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Comentários e proposta de solução
Prof. George Firmino – Aula 03

AULA 03

Temas comentados, com análise do assunto exigido e proposta de solução.

SUMÁRIO PÁGINA
Questão 01 02
Questão 02 06
Questão 03 11

Olá, prezados alunos!

Vamos iniciar mais uma bateria de temas?

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Comentários e proposta de solução
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Questão 01
O Código Tributário Nacional disciplina os poderes da Administração
Tributária, mais especificamente aqueles inerentes às atividades de
fiscalização, as quais sujeitam os contribuintes à observância de certas
imposições do Fisco.
Com base nessa informação, discorra sobre a fiscalização tributária,
abordando os poderes conferidos pelo CTN à autoridade fiscal, os
documentos e os respectivos prazos que deverão ser mantidos pelos
sujeitos passivos, as pessoas obrigadas a prestar informações e o
entendimento dos tribunais superiores sobre o tema.

Desenvolvimento: 20 a 40 linhas

Comentários à questão
Mais uma questão que exige a abordagem de vários itens e já direciona
o aluno para o que deve ser respondido.
Logo, o aluno teria que abordar preferencialmente (eu diria
obrigatoriamente) na ordem direcionada pelo enunciado:
- os poderes conferidos pelo CTN à fiscalização
- os documentos que podem ser exigidos e o prazo legal para que o
contribuinte os mantenha
- as pessoas obrigadas a prestar informações ao fisco, quando
solicitadas
- o entendimento do STF quanto os poderes da fiscalização, quando
diante de outros direitos do contribuinte, no caso a inviolabilidade do
domicílio

Conhecimentos exigidos do candidato

- Código Tributário Nacional:


Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei,
regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da
natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das
autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua
aplicação.
Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às
pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que
gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal.
Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação
quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de
examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e

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efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou


produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.
Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e
fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão
conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários
decorrentes das operações a que se refiram.
Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a
quaisquer diligências de fiscalização lavrará os termos necessários
para que se documente o início do procedimento, na forma da
legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão
daquelas.
Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão
lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos;
quando lavrados em separado deles se entregará, à pessoa sujeita
à fiscalização, cópia autenticada pela autoridade a que se refere este
artigo.
Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à
autoridade administrativa todas as informações de que disponham
com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros:
I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício;
II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais
instituições financeiras;
III - as empresas de administração de bens;
IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais;
V - os inventariantes;
VI - os síndicos, comissários e liquidatários;
VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em
razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.
Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a
prestação de informações quanto a fatos sobre os quais o informante
esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo,
ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

Art. 200. As autoridades administrativas federais poderão requisitar


o auxílio da força pública federal, estadual ou municipal, e
reciprocamente, quando vítimas de embaraço ou desacato no
exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê
medida prevista na legislação tributária, ainda que não se configure
fato definido em lei como crime ou contravenção.

- Entendimento do STF quando aos poderes da fiscalização:

SÚMULA Nº 439 - ESTÃO SUJEITOS À FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA OU


PREVIDENCIÁRIA QUAISQUER LIVROS COMERCIAIS, LIMITADO O EXAME AOS
PONTOS OBJETO DA INVESTIGAÇÃO.

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- Entendimento do STF quanto à preponderância de outros direitos do


contribuinte:

"O STF tem entendido que, inobstante a prerrogativa do Fisco de


solicitar e analisar documentos, os agentes fiscais só podem
ingressar em escritório de empresa quando autorizados (pelo
proprietário, gerente ou preposto). Em caso de recusa, não podem
os agentes simplesmente requerer auxílio de força policial, eis que,
forte na garantia da inviolabilidade do domicílio, oponível também
ao Fisco, a medida dependerá de autorização judicial". (PAULSEN,
Leandro. Direito Tributário. Constituição e Código Tributário à Luz da
Doutrina e da Jurisprudência. 15. ed. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2013, p. 1265).

“O escritório de empresa está protegido pela inviolabilidade de


domicílio e o ingresso no mesmo pela Receita, sem autorização
judicial, depende do consentimento do “morador” (…). “Prova:
alegação de ilicitude da prova mediante apreensão de documentos
por agentes fiscais, em escritório de empresa compreendido no
alcance constitucional da inviolabilidade do domicílio – e de
contaminação das provas daquela derivadas (…)” (ARRE 331.303-7,
Relator Ministro Sepúlveda Pertence, julgado em fevereiro de 2004).

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PROPOSTA DE SOLUÇÃO
O Código Tributário Nacional (CTN) confere prerrogativas à
atividade de fiscalização, confirmando a supremacia do interesse
público sobre o privado, a fim de resguardar os interesses da Fazenda
Pública em prol da arrecadação e o consequente atendimento do fim
comum.
Nos termos do CTN, as autoridades fiscais, quando em
procedimento de fiscalização, podem examinar mercadorias, livros,
arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos
comerciantes industriais ou produtores, não podendo as disposições
legais excluírem ou limitarem esses poderes.
Nesse sentido, a fiscalização poderá exigir os livros obrigatórios
de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos
neles efetuados, cuja guarda e conservação são deveres dos
contribuintes, que devem assim proceder até que ocorra a prescrição
dos créditos tributários.
Estabelece ainda o Código que mediante intimação escrita, são
obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações
de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de
terceiros os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício; os
bancos; as empresas de administração de bens; os corretores,
leiloeiros e despachantes oficiais; os inventariantes; os síndicos,
comissários e liquidatários.
É permitido ainda às autoridades fiscais, requisitarem a força
policial no caso de embaraço à fiscalização. Ocorre que, não obstante
confirmar os poderes de fiscalização previstos no CTN, o STF tem
entendido que essas prerrogativas não podem prevalecer sobre os
direitos fundamentais do contribuinte, notadamente a inviolabilidade do
domicílio, cuja quebra necessitaria de ordem judicial e não simples
liberalidade administrativa em procedimento fiscal.

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Questão 02
Elabore um texto dissertativo sobre a aplicação do princípio da
irretroatividade aos tributos de fato gerador complexivo, explicando a
retroatividade imprópria e comentando o entendimento sumulado pelo
STF aplicado especificamente ao imposto de renda.

Desenvolvimento: 20 a 40 linhas

Comentários à questão
Esse tipo de questão requer bastante atenção do candidato.
Ela pede o entendimento do STF sobre determinado tema, o que já
exige do aluno um conhecimento da jurisprudência.
Mas nessa questão, especificamente, foi pedido um entendimento do
STF que a própria Corte parece entender superado e em breve pode
reconhecer a superação da sua própria Súmula. Esse tema requer uma
boa revisão para entendermos todos os detalhes. Vamos lá?
O princípio da irretroatividade é confirmado pelo CTN em seu art. 105.
Ocorre que o Código estabelece a aplicação da lei nova aos fatos
geradores pendentes. Mas o que seria isso?
Primeiramente, vejamos a redação do CTN:
“Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos
geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja
ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do
artigo 116.”

O art. 116 trata do momento em que se reputa ocorrido o fato gerador


para situações de fato e situações jurídicas.
O que convém entendermos nesse momento é a determinação do CTN
para a aplicação da lei aos fatos pendentes, ou seja, aqueles que
tiveram início, mas ainda não foram concluídos. Precisamos, então,
entender o fato gerador do imposto de renda.
Na lição de Amílcar Falcão (Fato Gerador da Obrigação Tributária, Ed.
Forense, 5ª ed., 1994, p.2), fato gerador é o fato, o conjunto de fatos
ou o estado de fato, ao qual o legislador vincula o nascimento da
obrigação jurídica de pagar um tributo determinado. Assim, temos os
fatos geradores:
- simples ou instantâneos
- contínuos ou continuados
- periódicos ou complexos (complexivos)
Fato gerador simples ou instantâneo (fato) – é aquele que se
realiza em um único ato. Para cada ato praticado temos um novo fato

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gerador. É o caso do IPI e do ICMS, por exemplo, que a cada operação


de saída ocorre um fato gerador.
Fato gerador contínuo ou continuado (estado de fato) – é aquele
que ocorre ao longo de um período prolongado, não se processa em um
único momento, mas de forma permanente. Por isso, geralmente, diz
respeito à propriedade. É o caso do IPTU, ITR e IPVA.
Fato gerador periódico ou complexo (conjunto de fatos) – é
aquele que ocorre durante um período de tempo, ao término do qual
são somados os diversos fatos isolados, que irão compor a sua base de
incidência. É caso do imposto de renda.
O fato gerador do imposto de renda representa um conjunto de fatos,
a saber: os rendimentos são auferidos ao longo do ano-calendário, mas
somente no final todos os rendimentos serão verificados para apurar o
efetivo acréscimo patrimonial, já que algumas despesas serão
consideradas.
A ESAF, baseada na doutrina de Amílcar Falcão, no concurso de Agente
de Fazenda da SEFAZ/RJ em 2010, considerou correta a seguinte
assertiva:
“Fato gerador periódico é aquele cuja realização se põe ao longo de um
espaço de tempo; não ocorre hoje ou amanhã, mas sim durante um
longo período de tempo, ao término do qual se valorizam diversos fatos
isolados que, somados, aperfeiçoam o fato gerador do tributo.”
Esse entendimento representa a regra geral e é muito importante para
o aprendizado de toda a sistemática da declaração de ajuste anual das
pessoas físicas.
Com isso, podemos verificar que o fato gerador do imposto de renda
não é algo instantâneo, mas um conjunto de fatos que se estendem ao
longo de todo o ano-calendário.
Imaginemos agora uma lei publicada em setembro alterando a
disciplina aplicável ao IRPF, por exemplo. Em observância ao princípio
da anterioridade, essa lei apenas produziria efeitos no exercício
seguinte.
Pelo princípio da irretroatividade, a lei nova não poderia atingir os atos
praticados antes da sua vigência. Assim, os fatos ocorridos em agosto,
julho, junho..., não poderiam ser regulados pela nova lei.
Acontece que o fato gerador do imposto de renda apenas se aperfeiçoa
em 31/12, já que se trata de um fato gerador complexivo, composto
pela união dos fatos ocorridos ao longo do ano.
A grande controvérsia surge justamente por conta disso. Considerando
que o fato gerador apenas se reputa ocorrido em 31/12, seria aceitável
aplicar a lei publicada em setembro para tributar o imposto de renda
em 31/12?

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Pela aplicação do princípio da anterioridade, a lei publicada em


setembro estaria apta a produzir efeitos já em 1º de janeiro. Mas pelo
princípio da irretroatividade, a lei jamais poderia regular os fatos
geradores ocorridos anteriormente.
Acontece que no momento da apresentação da Declaração de Ajuste,
que ocorre no ano seguinte, mais precisamente até o dia 30 de abril,
todos os rendimentos recebidos no ano anterior são apurados
juntamente com as deduções legais e o imposto é recalculado. A dúvida
é: qual seria a base legal dessa apuração? O cálculo levará em
consideração a legislação vigente em cada período ou será observada
a lei vigente no momento da entrega da declaração?
O Supremo Tribunal Federal julgando a situação firmou jurisprudência
que resultou na Súmula nº 584:

Súmula 584 STF. Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos


do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve
ser apresentada a declaração.

Essa Súmula foi objeto de várias críticas da doutrina e a matéria está


novamente em discussão na Corte Suprema, no RE 183.130/PR.

É bem provável que o STF reconheça a superação da Súmula 584. Só


nos resta aguardar...

A própria ESAF já afastou a aplicação da Súmula em uma questão


prática no concurso de TRF m 2003.

Guardemos, pois, o entendimento da Súmula, o entendimento da ESAF


e a possibilidade de reversão do entendimento pelo próprio STF.

Conhecimentos exigidos do candidato


- Código Tributário Nacional:

“Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos


geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja
ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do
artigo 116.”

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- Doutrina:
A doutrina tem tecido acirradas críticas ao art. 105 do CTN, defendendo
que não teria sido recepcionado pela CF/88.
Segundo o entendimento dominante, aplicar a lei nova aos fatos
pendentes é o mesmo que aplicar a lei a fatos pretéritos, o que se
convencionou chamar de “irretroatividade imprópria”.
A ESAF já admitiu a impossibilidade de irretroatividade imprópria em
uma questão objetiva.

- Súmula do STF:

Súmula 584 STF. Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos


do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve
ser apresentada a declaração.

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PROPOSTA DE SOLUÇÃO
A Constituição Federal estabelece o princípio da irretroatividade
ao define que é vedado à União, aos Estados, Distrito Federal e
Municípios, cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes
da vigência da lei que os houver instituído.
O código Tributário Nacional (CTN) confirma esse princípio
disciplinando que a lei tributária é aplicável aos fatos geradores futuros
e aos pendentes. Percebe-se que houve inovação do Código em relação
à determinação constitucional.
A doutrina dominante entende que aplicar a lei nova a fatos
geradores pendentes, é, na verdade, fazer uso da chamada
retroatividade imprópria. No caso específico dos tributos de fato
gerador complexivo, ou seja, aqueles que nascem da união de diversos
fatos isolados, a aplicação do referido artigo do CTN deixaria de atender
aos preceitos constitucionais.
Tomando como exemplo o caso do imposto de renda, cujo fato
gerador apenas de aperfeiçoa no final do ano-calendário,
correspondendo à reunião de todos os fatos ocorridos no período, caso
uma lei nova fosse publicada em agosto, poderia atingir os fatos
ocorridos durante todo o ano, eis que estaria incidindo sobre um fato
pendente.
Inúmeras críticas circulam esse dispositivo do CTN, no sentido de
que seja reconhecida a não recepção pela Constituição Federal. Não
obstante, o Supremo Tribunal Federal sumulou o entendimento de que
sobre os rendimentos auferidos no ano-calendário aplica-se a legislação
vigente no ano de entrega da declaração (exercício).
Sendo assim, a Corte Suprema entendeu que é possível a
aplicação da lei nova aos fatos pendentes. Com efeito, há que se
observar que tal entendimento, apesar de não ter sido declarado pelo
STF, está sob nova análise da Corte, o que pode resultar na sua
superação.

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Questão 03
O Supremo Tribunal Federal tem entendido que não se tipifica crime
material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, inciso I, da Lei
nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo. Sobre o
lançamento tributário, conceitue-o, mencionando, entre outros
aspetos, a competência para efetuá-lo, seus requisitos e sua finalidade.

Desenvolvimento: 20 a 40 linhas

Comentários à questão
Essa questão foi adaptada do concurso de AFRFB em 2009, pois parte
dela já vimos em outra questão. Foi a primeira questão discursiva
aplicada no concurso da RFB.
Nunca é demais revisar sobre o lançamento, assunto de grande
importância tanto no estudo da matéria como no trabalho do auditor
fiscal.
A questão apresenta todo o roteiro de respostas, o que facilitou
bastante a vida do candidato, que deveria seguir as orientações do
próprio enunciado e responder de forma completo tudo o que se pede,
como também, usar a sequência adotada pelo examinador.
A questão se responde pela aplicação direta das normas do CTN, sem
muitas dificuldades.
O candidato deveria observar, entre outros elementos, que se pede a
finalidade do lançamento. Muitos se perderam aí. E isso é comum. Em
questões como essas é muito importante o candidato estar atento a
todos os detalhes do enunciado.
A minha recomendação é: sempre de começar sua redação anote numa
folha à parte tudo o que será preciso escrever, ou seja, tudo aquilo que
o examinador irá buscar na sua prova, ou, em outras palavras: o que
vale ponto na questão.
Nesse caso específico, o aluno deveria discorrer sobre a discussão
doutrinária acerca do caráter constitutivo ou declaratório do
lançamento e a definição do CTN sobre seu objetivo maior: a
constituição do crédito tributário.

Conhecimentos exigidos do candidato


- Código Tributário Nacional:
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito
tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente
a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a

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matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo


e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória,
sob pena de responsabilidade funcional.

Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se


após 5 (cinco) anos, contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido
efetuado;
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal,
o lançamento anteriormente efetuado.
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com
o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a
constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer
medida preparatória indispensável ao lançamento.

PROPOSTA DE SOLUÇÃO
O Código Tributário Nacional (CTN)preceitua que o crédito
tributário é constituído pelo lançamento. O próprio Código o conceitua
como o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência
do fato gerador da obrigação tributária, apurar o valor devido,
identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, aplicar a penalidade
prevista em lei.
Sendo o lançamento uma atividade plenamente vinculada, sob
pena de responsabilidade funcional, sua competência é privativa da
autoridade fiscal. Dessa forma, dada a vinculabilidade, ao efetuar o
lançamento, o servidor deverá observar os requisitos previstos na
legislação.
Prevê o CTN que no lançamento devem constar: a identificação
do sujeito passivo, o valor apurado, o dispositivo legal que o
fundamenta e, sendo o caso, o número do processo administrativo ou
judicial porventura existentes.
Com efeito, não obstante as divergências doutrinárias a respeito
do caráter constitutivo do lançamento, o CTN declara expressamente a
sua finalidade ao definir que o lançamento constitui o crédito tributário.
Além disso, o lançamento marca o termo final da contagem do prazo
decadencial e o início da contagem do prazo prescricional da obrigação
tributária.

Um grande abraço e até a nossa próxima aula.

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