Vous êtes sur la page 1sur 10

Módulo 5 Gestão de

Sandra Garcia Lima um projeto


Roberta Rosa S. Gomes
Introdução
É seguro dizer que, neste módulo de Execução do projeto, tudo o que foi dito nos
módulos anteriores foi bem apreendido pelos alunos através dos vídeos, atividades,
materiais de apoio e todas as dicas e dúvidas que foram sanadas pelos tutores.

Pode-se afirmar também que, neste momento do curso, já é possível ter em mente
um projeto elaborado que agora precisa ser executado. Foi possível, no Módulo 1,
conhecer de forma mais profunda a lei 13.019, também conhecida como MROSC;
no Módulo 2, foi possível conhecer novas fontes de financiamento e adquirir
informações ainda mais relevantes sobre aquelas já conhecidas. No Módulo 3,
aprendemos de forma prática como fazer com que a nossa boa ideia se transforme
em algo real; no Módulo 4, em como transformar esta boa ideia em um projeto a
ser executado.

O Módulo 5 será tratado de forma a pensarmos que a sua ideia foi bem
desenvolvida, o projeto foi bem escrito, de acordo com todas as orientações
dadas, foi adquirido recurso para colocá-lo em prática e agora precisaremos
executá-lo dentro de todas as normas e regulamentos previstos na lei 13.019.Por
isso, trabalharemos com exemplos de um projeto executado com recurso público,
tendo em vista que a sua instituição está com toda a documentação em dia e você
foi capaz de conseguir atender a todos os critérios referentes à documentação
para participar deste chamamento público – e, com o seu ótimo projeto, você foi
contemplado com este convênio.
Semana IX

Em módulo específico deste curso, já transmitimos


conhecimento sobre o Marco Regulatório do Terceiro
Setor, lei 13.019/14, termos de parceira, fomento e
colaboração, onde a lei reconhece de forma inovadora
essas duas dimensões legítimas de relacionamento entre as or-
ganizações e o poder público.
Por meio da lei, também são instituídos novos princípios e regras
para a celebração de parcerias, tais como a exigência de chama-
mento público obrigatório, três anos de existência e experiência
prévia das entidades, exigência de ficha limpa tanto para as or-
ganizações quanto para os seus dirigentes. Ela passa a regular
também a atuação em rede das entidades para a execução de
iniciativas agregadoras, as despesas com as equipes contratadas
para execução dos projetos, as despesas administrativas deriva-
das dos projetos e a estabelecer prazos e regras claras para en-
trega e análise das prestações de contas.
A norma prevê, ainda, regras mais claras no planejamento prévio
dos órgãos públicos na seleção das entidades, na aplicação dos
recursos durante a execução e monitoramento e avaliação do
cumprimento do objeto da parceria. Também apresenta melho-
rias no sistema de prestação de contas dos projetos, diferencian-
do por volume de recursos e provendo os alicerces necessários
para que se faça também o controle de resultados.

Apenas para relembrar, vejamos, resumidamente, as características de um projeto:

•• Tem prazo definido de começo e fim, ou seja, é temporário;


•• Deve ser planejado, executado e controlado;
•• Entrega produtos, serviços ou resultados exclusivos;
•• É desenvolvido por etapas e tem evolução progressiva;
•• Envolve uma equipe de profissionais;
•• Possui recursos limitados.

3
Semana IX

O ciclo de vida de um projeto pode ser observado nas seguintes fases:

•• Iniciação (ideias/conceitos) – avaliar a ideia e analisar os riscos, custos, requi-


sitos iniciais;

•• Planejamento (elaboração do projeto) – organizar atividades, recursos, docu-


mentos necessários;

•• Execução (gestão e implementação) – desenvolver o produto/serviço até que


ele esteja pronto;

•• Monitoramento e Controle;
•• Encerramento/Finalização – transferência e avaliação dos resultados, re-alo-
cação dos recursos.

Os conhecimento sobre Iniciação (ideias) e Planejamento (elaboração do projeto)


também já foram transmitidos. Neste módulo, vamos falar sobre execução dos pro-
jetos, monitoramento e avaliação de resultados e seus respectivos procedimentos.

A ideia de trabalharmos aqui com exemplos pautados em uma execução realizada


com recursos públicos é proposital, para que possamos apresentar de forma prática
este modelo que consideramos extremamente importante e entendido por alguns
como altamente complexo. Contudo, vocês perceberão, ao longo do desenvolvimen-
to da execução, que esta não deve ser a única fonte de recurso dentro de um projeto e
que, ao mesmo tempo, conseguindo adequar-se e familiariza-se com este modelo de
execução, será possível gerir recursos captados em qualquer esfera, seja ela pública
ou privada, dentro da realidade de qualquer OSC, esteja ela no âmbito da saúde, da
educação ou da assistência.

Descrição e Submissão
do projeto
Vamos imaginar que, no Módulo 4, você fosse uma OSC e possuísse um espaço
que desenvolvesse, com o apoio de voluntários e da comunidade local, reforço es-
colar no contraturno de crianças e adolescentes de uma localidade na zona oeste do
Rio de Janeiro, conhecida pelo seu baixo índice de desenvolvimento social.

O seu trabalho enquanto OSC é muito importante para esta comunidade e reco-
nhecido por prestar um serviço de excelência; por isso, foi cedido à sua instituição

4
Semana IX

um ótimo terreno que fica bem próximo, para que seja ampliado o projeto atual ou
desenvolvido um novo projeto para crianças.

Com essa oportunidade e com a sua observação e conhecimento do local, você


identificou a necessidade e a possibilidade de construir uma creche que funcionará
em tempo integral para atender crianças de 4 meses a 4 anos de idade, dando às
suas mães a oportunidade de terem um local seguro para deixarem seus filhos en-
quanto elas trabalham, assim como às crianças a oportunidade de terem espaço de
desenvolvimento infantil adequado.

A partir dessa ideia, você saiu em busca de recurso para construir essa creche e
conseguiu. Você não só conseguiu o recurso, como conseguiu também que uma em-
presa do ramo da construção civil, que possui uma grande fábrica próximo à sua co-
munidade e que emprega muitas pessoas do local, fizesse para você, cedendo mão
de obra própria e profissionais altamente capacitados, um projeto para a obra da sua
creche, desde o desenho da planta até a compra de parte dos equipamentos e mo-
biliários necessários. Esse empresário alocou uma equipe especial para a construção
da sua creche e, junto com ele, realizou pesquisas e visitas a outras creches, que fo-
ram utilizadas como padrão. Contudo, a participação desta empresa se encerraria ao
final deste processo, e você precisaria preparar-se para uma nova etapa de captação
de recursos focado na execução do serviço prestado.

Como a construção de uma creche nesta localidade era uma ideia muito antiga
sua, você já possuía um projeto que fora escrito com este objetivo e havia sido ela-
borado nos moldes de um bom projeto, com a ajuda de colaboradores experientes
nesta área, e assim você saiu novamente em busca de um novo parceiro capaz de
colaborar com a execução do seu projeto.

A creche estava sendo construída nos padrões idealizados pelo seu projeto, visan-
do ao atendimento de 200 crianças divididas em turmas de berçários e maternais e
pré-escola. Para isso, foi construído um berçário com solário, lactário e espaço para
estimulação para atender bebês de 4 meses a 1 ano, dois berçários para atender be-
bês de 1 ano a 2 anos e mais seis salas para atender as crianças maiores. No pátio ex-
terno foi construído um espaço para atividades, espaço para horta, parquinho de re-
creação com tanque de areia, balanços, escorregas, casinha e chuveirão. Além disso,
foi construída uma sala multiuso, cozinha industrial, depósito de verduras e legumes
climatizado e refeitório. A área administrativa conta com cinco salas: diretoria, coor-
denação pedagógica, serviço social, nutrição e secretaria. Foram adquiridos também
computadores, impressoras, aparelhos de ar condicionado, ventiladores de teto, ven-
tiladores de coluna, aparelhos de TV, aparelho de DVD, aparelho de som, geladeira,
freezer, fogão industrial, forno industrial, estantes de cozinha, armários de cozinha,

5
Semana IX

cadeiras de refeitório para crianças e adultos, bebedouros, cadeiras e mesas de es-


critório, arquivos, estantes, armários, gaveteiros, estantes para sala de aula, cadeiras
e mesas infantis para sala de aula, brinquedos para parquinho, brinquedos pedagó-
gicos, brinquedos para uso diário no pátio, livros e DVDs infantis. A maioria dos itens
citados foi doada pela empresa de construção civil que realizou a obra, outros foram
doados por amigos próximos.

Sendo assim, você aproveitou a participação desta empresa e pediu a colabora-


ção, também voluntária, do advogado e do contador presentes no quadro de fun-
cionários deles para ajudá-lo a organizar os seus documentos, pois você não podia
perder a chance de participar de um chamamento público e conseguir este recurso.

Feito isto, a sua obra ficou pronta no tempo previsto e, logo em seguida, você foi
contemplado com o recurso.

Celebração do
Instrumento
A celebração dos convênios somente se dará após o preenchimento dos requi-
sitos e exigências legais, a formalização do termo de convênio e, por fim, a publici-
dade dos atos.

Nesta fase, você precisa ter atenção a alguns requisitos básicos, tais como assi-
natura das partes, extrato de publicação do instrumento em imprensa oficial, entre
outros, considerando, inclusive, que os recursos públicos captados demandam uma
atenção especial à legislação em vigor. Veja, a seguir, alguns pontos relevantes.

1. Quais são as cláusulas essenciais dos instrumen-


tos da parceria?
As parcerias serão formalizadas mediante a celebração de termo de cola-
boração, de termo de fomento ou de acordo de cooperação, conforme o
caso, que deverá possuir a descrição do objeto pactuado, o valor total do
repasse e o cronograma de desembolso, as obrigações das partes, a vigên-
cia e as hipóteses de prorrogação, além de outras disposições. Assim como
o plano de trabalho, o conteúdo dos termos ou acordo constitui elemento
importante na gestão das parcerias.

6
Semana IX

2. Quais são os pormenores da movimentação e


aplicação financeira dos recursos?
Os recursos recebidos em virtude da parceria serão depositados em con-
ta corrente específica, isenta de tarifa bancária, na instituição financeira
pública determinada pela administração pública. Neste sentido, os rendi-
mentos de ativos financeiros serão aplicados no objeto da parceria, estan-
do sujeito às mesmas condições de prestação de contas exigidas para os
recursos transferidos. Ademais, toda movimentação de recursos no âmbito
da parceria será realizada mediante transferência eletrônica sujeita a iden-
tificação do beneficiário final e a obrigatoriedade de depósito em sua conta
bancária. O decreto 8.726/2016 regulamentou a possibilidade de realiza-
ção de pagamentos em espécie, após saque à conta bancária específica da
parceria, na hipótese de impossibilidade de pagamento mediante transfe-
rência eletrônica, devidamente justificada pela organização da sociedade
civil no plano de trabalho. Neste caso, também deve ser feito o registro do
beneficiário final (quem recebe o recurso) no sistema, e o limite individual
é de R$1.800,00 por beneficiário, considerando toda a duração da parceria.

3. Quais são as regras de transparência que de-


vem ser adotadas pelas organizações da socie-
dade civil?
A organização da sociedade civil deverá divulgar na internet e em locais
visíveis de suas sedes sociais e dos estabelecimentos em que exerça suas
ações todas as parcerias celebradas com a administração pública. Estas
informações devem contemplar, por exemplo, a data de assinatura e iden-
tificação do instrumento de parceria e do órgão da administração pública
responsável, a descrição do objeto da parceria e a situação da prestação de
contas da parceria. Estas regras de transparência ativa são muito importan-
tes para que a sociedade possa confiar cada vez mais no trabalho desem-
penhado pelas OSCs. A OSC pode também inserir dados complementares
na página da organização no Mapa das Organizações da Sociedade Civil
- https://mapaosc.ipea.gov.br/

7
Semana IX

E agora, como executar?


A execução de projetos está associada à capacidade de coordenação sobre os re-
cursos de um projeto (recursos técnicos, materiais, humanos e financeiros), no senti-
do de direcioná-los ao cumprimento das Metas e Objetivos do projeto.

Saber de antemão o que deve ser feito, quando deve ser feito, quem fará e quanto
custará é necessário para que se possa medir e avaliar o andamento de um projeto
e auxiliar o gestor na coordenação dos recursos. Sem saber o que deveria ocorrer,
quando e onde, não é possível dizer se há algo errado ou não com o andamento do
projeto. Não é possível avaliar nem aprender com os erros, pois, se não há uma refe-
rência, torna-se impossível comparar o previsto com o realizado.

Organizar o projeto em etapas, fases e ações contribui para se detalhar as ativi-


dades e permite ordená-las, priorizá-las e inter-relacioná-las. É preciso definir o que
deve ser feito e, ao mesmo tempo, o que precisa ser concluído em determinado prazo,
o que precisa de prazos legais ou técnicos para ser concluído, bem como o que não
deve ser iniciado antes da conclusão de determinada fase, e assim por diante.

Na execução do projeto, além de colocar em prática o que foi planejado ou fazer


com que o projeto idealizado se torne realidade, faz-se necessário:

•• Alocar os recursos: fazer as negociações internas e contratações, programar


detalhadamente a utilização dos recursos, mobilizar a logística (a forma como
eles serão agregados ao projeto, ou seja, as atividades necessárias para que
eles estejam disponíveis na hora, local e forma adequados), acompanhar sua
utilização e registrar as informações necessárias para o adequado controle;

•• Supervisionar a aplicação dos recursos, através da designação de tarefas, de


orientação técnica de seu uso e da supervisão logística;

•• Coordenar a realização das atividades, integrando pessoas e equipes;


•• Gerenciar a qualidade, estabelecendo normas e padrões, pontos de controle
e medição (momentos e formas nos quais é feito o acompanhamento e o re-
gistro dos dados definidos para acompanhamento) e a metodologia para so-
lução de problemas (formas pelas quais se espera que as dificuldades sejam
solucionadas).

Neste momento, você precisará ser eficiente no processo de contratação dos seus
funcionários, tendo em vista que o seu convênio é de 12 meses e você tem apenas
2 meses até o início das aulas. Para o funcionamento da creche, será fundamental

8
Semana IX

que você, como diretor do espaço, realize de forma imediata a contratação de uma
coordenadora pedagógica, para elaborar um Plano Pedagógico Anual; de uma nu-
tricionista, para elaboração de cardápio adequado a todas as idades; de um auxiliar
administrativo, para a organização dos documentos, encomenda de insumos e pro-
cesso de matrículas; de um assistente social, para realizar o acompanhamento diário
das famílias e das crianças que serão matriculadas, além de colaborar com a peda-
goga na elaboração do calendário anual de atividades e na análise de documentos
no período de matrículas. Com esses funcionários, já é possível elaborar o Calendário
Anual de Atividades a ser executado.

Segue, como exemplo, o cardápio alimentar utilizado pelos Espaços de Educação


Infantil da Rede Pública Municipal do Estado do Rio de Janeiro.

http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/ 10112/7933781/4214008/PlanoAlimentar
demaioasetembro.pdf

Tendo esta equipe contratada, será iniciado também o processo de contratação


dos demais funcionários necessários para compor a equipe, tais como:

Professoras Auxiliares de Serviços Gerais

Recreadoras Vigia noturno

Merendeiras Motorista

Auxiliares de Cozinha Nutricionista

Oficiais de Serviços Gerais Empresa de Contabilidade

É preciso estar atento às normas de contratação previstas no edital, de acordo


com as categorias, com os salários-base e com as provisões que devem ser realiza-
das para o décimo terceiro salário, as férias e possíveis demissões a serem realizadas
ao longo do processo.

É sabido que o maior impacto para um projeto deste porte está submetido à folha
de pagamento do seu quadro de funcionários e que existem muitos projetos que não
dispõem de recursos suficientes para suprir esta necessidade por longo prazo, aca-
bando por colocar em risco a sua continuidade. O caso apresentado faz referência à
disponibilidade de recursos já destinados para este fim; contudo, esta não é a reali-
dade atual da maioria das OSCs.

Em inúmeras OSCs, por escassez de recursos, é comum que o diretor do espaço


assuma outras diversas funções: captador de recursos, fisioterapeuta, contador, au-
xiliar administrativo, entre outras. Esta não é uma postura que mereça críticas im-
perativas. Contudo, este tipo de atuação pode comprometer o desempenho da sua

9
Semana IX

organização, não por falta de competência, porque sabe-se também que muitos ges-
tores são altamente comprometidos com as suas atividades, mas sim por desconhe-
cimento de informações técnicas pertinentes a cada área .

Segue, como exemplo, um calendário básico de atividades que deve ser disponi-
bilizado para toda a equipe envolvida e também para os responsáveis. O calendário
deve ser desenvolvido de acordo com o Plano Pedagógico anual da creche.

Na próxima parte do nosso material, veremos mais detalhes acerca da Execução


e Avaliação do projeto.

10

Vous aimerez peut-être aussi