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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ

COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA - FORO CENTRAL DE CURITIBA


1ª VARA CÍVEL DE CURITIBA - PROJUDI
Rua Cândido de Abreu, 535 - Centro Cívico - Curitiba/PR

Autos nº. 0022346-91.2018.8.16.0001

Processo: 0022346-91.2018.8.16.0001
Classe Processual: Usucapião
Assunto Principal: Usucapião Extraordinária
Valor da Causa: R$50.000,00
Autor(s): APARECIDA ZANONI DA SILVA
JOSÉ FLORIANO DA SILVA
Réu(s): Réu desconhecido

1. Acolho o petitório e documentos de seq. 12.1/12.4 como emenda à inicial.

2. Considerando os documentos de seq. 12.2/12.3, defiro aos autores os


benefícios da assistência judiciária, nos termos da Lei nº 1.060/50 e do art. 98 do CPC/2015.
Anote-se junto ao sistema eletrônico.

3. Inicialmente, há que se ponderar que conforme a nova dicção da legislação


processual civil (Lei nº 13.105/2015) não há mais procedimento especial de ação de usucapião,
devendo prosseguir pelo rito comum.

Nos termos do art. 334 do CPC/2015, o próximo passo da marcha processual


seria a designação de data para a realização de audiência de conciliação ou de mediação, a não ser
que ambas as partes manifestassem desinteresse pelo ato (§ 4º, inciso I).

No entanto, considerando os princípios fundamentais que regem o direito


processual civil (art. 1º e art. 8º, CPC/2015), especialmente aqueles enfatizados pelo legislador no
novo CPC, cabe ao magistrado verificar a conveniência da realização dessa audiência.

Não há que se olvidar que o art. 4º do CPC/2015 determina que “as partes têm
o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa ”.

Deste modo, a fim de se alcançar a duração razoável do processo e a sua


efetividade, a nova legislação processual permite a flexibilização procedimental (art. 139, inciso V),
sendo certo que a doutrina moderna defende a possibilidade de adequação do procedimento por
intermédio de técnicas que vão além da simples alteração de prazos e/ou modificação da ordem de
produção de provas (art. 139, inciso VI), na medida em que o próprio CPC/2015 permite uma
flexibilização mais ampla, como se infere do teor do art. 373, § 1º, por exemplo.

Por conseguinte, observando-se que é possível determinar a realização do ato


conciliatório a qualquer momento (art. 139, inciso V, CPC/2015), além do fato de que as partes
podem compor extrajudicialmente, a postergação da audiência de conciliação ou de mediação não
acarretará nulidade, já que não se denota qualquer prejuízo às partes (art. 282, § 1º e art. 283,
parágrafo único, ambos do CPC/2015), cabendo exaltar que os autores já exararam desinteresse
(seq. 12.1).

Ante o exposto, deixo de designar audiência nesse momento processual, sem


prejuízo de posterior designação.

3.1. Cite-se a parte ré, por edital, conforme requerido à seq. 1.1, para,
querendo, responder à demanda, no prazo de 15 (quinze) dias (art. 335 do CPC/2015), observada a
regra do art. 231 do CPC/2015, advertindo-se que a falta de contestação implicará a presunção de
veracidade das alegações de fato afirmados na inicial (arts. 344 do CPC/2015). Prazo do edital: 60
(sessenta) dias (art. 257, inciso III, CPC/2015).

Pondera-se que, nos termos da nova legislação processual civil, a simples


afirmação da parte autora informando a presença das circunstâncias autorizadoras é suficiente para
o deferimento da citação por edital, nos termos do art. 257, inciso I do CPC/2015.

A respeito, veja-se o recente julgado:

APELAÇÃO CÍVEL. USUCAPIÃO. AÇÃO EXTINTA. HERDEIROS DA PARTE RÉ EM LOCAL


INCERTO E/OU NÃO SABIDO PELO AUTOR. ARTIGO 256, § 3º, DO NOVO CPC.
INCUMBÊNCIA DO JUIZ DILIGENCIAR JUNTO AO AUTOR PELO PARADEIRO DO RÉU.
REQUERIMENTO DE CITAÇÃO POR EDITAL. POSSIBILIDADE. I - Prestigiando o princípio da
cooperação, a novel legislação processual civil impôs ao juiz a incumbência de
diligenciar junto à parte autora pela descoberta do paradeiro do citando (artigo 256, §
3º). II - O artigo 257 do Novo CPC exige, como requisito para a citação editalícia, a
declaração da parte autora de que o réu encontra-se em lugar incerto, o que vem
corroborado pelo artigo 258, que penaliza aquele que requereu dolosamente a citação
por edital. Daí conclui-se que basta mera declaração da presença dos requisitos dos arts.
256 e 257 do Novo CPC, a qual fica sujeita à comprovação, pela parte interessada, de
que eivada de dolo. APELAÇÃO CONHECIDA E PROVIDA. SENTENÇA CASSADA (TJGO – AC
02437928320148090137. 6ª Câmara Cível. Rel. Norival Santome. J. 31/05/2016). (grifei)

Outrossim, não há que se olvidar que a parte que requerer a citação por edital
com alegação dolosa das circunstâncias autorizadoras incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o
salário mínimo, que seja revertida em favor do citando, conforme dicção do art. 258 do
CPC/2015.

4. Nos termos do art. 259, inciso I do CPC/2015, publique-se edital para


cientificação de eventuais interessados, os quais, querendo, poderão intervir no feito.

4.1. Diante da ciência quanto à falta de criação de plataforma de editais do


Conselho Nacional de Justiça, o que, inclusive, foi objeto de informação pela Corregedoria-Geral de
Justiça (em anexo), a publicação restringir-se-á à publicação no Diário de Justiça.

4.2. Citem-se os confinantes pessoalmente, por carta com ARMP, conforme


dicção do art. 246, § 3º do CPC/2015, observando-se a qualificação feita à exordial.

4.2.1. Quanto ao imóvel confrontante dos fundos, nº 1426, expeça-se


mandado de constatação, devendo o Sr. Oficial de Justiça certificar a situação em que se encontra a
residência (ocupada ou não), bem como, se for o caso, certificar a que título o ocupante reside no
imóvel, procedendo a citação deste na mesma oportunidade.

5. Intimem-se as Fazendas Públicas da União, Estado e Município para que, no


prazo de 15 (quinze) dias, manifestem-se eventual interesse na causa.

Isso porque, em que pese o CPC/2015 não traga o correspondente legal ao art.
943 do CPC/73, compartilho do mesmo entendimento do jurista LUIZ GUILHERME MARINONI [1]:

“O CPC de 2015 não prevê mais a necessidade de intimação, no processo de usucapião,


das Fazendas Públicas, para que manifestem eventual interesse na causa. Todavia, por
analogia ao procedimento extrajudicial previsto para usucapião (art. 216-A, § 3º, da Lei
6.015/73), é evidente esta necessidade. De fato, nada justificaria que essa comunicação
fosse obrigatória no procedimento extrajudicial, mas não no judicial. Logo, deve-se
cientificar a União, o Estado e o Município da pretensão de usucapião oferecida, de modo
que esses entes possam manifestar seu interesse na causa no prazo de quinze dias.
Recorde-se, com efeito, que os bens públicos não são passíveis de usucapião, o que
redobra a importância dessa comunicação”.

Veja-se que, no mesmo sentido, é o teor do Enunciado 25 do Fórum


Permanente de Processualistas Civis:

“Enunciado 25. A inexistência de procedimento judicial especial para a ação de


usucapião e de regulamentação da usucapião extrajudicial não implica vedação da ação,
que remanesce no sistema legal, para qual devem ser observadas as peculiaridades que
lhe são próprias, especialmente a necessidade de citação dos confinantes e a ciência da
União, do Estado, do Distrito Federal e do Município”.

6. Caso seja arguida preliminar de ilegitimidade ou ausência de


responsabilidade pelo prejuízo invocado, nos moldes do art. 338 do CPC/2015, intime-se a parte
autora para se manifestar, em 15 (quinze) dias, podendo requerer a substituição processual,
hipótese na qual reembolsará as despesas e pagará honorários ao procurador do requerido excluído
(art. 338, parágrafo único, CPC/2015), ou então pugnar pela inclusão do sujeito indicado pelo réu
como litisconsorte (art. 339, § 2º, CPC/2015).

6.1. Ainda, alegado fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da


parte autora, ou qualquer uma das matérias enumeradas no art. 337 do CPC/2015, intime-se a parte
autora para que se manifeste, no prazo de 15 (quinze) dias, nos termos do art. 350 e art. 351 do
CPC/2015.

6.2. Proposta reconvenção (art. 343, CPC/2015), intime-se a parte autora, por
intermédio do seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias (art. 343, § 1º,
CPC/2015).

7 Após, intimem-se as partes para que, no prazo comum de 10 (dez) dias,


indiquem as provas que pretendem produzir, devendo os litigantes observar, com espeque nos
princípios da proibição de decisão surpresa e da colaboração (arts. 6º, 9º e 10, CPC/2015):

a) a necessidade e pertinência de cada uma, de forma a estabelecer uma


relação clara e direta entre a prova pretendida e a questão de fato que se pretende atestar (art. 357,
inciso II, CPC/2015), sob pena de indeferimento;

b) caso a prova pretendida pela parte não possa por ela ser produzida, deverá
apontar de forma coerente e jurídica o motivo da impossibilidade, bem como a razão pela qual deve
a parte adversa produzir a prova, de forma a convencer o juízo quanto à distribuição do ônus
probatório (art. 357, inciso III, CPC/2015);

c) após cotejo da inicial, contestação, réplica e o conjunto probatório acostado


ao feito, esclarecer se há matérias admitidas ou não impugnadas, indicando quais questões de
direito entende ainda controvertidas e relevantes para influenciar a decisão de mérito (art. 357,
inciso IV, CPC/2015);

d) em obediência ao princípio da promoção da autocomposição (art. 3º, § 3º,


CPC/2015), informar se existe ou não interesse na designação de audiência de conciliação ou
mediação (art. 139, inciso V, CPC/2015), especificamente no que tange à possibilidade de alcance
concreto da conciliação.

8. Transcorrido o prazo in albis, certifique-se e tornem conclusos para


verificação da necessidade de saneamento do feito (art. 357, CPC/2015) ou então análise da
possibilidade de julgamento antecipado da demanda (art. 355, CPC/2015).

Diligências necessárias.

Curitiba, data da assinatura digital.


Débora Demarchi Mendes de Melo

Juíza de Direito Substituta

III

[1] In Novo curso de processo civil: Tutela dos direitos mediante procedimentos diferenciados, volume 3. 2. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2016. p. 275.

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