensivo de tributação.

Questão 02 – ESAF/ATRFB/2012

Considera-se ocorrido o fato gerador do Imposto sobre Produtos


Industrializados na saída de armazém- geral ou outro depositário do
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial depositante, quanto aos
produtos entregues diretamente a outro estabelecimento.

Questão 03 – ESAF/ATRFB/2012

Considera-se ocorrido o fato gerador do Imposto sobre Produtos


Industrializados na saída do estabelecimento industrial diretamente para
estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, por ordem do encomendante,
quanto aos produtos mandados industrializar por encomenda.

Questão 04 – INÉDITA/2015

O Regulamento do IPI previu como fato gerador do imposto a arrematação de


produtos apreendidos ou abandonados, que foram levados a leilão.

Questão 05 – INÉDITA/2015

O Imposto sobre Produtos Industrializados, em se tratando de importação,


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apenas incide quando esta se der a título comercial, ou seja, para revenda ou
industrialização, não incidindo em operações para uso ou consumo próprio.

Questão 06 – INÉDITA/2015

Considera-se ocorrido o fato gerador do IPI no início do consumo ou da


utilização do papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos,
quando esta finalidade for cumprida.

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Questão 07 – INÉDITA/2015

Sabe-se que a empresa comercial exportadora é responsável , em relação ao


imposto que deixou de ser pago, na saída do estabelecimento industrial,
referente aos produtos por ela adquiridos com o fim específico de exportação,
quando tais produtos forem revendidos no mercado interno. No que se refere à
incidência desse imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na data da
emissão da nota fiscal pelo estabelecimento industrial.

Questão 08 – INÉDITA/2015

Não constituem fato gerador do IPI as saídas subsequentes à primeira, nos


casos de locação ou arrendamento, salvo se o produto tiver sido submetido a
nova industrialização.

Questão 09 – INÉDITA/2015

Não constituem fato gerador o desembaraço aduaneiro de produto nacional


que retorne ao Brasil, por defeito técnico que exija sua devolução, para reparo
ou substituição.

Questão 10 – ESAF/AFRF/2003

Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F


as falsas; em seguida, marque a opção correta.
( ) Os encargos cambiais pagos pelo importador ou dele exigíveis não se
incluem na base de cálculo do imposto sobre produtos industrializados, no caso
de importação de produto de procedência estrangeira.
( ) A base de cálculo do imposto sobre produtos industrializados, em se
tratando de produto de procedência estrangeira apreendido ou abandonado e
levado a leilão, é o preço da arrematação, acrescido do valor dos demais
tributos exigíveis na importação regular do produto.
( ) O imposto de importação não integra a base de cálculo do imposto sobre
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produtos industrializados, no caso de importação de produto de procedência


estrangeira.
a) V, V, F
b) V, F, V
c) V, V, V
d) F, V, F
e) F, F, F

Questão 11 – INÉDITA/2015

Sobre o valor tributável estabelecido no RIPI, pode-se afirmar que está


incorreto o seguinte:

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a) constitui valor tributável dos produtos de procedência estrangeira o valor


que servir ou que serviria de base para o cálculo dos tributos aduaneiros, por
ocasião do despacho de importação, acrescido do montante desses tributos e
dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis;
b) constitui valor tributável dos produtos de procedência estrangeira o valor
total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento equiparado a
industrial;
c) dos produtos nacionais, o valor total da operação de que decorrer a saída do
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial, acrescido do frete e
subtraído das demais despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo
contribuinte ao comprador ou destinatário;
d) O valor tributável não poderá ser inferior ao preço corrente no mercado
atacadista da praça do remetente quando o produto for destinado a outro
estabelecimento do próprio remetente ou a estabelecimento de firma com a
qual mantenha relação de interdependência;
e) Ressalvada a avaliação contraditória, decorrente de perícia, o Fisco poderá
arbitrar o valor tributável ou qualquer dos seus elementos, quando forem
omissos ou não merecerem fé os documentos expedidos pelas partes ou,
tratando-se de operação a título gratuito, quando inexistir ou for de difícil
apuração o valor do preço corrente do produto ou seu similar, no mercado

Questão 12 – ESAF/AFRFB/2012 - Adaptada

A tributação das bebidas classificadas nas Posições 22.04, 22.05, 22.06 e


22.08 da TIPI, vulgarmente chamadas de “bebidas quentes”, dá-se por
intermédio de técnica especial, consistente no enquadramento dos produtos
por Classes de valores de imposto. Este enquadramento é passível de
alteração pelo Ministro da Fazenda, desde que o comportamento do mercado
justifique a alteração, sendo esta alteração legalmente limitada ao valor do
imposto que resultaria da aplicação da alíquota do produto constante da TIPI
sobre o seu valor tributável.

Questão 13 – INÉDITA/2015
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A base de cálculo do IPI, relativamente aos produtos de procedência


estrangeira, é sempre o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo
dos tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do
montante desses tributos e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo
importador ou dele exigíveis.

Questão 14 – INÉDITA/2015

Um dos fatos geradores do IPI é a saída de produto do estabelecimento


industrial ou a ele equiparado. Nesse caso, a base de cálculo do imposto é o
valor total da operação, incluído o valor do frete, mas excluídas as demais
despesas acessórias, que forem cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao
comprador ou destinatário.

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Questão 15 – INÉDITA/2015

O valor tributável não poderá ser inferior ao preço corrente no mercado


atacadista da praça do remetente quando o produto for destinado a outro
estabelecimento do próprio remetente ou a estabelecimento de firma com a
qual mantenha relação de interdependência.

Questão 16 – INÉDITA/2015

Há incidência de IPI sobre produtos usados, quando estes passem por


processo de renovação ou recondicionamento. O IPI devido será calculado
sobre a diferença do preço que foi pago na aquisição e o valor alcançado na
revenda.

Questão 17 – ESAF/TRF/2002.1

É admitido o crédito do imposto relativo às matérias-primas e material de


embalagem adquiridos para emprego na industrialização de produtos
destinados à exportação para o exterior, saídos com imunidade (Dec.Lei 491,
de 1969, art.5º, e Lei 8.402, de 1992, art.1º, inciso II). Segundo o
Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados-RIPI, trata-se de um
crédito:
a) básico
b) por devolução
c) como incentivo
d) presumido
e) por estorno

Questão 18 – INÉDITA/2015

Relativamente ao crédito presumido e à legislação a ele pertinente, em caso de


fusão, incorporação ou cisão, a pessoa jurídica fusionada, incorporada ou
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cindida deve apurar o crédito presumido no último dia do mês que antecede à
operação societária.

Questão 19 – ESAF/TTN/1998

Entre as aquisições de produtos a seguir enunciadas, nas condições indicadas,


assinale a que, como regra geral, confere direito ao crédito do imposto.
a) Produto intermediário, sujeito à alíquota zero, para emprego na
industrialização de produto tributado.
b) Produto isento, para emprego na industrialização de produtos tributados.
c) Matérias-primas industrializadas na Zona Franca de Manaus, para emprego
na industrialização de refrigerantes.

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d) Bens destinados ao ativo permanente, tributados, adquiridos por


estabelecimento industrial.
e) Partes e peças tributadas, para emprego no recondicionamento de objetos
usados, tributados, destinados à comercialização.
Questão 20 – ESAF/AFRFB/2012

O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, acumulado


em cada trimestre-calendário, decorrente de aquisição de matéria-prima,
produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização,
inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não
puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser
utilizado na forma prevista em Lei.
Questão 21 – INÉDITA/2015
Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão,
ainda, creditar-se do imposto relativo a matéria-prima, produto intermediário e
material de embalagem, adquiridos de comerciante atacadista não
contribuinte, calculado pelo adquirente, mediante aplicação da alíquota a que
estiver sujeito o produto, sobre o seu valor, constante da respectiva nota
fiscal.

Questão 22 – INÉDITA/2015

É permitido ao estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, creditar-


se do imposto relativo a produtos tributados recebidos em devolução ou
retorno, total ou parcial.

Questão 23 – ESAF/AFRFB/2012

Segundo entendimento atual do Superior Tribunal de Justiça, é devida a


correção monetária o creditamento do IPI quando há oposição ao seu
aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco.

Questão 24 – ESAF/AFRFB/2012 05949764803

A legislação tributária determina, em observância à não-cumulatividade do


tributo, que a entrada de insumos não onerados – seja por força de alíquota
zero, de não incidência, de isenção ou de imunidade – gera direito ao crédito
de IPI na saída dos produtos industrializados.

Questão 25 – INÉDITA/2015

Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados poderão


creditar-se do imposto relativo a matéria-prima, produto intermediário e
material de embalagem, quando remetidos a terceiros para industrialização
sob encomenda, sem transitar pelo estabelecimento adquirente.

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Questão 26 – INÉDITA/2015

Sobre o crédito presumido, relativo ao IPI, é incorreto afirmar:


a) Tal creditamento existe para compensar o ônus a que as empresas
produtoras exportadoras estão sujeitas ao adquirir, no mercado interno,
insumos sujeitos à contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS, no regime
cumulativo;
b) O crédito presumido também se aplica nos casos de venda a empresa
comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior;
c) O benefício do crédito presumido também se aplica aos insumos sujeitos à
contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS, no regime não cumulativo;
d) O crédito presumido será determinado mediante a aplicação do percentual
de 5,37% sobre a base de cálculo específica estabelecida no RIPI;
e) O benefício fiscal do ressarcimento do crédito presumido do IPI relativo às
exportações incide mesmo quando as matérias-primas ou os insumos sejam
adquiridos de pessoa física ou jurídica não contribuinte do PIS/PASEP.

Questão 27 – INÉDITA/2015

Aquisição de insumos tributados vinculados à industrialização de produtos não


tributados (NT) faz jus ao creditamento de IPI, tendo em vista que houve
pagamento de imposto na etapa anterior.

Questão 28 – INÉDITA/2015

Apenas os estabelecimentos industriais possuem o direito de registrar créditos


de IPI, relativos a aquisição de insumos tributados, e que resultem na
industrialização de produtos sujeitos ao imposto.

Questão 29 – INÉDITA/2015

Nas remessas de produtos para armazém-geral ou depósito fechado, o direito


ao crédito do imposto, quando admitido, é do estabelecimento depositante.
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Questão 30 – INÉDITA/2015

A respeito do recolhimento do IPI, pode-se dizer que o período de apuração do


imposto incidente nas saídas dos produtos do estabelecimento industrial ou
equiparado a industrial é decendial.

Questão 31 – INÉDITA/2015

A respeito do recolhimento do IPI, pode-se dizer que o período de apuração do


imposto incidente nas saídas dos produtos do estabelecimento industrial ou
equiparado a industrial é mensal, inclusive em relação ao IPI incidente no
desembaraço aduaneiro.

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Questão 32 – INÉDITA/2015

A respeito do recolhimento do IPI, pode-se dizer que, no que se refere ao


prazo de recolhimento do IPI, o contribuinte não pode efetuar o recolhimento
do imposto antes do vencimento do prazo fixado.

Questão 33 – INÉDITA/2015

A respeito do recolhimento do IPI, pode-se dizer que o imposto poderá ser


recolhido antes ou depois da saída do produto da repartição que processar o
despacho, nos casos de importação.

Questão 34 – INÉDITA/2015

A respeito do recolhimento do IPI, pode-se dizer que o prazo de recolhimento


do IPI é até o décimo dia do mês subsequente ao de ocorrência dos fatos
geradores, nos casos dos cigarros.

Questão 35 - INÉDITA/2015

A respeito do “IPI vinculado”, é correto afirmar que o fato gerador do imposto,


na importação, é o desembaraço aduaneiro de produto de procedência
estrangeira.

Questão 36 – ESAF/AFRFB/2012

A incidência do IPI na importação de produtos industrializados depende do


título jurídico a que se der a importação. Por isso, a Lei exclui da sujeição
passiva do IPI a pessoa física na condição de importadora de produtos
industrializados para uso próprio.

Questão 37 – INÉDITA/2015
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A respeito do “IPI vinculado”, é correto afirmar que constitui valor tributável


dos produtos de procedência estrangeira o valor que servir ou que serviria de
base para o cálculo dos tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de
importação, acrescido do montante desses tributos e dos encargos cambiais
efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis.

Questão 38 – INÉDITA/2015

A respeito do “IPI vinculado”, é correto afirmar que as diferenças percentuais


de mercadoria a granel, apuradas na verificação da mercadoria, no curso do
despacho aduaneiro, não serão consideradas para efeitos de exigência do
imposto, até o limite de um por cento.

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Legislação Tributária para AFRFB-2016
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Questão 39 – INÉDITA/2015

A respeito do “IPI vinculado”, é correto afirmar que se considera ocorrido o


respectivo desembaraço aduaneiro da mercadoria que constar como tendo sido
importada e cujo extravio ou avaria venham a ser apurados pela autoridade
fiscal, inclusive na hipótese de mercadoria sob regime suspensivo de
tributação.

Questão 40 – INÉDITA/2015

A respeito do “IPI vinculado”, é correto afirmar que o Imposto incide sobre


mercadoria estrangeira idêntica, em igual quantidade e valor, e que se destine
a reposição de outra anteriormente importada que se tenha revelado, após o
desembaraço aduaneiro, defeituosa ou imprestável para o fim a que se
destinava, desde que observada a regulamentação editada pelo Ministério da
Fazenda.

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7 – GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

01 CORRETA 15 CORRETA 29 CORRETA


02 CORRETA 16 CORRETA 30 ERRADA
03 CORRETA 17 LETRA C 31 ERRADA
04 ERRADA 18 ERRADA 32 ERRADA
05 ERRADA 19 LETRA E 33 ERRADA
06 ERRADA 20 CORRETA 34 CORRETA
07 CORRETA 21 ERRADA 35 CORRETA
08 CORRETA 22 CORRETA 36 ERRADA
09 CORRETA 23 CORRETA 37 CORRETA
10 Letra E 24 ERRADA 38 CORRETA
11 Letra C 25 CORRETA 39 CORRETA
12 ERRADA 26 LETRA C 40 ERRADA
13 ERRADA 27 ERRADA - -
14 ERRADA 28 ERRADA - -

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