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1) O documento discute a expulsão de Adão e Eva do Paraíso por Deus após comerem o fruto proibido.
2) Explica que os humanos precisam construir seu próprio paraíso e merecer a imortalidade.
3) Ao adquirirem conhecimento do bem e do mal, Adão e Eva passaram a compreender melhor sua nudez, vulnerabilidades e capacidade de causar dor nos outros.
1) O documento discute a expulsão de Adão e Eva do Paraíso por Deus após comerem o fruto proibido.
2) Explica que os humanos precisam construir seu próprio paraíso e merecer a imortalidade.
3) Ao adquirirem conhecimento do bem e do mal, Adão e Eva passaram a compreender melhor sua nudez, vulnerabilidades e capacidade de causar dor nos outros.
1) O documento discute a expulsão de Adão e Eva do Paraíso por Deus após comerem o fruto proibido.
2) Explica que os humanos precisam construir seu próprio paraíso e merecer a imortalidade.
3) Ao adquirirem conhecimento do bem e do mal, Adão e Eva passaram a compreender melhor sua nudez, vulnerabilidades e capacidade de causar dor nos outros.
lado em prol da segurança. Em resumo: terá de trabalhar. E será difícil. Espero que você goste de espinhos e ervas daninhas, pois serão abundantes.” E, então, Deus expulsa o primeiro homem e a primeira mulher do Paraíso, para fora da infância, do inconsciente animal, em direção aos horrores da história em si. Depois, Ele coloca um querubim e uma espada flamejante no portão do Éden, apenas para impedi-los de comer o Fruto da Árvore da Vida. Isso, em particular, parece ser um pouco maldoso. Por que não tornar os pobres humanos imortais de uma vez? Especialmente se esse é seu plano para o futuro final, de qualquer maneira, como a história mostra. Mas quem ousaria questionar Deus? Talvez o Paraíso seja algo que devemos construir e a imortalidade, merecer. Assim, voltamos à nossa pergunta inicial: o que será que faz as pessoas preferirem seus animais de estimação a si mesmas? Agora você tem a resposta, derivada de um dos textos fundamentais da humanidade. Por que alguém deveria cuidar de alguém tão indefeso, feio, envergonhado, assustado, sem valor, covarde, rancoroso, defensivo e acusador quanto um descendente de Adão? Mesmo que esse alguém, esse ser, seja ele mesmo? E de forma alguma pretendo excluir as mulheres dessa colocação. Todas as razões que já debatemos até aqui sobre reprovar a humanidade são aplicáveis aos outros, assim como a si mesmo. São generalizações sobre a natureza humana; nada mais específico. Mas você sabe muito mais sobre você mesmo. Você é mau o suficiente, como as outras pessoas o conhecem. Mas somente você sabe a total extensão de suas transgressões, insuficiências e inadequações secretas. Ninguém sabe mais do que você sobre todas as formas como sua mente e seu corpo são falhos. Ninguém tem mais razão para desprezá-lo, para vê-lo como patético — e ao negar algo que possa fazer bem a si mesmo, você pode se autopunir por todas as suas falhas. Um cão, inofensivo, inocente e inconsciente, é, claramente, mais merecedor. Mas se você ainda não está convencido, vamos considerar outra questão vital. Ordem, caos, vida, morte, pecado, visão, trabalho e sofrimento: isso não é suficiente para o autor do Gênesis nem para a própria humanidade. A história continua com toda sua catástrofe e tragédia, e as pessoas envolvidas (ou seja, nós) devem lutar com mais um despertar doloroso. A seguir, somos condenados a contemplar a própria moralidade. BEM E MAL Quando seus olhos foram abertos, Adão e Eva perceberam mais do que apenas sua nudez e a necessidade de laborar. Também passaram a conhecer o Bem e o Mal. (A serpente disse, em referência ao fruto: “Pois Deus sabe que no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal.”) O que isso poderia significar? O que poderia ter sobrado para ser explorado e relatado após o vasto percurso já coberto? Bem, o simples contexto indica que deve ter algo a ver com jardins, serpentes, desobediência, fruta, sexualidade e nudez. Foi o último item — nudez — que finalmente me deu uma pista. Levou anos. Os cães são predadores. Assim como os gatos. Eles matam e comem. Não é bonito. Mas mesmo assim os aceitamos como animais de estimação e cuidamos deles, dando sua medicação quando estão doentes. Por quê? Eles são predadores, mas é apenas sua natureza. Não podem ser responsabilizados por isso. Eles estão com fome, não são maus. Não têm a presença de espírito e a criatividade — e, acima de tudo, a autoconsciência — necessárias para a engenhosa crueldade do homem. Por que não? É simples. Diferente de nós, os predadores não compreendem sua fraqueza e vulnerabilidade fundamentais de sua subjugação à dor e à morte. Mas sabemos exatamente como e onde podemos ser feridos, e porquê. Essa é uma boa definição de autoconsciência. Somos conscientes de nosso próprio desamparo, finitude e mortalidade. Podemos sentir dor, repulsa própria, vergonha e horror — e sabemos disso. Sabemos o que nos faz sofrer. Sabemos como o terror e a dor podem ser infligidos a nós — e isso quer dizer que sabemos exatamente como infligi-los aos outros. Sabemos como estamos nus e como essa nudez pode ser explorada — e isso quer dizer que sabemos como os outros estão nus e como podem ser explorados. Podemos aterrorizar as outras pessoas conscientemente. Podemos machucar e humilhá-las por erros que nos são muito familiares. Podemos torturá-las — literalmente — vagarosa, hábil e terrivelmente. Isso é muito mais do que predação. É uma mudança qualitativa na compreensão. É um cataclismo tão grande quanto o desenvolvimento da própria autoconsciência. É a entrada do conhecimento do Bem e do Mal no mundo. É a segunda fratura ainda não curada da estrutura da Existência. É a transformação do próprio Ser em um