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Informativo 613-STJ (RESUMIDO)


Márcio André Lopes Cavalcante

DIREITO ADMINISTRATIVO

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR


É possível PAD contra servidor público federal que pratica ilegalidade durante
sua gestão em fundação privada de apoio à Universidade Federal

Atenção! Concursos federais


É legal a instauração de procedimento disciplinar, julgamento e sanção, nos moldes da Lei nº
8.112/90, em face de servidor público que pratica atos ilícitos na gestão de fundação privada
de apoio à instituição federal de ensino superior.
STJ. 1ª Seção. MS 21.669-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 23/08/2017 (Info 613).

DIREITO CIVIL
OBRIGAÇÕES
Não é possível a cumulação da perda das arras
com a imposição da cláusula penal compensatória

Importante!!!
Na hipótese de inexecução do contrato, revela-se inadmissível a cumulação das arras com a
cláusula penal compensatória, sob pena de ofensa ao princípio do non bis in idem.
Ex: João celebrou contrato de promessa de compra e venda com uma incorporadora
imobiliária para aquisição de um apartamento. João comprometeu-se a pagar 80 parcelas de
R$ 3 mil e, em troca, receberia um apartamento. No início do contrato, João foi obrigado a
pagar R$ 20 mil a título de arras. No contrato, havia uma cláusula penal compensatória
prevendo que, em caso de inadimplemento por parte de João, a incorporadora poderia reter
10% das prestações que foram pagas por ele. Trata-se de cláusula penal compensatória.
Suponhamos que, após pagar 30 parcelas, João tenha parado de pagar as prestações. Neste
caso, João perderá apenas as arras, mas não será obrigado a pagar também a cláusula penal
compensatória. Não é possível a cumulação da perda das arras com a imposição da cláusula
penal compensatória. Logo, decretada a rescisão do contrato, fica a incorporadora autorizada
a apenas reter o valor das arras, sem direito à cláusula penal.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.617.652-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 26/09/2017 (Info 613).

Informativo 613-STJ (08/11/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 1


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ARBITRAGEM
O árbitro e a instituição de arbitragem não têm legitimidade
para figurarem no polo passivo de eventual ação anulatória

A instituição arbitral, por ser simples administradora do procedimento arbitral, não possui
interesse processual nem legitimidade para integrar o polo passivo da ação que busca a sua
anulação.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.433.940-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 26/09/2017 (Info 613).

ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
Devedor pode ajuizar ação de prestação de contas contra a instituição financeira com
o objetivo de se conhecer o resultado da alienação extrajudicial do bem apreendido

Mesmo antes do advento da Lei nº 13.043/2014, que deu nova redação ao art. 2º do Decreto-
Lei nº 911/69, já era cabível o ajuizamento de ação de prestação de contas relativas aos
valores auferidos com o leilão extrajudicial de veículo apreendido em busca e apreensão.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.678.525-SP, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 05/10/2017 (Info 613).

USUCAPIÃO
A decretação da falência do proprietário do imóvel interrompe o
prazo para que o possuidor possa adquirir este bem por usucapião

O curso da prescrição aquisitiva da propriedade de bem que compõe a massa falida é


interrompido com a decretação da falência.
Ex: João é possuidor, há 4 anos e 6 meses, de uma área urbana de 200m2, que utiliza para a
sua própria moradia. Ele não tem o título de propriedade dessa área, mas lá mora há todos
esses anos sem oposição de ninguém. Imagine que foi decretada a falência da empresa que é
proprietária desse imóvel. Isso significa que, neste instante, o prazo para João adquirir o bem
por usucapião vai ser interrompido, ou seja, vai recomeçar do zero.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.680.357-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 10/10/2017 (Info 613).

USUCAPIÃO
Se o juízo criminal decretou a perda do imóvel que está sendo pleiteado em ação de usucapião,
esta decisão produzir a efeitos no juízo cível, devendo a ação ser extinta por perda do objeto

Há perda de objeto da ação de usucapião proposta em juízo cível na hipótese em que juízo
criminal decreta a perda do imóvel usucapiendo em razão de ter sido adquirido com
proventos de crime.
João praticou um crime. Com o dinheiro obtido com o delito, ele comprou uma casa. No
processo criminal, o juiz decretou, em março/2012, o sequestro da casa comprada. João fugiu
e abandonou o imóvel. Em abril/2012, Pedro invadiu a casa e passou a morar lá. Em
maio/2017, após mais de 5 anos morando no imóvel, Pedro ajuizou ação de usucapião (art.
1.240 do CC). A ação de usucapião estava tramitando até que, em outubro/2017, transitou em
julgado a sentença do juiz condenando João pela prática do crime. Como efeito da condenação,
o magistrado determinou o confisco da casa (art. 91, II, “b”, do CP). A ação de usucapião perde
o objeto, considerando que este tema foi definido no juízo criminal.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.471.563-AL, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 26/09/2017
(Info 613).

Informativo 613-STJ (08/11/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 2


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DIREITO DO CONSUMIDOR

RESPONSABILIDADE CIVIL
Lanchonete não tem o dever de indenizar consumidor vítima de roubo ocorrido
no estacionamento externo e gratuito do estabelecimento

Importante!!!
A Súmula 130 do STJ prevê o seguinte: a empresa responde, perante o cliente, pela reparação
de DANO ou FURTO de veículo ocorridos em seu estacionamento.
Em casos de roubo, o STJ tem admitido a interpretação extensiva da Súmula 130 do STJ, para
entender que há o dever do fornecedor de serviços de indenizar, mesmo que o prejuízo tenha
sido causado por roubo, se este foi praticado no estacionamento de empresas destinadas à
exploração econômica direta da referida atividade (empresas de estacionamento pago) ou
quando o estacionamento era de um grande shopping center ou de uma rede de hipermercado.
Por outro lado, não se aplica a Súmula 130 do STJ em caso de roubo de cliente de lanchonete
fast-food, se o fato ocorreu no estacionamento externo e gratuito por ela oferecido. Nesta
situação, tem-se hipótese de caso fortuito (ou motivo de força maior), que afasta do
estabelecimento comercial proprietário da mencionada área o dever de indenizar.
Logo, a incidência do disposto na Súmula 130 do STJ não alcança as hipóteses de crime de roubo a
cliente de lanchonete praticado mediante grave ameaça e com emprego de arma de fogo, ocorrido
no estacionamento externo e gratuito oferecido pelo estabelecimento comercial.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.431.606-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas
Bôas Cueva, julgado em 15/08/2017 (Info 613).

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

CURADOR ESPECIAL
Curador especial pode apresentar reconvenção

Importante!!!
O curador especial tem legitimidade para propor reconvenção em favor do réu cujos
interesses está defendendo.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.088.068-MG, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 29/08/2017 (Info 613).

RECURSOS
Se a decisão proferida pelo juiz induzir a parte a interpor o recurso errado, deve-se reconhecer
que houve dúvida objetiva, que justifica o princípio da fungibilidade

O conceito de "dúvida objetiva", para a aplicação do princípio da fungibilidade recursal, pode


ser relativizado, excepcionalmente, quando o equívoco na interposição do recurso cabível
decorrer da prática de ato do próprio órgão julgador.
STJ. 2ª Seção. EAREsp 230.380-RN, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 13/09/2017
(Info 613).

Informativo 613-STJ (08/11/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3


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EXECUÇÃO
Penhora de valores depositados em conta bancária conjunta

Importante!!!
Se forem penhorados valores que estão depositados em conta-corrente conjunta solidária, o
cotitular da conta, que não tenha relação com a penhora, pode tentar provar que a totalidade
do dinheiro objeto da constrição pertencia a ele.
Se conseguir fazer isso, o numerário será integralmente liberado.
Se não conseguir, presume-se que os valores constantes da conta pertencem em partes iguais aos
correntistas, de forma que se mantém penhorada apenas a parte do cotitular que tenha relação
com a penhora (cotitular devedor/executado).
Ex: João ingressou com execução contra Luciana. Foram penhorados R$ 100 mil da conta
conjunta solidária. Pedro, marido de Luciana, apresentou embargos de terceiro afirmando
que os valores penhorados pertenciam exclusivamente a ele. Se ele tivesse conseguido provar
isso, teria todo o dinheiro liberado. Como não conseguiu fazer essa prova, o juiz deverá
considerar que apenas metade da quantia pertence a ele, liberando R$ 50 mil.
Assim, em se tratando de conta-corrente conjunta solidária, na ausência de comprovação dos
valores que integram o patrimônio de cada um, presume-se a divisão do saldo em partes
iguais, de forma que os atos praticados por quaisquer dos titulares em suas relações com
terceiros não afetam os demais correntistas.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.510.310-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 03/10/2017 (Info 613).
STJ. 4ª Turma. REsp 1.184.584-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/4/2014 (Info 539).

DIREITO PENAL

CRIMES NO ECA
Se a infração penal envolveu dois adolescentes, o réu deverá ser condenado
por dois crimes de corrupção de menores (art. 244-B do ECA)

Importante!!!
A prática de crimes em concurso com dois adolescentes dá ensejo à condenação por dois
crimes de corrupção de menores.
Ex: João (20 anos de idade), em conjunto com Maikon (16 anos) e Dheyversson (15 anos),
praticaram um roubo. João deverá ser condenado por um crime de roubo qualificado e por
dois crimes de corrupção de menores, em concurso formal (art. 70, 1ª parte, do CP).
STJ. 6ª Turma. REsp 1.680.114-GO, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 10/10/2017 (Info 613).

CRIME AMBIENTAL
Art. 56 da Lei 9.605/98 é crime de perigo abstrato e dispensa prova pericial

O crime previsto no art. 56, caput, da Lei nº 9.605/98 é de perigo abstrato, sendo dispensável
a produção de prova pericial para atestar a nocividade ou a periculosidade dos produtos
transportados, bastando que estes estejam elencados na Resolução nº 420/2004 da ANTT.

Informativo 613-STJ (08/11/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 4


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Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer,


transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica,
perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências
estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.439.150-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 05/10/2017 (Info 613).

DIREITO PROCESSUAL PENAL

REMIÇÃO
É possível a remição pela participação em coral musical

Importante!!!
O reeducando tem direito à remição de sua pena pela atividade musical realizada em coral.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.666.637-ES, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/09/2017 (Info 613).

DIREITO TRIBUTÁRIO

PIS/PASEP E COFINS
Lei 10.865/2004 autorizou que decreto reduzisse ou restabelecesse as alíquotas
do PIS/PASEP e COFINS, de forma que o Decreto nº 8.426/2015 é válido

O Decreto nº 8.426/2015, que restabeleceu as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e


da COFINS incidentes sobre receitas financeiras, conforme limites previstos no art. 27, § 2º, da
Lei nº 10.865/2004, não ofende o princípio da legalidade.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.586.950-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. Acd. Min. Gurgel de Faria,
julgado em 19/09/2017 (Info 613).

Informativo 613-STJ (08/11/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 5

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