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Jordan B. Peterson - 12 Regras Para A Vida.

Um Antídoto Para O Caos


lado em prol da segurança. Em resumo: terá de trabalhar. E será difícil.
Espero que você goste de espinhos e ervas daninhas, pois serão abundantes.”
E, então, Deus expulsa o primeiro homem e a primeira mulher do Paraíso,
para fora da infância, do inconsciente animal, em direção aos horrores da
história em si. Depois, Ele coloca um querubim e uma espada flamejante no
portão do Éden, apenas para impedi-los de comer o Fruto da Árvore da Vida.
Isso, em particular, parece ser um pouco maldoso. Por que não tornar os
pobres humanos imortais de uma vez? Especialmente se esse é seu plano para
o futuro final, de qualquer maneira, como a história mostra. Mas quem
ousaria questionar Deus?
Talvez o Paraíso seja algo que devemos construir e a imortalidade, merecer.
Assim, voltamos à nossa pergunta inicial: o que será que faz as pessoas
preferirem seus animais de estimação a si mesmas? Agora você tem a
resposta, derivada de um dos textos fundamentais da humanidade. Por que
alguém deveria cuidar de alguém tão indefeso, feio, envergonhado, assustado,
sem valor, covarde, rancoroso, defensivo e acusador quanto um descendente
de Adão? Mesmo que esse alguém, esse ser, seja ele mesmo? E de forma
alguma pretendo excluir as mulheres dessa colocação.
Todas as razões que já debatemos até aqui sobre reprovar a humanidade são
aplicáveis aos outros, assim como a si mesmo. São generalizações sobre a
natureza humana; nada mais específico. Mas você sabe muito mais sobre
você mesmo. Você é mau o suficiente, como as outras pessoas o conhecem.
Mas somente você sabe a total extensão de suas transgressões, insuficiências
e inadequações secretas. Ninguém sabe mais do que você sobre todas as
formas como sua mente e seu corpo são falhos. Ninguém tem mais razão para
desprezá-lo, para vê-lo como patético — e ao negar algo que possa fazer bem
a si mesmo, você pode se autopunir por todas as suas falhas. Um cão,
inofensivo, inocente e inconsciente, é, claramente, mais merecedor.
Mas se você ainda não está convencido, vamos considerar outra questão
vital. Ordem, caos, vida, morte, pecado, visão, trabalho e sofrimento: isso não
é suficiente para o autor do Gênesis nem para a própria humanidade. A
história continua com toda sua catástrofe e tragédia, e as pessoas envolvidas
(ou seja, nós) devem lutar com mais um despertar doloroso. A seguir, somos
condenados a contemplar a própria moralidade.
BEM E MAL
Quando seus olhos foram abertos, Adão e Eva perceberam mais do que
apenas sua nudez e a necessidade de laborar. Também passaram a conhecer o
Bem e o Mal. (A serpente disse, em referência ao fruto: “Pois Deus sabe que
no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e sereis como deuses,
conhecedores do bem e do mal.”) O que isso poderia significar?
O que poderia ter sobrado para ser explorado e relatado após o vasto
percurso já coberto? Bem, o simples contexto indica que deve ter algo a ver
com jardins, serpentes, desobediência, fruta, sexualidade e nudez. Foi o
último item — nudez — que finalmente me deu uma pista. Levou anos.
Os cães são predadores. Assim como os gatos. Eles matam e comem. Não é
bonito. Mas mesmo assim os aceitamos como animais de estimação e
cuidamos deles, dando sua medicação quando estão doentes. Por quê? Eles
são predadores, mas é apenas sua natureza. Não podem ser responsabilizados
por isso. Eles estão com fome, não são maus. Não têm a presença de espírito
e a criatividade — e, acima de tudo, a autoconsciência — necessárias para a
engenhosa crueldade do homem.
Por que não? É simples. Diferente de nós, os predadores não compreendem
sua fraqueza e vulnerabilidade fundamentais de sua subjugação à dor e à
morte. Mas sabemos exatamente como e onde podemos ser feridos, e porquê.
Essa é uma boa definição de autoconsciência. Somos conscientes de nosso
próprio desamparo, finitude e mortalidade. Podemos sentir dor, repulsa
própria, vergonha e horror — e sabemos disso. Sabemos o que nos faz sofrer.
Sabemos como o terror e a dor podem ser infligidos a nós — e isso quer dizer
que sabemos exatamente como infligi-los aos outros. Sabemos como estamos
nus e como essa nudez pode ser explorada — e isso quer dizer que sabemos
como os outros estão nus e como podem ser explorados.
Podemos aterrorizar as outras pessoas conscientemente. Podemos machucar
e humilhá-las por erros que nos são muito familiares. Podemos torturá-las —
literalmente — vagarosa, hábil e terrivelmente. Isso é muito mais do que
predação. É uma mudança qualitativa na compreensão. É um cataclismo tão
grande quanto o desenvolvimento da própria autoconsciência. É a entrada do
conhecimento do Bem e do Mal no mundo. É a segunda fratura ainda não
curada da estrutura da Existência. É a transformação do próprio Ser em um

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