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LEGISLAÇÃO
ADMINISTRATIVA
CABO-VERDIANA
2 a EDIÇÃO
VOL. IV
2009
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
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Lei nº 78/V/98, de 7 de Dezembro
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Lei nº 78/V/98, de 7 de Dezembro
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Lei nº 78/V/98, de 7 de Dezembro
Artigo 7º
Orçamento bruto
1. Todas as receitas são inscritas no Orçamento do Estado pela importância em que
foram avaliadas, sem dedução alguma para encargos de cobrança ou qualquer outra natu-
reza.
2. Todas as despesas são inscritas no Orçamento pela sua importância integral, sem
dedução de qualquer espécie.
3. Na elaboração do Orçamento do Estado deve obedecer – se rigorosamente os prin-
cípios da transparência e da integralidade na dotação das receitas e despesas.
Artigo 8º
Não consignação
1. No Orçamento do Estado não pode afectar-se o produto de quaisquer receitas à
cobertura de despesas específicas.
2. Exceptuam-se do disposto no número anterior os casos em que, por virtude de
autonomia financeira ou de outra razão especial, a lei determine expressamente a afectação
de certas receitas a determinadas despesas.
3. As receitas consignadas só poderão ser utilizadas para liquidação e pagamento das
despesas na medida das disponibilidades existentes e proporcionadas pela cobrança efecti-
va das receitas, confirmada pela sua entrada na Caixa do Tesouro.
4. As receitas consignadas deverão constar de um mapa informativo, com a indicação
das respectivas contrapartidas em despesas, sejam elas de funcionamento ou de investi-
mentos.
5. As despesas resultantes da consignação de receitas deverão ser orçamentadas nos
respectivos mapas a que se refere o artigo 18º da presente lei, assim como as receitas que
as dão origem.
Artigo 9º
Especificação
1. O Orçamento do Estado deve especificar claramente as receitas nele previstas e as
despesas nele fixadas.
2. Será inscrita no orçamento do Ministério das Finanças uma dotação provisional
destinada a fazer face a despesas não previstas e inadiáveis.
3. O Governo regulamentará o regime de utilização da dotação provisional e sua for-
ma de contabilização.
4. São nulos os créditos orçamentais que possibilitem a existência de dotações para
utilização confidencial ou para fundos secretos, sem prejuízo dos regimes especiais legal-
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SECÇÃO II
Artigo 14º
Estrutura e organização do Programa Plurianual
de Investimentos Públicos (PPIP)
1. O orçamento de investimentos é apresentado sob a forma de programas e sub-
programas, para o exercício económico a que se refere o Orçamento do Estado e para os
anos seguintes correspondentes ao período de execução do PND, não devendo ultrapassar
em caso algum o período da legislatura em curso.
2. O PPIP é elaborado de harmonia com as Grandes Opções do Plano e o Plano Na-
cional de Desenvolvimento (PND).
3. O orçamento deve apresentar fichas de programa e sub-programa que integram o
PPIP.
4. As fichas devem conter de forma resumida e clara os seguintes elementos:
a) Descrição sumária, objectivos, metas, principais políticas e medidas e a estru-
tura de gestão de cada programa e o respectivo orçamento plurianual;
b) Objectivos, metas, principais políticas e medidas, indicadores de resultados de
cada sub-programa e respectivo orçamento plurianual.
5. A Lei de Bases do Planeamento regulamentará o processo de preparação, execução
e avaliação do PPIP.
Artigo 15º
Projectos
1. A execução do PPIP é feita através da realização de projectos.
2. Os projectos deverão estar enquadrados nos programas e sub-programas do PND
e deverão conter todos os elementos que permitam a sua avaliação para financiamento e
avaliação da sua execução, nomeadamente a coerência com as politicas, objectivos e metas
dos programas e sub-programas em que se integram, os custos directos e recorrentes, a pro-
gramação física e financeira das actividades a desenvolver e os indicadores de resultados.
3. Cada projecto deverá indicar obrigatoriamente as fontes de financiamento e todas
as informações relevantes para um adequado enquadramento, classificação e execução or-
çamental e financeira da despesas, nos termos a regulamentar pelo Governo.
SECÇÃO III
Artigo 16º
Conteúdo da proposta de orçamento
A proposta do orçamento deve conter o articulado da respectiva proposta de lei e os
mapas orçamentais, incluindo as fichas de programa do PPIP e ser acompanhada de anexos
informativos.
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Artigo 17º
Conteúdo do articulado da proposta de lei
O articulado da proposta de lei deve conter:
1. As condições de aprovação dos mapas orçamentais e as normas necessárias para
orientar a execução orçamental.
2. A indicação das fontes de financiamento que acresçam as receitas efectivas, bem
como a indicação do destino a dar aos fundos resultantes de eventual excedente.
3. O montante e as condições gerais de recurso ao crédito público, interno e externo.
4. A indicação do limite dos avales a conceder pelo Governo durante o exercício
orçamental.
5. O montante de empréstimos a conceder e de outras operações activas a realizar
pelo Estado e pela Segurança Social, incluindo os serviços e fundos autónomos desde que
não sejam de dívida flutuante.
6. Todas as outras medidas que se revelem indispensáveis à correcta gestão orçamen-
tal do Estado para o ano económico a que o Orçamento se destina.
Artigo 18º
Estrutura dos mapas orçamentais
1. Os mapas orçamentais a que se refere o artigo 16º da presente lei são os seguin-
tes:
a) Mapa I – Receitas correntes e de capital do Estado, excluindo os impostos lo-
cais, segundo uma classificação económica, especificada por capítulos, grupos
e artigos;
b) Mapa II – Despesas de funcionamento do Estado, especificadas segundo uma
classificação económica e orgânica;
c) Mapa III – Despesas funcionamento e de investimentos do Estado, especifica-
das segundo uma classificação funcional;
d) Mapa IV – Receitas globais dos serviços e fundos autónomos, segundo uma
classificação orgânica e económica;
e) Mapa V – Despesas globais dos serviços e fundos autónomos, especificadas
segundo uma classificação económica e orgânica;
f) Mapa VI – Despesas globais dos serviços e fundos autónomos, especificadas
segundo uma classificação funcional;
g) Mapa VII – Orçamento consolidado das receitas correntes e de capital e das
despesas de funcionamento da Administração Central, segundo uma classifi-
cação económica;
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çamentais, com as alterações que nele tenham sido introduzidas ao logo da sua efectiva
execução.
2. A manutenção da vigência orçamento do ano anterior abrange a autorização para
a cobrança de todas as receitas nele previstas, bem como a prorrogação da autorização re-
ferente ao regime das receitas que se destinavam apenas a vigorar até ao final do referido
ano.
3. Durante o período que se mantiver em vigor o orçamento do ano anterior, a execu-
ção do orçamento das despesas deve obedecer ao princípio da utilização dos duodécimos
das verbas fixadas nos mapas das despesas.
4. Durante o período transitório referido nos números anteriores serão aplicáveis os
princípios sobre alterações orçamentais estabelecidos no artigo 26º da presente lei.
5. Ocorrida a situação prevista na parte final do nº 2 do artigo 98º da Constituição,
o Governo deve apresentar à Assembleia Nacional uma nova proposta de orçamento para
o respectivo ano económico, no prazo de 60 dias sobre a data da rejeição, quando a não
votação da proposta anterior tenha resultado da demissão do Governo proponente, ou sobre
o facto que tenha determinado, nos restantes casos, a não votação parlamentar.
6. O novo orçamento deve integrar a parte do orçamento anterior que tenha sido exe-
cutada até a cessação do regime transitório estabelecido nos números anteriores.
CAPITULO III
Execução do orçamento e alterações orçamentais
SECÇÃO V
Artigo 22º
Execução Orçamental
1. O Governo deve tomar as medidas necessárias para que o orçamento do Estado
possa começar a ser executado no inicio do ano económico a que se destina, devendo no
exercício do poder de execução orçamental, aprovar os decretos-leis contendo as dispo-
sições necessárias a tal execução sem prejuízo da imediata aplicação das normas da lei
do orçamento que sejam directamente exequíveis e tendo sempre em conta o principio da
mais racional utilização possível das dotações aprovadas e o principio da melhor gestão da
tesouraria.
2. O Governo deverá aprovar e publicar o decreto-lei de execução orçamental de cada
exercício económico, até ao dia 31 de Dezembro do ano anterior a que respeita a vigência
do Orçamento do Estado.
Artigo 23º
Efeitos do orçamento das receitas
1. Nenhuma receita pode ser liquidada ou cobrada, mesmo que seja legal, se não tiver
sido objecto de inscrição orçamental.
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2. A cobrança pode, todavia, ser efectuada mesmo para além do montante inscrito no
orçamento.
3. Os actos administrativos que directamente envolvam perda de receita fiscal, tribu-
tária ou não tributária, devem ser fundamentados e publicados.
Artigo 24º
Disciplina e controlo orçamental
1. As dotações orçamentais constituem o limite máximo a utilizar na realização das
despesas, sem prejuízo das alterações orçamentais que forem efectuadas ao abrigo dos ar-
tigos 26º e 27º da presente Lei.
2. Exceptua-se do disposto no número anterior, as despesas realizadas com o pa-
gamento do serviço da dívida pública, interna e externa, relativamente aos empréstimos
contratados e em vigor à data da aprovação do Orçamento do Estado e cujos atrasos nos
pagamentos resultante de eventual insuficiência de dotação orçamental possam conduzir a
custos suplementares a assumir pelo Estado.
3. O mecanismo previsto no número anterior, designado por critérios evolutivos, não
deve ser utilizado porém para uma sub-avaliação das dotações orçamentais inscritas na Lei
do Orçamento do Estado.
4. Nenhuma despesa pode ser efectuada sem que, além de ser legal, se encontre su-
ficientemente discriminada no Orçamento do Estado, tenha cabimento no correspondente
crédito orçamental.
5. Nenhum compromisso que implique aumento de despesas públicas ou redução de
receita fiscal será assumido sem o acordo prévio e expresso do Ministro responsável pelas
Finanças e devida cobertura orçamental.
6. Todos os projectos de diplomas legais ou despachos que impliquem aumento de
despesas ou redução de receitas deverão incluir uma estimativa rigorosa das implicações
orçamentais e financeiras, a curto e médio prazo e ser submetidas a parecer prévio do Mi-
nistro responsável pela Finanças.
7. Nenhum concurso ou contrato de empreitada relativo ao PPIP, será lançado ou
celebrado sem o acordo prévio e expresso do Ministros responsáveis pelo planeamento e
pelas Finanças, sem o respectivo enquadramento orçamental e cobertura financeira e sem o
cumprimento das normas específicas prevsitas por lei quanto à execução das despesas.
8. Só serão executados projectos com financiamento garantido, não sendo permiti-
do ao Tesouro proceder a qualquer adiantamento por conta de eventuais atrasos casos de
utilização de descontos de haveres externos junto das instituições de crédito, devidamente
autorizadas pelo Ministro responsável pelas Finanças.
9. Não é permitida a cabimentação e a liquidação de despesas inscritas no orçamento
de funcionamento através da utilização de disponibilidades orçamentais previstas no orça-
mento de investimentos.
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Artigo 25º
Administração orçamental e contabilidade pública
1. A aplicação das dotações orçamentais e o funcionamento da administração orça-
mental obedecem às normas de contabilidade pública.
2. A vigência do Orçamento do Estado obedece ao regime do ano económico.
SECÇÃO VI
Artigo 26º
Alterações orçamentais
1. São da competência do Governo as seguintes alterações orçamentais:
a) As transferências de dotações inscritas a favor de serviços que, no decorrer do
ano transmitem de um ministério ou departamento para outro ainda que haja
alteração da designação de serviço ou do ministério;
b) As inscrições ou reforços de verbas, com contrapartida em dotação provi-
sional inscrita no orçamento do Ministério das finanças e para as finalidades
previstas no nº 4 do artigo 9º da presente Lei;
c) As inscrições ou reforços de verbas, com contrapartida em dotação provisio-
nal com o pessoal previstos no nº 3 do artigo 13º da presente Lei;
d) A inscrição de dotações orçamentais relativos a donativos e empréstimos ex-
ternos que venham a ser disponibilizados ou utilizados durante o período de
execução orçamental para o financiamento de programas e projectos de in-
vestimentos e que à data da aprovação do Orçamento do Estado não estavam
efectivamente garantidos;
e) As alterações nos orçamentos dos serviços e fundos autónomos que não en-
volvam recurso ao crédito para além dos limites fixados na lei anual do orça-
mento.
2. O Governo poderá suspender ou condicionar a execução das despesas orçamentais
da administração central, dos serviços e fundos autónomos, se a situação financeira do país
o justificar.
3. As alterações previstas na alínea d) do nº 1 do presente artigo, deverão ser comuni-
cadas à Assembleia Nacional no prazo de 60 dias a contar da sua ocorrência.
4. As alterações previstas nas alíneas a), b) e c) do nº 1 do presente artigo, deverão
ser publicadas por portaria do membro do Governo responsável pelas Finanças, no período
máximo de 90 dias.
5. As alterações previstas na alínea e) do nº 1 do presente artigo, deverão ser publi-
cadas por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas finanças e pela
superintendência do serviço cujo orçamento foi alterado, no período máximo de 90 dias.
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Artigo 27º
Orçamento rectificativo
1. Salvo os casos previstos no artigo anterior, as alterações ao Orçamento do Estado
só poderão ser efectuadas através de orçamento rectificativo, proposto pelo Governo e
aprovado pela Assembleia Nacional.
2. O orçamento rectificativo destina-se a modificar, em caso de necessidade de in-
trodução de alterações que ultrapassam as competências do Governo previstas no artigo
anterior, o orçamento inicialmente aprovado.
3. O orçamento rectificativo deverá conter imperativamente, no que respeita às mo-
dificações introduzidas, a mesma estrutura de apresentação dos mapas orçamentais apro-
vados pelo Orçamento.
CAPÍTULO IV
Fiscalização e responsabilidade orçamentais
SECÇÃO VII
Artigo 28º
Fiscalização orçamental
1. A fiscalização administrativa da execução orçamental compete, além da própria
entidade responsável pela gestão e execução, a entidades hierarquicamente superiores de
tutela e a órgãos de inspecção e de controlo administrativo, devendo ser efectuada nos ter-
mos da legislação aplicável.
2. A Inspecção Geral das Finanças procederá trimestralmente À fiscalização admi-
nistrativa de execução orçamental das receitas e das despesas previstas no Orçamento do
Estado e sua adequação às normas e procedimentos legais, produzindo os respectivos re-
latórios.
3. A fiscalização jurisdicional da execução orçamental compete ao Tribunal de Con-
tas e é efectuada nos termos da legislação aplicável.
Artigo 29º
Responsabilidade pela execução orçamental
1. Os titulares de cargos políticos respondem politica, civil e criminalmente pelos
actos e omissões que pratiquem no âmbito do exercício das suas funções de execução or-
çamental, nos termos da legislação aplicável, que tipificará a natureza e efeitos das infrac-
ções, conforme sejam ou não cometidas com dolo.
2. Os funcionários e agentes do Estado e das demais entidades públicas são responsá-
veis civil, criminal e disciplinarmente pelas suas acções e omissões de que resulte violação
das normas de execução orçamental, nos termos do artigo 265º da Constituição e da legis-
lação aplicável.
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Artigo 30º
Informações a prestar à Assembleia Nacional
1. O Governo deve informar trimestralmente a Assembleia Nacional acerca do mon-
tante, condições, entidades financiadoras e utilização de todos os empréstimos contraídos,
bem como acerca do montante, condições e entidades beneficiárias de empréstimos e ou-
tras operações activas concedidas pelo Governo.
2. O Governo deve enviar regularmente à Assembleia Nacional os balancetes trimes-
trais relativos à execução orçamental elaborados pelos serviços da Contabilidade Pública.
SECÇÃO VIII
Artigo 31º
Contas públicas
1. O resultado da execução orçamental consta das contas provisórias trimestrais e da
Conta do Estado.
2. O Governo deve publicar contas provisórias trimestrais, 45 dias após o termo do
mês a que se referem.
3. O Governo deve apresentar à Assembleia Nacional a Conta do Estado e a conta da
Segurança Social de acordo com a data fixada na Constituição da Republica.
4. Compete à Assembleia Nacional a remessa ao Tribunal de Contas da conta do Es-
tado e da Segurança Social para parecer.
5. A Assembleia Nacional aprecia e aprova a Conta do Estado, incluindo a da Se-
gurança Social, precedendo parecer do Tribunal de Contas, até 180 dias a contar da data
referida no nº 3. No caso de não aprovação, determina, se a isso houver lugar, a efectivação
da correspondente responsabilidade.
6. O parecer do Tribunal de Contas será acompanhado das respostas dos serviços e
organismos às questões que esse órgão lhe formular.
Artigo 32º
Âmbito da conta do Estado
A Conta do Estado abrange as contas de todos os organismos da administração central
que não tenham natureza, forma e designação de empresa pública e a conta da Segurança
Social.
Artigo 33º
Princípios fundamentais
1. A conta do Estado deve ter uma estrtura idêntica a do Orçamento do Estado, sendo
elaborada com clareza, exactidão e simplicidade, de modo a possibilitar a sua análise eco-
nómica e financeira.
2. A conta poderá ser apresentada também sob a forma consolidada
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Artigo 34º
Princípios fundamentais
A Conta do Estado compreende:
I. O relatório do Ministro das finanças sobre os resultados da execução orça-
mental;
II. A conta da Assembleia Nacional;
III. O mapa da conta geral dos fluxos financeiros do Estado;
IV. Os mapas referentes à execução orçamental, de acordo com a organização e
estrutura prevista no artigo 18º da presente Lei;
V. Os mapas relativos à Situação de Tesouraria:
1. Fundos saídos para pagamento das despesas públicas orçamentais
2. Reposições abatidas nos pagamentos por ministério
3. Conta Geral de operações de tesouraria e transferência de fundos
4. Conta Geral, por cofres, de todo o movimento de receita e despesa e
respectivos saldos existentes no início e final do ano.
VI. Os mapas relativos a situação Patrimonial:
1. Aplicação do produto de empréstimo
2. Movimento da Dívida pública
3. Balanço da Segurança Social
Artigo 35º
Apresentação por programas
As contas referentes as despesas do Estado e dos serviços e fundos autónomos serão
apresentadas por programas quando se verificar a situação prevista no nº 2 do artigo 11º da
presente lei.
Artigo 36º
Anexos informativos
O Governo deve remeter à Assembleia Nacional com o relatório e os mapas a que se
refere o artigo 34º, todos os elementos necessários a justificação da conta apresentada e,
designadamente, os seguintes mapas:
a) Despesas com investimentos do PPIP;
b) Despesas excepcionais;
c) Relação nominal dos beneficiários dos avales do Estado.
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CAPÍTULO V
Disposições finais e transitórias
Artigo 37º
Orçamento do Estado para 1999
1. A presente Lei aplica-se à elaboração e aprovação do Orçamento do Estado para
1999 e seguintes.
2. Exceptuam-se do disposto no número anterior quando ao Orçamento do Estado
para 1999, os prazos previstos no nº 4 do artigo 11º da presente Lei.
3. Exceptua-se ainda do disposto no nº 1, quanto ao Orçamento do Estado para 1999,
o disposto no nº 3 do artigo 6º.
Artigo 38º
Revogação
É revogada a Lei nº 86/IV/93, de 29 de Novembro.
Artigo 39º
Entrada em vigor
A presente Lei entra em vigor imediatamente.
Aprovada em 30 de Outubro de 1998.
O Presidente da Assembleia Nacional, em exercício José Maria Pereira Neves.
Promulgada em 3 de Dezembro de 1998.
Publique-se.
O Presidente da Republica, ANTÓNIO MANUEL MASCARENHAS GOMES MON-
TEIRO.
Assinada em 3 de Dezembro de 1998.
O Presidente da Assembleia Nacional, em exercício José Maria Pereira Neves.
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de qualquer Estado que queira renovar o processo orçamental, modernizar a gestão pública
numa procura incessante da economicidade, eficiência e eficácia e sobretudo do desenvol-
vimento sustentado.
Com o presente diploma visa-se a REFORMA da Contabilidade Pública que assenta
nos princípios básicos do rigor, transparência, boa gestão e disciplina financeira, eficácia do
sistema financeiro, visão global da situação financeira do Sector Público Administrativo,
modernização do Estado e da gestão pública, nomeadamente através da utilização das no-
vas tecnologias de informação, maior desconcentração e responsabilização dos dirigentes
da Administração Pública, melhor controlo e rigor na realização das despesas públicas,
celeridade e segurança nos pagamentos, melhor gestão da tesouraria, da dívida pública, do
património público e dos recursos humanos.
Lançam-se, assim, as bases para a criação de um Sistema de Informação para a Gestão
Financeira orientado pelas novas e modernas correntes da Administração Pública e sus-
tentado nomeadamente pelo manual das finanças públicas do Fundo Monetário Internacio-
nal (FMI) e pelas recomendações da International Federation of Accountants (IFAC), que
abrangerá todo o Sector Público Administrativo e cujo objectivo maior é a Melhor Gestão
dos Recursos Públicos, procurando-se sempre a transparência na Gestão Pública.
Com o Novo Sistema de Contabilidade Pública, a consolidação das Contas Públicas
será uma realidade, o controle será facilitado, a sua utilização pelos decisores públicos e
pelos observadores das Finanças Públicas será grandemente facilitada e as Contas Nacio-
nais serão mais fiáveis.
Assim,
No uso da faculdade conferida pela alínea a) do nº 2 do artigo 203º da Constituição, o
Governo decreta o seguinte:
CAPÍTULO I
Disposições introdutórias
Artigo 1º
(Objecto e âmbito)
1. O presente diploma define os princípios e as normas relativos ao regime financei-
ro, à contabilidade e ao controlo da gestão financeira da Administração Central, aos seus
serviços dotados de autonomia administrativa, bem assim aos estabelecimentos públicos,
serviços personalizados e fundações públicas dotados de autonomia administrativa e finan-
ceira.
2. O controlo da gestão financeira compreende as normas, princípios e estruturas ne-
cessárias ao autocontrolo, ao controlo interno e ao controlo externo.
3. O disposto neste diploma é ainda subsidiariamente aplicável às empresas públicas
em tudo quanto não estiver especialmente previsto nos diplomas legais que lhes forem
aplicáveis.
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seus dirigentes para autorizar a realização de despesas e o seu pagamento e para praticar
nesse âmbito actos administrativos definitivos e executórios.
2. A gestão corrente integra a actividade desenvolvida pelos serviços para a normal
prossecução das suas atribuições, sem prejuízo dos poderes de direcção, supervisão e ins-
pecção do membro do Governo da área.
3. Excluem-se do âmbito da gestão corrente:
a) Os actos que envolvam opções fundamentais de enquadramento das activi-
dades dos serviços e organismos, nomeadamente os planos e programas de
actividades;
b) Os actos relativos a despesas de capital, sem prejuízo do que vier a ser regu-
lamentado por Portaria do membro do Governo responsável pelas Finanças;
c) Os actos relativos a recrutamento, desenvolvimento profissional e mobilida-
de do pessoal da Administração Pública.
d) Os actos relativos a transferência de verbas.
e) Os actos de montante e natureza excepcionais, os quais serão determinados
no decreto-lei de execução orçamental.
4. Os actos praticados no âmbito da autonomia administrativa na gestão corrente e
incidentes na autorização de despesas e autorização do respectivo pagamento são por si
susceptíveis de execução, não carecendo de confirmação, autorização, homologação, ratifi-
cação ou qualquer outra espécie de reforço hierárquico ou de superintendência.
5. A prática de actos que excedem a gestão corrente é da competência do Governo.
Artigo 8º
(Descrição e registo das operações)
As operações financeiras e contabilísticas resultantes da execução orçamental são des-
critas e registadas obedecendo às normas gerais do sistema contabilístico, em conformida-
de com o disposto no Capítulo VII, e são da responsabilidade dos serviços Ordenador, de
Contabilidade e do Tesouro Público.
Artigo 9º
(Controlador financeiro)
O controlador financeiro encarrega-se de proceder ao controlo prévio e concomitante
da legalidade e regularidade financeira das operações de receitas e despesas, podendo-se
ocupar de determinados departamentos governamentais em conformidade com portaria do
membro do Governo responsável pelas Finanças.
Artigo 10º
(Serviço ordenador)
1. O Serviço Ordenador é o responsável pelo início e autorização das operações de
execução de receitas, quando da sua própria iniciativa, bem como de despesas, verificando
sempre a correcção jurídico-financeira das mesmas.
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Artigo 15º
(Classificação das Receitas)
1. As receitas classificam-se por categorias económicas em receitas correntes e recei-
tas de capital e distribuem-se de acordo com o classificador económico das receitas.
2. As receitas correntes compreendem:
3. As receitas fiscais, constituídas pelas receitas coactivas, sem contrapartida nem
reembolso, arrecadadas e geridas pela administração financeira;
4. As receitas não fiscais, constituídas pelas receitas que têm como contrapartida
uma prestação de serviço bem assim as transferências obtidas e que resultem de uma pres-
tação unilateral para a administração financeira.
5. As receitas de capital compreendem:
a) As resultantes da alienação de bens de investimento;
b) As transferências de capital recebidas;
c) As provenientes da constituição da dívida fundada;
d) Os reembolsos relativos aos activos financeiros;
e) Outras previstas por lei.
Artigo 16º
(Cobrança das receitas)
1. A cobrança de todas as receitas por quaisquer serviços da Administração Central
dotados de autonomia administrativa, bem como as de origem externa destinadas ao Estado
de Cabo Verde compete, em regra, ao Tesouro Público.
2. Todos os serviços da Administração Central dotados de autonomia administrativa
e que forem legalmente autorizados a arrecadar receitas estão obrigados a proceder à sua
imediata transferência, sem deduções ou retenções, para o serviço do Tesouro Público,
salvo por força de lei especial.
3. Por portaria conjunta do membro do Governo responsável pelas Finanças e do mem-
bro do Governo da área poderão ser previstos casos especialmente justificados de consig-
nação de receitas.
Artigo 17º
(Processamento das receitas)
As receitas públicas processam-se através da liquidação e posterior cobrança.
Artigo 18º
(Liquidação)
1. A liquidação é o acto pelo qual a administração financeira determina o montante
exacto do valor a ser arrecadado pelo Estado provenientes da dívida do contribuinte, do
utente ou de outro valor em benefício do Estado.
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2. Por conformidade legal entende-se a prévia existência de lei que autorize a despesa
e por regularidade financeira a inscrição orçamental, o correspondente cabimento e a ade-
quada classificação da despesa.
3. Na realização de despesas ter-se-á em vista a obtenção dos melhores resultados
com o mínimo de custos, tendo em conta a utilidade e prioridade da despesa e o acrésci-
mo de produtividade daí decorrente.
Artigo 28º
(Classificação)
1. As despesas públicas classificam-se por categorias económicas, orgânicas e funcio-
nais.
2. Por categorias económicas as despesas subdividem-se em despesas correntes e des-
pesas de capital e distribuem-se de acordo com o classificador económico das despesas.
3. As despesas correntes compreendem:
a) Os gastos do funcionamento dos serviços públicos, constituídos nomeadamen-
te pelos encargos com o pessoal, aquisição de materiais, produtos e pequenos
equipamentos, fornecimentos e serviços externos;
b) Os juros da dívida pública;
c) As transferências correntes concedidas, constituídas pelos gastos sem qual-
quer contrapartida directa em bens ou serviços com a finalidade de satisfazer
necessidades correntes da entidade que as recebe.
4. As despesas de capital compreendem:
a) A aquisição de bens de investimento;
b) As transferências de capital concedidas;
c) A amortização da dívida pública fundada;
d) Empréstimos de retrocessão concedidos;
e) Outras previstas por lei.
5. Por categorias orgânicas as despesas distribuem-se por unidades orçamentais em
conformidade com a lei do Orçamento do Estado.
6. Por categorias funcionais as despesas traduzem as grandes opções políticas secto-
riais, através das funções geral, social, económica e outras de acordo com o classificador
funcional.
Artigo 29º
(Processamento de despesas)
1. As despesas processam-se através das fases do cabimento, do compromisso, da
liquidação e do pagamento.
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
Artigo 30º
(Autorização da despesa e assunção de compromissos)
1. Os poderes dos ordenadores principais para assumir compromissos e autorizar des-
pesas no âmbito da gestão corrente variam em função do valor destas, nos termos que
vierem a ser definidos por lei.
2. A competência a que se referem os números anteriores pode ser delegada e subdele-
gada, nos termos do nº 5 do artº 10º.
Artigo 31º
(Autorização de despesas fora da gestão corrente)
A autorização de actos que excedam o âmbito da gestão corrente compete ao Governo,
em função dos valores que vierem a ser definidos por lei.
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
Artigo 32º
(Duplo cabimento)
Quando os serviços e organismos dispuserem de receitas consignadas, os pagamentos
a efectuar por conta destas ficam condicionados não só aos créditos orçamentais como ain-
da ao montante global da receita arrecadada.
Artigo 33º
(Prazos para a autorização)
A autorização de despesas por conta do orçamento do Estado deve ocorrer em data que
permita o compromisso, a liquidação e o pagamento nos prazos fixados no decreto-lei de
execução orçamental.
Artigo 34º
(Despesas urgentes e imprevistas)
As despesas urgentes, imprevistas e inadiáveis são autorizadas pelo membro do Go-
verno responsável pelas Finanças e suportadas pela verba provisional inscrita no orçamento
do Ministério das Finanças, devendo as mesmas serem comunicadas à Assembleia Nacio-
nal nos termos da lei.
Artigo 35º
(Despesas confidenciais)
São despesas de carácter confidencial as realizadas no interesse da segurança do Esta-
do e da manutenção da ordem política e social, que forem definidas por lei da Assembleia
Nacional.
As despesas confidenciais dependem de autorização da Assembleia Nacional e segui-
rão o regime que vier a ser definido por lei desta.
Artigo 36º
(Compromisso)
O compromisso é o acto pelo qual a administração financeira assume uma obrigação
de que resultará uma dívida provável.
Artigo 37º
(Encargos plurianuais)
1. Os compromissos contratuais que impliquem assunção de encargos com reflexo em
mais de um ano económico são parcialmente imputados aos anos em que se procederá ao
reembolso.
2. A assunção de encargos plurianuais é feita através de portaria conjunta do membro
do Governo responsável pelas Finanças e do ministro competente para o departamento a
que pertence o respectivo serviço ou organismo, salvo quando tais encargos resultarem da
execução de planos plurianuais já aprovados.
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
Artigo 38º
(Liquidação)
1. A liquidação é o acto pelo qual a administração financeira determina o montante
exacto da obrigação assumida após constatação do serviço feito e comprova o direito do
beneficiário, tendo por base um título por este apresentado.
2. A cada despesa liquidada é atribuído um número de código que servirá para a sua
identificação.
3. Cada liquidação deve ser devidamente registada segundo normas gerais da conta-
bilidade pública definidas por este diploma e complementadas por portaria do membro do
Governo responsável pelas Finanças.
Artigo 39º
(Competência do controlador financeiro)
1.O controlador financeiro procede à fiscalização da correcção jurídico-financeira, nos
termos do artigo 9º.
2. Salvo o disposto nos artigos 34º e 35º, nenhuma ordem de pagamento pode ser emi-
tida sem o visto prévio do controlador financeiro.
Artigo 40º
(Requisitos do beneficiário)
1. As pessoas jurídicas ou empresas beneficiárias dalgum pagamento por parte da ad-
ministração financeira pública terão de estar regularmente inscritas na administração tribu-
tária e ter o correspondente número de identificação fiscal.
2. As entidades privadas beneficiárias de transferências públicas, para além do dispos-
to no número anterior, devem estar minimamente organizadas e ter apresentado as suas
contas relativas a transferências anteriormente recebidas.
3. Compete ao membro do Governo responsável pelas Finanças regulamentar os ins-
trumentos de prestação de contas pelas entidades privadas que recebam transferências pú-
blicas.
Artigo 41º
(Meios de pagamento)
Os meios de pagamento a emitir pela administração financeira pública são o cheque do
Tesouro, a transferência bancária ou outros aprovados por portaria do membro do Governo
responsável pelas Finanças.
Artigo 42º
(Compensação de créditos)
No caso de o credor ter dívida perante o Estado certificada por decisão judicial defini-
tiva, poderá o serviço proceder à compensação dos créditos, devendo porém a escrituração
contabilística reflectir os créditos pelo seu valor bruto.
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
Artigo 43º
(Prazos de pagamento)
Por portaria do membro do Governo responsável pelas Finanças poderão ser fixados
prazos de pagamento a partir da assunção dos compromissos.
Artigo 44º
(Despesas militares)
As regras relativas ao compromisso, liquidação e ordem de pagamento de despesas
ligadas ao armamento militar do Estado, deverão ser estabelecidas por portaria conjunta
dos membros do Governo responsáveis pelas Finanças e pela Defesa, em obediência aos
princípios definidos neste diploma.
Artigo 45º
(Despesas de pequeno montante)
1. Para a realização de despesas de pequeno montante podem ser constituídos fundos
de maneio em nome dos serviços respectivos, nos termos que vierem a ser definidos por
lei.
2. A competência para a realização e pagamento de despesas por conta de fundo de maneio
cabe ao responsável pelo mesmo.
Artigo 46º
(Despesas em moeda estrangeira)
A realização de despesas em moeda estrangeira está sujeita ao cumprimento das for-
malidades especiais constantes da legislação cambial.
Artigo 47º
(Despesas de anos anteriores)
1. As despesas dos anos anteriores devidamente registadas serão satisfeitas por conta
do orçamento em vigor na data do pagamento.
2. É aplicável o regime geral previsto na lei civil para a prescrição, sua suspensão e
interrupção, salvo se prazos mais curtos não resultarem da lei.
Artigo 48º
(Restituições)
1. Devem ser restituídas as importâncias que tiverem dado entrada nos cofres do Es-
tado sem direito a essa cobrança.
2. Se as receitas tiverem sido cobradas por meios coercivos, devem restituir-se também
as custas dos respectivos processos.
3. O direito à restituição prescreve no prazo de cinco anos a partir da entrada nos cofres
do Estado das respectivas quantias, salvo se for legalmente aplicável prazo mais curto.
4. É aplicável o regime geral previsto na lei civil para a suspensão e interrupção da
prescrição.
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
SECÇÃO IV
Operações da tesouraria
Artigo 49º
(Noção)
1. São operações de tesouraria os movimentos excepcionais de fundos nas contas fi-
nanceiras do Tesouro que não se encontrem sujeitos à disciplina orçamental bem como as
restantes operações escriturais com eles relacionados.
2.As operações de tesouraria são activas e passivas, correspondendo as activas à entra-
da de fundos e as passivas à saída de fundos nas contas financeiras do Tesouro
Artigo 50º
(Finalidades)
As operações de tesouraria têm por finalidade:
a) Antecipar receitas orçamentalmente previstas que se espera cobrar durante o
ano;
b) Colocar junto de instituições, designadamente do sistema bancário ou afins,
eventuais disponibilidades de tesouraria;
c) Assegurar a gestão de fundos a cargo do serviço do Tesouro.
Artigo 51º
(Proibição)
1. Salvo o disposto no número seguinte, é proibido o pagamento de quaisquer despesas
por operações de tesouraria.
2. Podem ser realizadas operações de tesouraria previstas na lei a título provisório e
por antecipação, garantindo-se no entanto a sua regularização e imputação às contas orça-
mentais.
Artigo 52º
(Competência)
1. Compete exclusivamente ao membro do Governo responsável pelas Finanças auto-
rizar e ordenar a realização de qualquer operação de tesouraria.
2. Compete ao serviço do Tesouro Público a execução das operações de tesouraria.
SECÇÃO V
Outras operações
Artigo 53º
(Operações diversas)
1. Além das indicadas nas secções anteriores, existem ainda as seguintes operações:
a) As operações de contingências;
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
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5. Os serviços e entidades referidos no artigo 54º estão obrigados por lei a depositar o
produto proveniente das receitas próprias arrecadadas em contas especificamente abertas
no Tesouro Público.
Artigo 59º
(Despesas)
1. Constituem despesas próprias dos serviços e entidades referidos no artigo 54º os
encargos com o seu funcionamento e os inerentes à realização das suas atribuições, bem
como os custos de aquisição, manutenção e conservação dos bens, equipamento de serviço
de que careça para o efeito.
2. As despesas próprias são classificadas e distribuídas de acordo com os classificado-
res económico e funcional, nos termos dos nºs 2 e 6 do artigo 28º.
3. Compete aos dirigentes dos serviços e entidades referidos no artigo 54º autorizar
o cabimento, o compromisso, a liquidação das suas despesas e ordenar o respectivo paga-
mento.
Artigo 60º
(Separação e segregação de funções)
1. Os serviços e entidades referidos no artigo 54º devem observar o princípio da se-
paração e segregação de funções na realização das operações de execução do orçamento,
operações de tesouraria e respectiva contabilização.
2. A segregação de funções a que se refere o número anterior deve estabelecer-se entre
diferentes serviços ou entre diferentes pessoas do mesmo serviço.
Artigo 61º
(Organização, gestão e controlo)
1. Na óptica da procura de uma melhor gestão pública, serviços e entidades referidos
no artigo 54º deverão adequar as suas estruturas por forma a:
a) Assegurar o cabimento, o compromisso, a liquidação e o pagamento das suas
despesas e bem assim a liquidação e cobrança das suas receitas;
b) Implementar um sistema adequado de contabilidade, nos termos do Capítulo
VII, e assegurar a sua tempestividade e supervisão por técnico de contas;
c) Possibilitar um controlo eficaz da sua gestão, nos termos do Capítulo VIII;
d) Assegurar uma visão de conjunto da Administração Central.
2. A gestão económica e financeira dos serviços e entidades referidos no artigo 54º é
disciplinada nomeadamente pelos seguintes instrumentos de gestão previsional:
a) Plano de actividades;
b) Orçamentos de exploração, investimento e de tesouraria;
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
CAPÍTULO IV
Tesouro Público
Artigo 64º
(Conteúdo)
Constituem o Tesouro Público todos os recursos financeiros do Estado resultantes tan-
to das operações orçamentais como das operações de tesouraria.
Artigo 65º
(Serviço do Tesouro Público)
1. Sem prejuízo do disposto em lei ou regulamento, compete ao serviço do Tesouro
Público nomeadamente:
a) Administrar o sistema de caixa única da Administração Central, dando ao
BCV, sem prejuízo da autonomia deste, as orientações que se mostrarem per-
tinentes;
b) Executar e centralizar as operações de tesouraria;
c) Gerir a dívida pública e proceder ao reembolso dos respectivos títulos, en-
quanto não for criada a entidade referida no nº 2 do artigo 75º;
d) Guardar e conservar os títulos e valores da Administração Central a seu cargo;
e) Coordenar o funcionamento e exercer supervisão técnica sobre todas as unida-
des ou serviços de tesouraria do sector público;
f) Programar a tesouraria, anual e periódica, e realizar o seguimento e sua ava-
liação, sem prejuízo do disposto no artigo seguinte;
g) Centralizar a cobrança das receitas da Administração Central, distribuí-las,
nos termos da lei e da programação financeira, e proceder ao pagamento de
todas as despesas resultantes da execução do Orçamento do Estado;
h) Elaborar e actualizar as reconciliações bancárias;
i) Elaborar os relatórios de gestão da tesouraria.
2. O Serviço do Tesouro Público é ainda responsável:
a) Pela cobrança das ordens de recebimento enviadas pelo serviço ordenador,
dos proveitos originados por contrato e dos demais proveitos dos organismos
públicos, previstos na lei;
b) Pelo pagamento de todas as despesas originadas por ordens de pagamento
emitidas pelo serviço ordenador, pelas operações de tesouraria e pela conser-
vação do arquivo relativo às operações do fluxo de tesouraria.
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
Artigo 66º
(Programação anual da tesouraria)
A elaboração do programa anual da tesouraria é realizada conjuntamente pelos servi-
ços do Tesouro e do Planeamento e pelo Banco de Cabo Verde.
Artigo 67º
(Composição)
Funcionam como agentes do Tesouro Público todos os serviços e organismos que ar-
recadem receitas públicas ou procedam a pagamentos em conformidade com a lei e regu-
lamentos, designadamente as Alfândegas, as Contribuições e Impostos e as Embaixadas e
Consulados.
Artigo 68º
(Disposição de fundos)
O Tesouro Público pode dispor dos fundos à sua guarda até percentagem permitida em
cada ano por decreto-lei de execução orçamental, mantendo-se sempre a sua capacidade
de resposta às solicitações feitas pelas entidades referidas no artigo 54º titulares das contas
nele abertas.
Artigo 69º
(Títulos do tesouro)
Para fazer face a dificuldades de tesouraria, pode o Tesouro emitir títulos de tesouro,
nos limites previstos no nº 3 do artigo 80º.
CAPÍTULO V
Património Público
Artigo 70º
(Composição e gestão)
1. Constituem o domínio público do Estado os bens consagrados na Constituição da
República e o domínio privado os bens definidos por lei.
2. A gestão, coordenação e fiscalização dos bens dos domínios público e privado do
Estado regem-se pela legislação sobre a matéria.
Artigo 71º
(Serviço do Património Público)
Compete ao Serviço do Património Público gerir o módulo auxiliar de imobilizado e
em particular:
a) Organizar e actualizar o cadastro dos bens de investimento;
b) Registar e manter actualizados os movimentos dos imobilizados;
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
Artigo 83º
(Nulidade)
As operações efectuadas em desrespeito ao disposto neste capítulo são nulas, sem pre-
juízo da responsabilidade das pessoas que as realizarem.
Artigo 84º
(Operações especiais)
As operações do Banco Central com vista a garantir a estabilidade monetária e cambial
estão sujeitas a lei especial.
CAPITULO VII
Sistema de Contabilidade
SECÇÃO I
Disposições Gerais
Artigo 85º
(Objectivos e âmbito da contabilidade)
1.O Sistema da Contabilidade Pública integra um conjunto de princípios, órgãos, nor-
mas e procedimentos técnicos com a finalidade de:
a) Registar sistematicamente todas as operações que afectam ou podem afectar a
situação económico financeira e patrimonial dos organismos;
b) Processar e produzir informação financeira para a tomada de decisão dos res-
ponsáveis da condução das finanças públicas e para terceiros interessados;
c) Apresentar as informações contabilísticas e os respectivos documentos de
apoio ordenados de forma a facilitar as tarefas de controle e auditoria interna
ou externa.
2. A contabilidade abrange as áreas orçamental, financeira, patrimonial e contingen-
cial, podendo haver uma contabilidade analítica em função da natureza e especifidades
própria de cada organismo público.
3. A contabilidade pública, para cada organismo e de forma consolidada, organiza-se
de modo a permitir:
a) O conhecimento e o controle das operações de execução orçamental e da mo-
vimentação financeira;
b) O conhecimento da situação patrimonial;
c) O conhecimento das relações com terceiros e consequentemente do stock da
dívida pública activa e passiva;
d) O conhecimento das responsabilidades por avales e demais garantias presta-
das pelo Estado;
e) O conhecimento dos custos da prestação de serviços;
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
Artigo 89º
(Publicitação das informações)
1. Os instrumentos demonstrativos de gestão financeira devem ser objecto de divul-
gação periódica, nomeadamente através de meios electrónicos de acesso público.
2. A periodicidade da publicitação das informações financeiras é fixada por lei ou re-
gulamento.
Artigo 90º
(Arquivo)
1. Todos os actos de gestão orçamental, financeira ou patrimonial devem ser supor-
tadas por peças justificativas previstas na nomenclatura que comprove a operação e seu
registo na contabilidade.
2. As peças justificativas das operações servirão de justificação das receitas, despesas,
operações de tesouraria, operações financeiras e patrimoniais sobre que incidirá a Conta
Geral do Estado e o respectivo parecer do Tribunal de Contas.
3. A regulamentação do arquivo, nomeadamente das peças justificativas, formas de
conservação, nomenclatura e as condições em que se processa a sua substituição ou des-
truição, será efectuada através de portaria do membro do Governo responsável pelas Fi-
nanças.
4. Compete aos serviços ordenadores e de Contabilidade Pública organizar um adequa-
do sistema de arquivo e conservação de toda a documentação e informação contabilística
por forma a garantir a sua integridade física e a sua célere colocação à disposição dos ór-
gãos de controlo.
5. O prazo para a conservação das peças justificativas corresponde ao prazo de prescri-
ção da responsabilidade financeira.
6. Findo o prazo a que se refere o número anterior, os documentos com valor histórico
serão encaminhados à entidade responsável pelo Arquivo Histórico Nacional.
Secção II
Organização contabilística
Artigo 91º
(Organização)
A Contabilidade Pública compreende uma contabilidade orçamental, uma contabili-
dade geral e, conforme as necessidades e especificidades de cada organismo público, uma
contabilidade analítica e módulos auxiliares de contabilidade, nomeadamente, os módulos
das existências, de terceiros, do imobilizado, de recursos humanos e de contingências.
Artigo 92º
(Contabilidade orçamental)
1. A contabilidade orçamental é o sistema que tem por objecto a descrição, o conheci-
mento, o acompanhamento e o controlo:
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
Artigo 96º
(Módulo de terceiros)
O módulo de terceiros regista de forma detalhada e individualizada todas as operações
derivadas de relações devedoras e credoras com terceiros e tem por objecto a produção de
informações que permitam o conhecimento, acompanhamento e controlo da situação dos
contribuintes utentes e clientes e a dívida pública activa e passiva.
Artigo 97º
(Módulo de existências)
O módulo de existências tem por objecto o registo, conhecimento, acompanhamento
e controlo de todo o movimento de existências adquiridas ou produzidas pelos serviços
públicos com o objectivo de venda ou utilização própria no curso normal de suas activida-
des.
Artigo 98º
(Módulo de imobilizado)
1. O módulo de imobilizado tem por objecto o registo, conhecimento, acompanha-
mento e controlo dos movimentos de bens de investimentos.
2. O módulo de imobilizado permite:
a) A organização do cadastro;
b) A elaboração do inventário;
c) O apuramento do valor dos bens de investimento;
d) A obtenção de informações sobre as alterações patrimoniais, nomeadamente
os acréscimos e as diminuições dos bens de investimento ocorridos durante o
exercício;
e) a obtenção de informação sobre as quotas de amortização do exercício e acu-
muladas.
3. A avaliação e a reavaliação dos bens de investimentos são realizadas segundo crité-
rios fixados pelo membro do Governo responsável pelas Finanças.
Artigo 99º
(Módulo de recursos humanos)
O módulo de recursos humanos permite o processamento e o cálculo de todas as rúbri-
cas de despesas com o pessoal ao serviço da Administração Pública.
Artigo 100º
(Módulo de contingências)
O módulo de contingências tem por objecto o conhecimento, acompanhamento e o
controlo das responsabilidades resultantes de avales e demais garantias prestadas pelo Es-
tado que possam afectar mediata ou indirectamente o seu património.
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
Artigo 101º
(Órgãos da Contabilidade Pública)
1. São órgãos da Contabilidade Pública a Comissão Nacional de Normalização Conta-
bilística e o Serviço de Contabilidade Pública.
2. Os órgãos da Contabilidade Pública são os principais órgãos responsáveis pelo nor-
mal funcionamento do Sistema da Contabilidade Pública e pela correcção técnica da Conta
Geral do Estado.
Artigo 102º
(Comissão Nacional de Normalização Contabilística)
1. Sem prejuizo do disposto em lei especial, compete à Comissão Nacional da Norma-
lização Contabilística:
a) Propor as normas de contabilidade pública e a metodologia contabilística
adequada para todo o sector publico nacional;
b) Propor a periodicidade, estrutura e característica dos sistemas de contabilísti-
cos e financeiros a produzir pelos organismos públicos;
c) Actualizar os sistemas contabilísticos em função da sua natureza, característi-
cas operativas e necessidades de informação dos organismos públicos;
d) Assessorar e assistir, tecnicamente a todas as entidades do sector público na-
cional na implementação das normas e metodologias que produzirem.
2. A composição, a designação dos membros e o funcionamento da Comissão Nacional
da Normalização Contabilística são definidos por lei.
Artigo 103º
(Serviço da Contabilidade Pública)
Compete ao Serviço da Contabilidade Pública zelar pela disciplina na execução orça-
mental e pela correcção formal dos registos contabilísticos, devendo nomeadamente:
a) Conferir, validar e alterar, com base em justificativos originais, os registos
contabilísticos, de natureza provisória, efectuados pelos serviços autónomos;
b) Coordenar o sistema de contabilidade vigente na administração, consolidando
dados de todas as entidades, realizando operações de ajuste e de fecho neces-
sárias e produzir anualmente os estados contabilísticos financeiros para serem
disponibilizados publicamente;
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
CAPITULO VIII
Sistema do comtrolo da gestão financeira
SECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 109º
(Sistema de controlo)
As diversas formas do controlo financeiro no seio da Administração Pública e do Es-
tado na sua globalidade integram um sistema de controlo integrado, harmónico e comple-
mentar, sem prejuízo da autonomia dos diversos órgãos dele encarregados, que incide sobre
a execução orçamental e as operações de tesouraria.
Artigo 110º
(Objectivos gerais e formas de controlo)
1. O controlo financeiro tem por objectivos gerais a apreciação da conformidade legal
e da regularidade financeira bem como da economia, eficiência e eficácia da gestão numa
visão da melhoria da organização e actividade da Administração Pública.
2. A gestão orçamental de todos os serviços, fundos e institutos públicos abrangidos
pelo presente diploma está sujeita às seguintes formas de controlo:
a) Autocontrolo pelos órgãos competentes dos próprios serviços, fundos e insti-
tutos públicos e em particular pelo controlador financeiro;
b) Controlo interno, sucessivo e sistemático, designadamente através de audito-
rias, por órgãos especializados da Administração, para além do próprio Minis-
tério das Finanças, nos termos dos artigos 114º a 118º;
c) Controlo externo, nos termos dos artigos 119º a 122º.
3. Cada departamento governamental elaborará anualmente um relatório anual de ac-
tividades e gestão que englobará todos os serviços e organismos que o integram, tanto os
com autonomia administrativa como os com autonomia administrativa e financeira e que
servirá de base à elaboração da Conta Geral do Estado.
Artigo 111º
(Exercício, instrumentos e divulgação)
1. O controlo financeiro deve ser actual, exercido com objectividade e isenção e incidir
preferencialmente sobre os actos com maior expressão financeira.
2. Os instrumentos do controlo financeiro são essencialmente a prestação de contas,
o acompanhamento da execução dos programas de trabalho e a realização de auditorias,
inquéritos e outras inspecções, nos termos regulados por lei.
3. Os resultados do controlo financeiro devem ser objecto de divulgação pública, sal-
vaguardando-se sempre a intimidade das pessoas envolvidas.
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
Artigo 112º
(Dever de colaboração)
Todos os serviços da Administração Pública estão sujeitos ao dever de colaboração para
com os órgãos de fiscalização encarregues tanto do controlo interno como do externo.
SECÇÃO II
Auto-controlo
Artigo 113º
(Competência)
O auto-controlo é exercido pelos ordenadores e pelos controladores financeiros.
SECÇÃO III
Controlo interno
Artigo 114º
(Âmbito do controlo interno)
1. O controlo interno é exercido sobre todas as unidades administrativas dos Poderes
Legislativo, Executivo e Judicial do Estado.
2. Os serviços especializados existentes ou que venham a existir nos departamentos
governamentais e que se encarreguem do controlo interno devem ser devidamente capaci-
tados.
3. Os órgãos do controlo interno devem ser tecnicamente independentes.
4. Estão sujeitos ao controlo interno:
a) Os serviços ordenadores e do Tesouro Público bem como agentes ou gestores
que arrecadem receitas resultantes da execução orçamental ou de operações
de tesouraria ou que tenham sob sua guarda ou administração bens, numerá-
rios ou outros valores públicos;
b) Os servidores do Estado, serviços e fundos autónomos e dos institutos públi-
cos que derem causa a perda, extravio, dano ou destruição de bens, numerários
ou outros valores pelos quais respondam;
c) As entidades privadas beneficiárias de transferências públicas.
Artigo 115º
(Objectivos específicos)
O controlo interno, sucessivo e sistemático da gestão, designadamente através de au-
ditorias, obedecerá de um modo geral aos seguintes objectivos:
a) criar as condições indispensáveis para assegurar a eficácia ao controlo ex-
terno;
b) verificar a regularidade na cobrança da receita bem como na realização das
despesas abarcando os aspectos económicos, financeiros, patrimoniais e con-
tingenciais;
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
Artigo 124º
(Responsabilidade civil)
1. Determina a obrigação de indemnizar o Estado pelos prejuízos sofridos:
a) A falta de produção da documentação necessária à comprovação de qualquer
acto de gestão orçamental, financeira ou patrimonial;
b) A omissão do registo contabilístico de qualquer acto ou operação relativos à
gestão orçamental, financeira ou patrimonial;
c) A emissão de qualquer ordem, ainda que verbal, de que resulte prejuízo público.
2. Incorre na responsabilidade civil referida no número anterior quem, independente-
mente da posição ou cargo assumido, se encontrava funcionalmente obrigado a produzir tal
documentação, a efectuar tal registo ou a emitir ordem em conformidade com a lei.
3. Incumbe ao devedor provar que o não cumprimento ou o cumprimento defeituoso
do disposto no número 1 não procede de culpa sua.
Artigo 125º
(Responsabilidade solidária)
1. Os membros dos órgãos colegiais são solidariamente responsáveis pelos prejuízos
ou danos causados ao Estado por deliberação tomada.
2. A responsabilidade solidária só é afastada quando se demonstrar que determinado
membro de órgão colegial não tomou parte na deliberação ou, tendo tomado parte, votou
contra a posição que fez vencimento.
Artigo 126º
(Responsabilidade penal)
A prossecução de interesse privado em detrimento do interesse público determina res-
ponsabilidade penal, nos termos de lei penal aplicável.
CAPITULO X
Normas finais e transitórias
Artigo 127º
(Criação de órgãos do controlo interno)
Enquanto não forem criados e não estiverem em funcionamento os órgãos a que se
refere o n.º 2 art.º 114º e o n.º 2 do art.º 116º, o controlo interno da Administração Pública
será exercido pela Inspecção Geral de Finanças.
Artigo 128º
(Informatização e formação)
1. A reforma da contabilidade pública baseia-se na informatização de um sistema
integrado de gestão da Administração Pública bem como na formação do pessoal nela en-
volvido.
58
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro
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Decreto-Regulamentar nº 1/2007, de15 de Janeiro
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Decreto-Regulamentar nº 1/2007, de15 de Janeiro
Artigo 2º
Constituição
1. A iniciativa da criação do FM cabe aos serviços administrativos e financeiros do
departamento governamental ou organismo interessados na sua constituição, mediante pro-
posta aprovada pelo Membro do Governo ou responsável máximo do organismo compe-
tente.
2. Após a entrada em vigor do decreto-lei de execução orçamental, qualquer pedido
de constituição do FM deve ser dirigido ao Membro do Governo responsável pela área das
Finanças, que o autoriza, por despacho, ouvido o Director-Geral do Tesouro.
3. O FM é constituído a favor da Direcção Geral do Planeamento, Orçamento e Gestão
ou, no caso desta não se encontrar estruturada, do serviço responsável pela gestão adminis-
trativa e financeira.
4. Nos serviços desconcentrados a constituição do FM é feita em nome do responsável
pelo serviço desconcentrado, mediante proposta do dirigente central do serviço, aprovado
pelo membro de Governo competente.
5. O extracto do despacho a que se refere o nº 2 deste artigo é publicado na Segunda
Série do Boletim Oficial.
Artigo 3º
Gestão
1. A autorização para a realização de despesas por conta do FM, designadamente a
prática dos actos de cabimento, liquidação e pagamento, cabe ao dirigente ou responsável
do serviço referido nos nºs 3 e 4 do artigo anterior.
2. Na gestão do FM, o dirigente ou responsável do serviço referido no nº 1 deste artigo
é coadjuvado por um funcionário do mesmo serviço, afecto à área financeira, que for de-
signado pelo membro do Governo competente ou pelo Responsável máximo do organismo
a que disser respeito.
3. A requisição de fundos para os fins previstos no artigo primeiro processa-se em
conformidade com o modelo anexo [I] ao diploma, que contem as especificações seguintes,
podendo, no entanto, ser adaptado pelo serviço utilizador às suas necessidades concretas:
a) Identificação do tipo de documento;
b) Número do documento;
c) Valor do documento;
d) Classificação orçamental;
e) Serviço requisitante;
f) Data na forma «dia/mês/ano»;
g) Fim a que se destina;
h) Ano a que respeita a operação financeira;
i) Certificação do Controlador Financeiro;
j) Data na forma «dia/mês/ano»;
61
Decreto-Regulamentar nº 1/2007, de15 de Janeiro
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Decreto-Regulamentar nº 1/2007, de15 de Janeiro
o responsável máximo pela Direcção Geral ou pelo serviço referidos no número três do
artigo segundo.
Artigo 6º
Reconstituição
1. A reconstituição do FM é feita mensalmente de acordo com as necessidades dos
serviços, não podendo ultrapassar o limite máximo do plafond estabelecido no número três
do artigo quarto.
2. A reconstituição do FM está condicionada à aceitação pelo Controlador Financeiro
dos justificativos das despesas anteriormente realizadas, com os detalhes que servirão de
suporte às informações obrigatórias previstas no Sistema da Contabilidade Pública e ainda
às informações que, em cada caso concreto, se julgar serem vantajosas, nos termos do nú-
mero um do artigo sétimo.
Artigo 7º
Contabilização e regularização
Sem prejuízo do disposto na Lei da Contabilidade Pública, os responsáveis pela gestão
dos FM devem trimestralmente apresentar à Direcção Geral da Contabilidade Pública, me-
diante «Termo de Entrega» os justificativos das despesas realizadas e os mapas reflectindo
o seu enquadramento orçamental, por rubricas, devidamente visados pelo Controlador Fi-
nanceiro, contendo nomeadamente as especificações seguintes:
a) Ano;
b) Número;
c) Fim a que se destina;
d) Data de emissão do documento;
e) Serviço responsável pela emissão do documento;
f) Data de recepção do documento;
g) Serviço responsável pela recepção do documento.
2. A justificação das despesas é feita com base no modelo anexo [II] ao diploma.
3. Em caso algum são aceites facturas pró-formas como justificativos de despesas rea-
lizadas no âmbito da gestão dos FM.
4. O Controlador Financeiro dispõe de cinco dias úteis para se pronunciar no sentido
da aceitação ou não dos justificativos das despesas realizadas.
5. O prazo referido no número anterior conta-se a partir da data de recepção dos justi-
ficativos de despesas pelo Controlador Financeiro.
6. Em caso da não aceitação dos justificativos apresentados, a Direcção Geral da Con-
tabilidade Pública, terminado o prazo referido no número quatro deste artigo, comunica
logo de seguida o facto à Direcção Geral do Planeamento, Orçamento e Gestão ou ao ser-
viço administrativo e financeiro do departamento governamental onde se constituiu o FM,
para se proceder a sua imediata regularização.
63
Decreto-Regulamentar nº 1/2007, de15 de Janeiro
64
34 I SÉRIE — Nº 3 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 15 DE JANEIRO DE 2007
Decreto-Regulamentar nº 1/2007, de15 de Janeiro
ANEXO
VALOR
DATA DOC.N.º DESCRIÇÃO
B6L4Q2H8-15110C70-9X1Q0C3S-29J3GJEH-7D1K4Q9R-13WMFXIJ-8X5N0Q1E-5M8O0E8O
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I SÉRIE — Nº 3 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 15 DE JANEIRO DE 2007 35
Decreto-Regulamentar nº 1/2007, de15 de Janeiro
CAMPOS DE INFORMAÇÃO
PREENCHIMENTO ANOTAÇÕES
Nº. Designação
B6L4Q2H8-15110C70-9X1Q0C3S-29J3GJEH-7D1K4Q9R-13WMFXIJ-8X5N0Q1E-5M8O0E8O
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Decreto-Regulamentar nº 2/2007, de15 de Janeiro
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CAPITULO I
Disposições gerais
Artigo 1º
Objecto e âmbito
1. O presente diploma regulamenta a missão, a carreira e o recrutamento do Controla-
dor Financeiro, doravante designado de CF.
2. O CF é o responsável pelo controlo prévio e concomitante da legalidade e regulari-
dade financeira das operações de receitas e despesas.
3. Estão sujeitos à intervenção do CF, os serviços simples, os serviços com autonomia
administrativa, os fundos autónomos, os estabelecimentos públicos, os serviços personali-
zados e as fundações públicas.
4. A actuação do CF sujeita-se aos princípios e normas consagrados no regime finan-
ceiro da contabilidade pública e da legislação orçamental.
Artigo 2º
Atribuições
1. Ao CF incumbe, na respectiva área de intervenção, proceder ao controlo prévio e
concomitante da legalidade, regularidade, economicidade, eficácia, e boa gestão financeira
das operações de receitas e despesas.
2. No âmbito das atribuições referidas no número antecedente, o CF pode ocupar-se de
determinados departamentos governamentais, mediante portaria do membro do Governo
responsável pelas Finanças.
Artigo 3º
Competências
1. Ao CF compete exercer um controlo concomitante da execução orçamental, fisca-
lizando a correcção jurídico–financeira dos actos de gestão financeira e execução orça-
mental, nos termos da legislação que define os princípios e as normas relativos ao regime
financeiro da contabilidade pública, da legislação orçamental e do estabelecido no presente
diploma.
2. Compete ainda ao CF, designadamente:
a) Garantir, no âmbito da correcção jurídico–financeira, o controlo de conformi-
dade legal e de regularidade financeira;
b) Verificar a regularidade na cobrança das receitas e na realização das despesas,
abarcando os aspectos económicos, financeiro, patrimoniais e contingenciais;
c) Verificar a fidelidade dos agentes responsáveis por bens, numerários e valores;
d) Acompanhar a execução do orçamento e dos programas de actividades;
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Decreto-Regulamentar nº 2/2007, de15 de Janeiro
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Decreto-Regulamentar nº 2/2007, de15 de Janeiro
Artigo 6º
Relatórios do Controlador Financeiro
1. O CF deve remeter mensalmente ao Director Geral da Contabilidade Pública relató-
rios da execução orçamental, reflectindo a evolução prevista e os problemas identificados,
com as respectivas propostas de solução.
2. Com base nos relatórios referidos no número antecedente, o Director Geral da Con-
tabilidade Pública deve produzir e remeter trimestralmente ao Ministro responsável pela
área das Finanças, com conhecimento à Inspecção-Geral das Finanças, um documento re-
flectindo as conclusões extraídas da análise desses relatórios e propondo recomendações e
soluções para os problemas inventariados.
Artigo 7º
Intervenção do controlador financeiro
1. O CF intervém nas seguintes etapas de despesas:
a) Cabimento;
b) Compromisso;
c) Liquidação;
d) Pagamento;
2. A não certificação pelo CF, através da recusa de oposição do visto, nas diferentes etapas
da realização das despesas impede o prosseguimento do processo para as etapas seguintes.
3. Na arrecadação de receitas, a intervenção do CF deve processar-se no sentido de
permitir que, através da efectivação do controlo, sejam garantidas a correcta liquidação e
cobrança das receitas nos termos dos artigos 17º a 25º do Decreto-Lei n.º29/2201 de 19 de
Novembro, assegurando designadamente:
a) A não compensação das receitas;
b) A regularização de receitas cuja situação se encontra em estado de imputação
provisória;
c) A certificação da receita liquidada e da receita cobrada pelo sistema da banca-
rização.
Artigo 8º
Etapas de intervenções na execução da despesa
1. O CF efectua o controlo à priori de todos os actos de engajamento de despesas, po-
dendo, no entanto, dar prioridade aos actos cuja incidência financeira seja mais importante,
nomeadamente:
a) Qualquer acto relativo ao pessoal, em sintonia com o Tribunal de Contas;
b) Despesas com deslocações e estadias;
70
Decreto-Regulamentar nº 2/2007, de15 de Janeiro
71
Decreto-Regulamentar nº 2/2007, de15 de Janeiro
Artigo 10º
Manual do Controlador Financeiro
As actividades inerentes ao conteúdo funcional do cargo de CF são objecto de um ma-
nual específico de procedimentos, aprovado por despacho do Ministro das Finanças.
CAPITULO III
Carreira e Recruamento
Artigo 11º
Carreira
1. Enquanto não for criada nos quadros de pessoal a respectiva carreira, os CF consti-
tuem um corpo técnico especializado integrado no quadro privativo das Finanças
2. Os CF ficam jurídica e funcionalmente enquadrados na Direcção Geral da Conta-
bilidade Pública, sendo sujeitos a regras especificam de ingresso, acesso, remunerações e
demais normativos que regem a carreira do quadro privativo de Finanças, aprovado pelo
Decreto-Lei nº 73/95, de 21 de Novembro.
3. Podem candidatar-se aos concursos de ingresso na categoria de CF, os indivíduos
habilitados com curso superior que confira grau de licenciatura em Direito, Economia,
Finanças, Ciências Contabeis, Auditoria, Controlo Financeiro, Gestão, Administração ou
equiparado.
Artigo12º
Selecção
O recrutamento para o preenchimento de lugares de ingresso ou de acesso na categoria
de CF processa-se sempre através de concurso e é precedido de estágio probatório e de
formação destinados à apreciação das aptidões dos candidatos e de sua preparação profis-
sional.
Artigo 13º
Poder da direcção
1. Compete ao Director-Geral da Contabilidade Publica a direcção, coordenação e
supervisão das actividades do CF.
2. Os CF exercem suas funções com relação a um ou mais departamentos ou institui-
ções, sempre que as circunstâncias assim o exigirem, mediante portaria do Ministro respon-
sável pela área das Finanças.
Artigo 14º
Rotatividade
1. O mandato do CF coincide com o ano económico.
2. Os CF por conveniência de serviço e da sua missão são anualmente objecto de rota-
ção entre os serviços objecto da sua actuação.
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Decreto-Regulamentar nº 2/2007, de15 de Janeiro
Artigo 15º
Nomeação e Posse
1. O CF é nomeado pelo Ministro responsável pela área das Finanças.
2. A posse do CF é conferida pelo Director Geral da Contabilidade Publica.
CAPITULO IV
Direitos, Obrigações, incompatibilidades e responsabilidades
Artigo 16º
Direitos e Garantias
O CF, quando em serviço, e sempre que se revelar necessário ao desempenho das suas
funções, goza dos seguintes direitos e garantias, para além de outros previstos na lei geral:
a) Independência funcional no exercício das suas funções;
b) Acesso aos serviços e dependências das entidades objectos de intervenção no
âmbito do controlo financeiro;
c) Utilização, junto das entidades objecto de intervenção, de instalações e equi-
pamentos adequados ao exercício das suas funções, em condições de dignida-
de e eficácia;
d) Obtenção de colaboração e informação adequadas dos agentes em actividade
nos serviços objecto de intervenção no âmbito do controlo financeiro;
e) Efectivação do exame de quaisquer elementos em poder dos serviços ou enti-
dades objectos de intervenção no âmbito do controlo financeiro, quando esse
exame se mostrar indispensável à realização das tarefas a seu cargo.
Artigo 17º
Deveres especiais
Para além dos deveres gerais do funcionalismo público, o CF está sujeito aos seguintes
deveres especiais:
a) Desempenhar com sentido de responsabilidade, criatividade, iniciativa, efici-
ência, correcção e diligencia as funções inerentes ao cargo;
b) Guardar rigoroso sigilo relativamente a factos de que tiver conhecimento no
exercício do cargo ou por causa dele;
c) Zelar pela aplicação das leis relativas a administração financeira, tomando as
providências que estiverem no âmbito das suas competências para o seu exac-
to cumprimento;
d) Participar as entidades superiores todas as infracções de natureza disciplinar
ou criminal de que tiver conhecimento no exercício das respectivas funções
73
Decreto-Regulamentar nº 2/2007, de15 de Janeiro
Artigo 18º
Incompatibilidades
Sem prejuízo das incompatibilidades gerais previstas na lei, é vedado ao CF:
a) Executar quaisquer acções de controlo financeiro em que sejam visados pa-
rentes ou afins em qualquer grau de linha recta ou ate ao terceiro grau da linha
colateral;
b) Exercer, por si ou interposta pessoa, qualquer ramo de comércio ou indústria;
c) Exercer actividades alheias aos serviços que respeitem a entidades relativa-
mente as quais o funcionário tenha realizado nos últimos três anos quaisquer
acções de natureza inspectiva;
d) Exercer quaisquer outras actividades privadas remuneradas alheias ao serviço,
salvo as que decorrem do exercício de funções docentes ou de investigação.
Artigo 19º
Responsabilidades
Sem prejuízo da responsabilidade civil e penal nos termos da Lei, os CF incorrem em
responsabilidade financeira, nos termos da legislação aplicável, pelo incumprimento do
disposto no presente diploma.
Artigo 20º
Legislação subsidiária
Ao presente diploma aplica-se subsidiariamente o disposto no Decreto-Lei nº 29/2001,
de 19 de Novembro
Artigo 21º
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros
José Maria Pereira Neves – Cristina Duarte – Filomena Martins
Promulgado em 4 de Janeiro de 2007
Publique-se.
O Presidente da República, PEDRO VERONA RODRIGUES PIRES
Referendado em 5 de Janeiro de 2007.
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves.
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Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro
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Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro
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Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro
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Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro
Artigo 8º
Instrumentos de gestão previsional
1. A gestão do ordenador financeiro deve enquadrar-se e orientar-se pelos seguintes
instrumentos de gestão provisional:
a) Instrumentos de gestão plurianuais, designadamente o Quadro de Despesa de
Médio;
b) Prazo e o Orçamento Programa;
c) Programa anual de actividades;
d) Orçamento e sua alteração;
e) Programa financeiro de desembolso.
f) Sistema Integrado de Gestão, Orçamentação e Financeira (SIGOF)
2. Os Ordenadores Financeiros obrigam-se à certificação de suas assinaturas pela Di-
recção Geral do Orçamento.
Artigo 9º
Direcção e Coordenação
1. No âmbito da gestão corrente o ordenador financeiro depende hierarquicamente do
Ministro de tutela.
2. O Ordenador Financeiro, no âmbito da execução e processamento de receitas e de
despesas, actua em coordenação com a Direcção Geral do Orçamento e Direcção Geral
da Contabilidade Pública, tendo sempre presente a respectiva programação financeira do
Tesouro Público.
CAPITULO III
Direitos, Obrigações, Incompatibilidades e Responsabilidades
Artigo 10º
Direitos e Garantias
O Ordenador Financeiro, para além de outros previstos na lei geral goza de autonomia
e independência funcional no exercício das suas funções;
Artigo 11º
Deveres especiais
Para além dos deveres gerais do funcionalismo público, o Ordenador Financeiro está
sujeito aos seguintes deveres especiais:
a) Desempenhar com sentido de responsabilidade, eficácia, eficiência, correcção
e diligência as funções inerentes ao cargo;
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Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro
b) Zelar pela rigorosa aplicação das leis relativas a administração financeira, to-
mando as providências que estiverem no âmbito das suas competências para o
seu exacto cumprimento;
c) Exercer os poderes disciplinares nos termos da lei;
d) Participar as entidades competentes todas as infracções de natureza criminal
em violação às normas aplicáveis a correcta gestão da coisa pública de que
tiver conhecimento.
Artigo 12º
Incompatibilidades
1. Sem prejuízo das incompatibilidades gerais previstas na lei, é vedado ao Ordenador
Financeiro executar quaisquer operações financeiras em que sejam visados parentes ou
afins em qualquer grau de linha recta ou até ao terceiro grau da linha colateral;
2. Em caso de incompatibilidades, as situações previstas no número antecedente são
automaticamente transferidas para o Ordenador Secundário, que executa as operações fi-
nanceiras respectivas.
Artigo 13º
Responsabilização administrativa e criminal
1. Os Ordenadores Financeiros respondem administrativa e criminalmente pelas auto-
rizações em desacordo com especificações orçamentárias e legislação aplicável.
2. A responsabilidade dos Ordenadores Financeiros termina logo que o Tribunal de
Contas julgue e considere regulares os processos de contas submetidos a julgamento no
âmbito da legislação aplicável.
CAPITULO IV
Intervenção do Ordenador Financeiro
Artigo 14º
Exercício de poderes
O exercício dos poderes e competências conferidos ao ordenador financeiro, em ma-
téria de execução orçamental e financeira, é feito essencialmente no quadro do Sistema
Integrado de Gestão Orçamental e Financeira (SIGOF), praticando os actos necessários
e convenientes à cobrança de receitas e realização de despesas, bem como produzindo e
extraindo os relatórios nos termos do presente diploma.
Artigo 15º
Processo de execução de receitas
No processo de execução de receitas, o Ordenador Financeiro, no exercício de fun-
ções, procede a sua liquidação, emitindo a respectiva ordem de recebimento ao Tesouro.
80
Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro
Artigo16º
Processamento de execução de despesas
No processamento de execução de despesas, o ordenador financeiro actua nas fases de
cabimento, do compromisso e da liquidação, da seguinte forma:
a) O ordenador financeiro procede à determinação do saldo orçamental dispo-
nível na rubrica orçamental apropriada e, tendo em consideração o regime
duodecimal, se ao caso couber, e a programação financeira, estabelece a data
da sua realização;
b) Estabelecida a data referida na alínea anterior, o ordenador financeiro assume
determinado compromisso através do qual vincula o Estado a uma provável
obrigação de pagamento;
c) Realizada a verificação da legalidade e do cabimento pelo controlador finan-
ceiro, o ordenador financeiro procede à liquidação de despesas, isto é, à ve-
rificação da comprovação do direito do beneficiário e emite uma ordem de
pagamento;
d) O serviço do Tesouro Público faculta, posteriormente, o meio de pagamento
adequado ao beneficiário.
2. Não se aplica o disposto no número antecedente quando:
a) As despesas parcelares provindas de uma mesma causa, constituem despesas
fixas mensais da Administração e tenham sido inicialmente objecto do proce-
dimento normal na sua globalidade;
b) As despesas são urgentes e inadiáveis, sem prejuízo do seu registo contabilís-
tico, processando-se a sua regularização no prazo de trinta dias;
c) As despesas assumem carácter confidencial, sem prejuízo do seu registo con-
tabilístico, nos termos da legislação vigente.
3. No âmbito da do processamento das despesas e receitas o Ordenador Financeiro
actua em coordenação com a Direcção Geral do Tesouro.
4. O Ordenador Financeira realiza todos os actos de engajamento de despesas, poden-
do, no entanto, priorizar aqueles cuja incidência financeira se revestem de maior importân-
cia, nomeadamente:
a) Quaisquer despesas relativos ao recrutamento, promoção ou reforma na fun-
ção pública;
b) Despesas com deslocações e estadias dentro e fora do país;
c) Despesas de fornecimento de serviços de terceiros que excedam o valor fixado
por portaria ou despacho do membro do governo responsável pela área das
finanças;
81
Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro
d) Despesas de investimentos;
e) Despesas de representação de serviço.
5. Em nenhuma das etapas de intervenção pode o ordenador financeiro ficar na posse
de um dossier por mais de cinco dias, salvo motivos de força maior.
Artigo 17º
Cabimentação
Para efeitos de cabimentação as despesas classificam-se em:
a) Ordinárias – quando destinadas a atender despesas cujo pagamento se proces-
sa de uma só vez;
b) Por Estimativa – quando destinadas a atender despesas para as quais não se
possa previamente determinar o respectivo montante;
c) Globais – quando destinadas a atender despesas contratuais e outras sujeitam
a parcelamento, cujo montante exacto possa ser determinado.
Artigo 18º
Fase de cabimentação
Na fase de cabimentação cabe ao ordenador financeiro através do serviço ordenador:
a) Verificar a conformidade dos pressupostos referidos para a formulação da re-
quisição interna que deverá expressar a identificação do centro de custo requi-
sitante ao qual deverá ser afectada a despesa requerida e ser acompanhada da
respectiva fundamentação da pertinente necessidade;
b) Enviar um correio electrónico ao centro de custo requisitante, com a indicação
da sua conformidade, bem como a indicação do número de processo atribuído,
quando verificada a conformidade dos pressupostos;
c) No contexto do quadro normativo legal, proceder ao enquadramento legal da
requisição interna formulada, quanto ao tipo de procedimento a adoptar, de
modo a que o mesmo seja procedido dos respectivos procedimentos previstos
na Lei e que todos os seus pressupostos sejam devidamente salvaguardados;
d) Proceder a análise e a outorga das propostas externas apresentadas pelos po-
tenciais fornecedores, verificando a sua conformidade e garantir a negociação
interna e externa, tendo sempre presente os princípios de economicidade e
eficiência e a perspectiva do resultado;
e) Concluída a fase prévia da contratação, integra, sob forma de proposta or-
çamental, a requisição de bem (s) e/ou serviço (s) na aplicação informática
SIGOF, de onde procederá de acordo com a dotação disponível, a cobertura
financeira e o visto do Controlador Financeiro, à cabimentação ou não do pro-
posto;
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Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro
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Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro
Artigo 21º
Formas de pagamento
Os pagamentos são feitos pela Direcção Geral do Tesouro, em cheques, ordens de
pagamento, crédito em conta ou, em casos especiais, ou por quaisquer outros meios de
pagamento permitidos por Lei.
Artigo 22º
Manual do Serviço Ordenador
Por portaria do Ministro das Finanças são definidos os documentos que constituem os
suportes justificativos e comprovativos das receitas e despesas.
Artigo 23º
Relatório
1. O Ordenador Financeiro deve mensalmente remeter um relatório circunscrito sobre
a execução orçamental à Direcção Geral da Contabilidade Pública e ao Ministro da tutela.
2. Os relatórios são elaborados com base no SIGOF e devem fazer menção expressa
de todos os intervenientes sectoriais de execução orçamental, natureza e histórico de todas
as operações realizadas.
3. Trimestralmente são produzidos relatórios consolidados com uma descrição porme-
norizada da execução orçamental bem como uma projecção para o trimestre seguinte.
Artigo 24º
Arquivo
Os documentos previstos no artigo 22º do presente diploma ficam arquivados no órgão
do Serviço Ordenador respectivo e à disposição das autoridades responsáveis pelo acom-
panhamento administrativo e fiscalização financeira, bem assim dos agentes incumbidos do
controle externo de competência do Tribunal de Contas.
Artigo 25º
Legislação subsidiária
Ao presente diploma aplica-se subsidiariamente o disposto no Decreto-Lei n.º 29/2001,
de 19 de Novembro.
Artigo 26º
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros
José Maria Pereira Neves - Cristina Duarte
Promulgado em 11 de Janeiro de 2007
Publique-se.
O Presidente da República, PEDRO VERONA RODRIGUES PIRES
Referendado em 22 de Janeiro de 2007
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves.-
84
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro
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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro
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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro
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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro
p) O produto das coimas aplicadas pelos seus órgãos ou que por lei ou regula-
mento para ele revertam;
q) A uma participação, a determinar pelo Governo, na renda pela concessão da
exploração de recursos naturais do domínio público do Estado situados no
território municipal;
r) A comparticipação de 50% na renda pela utilização de áreas aeroportuárias
paga ao Estado pela Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança Aérea
(ASA) aos Municípios que possuam aeroportos ou aeródromos, nos termos a
regulamentar;
s) Quaisquer outras que, por lei, regulamento ou contrato, lhe sejam destinadas.
Secção I
Artigo 6º
(Taxas dos Municípios)
1. Os Municípios podem cobrar taxas por:
a) Concessão de licenças de loteamento, de execução de obras de particulares, da
utilização da via pública por motivo de obras e de utilização de edifícios;
b) Construção, manutenção ou reforço de infra-estruturas urbanísticas e de sane-
amento;
c) Ocupação do domínio público e aproveitamento dos bens de utilização;
d) Ocupação e utilização de locais reservados nos mercados e feiras;
e) Aferição de pesos, medidas e aparelhos de medição;
f) Estacionamento de veículos em parques ou outros locais a esse fim destinado;
g) Licenciamento sanitários das instalações;
h) Extinção de incêndios;
i) Autorização para o emprego de meios publicitários com fim comercial;
j) Autorização de venda ambulante nas vias e recintos públicos;
k) Enterramento, concessão de terrenos e uso de jazigos, de ossários e de outras
instalações em cemitérios municipais;
l) Registos e licença de cães;
m) Utilização de matadouros e talhos municipais;
n) Utilização de quaisquer instalações destinadas ao conforto, comodidade ou
recreio público;
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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro
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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro
brança das taxas a que tenha direito e a transferência do respectivo produto, deduzido da
comissão contratada, até 15 dias do mês seguinte ao da cobrança.
Secção II
Artigo 7º
(Derrama)
1. Os Municípios podem lançar, anualmente, uma derrama até o máximo de 10% da
colecta do Imposto Único sobre os Rendimentos (IUR) das pessoas colectivas que propor-
cionalmente corresponda ao rendimento gerado no respectivo território por sujeitos passi-
vos que nele exerçam uma actividade de natureza comercial ou industrial.
2. A derrama só pode ser lançada para ocorrer ao financiamento de investimentos
importantes para o desenvolvimento do Município ou da recuperação ou reconstrução de
infra-estruturas sociais e económicas fundamentais danificados ou destruídos em situações
de calamidade pública ou, ainda, no quadro de contratos de reequilíbrio financeiro.
3. A deliberação sobre o lançamento de derrama é da competência da Assembleia
Municipal, aprovada por maioria de dois terços, sob proposta da Câmara Municipal, ouvi-
dos o Governo e as associações empresariais com actividade no território do Município ou
grupos de empresários locais, na ausência daquelas, e deve ser tomada até 15 de Setembro
do ano económico anterior ao da sua aplicação.
4. A deliberação de lançamento da derrama e o respectivo processo devem ser comu-
nicados, até 30 de Setembro, ao membro do Governo responsável pela área das Finanças.
5. A deliberação de lançamento da derrama deve ser comunicada pela Câmara Muni-
cipal ao serviço central de contribuições e impostos e ao serviço central de tutela sobre os
municípios, até 31 de Outubro do ano anterior ao da sua aplicação, para efeitos de divul-
gação, cobrança e transferência da respectiva receita por parte dos serviços competentes
da administração fiscal do Estado, sob pena de a derrama não poder ser liquidada nem
cobrada.
6. Para efeitos de aplicação do disposto no nº 1, considera-se que o rendimento é ge-
rado no município onde se situa a sede ou a direcção efectiva do sujeito passivo ou, tratan-
do-se de sujeitos passivos considerados para fins fiscais como não residentes em território
nacional, no Município em que se situa o estabelecimento estável onde esteja centralizada
a respectiva contabilidade.
7. Nos casos não abrangidos pelo número anterior, sempre que os sujeitos passivos
tenham estabelecimentos estáveis ou representações em mais de um município, a colecta
do IUR relativa ao rendimento gerado no território de cada município é determinada pela
proporção da massa salarial correspondente ao estabelecimento ou representação que o
sujeito passivo nele possua na massa salarial global, correspondente à totalidade dos seus
estabelecimentos ou representações no território nacional.
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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro
8. Entende-se por massa salarial, para efeitos do presente artigo, o valor das despesas
efectuadas com o pessoal e escrituradas no exercício a título de remunerações, ordenados
ou salários.
9. O apuramento da derrama devida será efectuado pelo próprio contribuinte, se optar
pela autoliquidação nos termos das leis do IUR, ou pelos serviços competentes da adminis-
tração fiscal do Estado, nos demais casos, observando-se sempre os prazos e procedimentos
definidos na lei do IUR.
10. No caso de comunicação aos contribuintes dos valores postos à cobrança, por força
do presente artigo, a mesma deverá conter a menção de que se trata de derrama munici-
pal.
11. O produto das derramas é transferido aos municípios respectivos pelos serviços
competentes da administração fiscal do Estado, até ao fim do mês seguinte ao da respectiva
cobrança.
12. O serviço central de contribuições e impostos fornecerá aos municípios e ao servi-
ço central de tutela sobre os municípios informação periódica actualizada e discriminada da
derrama liquidada, cobrada e transferida pelos serviços da administração fiscal do Estado.
Secção III
Artigo 8º
(Recurso ao crédito)
1. Os Municípios podem contrair empréstimos, sob qualquer forma, junto de qual-
quer instituição autorizada por lei a conceder crédito, bem como emitir obrigações e cele-
brar contratos de locação financeira para financiar investimentos municipais, nos termos da
lei.
2. Os Municípios podem contrair empréstimos no exterior nas seguintes condições
cumulativas:
a) Junto de instituições financeiras internacionais ou de instituições de coopera-
ção internacional descentralizada, vocacionadas para financiar o desenvolvi-
mento regional ou local;
b) Para financiar projectos de investimento de médio ou longo prazos;
c) As condições de juro e reembolso forem melhores do que as praticadas no
mercado interno;
d) Mediante autorização do Governo, por despacho do membro do Governo res-
ponsável pela área das Finanças.
3. Os empréstimos de curto prazo só podem ser contraídos para ocorrer a dificuldades
de tesouraria, não podendo o seu montante exceder, em momento algum, 10% das receitas
efectivamente cobradas no ano económico anterior, excluídas as contas de ordem.
91
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro
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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro
13. Apenas podem constituir garantias dos empréstimos contraídos pelo Município:
a) As respectivas receitas municipais, com excepção dos subsídios, compartici-
pações e receitas consignadas;
b) A hipoteca de imóveis do domínio privado disponível, quando os empréstimos
se destinem a habitação social;
c) A consignação de rendimentos esperados dos investimentos que possam auto-
financiar-se.
14. Os empréstimos municipais podem também ser garantidos por aval do Estado
quando seja demonstrada cabalmente a viabilidade dos projectos de investimento a que
se destinam e o Município requerente demonstre uma situação financeira e de tesouraria
saudáveis.
15. Para efeitos do disposto no número anterior, o Município requerente do aval deve
apresentar ao membro do Governo responsável pela área das Finanças um estudo técnico-
económico e financeiro do projecto de investimento e da sua situação financeira relativa-
mente aos três últimos exercícios, bem como um orçamento previsional para os três anos
subsequentes.
16. É proibido aos Municípios o aceite e saque de letras de câmbio, a concessão de
avales cambiários, bem como a subscrição de livranças e a concessão de garantias pesso-
ais.
17. O regime do crédito municipal é estabelecido por decreto regulamentar.
Secção IV
Artigo 9º
(Alienação de bens)
A alienação de bens patrimoniais do Município faz-se por concurso público ou em
hasta pública, nos termos da lei.
Secção V
Artigo 10º
(Fundo de Financiamento dos Municípios)
1. Os Municípios participam, por direito próprio, nas receitas provenientes dos impos-
tos directos e indirectos do Estado, nomeadamente o Imposto Único sobre os Rendimentos
(IUR), o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), o Imposto sobre Consumos Especiais
(ICE), o Imposto de Selo e os Direitos Aduaneiros.
2. Para efeitos do disposto no número 1, é criado o Fundo de Financiamento dos Mu-
nicípios (FFM).
3. O FFM é anualmente dotado no Orçamento de Estado pela transferência não consig-
nada de 10% do valor dos impostos directos e indirectos efectivamente cobrados no penúl-
93
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro
timo ano anterior àquele a que o Orçamento se refere, excluindo os impostos consignados
por lei, bem como as derramas e outros impostos municipais eventualmente cobrados pela
administração fiscal do Estado.
4. O FFM é repartido da seguinte forma:
a) 75% Para o Fundo Municipal Comum (FMC);
b) 25% Para o Fundo de Solidariedade Municipal (FSM).
Artigo 11º
(Fundo Municipal Comum)
O FMC é uma verba na qual todos os Municípios participam nos seguintes termos:
a) 20 % Repartidos igualmente por todos os Municípios;
b) 50 % Repartidos na razão directa da população residente de cada Município;
c) 15% Repartidos na razão directa da população infanto-juvenil residente, dos
zero aos dezassete anos, de cada Município;
d) 15% Repartidos na razão directa da superfície do território de cada Municí-
pio.
Artigo 12º
(Fundo de Solidariedade Municipal)
1. O FSM visa reforçar a coesão municipal, promovendo a correcção de assimetrias em
benefício dos Municípios mais pobres.
2. No FSM só participam os Municípios que tenham um nível de capitação média dos
impostos municipais inferior à média nacional e que tenham uma proporção de população
de pobres distantes da linha de pobreza superior ou igual à média nacional, à luz dos crité-
rios estabelecidos pelo Instituto Nacional de Estatística.
3. A repartição do FSM faz-se com base nos índices de insuficiência fiscal e de pobreza
referidos no nº 2 e nas fórmulas indicadas nos números seguintes.
4. A distribuição da verba do FSM pelos Municípios com direito a nele participar
efectua-se de conformidade com a fórmula:
CF = Pm*(Cni-Cmi)
5. Na fórmula prevista no número anterior, CF é o valor da correcção fiscal do Muni-
cípio, Pm é a população residente no Município, Cni é a capitação nacional de impostos
municipais e Cmi é a capitação em impostos municipais do Município.
6. O montante do FSM remanescente depois da repartição referida no nº 4 é repartido
em conformidade com a fórmula.
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vi
P = ---------
∑vi
7. Na fórmula prevista no número anterior, P é o índice, ou o peso atribuído a cada
município na distribuição do FSM ∑vi corresponde à soma dos de todos os Municípios
que têm direito a FSM.
8. Para efeitos do disposto no nº 6: vi = popi * p1 * Z
9. Na fórmula prevista no número anterior, popi é a população em cada Município com
direito a FSM, e z a Profundidade da Pobreza em cada Município que tem direito a FSM e
corresponde ao Limiar da Pobreza calculado pelo Instituto Nacional de Estatística.
Artigo 13º
(Garantia de crescimento mínimo e máximo
da transferência para os Municípios)
1. Quando da aplicação dos critérios estabelecidos nos artigos 11º e 12º resultar valor
do FFM inferior ao do ano anterior, este é corrigido para igual montante.
2. A diferença apurada entre o valor total obtido pela aplicação do número anterior e
o total do FFM previsto é deduzida proporcionalmente pelo FFM de cada Município que
tenha um aumento em relação ao ano anterior superior à média geral de crescimento.
3. O disposto nos números anteriores não é aplicável quando haja alteração significati-
va e cumulativa dos indicadores referidos nas alíneas b), c) e d) do artigo 11.º
Artigo 14º
(Tarifas e preços de serviços)
1. As tarifas e preços de serviços a que se refere a alínea g) do artigo 5º respeitam
às seguintes actividades realizadas directamente por serviços municipais ou em regime de
concessão:
a) Abastecimento de água e energia;
b) Recolha, depósito e tratamento de lixos e resíduos sólidos;
c) Ligação, conservação e tratamento de esgotos e outros sistemas de drenagem
de águas residuais;
d) Transportes urbanos colectivos de passageiros e transporte de mercadorias;
e) Transporte escolar;
f) Produção e distribuição de inertes em locais autorizados;
g) Quaisquer outros serviços prestados em regime de concessão;
h) Quaisquer outras actividades cuja prestação incumba a serviços autónomos
municipais ou a empresas municipais;
i) Outras actividades que, por deliberação da Assembleia Municipal, sob pro-
posta da Câmara Municipal, devam ser prestadas em regime empresarial por
serviços municipais.
2. Salvo tratando-se de serviços de interesse vital para as populações, a determinar pela
Assembleia Municipal, sob proposta da Câmara Municipal, as tarifas e preços a praticar
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7. Pertence também ao Município o produto da cobrança das coimas que, por lei ou
regulamento, para ele reverta, total ou parcialmente.
Artigo 17º
(Regime geral dos impostos municipais)
1. São impostos municipais:
a) O Imposto Único sobre o Património (IUP);
b) O Imposto Municipal sobre Veículos Automóveis;
c) Outros que venham a ser criados como tais.
2. Os impostos municipais são criados pela Assembleia Nacional nos termos previstos
na Constituição e na lei.
3. Na criação de impostos municipais são tidos em conta os princípios gerais do sis-
tema fiscal e do regime de finanças locais estabelecidos na Constituição e no Código Geral
Tributário (CGT).
4. As taxas dos impostos municipais podem ser alteradas pela lei do Orçamento do
Estado ou por lei específica.
5. Podem ser concedidas isenções, reduções de taxas ou outros benefícios fiscais rela-
tivamente aos impostos municipais em casos de reconhecido interesse económico, social
ou cultural, nos termos e formas previstas no Código Geral Tributário (CGT), com as ne-
cessárias adaptações quanto ao processo administrativo.
6. À reclamação graciosa ou impugnação judicial da liquidação de impostos munici-
pais, bem como das taxas, encargos de mais-valias e demais receitas municipais de nature-
za fiscal, e às infracções às respectivas normas reguladoras aplicam-se as normas do CGT e
do Código de Processo Tributário (CPT), salvo disposição expressa em contrário.
Artigo 18º
(Liquidação e cobrança dos impostos municipais)
1. A liquidação e cobrança dos impostos municipais incumbe aos serviços municipais,
salvo o disposto no presente artigo.
2. A Câmara Municipal pode, por acordo com o Estado, delegar nos serviços fiscais
da administração central a liquidação e cobrança dos respectivos impostos municipais, me-
diante uma comissão que não poderá exceder 5% dos montantes liquidados ou cobrados,
respectivamente.
3. Nos casos referidos no número anterior, a receita dos impostos municipais cobrados
é transferida para os respectivos municípios até ao fim do mês seguinte ao da cobrança,
deduzida da comissão.
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Artigo 19º
(Compensação por benefícios fiscais)
Os Municípios têm direito a ser compensados, através de verba a inscrever no Orça-
mento de Estado, pelo montante de receita perdida em virtude de isenções ou reduções de
impostos municipais concedidas pelo Estado no ano anterior.
Artigo 20º
(Execução fiscal municipal)
1. A cobrança coerciva de créditos do Município é feita mediante processo de execu-
ção fiscal municipal e mediante reclamação de créditos em processo de execução que não
seja fiscal.
2. O processo de execução fiscal municipal destina-se à cobrança coerciva dos créditos
do Município por:
a) Impostos e taxas municipais e respectivos juros e demais encargos legais;
b) Encargos de mais valias;
c) Reembolsos e reposições;
d) Coimas fixadas em decisões, sentenças ou acórdãos relativos a contra-ordena-
ções fiscais, salvo quando aplicadas pelos tribunais comuns;
e) Outras dívidas, que não provenham de contrato, cuja obrigação de pagamento
tenha sido reconhecida por deliberação da Câmara Municipal.
3. O processo de execução fiscal municipal segue os termos do processo de execução
fiscal regulado no CPT, com as seguintes adaptações:
a) A execução fiscal corre pela secretaria municipal, salvo o disposto no n.º 5;
b) Tem legitimidade para promover a execução fiscal o Presidente da Câmara
Municipal ou vereador em quem tenha delegado tal competência, salvo o dis-
posto no n.º 5;
c) As competências atribuídas ao membro do Governo responsável pela área das
finanças, à Direcção Geral das Contribuições e Impostos ou ao seu Director
Geral, são exercidas pelo Presidente da Câmara Municipal ou por Vereador
em quem tenha delegado;
d) As competências atribuídas ao chefe da repartição de finanças e à repartição
de finanças são exercidas pelo secretário municipal e pela secretaria munici-
pal, salvo o disposto no n.º 5;
e) As competências atribuídas ao representante da Fazenda Pública e à Fazenda
Pública são exercidas pelo tesoureiro municipal;
f) As funções de escrivão do processo e de oficial de diligências são exercidas
por funcionários ou agentes municipais designados como tais pela Câmara
Municipal, salvo o disposto no n.º 5.
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rior será inscrita no orçamento como encargos provisionais com o pessoal através de uma
rubrica própria.
3. As despesas com o pessoal, incluindo os encargos provisionais com o pessoal, não
podem exceder 50% das receitas correntes previstas no orçamento.
Artigo 33º
(Dotação provisional)
Poderá ser inscrita uma dotação provisional para servir exclusivamente de contrapar-
tida de reforços ou de inscrições de verbas determinadas pela necessidade de acorrer a
despesas inadiáveis insuficientemente dotadas ou não previstas.
Artigo 34º
(Estruturas e organização do orçamento de investimento)
1. O orçamento de investimentos é apresentado sob a forma de programas, sub-progra-
mas e projectos, podendo ser plurianual.
2. O orçamento de investimentos é elaborado de acordo com o plano de actividades
do Município.
3. O orçamento de investimentos deve apresentar fichas de programa, sub-programa e
projectos que deverão conter de forma resumida e clara os seguintes elementos:
a) Descrição sumária, objectivos, metas, principais políticas e medidas e a estru-
tura de gestão de cada programa e o respectivo orçamento;
b) Objectivos, metas, principais políticas e medidas de indicadores de resultados
de cada sub-programa e respectivo orçamento;
c) Projectos enquadrados nos programas e sub-programas contendo todos os
elementos que permitam a sua validação para financiamento e avaliação da
sua execução, nomeadamente a coerência com as políticas, objectivos e me-
tas dos programas e sub-programas em que se integram, os custos directos e
correntes, a programação física financeira das actividades a desenvolver e os
indicadores de resultados.
4. Cada projecto deve indicar, obrigatoriamente, as fontes de financiamento e todas as
informações relevantes para um adequado enquadramento, classificação e execução orça-
mental das despesas correspondentes.
Secção II
Artigo 35º
(Conteúdo da proposta de orçamento)
A proposta do orçamento a submeter à aprovação da Assembleia Municipal deve con-
ter o articulado da respectiva proposta de deliberação, os mapas orçamentais e ser acompa-
nhada de anexos informativos.
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Artigo 36º
(Conteúdo do articulado da proposta de deliberação)
O articulado da proposta de deliberação deve conter:
a) As condições de aprovação dos mapas orçamentais e as normas necessárias
para orientar a execução orçamental;
b) A indicação das fontes de financiamento que acresçam as receitas efectivas
municipais, nomeadamente no que se refere a financiamentos previstos atra-
vés de acordos de geminação e outros, bem como a indicação do destino a dar
a esses fundos;
c) O montante, as condições gerais e a aplicação prevista de financiamentos a
obter junto de instituições de crédito, nos termos do artigo 8º da presente lei;
d) Todas as outras medidas que se revelem indispensáveis à correcta gestão orça-
mental do Município para o ano económico a que o orçamento se destina.
Artigo 37º
(Estrutura dos mapas orçamentais)
1. Os mapas orçamentais a que se refere o artigo 35º da presente lei são os seguintes:
a) Mapa I - Receitas correntes e de capital do Município, especificadas segundo
uma classificação económica e orgânica;
b) Mapa II - Despesas de funcionamento e de investimento do Município, espe-
cificadas segundo uma classificação económica e orgânica;
c) Mapa III- Despesas de funcionamento e de investimento do Município, espe-
cificadas segundo uma classificação funcional;
d) Mapa IV - Receitas dos serviços autónomos municipais, segundo uma classi-
ficação orgânica e económica;
e) Mapa V - Despesas dos serviços autónomos municipais, especificadas segun-
do uma classificação económica e orgânica;
f) Mapa VI - Despesas dos serviços autónomos municipais, especificadas segun-
do uma classificação funcional;
g) Mapa VII - Orçamento consolidado das receitas correntes e de capital e das
despesas de funcionamento do Município e dos serviços autónomos munici-
pais, segundo uma classificação económica;
h) Mapa VIII - Orçamento consolidado das receitas correntes e de capital e das
despesas de funcionamento do Município e dos serviços autónomos munici-
pais, segundo uma classificação orgânica;
i) Mapa IX - Orçamento consolidado das despesas do Município e dos serviços
autónomos municipais, segundo uma classificação funcional;
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4. Durante o período transitório referido nos números anteriores são aplicáveis os prin-
cípios sobre alterações orçamentais estabelecidos no artigo 46º.
5. O orçamento municipal referente ao ano económico em curso deve ser obrigatoria-
mente aprovado até 31 de Janeiro desse ano, mesmo que a totalidade dos elementos neces-
sários, designadamente quanto a receitas, não esteja disponível.
6. No caso previsto na segunda parte do número anterior, a regularização e actualiza-
ção de tais elementos serão feitas por via de orçamento rectificativo a aprovar até 31 de
Março do ano em curso.
Artigo 41º
(Publicidade)
A deliberação da Assembleia Municipal que aprova o orçamento, bem como as suas
alterações e os respectivos mapas deverão ser publicados no Boletim Oficial.
CAPÍTULO V
Execução do Orçamento
Secção I
Artigo 42º
(Execução orçamental)
A Câmara Municipal deve tomar as providências necessárias para que o orçamento
municipal possa começar a ser executado no início do ano económico a que se destina, de-
vendo, no exercício do poder de execução orçamental, adoptar as deliberações necessárias
que garantam o princípio da mais racional utilização possível das dotações orçamentais e o
princípio da melhor gestão da tesouraria.
Artigo 43º
(Efeitos do orçamento das receitas)
1. Nenhuma receita pode ser liquidada ou cobrada, mesmo que seja legal, se não tiver
sido objecto de inscrição orçamental.
2. A cobrança pode, todavia, ser efectuada mesmo para além dos valores inicialmente
previstos no orçamento.
3. Os actos administrativos que directamente envolvem perda de receita fiscal devem
ser fundamentados e publicados.
4. As receitas liquidadas e não cobradas até 31 de Dezembro deverão ser contabiliza-
das pelas correspondentes rubricas do orçamento de ano em que a cobrança se efectuar.
Artigo 44º
(Realização de despesas)
1. Nenhuma despesa pode ser assumida, autorizada e paga sem que, para além de ser
legal, se encontre suficientemente discriminada no orçamento, tenha cabimento no corres-
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Artigo 50º
(Responsabilidade dos funcionários e agentes municipais
pela execução orçamental)
Os funcionários e agentes municipais são responsáveis financeira, civil, criminal e dis-
ciplinarmente pelas suas acções e omissões de que resulte violação das normas de execução
orçamental nos termos do artigo 239º da Constituição e da legislação aplicável.
Artigo 51º
(Utilizações indevidas das dotações)
1. A utilização indevida das dotações, por parte dos titulares dos órgãos municipais,
quando não possa ser revelada em virtude das circunstâncias especiais em que tenha ocor-
rido, é punida com coima até 100.000$00 (cem mil escudos) graduada segundo a gravidade
da falta, podendo os responsáveis ser obrigados a restituição das importâncias indevida-
mente despendidas.
2. Os titulares referidos no número anterior são apenas responsáveis pela utilização in-
devida das dotações se tiverem excedido os limites das suas funções ou se, no desempenho
destas, tiverem procedido com dolo ou negligência grosseira.
3. A violação do disposto no nº 1 do artigo 44º não poderá ser relevada, salvo em cir-
cunstâncias excepcionais, que deverão ser invocadas pelos responsáveis e constar detalha-
damente do acórdão do Tribunal de Contas.
4. A efectivação das responsabilidades a que se refere o n.º 1 do presente artigo com-
pete ao Tribunal de Contas.
Artigo 52.º
(Reintegração coerciva)
O Ministério Público promoverá, pelas vias judiciais próprias, oficiosamente ou a pe-
dido do Município interessado ou do Tribunal de Contas, as necessárias diligências para fa-
zer entrar no cofre do Município as quantias pelas quais os titulares dos órgãos municipais
e seus funcionários ou agentes tenham sido julgados responsáveis.
Secção III
Artigo 53º
(Resultado da execução orçamental)
1. O resultado da execução orçamental consta de balancetes trimestrais e da conta de
gerência.
2. Se no decorrer do ano financeiro se verificar a substituição total da Câmara Mu-
nicipal, deverão ser organizadas separadamente contas de gerência relativas ao período
decorrido até a sua substituição sem prejuízo anual, e devendo o encerramento das contas
reportar-se nesta hipótese, à data em que se processa a substituição.
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Artigo 58º
(Elaboração, apresentação, apreciação e aprovação)
1. A conta de gerência é elaborada pelo competente serviço municipal sob a responsa-
bilidade do Presidente da Câmara, que a submeterá a Câmara Municipal para aprovação até
o dia 1 de Março do ano seguinte a que respeitar.
2. A Câmara Municipal aprovará e apresentará a conta de gerência até final do mês de
Março do ano seguinte àquele a se respeitar.
3. A Assembleia Municipal apreciará a conta de gerência na secção ordinária de
Abril.
4. A conta de gerência será submetida, independentemente da sua apreciação pela As-
sembleia Municipal, a julgamento do Tribunal de Contas até ao final de Junho do ano se-
guinte àquele a que respeitarem.
5. No caso previsto no nº 2 ao artigo 53º, a respectiva conta de gerência será enviada
ao Tribunal de Contas conjuntamente com a conta de gerência anual.
Artigo 59º
(Julgamento das contas)
O Tribunal de Contas julgará a conta de gerência dentro do prazo estipulado na lei e
remetê-la-á, com o seu acórdão, à Assembleia Municipal, bem como uma cópia ao depar-
tamento governamental que tutela os municípios.
CAPÍTULO VII
Operações de tesouraria
Artigo 60º
(Operações de tesouraria)
1. São operações de tesouraria os movimentos excepcionais de fundos efectuados nos
cofres de tesouraria municipal que não se encontrem sujeitos a disciplina do orçamento
municipal, bem como as restantes operações escriturais com eles relacionados.
2. As operações de tesouraria são passivas e activas, correspondendo as activas à en-
trada de fundos nos cofres da tesouraria municipal e as passivas à saída de fundos daquele
cofre.
Artigo 61º
(Finalidades)
As operações de tesouraria têm por finalidades:
a) Antecipar receitas orçamentais cuja cobrança está prevista para o ano econó-
mico;
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Artigo 70º
(Dívidas dos Municípios)
Quando o Município tenha, para com o Estado, dívida certa e líquida, pode o respec-
tivo montante de capital e de juros moratórios ser deduzido nas transferências financeiras
não consignadas, que o Município tenha de receber do Estado, até ao limite de 15% do
montante global da transferência devida.
CAPÍTULO IX
Regime financeiro dos serviços
Artigo 71º
(Concessão de Autonomia Financeira)
1. Por deliberação da Assembleia Municipal poderá ser atribuída aos serviços munici-
pais autonomia financeira para actos de gestão corrente.
2. Os serviços dotados de autonomia financeira possuem orçamento e contabilidade
privativos, com afectação de receitas próprias às despesas próprias, quer os respectivos
movimentos se façam pelos seus cofres, quer se façam transitando pelos cofres municipais,
competindo aos seus dirigentes autorizar a realização de despesas e o seu pagamento, po-
dendo, nesse âmbito, realizar actos definitivos e executórios.
3. A competência da Câmara Municipal ou a do Presidente da Câmara Municipal inclui
sempre os necessários poderes de direcção, supervisão e inspecção, bem como a prática dos
actos que excedam a gestão corrente.
4. Para efeito deste diploma, actos de gestão corrente são todos aqueles que integra
a actividade que os serviços desenvolvem para a prossecução das suas atribuições, com
excepção dos que envolvam opções fundamentais de enquadramento da actividade dos ser-
viços e designadamente, que se traduzem na aprovação dos planos de actividade e respec-
tivos relatórios de execução ou na autorização para a realização de despesas cujo montante
ou natureza ultrapassem a normal execução dos planos aprovados.
Artigo 72º
(Conservação de autonomia financeira)
1. A autonomia financeira dos serviços municipais só poderá ser conservada se as suas
receitas próprias atingirem um mínimo de dois terços das suas despesas totais.
2. Para efeitos do número anterior, não são considerados como receitas próprias as
resultantes de transferências correntes e de capital do orçamento do município ou do orça-
mento do Estado ou de quaisquer pessoas colectivas públicas.
Artigo 73º
(Cessação de autonomia financeira)
1. A não verificação dos requisitos previstos no nº 1 do artigo anterior durante dois
anos consecutivos determinará a cessação do respectivo regime financeiro e a aplicação do
regime geral da autonomia administrativa.
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2. A constatação da situação prevista no número anterior será feita com base no exer-
cício dos anos anteriores e a cessação do regime de autonomia administrativa e financeira
será efectivada mediante deliberação da Assembleia Municipal, produzindo os seus efeitos
a partir do início do ano económico seguinte ao da publicação.
Artigo 74º
(Controlo de gestão orçamental dos serviços dotados
de autonomia financeira)
1. Sobre os serviços municipais dotados de autonomia financeira, será efectuado um
controlo sistemático sucessivo da gestão orçamental, o qual incluirá a fiscalização da con-
formidade legal e regularidade financeira das despesas efectuadas, abrangendo ainda a aná-
lise da sua eficiência e eficácia.
2. O controlo referido no número anterior será feito com base nos mapas justificativos
e na documentação de despesas remetidos e poderá envolver uma verificação directa da
contabilidade dos próprios serviços.
3. Será ainda assegurado o julgamento das contas pelo Tribunal de Contas.
CAPÍTULO X
Contabilidade Municipal
Artigo 75º
(Contabilidade municipal)
1. A contabilidade municipal baseia-se no Plano Nacional de Contabilidade Pública e
rege-se pelos princípios e regras da contabilidade pública definidos por lei.
2. Tendo em conta a necessidade de assegurar a plena harmonização das regras e pro-
cedimentos contabilísticos, bem como a integração orçamental do Sector Público Adminis-
trativo, as Câmaras Municipais tomam as medidas necessárias para que a adaptação dos
planos de contas municipais e as regras e procedimentos contabilísticos se conformem ao
disposto no número anterior.
3. Para o efeito, o Governo e a Associação Nacional dos Municípios Cabo-Verdianos
criam uma equipa de acompanhamento, com a finalidade de implementar todas as fases
necessárias ao processo de adaptação da contabilidade municipal às exigências do Plano
Nacional de Contabilidade Pública.
4. Cabe ao Governo realizar os investimentos necessários em equipamentos e sistemas
informáticos necessários à integração dos Municípios na rede informática do Estado, bem
como assegurar a formação de pessoal dos municípios nas aplicações informáticas de ges-
tão contabilística e orçamental, por forma a assegurar que a transição para o sistema con-
tabilístico da Administração Pública se faça, nos Municípios, directamente por processos
informáticos.
118
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro
119
Decreto-Lei nº 22/99, de 26 de Abril
120
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
121
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
122
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
CAPÍTULOS III
Execução e alterações do orçamento
Artigo 5º
Remessas de fundos
1. As remessas á representação dos fundos de gestão e para o pagamento do pessoal,
constantes do respectivo orçamento, são efectudas directamente pelo Tesouro, em
fracções trimestrais e mediante requisições de fundos, feitos pelo Ministário dos Negócios
Estrangeiros, através da Direcção-Geral de Administração.
2. As remessas de fundos são efectudas por operação bancária ou, quando isso for
menos viável, por meio de cheque nominativo.
Artigo 6º
Recebimentos
1. Os recibos são passdos em triplicado, devendo o original ser entrgue ao interessado,
o duplicado remetido aos serviços de contabilidade e o triplicado conservado na caderneta
de recibos, cujas folhas deverão ser pré-numeradas, picotadas e trazer a chancela do
responsável administrativo e financeiro.
2. Todo o impresso, cujo uso esteja associado a recebimentos, deve ser tipograficamente
pré-numerado e trazer a menção: “inválido sem o número de recebimento”.
3. Os exemplares destacáveis dos impressos de cobrança, pré-numerados, que forem
inutilizados, serão remetidos aos serviços de contabilidade, em apenso ao primeiro
documento contabilístico que sair do mesmo emitente.
Artigo 7º
Autorização de despesas
1. Nenhuma despesa por conta e ordem da representação poderá ser autorizada, sem
que se encontre discriminada e cabimentada no respectivo orçamento de funcionamento,
devidamente aprovado.
2. Antes da autorização de qualquer despesa, a representação deve proceder, através
dos mecanismos previstos na lei, ao controlo prévio da respectiva cabimentação e das
disponibilidades em tesouraria.
3. A realização de qualquer despesa carece de autorização prévia do chefe da representação,
salvo delegação de competências, nos limites estabelecidos na lei e definidos pelo Ministro dos
Negócios Estrangeiros, e sem prejuízo do disposto no nº 6 do artigo 44º.
Artigo 8º
Pagamentos
1. Toda a despesa deve ser paga por transferência bancária ou cheque nominativo,
salvo disposição legal expressa em contrário.
2. A ordem de transferência bancária ou o cheque nominativo conterá, obrigatoriamente,
duas assinaturas, sendo uma do chefe da representação e outra do responsável por serviços
de contabilidade ou, nas suas ausências e impedimentos, dos respectivos substitutos.
123
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
124
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
Artigo 12º
Outras receitas do orçamento do Estado
Devem ser previstas no orçamento da representação outras receitas eventuais, que
constituam receitas do Orçamento do estado, tais como:
a) Saldo da gerência anterior;
b) Retenções do imposto do selo sobre quitações, referentes a pagamentos
diversos, efectuados a funcionários do Estado de Cabo Verde;
c) Juros de depósitos;
d) Compensações por serviços de intermediação;
e) Desembolsos de empréstimos obtidos, nos termos deste regulamento;
f) Reposições decorrentes de anulações parciais ou integrais de despesas de
funcionamento;
g) Reposições provenientes do reembolso de impostos e taxas de que a
representação se ache isenta.
Artigo 13º
Utilização das receitas do Orçamento do Estrado
1. As receitas do Orçamento do Estado serão utilizadas na cobertura das despesas
fixadas no orçamento de representação, devidamente aprovado.
2. Para efeitos do disposto no número anterior, as representações devem remeter à
Direcção-Geral de Administração, do Ministério dos Negócios Estrangeiros, nos trinta dias
subsequentes ao fim do trimestre a que diz respeito, o mapa da totalidade das receitas do
Orçamento do Estado, arrecadadas no trimestre findo.
3. O montante da arrecadação, constante no mapa referido no número anterior deve
ser deduzido à primeira remessa que a Direcção-Geral de Administração, do Ministério
dos Negócios Estrangeiros, processar, após à recepção mapa, devendo ficar averbada essa
dedução na respectiva requisição.
4. Após à remessa referida no número anterior, a representação fica autorizada a
transferir do depósito das receitas do Orçamento do Estado para o depósito principal a
quantia deduzida.
5. O disposto no artigo 135º do Decreto-Lei nº 67/89 de 14 de Setembro aplicar-se-á
apenas às receitas do Orçamento do Estado, que não puderem ser absolvidas nos termos
do número 3 deste artigo, ou tiverem utilização diferente, prevista na lei de aprovação do
Orçamento do Estado ou, ainda, autorizada por despacho conjunto dos responsáveis do
governo das áreas dos negócios estrangeiros e das finanças, para ocorrer a solicitações
de carácter socio-económico, provindas das comunidades cabo-verdianas e reconhecidas
como dignas de atendimento pelo Governo.
6. A utilização das receitas do Orçamento do Estado, diferentemente do estipulado
no presente regulamento, é passível de procedimento disciplinar, sem prejuízo de outras
medidas previstas na lei.
125
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
Artigo 14º
Restituição
Para efeitos de restituição de emolumentos consulares, cobrados indevidamente, o
lesado poderá reclamar, dentro dos três meses subsequentes à cobrança, em carta dirigida
ao chefe da representação, com recurso para o Ministro dos Negócios Estrangeiros.
CAPÍTULO V
Despesas de representação
Artigo 15º
Finalidade
1. A verba de representação destina-se a suportar os gastos decorrentes da actividade
diplomática e visa garantir a observância de relações sócio-profissionais e de cortesia
que, em razão das suas funções, a representação, os diplomatas em serviço na mesma e,
especialmente, o respectivo chefe são obrigados a manter.
2. A verba de representação destina-se, ainda, no quadro das disponibilidades, a
suportar, integral ou parcialmente, eventuais gastos com entidades nacionais, de visita à ou
em trânsito, pela área de jurisdição da representação, em actos de cortesia ou de interesse
nacional.
3. A verba de representação não pode, em caso algum, suportar outros encargos que,
pela sua natureza, não preencham os requisitos e objectivos constantes dos números
anteriores.
Artigo 16º
Especificação
1. São consideradas despesas de representação as incorridas em:
a) Recepções, almoços, juntares e outros actos similares, de convívio social
e cortesia, realizados pela representação, em atenção a entidades do país
de acreditação ou de organizações internacionais e regionais, ao corpo
diplomático, a operadores económicos e culturais ou, ainda, a entidades do
Estado ou de outras instituições cabo-verdianas, que se desloquem ao país ou
área de acreditação da representação;
b) Recepções, almoços, jantares e outros actos similares, de convívio social, para
os quais o chefe da representação ou os diplomatas em serviço na representação
convidem outros diplomatas ou entidades com as quais desenvolvam relações
de trabalho ou de amizade profissional, com interesse para o Estado de Cabo
Verde;
c) Aquisições de publicações, colecções e objectos de arte ou artesanato e outros
destinados a ofertas a entidades ou individualidades dos países de acreditação
ou de estados terceiros, em virtude da praxis diplomática e dentro dos limites
estabelecidos na lei e nos regulamentos;
126
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
127
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
128
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
CAPÍTULO VII
Empréstimo
Artigo 25º
Princípios gerais
1. Mediante proposta, devidamente fundamentada, e parecer dos serviços competentes
dos departamentos dos negócios estrangeiros e das finanças, podem as representações
ser autorizadas, por despacho conjunto dos membros do governo responsáveis por esses
dois departamentos, a contrair empréstimos, avalisados ou não, para ocorrerem a certas
necessidades, reconhecidas superiormente como sendo da utilidade pública.
2. Excepcionalmente, e em virtude de atraso considerável na remessa dos fundos
trimestrais, poderão as representações, com dispensa de autorização prévia, contrair
empréstimos a curto prazo, não devendo, contudo, a soma mais os correspondentes juros
ultrapassar o montante das remessas de fundo em atraso.
3. A contracção de empréstimos nas circunstâncias referidas no número anterior
deverá ser, imediatamente, comunicada aos serviços centrais do Ministério dos Negócios
Estrangeiros e por este ao departamento do governo responsável pela área das finanças.
4. Os empréstimos, contraidos nos termos dos números 2 e 3 do presente artigo, deverão
ser pagos, imediatamente, após a recepção dos fundos em atraso.
Artigo 26º
Assistência consular e comunitária
1. Poderão ser concedidas, a título excepcional, pequenos empréstimos a nacionais de
Cabo Verde ou seus familiares, ao abrigo da proteção consular e de acções de solidariedade,
quando a natureza e as características das situações contempladas impliquem a realização
de despesas adicionadas, que não se inscrevam na actividade normal da representação.
2. Os empréstimo de carácter excepcional, concedidos nos termos do número anterior,
deverão ser reembolsados, antes do encerramento das contas anuais, sem prejuízo da
consideração de dificuldades extraordinárias, dignas de contemplação e devidamente
comprovadas.
3. Nos casos de manifesta debilidade económica da pessoa ou do grupo assistido
ou, ainda, de reconhecido interesse em apoiar projectos sócio-económicos de carácter
comunitário, as despesas decorrentes das acções de apoio e de solidariedade poderão ser
consideradas fundos perdidos.
4. Os fundos perdidos nos termos do número anterior poderão ser compensados
mediante transferência para a conta de gestão, do montante equivalente de receitas
consulares, autorizada por despacho conjunto dos membros do governo responsáveis pelas
áreas dos negócios estrangeiros e das finanças, sobre proposta do chefe da representação e
pareceres dos serviços competentes dos dois departamentos.
Artigo 27º
Contabilização
Da proposta orçamental deverão constar as rúbricas e as verbas, que possibilitem a
realização das operações referidas neste capítulo.
129
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
CAPÍTULO VIII
Operações de tesouraria
Artigo 28º
Conceito
1. Consideram-se operações de tesouraria as transacções financeiras não relacionados
com a execução do orçamento ou com a prática de actos consulares, e nas quais a
representação intervenha como mero intermediário, tais como recebimentos, aquisições e
pagamentos por conta e ordem de entidades ou serviços públicos nacionais.
2. Para efeitos deste diploma, consideram-se, ainda, operações de tesouraria os
recebimentos e pagamentos, efectuados na sequência de instruções pontuais emanadas do
Governo, desde que, concomitantemente, não tenha sido determinada a sua inclusão no
orçamento de funcionamento da representação.
Artigo 29º
Serviços de intermediação
1. Qualquer serviço de intermeditação, solicitado por entidade ou serviço público
nacional e que não se enquadre nas funções próprias da representação ou não se encontre
coberto pelo orçamento de funcionamento, deve ser facturado, com base nas despesas
adicionais inerentes.
2. A representação não deve incorrer em qualquer despesa, no quadro da satisfação dos
serviços referidos no número anterior, sem que, previamente, tenha recebido do serviço
interessado a quantia, que possa cobrir não só os pagamentos a terceiros mas também os
serviços de intermeditação.
3. As receitas provenientes dos serviços referidos nos números anteriores constituem
receitas do Estado, cujas taxas e outras condições serão fixadas por portaria conjunta dos
membros do governo responsáveis pelas áreas dos negócios estrangeiros e das finanças,
ouvidos os serviços competentes dos respectivos departamentos.
CAPÍTULO IX
Responsabilidade pela gestão financeiro-patrimonial
Artigo 30º
Responsabilidades especiais
Sem prejuízo do dever geral de contribuir para a boa e correcta gestão dos serviços, que
impende sobre todos os funcionários e agentes afectos à representação, são especialmente
responsáveis pela gestão financeira e patrimonial da representação, por ordem de
hierarquia:
1º) O chefe da Representação;
2º) O responsável administrativo e financeiro;
3º) O responsável pelos serviços de contabilidade;
4º) O responsável pela tesouraria.
130
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
Artigo 31º
Do chefe da representação
1. Nos termos do presente regulamento, e sem prejuízo do disposto na legislação em
vigor, o chefe da representação é solidariamente responsável com as outras entidades referidas
no artigo anterior, pela gestão financeiro-patrimonial da representação, competindo-lhe,
nomeadamente:
a) Superintender na boa execução do orçamento de funcionamento;
b) Zelar pela boa gestão dos meios financeiros postos à disposição da
representação.
c) Promover e zelar pela boa conservação do património, móvel e imóvel, posto
à disposição da chancelaria e da residência oficial.
2. Essas responsabilidades não excluem as que sejam específicas de outros servidores
públicos.
Artigo 32º
Do responsável administrativo e financeiro
1. Em cada representação haverá um responsável administrativo e financeiro, que
superintende, directamente, nas questões administrativas, financeiras e patrimoniais, sob a
autoridade e supervisão do chefe da representação e a orientação técnica da Direcção-Geral
de Administração e da Inspecção-Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
2. Compete ao responsável administrativo e financeiro, nomeadamente, dar balanço à
tesouraria, admnistrar os bens inventariáveis do Estado afectos à representação, incluindo
os que se encontrem na residência oficial do chefe de representação e outros sob a respectiva
jurisdição; coordenar os processos de inventariação; e controlar o economato e a utilização
das cadernetas de recibos de cobrança.
3. O responsável administrativo e financeiro é escolhido de entre funcionários
do quadro do Ministério dos Negócios Estrangeiros, com categoria igual ou superior a
oficial principal ou equiparado, e é designado por despacho do Ministro dos Negócios
Estrangeiros, sob proposta fundamentada do chefe de representação, ouvida a Direcção-
Geral de Administração.
Artigo 33º
Do responsável dos serviços da contabilidade
1. O responsável dos serviços de contabilidade será escolhido de entre pessoal do
quadro ou fora do quadro e designado pelo chefe da representação, ouvida a Direcção-
Geral de Administração.
2. Compete-lhe apoiar a gestão financeiro-patrimonial da representação, assegurando,
nomeadamente:
a) A regularidade do processamento, a conferência e a verificação dos justificativos
das despesas e das receitas e de outros documentos de movimentação de
fundos, nomeadamente, os de caixa e bancários;
131
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
132
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
133
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
Artigo 42º
Cofre
1. A representação terá cofre, no qual não poderá conservar montante superior ao
subsídio de custa de vida atribuído ao chefe da representação.
2. O produto dos recebimentos efectuados em dinheiro, cheques e outros títulos
emitidos a favor da representação devem ser, obrigatória e integralmente, depositados na
respectiva conta bancária.
3. Nas representações em que o movimento assim o justifique, ao funcionário ou
agente, que desempenhar a função de responsável pela tesouraria, é atribuida uma quantia
mensal, a título de abono para falhas, nos termos da lei geral.
4. A quantia a que se refere o número anterior será fixada na moeda do país de acreditação,
por despacho do Ministro dos Negócios Estrangeiros, sob proposta fundamentada do chefe
da representação e parecer de Direcção-Geral de Administração.
5. Do despacho referido no número anterior, dar-se-à o devido conhecimento aos
serviços competentes do departamento do governo responsável pela área das finanças.
Artigo 43º
Contas de Tesouraria
1. O produto dos recebimentos ou levantamentos efectuados pelo responsável da
tesouraria, nos termos regulamentares, será guardado no cofre, devendo, porém, haver,
sempre que necessário, diferentes registos relativos ao dinheiro em cofre, com as seguintes
designações: “receitas do Estado”, “operações de tesouraria” e “fundo permanente”.
2. Cada representação abrirá, uma conta bancária, que se designará depósito principal,
e compreenderá as passagens de fundos e as transferências referidas, respectivamente, no
artigo 5º e no número 4 do artigo 13º, bem como as disponibilidades referentes às operações
de tesouraria.
3. Sempre que necessário, abrir-se-à uma segunda conta bancária, que se designará
“Depósito das receitas do Estado”, e que compreenderá as receitas consulares e outras
receitas do Orçamento do Estado.
4. Mediante proposta fundamentada do chefe da representação, o Director-Geral de
Administração do Ministério dos Negócios Estrangeiros poderá autorizar a abertura de
outras contas bancárias.
5. Na contabilidade haverá, sempre que necessário, três contas-correntes relativas ao
depósitos: a primeira, para disponibilidades do orçamento de funcionamento; a segunda,
para receitas do Orçamento do Estado; e a terceira, para disponibilidades de operações de
tesouraria.
134
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
Artigo 44º
Fundo permanente
1. Em cada representação haverá um fundo permanente, para fazer face a pequenas
despesas, o qual será constituído a partir das disponibilidades da representação e cujo
montante não ultrapassará o valor do subsídio do custo de vida auferido pelo chefe da
representação.
2. O fundo permanente será gerido pelo responsável dos serviços de contabilidade e
será utilizado mediante requisições dos serviços à tesouraria.
3. Não havendo funcionários ou agentes em número suficiente, a gestão do fundo
será feita pelo responsável administrativo e financeiro ou, mesmo, pelo chefe da
representação.
4. A reconstituição do fundo far-se-à, à medida que forem sendo apresentados os
justificativos das despesas efectuadas, devendo a sua total reposição operar-se até 31 de
Dezembro do ano a que dizer respeito.
5. Os justificativos referidos no número anterior são classificados, para efeitos, segundo
a natureza das despesas.
6. Às despesas feitas com o fundo permanente não se aplica o disposto no nº 3 do
artigo 8º.
CAPÍTULO XI
Bens inventariáveis
Artigo 45º
Conceito de bens inventariáveis
Consideram-se bens inventariáveis os considerados como tais pela lei geral.
Artigo 46º
Inventário inicial
1. Com a entrada em funcionamento de uma nova representação deverá, sempre, ser
elaborado, nos termos do presente regulamento, inventário inicial, dentro dos noventa dias
seguintes ao do início efectivo das actividades da nova representação.
2. Na falta de inventário inicial, à data da entrada em vigor do presente regulamento,
considerar-se-à como tal o primeiro a ser elaborado, após a entrada em vigor do presente
diploma, devendo, nesse caso, o arrolamento e a atribuição de valores serem feitos por uma
comissão, composta pelo responsável administrativo e financeiro e por um funcionário,
designado pelo chefe da representação.
Artigo 47º
Aquisição
1. A aquisição de bens destinados à representação, incluindo os destinados à residência
oficial, e que constituam investimento, depende de autorização prévia dos responsáveis do
135
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
governo pelas áreas dos negócios estrangeiros e das finanças, sob proposta fundamentada
do chefe da representação e pareceres da Direcção-Geral da Administração e dos serviços
competentes do departamento das finanças.
2. A proposta de aquisição dos veículos automóveis, para além dos requisitos referidos
no número anterior, deverá conter, nomeadamente, as fichas técnicas da viatura preferida
com a indicação de mais dois modelos alternativos, preços respectivos e as condições de
pagamento.
3. Todo o projecto de aquisição de imóveis deverá apresentar, sempre que possível,
duas alternativas, e ser submetida ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, para estudo e
decisão prévia, contendo, nomeadamente:
a) Razões e objectivos da operação;
b) Descrição sumária e composição do imóvel ou imóveis eleitos, e respectivas
plantas, fotografia e custos de aquisição;
c) Necessidade ou não de obras a introduzir e, em caso afirmativo, indicação de
plano de adaptação ou melhorias, acompanhada da estimativa do respectivo
custo;
d) Modalidades possíveis de pagamento e prazos de validade das propostas de
venda;
e) Possibilidades e condições de obtenção de empréstimos no país de
acreditação;
f) Pareceres distintos de dois peritos independentes, locais, idóneos e isentos
sobre o estado de conservação do imóvel ou imóveis, custos e obras a
introduzir;
g) Indicação de que não existem impossibilidade ou óbices jurídicos à aquisição
do imóvel por parte do Estado de Cabo Verde, directamente, ou através da
representação.
4. A aquisição de bens inventariáveis para recheio de residêndia oficial do chefe da
representação dependente de autorização prévia do Director-Geral de Administração,
do Ministério dos Negócios Estrangeiros, sob proposta fundamentada e orçamento da
representação.
Artigo 48º
Arrendamento e alterações de imóveis
O disposto no número 3 do artigo anterior aplica-se, com as necessárias adaptações,
às situações de arrendamento ou modificações estruturais de imóveis.
Artigo 49º
Arrendamento, aluguer e leasing
Aos contratos de arrendamento e aluguer de longa duração ou de “leasing” de bens de
investimento aplica-se, com as necessárias adaptações, o disposto no artigo 47º.
136
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
Artigo 50º
Condições de utilização para habitação
A construção, a aquisição e as condições de utilização de edifícios afectos à
representação, para habitação de pessoal diplomático, serão fixadas por despacho conjunto
dos membros do governo responsáveis pelas áreas dos negócios estrangeiros, das finanças,
e das obras públicas.
Artigo 51º
Abate de bens inventariáveis
1. O abate de bens inventariáveis por inutilização, troca, venda, cedência ou extravio,
bem como a reafectação a outras representação ou serviços só poderão ter lugar, mediante
prévia autorização dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e das Finanças, sob proposta
fundamentada da representação e pareceres favoráveis dos serviços competentes desses
dois departamentos governamentais.
2. O abate por unitilização ou extravio deve ser efectuado, sempre que possível, por um
número de funcionários ou agentes não inferior a dois, lavrando-se o competente auto, que
será remetido, no prazo de trinta dias, à Direcção-Geral de Administração, do Ministério dos
Negócios Estrangeiros e, através desta, à Direcção-Geral da Fazenda Pública, conservando-
se cópia na representação.
3. A venda deve ser efectuada mediante concurso ou leilão, com publicitação prévia da
operação, pelos meios adequados, sem prejuízo de afixação da respectiva informação no
quadro de avisos da representação.
CAPÍTULO XII
Registo contabilístico
Artigo 52º
Registos de execução do orçamento de funcionamento
1. Para efeitos de acompanhamento e controle da execução do orçamento de
funcionamento, a representação disporá dos seguintes registos:
a) Diário das receitas;
b) Diário das despesas;
c) Razão das receitas;
d) Razão das despesas cativadas;
e) Razão das despesas realizadas;
f) Contas correntes para dinheiro em cofre;
g) Contas correntes para disponibilidades no banco;
h) Contas correntes das dívidas activas e passivas.
137
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
2. No Diário das receitas são lançadas, cronologicamente, dia a dia , através de partida
simples, documento a documento, todas as receitas do orçamento do Estado, arrecadadas
pela representação bem como as remessas de fundos, referidas no artigo 5º.
3. No Diário das despesas são lançadas, cronologicamente, dia-a-dia, através de partida
simples documento a documento, todas as despesas de funcionamento.
4. No Razão das receitas abrir-se-á folio, por cada rubrica das receitas do orçamento de
funcionamento, incluindo as remessas de fundos, devendo o valor das receitas arrecadadas
ser neles lançado, cronologicamente e documento a documento.
5. No Razão das despesas cativadas abrir-se-á folio, por cada rúbrica de despesas do
orçamento de funcionamento, e neles serão lançadas as respectivas despesas cativadas,
cronologicamente, documento a documento de aprovação , devendo, ainda, ser apurado o
montante disponível em cada rúbrica, após cada lançamento.
6. No Razão das despesas realizadas abrir-se-á folio, por cada rúbrica de despesas
do orçamento de funcionamento e neles serão lançadas as respectivas despesas,
cronologicamente, documento a documento de realização.
7. Na conta-corrente do dinheiro em cofre, com a designação de Fundo Permanente,
serão lançadas, cronologicamente, documento a documento, a débito e a crédito,
respectivamente, a constituição e a reposição desse fundo.
8. Nas outras contas correntes para dinheiro em cofre, com as designações de
“Orçamento de Funcionamento” e de “Receitas do Orçamento do Estado”, serão lançadas,
cronologicamente, documento a documento, a débito e a crédito, respectivamente, os
aumentos e as diminuições que ocorram.
9. Nas contas correntes de disponibilidades no banco, com as designações de
“Orçamento de Funcionamento” e de “Receitas do Orçamento do Estado”, serão lançadas,
cronologicamente, documento a documento, a débito e a crédito, respectivamente, os
aumentos e as diminuições que ocorram.
10. Com relação às contas correntes das dívidas activas e passivas abrir-se-á folio,
por cada devedor, credor, mutuário ou mutante, e neles serão lançadas, cronologicamente,
documento a documento, as respectivas alterações, da seguinte forma:
a) Debitam-se e creditam-se, respectivamente, pelos aumentos e pelas
diminuições, tratando-se de dívidas activas;
b) Creditam-se e debitam-se, respectivamente, pelos aumentos e pelas
diminuições, tratando-se de dívidas passivas.
Artigo 53º
Livros de operações de tesouraria
1. Para efeito de acompanhamento das operações de tesouraria, a representação deverá
dispor dos seguintes livros:
a) Diário de operações de tesouraria;
b) Razão de operações de tesouraria;
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3. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, e sempre que necessário, serão
realizadas inspecções extraodinárias, determinação pontual do Ministério dos Negócios
Estrangeiros, a partir da próxima iniciativa ou sob proposta fundamentada de Inspecção-
Geral ou de outros serviços ou entidades com legitimidade para o fazer.
4. As representações deverão prestar à Inspecção-Geral, do Ministério dos Negócios
estrangeiros a colaboração necessária ao normal desempenho das suas funções e de cada
missão específica.
5. Pela falta da colaboração referida no número anterior, designadamente, a não
prestação de informações ou a não fornecimento de documentos solicitados ou, ainda, a não
comparência para a prestação de declarações ou informações, de que resultem dificuldades
no exercício das suas funções de inspecção, ficam os faltosos sujeitos à responsabilidade
disciplinar e outras previstas na lei.
Artigo 62º
Relatório de inspecção
1. Cada inspecção será objecto de um relatório no número anterior, dirigido ao
Ministro dos Negócios Estrangeiros, e que conterá designadamente, o âmbito material e
temporal, metodologia, os constrangimentos, as constatações, análises, as conclusões e
recomendações, e um programa de implementação das mesmas.
2. Constando do relatório constatações, conclusões ou recomendações desabonatórias
para qualquer funcionário ou agente, antes de se apresentar ao Ministério a versão definitiva,
deve a Inspecção-Geral remeter a parte que interessa do relatório ao visado, com a indicação
de poder proceder, da forma que achar melhor à sua defesa.
3. As alegações, respostas ou observações dos visados, no número anterior, quando
remetidas no prazo estabelecido pela Inspecção-Geral, serão referidas no corpo do relatório
e anexadas ao mesmo, desde que se mentenham, integral ou parcialmente, no relatório as
referências desabonatórias.
4. O Ministério dos Negócios Estrangeiros, por decisão do Ministro, enviará à
Inspecção-geral de Finanças e ao Tribunal de Contas cópias dos relatórios de inspecções.
5. O mesmo se fará em relação à Procuradoria-Geral da República, sempre que houver
indícios de crime.
CAPÍTULO XV
Disposições finais e transitórias
Artigo 63º
Instruções nas representações
1. O Ministro dos Negócios Estrangeiros, a Direcção-Geral de Administração e
Inspecção-Geral zelarão, em especial, e através de circulares e instruções concretas, pela
correcta aplicação do presente regulamento.
142
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro
143
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
144
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
Artigo 3º
(Despesas)
As receitas próprias dos estabelecimentos públicos de ensino secundário serão utilizadas
para cobrir as despesas orçamentadas de manutenção, segurança e higiene das instalações e
equipamentos, encargos com o pessoal administrativo e auxiliar de apoio ao funcionamento
da escola, aquisição de materiais didácticos, acção social escolar, reprografia, serviços de
exame, seguro escolar, actividades de promoção da qualidade de ensino e outras previstas
na lei.
Artigo 4º
(Âmbito do controle)
Sem prejuízo do disposto na lei e no presente diploma, estão sujeitas a auditoria da
Inspecção-Geral da Educação e a Julgamento do tribunal de Contas as contas das escolas
secundárias públicas sempre que as sus despesas excedam cem mil escudos.
Artigo 5º
(Plano de Contas)
O sistema contabilístico montado nas escolas secundárias, destinado à prestação de
contas, obedece a um plano de contas de modelo nº 1, anexo ao presente diploma, do qual
faz parte integrante.
Artigo 6º
(Fecho das contas)
É fixada a data de 31 de Dezembro para o fecho das contas para o efeito de sua
apresentação a julgamento do Tribunal de Contas.
Artigo 7º
(Período a que referem as contas)
Salvo disposição legal em contrário, ou substituição total dos responsáveis, o período
de prestação de contas é, em regra o seguinte:
a) Trimestralmente, através de Balancetes, à Direcção de Administração
e Finanças bem como às delegações do departamento governamental
responsável pela Educação;
b) Por anos económicos, ao Tribunal de Contas para julgamento.
Artigo 8º
(Prazos)
1. O prazo de apresentação de contas à Direcção de Administração e Finanças do
departamento governamental responsável pela educação é de quinze dias, contados do
último dia do trimestre a que dizem respeito.
2. Para o Tribunal de Contas, o prazo para apresentação de contas é de seis meses
contados do último dia do período a que dizem respeito.
145
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
Artigo 9º
(Conta bancária)
As receitas próprias dos estabelecimentos de ensino secundário devem ser depositadas
numa conta bancária, a qual deve ser movimentada por assinaturas conjuntas de três
membros do Conselho Directivo.
Artigo 10º
(Aprovação do orçamento)
O orçamento privativo da escola secundária deve, anualmente, ser aprovado em sessão
da Assembleia da Escola, especialmente convocada para o efeito.
Artigo 11º
(Homologação)
O orçamento privativo da Escola é homologado pelo Secretário-geral, precedendo
parecer do respectivo delegado do departamento governamental responsável pela
educação.
Artigo 12º
(Responsabilidade financeira)
1. Os responsáveis pela gestão financeira das escola secundárias públicas respondem
pessoal e solidariamente pela reintegração dos fundos desviados da sua afectação legal ou
cuja utilização tenha sido irregular.
2. Os responsáveis a que se refere o número anterior são igualmente responsáveis pela
violação culposa das regras de gestão racional dos bens e fundos públicos.
3. O disposto nos números anteriores não prejudica o apuramento de responsabilidade
disciplinar e de outras responsabilidades perante os tribunais ou entidades competentes
para o efeito.
Artigo 13º
(Defeituosa prestação de contas)
A não prestação de contas nos termos do presente diploma, implica a responsabilidade
individual ou colegial, conforme couber.
Artigo 14º
(Conta de gerência)
1. A conta de gerência, que inclui contas a débito e a crédito, será elaborada no final de
cada ano económico, de acordo com o modelo nº 2 em anexo ao presente diploma.
2. A conta a débito deverá conter:
a) O saldo da gerência anterior com a mesma discriminação do saldo de
encerramento dessa gerência;
b) As receitas próprias descritas de acordo com o código das receitas e cobranças
efectuadas;
c) Os descontos efectuados na gerência para a entrega ao Estado ou outras entidades;
146
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
147
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
Artigo 17º
(Balancete mensal)
1. Até ao décimo dia contado do último dia do mês a que diz respeito, a escola secundária
deve elaborar, para o seu controlo interno, o balancete mensal que deverá conter: o saldo
da gerência anterior;
a) As receitas próprias discriminadas de harmonia com o modelo em anexo;
b) As despesas realizadas, conforme se discrimina no modelo anexo;
c) A reconciliação bancária;
d) O saldo para o mês seguinte.
2. O balancete mensal é submetido ao Director e aprovado pelo Conselho Directivo
da escola secundária.
Artigo 18º
(Diário de banco)
Os estabelecimentos de ensino secundário devem manter um registo sequencial de todas as
operações de depósito e levantamento bancário, o qual será utilizado para reconciliação bancária.
Artigo 19º
(Diário de caixa)
O diário de caixa é um instrumento de registo sequencial dos pagamentos no dia-a-
dia, registando nele, por ordem das datas, em assento separado, cada um dos movimentos
de reconstituição do fundo de caixa e de pagamento de despesas até o montante máximo
estabelecido neste diploma.
Artigo 20º
(Fundo de caixa)
1. Os estabelecimentos de ensino secundário poderão constituir um fundo de caixa, caso
exista um cofre com segurança, no montante de dez mil escudos, destinado à realização de
pequenas despesas, o qual será reconstituído à medida que se apresentarem os documentos
comprovativos dos gastos efectuados que servirão para liquidação definitiva.
2. As despesas pagas por conta do fundo de caixa não devem exceder o montante de
dois mil escudos.
3. A reconstituição do fundo de caixa referido no nº 1 será feita em nome do gestor
de caixa que for indicado pelo Director do estabelecimento de ensino, cabendo àquele a
competência para a realização e pagamento das despesas por conta do mesmo.
4. As despesas efectuadas com as receitas do fundo de caixa devem ser registadas no
diário de caixa, nos termos referidos no artigo anterior.
5. Os montantes referidos nos nºs 1 e 2 poderão ser actualizados por despacho do
membro do Governo responsável pela educação.
148
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
Artigo 21º
(Previsão orçamental das despesas)
As escolas não podem realizar despesas que não estejam previstas no seu orçamento.
Artigo 22º
(Ordenação de despesas)
1. Salvo o disposto nos números seguintes, é da competência do Director da Escola
Secundária a ordenação de despesas, sob propostas fundamentadas do Subdirector
Administrativo e Financeiro.
2. Carece de autorização formal de delegado do departamento responsável pela
educação a realização de despesas que ultrapassem o montante de cento e cinquenta mil
escudos.
3. Nos casos em que o valor das despesas ultrapasse duzentos e cinquenta mil escudos
e até ao limite de quinhentos mil escudos, a autorização é da competência do Director de
Administração e Finanças do departamento do governamental responsável pela educação.
4. As despesas superiores a quinhentos mil escudos são autorizadas pelo Secretário-Geral.
Artigo 23º
(Prazos para autorização das despesas)
1. As requisições de fundos devem dar entrada até ao 15 de Dezembro do ano
económico.
2. As despesas que excepcionalmente não forem pagas até ao dia 31 de Dezembro,
deverão transitar para o económico seguinte.
Artigo 24º
(Modalidades de execução)
1. As requisições emitidas pelo Subdirector Administrativo e Financeiro deverão
ser dirigida à entidade competente para a sua autorização, acompanhadas de originais
de documentos que suportam o processo de aquisição e pagamentos, organizados por
fornecedor ou beneficiário e classificados conforme a natureza da despesa, de acordo com
as rubricas orçamentais enquadradas.
2. Nos casos referidos nos nºs 2 a 4 do artigo 22º, as requisições e ordens de pagamento
devem ser previamente confirmadas pelo Director da escola.
3. Das requisições deverão constar os seguintes elementos:
a) Número e data de ordem;
b) Valor da requisição;
c) Nome do beneficiário e respectivo Número de Identificação Fiscal;
d) Rubrica orçamentada de enquadramento da despesa;
e) Assinatura do requisitante e um funcionário que consta da ficha de abertura
da conta bancária.
149
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
4. O pagamento aos fornecedores de bens e serviços deve ser feito pelo subdirector
administrativo, com base em original de factura remetida pela entidade fornecedora,
devidamente confirmada por aquele quando à recepção das bens e serviços.
5. A não observância do disposto neste artigo implica responsabilidade financeira do
requisitante e do ordenador de despesa perante o fornecer, para, além da responsabilidade
disciplinar que couber.
Artigo 25º
(Justificativos de despesas)
1. Toda a despesa efectuada por conta bancária ou por fundo de caixa deve reunir as
peças a seguir mencionadas, conforme couber:
a) Requisição
b) Ordem/autorização de despesa;
c) Fotocópia de cheque;
d) Documentos de consulta a três fornecedores.
2. Os justificativos de despesas, devidamente codificados e agrupados, devem ser
arquivados em pastas próprias.
Artigo 26º
(contratação de pessoal)
1. A contratação de pessoal administrativo e auxiliar pelas escolas secundárias deve
ser previamente autorizada pelo Secretário-Geral, por proposta do Concelho Directivo e
parece do delegado do departamento governamental responsável pela educação, tendo em
conta o disposto na lei e presente diploma.
2. Os documentos de despesas relativos à contratação de pessoal devem fazer-se
acompanhar do despacho da entidade que a autorizou bem como de respectivo contrato.
Artigo 27º
(Forma de pagamento)
1. Os pagamentos são feito por meio de cheques nominativos, com a excepção de
valores iguais ou inferiores a dois mil escudos, que podem ser pagos, em dinheiro, pelo
fundo de caixa.
2. A ordem de pagamentos deve ter sempre o visto do Director da escola.
Artigo 28º
(Regulamentação)
O presente diploma pode ser regulamentado por portaria do membro do Governo
responsável educação.
150
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
Artigo 29º
(Vigência)
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros.
José Maria Pereira Neves – Carlos Duarte de Burgo – Victor Manuel Barbosa
Borges
Promulgado em 13 de Agosto de 2002.
Publique-se.
O Presidente da República, PEDRO VERONA RODRIGUES PIRES
Referendado em 13 de Agosto de 2002.
O Primeiro-ministro, José Maria Pereira Neves.
151
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
Modelo nº 1
PLANO DE CONTAS DAS ESCOLAS SECUNDÁRIAS
RECEITAS DESPESAS
Códigos Designação das receitas Códigos Designação das despesas
152
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
Modelo nº 2
CONTA GERÊNCIA
a) _____________________ Concelho d __________________
Gerência _____ de ______ de ________ a _______ de ______de _______
Importância Importância
Cód. Débito Parcial Total Cód. Crédito Parcial Total
153
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
Modelo nº 3
ESTADO RECAPITULATIVO DE EXECUÇÃO FINANCEIRA
(de_______de _________de________ a _______de _______ de _______)
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
Despesas Despesas Despesas
Cód. Rubricas Dotação Saldo
anteriores actuais acumuladas
1.1 Salários
1.2 Subsídios
1.3 Salários com prestações de serviços
II MANUTENÇÃO DE INSTALAÇÕES
2.1
2.2
2.3
MAQUINARIAS E EQUIPAMENTOS
III
3.1
3.2
3.3
IV CONSUMO DE SECRETARIA
4.1
4.2
V AQUISIÇÃO DE MATERIAL
DIDÁCTICO
VI SEVIÇOS DE AVALIAÇÃO
X OUTRAS
Elaborado por
___________________
Aprovado
____________________
154
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
Modelo nº 4
ESTADO RECAPITULATIVO DAS RECEITAS
(de_______de _________de________ a _______de _______ de _______)
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
Diferença entre a receita
Previsões orçada e cobrada
Receitas Receitas Receitas
Cód. Rubricas (Receita (4 -1)
Anteriores Actuais Acumuladas
orçada)
(2) (3) (4)
(1) (Para mais) (Para menos)
I PROPINAS
1.1 De inscrição e frequência
1.2 De exames
II EMOLUMENTOS
2.1 Certificado de habilitações
literárias
2.2 Declaração de frequência
2.3 Curriculum escolar
III RENDIMENTOS
PATRIMONIAS
3.1 Arrendamento de salas
3.2 Exploração de cantina
3.3 Serviço de reprografia
3.4 Parqueamento de viaturas
IV SERVIÇOS E
RENDIMENTOS NÃO
PATRIMONAIS
4.1 Ensino recorrente de
4.2 adultos
Acções de formação
V
DONATIVOS
VI
OUTRAS
Elaborado por
___________________
Aprovado
____________________
155
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
Modelo nº 5
REGISTO DE RECEITAS
(de_______de _________de________ a _______de _______ de _______)
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
Nº Valor
Ano Mês Dia Descrição do código Valor Observações
Doc. acumulado
Elaborado por
___________________
Aprovado
____________________
Modelo nº 6
DIÁRIO DE CAIXA
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
Nº de ordem de Beneficiário
Data Código Entradas Saídas Saldo
despesa (caixa)
Elaborado por
___________________
Visto.
____________________
156
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
Modelo nº 7
DIÁRIO DE BANCO
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
Data
Nº Documento/ Beneficiário
Código Depósitos Levantamentos Saldo
Cheque (conta nº …….)
Ano Mês Dia
Elaborado por
___________________
Visto.
____________________
157
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
Modelo nº 8
RECONCILIAÇÃO BANCÁRIA
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
1 2 3 4
……………………….
Saldo no diário de banco (registo da escola) $
A
……………………….
Saldo no extracto bancário $
B
……………………….
Diferença (C= A - B) $
C
$
1 Cheques em trânsito $ ……………………….
$
$
2 Erros de lançamento $ ……………………….
$
Justificação da $
D diferença 3 Operações indevidas $ ……………………….
(C) $
$
4 Operações registadas $ ……………………….
$
……………………….
Total (1+2+3+4) $
................................... ……………………….
Saldo reconciliado $
E
Elaborado por
___________________
Aprovado
____________________
158
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
Modelo nº 9
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
RECEITAS ORÇADAS
Código Designação da receita Montante
I PROPINAS
1.1 De inscrição e frequência $
1.2 De exames $
II EMOLUMENTOS
2.1 Certificado de habilitações literárias $
2.2 Declaração de frequência $
2.3 Curriculum escolar $
V DONATIVOS $
VI OUTRAS $
Total $
Elaborado por
___________________
Aprovado
____________________
Homologado.
_____________________
159
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
Modelo nº 10
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
DESPESAS ORÇADAS
Código Designação da receita Montante
II MANUTENÇÃO DE INSTALAÇÕES
2.1 $
2.2 $
2.3 $
Total ………………………………………..
Total $
Elaborado por
___________________
Aprovado
____________________
Homologado.
_____________________
160
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
Modelo nº 11
BALANCETE MENSAL
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
Importância Importância
Cód. Débito Crédito
Parcial Total Cód. Parcial Total
Elaborado por
___________________
Aprovado
____________________
161
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto
Modelo nº 12
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
ORDEM DE DESPESA Nº ____________
Objecto:
Beneficiário :
Valor:
Código: Rúbrica:
Peças Justificativas:
Data: _______________
Elaborado por,
___________________
Visto.
_____________________
Aprovado,
____________________
Modelo nº 13
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
ORDEM DE RECEITA Nº ____________
Elaborado por,
___________________
Visto.
_____________________
Aprovado,
____________________
162
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
PLANO NACIONAL
DA CONTABILIDADE PÚBLICA
E SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA
163
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
164
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
PLANO NACIONAL
DA CONTABILIDADE PÚBLICA (PNCP).
Decreto-Lei nº 10/2006
de 30 de Janeiro
A adopção do Plano Nacional da Contabilidade Pública (PNCP) vem na esteira de um
conjunto de medidas em curso que visam a reforma do sector financeiro do Estado.
A contabilidade, enquanto um dos instrumentos de boa gestão e protecção da integri-
dade patrimoniais, é indispensável a qualquer organização económica, mormente ao Esta-
do, de forma a assegurar eficácia na prossecução dos objectivos de interesse público.
Como é sabido, o Estado é titular de um vasto património (dinheiros, dívidas a receber
e a pagar, bens não duradouros, prédios rústicos e urbanos, viaturas, equipamentos, etc.)
que está em constante mutação e com uma grande dispersão espacial, de tal sorte que, devi-
do à inexistência de um registo digráfico, cronológico, integral e sistemático, desconhece-
se o valor líquido aproximado desse património. Por outro lado, carece o registo existente
da execução orçamental de aperfeiçoamentos, designadamente da adopção da digrafia.
Presentemente, o sistema de registo contabilístico do Estado é constituído por compo-
nentes atomizados, independentes e desintegrados, baseado na unigrafia ou partidas sim-
ples, sem tradição de consolidação periódica dos patrimónios das entidades componentes
do Sector Público Administrativo – SPA.
O PNCP pretende equacionar os problemas acima referidos, trazendo para o Estado a
ciência contabilística aplicada nas empresas. Busca a sua inspiração no Plano Nacional de
Contabilidade em vigor e nas melhores práticas de diversos países e, além do mais, preser-
va e melhora a prática do acompanhamento pelo Estado da execução orçamental.
Com este diploma é introduzida a obrigatoriedade do inventário físico e da circulação
dos saldos para a generalidade dos residentes com contabilidade organizada. Esta medida
vem aumentar significativamente a fiabilidade dos dados contabilísticos produzidos não só
pelo SPA, mas também pelas empresas. Com isso todos ganham, graças, nomeadamente: a
uma maior segurança e fluidez nas relações financeiras; à redução para metade dos custos
associados à circulação dos saldos.
Assim,
No uso da faculdade conferida pela alínea c) do n.º 2 do artigo 203º da Constituição, o
Governo decreta o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado o Plano Nacional da Contabilidade Pública (adiante, PNCP), anexo ao
presente diploma e que dele faz parte integrante.
165
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
Artigo 2º
Âmbito de aplicação
1. O PNCP é obrigatoriamente aplicável:
a) Ao Estado;
b) Aos municípios, institutos públicos ou equiparados e fundos públicos ou equi-
parados;
c) Às demais instituições criadas pelas entidades especificadas nas alíneas ante-
riores deste número, desde que tenham dinheiro em caixa e ou em depósito no
banco ou Tesouro, e não tenham a natureza, forma e designação de empresa
pública.
2. O PNCP é ainda obrigatoriamente aplicável às pessoas colectivas de direito privado
sem fins lucrativos que disponham de receitas maioritariamente públicas.
3. O membro do Governo responsável pela área das Finanças pode exigir a aplicação
deste PNCP por parte de outras pessoas colectivas de direito privado sem fins lucrativos
quando estas usufruam de benefícios proporcionados por entidades públicas ou pratiquem
operações financeiras de interesse público.
Artigo 3º
Fiabilidade das demonstrações financeiras dos residentes
1. Todos os credores residentes obrigados por lei a aplicar o Plano Nacional de Conta-
bilidade ou o Plano Nacional da Contabilidade Pública devem remeter ao devedor residente
ou a quem este indicar o extracto da conta, cobrindo as variações ocorridas de 1 de Janeiro
a 31 de Dezembro de cada ano.
2. Todos os bancos ou equiparados devem remeter ao depositante residente ou a quem
este indicar o extracto bancário, cobrindo as variações ocorridas de 1 de Janeiro a 31 de
Dezembro de cada ano.
3. As remessas referidas nos números anteriores devem ser feitas até 15 de Fevereiro
do ano subsequente ao ano a que o extracto diga respeito.
4. Todos os residentes obrigados por lei a aplicar o Plano Nacional de Contabilidade
ou o Plano Nacional da Contabilidade Pública devem efectuar anualmente inventário físico
das suas Existências, Imobilizações e Disponibilidades contabilizadas na conta Caixa.
5. Na elaboração do inventário físico das Existências e das Disponibilidades contabi-
lizadas na conta Caixa, devem ser observados os seguintes procedimentos:
a) Para os bens contabilizados nas contas de Existências através do sistema de
inventário intermitente, as quantificações físicas devem ser efectuadas com
referência ao final do exercício;
166
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
167
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
168
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
vírgula vinte e cinco VMAP a trezentos e trinta e três VMAP, consoante forem cometidas,
respectivamente, por pessoa singular ou pessoa colectiva.
2. A contra-ordenação financeira referida no número anterior é regida, designadamente quan-
to a instauração, instrução e decisão, pelas disposições concernentes à contra-ordenação financeira
vertidas no Estatuto do Pessoal da Inspecção de Finanças aprovado pelo Decreto-Lei n.º
55/2005, de 22 de Agosto.
Artigo 8.º
Normas transitórias
1. O Governo deve promover as condições para a entrada em vigor do PNCP, nomea-
damente, através de diligências no sentido da adopção, pela Lei de Bases do Orçamento do
Estado, das inovações assumidas pelo Plano, bem ainda através de outras orientações que
entender adequadas para o efeito.
2. O Ministro responsável pela área das Finanças aprova, mediante portaria, os mo-
delos das Demonstrações Financeiras Anuais e do respectivo Anexo, no prazo de noventa
dias, a contar da publicação do presente diploma.
3. Enquanto não se proceder à revisão do Plano Nacional de Contabilidade, aprovado
pelo Decreto nº 4/84, de 30 de Janeiro, as entidades obrigadas por lei a implementar o PNC
aplicarão as regras de contabilização do IUR e do IVA definidas no PNCP, com as devidas
adaptações.
4. Para os casos omissos, aplicam-se ao PNCP as normas aplicáveis ao PNC, designa-
damente as relativas a taxas de provisões e de amortizações, e as relativas a reavaliações
de imobilizado.
Artigo 9.º
Revogação
Fica revogada toda a legislação que contrarie as disposições do presente diploma.
Artigo 10.º
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor a 1 de Janeiro de 2007.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros.
José Maria Pereira Neves - João Pinto Serra
Promulgado em 20 de Janeiro de 2006.
Publique-se.
O Presidente da República (Interino), ARISTIDES RAIMUNDO LIMA
Referendado em 20 de Janeiro de 2006.
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves
169
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I – Introdução
A. – Antecedentes
O PNCP – Plano Nacional da Contabilidade Pública – constitui um marco funda-
mental na Reforma da Administração Financeira do Estado e na organização das contas
públicas. É um instrumento actual e inovador nunca dantes adoptado em Cabo Verde.
Até recentemente, na Administração Financeira do Estado, o principal e quase único
objectivo da informação prestada pela Contabilidade Pública visava demonstrar que os di-
versos organismos públicos executaram correctamente o Orçamento aprovado pelas auto-
ridades orçamentais. Logo deu-se importância essencialmente à Contabilidade Orçamental
tradicional, assente em lançamentos unigráficos e regendo-se por movimentos sob o regime
puro de caixa, com um período complementar.
Com o desenvolvimento das novas técnicas de gestão e com as actuais necessidades de
acrescentar outros tipos de informação contabilística, de modernizar a gestão dos recursos
públicos e de acompanhar as novas correntes da Contabilidade Pública Moderna sustenta-
das, nomeadamente, pelas recomendações do FMI – Fundo Monetário Internacional – e
pelas recomendações do IFAC – International Federation of Accountants – impunha-se a
Cabo Verde a criação dos instrumentos essenciais à integração dessas novas abordagens
no processo de reforma em curso. As boas práticas e os resultados satisfatórios de diversos
países que já utilizam esses instrumentos – a título de experiências comparadas – serviram
igualmente de quadro de referência.
Com o Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro, instituiu-se o novo regime relati-
vo à Administração Financeira do Estado – introduziu-se em Cabo Verde uma nova filoso-
fia de Gestão do Sector Público Administrativo – exigindo assim a modernização dos ins-
trumentos que deverão fornecer as informações contabilísticas necessárias, nomeadamente
a informatização da gestão financeira, com a utilização do SIGOF – Sistema Integrado de
Gestão Orçamental e Financeira.
É no Capítulo VII, Artigos 85º e seguintes do Decreto-Lei nº 29/2001, que vai-se
encontrar o suporte legal para a instituição do Plano Nacional da Contabilidade Pública
(PNCP).
B. – Âmbito de Aplicação
A Contabilidade Pública “É única, uniforme e aplicável a todos os organismos, sem
prejuízo de especificidades próprias de cada um” – Decreto-Lei nº 29/2001, Artigo 86º,
alínea a) (Características da contabilidade).
A Contabilidade Pública, para cada entidade e de forma consolidada, organiza-se de
modo a permitir o conhecimento da movimentação e ou situação:
• Das Disponibilidades;
• Das relações com Terceiros, isto é, das dívidas a receber e a pagar;
170
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
171
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
172
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
173
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
174
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
Classe 1: Disponibilidades
Regista essencialmente os meios monetários e outros activos com alto grau de liqui-
dez, facilmente transformáveis em meios monetários sem grandes prejuízos para a enti-
dade, designadamente dinheiros e cheques na posse da entidade, depósitos nos bancos e
estabelecimentos financeiros similares e bem ainda as aplicações de tesouraria.
Classe 2: Terceiros
Regista essencialmente as dívidas activas e passivas derivadas de operações com ter-
ceiros, especificadas atendendo simultaneamente à sua origem e às diferentes entidades
envolvidas, com exclusão da Dívida Pública.
Classe 3: Existências
Nesta Classe registam-se essencialmente os bens circulantes armazenáveis, devendo-
se aplicar um dos 3 subsistemas de inventário permanente descritos pelo PNCP. A título
excepcional, o Serviço da Contabilidade Pública poderá autorizar a uma determinada enti-
dade a adopção do sistema de inventário intermitente ou periódico, desde que paralelamen-
te tenha um sistema fiável de controlo físico e administrativo das existências e estas não
sejam materialmente relevantes.
Classe 4: Imobilizações
Registam-se nesta Classe essencialmente os bens e direitos detidos com continuidade
ou permanência, isto é, bens que não se destinam a ser vendidos ou consumidos no decurso
normal das operações da entidade (quer estejam na posse desta, quer estejam na posse de
outras entidades) e bem ainda aplicações duradouras, normalmente tituladas, detidas com o
objectivo de estabelecer relações com outras entidades ou de assegurar renda.
Classe 5: Situação Líquida e Dívida Pública
Regista essencialmente as origens próprias dos recursos da entidade e os empréstimos
obtidos.
Classe 6: Custos e Perdas
Nesta Classe registam-se todos os empobrecimentos brutos e ou líquidos, ordinários e
ou extraordinários, associados ao funcionamento da entidade, reconhecidos quando incor-
ridos, independentemente dos pertinentes pagamentos.
Classe 7: Proveitos e Ganhos
Registam-se nesta Classe todos os enriquecimentos brutos e ou líquidos, ordinários e
ou extraordinários, associados ao funcionamento da entidade, reconhecidos quando ocorri-
dos, independentemente dos pertinentes recebimentos.
Classe 8: Contabilidade Orçamental
Nesta Classe registam-se essencialmente os movimentos associados ao processo de
execução orçamental.
175
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
F. – Movimentações Internas
Com relação a movimentações internas de elementos patrimoniais, esta contabilidade
distingue movimentações internas à entidade e movimentações internas ao grupo económi-
co (neste caso, Sector Público Administrativo – SPA). A movimentação interna à entidade
obviamente ocorre dentro da mesma pessoa jurídica, de uma subunidade orgânica para
outra – por exemplo, a reafectação de um veículo ao Ministério da Saúde antes afectado
ao Ministério da Agricultura. A movimentação interna ao SPA ocorre quando um elemento
patrimonial de uma pessoa jurídica pertencente ao SPA passa a integrar o património de
outra pessoa jurídica também pertencente ao SPA – por exemplo, quando um edifício an-
tes propriedade do Instituto Público A passa a ser efectivamente propriedade do Instituto
Público B.
Há elementos patrimoniais para os quais o PNCP exige informações segregadas por
tipos de movimentos. Com relação a esses elementos patrimoniais, desde que neles ocor-
ram frequentes movimentações internas à entidade, convém proceder a desagregação da
pertinente conta por tipos de alterações, entre as quais alterações devidas a movimentações
internas – isto é, proceder a segregação de movimentos por forma a facilitar a obtenção das
informações exigidas. Neste contexto, serve como exemplo as segregações de movimentos
especificadas a nível das Subcontas da Conta Imobilizações Corpóreas.
Com relação a elementos patrimoniais para os quais o PNCP não exige informações
segregadas por tipos de movimentos, desde que ocorram frequentes movimentações in-
ternas à entidade e haja risco de duplicação de lançamentos, convém proceder apenas à
criação de uma subconta intermédia, à semelhança do que consta na conta Caixa.
Com relação a movimentações internas ao SPA, este Plano de Contas recomenda que
se proceda, nas contas em que isso ocorre com maior frequência, à necessária segregação
ou agrupamento por forma a facilitar as correcções que ocorrem aquando da consolidação
das contas do SPA – por exemplo, nas contas contendo dívidas entre entidades pertencentes
ao SPA haverá o isolamento dessas dívidas através da criação das subcontas próprias ou do
agrupamento das contas analíticas respectivas (idem com relação a contas contendo com-
pras/vendas internas ao SPA, transferências internas ao SPA, etc.)
G. – Consolidação das Contas
As Demonstrações Financeiras e o respectivo Anexo concernentes às entidades inte-
grantes do SPA devem ser consolidadas. Para efeito de consolidação consideram-se compo-
nentes do SPA: o Estado estrito senso, os Municípios, os Institutos Públicos e equivalentes
e outras Entidades Públicas com autonomia patrimonial e sem fins lucrativos. A título com-
plementar, haverá ainda contas consolidadas que incluem, para além do SPA, os sistemas
de previdência social obrigatória.
O objectivo da versão consolidada das Demonstrações Financeiras e do respectivo
Anexo é dar uma imagem verdadeira e apropriada da situação patrimonial e sua evolução
178
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
e bem ainda da execução orçamental, desta feita do SPA como se se tratasse de uma só
pessoa jurídica.
Refira-se que com relação às entidades públicas do SPA criadas pelo Estado estrito
senso e com autonomia financeira, mas sem autonomia patrimonial, por esta última razão,
os elementos patrimoniais por elas geridas são (não só do ponto de vista económico, mas
também do ponto de vista legal) parte integrante do património do Estado estrito senso,
pelo que pelo menos no final de cada trimestre do ano civil as alterações patrimoniais
registadas autonomamente na contabilidade própria de cada uma dessas entidades devem
ser transferidas para a contabilidade do Estado estrito senso, com um só lançamento com-
posto, com subsequentes correcções relativas a relações internas – entre elas e entre elas
e o Estado estrito senso. Aplica-se a mesma lógica a nível dos municípios, com relação às
entidades públicas do SPA criadas por um município e com autonomia financeira, mas sem
autonomia patrimonial.
O responsável pela consolidação do SPA é o Serviço da Contabilidade Pública, deven-
do para o efeito os demais integrantes do SPA prestar-lhe toda a colaboração necessária.
A consolidação é feita pelo método integral, com a versão consolidada das Demons-
trações Financeiras e respectivo Anexo apresentando a totalidade dos activos, passivos,
situação líquida, custos e perdas, proveitos e ganhos, despesas lato senso e receitas lato
senso concernentes aos integrantes do SPA como se se tratasse de uma única pessoa jurídi-
ca, devendo porém dessas categorias económicas serem eliminados:
a) Os direitos/obrigações internos ao SPA, incluindo o saldo da Conta 45 – Par-
ticipação na Situação Líquida do SPA constante na contabilidade do Estado
estrito senso e o saldo da Conta 51 – Fundo Permanente Próprio constante na
contabilidade de cada uma das entidades integrantes do SPA, excepto o saldo
da Conta 51 – Fundo Permanente Próprio do Estado estrito senso;
b) Os custos e perdas, proveitos e ganhos, despesas lato senso e receitas lato
senso relativos às operações efectuadas entre as entidades do SPA;
c) Os resultados (lucros ou prejuízos) incluídos nos activos constantes nos balan-
ços e resultantes de vendas/compras e doutras cessões internas ao SPA.
Pode-se, excepcionalmente, não proceder à eliminação referida na alínea c) supra
quando ela acarrete custos desproporcionados e a compra/venda ou outra forma de cessão
pertinente tenha sido concluída de acordo com as condições normais do mercado.
As eliminações nas alíneas supra referidas podem não ser efectuadas quando envolvam
montantes materialmente irrelevantes para o objectivo da consolidação supra referido.
Aplicam-se, com as necessárias adaptações, à versão consolidada das Demonstrações
Financeiras e respectivo Anexo, os mesmos Princípios Contabilísticos e Critérios de Valo-
rimetria previstos para a restante contabilidade.
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
Princípio da Continuidade
Presume-se que a actividade é considerada em continuidade, isto é, que a entidade
continuará a operar com duração ilimitada.
Princípio da Consistência
Considera-se que a entidade não altera as suas políticas contabilísticas de um exercí-
cio para o outro. Se alterar e a alteração tiver efeito materialmente relevante, esta deve ser
divulgada no Anexo às Demonstrações Financeiras.
Princípio do Registo
Todos os factos contabilísticos devem ser registados por ordem cronológica, sem que
possam existir vazios, saltos ou lacunas na informação. O registo dos factos contabilísticos
deve efectuar-se mediante os procedimentos técnicos mais adequados à organização conta-
bilística da entidade, garantindo a coerência interna da informação.
Princípio da Prudência
À luz desse princípio devem-se relevar os empobrecimentos prováveis futuros, mas
evitar a relevação de enriquecimentos prováveis futuros.
Princípio do Acréscimo (ou da Especialização do Exercício ou da Efectividade das
Operações)
Pressupõe-se que os Custos e Perdas, Proveitos e Ganhos são reconhecidos quando
incorridos ou obtidos, independentemente do seu pagamento ou recebimento, devendo ser
apresentados nas Demonstrações Financeiras dos períodos a que dizem respeito.
A imputação temporal de Custos e Perdas, Proveitos e Ganhos deve-se fazer em fun-
ção do fluxo real de bens, serviços, direitos e obrigações que os mesmos representam e não
no momento em que se produz o fluxo monetário ou financeiro derivado.
Princípio da Imputação das Transacções
A imputação nos Mapas de Execução Orçamental das operações relacionadas com
os orçamentos de despesas e receitas deve efectuar-se de acordo com as seguintes regras
básicas:
• As despesas e as receitas orçamentais imputar-se-ão de acordo com a sua natu-
reza económica e, em caso de despesas, de acordo ainda com a finalidade que
se pretende atingir;
• As despesas e receitas orçamentais classificar-se-ão, outrossim, atendendo ao
órgão encarregado da sua gestão.
Princípio do Custo Histórico
Como regra geral, todos os bens e direitos devem ser registados pelo seu custo de
aquisição ou de produção. As obrigações devem ser contabilizadas pelo seu valor de reem-
bolso.
181
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
O princípio de custo histórico deve ser respeitado sempre, excepto: no caso de haver
uma disposição legal que autorize rectificações ao mesmo; nas derrogações previstas nos
critérios de valorimetria insertos neste Plano de Contas. Nestes casos e se a alteração tiver
efeito materialmente relevante, esta deve ser divulgada no Anexo às Demonstrações Finan-
ceiras.
Princípio da Materialidade
As Demonstrações Financeiras devem divulgar todos os elementos que sejam sufi-
cientes e materialmente relevantes para afectar as avaliações e decisões dos utentes da
informação.
Princípio da Substância sobre a Forma
Como regra geral, as operações e os acontecimentos devem ser contabilizados e apre-
sentados de acordo com a sua substância (realidade económica) e não meramente de acordo
com a sua forma legal.
Princípio da não Compensação
Como regra geral, não se deverão compensar saldos: de contas activas com os de con-
tas passivas (balanço); de contas de custos e perdas com os de contas de proveitos e ganhos
(demonstração de resultados); e, em caso algum, de contas de despesas com os de contas
de receitas (mapas de execução orçamental).
Princípio da não Consignação
Com carácter geral, as receitas orçamentais destinam-se a financiar a totalidade das des-
pesas orçamentais, sem que exista uma relação directa entre umas e outras. Quando a lei
impõe que determinadas despesas orçamentais se financiem com receitas orçamentais es-
pecíficas a elas afectas (consignadas), o sistema contabilístico deve reflectir estas circuns-
tâncias e permitir o seu seguimento.
IV – Critérios de Valorimetria
Valorimetria é o processo através do qual se determinam as quantias monetárias pelas
quais as classes das demonstrações financeiras devem ser reconhecidas e inscritas no Ba-
lanço e Demonstração dos Resultados. São utilizados diferentes critérios de valorimetria,
ficando desde já definidos, por rubricas, os mais relevantes.
As normas de valorimetria a seguir formuladas são de aplicação obrigatória.
0 – Conceitos
0.0 – O custo de aquisição inclui a soma do preço de compra com os gastos su-
portados directa ou indirectamente para colocar o bem no seu estado actual ou no local
de armazenagem. Assim, para além do valor da factura, deverão considerar-se os direitos
de importação e outros impostos, custos de transportes, seguro, custos de manuseamento,
182
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
3 – Existências
3.1 – As existências são valorizadas ao custo de aquisição ou de produção, sem preju-
ízo das excepções adiante consideradas.
3.2 – Se o custo de aquisição ou o custo de produção for superior ao preço de mercado
à data do balanço de final do exercício, é este que se utiliza.
3.3 – Quando, na data do balanço, haja obsolescência (monos), deterioração física par-
cial, bem como outros factores análogos, deverá ser utilizado o critério referido no ponto
3.2.
3.4 – Em circunstâncias excepcionais e devidamente fundamentadas, quando a deter-
minação do custo de produção acarretar custos excessivos face à relevância do correspon-
dente benefício, poder-se-á adoptar como critério de valorimetria o valor realizável líquido
deduzido da margem de comercialização média aplicável. Este critério pode ser aplicado,
quer aos produtos acabados, quer aos semiacabados.
3.5 – As existências poderão ainda ser valorizadas ao custo padrão, se este for apura-
do de acordo com os princípios técnicos e contabilísticos adequados, devendo no final do
exercício proceder-se ao ajustamento que considere os desvios verificados.
3.6 – Nas actividades de carácter plurianual, designadamente construção de edifícios,
estradas, barragens, pontes e navios, os produtos e trabalhos em curso são valorizados com
recurso a abertura da chamada folha de serviço ou de obra (ou outro instrumento equivalen-
te) na qual lançam-se os custos directos efectivos suportados. Alternativamente, estes bens
podem ser valorizados, no fim do exercício, pelo método da percentagem de acabamento.
3.7 – Os subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos serão valorizados, na falta de
critério mais adequado, pelo valor realizável líquido deduzido da margem normal de lu-
cro.
3.8 – Como método de custeio das saídas pode-se optar por um dos seguintes métodos,
mas aplicado de forma consistente:
a) Custo específico;
b) Custo médio ponderado;
c) FIFO;
d) LIFO;
e) Custo padrão.
3.9 – Relativamente às situações previstas em 3.2 e 3.3, as diferenças serão expressas
pela provisão para depreciação de existências, a qual será utilizada, reduzida ou anulada
aquando da venda da existência (com ou sem transformação prévia) ou quando deixarem
de existir os motivos que a originaram.
184
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
4 – Imobilizações
4.1 – Investimentos Financeiros
4.1.1 – Os Investimentos Financeiros (40 – Imobilizações de Aplicações de Reser-
vas de Superavits, 41 – Imobilizações Financeiras e 46 – Imobilizações de Aplicações do
Fundo da Previdência Social da Função Pública) registam-se pelo custo de aquisição ou
produção, ou ainda, quando inaplicável nenhum desses métodos, pelo valor do mercado.
4.1.2 – Quando os investimentos financeiros com fins lucrativos tiverem, à data do ba-
lanço de fim de exercício, um valor de mercado inferior ao que resulta do critério anterior, o
montante em excesso deve ser objecto de provisão para a perda de valor. Esta deve ser utili-
zada, reduzida ou anulada à medida que se reduzam ou cessem os riscos que visa cobrir.
4.2 – Imobilizações Corpóreas
4.2.1 – O activo imobilizado corpóreo, incluindo os investimentos adicionais ou com-
plementares, deve ser contabilizado pelo seu custo de aquisição ou de produção.
4.2.2 – Quando os respectivos elementos tiverem uma vida útil limitada, devem ser
amortizados de forma sistemática durante o período em que possam ser utilizados em con-
dições de funcionamento económico, período esse a que se denomina por vida útil ou vida
económica, sem prejuízo das excepções expressamente consignadas na lei.
4.2.3 – Quando se trata de activos do imobilizado obtidos a título gratuito, deverá
considerar-se o valor resultante da avaliação segundo critérios técnicos que se adeqúem à
natureza desses bens ou o valor patrimonial definido nos termos legais. O critério de valo-
rimetria aplicado será explicitado e justificado no Anexo às Demonstrações Financeiras.
4.2.4 – Na impossibilidade de valorização dos bens, estes deverão ser identificados no
Anexo às Demonstrações Financeiras, justificada a impossibilidade e especificado o perío-
do desde quando subsiste esta impossibilidade.
4.2.5 – No caso de inventariação inicial de activos cujos valores de aquisição ou de
produção se desconheçam ou cujos apuramentos não sejam exequíveis, aplica-se o disposto
no ponto anterior.
4.2.6 – No caso de transferência de activos entre entidades abrangidas pelo presente
Plano de Contas, o valor a atribuir será o valor constante nos registos contabilísticos da
entidade de origem, desde que em conformidade com os critérios de valorimetria estabele-
cidos no presente Plano de Contas, salvo se existir valor diferente fixado no diploma que
autorizou a transferência ou, em alternativa, valor acordado entre as partes e sancionado
por órgão competente. Na impossibilidade de aplicação de qualquer uma destas alternati-
vas, será aplicado o critério definido no ponto 4.2.3.
4.2.7 – Quando à data do balanço de final do exercício, elementos do activo imobili-
zado corpóreo, seja ou não limitada a sua vida útil, tiverem um valor económico inferior
ao registado na contabilidade, devem ser objecto de amortização extraordinária corres-
pondente à diferença, se for de prever que a redução desse valor seja permanente. Aquela
185
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
amortização extraordinária não deve ser mantida se deixarem de existir os motivos que a
originaram.
4.3 – Imobilizações Incorpóreas
4.3.1 – As despesas de instalação e desenvolvimento devem ser amortizadas de acordo
com a lei.
4.3.2 – As despesas com propriedade industrial e intelectual devem ser valorizadas
seguindo o critério geral do custo de aquisição ou custo de produção. No caso das patentes
devem-se adicionar os custos de formalização do registo.
4.3.3 – As aplicações informáticas ou programas de computadores devem ser incorpo-
rados no activo (tanto os adquiridos a terceiros, como os produzidos pela própria entidade
utilizando meios próprios) desde que esteja prevista a sua utilização durante vários exer-
cícios.
4.3.4 – Os elementos do activo imobilizado incorpóreo que, à data do balanço de
final do exercício, tiverem um valor económico inferior ao registado na contabilidade, de-
vem ser objecto de amortização extraordinária correspondente à diferença, se for de prever
que a redução desse valor seja permanente (seja ou não limitada a sua vida útil). Aquela
amortização extraordinária não deve ser mantida se deixarem de existir os motivos que a
originaram.
4.4 – Imobilizações de Domínio Público
A valorização das imobilizações do domínio público será efectuada, sempre que pos-
sível, ao custo de aquisição ou ao custo de produção, devendo nos casos restantes aplicar-se o
disposto no subtítulo 4.2.
5 – Efeitos das Diferenças Cambiais
Neste ponto descrevem-se as regras para inclusão, nas Demonstrações Financeiras da
entidade, das transacções em moeda estrangeira e das operações feitas no estrangeiro. Estas
regras aplicam-se a todas as classes de contas.
5.1 – Transacções em Moeda Estrangeira
5.1.1 – Uma operação em moeda estrangeira é registada inicialmente na moeda nacio-
nal multiplicando o quantitativo da moeda estrangeira pelo câmbio da data da operação,
salvo se o câmbio estiver fixado pelas partes ou garantido por uma terceira entidade, caso
em que se multiplica por um destes câmbios. Por razões práticas é permitida a utilização de
câmbios aproximados tais como as médias semanais ou mensais, desde que não se esteja
em presença de instabilidades cambiais graves.
5.1.2 – Por altura de cada balanço: os itens monetários em moeda estrangeira são ac-
tualizados utilizando o câmbio da data do balanço; os itens não monetários conservam o
seu valor inicial.
5.1.3 – Se as diferenças cambiais dos itens monetários estiverem associadas à activida-
de financeira corrente, são contabilizadas como Custos Financeiros – Diferenças de Câm-
186
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
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14
10 - Caixa 20 - Depositantes no Tesouro* 30 - 40 - Imobilizações de 50 - Fundo de Imobilizações do 60 - Custos das Mercadorias 70 - Vendas e Prestações de 80 - Despesas* 00 – Garantias Pessoais
Aplicações de Reservas de Domínio Público Vendidas e das Matérias Serviços*
Superavits* Consumidas*
11 - Depósitos à Ordem - no 21 - Clientes* 31 - 41 - Imobilizações Financeiras* 51 - Fundo Permanente 61 - Fornecimentos e Serviços 71 - Trabalhos para a Própria 81 - Passivos Financeiros - 01 – Penhoras Determinadas
Tesouro* Próprio* de Terceiros* Entidade Diminuições pelo Juízo de Execução Fiscal
12 - Depósitos à Ordem - no 22 - Fornecedores* 32 - Mercadorias 42 - Imobilizações Corpóreas 52 - Reservas* 62 - Tributos* 72 - Taxas e Contribuições* 82 - Reservas de Superavits - 02 – Outras Garantias Reais
BCV Aumentos
13 - Depósitos à Ordem - 23 - Empréstimos Concedidos* 33 - Produtos Acabados e 43 - Imobilizações Incorpóreas 53 - Subsídios e 63 - Custos com o Pessoal 73 - Proveitos Suplementares 83 - Operações de Tesouraria - 03 – Outras Riquezas Alheias
Noutras Instituições Semiacabados Transferências Plurianuais* Saídas*
Financeiras
14 - Disponibilidades 24 - Estado e Outras 34 - Subprodutos, 44 - Imobilizações em Curso* 54 - Resultados* 64 - Amortizações do Exercício 74 - Subsídios e Transferências 84 - Saídas e Entradas de 04 – Créditos Contingentes
Consignadas* Autoridades Públicas* Desperdícios, Resíduos e Correntes Obtidos* Disponibilidades por
Refugos Regularizar*
189
15 - Depósitos a Prazo 25 - Contribuintes e 35 - Produtos e Trabalhos em 45 - Participação na Situação 55 - Fundo da Previdência 65 - Subsídios e 75 - Impostos* 85 - Receitas* 05 – Empréstimos por
Beneficiários* Curso Líquida do SPA* Social da Função Pública Transferências Correntes Desembolsar
Concedidos*
16 - Títulos Negociáveis 26 - Outros Devedores e 36 - Matérias Primas, 46 - Imobilizações de 56 - Dívida Pública a Longo 66 - Custos Financeiros* 76 - Proveitos Financeiros* 86 - Passivos Financeiros - 06 – Outros Créditos Abertos
Credores* Subsidiárias e de Consumo Aplicações do Fundo da Prazo* Aumentos
Previdência Social da Função
Pública*
17 - Depósitos Bloqueados e 27 - Acréscimos e 37 - Adiantamentos por Conta 47 - Imobilizações do Domínio 57 - Dívida Pública a Médio 67 - Provisões do Exercício 77 - Penalidades Legais* 87 - Reservas de Superavits - 07 – Valores dos Activos
Cauções Diferimentos* de Compras* Público Prazo* Diminuições Seguros
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
18 - Outras Disponibilidades 28 - Pagamentos e 38 - 48 - Amortizações Acumuladas 58 - Dívida Pública a Curto 68 - Outros Custos* 78 - Outros Proveitos* 88 - Operações de Tesouraria - 08 – Outros Activos Futuros ou
Recebimentos por Regularizar* Prazo* Entradas* Contingentes
19 - Provisões para Aplicações 29 - Provisões para Cobranças 39 - Provisões para 49 - Provisões para 59 - Credores Desconhecidos 69 - Perdas* 79 - Ganhos* 89 - Saldo de Gerência 09 – Outros Passivos Futuros
de Tesouraria Duvidosas e Outros Riscos e Depreciação de Existências Investimentos Financeiros por Recursos Alheios ou Contingentes
Encargos Integrados
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 15
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
10 - Caixa
101 - Caixa - em Moeda Nacional (MN)
101.0001 - Caixa - em MN - Caixa Subunidade A
…
190
16 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA nº
Decreto-Lei REPÚBLICA
10/2006, deDE CABO
30 de VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Janeiro
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
13 - Depósitos à Ordem (DO) - Noutras Instituições Financeiras (NIF
131 - DO - NIF - em Moeda Nacional (MN)
131.01 - DO - NIF - em MN - no Banco Comercial A (BC A)
131.01.1 - DO - NIF - em MN - no BC A - Do Tesouro/Orçamento do Estado
131.01.1.01 - na Agência do BC A em ...
...
...
...
191
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 17
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
192
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
18 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
DISPONIBILIDADES
193
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 19
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
14213.02.9 - DPC - em MN - até 180 Dias - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)
14213.02.9.01 - DPC - no BCV - em MN - até 180 Dias - Movimentada pela Subunidade A
…
194
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
20 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
14215.01.01 - DPC - em MN - Superior a 1 Ano - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A
…
195
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» Decreto-Lei
DA REPÚBLICA DE CABO
nº 10/2006, de 30VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
de Janeiro 21
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
14222.02 - DPC - em ME - até 1 Mês - no BCV
14222.02.1 - DPC - em ME - até 1 Mês - no BCV - do Tesouro
14222.02.1.001 - Para Serviço da Dívida Pública
14222.02.1.002 - Para Aplicações de Reservas de Superavits
...
...
196
22 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
...
...
197
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 23
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
...
...
198
24 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
...
199
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA
Decreto-Lei DE CABO
nº 10/2006, VERDE
de 30 — 30 DE JANEIRO DE 2006
de Janeiro 25
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
143214.03 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 1 Ano - no Banco Comercial A (BC A)
143214.03.1 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 1 Ano - no BC A - do Tesouro
143214.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...
200
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
26 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
143221.03.9 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Semana - no BC A - ...
143221.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...
201
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 27
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
143223.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...
202
28 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
1433123 - DC - da PSFP - TN - em MN - TDP - Títulos Consolidados de Mobilização Financeira (TCMF)
…
…
203
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 29
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
1452 - DC - para Aplicações de Reservas de Superavits - TN - em Moeda Estrangeira (ME)
...
204
30 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
1513 - DP - em MN - até 180 Dias
1513.01 - DP - em MN - até 180 Dias - no Tesouro
1513.01.01 - DP - em MN - até 180 Dias - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A
…
205
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA
Decreto-Lei DE CABO
nº 10/2006, VERDE
de 30 de — 30 DE JANEIRO DE 2006
Janeiro 31
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
...
...
206
32 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
1522.03 - DP - em ME - até 1 Mês - no Banco Comercial A (BC A)
1522.03.1 - DP - em ME - até 1 Mês - no BC A - do Tesouro
1522.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...
207
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. Decreto-Lei nº 10/2006,
O.» DA REPÚBLICA DE deCABO
30 de VERDE
Janeiro— 30 DE JANEIRO DE 2006 33
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
1524.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...
...
208
34 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 200
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
16211 - TN - em ME - Acções - Instituições Financeiras
...
...
...
...
172 - Cauções
1721 - Cauções - em Moeda Nacional (MN)
...
18 - Outras Disponibilidades
181 - Outras Aplicações de Tesouraria
1811 - Outras Aplicações de Tesouraria - em Moeda Nacional (MN)
...
209
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 35
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
...
1911119 - Apuramento
191123 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em MN - TDP - Títulos Consolidados de Mobilização Financeira (TCMF)
...
...
...
...
210
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
36 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
191229 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em ME - TDP - Outros Títulos da Dívida Pública
...
...
192 - Provisões para DC - para Serviço da Dívida Pública - Títulos Negociáveis (TN)
1921 - Provisões para DC - para Serviço da Dívida Pública - TN - em Moeda Nacional (MN)
...
1922 - Provisões para DC - para Serviço da Dívida Pública - TN - em Moeda Estrangeira (ME)
...
193 - Provisões para DC - para Aplicações de Reservas de Superavits - Títulos Negociáveis (TN)
1931 - Provisões para DC - para Aplicações de Reservas de Superavits - TN - em Moeda Nacional (MN)
...
1932 - Provisões para DC - para Aplicações de Reservas de Superavits - TN - em Moeda Estrangeira (ME)
...
...
211
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 37
CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
...
...
...
...
212
38 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
CLASSE 2 - TERCEIROS
213
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 39
CLASSE 2 - TERCEIROS
…
...
214
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
40 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 2 - TERCEIROS
20.03.1.5 - DT - DPC-SPA - em MN - Superior a 1 Ano
20.03.1.5.1 - DT - DPC-SPA - em MN - Superior a 1 Ano - Municípios
20.03.1.5.1.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - Superior a 1 Ano - Município ...
…
215
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 41
CLASSE 2 - TERCEIROS
...
...
...
216
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
42 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 2 - TERCEIROS
20.04.1.4.1 - DT - DP-SPA - em MN - até 1 Ano - Municípios
20.04.1.4.1.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - até 1 Ano - Município ...
…
...
...
...
217
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 43
CLASSE 2 - TERCEIROS
...
...
...
21 - Clientes
211 - Clientes, C/C
2111 - Clientes, C/C - Moeda Nacional (MN)
21111 - Clientes, C/C - MN - Mercado Interno (MI)
211111 - Clientes, C/C - MN - MI - Ano Corrente
211111.+NIF - ...
…
211112 - Clientes, C/C - MN - MI - Anos Anteriores
211112.+NIF - ...
…
21112 - Clientes, C/C - MN - Mercado Externo (MEx)
211121 - Clientes, C/C - MN - MEx - Ano Corrente
211121.+NIF - ...
…
211122 - Clientes, C/C - MN - MEx - Anos Anteriores
211122.+NIF - ...
…
218
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
44 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 2 - TERCEIROS
…
...
219
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 45
CLASSE 2 - TERCEIROS
218211 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - MN - Mercado Interno (MI)
2182111 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - MN - MI - Ano Corrente
2182111.+NIF - ...
…
2182112 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - MN - MI - Anos Anteriores
2182112.+NIF - ...
…
218212 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - MN - Mercado Externo (MEx)
2182121 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - MN - MEx - Ano Corrente
2182121.+NIF - ...
…
2182122 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - MN - MEx - Anos Anteriores
2182122.+NIF - ...
…
22 - Fornecedores
221 - Fornecedores, C/C
2211 - Fornecedores, C/C - Moeda Nacional (MN)
22111 - Fornecedores, C/C - MN - Mercado Interno (MI)
221111 - Fornecedores, C/C - MN - MI - Ano Corrente
221111.+NIF - ...
…
221112 - Fornecedores, C/C - MN - MI - Anos Anteriores
221112.+NIF - ...
220
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
46 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 2 - TERCEIROS
…
22112 - Fornecedores, C/C - MN - Mercado Externo (MEx)
221121 - Fornecedores, C/C - MN - MEx - Ano Corrente
221121.+NIF - ...
…
221122 - Fornecedores, C/C - MN - MEx - Anos Anteriores
221122.+NIF - ...
…
...
221
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 47
CLASSE 2 - TERCEIROS
…
228122 - Fornecedores - Fª em RC - MN - MEx - Anos Anteriores
228122.+NIF - ...
…
222
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
48 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 2 - TERCEIROS
23112 - EC - ao SPA - a CP -
23212 - EC - ao SPE - a CP -
23312 - EC - às EM - a CP -
23322 - EC - às EM - a MLP -
223
Decreto-Lei
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» nº 10/2006,
DA REPÚBLICA de 30 de
DE CABO Janeiro
VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 49
PNCP CÓDIGO DE CONTAS
CLASSE 2 - TERCEIROS
23412 - EC - a OE - a CP -
23422 - EC - a OE - a MLP -
23512 - EC - a OR - a CP -
23522 - EC - a OR - a MLP -
224
50 Decreto-Lei
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.»nºDA
10/2006, de 30 de
REPÚBLICA DEJaneiro
CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 2 - TERCEIROS
23622.+NIF - ...
…
225
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 51
CLASSE 2 - TERCEIROS
244 -
...
226
52 I SÉRIE — Nº 5 Decreto-Lei
SUP. «B. O.»nºDA REPÚBLICA
10/2006, de 30 deDE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Janeiro
PNCP CÓDIGO DE CONT
CLASSE 2 - TERCEIROS
...
...
25 - Contribuintes e Beneficiários
250 - Contribuintes por Impostos
250.00 - Imposto Único sobre os Rendimentos (IUR)
250.00.1 - IUR - Pessoas Singulares (PS)
250.00.1.1 - IUR - PS - Ano Corrente
250.00.1.1.+NIF - ...
…
250.00.1.2 - IUR - PS - Anos Anteriores
250.00.1.2.+NIF - ...
…
227
I SÉRIE — Nº 5 Decreto-Lei
SUP. «B. O.»nºDA
10/2006, de 30 DE
REPÚBLICA de Janeiro
CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 53
CLASSE 2 - TERCEIROS
228
54 Decreto-Lei
I SÉRIE — Nº 5 SUP. nº 10/2006,
«B. O.» DA de 30DE
REPÚBLICA de Janeiro
CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 2 - TERCEIROS
2513.1 - ICVA - Pessoas Singulares (PS)
2513.1.1 - ICVA - PS - Ano Corrente
2513.1.1.+NIF - ...
…
2513.1.2 - ICVA - PS - Anos Anteriores
2513.1.2.+NIF - ...
…
2513.2 - ICVA - Pessoas Colectivas (PC)
2513.2.1 - ICVA - PC - Ano Corrente
2513.2.1.+NIF - ...
…
2513.2.2 - ICVA - PC - Anos Anteriores
2513.2.2.+NIF - ...
…
2522 - Multas
25221 - Multas - Ano Corrente
25221.+NIF - ...
…
25222 - Multas - Anos Anteriores
25222.+NIF - ...
…
229
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 55
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
CLASSE 2 - TERCEIROS
…
230
56 Decreto-Lei
I SÉRIE — Nº 5 SUP. nº 10/2006,
«B. O.» DA REPÚBLICAde 30DEde CABO
JaneiroVERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 2 - TERCEIROS
…
...
...
231
Decreto-Lei
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICAnº 10/2006,
DE CABOde 30 de Janeiro
VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 57
CLASSE 2 - TERCEIROS
261 - Fornecedores de Imobilizado
2611 - Fornecedores de Imobilizado, C/C
26111 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - Moeda Nacional (MN)
261111 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - MN - Mercado Interno (MI)
2611111 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - MN - MI - Ano Corrente
2611111.+NIF - ...
…
2611112 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - MN - MI - Anos Anteriores
2611112.+NIF - ...
…
261112 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - MN - Mercado Externo (MEx)
2611121 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - MN - MEx - Ano Corrente
2611121.+NIF - ...
…
2611122 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - MN - MEx - Anos Anteriores
2611122.+NIF - ...
…
232
58 Decreto-Lei
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. nº 10/2006, DE
O.» DA REPÚBLICA de 30 de Janeiro
CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 2 - TERCEIROS
…
261912 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado - MN - Mercado Externo (MEx)
2619121 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado - MN - MEx - Ano Corrente
2619121.+NIF - ...
…
2619122 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado - MN - MEx - Anos Anteriores
2619122.+NIF - ...
…
263 - Pessoal
2631 - Remunerações de Base a Pagar
26311 - Remunerações de Base a Pagar - Ano Corrente
26311.+NIF - ...
…
26312 - Remunerações de Base a Pagar - Anos Anteriores
26312.+NIF - ...
…
233
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 59
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
CLASSE 2 - TERCEIROS
…
264 - Sindicatos
2641 - Sindicatos - Ano Corrente
2641.+NIF - ...
…
2642 - Sindicatos - Anos Anteriores
2642.+NIF - ...
…
265 - Obrigacionistas
2651 - Obrigacionistas - em Moeda Nacional (MN)
26511 - Obrigacionistas - em MN - C/Subscrição
26512 - Obrigacionistas - em MN - C/Obrigações Sorteadas ou Vencidas
26513 - Obrigacionistas - em MN - C/Juros a Pagar
2672 - Intermediários
2672.01 - Intermediários no Pagamento das Aposentações e Pensões (PAP)
2672.01.1 - Intermediários no PAP Contributivas
2672.01.1.1 - Intermediários no PAP Contributivas - Ano Corrente
2672.01.1.1.+NIF - ...
…
2672.01.1.2 - Intermediários no PAP Contributivas - Anos Anteriores
2672.01.1.2.+NIF - ...
…
234
60 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA
Decreto-Lei REPÚBLICA
nº 10/2006, DEdeCABO
de 30 JaneiroVERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
PNCP CÓDIGO DE CONTAS
CLASSE 2 - TERCEIROS
269.00.1 - Cheques Sem Provisão - Ano Corrente
269.00.1.+NIF - ...
…
269.00.2 - Cheques Sem Provisão - Anos Anteriores
269.00.2.+NIF - ...
…
...
235
I SÉRIE — Nº 5 SUP.Decreto-Lei
«B. O.» DAnºREPÚBLICA
10/2006, de DE CABO
30 de VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Janeiro 61
PNCP CÓDIGO DE CONTAS
CLASSE 2 - TERCEIROS
269.52.1.+NIF - ...
…
269.52.2 - Valores Cobrados de Terceiros a Transferir - Anos Anteriores
269.52.2.+NIF - ...
…
27 - Acréscimos e Diferimentos
271 - Acréscimos de Proveitos
271.01 - Acréscimos de Proveitos - Juros com Cobranças Diferidas - PSFP
271.02 - Acréscimos de Proveitos - Outros Juros com Cobranças Diferidas
271.03 - Acréscimos de Proveitos - Rendas com Cobranças Diferidas
...
271.99 - Acréscimos de Proveitos - Outros Devedores por Cobranças Diferidas
...
272.99 - Custos Diferidos - Outras Despesas Antecipadas
...
236
62 I SÉRIE — Nº 5 SUP. Decreto-Lei
«B. O.» DAnºREPÚBLICA
10/2006, de DE
30 de Janeiro
CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 2 - TERCEIROS
277.99 - Proveitos Diferidos - Outras Receitas Antecipadas
...
281 - Pagamentos a Título de Passivos Financeiros - por Regularizar (Pagamentos TPF - por Regularizar)
281.00 - Pagamentos TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
281.00.0 - Pagamentos TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Orçamento Corrente
281.00.0.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)
...
282 - ...
283 - Pagamentos a Título de Operações de Tesouraria - por Regularizar (Pagamentos TOT - por Regularizar)
283.00 - Pagamentos TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
283.00.0 - Pagamentos TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - SPA
283.00.1 - Pagamentos TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Outros Sectores
237
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 63
CLASSE 2 - TERCEIROS
283.03.1 - Pagamentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Março - Outros Sectores
...
284 - ...
...
286 - Recebimentos a Título de Passivos Financeiros - por Regularizar (Recebimentos TPF - por Regularizar)
286.00 - Recebimentos TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
286.00.0 - Recebimentos TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Orçamento Corrente
286.00.0.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)
238
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
64 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 2 - TERCEIROS
286.03.0.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)
...
287 - ...
288 - Recebimentos a Título de Operações de Tesouraria - por Regularizar (Recebimentos TOT - por Regularizar)
288.00 - Recebimentos TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
288.00.0 - Recebimentos TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - SPA
288.00.1 - Recebimentos TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Outros Sectores
...
291119 - Apuramento
2914 -
239
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 65
CLASSE 2 - TERCEIROS
...
240
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
66 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 3 - EXISTÊNCIAS
30 -
31 -
32 - Mercadorias
321 - Embalagens Comerciais
3211 - Embalagens Comerciais em Armazém
3212 - Embalagens Comerciais em Poder de Terceiros
3213 - Embalagens Comerciais em Trânsito
...
3217 - Compras de Embalagens Comerciais
32171 - No Mercado Interno
321711 - Aumentos
...
321717 - Devoluções de Compras
321718 - Descontos e Abatimentos
32172 - No Mercado Externo
321721 - Aumentos
...
321727 - Devoluções de Compras
321728 - Descontos e Abatimentos
3218 - Regularização de Existências - Embalagens Comerciais
3218.00 - Reclassificações do Imobilizado para Embalagens Comerciais
3218.01 - Reclassificações de Outras Existências para Embalagens Comerciais
3218.02 - Beneficiações Externas de Embalagens Comerciais
3218.03 - Entradas por Ofertas de Embalagens Comerciais
3218.04 - Sobras Normais de Embalagens Comerciais
3218.05 - Sobras Anormais de Embalagens Comerciais
...
3218.49 - Outras Regularizações Aumentativas - Embalagens Comerciais
3218.50 - Reclassificações para Imobilizado de Embalagens Comerciais
3218.51 - Reclassificações de Embalagens Comerciais para Outras Existências
3218.52 - Embalagens Comerciais Sinistradas
3218.53 - Saídas por Ofertas de Embalagens Comerciais
3218.54 - Quebras Normais de Embalagens Comerciais
3218.55 - Quebras Anormais de Embalagens Comerciais
...
3218.99 - Outras Regularizações Diminutivas - Embalagens Comerciais
3219 - Embalagens Comerciais - Movimentação Interna - Conta Intermédia (MI-CI)
3219.01 - Embalagens Comerciais - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para B
3219.02 - Embalagens Comerciais - MI-CI - da Subunidade Orgânica B para A
3219.03 - Embalagens Comerciais - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para C
3219.04 - Embalagens Comerciais - MI-CI - da Subunidade Orgânica C para A
...
241
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 67
CLASSE 3 - EXISTÊNCIAS
3228.02 - Beneficiações Externas de Outras Mercadorias
3228.03 - Entradas por Ofertas de Outras Mercadorias
3228.04 - Sobras Normais de Outras Mercadorias
3228.05 - Sobras Anormais de Outras Mercadorias
...
3228.49 - Outras Regularizações Aumentativas - Outras Mercadorias
3228.50 - Reclassificações para Imobilizado de Outras Mercadorias
3228.51 - Reclassificações de Outras Mercadorias para Outras Existências
3228.52 - Outras Mercadorias Sinistradas
3228.53 - Saídas por Ofertas de Outras Mercadorias
3228.54 - Quebras Normais de Outras Mercadorias
3228.55 - Quebras Anormais de Outras Mercadorias
...
3228.99 - Outras Regularizações Diminutivas - Outras Mercadorias
3229 - Outras Mercadorias - Movimentação Interna - Conta Intermédia (MI-CI)
3229.01 - Outras Mercadorias - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para B
3229.02 - Outras Mercadorias - MI-CI - da Subunidade Orgânica B para A
3229.03 - Outras Mercadorias - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para C
3229.04 - Outras Mercadorias - MI-CI - da Subunidade Orgânica C para A
...
242
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
68 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 3 - EXISTÊNCIAS
3328.51 - Reclassificações de Produtos Semiacabados para Outras Existências
3328.52 - Produtos Semiacabados Sinistrados
3328.53 - Saídas por Ofertas de Produtos Semiacabados
3328.54 - Quebras Normais de Produtos Semiacabados
3328.55 - Quebras Anormais de Produtos Semiacabados
...
3328.99 - Outras Regularizações Diminutivas - Produtos Semiacabados
3329 - Produtos Semiacabados - Movimentação Interna - Conta Intermédia (MI-CI)
3329.01 - Produtos Semiacabados - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para B
3329.02 - Produtos Semiacabados - MI-CI - da Subunidade Orgânica B para A
3329.03 - Produtos Semiacabados - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para C
3329.04 - Produtos Semiacabados - MI-CI - da Subunidade Orgânica C para A
…
243
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 69
CLASSE 3 - EXISTÊNCIAS
3429 - Desperdícios, Resíduos e Refugos - Movimentação Interna - Conta Intermédia (MI-CI)
3429.01 - Desperdícios, Resíduos e Refugos - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para B
3429.02 - Desperdícios, Resíduos e Refugos - MI-CI - da Subunidade Orgânica B para A
3429.03 - Desperdícios, Resíduos e Refugos - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para C
3429.04 - Desperdícios, Resíduos e Refugos - MI-CI - da Subunidade Orgânica C para A
…
244
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
70 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 3 - EXISTÊNCIAS
361728 - Descontos e Abatimentos
3618 - Regularização de Existências - Matérias-Primas
3618.00 - Reclassificações do Imobilizado para Matérias-Primas
3618.01 - Reclassificações de Outras Existências para Matérias-Primas
3618.02 - Beneficiações Externas de Matérias-Primas
3618.03 - Entradas por Ofertas de Matérias-Primas
3618.04 - Sobras Normais de Matérias-Primas
3618.05 - Sobras Anormais de Matérias-Primas
...
3618.49 - Outras Regularizações Aumentativas - Matérias-Primas
3618.50 - Reclassificações para Imobilizado de Matérias-Primas
3618.51 - Reclassificações de Matérias-Primas para Outras Existências
3618.52 - Matérias-Primas Sinistradas
3618.53 - Saídas por Ofertas de Matérias-Primas
3618.54 - Quebras Normais de Matérias-Primas
3618.55 - Quebras Anormais de Matérias-Primas
...
3618.99 - Outras Regularizações Diminutivas - Matérias-Primas
3619 - Matérias-Primas - Movimentação Interna - Conta Intermédia (MI-CI)
3619.01 - Matérias-Primas - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para B
3619.02 - Matérias-Primas - MI-CI - da Subunidade Orgânica B para A
3619.03 - Matérias-Primas - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para C
3619.04 - Matérias-Primas - MI-CI - da Subunidade Orgânica C para A
...
245
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 71
CLASSE 3 - EXISTÊNCIAS
3637 - Compras de Materiais Consumíveis de Escritório
36371 - No Mercado Interno
363711 - Aumentos
...
363717 - Devoluções de Compras
363718 - Descontos e Abatimentos
246
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
72 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 3 - EXISTÊNCIAS
3649.02 - Outros Materiais de Consumo - MI-CI - da Subunidade Orgânica B para A
3649.03 - Outros Materiais de Consumo - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para C
3649.04 - Outros Materiais de Consumo - MI-CI - da Subunidade Orgânica C para A
...
3929 - Apuramento
247
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 73
CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
248
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
74 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
411115 - Abates
411116 - Alienações
411117 - Movimentações Internas à Entidade - Diminuições
411118 - Outras Alterações - Diminuições
411119 - Apuramento
41112 - IF - PC - EP - Não Financeiras
...
249
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 75
CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
...
...
42 - Imobilizações Corpóreas
421 - Terrenos e Recursos Naturais
4211 - Terrenos do Domínio Privado
42110 - Saldo Inicial
42111 - Aquisições
42112 - Movimentações Internas à Entidade - Aumentos
42113 - Reavaliações
42114 - Outras Alterações - Aumentos
42115 - Abates
42116 - Alienações
42117 - Movimentações Internas à Entidade - Diminuições
42118 - Outras Alterações - Diminuições
42119 - Apuramento
4212 - Recursos Naturais do Domínio Privado
...
4218 - Movimentações Internas à Entidade - Conta Intermédia (MIE-CI)
4218.01 - MIE-CI - da subunidade orgânica A para B
4218.02 - MIE-CI - da subunidade orgânica B para A
4218.03 - MIE-CI - da subunidade orgânica A para C
4218.04 - MIE-CI - da subunidade orgânica C para A
250
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
76 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
427 - Ferramentas
4271 -
...
…
4278 - Movimentações Internas à Entidade - Conta Intermédia (MIE-CI)
...
428 -
43 - Imobilizações Incorpóreas
431 - Despesas de Instalação e Expansão
4310 - Saldo Inicial
4311 - Aquisições
4312 -
4313 - Reavaliações
4314 - Outras Alterações - Aumentos
4315 - Abates
4316 - Alienações
4317 -
4318 - Outras Alterações - Diminuições
4319 - Apuramento
251
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 77
CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
4338 - Propriedade Intelectual
...
...
252
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
78 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
253
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 79
CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
4719 - Apuramento
472 - Infra-estruturas
472.01 - Estradas Públicas
...
472.02 - Portos Públicos
...
472.03 - Aeroportos Públicos
...
472.04 - Pontes de Estradas Públicas
...
472.05 - Rede Pública de Água
...
472.06 - Rede Pública de Esgotos
...
472.07 - Rede Pública de Distribuição Eléctrica
...
472.08 - Rede Pública de Telefone
...
472.09 -
...
48 - Amortizações de Imobilizações
481 - De Imobilizações Financeiras
4814 - De Investimentos Financeiros em Imobilizações Corpóreas
48141 - De Recursos Naturais
481410 - Saldo Inicial
481411 - Amortizações Ordinárias do Exercício
481412 - Correcções por Exercícios Anteriores - Aumentos
481413 - Amortizações Extraordinárias do Exercício
481414 - Outras Alterações - Aumentos
481415 - Abates
481416 - Alienações
481417 - Correcções por Exercícios Anteriores - Diminuições
481418 - Outras Alterações - Diminuições
481419 - Apuramento
48142 - De Edifícios e Outras Construções
...
48143 - De Equipamentos
...
48144 -
...
48145 - De Material de Carga e Transporte
...
...
254
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
80 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
482120 - Saldo Inicial
482121 - Amortizações Ordinárias do Exercício
482122 - Correcções por Exercícios Anteriores - Aumentos
482123 - Amortizações Extraordinárias do Exercício
482124 - Outras Alterações - Aumentos
482125 - Abates
482126 - Alienações
482127 - Correcções por Exercícios Anteriores - Diminuições
482128 - Outras Alterações - Diminuições
482129 - Apuramento
255
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 81
CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
487 - De Imobilizações do Domínio Público
4871 - De Terrenos e Recursos Naturais de Domínio Público
48710 - Saldo Inicial
48711 - Amortizações Ordinárias do Exercício
48712 - Correcções por Exercícios Anteriores - Aumentos
48713 - Amortizações Extraordinárias do Exercício
48714 - Outras Alterações - Aumentos
48715 - Abates
48716 - Alienações
48717 - Correcções por Exercícios Anteriores - Diminuições
48718 - Outras Alterações - Diminuições
48719 - Apuramento
4872 - De Infra-estruturas
4872.01 - De Estradas Públicas
...
4872.02 - De Portos Públicos
...
4872.03 - De Aeroportos Públicos
...
4872.04 - De Pontes de Estradas Públicas
...
4872.05 - De Rede Pública de Água
...
4872.06 - De Rede Pública de Esgotos
...
4872.07 - De Rede Pública de Distribuição Eléctrica
...
4872.08 - De Rede Pública de Telefone
...
4872.09 -
...
4901119 - Apuramento
490112 - IARS - AIF - N - Quotas
...
...
49012 - IARS - AIF - Estrangeiras (E)
490121 - IARS - AIF - E - Acções
...
490122 - IARS - AIF - E - Quotas
256
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
82 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
...
...
4911119 - Apuramento
491112 - IF - PC - EP - Não Financeiras
...
257
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 83
CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
...
258
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
84 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
4961110 - Saldo Inicial
4961111 - Constituição
4961112 - Reforços
...
4961115 - Utilizações
4961116 - Reposições
4961117 - Anulações
4961119 - Apuramento
496112 - IAF-PSFP - AIF - N - Quotas
...
...
49612 - IAF-PSFP - AIF - Estrangeiras (E)
496121 - IAF-PSFP - AIF - E - Acções
...
496122 - IAF-PSFP - AIF - E - Quotas
...
...
259
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 85
52 - Reservas
521 - Reservas de Reavaliação de Imobilizações
…
54 - Resultados
541 - Resultado Operacional
5411 - Previdência Social da Função Pública
5412 - Outros
54121 - Variação da Produção
54122 - Diversos
260
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 87
261
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
88 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
262
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 89
263
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
90 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
264
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 91
265
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
92 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
266
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 93
267
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
94 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
268
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.»Decreto-Lei
DA REPÚBLICA DE CABO
nº 10/2006, de 30VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
de Janeiro 95
269
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
96 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
270
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 97
271
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
98 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
272
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 99
603 -
6031 -
6032 -
6038 -
60381 -
60382 -
604 -
6041 -
6042 -
6048 -
60481 -
60482 -
607 -
612 - Fornecimentos
612.01 - Água
612.02 - Electricidade
612.03 - Combustíveis
612.03.1 - Fuel
612.03.2 - Gasóleo
612.03.3 - Gasolina
612.03.4 - Petróleo de Iluminação
...
612.03.8 - Outros Combustíveis
612.04 - Outros Fluidos
612.05 - Material de Conservação e Reparação
612.06 - Material de Limpeza, Higiene e Conforto
612.07 - Ferramentas de Desgaste Rápido
612.08 - Material de Escritório
612.09 - Material de Publicidade e Propaganda
612.10 - Livros e Documentação Técnica
612.11 - Jornais e Similares
612.12 - Refeições
612.13 - Vestuários
...
273
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
100 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
613 - Subcontratos
62 - Tributos
621 - Taxas e Contribuições
6211 - Quotizações Obrigatórias
6212 - Contencioso e Notariado
6213 - Imposto do Incêndio
6214 - Imposto de Circulação de Veículos Automóveis
...
6219 - Outras Taxas e Contribuições
274
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
...
64 - Amortizações do Exercício
642 - Amortizações de Imobilizações Corpóreas
6421 - Terrenos e Recursos Naturais
6422 - Edifícios e Outras Construções
6423 - Equipamento Básico
6424 - Taras e Vasilhame
6425 - Equipamentos de Carga e Transporte
6426 - Equipamentos Administrativo e Social
6427 - Ferramentas e Utensílios
6428 -
6429 - Outras Imobilizações Corpóreas
275
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
102 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
653 -
276
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 103
277
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
104 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
278
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 105
279
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
106 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
...
280
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 107
709 -
72 - Taxas e Contribuições
721 - Emolumentos
...
722 - Custas
...
...
728 - Outras Taxas
...
729 - Contribuições
729.01 - Imposto do Incêndio
729.02 - Imposto de Circulação de Veículos Automóveis
...
281
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
108 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
...
75 - Impostos
75.00 - Imposto Único sobre os Rendimentos (IUR)
75.00.1 - IUR - Pessoas Singulares
75.00.2 - IUR - Pessoas Colectivas
282
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 109
...
77 – Penalidades Legais
771 - PL - Coimas
7711 - PL - Coimas a Favor do Estado
7712 - PL - Coimas a Favor de Outras Autoridades do SPA
7713 - PL - Outras Coimas
772 - PL - Multas
7721 - PL - Multas a Favor do Estado
7722 - PL - Multas a Favor de Outras Autoridades do SPA
7723 - PL - Outras Multas
283
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
110 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
79 - Ganhos
79.01 - G - Utilização de Provisões para Perdas Extraordinárias
79.02 - G - Utilização de Provisões para Cobranças Duvidosas
79.03 - G - Utilização de Provisões de Imobilizações de Aplicações de Reservas de Superavits
79.04 - G - Utilização de Provisões de Imobilizações Financeiras
79.05 - G - Utilização de Provisões de Imobilizações de Aplicações do Fundo da PSFP
79.06 - G - Reposições de Provisões (RP)
79.06.1 - G - RP para Aplicações de Tesouraria
79.06.1.1 - G - RP para Aplicações de Tesouraria da PSFP
79.06.1.2 - G - RP para Aplicações de Tesouraria - Outras
79.06.2 - G - RP para Cobranças Duvidosas
79.06.3 - G - RP para Outros Riscos e Encargos
79.06.4 - G - RP para Depreciação de Existências
79.06.5 - G - RP para Investimentos Financeiros
79.06.5.1 - G - RP para Investimentos Financeiros da PSFP
79.06.5.2 - G - RP para Investimentos Financeiros - Outros
79.07 - G - Anulações de Provisões
79.07.1 - G - Anulações de Provisões da PSFP
79.07.2 - G - Anulações de Provisões - Outras
79.08 - G - Reduções de Amortizações
79.09 - G - Anulações de Amortizações
79.10 - G - Sobras Anormais em Existências
79.11 - G - Recuperação de Créditos
79.12 - G - Mais-Valias na Alienação de Investimentos Financeiros (MV-AIF)
79.12.0 - G - MV-AIF - Imobilizações de Aplicações de Reservas de Superavits
79.12.1 - G - MV-AIF - Imobilizações Financeiras
79.12.6 - G - MV-AIF - Imobilizações de Aplicações do Fundo da PSFP
79.13 - G - Mais-Valias em Imobilizações Corpóreas
79.14 - G - Mais-Valias em Imobilizações Incorpóreas
79.15 - G - Mais-Valias em Imobilizações em Curso
79.16 - G - Outros Ganhos em Investimentos Financeiros (OGIF)
79.16.0 - G - OGIF - Imobilizações de Aplicações de Reservas de Superavits
79.16.1 - G - OGIF - Imobilizações Financeiras
79.16.6 - G - OGIF - Imobilizações de Aplicações do Fundo da PSFP
79.17 - G - Outros Ganhos em Imobilizações Corpóreas
79.18 - G - Outros Ganhos em Imobilizações Incorpóreas
79.19 - G - Outros Ganhos em Imobilizações em Curso
79.20 - G - Diferenças de Câmbio Favoráveis - Extraordinárias
79.21 - G - Penalidades Contratuais Recebidas
79.22 - G - Liquidação Adicional de Impostos Relativos ao Corrente Exercício
79.23 - G - Restituições Não Fiscais por Terceiros e Relativas ao Corrente Exercício
79.24 - G - Indemnizações a Receber
79.25 - G - IVA - Diferenças Favoráveis por Cálculo dos Pro Rata Definitivos
...
79.98 - G - Correcções Favoráveis Relativas a Exercícios Anteriores (CFREA)
79.98.01 - G - CFREA - IUR - Gerados no Ano Findo - Excesso da Estimativa
79.98.02 - G - CFREA - Liquidação Adicional de Impostos Relativos a Exercícios Anteriores
79.98.03 - G - CFREA - Restituições Não Fiscais por Terceiros e Relativas a Exercícios Anteriores
...
79.99 - Outros Ganhos Não Especificados
284
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 1
80 - Despesas
800 – Despesas Orçamentadas (DO)
8000 – DO - Dotação Inicial
8000.000 – ... (Classificação orgânica)
8000.000.00 – ... (Classificação funcional)
8000.000.00.(…) – ... (Classificação económica)
8003 – DO - Reforços
8003.000 – ... (Classificação orgânica)
8003.000.00 – ... (Classificação funcional)
8003.000.00.(…) – ... (Classificação económica)
8006 – DO - Reduções
8006.000 – ... (Classificação orgânica)
8006.000.00 – ... (Classificação funcional)
8006.000.00.(…) – ... (Classificação económica)
8007 – DO - Anulações
8007.000 – ... (Classificação orgânica)
8007.000.00 – ... (Classificação funcional)
8007.000.00.(…) – ... (Classificação económica)
…
285
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
112 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 113
...
841 – Saídas a Título de Passivos Financeiros - por Regularizar (Saídas TPF - por Regularizar)
841.00 – Saídas TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
841.00.0 – Saídas TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Orçamento Corrente
841.00.0.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
114 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
...
843 - Saídas a Título de Operações de Tesouraria - por Regularizar (Saídas TOT - por Regularizar)
843.00 - Saídas TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
843.00.0 - Saídas TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - SPA
843.00.1 - Saídas TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Outros Sectores
...
288
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 115
...
846 – Entradas a Título de Passivos Financeiros - por Regularizar (Entradas TPF - por Regularizar)
846.00 – Entradas TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
846.00.0 – Entradas TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Orçamento Corrente
846.00.0.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)
...
848 - Entradas a Título de Operações de Tesouraria - por Regularizar (Entradas TOT - por Regularizar)
848.00 - Entradas TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
848.00.0 - Entradas TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - SPA
848.00.1 - Entradas TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Outros Sectores
...
85 - Receitas
850 - Receitas Orçamentadas (RO)
8500 - RO - Previsão Inicial
8500.000 – ... (Classificação orgânica)
289
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
116 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
8503 - RO - Reforços
8503.000 – ... (Classificação orgânica)
8503.000.00 – ...(RO que aumentam o PIB)
8503.000.00.(…) – ... (Classificação económica)
8506 - RO - Reduções
8506.000 – ... (Classificação orgânica)
8506.000.00 – ...(RO que aumentam o PIB)
8506.000.00.(…) – ... (Classificação económica)
8507 - RO - Anulações
8507.000 – ... (Classificação orgânica)
8507.000.00 – ...(RO que aumentam o PIB)
8507.000.00.(…) – ... (Classificação económica)
290
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 117
8531 – RR Virtuais
8531.000 – ... (Classificação orgânica)
8531.000.00 – ...(RR Virtuais que aumentam o PIB)
8531.000.00.(…) – ... (Classificação económica)
291
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
118 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
292
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 119
Obs: desenvolvimento livre por parte de cada instituição do Sector Público Administrativo
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
120 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
00 – Garantias Pessoais
000 - Avales Recebidos
000.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
000.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data de vencimento
000.00.00.(0...) - Avales Recebidos (…) - Avalista fulano
…
000.00.00.(5...) - Avales Recebidos (…) - Sacado ou endossante beltrano
…
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 121
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
122 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
…
026.00.00.(5…) - Penhores a Favor de Terceiros (…) - Identificação da riqueza
…
296
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 123
…
035.00.00.(5…) - Bens Alheios Objectos de Serviços (…) - Dono do bem
…
04 – Créditos Contingentes
040 - Créditos Incobráveis
040.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
040.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data da total eliminação na Contabilidade
040.00.00.(0…) - Créditos Incobráveis (…) - Devedor fulano
…
040.00.00.(5…) - Créditos Incobráveis (…) - Ganhos
…
297
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
124 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 125
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
300
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
CLASSE 1 – DISPONIBILIDADES
10 – Caixa
Compreende os meios líquidos de pagamento (agrupados em moeda nacional e es-
trangeira) na posse directa da entidade, através de seus agentes legalmente empossados.
301
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
São exemplos desses meios, as notas e moedas metálicas que têm curso legal no país ou no
estrangeiro, os cheques e vales postais que têm legalmente poder liberatório no país ou no
estrangeiro.
10(...) – Caixa – ... – Fundos Fixos Atribuídos
Compreende os fundos de maneio em regime de fundos fixos de caixa atribuídos pela
entidade a subunidades ou agentes, com a finalidade de suprir, nos termos legais, despesas
de pequena monta. Esta Conta deve ser saldada no fim do exercício, mediante apresentação
dos justificativos das despesas e devolução do eventual remanescente ao exactor público
ou através do seu depósito.
108 – Caixa – Movimentação Interna – Conta Intermédia
Para uma entidade que tenha diversos exactores públicos com movimentação interna
de dinheiros, de forma a evitar duplicação de lançamentos, as entradas e saídas de dinheiros
(no quadro da movimentação interna e lançadas a partir de Folha de Caixa de cada exac-
tor público) poderão ter como contrapartida esta Subconta. Logo que se lançarem as duas
Folhas de Caixa dos exactores envolvidos em cada movimentação interna, esta Subconta
ficará saldada.
11 – Depósitos à Ordem – no Tesouro
Visando a instituição do sistema de Caixa Única (unicidade de caixa através da cen-
tralização dos dinheiros do SPA, permitindo o financiamento temporário interno do Esta-
do estrito senso a partir de excedentes temporários dos outros componentes do SPA), as
entidades do SPA identificadas pelo Decreto-Lei 29/98, de 3 de Agosto, são obrigadas a
deter no Tesouro os seus Depósitos à Ordem, que deverão funcionar, em princípio, como
os outros depósitos à ordem nos Bancos Comerciais. Esta Conta visa acompanhar a mo-
vimentação desses depósitos à ordem não consignados (desagregados em moeda nacional
e estrangeira) e é aberta apenas na contabilidade dos titulares destes depósitos, isto é, não
aparece na contabilidade do Estado estrito senso.
No pressuposto de uma aproximação cada vez maior do funcionamento do Tesouro ao
funcionamento de um Banco ordinário, prevê-se a possibilidade de uma entidade do SPA
poder ter várias Contas de depósitos à ordem no Tesouro, nomeadamente, desagregadas
por órgãos (por exemplo, órgão da Sede e órgãos Regionais) autorizados a movimentar es-
tas Contas. Existindo várias Contas, sugere-se o acompanhamento através da Conta 118 da
movimentação interna, nos mesmos moldes referidos na Conta 108. No processo da con-
solidação das Demonstrações Financeiras do SPA, esta Conta é compensada com a Conta
20 – Depositantes no Tesouro.
12 – Depósitos à Ordem – no BCV
Compreende os meios líquidos de pagamentos não consignados (agrupados em moeda
nacional e estrangeira) detidos em depósitos à vista, pelas entidades do SPA, no BCV.
302
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
303
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
Títulos de Participação do International Support For Cabo Verde Trust Fund, e resultam
da conversão destes, mais precisamente do respectivo desdobramento – Títulos de Partici-
pação/Rendimento. Os TCMF dão direito a 90% do resultado líquido anual do Trust Fund,
são emitidos pelo Tesouro em função da realização do capital do Trust Fund e trocados
com os títulos da dívida pública em circulação. Com a troca o Estado estrito senso se ali-
via dos juros associados a essa dívida pública. Quando o Estado estrito senso os resgatar
transferi-los-á obrigatoriamente para o Fundo Especial de Estabilização e Desenvolvimen-
to (FEED).
Refira-se que integram os Títulos da Dívida Pública apenas os emitidos por uma entidade
do SPA Cabo-Verdiano.
16232 – Títulos Negociáveis – em Moeda Estrangeira – Outras Obrigações – Ins-
tituições Financeiras Supranacionais
16233 – Títulos Negociáveis – em Moeda Estrangeira – Outras Obrigações – Ins-
tituições Financeiras Paragovernamentais
As Instituições Financeiras Supranacionais podem definir-se como instituições finan-
ceiras com características especiais, criadas, detidas e controladas por um grupo de gover-
nos soberanos ou por um grupo de instituições públicas de vários países.
As Instituições Financeiras Paragovernamentais podem caracterizar-se como institui-
ções financeiras especiais, de que, em regra, um governo é o proprietário ou o detentor
maioritário e cujo risco é quase soberano.
17 – Depósitos Bloqueados e Cauções
Entende-se por Depósito Bloqueado o que é aberto por imposição legal, determinação
judicial ou acordo, e cujo titular não o pode movimentar enquanto não ocorrer um determi-
nado fenómeno. São exemplos desses depósitos:
- As disponibilidades apreendidas aos suspeitos de práticas criminosas, enquan-
to decorre o processo;
- As disponibilidades, pertencentes a partes em litígio, apropriadas pela Justiça
no quadro duma providência cautelar, enquanto decorre o processo concer-
nente ao litígio;
- Achados em dinheiro, até à sua devolução ou prescrição;
- As quantias entregues na Justiça a título de pagamento, quando for impossível
para os devedores entregarem as mesmas quantias aos respectivos credores,
até ao seu levantamento ou prescrição.
Refira-se que quanto ao achado integrado no património do Estado, debita-se esta Con-
ta (no caso de se tratar de disponibilidades) ou outra Conta do activo pertinente (noutros ca-
sos) e credita-se a Conta 59 – Credores Desconhecidos por Recursos Alheios Integrados.
307
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
18 – Outras Disponibilidades
Nesta Conta registam-se os meios monetários e outros activos com alto grau de liqui-
dez (facilmente transformáveis em meios monetários sem grandes prejuízos para a entida-
de) que não possam ser enquadrados nas Contas precedentes, nomeadamente as aplicações
de excedentes temporários de tesouraria em títulos que não possam ser considerados Títu-
los Negociáveis.
19 – Provisões para Aplicações de Tesouraria
Esta Conta inclui a provisão constituída por causa da diferença entre o custo de aquisi-
ção e o preço de mercado das aplicações de tesouraria, quando este for inferior àquele. As
aplicações de tesouraria estão registadas nas Contas 1433 – Disponibilidades Consignadas
– da Previdência Social da Função Pública – Títulos Negociáveis, 144 – Disponibilidades
Consignadas – para Serviço da Dívida Pública – Títulos Negociáveis, 145 – Disponibili-
dades Consignadas – para Aplicações de Reservas de Superavits – Títulos Negociáveis,
16 – Títulos Negociáveis e 181 – Outras Aplicações de Tesouraria.
Pela constituição ou reforço da provisão, credita-se esta Conta, por contrapartida da Sub-
conta apropriada da Conta 664 – Provisões do Exercício – da Actividade Financeira (se se
tratar de provisão corrente) ou da Subconta 69.01 – Provisões para Perdas Extraordiná-
rias (se se tratar de provisão causada por razões excepcionais). Debita-se pela utilização
de provisão, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 76 – Proveitos Financeiros.
Pela reposição ou anulação, debita-se esta Conta, por contrapartida da Subconta apropriada
da Conta 79 – Ganhos.
Quanto à articulação entre as Subcontas que segregam os movimentos desta Conta –
veja-se a Conta 39.
CLASSE 2 – TERCEIROS
20 – Depositantes no Tesouro
Veja-se o exposto na Conta 11 – Depósitos à Ordem – no Tesouro. Esta Conta 20 – De-
positantes no Tesouro regista a dívida a pagar do Estado estrito senso para com os deposi-
tantes referidos na Conta 11. Esta Conta 20 – Depositantes no Tesouro é aberta apenas na
Contabilidade do Estado estrito senso. No processo da consolidação, esta Conta 20 – De-
positantes no Tesouro é totalmente compensada com a sua equivalente de sinal contrário
(Conta 11).
Esta Conta 20 – Depositantes no Tesouro é creditada, por contrapartida, nomeadamen-
te: da Subconta apropriada da Conta 25591 – Beneficiários por Subsídios – Outras Entida-
des Produtivas – Entidades Públicas ou da Conta 2561 – Beneficiários por Transferências
– SPA, pela colocação à disposição do beneficiário dos subsídios e das transferências do
Estado estrito senso a favor do SPA; da Conta 1211 – Depósitos à Ordem – no BCV – em
Moeda Nacional – Conta-Corrente do Tesouro, pelos depósitos efectuados pelo SPA na sua
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
No caso da nossa entidade gerar rendimentos não isentos de IUR, no final do ano, após
o apuramento do “Resultado Antes dos Impostos” na Subconta 545, procede à estimativa
do IUR. O valor do IUR assim estimado é debitado na Subconta 546 - Impostos sobre o
Rendimento do Exercício, por contrapartida desta Subconta 24112.
Esta Subconta 24112 é debitada no início de cada exercício, logo após o lançamento
da reabertura da escrita, por contrapartida da Subconta 24122 – Estado e Outras Autori-
dades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – IUR Estimado Transitado, pelo saldo que
transitar.
24121 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – Re-
tenções na Fonte por Terceiros Transitadas
Esta Subconta é debitada no início de cada exercício, logo após o lançamento da re-
abertura da escrita, por contrapartida da Subconta 24111 – Estado e Outras Autoridades
Públicas – IUR Gerados no Ano Corrente – Retenções na Fonte por Terceiros, pelo saldo
que transitar.
Esta Subconta 24121 é saldada no mês de Setembro, após a liquidação do IUR pela
DGCI, no quadro dos pertinentes lançamentos de regularização, por contrapartida da Sub-
conta 24127 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – Apu-
ramento.
24122 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – IUR
Estimado Transitado
Esta Subconta 24122 é creditada no início de cada exercício, logo após o lançamento
da reabertura da escrita, por contrapartida da Subconta 24112 – Estado e Outras Autorida-
des Públicas – IUR Gerados no Ano Corrente – IUR Estimado, pelo saldo que transitar.
Esta Subconta 24122 é saldada no mês de Setembro, após a liquidação do IUR pela
DGCI, no quadro dos pertinentes lançamentos de regularização, por contrapartida da Sub-
conta 24127 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – Apu-
ramento.
24123 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo –
Pagamentos por Conta
Em Janeiro (se a entidade gera rendimentos não isentos do IUR) a entidade deve pro-
ceder ao pagamento por conta do IUR a ser liquidado em Setembro e concernente a rendi-
mentos gerados no ano findo. O montante pago (equivalente a 30% da matéria colectável
apurada em Setembro do ano findo) é debitado nesta Subconta 24123, por contrapartida de
Disponibilidades. De Março a Maio (se a entidade gera rendimentos tributáveis em sede
do IUR, estejam eles isentos ou não isentos) a entidade deve declarar os rendimentos e, se
for aplicável, pagar por conta do IUR a ser liquidado em Setembro e concernente a ren-
dimentos gerados no ano findo o montante necessário para, acumulado com o pagamento
312
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
por conta de Janeiro pretérito, perfazer o equivalente a 50% do IUR autoliquidado entre
Março e Maio. Também este montante assim pago é debitado nesta Subconta 24123, por
contrapartida de Disponibilidades.
Em Setembro, após a liquidação do IUR pela DGCI, no quadro dos pertinentes lança-
mentos de regularização, esta Subconta 24123 é saldada, por contrapartida da Subconta 24127
– Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – Apuramento.
24125 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo –
Excesso da Estimativa
Em Setembro, após a liquidação do IUR pela DGCI, no quadro dos pertinentes lança-
mentos de regularização, esta Subconta 24125 é debitada, por contrapartida da pertinente
Subconta da Conta 79 – Ganhos, pelo IUR eventualmente estimado a mais a 31 de Dezem-
bro do ano findo, visto o montante de IUR liquidado afinal pela DGCI.
Imediatamente após o lançamento a débito referido no parágrafo anterior, esta Subcon-
ta 24125 é saldada, por contrapartida da Subconta 24127 – Estado e Outras Autoridades
Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – Apuramento.
24126 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo –
Insuficiência da Estimativa
Em Setembro, após a liquidação do IUR pela DGCI, no quadro dos pertinentes lança-
mentos de regularização, esta Subconta 24126 é creditada, por contrapartida da pertinente
Subconta da Conta 69 – Perdas, pelo IUR eventualmente estimado a menos a 31 de De-
zembro do ano findo, visto o montante de IUR liquidado afinal pela DGCI.
Imediatamente após o lançamento a crédito referido no parágrafo anterior, esta Sub-
conta 24126 é saldada, por contrapartida da Subconta 24127 – Estado e Outras Autorida-
des Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – Apuramento.
24127 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo –
Apuramento
Em Setembro, após a liquidação do IUR pela DGCI e depois dos pertinentes lança-
mentos de regularização na Subconta 24125 ou na Subconta 24126, procede-se ao encer-
ramento de todas as Subcontas da Conta 2412 que precedem esta Subconta 24127, por
contrapartida desta Subconta 24127, nos termos detalhados nas Subcontas precedentes.
Após os lançamentos referidos no parágrafo anterior a Subconta 24127 poderá apresen-
tar saldo credor ou devedor. Se o saldo for credor, mostra o remanescente do IUR gerados
no ano findo a pagar ao fisco. Se o saldo for devedor, mostra o reembolso do IUR gerados
no ano findo a que a nossa entidade tem direito junto do fisco. O saldo nulo significará que
não tem nem a pagar nem a receber com relação ao IUR gerados no ano findo.
Se após os lançamentos referidos no penúltimo parágrafo, o saldo desta Subconta
24127 for credor, a Subconta 24127 é debitada, por contrapartida da Subconta 24128 – Es-
tado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – IUR a Pagar.
313
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
314
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
Esta Subconta 24139 é inicialmente debitada nos termos detalhados no quadro da Sub-
conta 24129.
Esta Subconta 24139 é creditada, por contrapartida da Conta apropriada de Disponibi-
lidades quando a nossa entidade receber o IUR gerados antes do ano findo pago ou retido
a mais.
242 – Estado e Outras Autoridades Públicas – Retenções de IUR pela Entidade
Esta Conta movimenta a crédito o valor do IUR que tenha sido retido na fonte pela
nossa entidade em relação a rendimentos de terceiros pagos a estes ou colocados à dispo-
sição destes.
Esta Conta é debitada, por contrapartida: da Subconta da Conta 250.00 – IUR ime-
diatamente após o lançamento referido no parágrafo anterior, quando a nossa entidade for
Estado estrito senso; da Conta apropriada de Disponibilidades, quando a nossa entidade for
outro componente do SPA, no momento do pagamento ao Estado estrito senso ou coloca-
ção à disposição deste do montante retido.
2421 – Estado e Outras Autoridades Públicas – Retenções de IUR pela Entidade – Tra-
balho Dependente
Esta Subconta 2421 é creditada pelas retenções na fonte, pela nossa entidade, do IUR
sobre os rendimentos de trabalho dependente (nomeadamente as remunerações pagas aos
trabalhadores da entidade, incluindo aos órgãos sociais desta), por débito da pertinente
Subconta da Conta 263 – Pessoal. Inclui ainda a crédito as eventuais retenções sobre os
excedentes não isentos das aposentações.
Esta Subconta 2421 é debitada nos termos referidos na Conta 242.
2422 – Estado e Outras Autoridades Públicas – Retenções de IUR pela Entidade
– Trabalho Independente
Esta Subconta 2422 é creditada pelas retenções na fonte feitas, pela nossa entidade, do
IUR sobre os rendimentos de trabalho independente pagos nomeadamente aos profissionais
liberais sem vínculo laboral à nossa entidade, por débito normalmente da pertinente Sub-
conta da Conta 61 – Fornecimentos e Serviços de Terceiros, designadamente da respectiva
Subconta respeitante a Honorários.
Esta Subconta 2422 é debitada nos termos referidos na Conta 242.
2423 – Estado e Outras Autoridades Públicas – Retenções de IUR pela Entidade
– Capitais
Esta Subconta 2423 é creditada pelas retenções na fonte feitas nos termos da lei, pela
nossa entidade, do IUR sobre os rendimentos de capitais e equiparados pagos a terceiros ou
colocados à disposição destes.
Esta Subconta 2423 é debitada nos termos referidos na Conta 242.
315
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Esta Conta 2437 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – a Recuperar é credi-
tada, por contrapartida: da Conta 2438 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Re-
embolsos Pedidos, pelo montante de reembolso que for solicitado aquando da remessa da
declaração; da Conta 2435 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Apuramento,
pelo saldo que constar na Conta 2437 no momento do apuramento do IVA do período sub-
sequente, saldo este que representará o montante de crédito do IVA reportado do período
anterior sobre o qual não exista nenhum pedido de reembolso.
Para além dos lançamentos referidos nos dois últimos parágrafos, podem surgir outros
cenários, requerendo lançamentos diferentes. Alguns dos possíveis cenários são identifi-
cados e os respectivos tratamentos contabilísticos especificados depois (abaixo) da nota
explicativa concernente à Conta 2439 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Li-
quidações Oficiosas.
O saldo da Conta 2437 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – a Recuperar
é normalmente devedor ou nulo.
2438 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Reembolsos Pedidos
Esta Conta 2438 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Reembolsos Pedidos
é debitada, por contrapartida da Conta 2437 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA
– a Recuperar, pelo montante do reembolso pedido porventura aquando da remessa da
declaração do IVA.
Esta Conta 2438 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Reembolsos Pedidos
é creditada, por contrapartida:
a) Da Subconta apropriada da Conta 250.50 – Imposto sobre o Valor
Acrescentado, se a nossa entidade for Estado estrito senso, pelo pagamento vir-
tual do montante do pedido de reembolso deferido pela Administração Fiscal,
imediatamente após este deferimento;
b) Da Conta apropriada de Disponibilidades, quando a nossa entida-
de for outro componente do SPA, no momento do recebimento do Estado estrito
senso ou colocação à disposição da nossa entidade do montante do IVA reembol-
sado;
c) (a título de regularização) da Conta 2437 – Estado e Outras Autoridades
Públicas – IVA – a Recuperar, pelo montante do pedido de reembolso indeferi-
do, imediatamente após este indeferimento, anulando assim total ou parcialmen-
te o lançamento inicial na sequência do indeferimento total ou parcial, respec-
tivamente.
2439 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Liquidações Oficiosas
Se um sujeito passivo do IVA não apresentar a declaração periódica do IVA a que está
obrigado no respectivo prazo legal, deverão os serviços competentes da Direcção-Geral das
Contribuições e Impostos proceder à liquidação oficiosa do IVA.
321
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
Pela notificação da liquidação oficiosa, debita-se esta Conta 2439 – Estado e Outras
Autoridades Públicas – IVA – Liquidações Oficiosas, por contrapartida da Subconta 24362
– Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – a Pagar – Liquidações Oficiosas.
O tratamento contabilístico subsequente ao débito nesta Conta 2439 – Estado e Outras
Autoridades Públicas – IVA – Liquidações Oficiosas referido no parágrafo anterior depen-
de do cenário que se apresentar. A seguir são indicados alguns desses cenários e respectivos
tratamentos contabilísticos, quer para a situação de subsequente apuramento de IVA a pa-
gar, quer para a situação de subsequente apuramento de IVA a recuperar.
OUTROS CENÁRIOS DE IVA A PAGAR E A RECUPERAR
E SUA CONTABILIZAÇÃO
(a compreensão desta exposição esquemática requer prévio conhecimento
do RIVA e da contabilidade)
IVA A PAGAR APURADO E TRANSFERIDO
PARA A CONTA 24361
CENÁRIOS:
1 – Antes da notificação da liquidação oficiosa
2 – Depois da notificação da liquidação oficiosa
2.1 – A liquidação oficiosa fica sem efeito
2.1.1 – Antes do seu pagamento
2.1.1.1 – O valor apurado é = à liquidação oficiosa
2.1.1.2 – O valor apurado é < à liquidação oficiosa
2.1.1.3 – O valor apurado é > à liquidação oficiosa
2.1.2 – Depois do seu pagamento
2.1.2.1 – O valor apurado é = à liquidação oficiosa
2.1.2.2 – O valor apurado é < à liquidação oficiosa
2.1.2.3 – O valor apurado é > à liquidação oficiosa
2.2 – A liquidação oficiosa não fica sem efeito
2.2.1 – O valor apurado é = à liquidação oficiosa
2.2.2 – O valor apurado é < à liquidação oficiosa
2.2.3 – O valor apurado é > à liquidação oficiosa
322
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
TRATAMENTO CONTABILÍSTICO:
CENÁRIO 1 ⇒ 24361/250.50.... ou 1..., saldando a Subconta 24361
CENÁRIO 2.1.1.1 ⇒ 24362/2439, anulando a liquidação oficiosa +
24361/250.50.... ou 1..., saldando a Subconta 24361
CENÁRIO 2.1.1.2 ⇒ 24362/2439, anulando a liquidação oficiosa +
24361/250.50.... ou 1..., saldando a Subconta 24361
CENÁRIO 2.1.1.3 ⇒ 24362/2439, anulando a liquidação oficiosa +
24361/250.50.... ou 1..., saldando a Subconta 24361
CENÁRIO 2.1.2.1 ⇒ 24361/2439, saldando as duas Contas
CENÁRIO 2.1.2.2 ⇒ 24361/2439, saldando a Subconta 24361 + pelo crédito
sobre o fisco decorrente do pagamento a mais 24342/2439,
saldando esta Conta 2439
CENÁRIO 2.1.2.3 ⇒ 24361/2439, saldando a Conta 2439 + pelo remanescento
cente devido ao fisco decorrente do pagamento a menos,
24361/250.50.... ou 1…, saldando a Subconta 24361
CENÁRIO 2.2.1 ⇒24361/2439, saldando as duas Contas
CENÁRIO 2.2.2 ⇒ 24361/2439, saldando a Subconta 24361 + pela diferença
de corrente do pagamento a mais 69…/2439,saldando esta
Conta 2439
CENÁRIO 2.2.3 ⇒ 24361/2439, saldando a Conta 2439 + pelo remanescente
de corrente do pagamento a menos, 24361/277.06, sal
dando a Conta 24361
O proveito diferido lançado a crédito da Conta 277.06 – Proveitos Diferidos – Dife-
renças Favoráveis do IVA é transferido para crédito da Conta 24343 – Estado e Outras
Autoridades Públicas – IVA – Regularizações – Periódicas a Favor do Tesouro, a título de
regularização se nos cinco anos seguintes o fisco o exigir corrigindo a liquidação oficiosa.
Após este período, permanecendo este proveito diferido a crédito da Conta 277.06, esta
Conta será saldada, creditando, por contrapartida, a Subconta apropriada da Conta 79 – Ga-
nhos, pela caducidade do direito à liquidação do IVA ao termo do quinto ano civil seguinte
àquele em que se verificou a sua exigibilidade.
IVA A RECUPERAR APURADO E TRANSFERIDO
PARA A CONTA 2437
CENÁRIOS:
1 – Antes da notificação da liquidação oficiosa
2 – Depois da notificação da liquidação oficiosa
2.1 – A liquidação oficiosa fica sem efeito
2.1.1 – Antes do seu pagamento
2.1.2 – Depois do seu pagamento
2.2 – A liquidação oficiosa não fica sem efeito
323
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
TRATAMENTO CONTABILÍSTICO:
CENÁRIO 1 ⇒ 2438/2437 ou, no apuramento subsequente, 2435/2437 pelo sal do
que constar na altura nesta Conta 2437
Havendo indeferimento do pedido de reembolso, 2437/2438, anulando o lançamento
inicial pertinente. Havendo deferimento, 250.50.... ou 1…/2438, saldando esta Conta 2438
aquando do recebimento ou colocação à disposição da nossa entidade do montante.
CENÁRIO 2.1.1 ⇒ 24362/2439, anulando a liquidação oficiosa +2438/2437 ou, no
apuramento subsequente, 2435/2437 pelo saldo que cons-
tar na altura nesta Conta 2437
Havendo indeferimento do pedido de reembolso, 2437/2438, anulando o lançamento
inicial pertinente. Havendo deferimento, 250.50.... ou 1…/2438, saldando esta Conta 2438
aquando do recebimento ou colocação à disposição da nossa entidade do montante.
CENÁRIO 2.1.2 ⇒ 24342/2439, saldando esta Conta 2439 a título de regulariza-
ção pelo crédito sobre o fisco decorrente do pagamento a mais
+ 2438/2437 ou, no apuramento subsequente, 2435/2437
pelo saldo que constar na altura nesta Conta 2437
Havendo indeferimento do pedido de reembolso, 2437/2438, anulando o lançamento
inicial pertinente. Havendo deferimento, 250.50.... ou 1…/2438, saldando esta Conta 2438
aquando do recebimento ou colocação à disposição da nossa entidade do montante.
CENÁRIO 2.2 ⇒ 69.../2439, saldando esta Conta 2439 a título de regularização
pela perda decorrente do pagamento a mais + 69…/2437 pelo
IVA a recuperar perdido por causa da não remessa atempada
da declaração, saldando esta Conta 2437
246 – Penalidades Legais
São penalidades legais aplicadas à nossa entidade pelas autoridades competentes.
Quanto ao conceito de penalidade legal (multa e coima) – veja-se a Conta 77 – Penalida-
des Legais.
As Subcontas apropriadas desta Conta 246 – Penalidades Legais são creditadas, por
contrapartida das Subcontas apropriadas da Conta 69 – Perdas, pela notificação.
Pelo pagamento, as Subcontas apropriadas desta Conta 246 – Penalidades Legais são
debitadas, por contrapartida normalmente da Conta apropriada de Disponibilidades. Se
a nossa entidade for Estado estrito senso, pelo pagamento virtual (interno) as Subcontas
apropriadas desta Conta 246 – Penalidades Legais são debitadas, por contrapartida das
Subcontas apropriadas da Conta 252 – Contribuintes por Penalidades Legais.
324
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
25 – CONTRIBUINTES E BENEFICIÁRIOS
Regista as dívidas a receber e a pagar decorrentes do uso da condição de autoridade
interventora na redistribuição do rendimento nacional, a partir da contabilidade da entida-
de que exerce essa autoridade redistributiva. São débitos e créditos gerados no âmbito da
actividade corrente do império, fora do mercado. São exemplos, as prestações compulsivas
a receber (designadamente, impostos e taxas) e as doações públicas a pagar (subsídios e
transferências).
250 – Contribuintes por Impostos
Quando a nossa entidade exerce a autoridade de cobrar impostos, pela liquidação destes,
a Conta 250 – Contribuintes por Impostos regista os créditos sobre terceiros. Quanto ao
conceito de imposto – veja-se a Conta 75 – Impostos.
Debita-se a Subconta apropriada desta Conta 250 – Contribuintes por Impostos, por
contrapartida normalmente da Subconta apropriada da Conta 75 – Impostos, pela liquida-
ção, nos termos da lei, de um imposto por parte da nossa entidade.
Credita-se a Subconta apropriada desta Conta 250 – Contribuintes por Impostos, por
contrapartida normalmente de Disponibilidades, pelo recebimento do imposto. Para o caso
de o pagador de imposto ser outro componente do SPA detentor de depósito à ordem no
Tesouro e do recebedor do imposto ser o Estado estrito senso, estaremos perante pagamen-
to virtual (externo) que se contabiliza creditando as Subcontas apropriadas desta Conta
250 – Contribuintes por Impostos, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 20
– Depositantes no Tesouro. Para o caso de o pagador de imposto ser o Estado estrito senso,
325
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
estaremos perante pagamento virtual (interno) que se contabiliza nos termos referidos nas
Subcontas da Conta 24 – Estado e Outras Autoridades Públicas – ou seja, normalmente
credita-se a Subconta apropriada desta Conta 250 – Contribuintes por Impostos, por con-
trapartida da Subconta apropriada da Conta 24 – Estado e Outras Autoridades Públicas.
251 – Contribuintes por Taxas e Contribuições
Quando a nossa entidade exerce a autoridade de cobrar taxas ou contribuições, pela li-
quidação destas, a Conta 251 – Contribuintes por Taxas e Contribuições regista os créditos
sobre terceiros. Quanto aos conceitos de taxas, emolumentos, custas e contribuições – veja-
se a Conta 72 – Taxas e Contribuições.
Debita-se a Subconta apropriada desta Conta 251 – Contribuintes por Taxas e Con-
tribuições, por contrapartida normalmente da Subconta apropriada da Conta 72 – Taxas e
Contribuições, pela liquidação, nos termos da lei, de uma taxa ou contribuição por parte da
nossa entidade.
Credita-se a Subconta apropriada desta Conta 251 – Contribuintes por Taxas e Contri-
buições, por contrapartida normalmente de Disponibilidades, pelo recebimento da taxa ou
contribuição. Para o caso de o pagador da taxa ou contribuição ser outro componente do
SPA detentor de depósito à ordem no Tesouro e do recebedor da taxa ou contribuição ser
o Estado estrito senso, estaremos perante pagamento virtual (externo) que se contabiliza
creditando as Subcontas apropriadas desta Conta 251 – Contribuintes por Taxas e Contri-
buições, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 20 – Depositantes no Tesouro.
Para o caso de o pagador da taxa ou contribuição ser o Estado estrito senso, estaremos
perante pagamento virtual (interno) que se contabiliza nos termos referidos nas Subcontas
da Conta 24 – Estado e Outras Autoridades Públicas – ou seja, normalmente credita-se a
Subconta apropriada desta Conta 251 – Contribuintes por Taxas e Contribuições, por con-
trapartida da Subconta apropriada da Conta 24 – Estado e Outras Autoridades Públicas.
252 – Contribuintes por Penalidades Legais
Quando a nossa entidade exerce a autoridade de cobrar penalidades legais, pela li-
quidação destas, a Conta 252 – Contribuintes por Penalidades Legais regista os créditos
sobre terceiros. Quanto ao conceito de penalidade legal (multa e coima) – veja-se a Conta
77 – Penalidades Legais.
Debita-se a Subconta apropriada desta Conta 252 – Contribuintes por Penalidades
Legais, por contrapartida normalmente da Subconta apropriada da Conta 77 – Penalida-
des Legais, pela liquidação, nos termos da lei, de uma multa ou coima por parte da nossa
entidade.
Credita-se a Subconta apropriada desta Conta 252 – Contribuintes por Penalidades
Legais, por contrapartida normalmente de Disponibilidades, pelo recebimento da multa ou
coima. Para o caso de o pagador da penalidade legal ser outro componente do SPA detentor
326
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
de depósito à ordem no Tesouro e do recebedor da penalidade legal ser o Estado estrito sen-
so, estaremos perante pagamento virtual (externo) que se contabiliza creditando as Subcon-
tas apropriadas desta Conta 252 – Contribuintes por Penalidades Legais, por contrapartida
da Subconta apropriada da Conta 20 – Depositantes no Tesouro. Para o caso de o pagador
da multa ou coima ser o Estado estrito senso, estaremos perante pagamento virtual (inter-
no) que se contabiliza nos termos referidos nas Subcontas da Conta 24 – Estado e Outras
Autoridades Públicas – ou seja, normalmente credita-se a Subconta apropriada desta Conta
252 – Contribuintes por Penalidades Legais, por contrapartida da Subconta apropriada da
Conta 24 – Estado e Outras Autoridades Públicas.
253 – Contribuintes da Previdência Social da Função Pública
Na contabilidade do Estado estrito senso, esta Conta 253 – Contribuintes da Previ-
dência Social da Função Pública regista, a débito, os eventuais créditos do Estado estrito
senso sobre as outras entidades do SPA e demais entidades que retenham TSU ou estejam
devendo pela comparticipação patronal vencida.
Quanto à movimentação da Conta 253 – Contribuintes da Previdência Social da Fun-
ção Pública – veja-se PREVIDÊNCIA SOCIAL DA FUNÇÃO PÚBLICA & PNCP no fim
desta parte – NOTAS EXPLICATIVAS.
255 – Beneficiários por Subsídios
256 – Beneficiários por Transferências
Estas Contas registam as dívidas a pagar pela nossa entidade quando esta for a auto-
ridade concedente de subsídios ou transferências, pela liquidação destes. Quanto aos con-
ceitos de subsídio e de transferência – veja-se a Conta 65 – Subsídios e Transferências
Correntes Concedidos.
Creditam-se as Subcontas apropriadas destas Contas 255 – Beneficiários por Subsídios
e 256 – Beneficiários por Transferências, por contrapartida normalmente das Subcontas
apropriadas da Conta 65 – Subsídios e Transferências Correntes Concedidos, pela liquida-
ção, nos termos da lei, de um subsídio corrente ou de uma transferência corrente por parte
da nossa entidade.
Debitam-se as Subcontas apropriadas destas Contas 255 – Beneficiários por Subsídios
e 256 – Beneficiários por Transferências, por contrapartida normalmente de Disponibili-
dades, pelo pagamento do subsídio ou da transferência. Para o caso de o beneficiário ser
outro componente do SPA detentor de depósito à ordem no Tesouro e do concedente ser
o Estado estrito senso, estaremos perante pagamento virtual (externo) que se contabiliza
debitando as Subcontas apropriadas destas Contas 255 – Beneficiários por Subsídios e 256
– Beneficiários por Transferências, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 20
– Depositantes no Tesouro.
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
de uma das Contas apropriadas da Dívida Pública e constantes na Classe 5, pela subscrição
de obrigações. As Subcontas 26511 – Obrigacionistas – em Moeda Nacional – C/Subscri-
ção e 26521 – Obrigacionistas – em Moeda Estrangeira – C/Subscrição são creditadas,
por contrapartida de Disponibilidades, quando o obrigacionista pagar o montante da subs-
crição.
As Subcontas 26512 – Obrigacionistas – em Moeda Nacional – C/Obrigações Sor-
teadas ou Vencidas e 26522 – Obrigacionistas – em Moeda Estrangeira – C/Obrigações
Sorteadas ou Vencidas são creditadas, por contrapartida de uma das Contas apropriadas
da Dívida Pública e constantes na Classe 5, pelo sorteio ou vencimento das obrigações a
serem amortizadas quando os obrigacionistas exigirem. As Subcontas 26512 – Obrigacio-
nistas – em Moeda Nacional – C/Obrigações Sorteadas ou Vencidas e 26522 – Obriga-
cionistas – em Moeda Estrangeira – C/Obrigações Sorteadas ou Vencidas são debitadas
aquando da efectivação da amortização, por contrapartida de Disponibilidades.
As Subcontas 26513 – Obrigacionistas – em Moeda Nacional – C/Juros a Pagar e
26523 – Obrigacionistas – em Moeda Estrangeira – C/Juros a Pagar são creditadas, por
contrapartida da Subconta apropriada de 66 – Custos Financeiros, pelo vencimento dos ju-
ros de um empréstimo por obrigações. As Subcontas 26513 – Obrigacionistas – em Moeda
Nacional – C/Juros a Pagar e 26523 – Obrigacionistas – em Moeda Estrangeira – C/Juros
a Pagar são debitadas, por contrapartida de Disponibilidades, pelo pagamento.
Para as obrigações sorteadas ou vencidas e os juros de obrigações vencidos cujos ti-
tulares não exijam o seu pagamento no prazo legal, após a prescrição do direito de exigir
o seu pagamento, as Subcontas 26512 – Obrigacionistas – em Moeda Nacional – C/Obri-
gações Sorteadas ou Vencidas, 26522 – Obrigacionistas – em Moeda Estrangeira – C/
Obrigações Sorteadas ou Vencidas, 26513 – Obrigacionistas – em Moeda Nacional – C/
Juros a Pagar e 26523 – Obrigacionistas – em Moeda Estrangeira – C/Juros a Pagar são
debitadas, por contrapartida: da Subconta apropriada da Conta 79 – Ganhos, no caso da
nossa entidade ser a um tempo mutuário e Estado estrito senso; noutros casos, da Subconta
apropriada da Conta 269 – Devedores e Credores Diversos, pela transferência dos direitos
prescritos para o Estado.
266 – Credores por Subscrições não Liberadas
A Conta 266 – Credores por Subscrições não Liberadas é creditada, por contrapartida
das Contas de Disponibilidades e de Imobilizações que compreendam os títulos financeiros
(acções, quotas, obrigações, Títulos Consolidados de Mobilização Financeira, etc.), pela
subscrição destas aplicações. A Conta 266 – Credores por Subscrições não Liberadas é
debitada, por contrapartida de Disponibilidades, pela liberação.
Os Juros Corridos de Obrigações Adquiridas Entre Datas de Juro são registados a
débito da Subconta apropriada da Conta 27 – Acréscimos e Diferimentos e, subsequente-
mente, amortizados paralelamente à contabilização dos juros que corrigem.
330
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
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CLASSE 3 – EXISTÊNCIAS
São registados nesta Classe 3 – Existências os bens destinados à venda ou consumo e
vida útil curta que devam ser armazenados antes de serem vendidos ou colocados em uso,
respectivamente. Os bens de uso corrente e vida útil curta que devam ser, imediatamente
após a sua aquisição, colocados em uso na sua totalidade, são levados, no momento da sua
aquisição, directamente para a Subconta apropriada da Conta 61 – Fornecimentos e Servi-
ços de Terceiros, excepto a matéria-prima que é levada directamente à Subconta apropriada
da Conta 60 – Custos das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas ou da Conta
apropriada da Classe 9 - Custos de Produção (quando esta existir). Esta excepção visa
assegurar a adequada composição e estrutura dos custos para a análise, permitindo que as
matérias-primas tenham o destaque que normalmente merecem, constando duma Conta
334
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
específica de custo (no PNCP – Subconta 6061 – Custo das Matérias-Primas Consumidas)
ou constando duma Conta específica da Classe 9 – Custos de Produção.
A movimentação das Contas de bens desta Classe (32 a 36) depende fundamentalmente
do seguinte: I) existência ou não da contabilização dos Custos de Produção (Contabilidade
Analítica); II) sistema de inventário implementado (intermitente ou permanente); III) inte-
gração ou não da contabilização dos Custos de Produção na Contabilidade Patrimonial.
Perante o sistema de inventário intermitente, só se registam nas Subcontas apropriadas
das Contas de bens desta Classe: o saldo inicial, transitado; as compras; as regularizações;
e o saldo final, apurado fora da contabilidade, através de inventário físico. Assim (como o
PNCP está desenhado para funcionar no sistema de inventário intermitente – que é o mais
simples – com possibilidade de adopção de formas mais complexas, mediante as alterações
que o PNCP estabelece) para o sistema de inventário intermitente, foram previstas, para
cada grupo de bens correntes, Subcontas para acompanhar de forma separada: I) os saldos,
iniciais e finais; II) as compras; e III) as regularizações. As Subcontas de situação (as que
se referem, nomeadamente, a existências no armazém, em poder de terceiros – com ou sem
Subcontas – e em trânsito) podem ser desagregadas em duas Subcontas, uma que apenas
regista o saldo inicial e outra que regista apenas o saldo final, se houver vantagens nessa
desagregação, nomeadamente por constrangimentos de programas informáticos.
No sistema de inventário intermitente, durante o exercício: I) as Subcontas de Com-
pras de inputs acumulam a débito as compras, por contrapartida de Fornecedores ou Dis-
ponibilidades e acumulam ainda a crédito, através de Subcontas respectivas específicas, as
devoluções, os descontos que não sejam de pronto pagamento e os abatimentos, por contra-
partida de Fornecedores ou Disponibilidades; II) as Subcontas de Regularizações de todas
as existências são debitadas pelos aumentos de existências em stock que não decorram de
compras ou produção, e creditadas pelas diminuições de existências em stock que não de-
corram de vendas ou consumo, por contrapartida das Contas indicadas na nota explicativa
específica da Subconta Regularizações. No sistema de inventário intermitente, no final do
exercício: I) as Subcontas de Compras são saldadas, por débito da Conta 60 – Custos das
Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas; II) as Subcontas de Regularizações
com saldo devedor são creditadas, por contrapartida da Conta 60 – Custos das Mercadorias
Vendidas e das Matérias Consumidas (para as existências não transformadas) e da Conta
541 (para as existências transformadas); III) as Subcontas de Regularizações com saldo
credor são debitadas, por contrapartida da Conta 60 – Custos das Mercadorias Vendidas
e das Matérias Consumidas (para existências não transformadas) e da Conta 541 (para as
existências transformadas); IV) as Subcontas de situação das Contas 32 a 36 são creditadas
pelos saldos iniciais respectivos, por contrapartida da Conta 60 – Custos das Mercadorias
Vendidas e das Matérias Consumidas (para as existências não transformadas) e da Conta
541 (para as existências transformadas); V) as Subcontas de situação das Contas 32 a 36
são debitadas pelos saldos finais respectivos, por contrapartida da Conta 60 – Custos das
Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas (para as existências não transformadas)
e da Conta 541 (para as existências transformadas).
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corram de consumos ou vendas, por contrapartida das Contas indicadas na nota explicativa
específica da Subconta Regularizações. Imediatamente após estes lançamentos, os saldos
são transferidos para uma das pertinentes Subcontas definitivas das Contas 32 e 36.
Vejam-se mais detalhes sobre o subsistema de inventário permanente sem contabili-
zação dos Custos de Produção nas Contas 60 – Custos das Mercadorias Vendidas e das
Matérias Consumidas e 541.
Havendo inventário permanente com contabilização dos Custos de Produção (Conta-
bilidade Analítica), todas as Contas (sem excepção) desta Classe movimentam-se sempre
que ocorra variação nas existências, fornecendo, desta feita, à gestão informações sobre o
nível de qualquer stock a qualquer momento durante o exercício.
O PNCP permite que se opte por um dos subsistemas seguintes: I) o subsistema com
contabilização dos Custos de Produção (Contabilidade Analítica) não integrada na Conta-
bilidade Patrimonial; e II) o subsistema com contabilização dos Custos de Produção (Con-
tabilidade Analítica) integrada na Contabilidade Patrimonial.
No subsistema de inventário permanente com contabilização dos Custos de Produção
(Contabilidade Analítica) não integrada na Contabilidade Patrimonial, a contrapartida pe-
los aumentos e diminuições dos outputs transformados (Contas 33, 34 e 35) decorrentes da
produção e vendas deve ser a Subconta 541 – Resultado Operacional, com lançamentos
logo após a ocorrência dos aumentos e diminuições (obtendo assim nesta Subconta 541 a
Variação da Produção). Todas as outras Contas de Existências movimentam-se nos termos
definidos atrás na alternativa de inventário permanente sem contabilização dos Custos de
Produção (Contabilidade Analítica). Neste subsistema, os aumentos e as diminuições nas
Contas 33, 34 e 35 decorrentes de regularizações são, respectivamente, debitados e credita-
dos directamente nestas Contas 33, 34 e 35, por contrapartida das Contas indicadas na nota
explicativa específica da Subconta Regularizações. Havendo intermediação das Subcontas
de Regularizações, estas serão debitadas pelos aumentos dos bens que não decorram de
compras ou produção e creditadas pelas diminuições que não decorram de consumo ou
vendas, por contrapartida das Contas indicadas na nota explicativa específica da Subconta
Regularizações. Imediatamente após estes lançamentos, os saldos são transferidos para as
pertinentes Subcontas definitivas, desta feita, sejam elas de inputs, sejam elas de outputs,
transformados e não transformados.
Vejam-se mais detalhes sobre o subsistema de inventário permanente com contabili-
zação dos Custos de Produção não integrada na Contabilidade Patrimonial nas Contas 60
– Custos das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas e 541.
No subsistema de inventário permanente com contabilização dos Custos de Produção
(Contabilidade Analítica) integrada na Contabilidade Patrimonial estipula-se, sucintamen-
te, as seguintes alterações ao que vem definido no PNCP e aplicável a todos os outros
sistemas de inventário supra: I) a Classe 9 – Contabilidade Analítica passará a chamar-
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se Classe 9 – Custos de Produção, pois deixará de ser uma ‘contabilidade’ (um sistema
autónomo de registo, que não corresponde, através da digrafia, com outras Classes), para
passar a ser uma Classe como qualquer outra das Classes 1 a 7 integrantes da Contabilidade
Patrimonial – desta feita, destinada ao acompanhamento dos custos em transformação;
II) a Conta 60 – Custos das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas passará a
chamar-se 60 – Custos das Vendas e dos Serviços Prestados e registará apenas e exclusi-
vamente custos extintos através das Subcontas concernentes aos outputs realizados, não
transformados e transformados (basicamente: 602 – Custo das Mercadorias Vendidas; 603
– Custo dos Produtos Acabados e Semiacabados Vendidos; 604 – Custo dos Subprodutos,
Desperdícios, Resíduos e Refugos Vendidos; e 607 – Custo dos Serviços Prestados); III) a
Conta 61 – Fornecimentos e Serviços de Terceiros passará a chamar-se 61 – Materiais de
Consumo, Fornecimentos e Serviços e terá como Subcontas as actualmente previstas e ain-
da a Subconta 611 – Materiais de Consumo Consumidos, Subconta esta que terá a mesma
movimentação que as actuais Subcontas afins (6063 – Custo dos Materiais Consumíveis
de Escritório Consumidos, 6064 – Custo dos Outros Materiais de Consumo Consumidos,
60683 – Quebras Normais – Matérias Primas, Subsidiárias e de Consumo – Materiais
Consumíveis de Escritório e 60684 – Quebras Normais – Matérias Primas, Subsidiárias e
de Consumo – Outros Materiais de Consumo) têm no subsistema de inventário permanen-
te sem contabilização dos Custos de Produção; IV) as outras Contas da Classe 6 – Custos
e Perdas receberão apenas e exclusivamente os custos não incorporados na produção
(custos indirectos fixos, constituindo estes, por isso, custos extintos); V) todos os outros
custos (custos directos variáveis, custos directos semi-variáveis, custos directos fixos, cus-
tos indirectos variáveis e custos indirectos semi-variáveis) devem ser directamente debi-
tados nas Contas apropriadas da Classe 9 – Custos de Produção, constituindo estes, por
isso, custos em transformação; VI) os custos transformados (isto é, os outputs prontos para
a venda) são creditados na Conta apropriada de concentração dos custos transformados da
Classe 9 – Custos de Produção, por contrapartida das Contas de outputs transformados
(33 ou 34), ou por débito directamente da Conta 60 – Custos das Vendas e dos Serviços
Prestados (se houver venda sem prévia armazenagem ou se se tratar do custo de produção
dum serviço prestado); VII) pela venda dos outputs não transformados (mercadorias) e dos
outputs transformados (basicamente: produtos acabados, produtos semiacabados, subpro-
dutos, desperdícios, resíduos e refugos) antes em stock, creditam-se estas Contas (32, 33 e
34), por contrapartida das Subcontas apropriadas da Conta 60 – Custos das Vendas e dos
Serviços Prestados; VIII) no final do período, o valor apurado dos “Produtos e Trabalhos
em Curso” é debitado na Conta 35 – Produtos e Trabalhos em Curso, por contrapartida da
Conta apropriada da Classe 9 – Custos de Produção, saldando assim as Contas desta Classe
(no início do período seguinte faz-se o lançamento inverso).
A compreensão cabal do subsistema de inventário permanente com contabilização dos
Custos de Produção integrada na Contabilidade Patrimonial requer um conhecimento ade-
quado da ciência contabilística concernente à contabilização dos Custos de Produção in-
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39X6 – Reposições
Inclui o valor considerado em excesso no saldo da provisão (devido a factos favoráveis
subsequentes) e transferido para crédito da Subconta apropriada da Conta 79 – Ganhos.
39X7 – Anulações
Verifica-se quando a totalidade do saldo de uma provisão é transferida para crédito da
Subconta apropriada da Conta 79 – Ganhos, porque deixou de haver razão para a existência
da provisão (isto é, deixou de haver perda de valor na pertinente existência).
39X9 – Apuramento
Regista os movimentos de apuramento do saldo final à data do balanço, por transfe-
rência dos saldos das Subcontas precedentes. Após a reabertura da escrita no exercício sub-
sequente, o saldo inicial desta Conta é transferido para crédito da Subconta 39X0 – Saldo
Inicial.
REGRAS COMUNS ÀS CONTAS DE BENS DESTA CLASSE:
3XX8 – Regularização de Existências – XX
As Subcontas de Regularizações desta Classe 3 – Existências registam as variações
físicas nas Existências decorrentes de reclassificações aumentativas e diminutivas, benefi-
ciações externas, entradas e saídas por ofertas, sobras normais e anormais, quebras normais
e anormais, sinistros, bem como a quaisquer outras variações físicas nas Contas de Existên-
cias não derivadas de compras, produção, vendas ou consumo.
Note bem: as Subcontas de Regularizações desta Classe 3 – Existências não podem
ser utilizadas para registo de variações em relação ao valor.
A título exemplificativo dá-se a seguir a movimentação das Subcontas de Regulariza-
ções concernentes a Mercadorias. Para outras Existências, utiliza-se a exemplificação que
se segue, com as devidas adaptações.
3228.00 – Reclassificações do Imobilizado para Outras Mercadorias
3228.50 – Reclassificações para Imobilizado de Outras Mercadorias
A Subconta 3228.00 – Reclassificações do Imobilizado para Outras Mercadorias re-
gista a reclassificação de um bem que antes se encontrava registado como imobilizado (isto
é, a entidade tinha a intenção de usufruir desse input durante um período superior a um
ano) e que é reclassificado, por passar a ser tratado como mercadoria (porque a entidade
mudou de intenção, passando subsequentemente a pretender vender o mesmo input, sem
transformação).
A Subconta 3228.00 – Reclassificações do Imobilizado para Outras Mercadorias de-
bita-se pela reclassificação referida no parágrafo anterior, por contrapartida da Subconta
apropriada da Conta 42 – Imobilizações Corpóreas ou da Conta 44 – Imobilizações em
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As entidades públicas por vezes adquirem bens para arrendar não com fins lucrativos,
mas porque são bens necessários à comunidade e os agentes económicos não os disponibi-
lizam. Isso acontece, nomeadamente, quando se está perante um negócio não rentável por
causa do carácter esporádico do uso do bem em causa (procura insatisfatória).
A locação financeira, ao abrigo do princípio da Substância sobre a Forma, contabiliza-
se nos termos referidos na parte sobre Critérios de Valorimetria.
42 – IMOBILIZAÇÕES CORPÓREAS
Esta Conta inclui bens duradouros utilizados pela entidade na sua actividade e que
possam ser alienados ao sector privado, isto é, imobilizações de domínio privado.
Esta Conta inclui bens móveis e imóveis que as entidades utilizam com carácter de
permanência e continuidade na sua actividade corrente. Inclui as benfeitorias e as grandes
reparações que sejam de se acrescer ao custo daqueles imobilizados. Os encargos com o
imobilizado podem-se caracterizar do seguinte modo:
1. Encargos de exploração: custos que contribuem para o bom funcionamento
do imobilizado corpóreo (reparações normais e conservação). Dado que estes
encargos não aumentam o valor do imobilizado nem a sua vida útil, registam-
se a débito da Subconta apropriada da Conta 61 – Fornecimentos e Serviços
de Terceiros;
2. Encargos de imobilização: intervenções que aumentam o valor do imobi-
lizado corpóreo. Exemplos: grandes reparações, manutenções plurianuais e
benfeitorias.
A distribuição dos bens imobilizados pelas Subcontas depende da função que de-
sempenham na entidade. Assim, por exemplo, um autocarro fará parte da Subconta 423
– Equipamento Básico se a entidade presta serviços com autocarros, ou da Subconta 425
– Equipamentos de Carga e Transporte, se a entidade o usa apenas para transporte do seu
pessoal.
421 – Terrenos e Recursos Naturais
Compreende os terrenos para construção, as propriedades rústicas, as plantações de na-
tureza permanente, as pedreiras, etc.
Devem ser também considerados aqui os custos de desbravamento, movimentação de
terras e drenagens.
São ainda registados nesta Subconta os terrenos subjacentes a edifícios e outras cons-
truções, mesmo que tenham sido adquiridos em conjunto e sem indicação separada dos va-
lores respectivos. Quando não haja elementos concretos para a sua avaliação, adoptar-se-á
o critério que for considerado mais adequado.
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427 – Ferramentas
Nesta Subconta registam-se as ferramentas com duração superior a um ano e utiliza-
das nas actividades acessórias da entidade que não possam ser registadas nas Subcontas
precedentes.
As ferramentas que tenham duração não superior a um ano em condições de utilização
normal são consideradas normalmente um custo do exercício no momento da sua aquisição
e debitam-se na Subconta apropriada da Conta 61 – Fornecimentos e Serviços de Tercei-
ros.
Os bens supra devem ser de domínio privado.
43 – IMOBILIZAÇÕES INCORPÓREAS
Esta Conta inclui elementos patrimoniais intangíveis duradouros de domínio privado
e relevantes na actividades da entidade, englobando, nomeadamente: aplicação informá-
tica; propriedade industrial (firma, patente, modelo, marca); licença; know-how; alvarás;
concessões; direitos de autor; despesas de constituição, organização e arranque; despesas
de expansão da entidade; e despesas de desenvolvimento das descobertas resultantes das
investigações. Só podem ser imobilizados os encargos cujos benefícios económicos ou
serviços futuros sejam seguros ou prováveis. Os demais encargos devem ser considerados
custos extintos e levados directamente a débito da Conta apropriada da Classe 6 – Custos
e Perdas.
435 – Conservações Plurianuais em Bens Alheios
As conservações plurianuais feitas nos bens tomados em arrendamento são lançadas
nesta Subconta. As conservações plurianuais feitas nos nossos imobilizados são debitadas
nas Subcontas onde esses bens se encontrem lançados, a título de correcção do seu valor.
O período de amortização destes custos imobilizados não deve ultrapassar a vida útil
remanescente do contrato de arrendamento do bem alheio beneficiado. No caso de subse-
quente encurtamento desta vida útil, deve-se proceder à amortização extraordinária, com-
plementar, de forma a repor a igualdade entre a vida útil remanescente do contrato e a vida
útil remanescente do custo imobilizado. No caso de rescisão prematura do contrato de
arrendamento, procede-se ao abate do saldo subsistente.
44 – IMOBILIZAÇÕES EM CURSO
Esta Conta inclui todas as imobilizações de domínio privado não concluídas.
Inclui também o adiantamento feito por conta do fornecimento de imobilizado cujo
preço esteja previamente fixado. Pela recepção das facturas correspondentes deve fazer-se a
transferência para as Subcontas apropriadas da Conta 261 – Fornecedores de Imobilizado.
Para adiantamentos por conta de fornecimento de imobilizado cujo preço não esteja
previamente fixado, debita-se a Subconta 2619 – Adiantamentos a Fornecedores de Imobi-
lizado, por se tratar de um item monetário.
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Só se regista nesta Conta o bem ou direito do domínio público cujo valor seja deter-
minável de forma fiável e cujos benefícios económicos ou serviços futuros da sua detenção
sejam seguros ou prováveis.
As imobilizações do domínio público são incluídas no património da entidade respon-
sável pela sua administração ou controlo, estejam ou não afectas à sua actividade opera-
cional.
Na preparação de alguns rácios de análise financeira o analista pode expurgar do pa-
trimónio esta Conta e a respectiva fonte – (50 – Fundo de Imobilizações do Domínio Pú-
blico). Isto por causa da sua inalienabilidade, imprescritibilidade, impenhorabilidade e da
frequente dificuldade na sua valorimetria.
Basicamente, eis a sua movimentação: pelo inventário inicial, debitam-se as Subcontas
apropriadas desta Conta 47 – Imobilizações do Domínio Público, por contrapartida da Con-
ta 50 – Fundo de Imobilizações do Domínio Público; idem com relação a imobilizações
do domínio público que forem indevidamente omitidas no inventário inicial ou venham a
surgir de forma gratuita; as outras variações subsequentes nas imobilizações do domínio
público contabilizam-se segundo as regras gerais da contabilidade aplicáveis às imobiliza-
ções.
473 – Valor Actualizado dos Direitos de Concessão a Receber
Quando o Estado celebra um contrato de concessão que lhe assegura uma renda fixa e
certa, sem custos adicionais futuros para o Estado, o valor actualizado das rendas futuras
é contabilizado a débito desta Conta 473 – Valor Actualizado dos Direitos de Concessão
a Receber, por contrapartida da Conta 50 – Fundo de Imobilizações do Domínio Público.
À medida que as rendas forem vencendo, credita-se a Subconta apropriada da Conta 78
– Outros Proveitos, por contrapartida de Disponibilidades ou da Subconta apropriada da
Conta 269 – Devedores e Credores Diversos. Anualmente, o saldo da Conta 473 – Valor
Actualizado dos Direitos de Concessão a Receber é amortizado, indirectamente, debitando
a Conta 64 – Amortizações do Exercício, por contrapartida da Subconta apropriada da Con-
ta 48 – Amortizações Acumuladas. No fim do contrato, procede-se ao abate, creditando esta
Conta 473 – Valor Actualizado dos Direitos de Concessão a Receber, por contrapartida da
Conta apropriada da Conta 48 – Amortizações Acumuladas. Havendo remanescente, anula-
se parcialmente o lançamento inicial supra referido (isto é, debita-se a Conta 50 – Fundo de
Imobilizações do Domínio Público, por contrapartida desta Conta 473 – Valor Actualizado
dos Direitos de Concessão a Receber).
48 – AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS
Os imobilizados tangíveis e intangíveis não se consomem num só exercício. O custo
do imobilizado deve ser imputado a vários exercícios e não somente ao ano de aquisição
ou produção. O seu uso provoca uma depreciação. A operação contabilística que permite
a imputação do custo aos vários anos designa-se por amortização. O desgaste ou perda de
valor é o resultado do uso, de factores climáticos, económicos, etc.
A depreciação deveria ser determinada diariamente mas, na prática, não é viável.
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O desdobramento desta Conta é feito de acordo com as rubricas existentes nas imobi-
lizações perecíveis.
49 – PROVISÕES PARA INVESTIMENTOS FINANCEIROS
Esta Conta serve para registar as diferenças entre o custo de aquisição ou produção do
investimento financeiro e o respectivo preço de mercado, quando este for inferior àquele.
Pela constituição ou reforço da provisão, credita-se esta Conta , por contrapartida da
Subconta apropriada da Conta 664 – Provisões do Exercício – da Actividade Financeira (se
se tratar de provisão corrente) ou da Subconta 69.01 – Provisões para Perdas Extraordiná-
rias (se se tratar de provisão causada por razões excepcionais). Debita-se pela utilização de
provisão, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 76 – Proveitos Financeiros.
Pela reposição ou anulação, debita-se esta Conta, por contrapartida da Subconta apropriada
da Conta 79 – Ganhos.
Quanto à articulação entre as Subcontas que segregam os movimentos desta Conta –
veja-se a nota explicativa da Conta 39.
CLASSE 5 – SITUAÇÃO LÍQUIDA E DÍVIDA PÚBLICA
SITUAÇÃO LÍQUIDA
50 – FUNDO DE IMOBILIZAÇÕES DO DOMÍNIO PÚBLICO
Regista as fontes próprias para Imobilizações do Domínio Público. Esta segregação
justifica-se pelo facto de as imobilizações do domínio público serem inalienáveis, pelo que
em certas análises financeiras convém excluir do balanço as pertinentes origens e aplica-
ções.
Pelo inventário inicial, debitam-se as Subcontas apropriadas da Conta 47 – Imobiliza-
ções do Domínio Público, por contrapartida desta Conta 50 – Fundo de Imobilizações do
Domínio Público. Idem com relação a imobilizações do domínio público que forem inde-
vidamente omitidas no inventário inicial ou venham a surgir de forma gratuita. No fim do
exercício, havendo diferença entre os valores absolutos dos saldos das duas Contas supra,
procede-se à eliminação desta diferença da seguinte forma: se o valor absoluto do saldo
credor da Conta 50 – Fundo de Imobilizações do Domínio Público for superior ao valor
absoluto do saldo devedor da Conta 47 – Imobilizações do Domínio Público, debita-se a
Conta 50 – Fundo de Imobilizações do Domínio Público, por contrapartida da Conta resi-
dual da Situação Líquida – 512 – Fundo Permanente Próprio – Outros; lançamento inverso
ocorre no caso oposto.
5011 – Fundo de Imobilizações do Domínio Público – Proveitos Directos – Com
Proveitos Fixos
Regista as fontes próprias para bens ou direitos do domínio público cujos usufrutuários
acordaram com a entidade titular do bem ou direito uma renda fixa anual. Se se tratar de
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da Conta 45, a Conta 45 é debitada pela diferença, por contrapartida directa da Subconta
511 – Financiamento Básico no SPA; no caso oposto, haverá lançamento inverso. Após este
lançamento, se o valor absoluto do saldo da Conta 511 – Financiamento Básico no SPA for
diferente do valor absoluto do saldo da Conta 45 – Participação na Situação Líquida do
SPA, procede-se à regularização, da seguinte forma: se o valor absoluto do saldo credor da
Conta 511 – Financiamento Básico no SPA for superior ao valor absoluto do saldo devedor
da Conta 45 – Participação na Situação Líquida do SPA, debita-se pela diferença a Con-
ta 511 – Financiamento Básico no SPA, por contrapartida da Conta residual da Situação
Líquida – 512 – Fundo Permanente Próprio – Outros; lançamento inverso ocorre no caso
oposto.
O mesmo raciocínio aplica-se aos municípios, com relação a entidades sem fins lucra-
tivos por eles criadas.
512 – Fundo Permanente Próprio – Outros
Esta Subconta regista a parte do Fundo Permanente Próprio que não possa ser regista-
da na Conta 511. Assim, em todos os lançamentos nestas NOTAS EXPLICATIVAS onde se
menciona a Conta 51 – Fundo Permanente Próprio como contrapartida, deve entender-se
Subconta 512 – Fundo Permanente Próprio – Outros.
52 – RESERVAS
Regista a parte das fontes próprias de carácter provisório ou especial (devido à sua
origem e ou função) que não possa ser registada noutra Conta da Situação Líquida.
Nas empresas, as reservas representam, normalmente, partes dos lucros ou doações
para investimentos retidas provisoriamente pela empresa em prol da sua robustez financei-
ra, podendo subsequentemente integrá-las no capital, utilizá-las para cobrir prejuízos ou
certos encargos e, em alguns casos, assegurar a estabilidade dos dividendos. Por vezes a
sua constituição, nas empresas, decorre da imposição da lei, nomeadamente visando uma
maior segurança aos credores.
No PNCP, de momento, apenas especifica-se a Conta das reservas decorrentes de Re-
avaliação de Imobilizações. O órgão competente para aprovação das Contas da entidade
pode deliberar a subsequente integração destas reservas na Conta 51 – Fundo Próprio
Permanente.
53 – SUBSÍDIOS E TRANSFERÊNCIAS PLURIANUAIS
Quanto aos conceitos de subsídio e transferência – veja-se a nota explicativa da Conta 65
– Subsídios e Transferências Correntes Concedidos. Quando o subsídio ou a transferência
se destina ao reforço duradouro da capacidade de funcionamento da entidade, credita-se,
respectivamente, a Subconta 532 – Subsídios Plurianuais – de Capital ou a Subconta 534
– Transferências Plurianuais – de Capital, por contrapartida do bem ou direito recebi-
do. Esta Conta 53 – Subsídios e Transferências Plurianuais regista ainda o subsídio ou a
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DÍVIDA PÚBLICA
EXPLICAÇÕES COMUNS ÀS CONTAS 56 A 58
Dívida Pública
Empréstimos obtidos pelo SPA, incluindo os perpétuos com juros.
Dívida Pública – Interna & Externa
Interna – empréstimo contraído no país;
Externa – empréstimo contraído no estrangeiro.
Dívida Pública Concessional (segundo convenção do PNCP)
Interna = à taxa de juro < taxa de juro da “cedência de liquidez” do BCV;
Externa = à taxa de juro < “SDR Interest Rate” do Fundo Monetário Internacio-
nal.
Empréstimos – Voluntários & Forçados
Voluntários – o mutuante é livre de conceder ou não o empréstimo;
Forçados – o mutuante é obrigado pelo Estado a conceder o empréstimo (por
exemplo: depois de uma calamidade; em situação de guerra; para uma
grande obra pública). Empréstimos forçados só podem ser internos.
Dívida Pública – Perpétua & Temporária
Perpétua – sem prazo de vencimento, só paga juro perpetuamente. Se o Estado
reserva o direito de reembolsar quando quiser – diz-se remível. Caso
contrário – diz-se irremível. Empréstimos perpétuos são sempre repre-
sentados por títulos negociáveis.
Temporária – o Estado obriga-se a amortizá-la.
Dívida Pública – Reembolsável por Prestações
Para efeito de amortização o empréstimo é dividido em parcelas, cada uma com a sua
data de vencimento, havendo assim, para o empréstimo no seu todo, uma amortização gra-
dual, frequentemente em intervalos constantes, com parcelas constantes.
Dívida Pública – Reembolsável em Data Fixa
Todo o empréstimo vence numa dada data.
Dívida Pública – Amortizável por Sorteio
Periodicamente o emitente tira à sorte um determinado número (constante ou variável)
de títulos, que se consideram, com isso, vencidos.
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Note bem: as contas-correntes com instituições financeiras que normalmente têm sal-
do devedor devem figurar na Classe 1; as contas-correntes com instituições financeiras que
normalmente têm saldo credor devem figurar na Conta 58. No balanço, independentemente
do código que tiver uma dada conta-corrente, ela figurará no activo ou no passivo consoan-
te o seu saldo a 31 de Dezembro for devedor ou credor, respectivamente.
59 – CREDORES DESCONHECIDOS POR RECURSOS ALHEIOS INTEGRA-
DOS
Dívida a favor de desconhecidos pela posse, por parte do Estado, de achados e equi-
parados. Em princípio, os recursos alheios identificáveis e não perecíveis, cujos donos
sejam desconhecidos, são registados na Contabilidade Extrapatrimonial. Em princípio, os
recursos alheios não identificáveis são integrados no património do Estado, debitando as
pertinentes Contas do activo e creditando esta Conta 59 – Credores Desconhecidos por Re-
cursos Alheios Integrados. Em princípio, os recursos alheios perecíveis ou de guarda one-
rosa são integrados no património do Estado ou vendidos, debitando as pertinentes Contas
do activo e creditando esta Conta 59 – Credores Desconhecidos por Recursos Alheios
Integrados. Aquando do surgimento do legítimo dono, esta Conta 59 – Credores Desconhe-
cidos por Recursos Alheios Integrados é debitada, por contrapartida da Conta concernente
ao activo cedido ao legítimo dono (normalmente, Disponibilidades). No caso da prescrição
do direito da reclamação, esta Conta 59 – Credores Desconhecidos por Recursos Alheios
Integrados é debitada, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 79 – Ganhos.
CLASSE 6 – CUSTOS E PERDAS
60 – CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS E DAS MATÉRIAS CONSU-
MIDAS
Quanto à sua compreensão e movimentação – vejam-se as notas explicativas relativas
às Classes 3 – Existências e 9 – Contabilidade Analítica (9 – Custos de Produção) e ainda
relativas à Conta 54.
Note Bem: quando a entidade optar pela implementação do subsistema de inventário
permanente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Contabilidade Patri-
monial, o código 60 terá a designação Custos das Vendas e dos Serviços Prestados, deven-
do, neste subsistema, esta Conta registar apenas custos extintos, através exclusivamente de
Subcontas de outputs, transformados e não transformados, incluindo o serviço prestado.
Neste subsistema de inventário a conta 60 – Custos das Vendas e dos Serviços Prestados
terá apenas as seguintes subcontas: 602 – Custo das Mercadorias Vendidas, com as actuais
subcontas desta; 603 – Custo dos Produtos Acabados e Semiacabados Vendidos, com as
subcontas desta (6031 – Custo dos Produtos Acabados Vendidos, 6032 – Custo dos Produ-
tos Semiacabados Vendidos, 6038 – Quebras Normais em Produtos Acabados e Semiaca-
bados, 60381 – Quebras Normais em Produtos Acabados e 60382 – Quebras Normais em
Produtos Semiacabados); 604 – Custo dos Subprodutos, Desperdícios, Resíduos e Refugos
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Vendidos, com as subcontas desta (6041 – Custo dos Subprodutos Vendidos, 6042 – Custo
dos Desperdícios, Resíduos e Refugos Vendidos, 6048 – Quebras Normais em Subprodu-
tos, Desperdícios, Resíduos e Refugos, 60481 – Quebras Normais em Subprodutos, 60482
– Quebras Normais em Desperdícios, Resíduos e Refugos); e 607 – Custo dos Serviços
Prestados. Neste subsistema de inventário permanente com contabilização dos Custos de
Produção integrada na Contabilidade Patrimonial, os custos incorporáveis nos Custos de
Produção (designadamente com matérias-primas e matérias subsidiárias) são debitados nas
subcontas apropriadas da Classe 9 – Custos de Produção.
61 – FORNECIMENTOS E SERVIÇOS DE TERCEIROS
Normalmente por contrapartida de Fornecedores ou Disponibilidades, esta Conta re-
gista a débito os custos do exercício por fornecimentos de bens correntes destinados ao
consumo interno e aquisição de serviços externos correntes, excluindo:
a) Os custos com compra de bens não duradouros armazenáveis, que se registam
a débito das Contas da Classe 3 – Existências;
b) Os custos com compras de matérias-primas não armazenáveis, que se regis-
tam a débito da Conta 60 – Custos das Mercadorias Vendidas e das Matérias
Consumidas ou da conta apropriada da Classe 9 – Custos de Produção, con-
forme a não existência ou a existência do subsistema de inventário perma-
nente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Contabilidade
Patrimonial, respectivamente.
Note Bem: quando a entidade optar pela implementação do subsistema de inventário
permanente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Contabilidade Patri-
monial, o código 61 terá a designação Materiais de Consumo, Fornecimentos e Serviços
e terá como Subcontas, para além das actualmente previstas, a Subconta 611 – Materiais
de Consumo Consumidos destinada ao registo dos materiais de consumo armazenáveis
subsequentemente entregues ao consumo. Neste subsistema, na Conta 61 – Materiais de
Consumo, Fornecimentos e Serviços só se registam os custos fixos indirectos. A Subconta
611 – Materiais de Consumo Consumidos só regista os custos não incorporáveis nos Custos
de Produção e tem a mesma movimentação que as actuais Subcontas afins (6063 – Custo
dos Materiais Consumíveis de Escritório Consumidos, 6064 – Custo dos Outros Materiais
de Consumo Consumidos, 60683 – Quebras Normais – Matérias Primas, Subsidiárias e de
Consumo – Materiais Consumíveis de Escritório e 60684 – Quebras Normais – Matérias
Primas, Subsidiárias e de Consumo – Outros Materiais de Consumo) têm no subsistema
de inventário permanente sem contabilização dos Custos de Produção. Estas mencionadas
Subcontas, desta feita, serão Subcontas da Conta 611 – Materiais de Consumo Consumi-
dos, com os seguintes nomes: 6111 – Custo dos Materiais Consumíveis de Escritório Con-
sumidos; 6112 – Custo dos Outros Materiais de Consumo Consumidos; 6118 – Quebras
Normais – Materiais de Consumo; 61181 – Quebras Normais – Materiais de Consumo
– Materiais Consumíveis de Escritório e 61182 – Quebras Normais – Materiais de Con-
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Pela renda ou aluguer que deva ser debitada nesta Subconta e relativa ao período findo
a 31 de Dezembro, mas cujo vencimento ocorre numa data posterior, debita-se esta Subconta,
por contrapartida de 276.03 – Acréscimos de Custos – Rendas e Alugueres com Pagamentos
Diferidos.
Quando o período coberto pela renda ou aluguer já paga ultrapassa o fim do exercício,
pelo remanescente (concernente ao exercício subsequente e eventualmente debitado nesta
Subconta) credita-se esta Subconta, por contrapartida da Subconta 272.01 – Custos Diferi-
dos – Rendas e Alugueres Pagos Adiantadamente.
614.02 – Despesas de Representação
São encargos com recepções, refeições, viagens, divertimentos e outros actos afins a
favor do pessoal e de parceiros. Inclui ainda os encargos fixos com titulares de órgãos de
direcção que no dia-a-dia são obrigados amiúde a praticar actos desta natureza em prol da
entidade.
614.05 – Comunicação
Pelos encargos de comunicação que devam ser debitados nesta Subconta e relativos
ao período findo a 31 de Dezembro, mas cuja factura não tenha ainda dado entrada na
contabilidade no fecho da escrita, debita-se esta Subconta, por contrapartida de 276.04 –
Acréscimos de Custos – Comunicação com Pagamentos Diferidos.
614.06 – Seguros
Inclui o custo de seguros da responsabilidade da entidade, com exclusão dos seguros a
favor do pessoal (que se contabilizam na Conta 635 – Custos com o Pessoal – Seguros de
Acidentes no Trabalho e Doenças Profissionais) e ainda dos seguros associados à aquisição
de bens (que são incorporados no custo de aquisição destes bens).
Quando o período coberto pelo seguro ultrapassa o fim do exercício, pelo remanes-
cente (concernente ao exercício subsequente e eventualmente debitado nesta Subconta)
credita-se esta Subconta, por contrapartida da Subconta 272.02 – Custos Diferidos – Segu-
ros não Relativos ao Pessoal Pagos Antecipadamente.
614.08 – Royalties com Assistência Técnica
Inclui os encargos com o usufruto de direitos de propriedade industrial de terceiros (nomea-
damente, exploração de patentes – licenças – , modelos, marcas), e com o usufruto de know-how
e desenhos, quando o usufruto vem associado à assistência técnica a prestar pelo fornece-
dor.
614.10 – Trabalhos Especializados
Inclui o valor dos serviços técnicos prestados por empresas especializadas em áreas
que a entidade não pode superar pelos seus próprios meios.
Quando esses serviços destinam-se a beneficiar o Pessoal, debita-se a Subconta apro-
priada da Conta 63 – Custos com o Pessoal.
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Quando esses serviços são prestados por técnicos independentes, devem ser sempre
debitados na Subconta 614.15 – Honorários, com subsequente cumprimento da legislação
fiscal, nomeadamente quanto à declaração de Honorários pagos aos beneficiários ou colo-
cados à disposição destes.
614.11 – Transportes de Existências
Inclui o valor de transporte de outputs vendidos, quando seja da responsabilidade da
empresa, bem como o transporte de existências entre dois locais de armazenamento.
O custo de transporte incorrido no momento da compra de bens entra no valor de aqui-
sição desses bens.
614.13 – Deslocações e Estadas
Inclui os encargos suportados com o pessoal quando em missão de serviço fora do
local habitual de trabalho (relativos ao seu transporte e ajudas de custos até ao limite legal
– alojamento, alimentação e outros encargos conexos). Inclui ainda as prestações pagas ao
pessoal para fazer face a encargos adicionais decorrentes da sua prolongada estada fora do
local habitual de trabalho, em missão de serviço, como, por exemplo, no caso da estada no
estrangeiro de diplomatas.
614.14 – Comissões a Intermediários
Inclui a débito os valores que se atribuem a entidades que, de sua conta, agenciam a
venda de outputs da nossa entidade ou a prestação dum serviço próprio da nossa entidade,
por contrapartida da Conta 2672 – Intermediários.
As comissões pagas ao Pessoal registam-se na Subconta apropriada da Conta 63 –
Custos com o Pessoal.
Quando esses serviços são prestados por técnicos independentes, devem ser sempre
debitados na Subconta 614.15 – Honorários, com subsequente cumprimento da legislação
fiscal, nomeadamente quanto à declaração de Honorários pagos aos beneficiários ou colo-
cados à disposição destes.
614.15 – Honorários
Inclui o valor dos pagamentos atribuídos a técnicos independentes por serviços presta-
dos à entidade, com subsequente cumprimento da legislação fiscal, nomeadamente quanto
à declaração de Honorários pagos aos beneficiários ou colocados à disposição destes.
62 – TRIBUTOS
Regista os encargos suportados pela entidade com as prestações compulsivas, cobra-
das por autoridades públicas sem fins lucrativos, que não possam ser incorporadas no custo
de aquisição dos inputs e nem deduzidas do Resultado Líquido.
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ou seja apenas os custos não incorporáveis nos Custos de Produção. Neste subsistema de
inventário permanente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Con-
tabilidade Patrimonial, os custos incorporáveis nos Custos de Produção (designadamente
os custos com a mão-de-obra directa) são debitados nas Subcontas apropriadas da Classe
9 – Custos de Produção.
634 – Encargos sobre Remunerações
Corresponde à comparticipação patronal paga pelo SPA ao Sistema de Previdência
Social da Função Pública e não só para assegurar o equilíbrio financeiro da previdência
social a favor do Pessoal – basicamente, aposentações, pensões e assistência na doença.
Nos contratos de trabalho sujeitos ao Regime Jurídico-Geral das Relações de Trabalho,
essa comparticipação patronal é de 15%. A autonomia do Sistema da Previdência Social
da Função Pública requer a fixação desta comparticipação do SPA com relação aos agentes
sujeitos à Relação Jurídica de Emprego na Administração Pública.
Note Bem: o PNCP considera o Sistema da Previdência Social da Função Pública
como uma instituição autónoma em relação ao SPA que, entretanto, é representada nos
actos administrativos pelo(s) seu(s) intermediário(s) – o Estado e os municípios (estes se
assim a lei vier a permitir). Para mais detalhes – veja-se, nomeadamente, a parte final destas
NOTAS EXPLICATIVAS cujo título é: PREVIDÊNCIA SOCIAL DA FUNÇÃO PÚBLI-
CA & PNCP.
64 – AMORTIZAÇÕES DO EXERCÍCIO
Regista o empobrecimento da entidade ocorrido devido ao deperecimento normal das
imobilizações de que a entidade usufruiu no exercício e desde que sujeitas ao desgaste ou
extinção.
O empobrecimento devido ao deperecimento por circunstâncias extraordinárias é de-
bitado na Subconta 69.02 – Perdas – Amortizações Extraordinárias.
O empobrecimento devido ao deperecimento dos bens incluídos na Conta 414 – Inves-
timentos Financeiros em Imobilizações Corpóreas é debitado na Subconta 663 – Amortiza-
ções do Exercício – Investimentos Financeiros em Imobilizações Corpóreas.
Inclui-se nesta Conta 64 a amortização de bens utilizados em regime de locação finan-
ceira.
Note Bem: quando a entidade optar pela implementação do subsistema de inventário
permanente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Contabilidade Patri-
monial, esta Conta só registará os custos extintos, ou seja apenas os custos fixos indirectos,
ou seja apenas os custos não incorporáveis nos Custos de Produção. Neste subsistema de
inventário permanente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Contabi-
lidade Patrimonial, os custos incorporáveis nos Custos de Produção (designadamente os
custos com os imobilizados utilizados no processo de produção) são debitados nas Subcon-
tas apropriadas da Classe 9 – Custos de Produção.
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66 – CUSTOS FINANCEIROS
Regista os empobrecimentos decorrentes da actividade financeira corrente da entidade
– a actividade que assegura a tempestiva quitação das obrigações decorrentes do plano de
actividades, com minimização dos custos e maximização dos proveitos, respectivos. Esta
actividade materializa-se, basicamente, através de obtenção de empréstimos, concessão
de empréstimos não titulados, investimentos financeiros, depósitos a prazo, aplicações de
tesouraria e demais pagamentos e recebimentos.
Note Bem: quando a entidade optar pela implementação do subsistema de inventário
permanente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Contabilidade Patri-
monial, esta Conta só registará os custos extintos, ou seja apenas os custos fixos indirectos,
ou seja apenas os custos não incorporáveis nos Custos de Produção.
661 – Custos Financeiros – Juros Suportados
Debita-se a Subconta apropriada da Conta 44 – Imobilizações em Curso pelo juro as-
sociado a imobilização em curso que requeira um período de tempo substancial para ser co-
locada em situação de poder ser utilizada, durante o período de preparação do imobilizado.
Porém, o juro passa a ser debitado na Conta 661 – Custos Financeiros – Juros Suportados a
partir do momento que o valor contabilístico do imobilizado em curso igualar o respectivo
valor de mercado. No caso de o valor contabilístico do imobilizado em curso se mantiver
abaixo do respectivo valor de mercado durante todo o tempo da preparação, continua-se a
debitar a Subconta apropriada da Conta 44 – Imobilizações em Curso pelo juro associado
a imobilização em curso até à conclusão da preparação. Logo que o bem em causa entrar
em funcionamento, os juros pertinentes subsequentes passam a ser debitados na Conta 661
– Juros Suportados.
664 – Custos Financeiros – Provisões do Exercício – da Actividade Financeira
Derrogando o princípio desta Classe da especificação dos custos por natureza, dando
primazia ao aspecto funcional, tudo com o objectivo de assegurar que o Resultado Finan-
ceiro seja representativo de todos os custos e proveitos associados à actividade financeira,
as provisões mencionadas nas Subcontas desta Conta 664 – Custos Financeiros – Provisões
do Exercício – da Actividade Financeira são incluídas na Conta 66 – Custos Financeiros.
6646 – Provisões do Exercício – da Actividade Financeira – Imobilizações de
Aplicações do Fundo da PSFP
66471 – Provisões do Exercício – da Actividade Financeira – Aplicações de Tesou-
raria – PSFP
No quadro da autonomização dos factos patrimoniais associados à Previdência Social
da Função Pública, as pertinentes provisões se registam de forma segregada.
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imposto inferior ao pago por conta, estar-se-á perante um Reembolso de Imposto a Tercei-
ros. Todavia, os reembolsos de impostos não aparecem entre os Custos e Perdas porque o
PNCP trata o pagamento por conta como Receita Antecipada.
69.98 – Correcções Desfavoráveis Relativas a Exercícios Anteriores
São nomeadamente custos ou perdas ocorridos no exercício anterior ou em exercícios
anteriores, que por qualquer razão não foram registados no momento oportuno, isto é,
quando ocorreram.
Embora haja fenómenos contabilísticos em relação aos quais se possa considerar nor-
mal ocorrer situações referidas no parágrafo anterior, não deixa de ser verdade que esses
custos e perdas devem ser analisados exaustivamente pelos Serviços de Controlo Financei-
ro do Estado, pois podem resultar de fraquezas de controlo interno e de outras anomalias
que, porventura, exijam apuramento de responsabilidades.
CLASSE 7 – PROVEITOS E GANHOS
70 – VENDAS E PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS
No PNCP entende-se por vendas e prestações de serviços – proveito proveniente de
fornecimento de bens correntes e de prestação de serviços quando o comprador tem possi-
bilidade de escolha entre diversos fornecedores concorrentes ou quando se trata de bens ou
serviços dispensáveis para o comprador.
Só são vendas e prestações de serviços as que se enquadram nas actividades principais
da entidade. Tratando-se de actividades de carácter accessório ou ocasional, deve-se utilizar a
Conta 73 – Proveitos Suplementares.
Os descontos comerciais e abatimentos feitos na própria factura implicam que a fac-
tura seja contabilizada pelo seu valor líquido. Porém, os descontos de pronto pagamento
feitos na factura implicam a contabilização de vendas e prestações de serviço pelo valor da
factura antes desta dedução, debitando pela diferença concernente ao desconto a Subconta
6661 – Custos Financeiros – Descontos de Pronto Pagamento Concedidos.
Consideram-se, igualmente, custos, os descontos de natureza financeira feitos fora da
factura, e lançam-se, também, a débito da Conta 6661 – Custos Financeiros – Descontos
de Pronto Pagamento Concedidos, por contrapartida de Clientes.
Por contrapartida de Clientes: as vendas e prestações de serviços registam-se a crédito
da Subconta apropriada desta Conta 70 – Vendas e Prestações de Serviços, normalmente
pelo valor da factura, sem incluir o IVA liquidado; a parte concernente ao IVA liquidado é
creditada na Subconta apropriada da Conta 2433 – Estado e Outras Autoridades Públicas
– IVA – Liquidado; eventuais outros impostos indirectos que incidam sobre vendas e pres-
tações de serviços lançam-se a crédito.
As entidades com vendas a retalho e prestações de serviços a retalho podem optar em
não especificar o montante do IVA liquidado na factura, contabilizando provisoriamente as
vendas e prestações de serviços pelo valor total da factura (com IVA incluído), devendo,
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com referência ao final de cada mês, apurar o IVA liquidado, debitar esse montante na
Subconta apropriada da Conta 706 – IVA das Vendas e Prestações de Serviços com Imposto
Incluído, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 2433 – Estado e Outras Auto-
ridades Públicas – IVA – Liquidado.
No PNCP entende-se por Descontos Comerciais Concedidos os que a entidade con-
cede visando fidelizar o cliente, nomeadamente na sequência da venda de uma quantidade
relevante ou da venda a um revendedor. No PNCP entende-se por Abatimentos Conce-
didos os que a entidade concede na sequência de cumprimento defeituoso do contrato de
compra e venda ou de prestação de serviço por parte da nossa entidade. Os Descontos
Comerciais e Abatimentos Concedidos reduzem o volume de vendas e de prestações de
serviços. O mesmo efeito tem as Devoluções.
A contabilização a efectuar da venda ou prestação de serviço deve basear-se, normal-
mente, em factura ou recibo ou ainda em documentação externa relevante, devendo, por
contrapartida ser sempre debitada a Subconta apropriada da Conta 21 – Clientes, indepen-
dentemente da venda ou prestação de serviço ser a crédito ou não. Tratando-se de venda
ou prestação de serviço a pronto pagamento, imediatamente após o primeiro lançamento,
credita-se a mesma Subconta apropriada da Conta 21 – Clientes, por contrapartida de Dis-
ponibilidades.
71 – TRABALHOS PARA A PRÓPRIA ENTIDADE
São trabalhos que a entidade realiza para si mesma, sob sua administração directa,
aplicando meios próprios para o efeito, trabalhos esses cujos outputs se destinam ao seu
imobilizado. Normalmente, debitam-se as Contas definitivas de Imobilizações ou a Sub-
conta de Imobilizações em Curso correspondente à natureza ou função do imobilizado, por
contrapartida da Subconta apropriada da Conta 71 – Trabalhos para a Própria Entidade,
excepto quando o output resultante deva ser equiparado a Despesas Antecipadas, caso em
que credita-se a Subconta 715 – Trabalhos para a Própria Entidade – Com Custos Diferi-
dos, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 272 – Custos Diferidos.
Note bem: os custos com esses trabalhos constam na Classe 6, pelo que o lançamento
supra vem balancear os resultados, ao mesmo tempo que imobiliza esses custos.
72 – TAXAS E CONTRIBUIÇÕES
No PNCP entende-se por taxa – proveito não superior ao custo de produção de bens
correntes e serviços efectiva e exclusivamente fornecidos ou prestados por autoridades
públicas sem fins lucrativos individualmente ao comprador e que sejam indispensáveis a
este. A parte do proveito superior ao custo de produção representa Imposto, e como tal deve
ser classificada.
No PNCP entende-se por emolumento – um tipo específico de taxa que tem o re-
presentante da entidade pública prestadora de serviço (funcionário, agente ou outro re-
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– Pagamento por Conta de Impostos, pelo saldo deste; III) procede-se à regularização, nos
termos gerais, quanto a eventuais remanescentes a pagar ou a receber.
As Subcontas desta Conta 75 – Impostos são creditadas pela liquidação do imposto,
por contrapartida, normalmente, da Subconta apropriada da Conta 250 – Contribuintes
por Impostos. No caso de haver coincidência entre liquidação e cobrança, de imediato,
procede-se ao crédito da mesma Subconta da Conta 250 – Contribuintes por Impostos, por
contrapartida de Disponibilidades ou da Subconta apropriada da Conta 20 – Depositantes
no Tesouro.
76 – PROVEITOS FINANCEIROS
Regista os enriquecimentos decorrentes da actividade financeira corrente da entidade
– a actividade que assegura a tempestiva quitação das obrigações decorrentes do plano de
actividades, com minimização dos custos e maximização dos proveitos, respectivos. Esta
actividade materializa-se, basicamente, através de obtenção de empréstimos, concessão
de empréstimos não titulados, investimentos financeiros, depósitos a prazo, aplicações de
tesouraria e demais pagamentos e recebimentos.
76.01 – Proveitos Financeiros – Descontos de Pronto Pagamento Obtidos
Inclui os descontos obtidos por pronto pagamento e por antecipação de pagamento,
quer constem da factura, quer sejam atribuídos posteriormente.
Inclui ainda os descontos de caixa obtidos nas aquisições sob a condição da entidade
efectuar o pagamento no prazo determinado na factura.
76.02 – Proveitos Financeiros – Diferenças de Câmbio Favoráveis
Regista as diferenças cambiais favoráveis de natureza corrente, associadas à activida-
de financeira e relativas a itens monetários, designadamente a diferença cambial favorável
que constitua correcção do juro nominal. Não regista as diferenças cambiais associadas à
actividade comercial ou outra.
Para dívidas a pagar e a receber, que representem itens monetários decorrentes da
actividade financeira corrente (empréstimos, depósitos à ordem, aplicações, e afins) a mé-
dio e longo prazos, as pertinentes diferenças de câmbio favoráveis, susceptíveis de serem
registadas nesta Conta 76.02 – Proveitos Financeiros – Diferenças de Câmbio Favoráveis,
deverão ser levadas a crédito da Subconta 277.05 – Proveitos Diferidos – Diferenças de
Câmbio Favoráveis, caso existam expectativas razoáveis de que o proveito é reversível. A
Subconta 277.05 – Proveitos Diferidos – Diferenças de Câmbio Favoráveis será debitada,
por contrapartida: da Subconta 76.02 – Proveitos Financeiros – Diferenças de Câmbio
Favoráveis, pela parte do proveito que se realizar; da Conta onde se encontrava registada a
dívida a pagar ou a receber, pela parte do proveito que não se realizar.
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aplicando a digrafia, teremos o crédito da receita, por contrapartida do débito de uma Conta de
Disponibilidades; para cada despesa, aplicando a digrafia, teremos o débito da despesa, por
contrapartida do crédito de uma Conta de Disponibilidades. Todavia, no PNCP, paralela-
mente ao acompanhamento das despesas e das receitas, defende-se ainda o acompanha-
mento de custos e perdas, e de proveitos e ganhos. Assim, por contrapartida de custos e
proveitos são, respectivamente, creditadas e debitadas as Contas de Disponibilidades (com
ou sem intermediação das Contas de outras Classes de activos e passivos) nos mesmos mol-
des que numa contabilidade feita na empresa - idem para perdas e ganhos. Por isso, para
evitar a duplicação de lançamento nas Contas de Disponibilidades, as Contas de receitas e
despesas não correspondem com as Contas de Disponibilidades, aproveitando-se, em vez
disso, a digrafia para se dar uma visão processual (sequencial) das diversas fases legais
por que passam essas receitas e despesas desde a publicação do Orçamento do Estado até à
realização das mesmas receitas e despesas.
Nesta Classe 8 vamos dar os detalhes do que se enunciou nos quatro parágrafos ante-
riores, especificando para cada Conta relevante de receita e despesa a sua movimentação.
Com relação à desagregação das Contas por causa das classificações orçamentais (no-
meadamente, orgânica, funcional e económica) recomenda-se a consulta dos Classifica-
dores respectivos, aprovados autonomamente. A Contabilidade Orçamental, complemen-
tarmente, desagrega a última rubrica do Classificador Económico em duas Subcontas – a
primeira concernente a despesa ou receita cujo início de execução ocorreu sob a presente
gerência (exercício) e a segunda concernente a despesa ou receita cujo início de execução
ocorreu na(s) gerência(s) anterior(es). Esta desagregação tem por finalidade: a) discrimi-
nar as responsabilidades pelas despesas e receitas por gerência; b) assegurar nos diversos
exercícios o devido respeito pelo princípio da Especificação; c) assegurar que em cada
exercício os actos com consequência económica sejam registados nesse exercício inde-
pendentemente da ocorrência do pertinente fluxo financeiro (princípio do Acréscimo); d)
assegurar as condições para a preparação tempestiva da Conta de Gerência com total cor-
respondência temporal ao ano económico a que se reporta. A resposta à questão que despe-
sa ou receita (cujo início de execução ocorreu na(s) gerência(s) anterior(es)) transita para
a corrente gerência é dada no subtítulo seguinte designado Reabertura da Contabilidade
Orçamental.
É de se referir que aqui entende-se por: Bordereau Externo – bordereau emitido por
terceiros; Bordereau Interno – bordereau emitido pelo próprio Tesouro, isto é, documento
que atesta pagamento/recebimento, indicando um crédito/débito na Conta de depósito à
ordem no Tesouro.
REABERTURA DA CONTABILIDADE ORÇAMENTAL
Desde que com financiamento garantido e se encontrem em curso de execução a 31
de Dezembro, as despesas orçamentais concernentes a projectos e programas provocam
alterações orçamentais automáticas do Orçamento que se inicia, independentemente da
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fase de execução em que se encontrarem nessa data, tudo conforme aos sãos princípios de
orçamentos programas plurianuais. Entende-se por financiamento garantido aquele cujo
financiador já deu promessa escrita ou já assinou o pertinente contrato.
Os financiamentos garantidos referidos no parágrafo anterior que porventura se en-
contrem em curso de execução a 31 de Dezembro provocam alteração automática do
Orçamento que se inicia, em paralelo com as respectivas despesas que transitarem, inde-
pendentemente da fase de execução em que se encontrarem nessa data.
As outras receitas orçamentais que se encontrarem na situação de liquidadas a 31 de
Dezembro provocam alteração automática do Orçamento que se inicia. As receitas nesta
fase de execução orçamental fazem com que as Contas seguintes, a 31 de Dezembro, não
tenham saldo zero: 852; 861; 871 e 881.
Quanto às despesas orçamentais não concernentes a projectos e programas, somente as
respectivas despesas pendentes a 31 de Dezembro que já se encontrem comprometidas ou
noutra fase subsequente provocam alteração automática do Orçamento que se inicia.
Esta solução justifica-se, do ponto de vista financeiro, pelo facto de, recorde-se, o processa-
mento da despesa em questão antes de chegar à fase de despesa comprometida ter passado
pela fase de despesa com cobertura financeira, cobertura que é real em termos financeiros
e não reversível, constando as pertinentes disponibilidades como contrapartida do saldo da
Conta 8990 – Apuramento do Saldo de Gerência Global Efectivo Que Passa.
As despesas orçamentais não concernentes a projectos e programas e que se encon-
trem a 31 de Dezembro numa fase de execução anterior a despesas comprometidas não
provocam alteração automática do Orçamento que se inicia, mas em concertação com os
potenciais interessados na sua transição para o exercício que se inicia, a Direcção-Geral
do Orçamento (DGO) ou equiparada, oficiosamente, analisa essas despesas pendentes e,
encontrando fundamentos, propõe alterações orçamentais, nos termos gerais.
As receitas orçamentais não concernentes a projectos e programas e do ano económico
findo que se encontrem a 31 de Dezembro numa fase de execução anterior a receitas liqui-
dadas são oficiosamente analisadas pela DGO ou equiparada em concertação com eventu-
ais outros responsáveis pela sua liquidação e, havendo fundamentos, a DGO ou equiparada
propõe alterações orçamentais, nos termos gerais.
Obviamente, os interessados na transição para o exercício que se inicia das despesas
referidas no penúltimo parágrafo e bem ainda os responsáveis pela liquidação das receitas
referidas no parágrafo anterior podem, autonomamente, propor alterações orçamentais per-
tinentes, nos termos gerais.
No PNCP entende-se por alteração orçamental automática as verbas transitadas au-
tomaticamente sem intervenção de nenhum órgão político, cabendo apenas ao Ministério
das Finanças promover a sua publicação no Boletim Oficial no primeiro trimestre de cada
ano.
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89, corrigindo, desta feita, no quadro da Conta de Gerência ou equiparada o valor afinal
apresentado pela Conta 8990 com o saldo da Conta 28, de forma a continuar a assegurar
que o Saldo de Gerência Global Efectivo Que Passa seja igual ao saldo da Classe 1 – Dis-
ponibilidades, designadamente para efeitos do Balanço ao Cofre.
As Subcontas da Conta 84 são contrapartidas às Subcontas de passagem constantes na
Conta 89 – Saldo de Gerência (8940 a 8948 e 89904) que, durante o exercício, registam,
provisoriamente, os pagamentos e recebimentos associados ao processo de execução orça-
mental por afectar definitivamente às Contas definitivas da Contabilidade Orçamental, isto
é, pendentes de regularização.
As Subcontas da Conta 84, em princípio, devem ter saldo nulo no final do período.
Assim, os saldos que transitarem para o ano seguinte devem ser objecto de uma exaustiva
revisão por parte dos órgãos internos e externos de controlo (nomeadamente, o Serviço
da Contabilidade Pública ou equiparado, a Inspecção-Geral de Finanças e o Tribunal de
Contas) para que eventuais transacções irracionais, irregulares e ou ilegais sejam tempesti-
vamente detectadas e as pertinentes sanções implementadas.
São exemplos de situações registáveis nesta Conta 84, nomeadamente: a) pagamento
urgente que não passou por todas as fases legais do processo de execução orçamental de
despesas; b) pagamento urgente cuja classificação esteja impossibilitada por causa de insu-
ficiências no documento de suporte – por exemplo, por deficiente definição do objecto de
gasto; c) adiantamento feito de conformidade com a lei para fazer face a despesas, e cujo
justificativo definitivo será subsequentemente remetido ao Serviço da Contabilidade Pú-
blica ou equiparado para efeitos de contabilização definitiva; d) pagamento inadiável sem
dotação orçamental; e) recebimento associado a receitas extraordinárias; f) recebimento
associado às receitas inadequadamente omissas do orçamento; g) recebimento associado às
receitas inadequadamente classificadas no Orçamento.
As Subcontas desta Conta 84 e concernentes a saídas de disponibilidades por regulari-
zar (840, 841 e 843) são creditadas, por contrapartida das pertinentes Subcontas da Conta
894 – Saldo de Gerência de Pagamentos e Recebimentos por Regularizar (respectivamen-
te, 8940, 8941 e 8943) aquando de pagamentos de carácter transitório. Haverá lançamentos
inversos quando esses desembolsos se tornarem definitivos, isto é, quando as operações
forem regularizadas. Paralelamente a estes lançamentos inversos fazem-se os lançamentos
ordinários, nos termos gerais, nas Contas definitivas desta Classe 8.
As Subcontas desta Conta 84 e concernentes a entradas de disponibilidades por re-
gularizar (845, 846 e 848) são debitadas, por contrapartida das pertinentes Subcontas da
Conta 894 – Saldo de Gerência de Pagamentos e Recebimentos por Regularizar (8945,
8946 e 8948) aquando de recebimentos de carácter transitório. Haverá lançamentos inver-
sos quando esses recebimentos se tornarem definitivos, isto é, quando as operações forem
regularizadas. Estas mesmas operações regularizadas, paralelamente, serão ainda lançadas,
nos termos gerais, nas Contas definitivas desta Classe 8.
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A inclusão do recebimento virtual visa assegurar uma maior aderência ao Bruto prin-
cípio (princípio da Não Compensação).
As Receitas lato senso incluem todos os recebimentos lançados nas Contas 85 a 88 e
bem ainda nas Subcontas 845 a 848.
850 – Receitas Orçamentadas
Do lado do crédito regista, através de cada Subconta pertinente, a previsão inicial, os
reforços e a transição automática, por contrapartida das Contas de Despesas lato senso
.
Do lado do débito regista, através de cada Subconta pertinente: a) as reduções ou
anulações, por contrapartida normalmente das Contas de Despesas lato senso; b) a trans-
formação de receitas orçamentadas em Receitas – Previsões Corrigidas, por contrapartida
de 851.
Esta Conta está normalmente saldada.
Documento principal: a) a crédito: o BO contendo o Orçamento ou as suas alterações
aumentativas; b) a débito: para alterações orçamentais diminutivas – o BO contendo estas
alterações; para transformação em 851 – Receitas – Previsões Corrigidas – Nota de Lança-
mento de início de execução orçamental.
Responsável pelo lançamento: a) a crédito: Serviço do Orçamento ou equiparado; b) a
débito: Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado – para o início de execução orça-
mental; Serviço do Orçamento ou equiparado – para todos os outros débitos.
Para facilitar a elaboração do Mapa de Execução Orçamental convém (à semelhança
do que se fez para circunstâncias parecidas, designadamente, com Imobilizações e Provi-
sões) abrir Subcontas desta Conta por tipo de variações orçamentais. Em conformidade,
recomenda-se a seguinte desagregação:
8500 – Receitas Orçamentadas – Previsão Inicial
8501 – Receitas Orçamentadas – Transitadas Automaticamente
8503 – Receitas Orçamentadas – Reforços
8506 – Receitas Orçamentadas – Reduções
8507 – Receitas Orçamentadas – Anulações
É de se referir que aqui entende-se por: a) Transitadas Automaticamente – alterações
orçamentais automáticas, isto é, as que ocorrem sem intervenção de nenhum órgão político,
com base nas regras definidas no subtítulo Reabertura da Contabilidade Orçamental; b)
Reforços – alterações que provoquem aumento global do Orçamento, ceteris paribus; c)
Reduções – alterações que provoquem diminuição global do Orçamento, ceteris paribus,
sem eliminação das verbas afectadas; d) Anulações – alterações que provoquem diminui-
ção global do Orçamento, ceteris paribus, com eliminação das verbas afectadas.
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devedores dos activos futuros ou contingentes e os saldos credores dos passivos futuros ou
contingentes (ambos obtidos a partir de balancetes das Subcontas do último grau – 5º grau
neste PNCP) devem constar numa tabela anexa às Demonstrações Financeiras principais.
A sistematização da Classe 0 é feita, em regra, seguindo esta ordem: Contas do 1º grau
identificam os grandes grupos de fenómenos; Contas do 2º grau (com um dígito adicional)
agrupam os activos futuros ou contingentes e os passivos futuros ou contingentes; Contas
do 3º grau (com dois dígitos adicionais) fazem o agrupamento de acordo com os Classi-
ficadores de Receitas e Despesas utilizados no Orçamento do Estado; Contas do 4º grau
(com dois dígitos adicionais) definem os elementos relevantes (por exemplo: para Avales
Prestados – o ano do surgimento / data do vencimento; para os Achados de Donos Desco-
nhecidos – o ano do surgimento / data da prescrição, etc.); o último grau, isto é, Contas do
5º grau (com 3 ou mais dígitos adicionais) identificam os eventuais bens, direitos, obriga-
ções e entidades envolvidas. Esta última desagregação deve ser, em regra, simetricamente
dividida em duas partes – a primeira parte para aplicações e a segunda para origens, ambas
do mesmo fenómeno (por exemplo: para Bens Alheios Arrendados, a identificação do bem
e a identificação do senhorio representam respectivamente a aplicação e a origem).
A desagregação que se apresenta no código a partir das Contas de 3º grau tem carácter
vinculativo apenas para o Estado Central.
As entidades devem estar agrupadas por tipos de instituições (Empresas Públicas Fi-
nanceiras; Empresas Públicas não Financeiras; Empresas Mistas Financeiras; Empresas
Mistas não Financeiras; Empresas Privadas Financeiras; Empresas Privadas não Financei-
ras; Outras Instituições e Entidades Públicas; Outras Instituições e Entidades Privadas).
Para que uma riqueza alheia seja objecto de registo na contabilidade extrapatrimonial
essa riqueza deve ser individualizável e normalmente não perecível pelo tempo que se espe-
ra durar a nossa responsabilidade. Recomenda-se a aplicação a estes elementos extrapatrimo-
niais das mesmas rotinas de controlo da integridade aplicadas aos elementos patrimoniais
duma entidade do SPA, designadamente a inventariação periódica.
Recorde-se que a regra contabilística geral é a seguinte: sempre que houver surgimento
ou aumento da aplicação a respectiva Conta é debitada e sempre que houver o surgimento
ou aumento da origem a respectiva Conta é creditada.
Com o objectivo de enriquecer as informações produzidas pela contabilidade extrapa-
trimonial, há-de entender-se, neste Plano de Contas, por:
1. Activo futuro ou contingente – o fenómeno económico cuja ocorrência ou con-
tingência mais relevante seja, respectivamente, facilidade futura pela natureza
do pertinente contrato ou vantagem futura remotamente provável (ex.: Acha-
dos de Donos Desconhecidos);
2. Passivo futuro ou contingente – o fenómeno económico cuja ocorrência ou con-
tingência mais relevante seja, respectivamente, responsabilidade futura pela
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adicional para pagamento da dívida representada por certos títulos de crédito. Em Avales
Recebidos, nós somos o titular do título de crédito (Letra). Em Avales Prestados, nós somos
o avalista.
00.1 – Cauções em Letras Recebidas
00.6 – Cauções em Letras Prestadas
A garantia aqui é recebida e prestada em letra e consubstancia-se através da adopção
antecipada de vias legais de agilização processual na cobrança coerciva da indemnização
pelo eventual não cumprimento da obrigação básica. Em Cauções em Letras Recebidas,
nós somos o titular do título de crédito (Letra). Em Cauções em Letras Prestadas, nós so-
mos o sacado.
00.2 – Letras Descontadas e Endossadas na Nossa Posse
00.7 – Letras Descontadas e Endossadas na Posse de Terceiros
A garantia aqui é recebida e prestada em letra e consubstancia-se através da adopção
antecipada de vias legais de agilização processual da eventual cobrança coerciva da obri-
gação básica. Em Letras Descontadas e Endossadas na Nossa Posse, nós somos o titular
da letra – obtida por desconto ou endosso. Em Letras Descontadas e Endossadas na Posse
de Terceiros, nós somos o sacado ou endossante.
00.3 – Penalidades Contratuais Previstas a Nosso Favor
00.8 – Penalidades Contratuais Previstas a Favor de Terceiros
A garantia aqui é recebida e prestada em forma ordinária/não especial/comum, autó-
noma ou não ao contrato da obrigação básica, e consubstancia-se na fixação antecipada
e contratualmente da compensação pelo eventual não cumprimento da obrigação básica.
Em Penalidades Contratuais Previstas a Nosso Favor, nós somos o titular do direito da
cobrança da penalidade. Em Penalidades Contratuais Previstas a Favor de Terceiros, o
terceiro é que tem o direito de cobrar de nós a penalidade.
00.4.00 – Fianças e Subfianças Recebidas
00.9.00 – Fianças e Subfianças Prestadas
A garantia aqui é recebida e prestada pela forma exigida para o contrato da obrigação
básica não representada por títulos de créditos e consubstancia-se na adição de património(s)
de terceiro(s) (enquanto garantia adicional do cumprimento da obrigação básica) ao do de-
vedor principal ou ao do fiador principal. Em Fianças e Subfianças Recebidas, nós somos
o titular da fiança (subfiança), isto é, temos o direito de exigir do fiador o cumprimento da
obrigação básica. Em Fianças e Subfianças Prestadas, nós somos o fiador.
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mesmo objectivo, o PNCP prevê ainda as seguintes Contas sintéticas: 46 e 55. Adicional-
mente, o Classificador das Receitas e Despesas terá Contas específicas para acompanhar a
execução orçamental relativa à PSFP.
II) ESQUEMA DOS MOVIMENTOS CONTABILÍSTICOS
Indicam-se, a título exemplificativo, a seguir alguns fenómenos contabilísticos.
CONTABILIDADE PATRIMONIAL DO ESTADO ESTRITO SENSO
I) liquidação da TSU:
a) Dos funcionários e agentes providos até 31/12/2005: 63.../263... + 263…
/2481
b) Dos funcionários e agentes providos após 31/12/2005: 63.../263... + 263…
/2481
II) fluxos de disponibilidades associados à TSU liquidada:
a) Na sequência de I.a): 2481/1211…
b) Na sequência de I.b): 2481/1211…
III) liquidação da comparticipação patronal:
a) Dos funcionários e agentes providos até 31/12/2005: 634/24822 +
24822/78.98.2
b) Dos funcionários e agentes providos após 31/12/2005: 634/2481
IV) fluxos de disponibilidades associados à comparticipação patronal liquidada:
a) Na sequência de III.a): 1431.../1211...
b) Na sequência de III.b): 2481/1211…
V) cobertura de Aposentações e Pensões:
a) Pela liquidação de aposentações e pensões: 6881 e 6883 /257…
b) Pelo pagamento: 257… /1431...
VI) comparticipação nas despesas administrativas incorridas pelo Estado estrito senso:
a) Pela liquidação: 6888/73.98
b) Pelo fluxo de disponibilidades associado a VI.a): 1211... /1431...
VII) compromissos diferidos de aposentação / pensão:
a) Pela constituição ou reforço da pertinente provisão: 6722.98... /292.98...
b) Pela utilização da provisão: 292.98... /78.04.1...
c) Pela reposição da provisão: 292.98... /79.06...
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2. A opção referida no número anterior tem carácter integral, devendo ser mantida por
um período mínimo de 3 exercícios.
3. O período referido no número anterior não opera para as entidades que, tendo op-
tado pela aplicação de Normas Internacionais de Contabilidade e as normas internacionais
de relato financeiro, passem a estar incluídas no âmbito da consolidação de entidades que
não as adoptem.
4. A aplicação das Normas Internacionais de Contabilidade e as Normas Internacionais
de Relato Financeiro a que se refere o presente artigo não impede que, para além das infor-
mações e divulgações inerentes a estas normas, as entidades abrangidas sejam obrigadas a
demonstrar e a divulgar outras informações previstas na legislação nacional.
Artigo 4°
Competência das entidades de supervisão do sector financeiro
1. É da competência do Banco de Cabo Verde, a definição do âmbito subjectivo de apli-
cação das Normas Internacionais de Contabilidade e as Normas Internacionais de Relato
Financeiro, relativamente às entidades sujeitas à respectiva supervisão, que inclui o sector
segurador;
2. O disposto no presente diploma não prejudica a competência do Banco de Cabo
Verde para definir:
a) As normas contabilísticas aplicáveis às contas individuais das entidades sujei-
tas à respectiva supervisão;
b) Os requisitos prudências aplicáveis às entidades sujeitas à respectiva supervi-
são.
Artigo 5°
Pequenas Entidades
1. Às pequenas entidades se aplicam as Normas de Relato Financeiro para Pequenas
Entidades (NRF-PE) que condensa os principais aspectos de reconhecimento, mensuração
e divulgação extraídos das correspondentes Normas de Relato Financeiro (NRF), tidos
como requisitos mínimos.
2. Entende-se por pequenas entidades as entidades que sejam consideradas como tal
nos termos da legislação em vigor.
Artigo 6°
Dispensa de aplicação
Ficam dispensadas do previsto no artigo 2° e artigo 5º desde que assim o desejarem, as
entidades que, exercendo a título individual qualquer actividade comercial, industrial ou
agrícola, não estejam obrigados a possuir contabilidade organizada.
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Artigo 7°
Demonstrações financeiras
1. As entidades sujeitas ao SNCRF são obrigadas a apresentar as seguintes demonstra-
ções financeiras:
a) Balanço;
b) Demonstração dos Resultados por Naturezas;
c) Demonstração das Alterações no Capital Próprio;
d) Demonstração dos Fluxos de Caixa, pelo método directo ou pelo método indi-
recto;
e) Anexo.
2. As entidades a que se refere o artigo 5° são dispensadas de apresentar a demonstra-
ção das alterações no capital próprio e a demonstração dos fluxos de caixa.
3. Adicionalmente, pode ser apresentada uma Demonstração dos Resultados por Fun-
ções.
Artigo 8°
Comissão de Normalização Contabilística
1. É atribuída à Comissão Nacional de Normalização Contabilística (CNNC) o acom-
panhamento do Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro.
2. No âmbito das suas atribuições por proposta técnica da, CNNC o membro do Gover-
no responsável pela área das Finanças deve emitir instruções de cumprimento obrigatório
pelas entidades sujeitas à aplicação do SNCRF, as quais são publicados no Boletim Oficial.
3. O regulamento de funcionamento da CNNC é aprovado por despacho do membro
do Governo responsável pela área das Finanças.
Artigo 9°
Referências ao Plano Nacional de Contabilidade
Sempre que aplicável e com as necessárias adaptações, as referências ao PNC em ante-
riores diplomas legislativos, devem passar a ser entendidas como sendo feitas ao SNCRF.
Artigo 10°
Aplicação pela primeira vez
As demonstrações financeiras de uma entidade que utilize pela primeira vez o Sistema
de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro agora instituído e que tenham pre-
parado demonstrações financeiras no exercício anterior devem respeitar o preceituado no anexo
II do presente diploma.
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Artigo 11°
Revogação
É revogado o Decreto n.º 4/84, de 30 de Janeiro.
Artigo 12º
Disposição transitória
As entidades, que desejem, podem utilizar o SNCRF no primeiro exercício que se ini-
cie em ou após 1 de Janeiro de 2008 após autorização do membro do Governo responsável
pela área das Finanças.
Artigo 13°
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor no primeiro exercício que se inicie em ou após 1 de
Janeiro de 2009.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros.
José Maria Pereira Neves - Cristina Duarte
Promulgado em 29 Janeiro de 2008
Publique-se.
O Presidente da República, PEDRO VERONA RODRIGUES PIRES.
Referendado em 29 de Janeiro de 2008
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves
ANEXO I
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA E
DE RELATO FINANCEIRO
1. Apresentação
1.1. É hoje de aceitação generalizada a necessidade de uma normalização contabilísti-
ca global que permita uma rápida e fluida circulação da informação financeira com vista a
que os vários utentes dessa informação possam tomar decisões informadas e atempadas. Os
utentes da informação financeira encontram-se não só a nível local, regional e nacional mas
em qualquer parte do mundo tendo as mais diversas necessidades de informação.
1.2. Atendendo ainda à crescente complexidade das relações económicas e as ligações
entre empresas verifica-se a necessidade do dotar essas entidades de um sistema contabi-
lístico que permita dar resposta a essas necessidades, pelo que é criado uma nova estrutura
para a contabilidade e o relato financeiro, que sucede ao Plano Nacional de Contabilidade
(PNC) e é designado por Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro
(SNCRF).
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4.4. O REPE é de aplicação obrigatória para as entidades que, de entre aquelas, não
optem pela aplicação do conjunto das NRF
4.5. O REPE é proposta pela CNNC e publicada no Boletim Oficial por despacho nor-
mativo do membro do Governo responsável pela área das Finanças
5. Normas interpretativas (NI)
5.1. Sempre que as circunstâncias o justificarem e para esclarecimento e/ou orientação
sobre o conteúdo dos restantes instrumentos que integram o SNCRF serão produzidas Nor-
mas Interpretativas (NI).
5.2. As NI são propostas pela CNNC e publicadas no Boletim Oficial, por despacho
normativo do membro do Governo responsável pela área das Finanças, sendo de aplicação
obrigatória a partir da data de eficácia indicada em cada uma delas.
6. Código de Contas (CC)
6.1. O código de contas (CC), lato senso, é composto por um código de contas pro-
priamente dito e um conjunto de explicações sobre o conteúdo das contas, bem como um
quadro síntese.
6.2. O CC deverá ser adoptado por todas as entidades que nos termos do presente di-
ploma passam a aplicar as NRF e ou as NRF-PE.
6.3. O CC é proposto pela CNNC e publicado no Boletim Oficial por portaria do mem-
bro do Governo responsável pela área das Finanças.
ANEXO II
ADOPÇÃO PELA PRIMEIRA VEZ DO SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO
CONTABILÍSTICA E DE RELATO FINANCEIRO
As entidades que estejam a preparar as demonstrações financeiras de um exercício
em que utilizem pela primeira vez o Sistema de Normalização Contabilística e de Relato
Financeiro (SNCRF) (exercício a iniciar em ou após 1 de Janeiro de 2009 ou se com a ne-
cessária autorização em período anterior de acordo com o artigo 11ª do presente diploma
e que tenham preparado demonstrações financeiras no exercício anterior devem assegurar
que essas demonstrações contenham informação que:
a) Seja transparente para os utentes e comparável em todos os períodos apresen-
tados;
b) Proporcione um ponto de partida conveniente para a contabilização e poste-
rior relato financeiro segundo o SNCRF;
Definições
Os termos que se seguem são usados neste documento com os significados especifi-
cados:
Balanço de abertura de acordo com o SNCRF: é o balanço de uma entidade à data de
transição para o SNCRF.
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Data de transição para o SNCRF: é a data de início do primeiro período para o qual a
entidade apresenta as suas primeiras demonstrações financeiras de acordo com o SNCRF.
Normativos anteriores: correspondem à base de contabilidade e de relato financeiro
que um adoptante pela primeira vez utilizava imediatamente antes de adoptar o SNCRF.
Primeiras demonstrações financeiras de acordo com o SNCRF: são as primeiras de-
monstrações financeiras anuais em que uma entidade adoptou o SNCRF.
Reconhecimento e mensuração
1. Balanço de abertura de acordo com o SNCRF.
Uma entidade deve preparar um balanço de abertura de acordo com o SNCRF na data
de transição para o SNCRF. Este é o ponto de partida da sua contabilização segundo o SN-
CRF e servirá para comparativo nas primeiras demonstrações financeiras de acordo com o
SNCRF.
Políticas contabilísticas
2. Uma entidade deve usar as mesmas políticas contabilísticas, de acordo com o SN-
CRF, no seu balanço de abertura e nas suas primeiras demonstrações financeiras.
3. Com excepção dos parágrafos 5 a 8, uma entidade deve, no seu balanço de abertura,
de acordo com o SNCRF:
a) Reconhecer todos os activos e passivos cujo reconhecimento seja exigido pelo
SNCRF;
b) Não reconhecer itens como activos ou passivos se o SNCRF não permitir esse
reconhecimento;
c) Reclassificar itens que reconheça segundo o normativo anteriores como um
tipo de activo, passivo ou componente do capital próprio, mas que são um
tipo diferente de activo, passivo ou componente do capital próprio segundo o
SNCRF; e
d) Aplicar o SNCRF na mensuração de todos os activos e passivos reconhecidos
4. As políticas contabilísticas que uma entidade usa no seu balanço de abertura de
acordo com o SNCRF podem diferir daquelas que usou para a mesma data usando o norma-
tivo anterior. Os ajustamentos resultantes derivam de acontecimentos e transacções ante-
riores à data da transição para o SNCRF. Por conseguinte, uma entidade deverá reconhecer
esses ajustamentos directamente nos resultados retidos (ou, se apropriado, noutro item do
capital próprio) à data da transição para o SNCRF.
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Decreto-Lei n.º 5/2008, de 4 de Fevereiro
Excepções
5. Este documento estabelece duas categorias de excepções ao princípio de que o
balanço de abertura de acordo com o SNCRF deve estar conforme com cada NRF do SN-
CRF:
a) Isenções de alguns requisitos de outras NRF; e
b) Proibições à aplicação retrospectiva de alguns aspectos de outras NRF.
6. Porém se for impraticável, para uma entidade, reexpressar o seu balanço de abertura
de acordo com as NRF, deve aplicar os parágrafos 3, 4, 7 e 8 no primeiro período em que tal
aplicação seja possível e divulgar a data de transição para o SNCRF e o facto de não serem
comparáveis os dados apresentados relativos a períodos anteriores. Se for impraticável,
para a entidade, proceder a quaisquer divulgações exigidas por este documento para qual-
quer período anterior àquele em que prepara as suas primeiras demonstrações financeiras
segundo este documento, tal omissão deverá ser divulgada.
Isenções
7. Em função das situações concretas que se venham a verificar nas operações de tran-
sição de cada entidade, esta pode optar pelo uso de uma ou mais das isenções seguintes,
nos termos estabelecidos nos parágrafos 15 a 25C, 25F e 25G da IFRS 1 — Adopção pela
Primeira Vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro:
a) Concentrações de actividades empresariais;
b) Justo valor ou revalorização como custo considerado;
c) Benefícios dos empregados;
d) Diferenças de transposição cumulativas;
e) Instrumentos financeiros compostos;
f) Activos e passivos de subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos;
g) A designação de instrumentos financeiros previamente reconhecidos;
h) Locações; e
i) Mensuração pelo justo valor de activos financeiros ou passivos financeiros no
reconhecimento inicial.
Proibições
8. Este documento proíbe a aplicação retrospectiva das seguintes matérias de ou-
tras NRF.
a) Desreconhecimento de activos financeiros e passivos financeiros;
b) Contabilidade de cobertura;
c) Estimativas; e
d) Activos classificados como detidos para venda e unidades operacionais des-
continuadas.
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Decreto-Lei n.º 5/2008, de 4 de Fevereiro
Apresentação e divulgação
9. Este documento não contempla isenções relativamente aos requisitos de apresenta-
ção e divulgação constantes de outras NRF.
Informação comparativa
10. As primeiras demonstrações financeiras de acordo com o SNCRF de uma entidade
devem incluir um ano de informação comparativa segundo o SNCRF, salvo impossibili-
dade por a entidade não ter nem ser obrigada a ter demonstrações financeiras com essa
duração.
Explicação sobre a transição para o SNCRF
11. Uma entidade deve explicar de que forma a transição do normativo aplicado na
preparação das demonstrações financeiras anteriores para o SNCRF afectou a sua posição
financeira, o seu desempenho financeiro e os seus fluxos de caixa relatados.
Reconciliações
12. Para estarem em conformidade com o parágrafo 11, as primeiras demonstrações
financeiras de acordo com o SNCRF de uma entidade devem incluir:
a) Reconciliação do seu capital próprio relatado segundo o normativo anterior
com o seu capital próprio segundo o SNCRF, entre:
i. A data de transição para o SNCRF; e
ii. Final do último período apresentado nas mais recentes demonstrações
financeiras anuais da entidade, elaboradas segundo o normativo anterior.
b) A reconciliação do resultado relatado segundo o normativo anterior, relativo
ao último período das mais recentes demonstrações financeiras anuais da en-
tidade, com o resultado segundo o SNCRF relativo ao mesmo período; e
c) Caso se tenham reconhecido ou revertido quaisquer perdas por imparidade
pela primeira vez ao preparar o balanço de abertura de acordo com o SN-
CRF, a entidade deve apresentar as divulgações que a NRF 13— Imparidade
de Activos teria exigido se a entidade tivesse reconhecido essas perdas por
imparidade ou reversões no período que começa na data de transição para o
SNCRF;
d) As reconciliações exigidas nos parágrafos 12(a) e 12(b) proporcionam sufi-
cientes pormenores para permitir aos utentes compreenderem os ajustamentos
materiais ao balanço e à demonstração dos resultados. Caso uma entidade
apresente uma demonstração de fluxos de caixa segundo o normativo anterior,
deve também explicar os ajustamentos materiais na demonstração de fluxos
de caixa;
e) Caso uma entidade dê conta de erros cometidos segundo o normativo anterior,
as reconciliações exigidas nos parágrafos 12(a) e 12(b) devem distinguir entre
correcção desses erros e alterações às políticas contabilísticas
439
Decreto-Lei n.º 5/2008, de 4 de Fevereiro
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Decreto-Lei n.º 5/2008, de 4 de Fevereiro
e) Instrumentos financeiros; e
f) Benefícios dos empregados.
Desreconhecimento
3. Exemplos de activos ou passivos que, sendo como tal reconhecidos segundo o
normativo anterior, não o são de acordo com as NRF, podem ocorrer, por exemplo, nas
seguintes áreas:
a) Intangíveis gerados internamente;
b) Despesas de investigação; e
c) Contratos de construção.
Reclassificação
4. Activos e passivos que podem ter de ser reclassificados referir-se-ão, por exemplo, a:
a) Activos detidos para venda;
b) Unidades operacionais descontinuadas;
c) Investimentos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos;
d) Activos biológicos; e
e) Subsídios e apoios do Governo.
Mensuração
5. Poderão ter de ser mensurados segundo critérios diferentes itens relacionados, de-
signadamente, com:
a) Trespasse (goodwill);
b) Activos e passivos relacionados com locações financeiras;
c) Propriedades de investimento;
d) Imparidade de activos;
e) Activos biológicos;
f) Contratos de construção;
g) Provisões em geral;
h) Instrumentos financeiros; e
i) Benefícios dos empregados.
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves
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Decreto-Lei nº 43/2008, de 1 de Dezembro
Decreto-Lei nº 43/2008
de 1 de Dezembro
Com o presente diploma se pretende dotar o país de mais uma entidade chave
– a Comissão Nacional de Normalização Contabilística (CNNC) – indispensável no
contexto da implementação não só do novo Sistema de Normalização Contabilística e
de Relato Financeiro (SNCRF) para a Administração Financeira Privada bem assim no
da implementação do novo Sistema de Contabilidade Pública (SCP), que inclui o Plano
Nacional da Contabilidade Publica (PNCP) para a Administração Financeira Publica,
com o objectivo, nomeadamente, de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas
directivas internacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações
introduzidas têm em atenção tornar a informação contabilística do País mais internacional,
acompanhar a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico e
do mercado de capitais, a concentração de entidades, bem como a preocupação de melhorar
a qualidade das demonstrações financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor
de credibilidade ao funcionamento da economia real em Cabo Verde.
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Decreto-Lei nº 43/2008, de 1 de Dezembro
Assim:
Nos termos do Decreto-lei 5/2008 de 4 de Fevereiro que aprovou o Sistema de
Normalização Contabilística e de Relato Financeiro; e
No uso da faculdade conferida pela alínea a) do nº2 do artigo 203º da Constituição, o
Governo decreta o seguinte:
Artigo 1º
Natureza e objectivo
1. A Comissão Nacional de Normalização Contabilística, adiante designado por CNNC
é um organismo tecnicamente independente, no qual estão representadas, a nível nacional,
as entidades públicas e privadas interessadas no domínio da contabilidade, e que funciona
administrativa e financeiramente no âmbito do Ministério das Finanças.
2. A CNNC tem por objectivo principal assegurar a uniformização na aplicação do Sistema
de Normalização Contabilístico e de Relato Financeiro (SNCRF), emitir normas, estabelecer
procedimentos contabilísticos harmonizados com as normas internacionais da mesma natureza
tendo em vista a melhoria da qualidade da informação financeira, económica e patrimonial das
entidades.
Artigo 2º
Atribuições da CNNC
São atribuições da CNNC:
a) Promover estudos necessários à adopção dos princípios, conceitos e
procedimentos contabilísticos que devam considerar-se de interesse e aplicação
geral;
b) Apresentar propostas de alteração ao SNCRF;
c) Elaborar projectos que impliquem alterações, aditamentos e normas
interpretativas do SNCRF;
d) Emitir pareceres sobre diplomas legislativos da área contabilística das
Empresas Publicas e Privadas;
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Artigo 3º
Composição
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Decreto-Lei nº 43/2008, de 1 de Dezembro
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Decreto-Lei nº 43/2008, de 1 de Dezembro
Artigo 9º
Remunerações
1. O exercício de funções dos membros da CNNC é remunerado através de senhas
de presença, cujo valor é estabelecido anualmente por despacho do membro do Governo
responsável pela área das Finanças.
2. O exercício de tarefas nos grupos de trabalho é remunerado mediante o pagamento
de honorários propostos pela CNNC e aprovados pelo membro do Governo responsável
pela área das Finanças.
3. O pessoal que exerça funções no Secretariado mantém o estatuto remuneratório que
detinha nas entidades de onde tiver sido destacado ou requisitado, tendo ainda direito a uma
gratificação nos termos a fixar por despacho do membro do Governo responsável pela área das
Finanças, sob proposta do Presidente da CNNC.
Artigo 10º
Encargos com o Funcionamento
As despesas com o funcionamento da CNNC são suportadas pelo Orçamento do
Estado.
Artigo 11º
Revogação
É revogado o Decreto-Lei nº 1/2000, de 7 de Fevereiro.
Artigo 12º
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros
José Maria Pereira Neves - Cristina Isabel Lopes da Silva Monteiro Duarte
Promulgado em 25 de Novembro de 2008
O Presidente da República, PEDRO VERONA RODRIGUES PIRES
Referendado em 26 de Novembro de 2008
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves
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Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro
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outros entes donde resultem contas a receber ou a pagar. Incluem-se, ainda, nesta classe,
os diferimentos dos gastos e dos rendimentos a reconhecer no(s) período(s) seguinte(s) e
os subsídios para investimentos a ser reconhecido nos períodos seguintes em função do
critério definido e as provisões.
As contas de clientes e de fornecedores estão subdivididas em moeda nacional e moeda
estrangeira para registar respectivamente as facturas (ou documento equivalente) que
estejam expressas em moeda nacional ou em moeda estrangeira. Considera-se em moeda
nacional os documentos que estando em moeda estrangeira tenham o cambio fixado isto é
cujo valor (a pagar ou a receber) não esteja pendente de variações cambiais.
21 - Clientes
Regista os movimentos com os compradores de mercadorias, de produtos e de
serviços,
216 - Clientes por acréscimos de rendimentos
Esta conta regista a contrapartida dos rendimentos referente ao fornecimento de
mercadorias, de produtos e de serviços, que devam ser reconhecidos no próprio período,
ainda que não tenham documentação vinculativa, cuja receita só venha a ocorrer em período
ou períodos posteriores.
Para os acréscimos de rendimentos derivados de outras situações deverá ser utilizada
a conta 262 — Devedores e credores por acréscimos (subconta 2621 – Devedores por
acréscimos de rendimentos).
218 - Adiantamentos de clientes
Esta conta regista as entregas feitas à entidade relativas a fornecimentos, sem preço
fixado, a efectuar a clientes. Esta conta encontra-se dividida em adiantamentos em moeda
nacional e em adiantamentos em moeda estrangeira. Pela emissão da factura, estas verbas
serão transferidas para as respectivas subcontas da rubrica 211 – Clientes c/c. (Facturação em
moeda nacional ou facturação em moeda estrangeira e dentro destas por tipo de cliente)
219, 229, 259, 269 e 279 - Perdas por imparidade acumuladas
Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que
resultem da aplicação dos critérios de mensuração dos correspondentes activos incluídos na
classe 2, podendo ser subdivididas a fim de facilitar o controlo e possibilitar a apresentação
em balanço das quantias líquidas. As perdas por imparidade anuais serão registadas nas
contas 651 — Perdas por imparidade — Em dívidas a receber, e as suas reversões (quando
deixarem de existir as situações que originaram as perdas) são registadas nas contas 7621
— Reversões de perdas por imparidade — Em dívidas a receber. Quando se verificar o
desreconhecimento dos activos a que respeitem as imparidades, as contas em epígrafe
serão debitadas por contrapartida das correspondentes contas da classe 2.
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22 - Fornecedores
Regista os movimentos com os fornecedores de bens e de serviços, com excepção dos
destinados aos investimentos da entidade.
225 - Fornecedores - Facturas em recepção e conferência
Respeita às compras cujas facturas (ou documento equivalente), recebidas ou não,
estão por lançar na subconta da rubrica 221 — Fornecedores c/c. (Fornecedores em moeda
nacional ou em moeda estrangeira e dentro destas por tipo de fornecedor) por não terem
chegado à entidade até essa data ou não terem sido ainda conferidas. Será debitada por
crédito da conta respectiva, aquando da contabilização definitiva da factura.
226 - Fornecedores por acréscimos de gastos
Esta conta regista a contrapartida dos gastos referente ao fornecimento de bens e de
serviços, com excepção dos destinados aos investimentos da entidade em que deverá ser
utilizada a conta 262 — Devedores e credores por acréscimos (subconta 2622 – Credores
por acréscimos de gastos), que devam ser reconhecidos no próprio período, ainda que não
tenham documentação vinculativa, cuja despesa só venha a ocorrer em período ou períodos
posteriores.
228 - Adiantamentos a fornecedores
Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos, sem preço fixado, a
efectuar por terceiros. Pela recepção da factura (ou documento equivalente), estas verbas
serão transferidas para as respectivas subcontas da conta 221.
229 - Perdas por imparidade acumuladas
(ver comentário à conta 219)
23 - Financiamentos obtidos
As contas (constantes no quadro de contas) podem ter subcontas de forma a se
evidenciar os financiamentos obtidos a serem reembolsados no curto ou no médio e longo
prazo de forma a facilitar a informação a incluir nas demonstrações financeiras.
24 - Estado e outros entes públicos
Nesta conta registam-se as relações com o Estado, Autarquias Locais e outros entes
públicos que tenham características de impostos, tributos e contribuições.
241 - Imposto sobre o rendimento
Esta conta é debitada pelas retenções na fonte (subconta 2412-Retenção na fonte
(Terceiros)) a que alguns dos rendimentos da entidade estiverem sujeitos e pelos pagamentos
por conta efectuados (subconta 2411-Pagamentos por conta). A subconta (2413-Imposto
estimado) é creditada por débito de 5932 -Imposto sobre o rendimento do período, com
base na matéria colectável estimada. Os saldos das subcontas 2411, 2412 e 2413 são
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Esta classe inclui também, os activos biológicos (animais e plantas vivos), no âmbito
da actividade agrícola, quer consumíveis no decurso do ciclo normal da actividade, quer
de produção.
31 - Activos biológicos
Esta conta tem características únicas devido a especificidade dos activos nela incluídos
incluindo tanto os activos biológicos (animais e plantas vivos) consumíveis, que são os que
estejam para ser colhidos como produto agrícola ou vendidos como activos biológicos,
como os activos biológicos de produção que são os restantes activos biológicos no âmbito
da actividade agrícola. As subcontas existentes no quadro de contas deverão ser desdobradas
para adaptação a cada caso podendo por exemplo ter subcontas que classifiquem os activos
biológicos em: activos biológicos maduros (ou adultos); e activos biológicos imaturos
(ou juvenis). Os activos biológicos maduros (ou adultos) são os que tenham atingido as
especificações de colhíveis (relativamente aos activos biológicos consumíveis) ou sejam
susceptíveis de sustentar colheitas regulares (relativamente aos activos biológicos de
produção). Ver a este propósito a NRF 12 – Agricultura.
As variações de justo valor são reconhecidas nas contas 664 e 774.
Os produtos agrícolas colhidos são incluídos nas apropriadas contas de inventários.
321 e 361 Compra
Registo os valores envolvidos na compra incluindo descontos e abatimentos em compra e
devoluções de compras.
3221 e 3621 - Inventário – Em armazém
Estas contas incluem reclassificação e regularização de inventário
3224 e 3624 — Adiantamentos por conta de compras
Regista as entregas feitas pela entidade relativas a compras cujo preço esteja
previamente fixado. Pela recepção da factura, estas verbas devem ser transferidas para a
conta 221 – Fornecedores c/c.
37 – Outros produtos de consumo
Esta conta inclui os inventários de produtos de consumo diverso para outras actividades da
empresa que não a produção, como sejam entre outros os inventários de combustíveis, material
de reposição, material de escritório.
CLASSE 4
Investimentos
Esta classe inclui os bens detidos com continuidade ou permanência e que não se
destinem a ser vendidos ou transformados no decurso normal das operações da entidade,
quer sejam de sua propriedade, quer estejam em regime de locação financeira.
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Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro
No caso de ser utilizado o modelo de revalorização nos activos fixos tangíveis e activos
intangíveis, poderão ser utilizadas subcontas que evidenciem o custo de aquisição/produção
e as revalorizações (positivas ou negativas).
Se a revalorização originar uma diminuição do valor do activo essa diminuição deve
ser reconhecida em conta apropriada de gastos (subcontas da conta 65) na parte em que
seja superior ao excedente de revalorização que porventura exista. Se originar um aumento
do valor do activo esse aumento é creditado directamente na conta apropriada do capital
próprio (56 - Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis). Contudo
esse aumento será reconhecido em resultados (subcontas da conta 762) até ao ponto que
compense um decréscimo de revalorização anteriormente registado em gastos.
419, 429, 439, 449, 459 e 469 - Perdas por imparidade acumuladas
Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que
resultem da aplicação dos critérios de mensuração dos correspondentes activos incluídos na
classe 4, podendo ser subdivididas a fim de facilitar o controlo e possibilitar a apresentação
em balanço das quantias líquidas. As perdas por imparidade anuais serão registadas nas
subcontas da conta 65, e as suas reversões (quando deixarem de existir as situações que
originaram as perdas) são registadas nas subcontas da conta 762. Quando se verificar o
desreconhecimento dos activos a que respeitem as imparidades, as contas em epígrafe serão
debitadas por contrapartida das correspondentes contas da classe 4. Estas contas poderão
ser subdivididas em função das contas respectivas.
436 - Equipamentos biológicos
Serão registados nesta conta os animais e plantas vivos que reúnam os requisitos
de reconhecimento como investimento e não se enquadrem na actividade agrícola (ver
comentário a conta 31).
4531 - Projectos de desenvolvimento
Serão registados nesta conta os dispêndios com projectos que, nos termos da NRF 6 —
Activos intangíveis, reúnam as condições para se qualificarem como activos intangíveis.
454 - Adiantamentos por conta de investimentos
Regista as entregas feitas pela entidade por conta de investimentos cujo preço esteja
previamente fixado. Pela recepção da factura, estas verbas devem ser transferidas para a
conta 261 — Fornecedores de investimentos.
46 – Activos não correntes detidos para venda
Esta conta destina-se a registar os activos a que se refere a NRF 8 — Activos não
correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas. Os passivos
associados a activos não correntes detidos para venda mantêm a sua mensuração e apenas
deverão ser identificados para efeitos de divulgação.
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Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro
Classe 5
Capital próprio
51 - Capital
Esta conta evidencia o capital subscrito. Aquando a elaboração do balanço, o saldo
desta conta em conjunto com o saldo da conta 251- Accionistas c/subscrição ou 252 –
Quotas não liberadas constituem o valor a inscrever na rubrica “Capital realizado”.
52 - Acções (quotas) próprias
A conta 521 - Valor nominal é debitada pelo valor nominal das acções ou quotas próprias
adquiridas. Ainda na fase de aquisição, a conta 522 - Descontos e prémios é movimentada
pela diferença entre o custo de aquisição e o valor nominal.
Quando se proceder à venda das acções ou quotas próprias, para além de se efectuar o
respectivo crédito na conta 521, movimentar-se-á a conta 522 pela diferença entre o preço
de venda e o valor nominal.
Simultaneamente, a conta 522 deverá ser regularizada por contrapartida da conta 579
— Outras variações no capital próprio - Outras, de forma a manter os descontos e prémios
correspondentes às acções (quotas) próprias em carteira.
53 - Prestações suplementares e outros instrumentos de capital próprio
Esta conta será utilizada para reconhecer as prestações suplementares ou quaisquer
outros instrumentos financeiros (ou as suas componentes) que não se enquadrem na
definição de passivo financeiro.
55 - Ajustamentos em activos financeiros
Evidencia os ajustamentos decorrentes, designadamente, da utilização do método
da equivalência patrimonial em subsidiárias, associadas e entidades conjuntamente
controladas.
5511 – Ajustamentos em activos financeiros – Relacionados com o método da
equivalência patrimonial – Ajustamentos de transição
Quando da transição para a aplicação do método da equivalência patrimonial, esta
conta regista a diferença entre as quantias atribuídas às partes de capital, correspondentes
à fracção dos capitais próprios que representavam no início do período, e as quantias por
que se encontravam expressas.
5512 - Ajustamentos em activos financeiros – Relacionados com o método da
equivalência patrimonial – Lucros não atribuídos
Esta conta será creditada pela diferença entre os lucros imputáveis às participações
e os lucros que lhes forem atribuídos (dividendos), movimentando-se em contrapartida a
conta 591 – Resultados transitados.
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Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro
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Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro
Algumas das contas incluídas na 62 poderão ser ainda divididas em função do tipo
de fornecimento (por exemplo 62191 - Limpeza, higiene e conforto – materiais e 62192 -
Limpeza, higiene e conforto – serviços)
6225 - Seguros
Inclui o gasto com seguros da responsabilidade da empresa, com exclusão dos seguros
sociais que se contabilizam na conta 636 Seguros de acidentes no trabalho e doenças
profissionais e de outros que tenham relação directa com a aquisição de Activos biológicos,
mercadorias e Matérias-primas, subsidiárias e de consumo.
6331 - Prémios para pensões
Respeita aos prémios da natureza em epígrafe destinados a entidades externas, a fim
de que estas venham a suportar oportunamente os encargos com o pagamento de pensões
ao pessoal.
67 - Provisões do período
Esta conta regista os gastos no período decorrentes das responsabilidades cuja natureza
esteja claramente definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa,
mas incertas quanto ao seu valor ou data de ocorrência.
683 - Dívidas incobráveis
Apenas regista, por contrapartida da correspondente conta da classe 2, as dívidas cuja
incobrabilidade se verifique no período e que não tivessem sido consideradas anteriormente
em situação de imparidade.
684 - Perdas em inventários
Apenas regista, por contrapartida da correspondente conta da classe 3, as perdas que se
verificarem no período.
6852 - Gastos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos —
Aplicação do método da equivalência patrimonial
Esta conta regista os gastos e perdas relativos às participações de capital, derivados da
aplicação do método da equivalência patrimonial, sendo considerados para o efeito apenas
os resultados dessas entidades.
686 - Gastos nos restantes investimentos financeiros
Respeita aos gastos relacionados com os investimentos financeiros contabilizados nas
contas 414 e 415.
6886 - Perdas em instrumentos financeiros
Regista as perdas relacionadas com a conta 15 – Instrumentos financeiros
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Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro
CLASSE 7
Rendimentos
Esta classe inclui os rendimentos (os réditos e os ganhos) respeitantes ao período.
71 -Vendas
As vendas, representadas pela facturação (emissão de factura ou documento
equivalente), devem ser deduzidas do IVA e de outros impostos e incidências nos casos em
que nela estejam incluídos.
72 - Prestações de serviços
Esta conta respeita aos serviços prestados que sejam próprios dos objectivos ou
finalidades principais da entidade. Poderá integrar os materiais aplicados, no caso de
estes não serem facturados separadamente. A contabilização a efectuar deve basear-se em
facturação emitida (emissão de factura ou documento equivalente) ou em documentação
externa (caso das comissões obtidas), não deixando de registar os réditos relativamente aos
quais não se tenham ainda recebido os correspondentes comprovantes externos.
73 -Trabalhos para a própria entidade
Esta conta regista os trabalhos que a empresa executa para si mesma, aplicando meios
próprios ou adquiridos para o efeito, que possam ser considerados Activos
74 - Subsídios à exploração
Esta conta inclui os subsídios relacionados com o rendimento, conforme estabelecido na
NRF 15 - Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do Governo.
7852 - Rendimentos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos —
Aplicação do método da equivalência patrimonial
Esta conta regista os rendimentos relativos às participações de capital derivados da
aplicação do método da equivalência patrimonial, sendo considerados para o efeito apenas
os resultados dessas entidades.
7884 - Ganhos em instrumentos financeiros
Regista os ganhos relacionados com a conta 15 – Instrumentos financeiros.
A Ministra, Cristina Duarte.
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Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro
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Constrangimentosàinformaçãorelevanteefiável(39a42)
39. O preparador das demonstrações financeiras deve estar consciente de que existem
constrangimentos à informação relevante e fiável pelo que na sua elaboração deve atender
que a demora indevida no relato da informação pode fazer perder a sua relevância, bem como
deve atender ao balanceamento entre benefícios e custo e entre características qualitativas
Tempestividade (40)
40. Se houver demora indevida no relato da informação ela pode perder a sua relevância.
O órgão de gestão pode necessitar de balancear os méritos relativos do relato tempestivo com
o fornecimento de informação fiável. Para proporcionar informação numa base tempestiva
pode muitas vezes ser necessário relatar antes de serem conhecidos todos os aspectos de uma
transacção ou outro acontecimento, diminuindo por conseguinte a fiabilidade. Ao contrário,
se o relato for demorado até que todos os aspectos sejam conhecidos, a informação pode ser
altamente fiável mas de pouca utilidade para os utentes que tenham tido entretanto de tomar
decisões. Para conseguir a ponderação entre relevância e fiabilidade, a consideração domi-
nante é a de como melhor satisfazer as necessidades dos utentes nas tomadas de decisões.
Balanceamento entre benefício e custo (41)
41. A ponderação entre benefício e custo é mais um constrangimento influente do que
uma característica qualitativa. Os benefícios derivados da informação devem exceder o cus-
to de a proporcionar. A avaliação dos benefícios e custos é, contudo, substancialmente um
processo de ajuizamento. Para além disso, os custos não recaem necessariamente sobre os
utentes que fruem os benefícios. Os benefícios podem também ser usufruídos pelos utentes
que não sejam aqueles para quem a informação é preparada; por exemplo, o fornecimento
de informação adicional a mutuantes pode reduzir os custos dos empréstimos obtidos por
uma entidade. Por estas razões é difícil aplicar um teste custo - benefício a qualquer caso
particular. Não obstante, os normalizadores em particular, assim como os preparadores e
utentes das demonstrações financeiras, devem estar conscientes deste constrangimento.
Balanceamento entre características qualitativas (42)
42. Na prática é muitas vezes necessário um balanceamento, ou um compromisso,
entre características qualitativas. Geralmente a aspiração é conseguir um balanceamento
apropriado entre as características a fim de ir ao encontro dos objectivos das demonstrações
financeiras. A importância relativa das características em casos diferentes é uma questão de
juízo de valor profissional.
Imagem verdadeira e apropriada/apresentação apropriada (43)
43. As demonstrações financeiras são frequentemente descritas como mostrando uma
imagem verdadeira e apropriada de, ou como apresentando apropriadamente, a posição fi-
nanceira, o desempenho e as alterações na posição financeira de uma entidade. Se bem que
esta Estrutura Conceptual não trate directamente tais conceitos, a aplicação das principais
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50. Uma entidade emprega geralmente os seus activos para produzir bens ou serviços
capazes de satisfazer os desejos ou as necessidades de clientes; pelo facto de estes bens e
serviços poderem satisfazer esses desejos ou necessidades, os clientes estão preparados para
pagá-los, contribuindo assim para o fluxo de caixa da entidade. O próprio dinheiro presta
um serviço à entidade por causa da sua predominância sobre os outros recursos.
51. Os benefícios económicos futuros incorporados num activo podem fluir para a
entidade de diferentes maneiras. Por exemplo, um activo pode ser:
(a) Usado isoladamente ou em combinação com outros activos na produção de
bens ou serviços para serem vendidos pela entidade;
(b) Trocado por outros activos;
(c) Usado para liquidar um passivo; ou
(d) Distribuído aos proprietários da entidade.
52. Muitos activos, por exemplo, activos fixos tangíveis, têm uma forma física. Porém,
a forma física não é essencial à existência de um activo; daqui que as patentes e os direitos
de autor, por exemplo, sejam activos se se espera que deles fluam benefícios económicos
futuros para a entidade e se eles forem controlados pela entidade.
53. Muitos activos, por exemplo, as dívidas a receber e propriedades, estão associados a
direitos legais, incluindo o direito de propriedade. Ao determinar a existência de um activo, o
direito de propriedade não é essencial; por conseguinte, por exemplo, a propriedade detida
sob locação é um activo se a entidade controlar os benefícios que espera que fluam da pro-
priedade. Se bem que a capacidade de uma entidade de controlar benefícios seja geralmente
a consequência de direitos legais, um item pode no entanto satisfazer a definição de activo
mesmo quando não haja controlo legal. Por exemplo, o “know-how’ obtido das actividades
de desenvolvimento pode satisfazer a definição de activo quando, ao conservar secreto esse
‘know-how’, uma entidade controle os benefícios que espera que dele fluam.
54. Os activos de uma entidade resultam de transacções passadas ou de outros aconte-
cimentos passados. As entidades normalmente obtêm activos pela sua compra ou produção,
mas outras transacções ou acontecimentos podem gerar activos; incluem-se como exemplos
a propriedade recebida do Governo por uma entidade como parte de um programa para
encorajar o crescimento económico numa área e a descoberta de depósitos minerais. As
transacções ou acontecimentos que se espera que venham a ocorrer no futuro não dão por
si próprio origem a activos; daqui que, por exemplo, uma intenção de comprar inventários
não satisfaz à definição de activos.
55. Há uma íntima associação entre dispêndios em que se incorrem e activos que se
geram mas ambos não coincidem necessariamente. Daqui que, quando uma entidade incorre
em dispêndios, isto possa proporcionar prova de que benefícios económicos futuros foram
procurados mas não é prova concludente de que um item que satisfaça a definição de acti-
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66. As actividades comerciais, industriais e de negócios, são muitas vezes levadas a efeito
por meio de entidades tais como entidades em nome individual, parcerias, empreendimentos
conjuntos e variados tipos de entidades estatais de negócios. A estrutura legal e reguladora
para tais entidades são muitas vezes diferentes da aplicável às sociedades. Por exemplo,
podem existir algumas restrições na distribuição aos proprietários ou a outros beneficiários
de quantias incluídas no capital próprio. Contudo, a definição de capital próprio e os outros
aspectos desta Estrutura Conceptual que tratam do capital próprio são apropriados para tais
entidades.
Desempenho (67 a 78)
67. O resultado da entidade é frequentemente usado como uma medida de desempenho
e no caso do resultado positivo (lucro) como a base para outras mensurações, tais como o
retorno do investimento ou os resultados por acção. Os elementos directamente relacionados
com a mensuração do resultado são rendimentos e gastos. O reconhecimento e mensuração
dos rendimentos e gastos, e consequentemente do resultado, dependem em parte dos con-
ceitos de capital e de manutenção do capital usados pela entidade na preparação das suas
demonstrações financeiras. Estes conceitos são tratados nos parágrafos 100 a 108.
68. As definições de rendimentos e de gastos identificam as suas características essenciais
mas não tentam especificar os critérios que necessitarão de ser satisfeitos antes de serem
reconhecidos na demonstração dos resultados. Os critérios para o reconhecimento de ren-
dimentos e de gastos são tratados nos parágrafos 80 a 96.
69. Os rendimentos e os gastos são apresentados na demonstração dos resultados de
formas diversificadas, a fim de proporcionar informação que seja relevante para a tomada
de decisões económicas. Esta diversificação é feita na base de que a origem de um item é
relevante na avaliação da capacidade da entidade gerar caixa ou equivalentes de caixa no
futuro.
Rendimentos (70 a 74)
70. Rendimentos são aumentos nos benefícios económicos durante o período contabi-
lístico na forma de influxos ou aumentos de activos ou diminuições de passivos que resultem
em aumentos no capital próprio, que não sejam os relacionados com as contribuições dos
participantes no capital próprio;
71. A definição de rendimentos engloba quer réditos quer ganhos. Os réditos provêm
do decurso das actividades correntes (ou ordinárias) de uma entidade sendo referidos por
uma variedade de nomes diferentes incluindo vendas, honorários, juros, dividendos, royal-
ties e rendas.
72. Os ganhos representam outros itens que satisfaçam a definição de rendimentos e
podem, ou não, provir do decurso das actividades correntes (ou ordinárias) de uma entidade.
Os ganhos representam aumentos em benefícios económicos e como tal não são de natureza
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diferente do rédito. Daqui que não são vistos como constituindo um elemento separado nesta
Estrutura Conceptual.
73. Os ganhos, incluem, por exemplo, os que provêm da alienação de activos não
correntes. A definição de rendimentos também inclui ganhos não realizados; por exemplo,
os que provenham da revalorização de títulos negociáveis e os que resultem de aumentos
na quantia escriturada de activos a longo prazo. Quando os ganhos sejam reconhecidos na
demonstração dos resultados, eles são geralmente apresentados em separado porque o seu
conhecimento é útil para o propósito de tomar decisões económicas. Os ganhos são muitas
vezes relatados líquidos de gastos relacionados.
74. Várias espécies de activos podem ser recebidos ou aumentados através dos ren-
dimentos; exemplos incluem o dinheiro, dívidas a receber e bens e serviços recebidos por
troca de bens e serviços fornecidos. Os rendimentos podem também resultar da liquidação
de passivos. Por exemplo, uma entidade pode fornecer bens e serviços a um mutuante em
liquidação de uma obrigação para reembolsar um empréstimo por liquidar.
Gastos (75 a 78)
75. Gastos são diminuições nos benefícios económicos durante o período contabilístico
na forma de exfluxos ou deperecimentos de activos ou na incorrência de passivos que re-
sultem em diminuições do capital próprio, que não sejam as relacionadas com distribuições
aos participantes no capital próprio.
76. A definição de gastos, em sentido lato, engloba aqueles gastos que resultem do de-
curso das actividades correntes da entidade assim como perdas. Os gastos que resultem do
decurso das actividades correntes da entidade incluem, por exemplo, o gasto das vendas, as
remunerações e as depreciações. Tomam geralmente a forma de um exfluxo ou deperecimento
de activos tais como caixa e seus equivalentes, inventários e activos fixos tangíveis.
77. As perdas representam outros itens que satisfaçam a definição de gastos e podem,
ou não, surgir no decurso das actividades correntes da entidade. As perdas representam
diminuições em benefícios económicos e como tal não são na sua natureza diferentes de
outros gastos. Daqui que não sejam vistas como um elemento separado nesta Estrutura
Conceptual.
78. As perdas incluem, por exemplo, as que resultam de desastres como os incêndios e
as inundações bem como as que provêm da alienação de activos não correntes. A definição de
gastos também inclui perdas não realizadas como, por exemplo, as provenientes dos efeitos
do aumento da taxa de câmbio de uma moeda estrangeira respeitante a empréstimos obti-
dos de uma entidade nessa moeda. Quando as perdas forem reconhecidas na demonstração
dos resultados, elas são geralmente mostradas separadamente porque o conhecimento das
mesmas é útil para finalidades de tomar decisões económicas. As perdas são muitas vezes
relatadas líquidas de rendimentos relacionados.
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34 desta Estrutura Conceptual. Em muitos casos, o gasto ou o valor precisam de ser estima-
dos; o uso de estimativas razoáveis é uma parte essencial da preparação das demonstrações
financeiras e não destrói a sua fiabilidade. Quando, porém, uma estimativa razoável não
possa ser feita o item não é reconhecido no balanço ou na demonstração dos resultados.
Por exemplo, os proventos esperados de uma acção judicial podem estar de acordo com
as definições quer de activo quer de rendimento assim como do critério de probabilidade
para reconhecimento; porém, se não for possível que a reivindicação seja mensurada com
fiabilidade, ela não deve ser reconhecida como activo ou como rendimento; a existência da
reivindicação, porém, será divulgada no Anexo.
85. Um item que, num dado momento, falhe em satisfazer os critérios de reconheci-
mento do parágrafo 81 pode qualificar-se para reconhecimento numa data posterior como
resultado de circunstâncias ou acontecimentos subsequentes.
86. Um item que possua as características essenciais de um elemento mas falhe em
satisfazer os critérios de reconhecimento pode no entanto exigir divulgação no anexo. Isto
é apropriado quando o conhecimento do item seja considerado relevante pelos utentes das
demonstrações financeiras para a avaliação da posição financeira, desempenho e das alte-
rações na posição financeira de uma entidade.
Reconhecimento de activos (87 e 88)
87. Um activo é reconhecido no balanço quando for provável que os benefícios eco-
nómicos futuros fluam para a entidade e o activo tenha um gasto ou um valor que possa ser
mensurado com fiabilidade.
88. Um activo não é reconhecido no balanço quando, relativamente ao dispêndio
incorrido, seja considerado improvável que benefícios económicos fluirão para a entidade
para além do período contabilístico corrente. Em vez disso, tal transacção resulta no reco-
nhecimento de um gasto na demonstração dos resultados. Este tratamento não implica que a
intenção do órgão de gestão, ao incorrer no dispêndio, fosse outra que não a de gerar benefí-
cios económicos futuros para a entidade, ou que a gestão dos negócios fosse mal orientada.
A única implicação é a de que o grau de certeza de que os benefícios económicos fluirão
para a entidade para além do período contabilístico corrente é insuficiente para justificar o
reconhecimento de um activo.
Reconhecimento de passivos (89)
89. Um passivo é reconhecido no balanço quando for provável que um exfluxo de re-
cursos incorporando benefícios económicos resulte da liquidação de uma obrigação presente
e que a quantia pela qual a liquidação tenha lugar possa ser mensurada com fiabilidade. Na
prática, as obrigações ao abrigo de contratos que estejam proporcional e igualmente não
executados (por exemplo passivos por inventários encomendados mas ainda não recebidos)
não são geralmente reconhecidos como passivos nas demonstrações financeiras. Porém, tais
obrigações podem satisfazer a definição de passivos e, desde que os critérios de reconheci-
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mento sejam satisfeitos nas circunstâncias particulares, podem qualificar-se para reconhe-
cimento. Em tais circunstâncias, o reconhecimento de passivos implica o reconhecimento dos
activos ou gastos relacionados.
Reconhecimento de rendimentos (90 e 91)
90. Um rendimento é reconhecido na demonstração dos resultados quando tenha surgido
um aumento de benefícios económicos futuros relacionados com um aumento num activo
ou com uma diminuição de um passivo e que possa ser quantificado com fiabilidade. Isto
significa, com efeito, que o reconhecimento dos rendimentos ocorre simultaneamente com
o reconhecimento de aumentos em activos ou com diminuições em passivos (por exemplo,
o aumento líquido em activos provenientes de uma venda de bens ou de serviços ou a dimi-
nuição em passivos provenientes do perdão de uma dívida a pagar).
91. Os procedimentos geralmente adoptados na prática para o reconhecimento de um
rendimento, por exemplo, o requisito de que o rédito deve ser gerado, são aplicações dos critérios
de reconhecimento nesta Estrutura Conceptual. Tais procedimentos dirigem-se geralmente
à restrição do reconhecimento como rendimentos àqueles itens que possam ser mensurados
com fiabilidade e que tenham um grau suficiente de certeza.
Reconhecimento de gastos (92 a 96)
92. Os gastos são reconhecidos na demonstração dos resultados quando tenha surgido
uma diminuição dos benefícios económicos futuros relacionados com uma diminuição num
activo ou com um aumento de um passivo e que possam ser mensurados com fiabilidade.
Isto significa, com efeito, que o reconhecimento de gastos ocorre simultaneamente com o
reconhecimento de um aumento de passivos ou de uma diminuição de activos (por exemplo,
o acréscimo de direitos dos empregados ou a depreciação de equipamento).
93. Os gastos são reconhecidos na demonstração dos resultados com base numa associa-
ção directa entre os gastos incorridos e a obtenção de rendimentos específicos. Este processo,
geralmente referido como o balanceamento de gastos com réditos, envolve o reconhecimento
simultâneo ou combinado de réditos e de gastos que resultem directa e conjuntamente das
mesmas transacções ou de outros acontecimentos; por exemplo, os vários componentes de
gastos constituindo o gasto dos produtos vendidos são reconhecidos ao mesmo tempo que
o rédito derivado da venda dos produtos. Porém, a aplicação do conceito de balanceamento
segundo esta Estrutura Conceptual não permite o reconhecimento de itens no balanço que
não satisfaçam a definição de activos ou passivos.
94. Quando se espere que surjam benefícios económicos durante vários períodos con-
tabilísticos e a associação com rendimentos só possa ser determinada de uma forma geral
ou indirectamente, os gastos são reconhecidos na demonstração dos resultados na base de
procedimentos de imputação sistemáticos e racionais. Isto é muitas vezes necessário ao se
reconhecerem os gastos associados com o consumo de activos tais como os activos fixos
tangíveis, o trespasse (goodwill), as patentes e as marcas; em tais casos, o gasto é referido
como depreciação ou amortização. Estes procedimentos de imputação destinam-se a reco-
nhecer gastos nos períodos contabilísticos em que os benefícios económicos associados com
estes itens se consumam ou se extingam.
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103. O conceito de manutenção do capital está ligado à forma como uma entidade
define o capital que procura manter. Proporciona a ligação entre os conceitos de capital e
os conceitos de resultados porque proporciona o ponto de referência pelo qual o resultado é
mensurado; é um pré requisito para distinguir entre o retorno sobre o capital da entidade e
o retorno do seu capital; só os influxos de activos em excesso das quantias necessárias para
manter o capital podem ser vistos como lucro e por conseguinte como um retorno sobre o
capital. Daqui que o lucro seja a quantia residual que permanece após os gastos (incluindo
os ajustamentos da manutenção do capital, quando apropriados) terem sido deduzidos dos
rendimentos. Se os gastos excederem os rendimentos a quantia residual é um prejuízo.
104. O conceito de manutenção do capital físico requer a adopção da base de mensura-
ção pelo custo corrente. O conceito de manutenção do capital financeiro, porém, não requer
o uso de uma base particular de mensuração. A selecção da base segundo este conceito está
dependente do tipo de capital financeiro que a entidade está a procurar manter.
105. A diferença principal entre os dois conceitos de manutenção do capital é o trata-
mento dos efeitos das alterações dos preços nos activos e passivos da entidade. Em termos
gerais, uma entidade tem mantido o seu capital se tiver tanto capital no fim do período como
tinha no começo do mesmo.
106. Pelo conceito de manutenção do capital financeiro quando o capital seja definido
em termos de unidades monetárias nominais, o lucro representa o aumento do capital mo-
netário nominal durante o período. Por conseguinte, os aumentos dos preços dos activos
detidos durante o período, convencionalmente referidos como ganhos de detenção, são,
conceptualmente, lucros. Podem, porém, não ser reconhecidos como tal até que os activos
sejam alienados numa transacção de troca. Quando o conceito de manutenção do capital
financeiro seja definido em termos de unidades de poder de compra constante, o lucro repre-
senta o aumento de poder de compra investido durante o período. Por conseguinte, apenas
aquela parte do aumento nos preços dos activos que exceda o aumento no nível geral de
preços é vista como lucro. O resto do aumento é tratado como ajustamento da manutenção
do capital e, daqui, como parte do capital próprio.
107. Pelo conceito de manutenção do capital físico quando o capital seja definido em
termos da capacidade produtiva física, o lucro representa o aumento nesse capital durante
o período. Todas as alterações de preços que afectem os activos e passivos da entidade são
vistas como alterações na mensuração da capacidade física produtiva da entidade; daqui
que sejam tratadas como ajustamentos da manutenção do capital, que fazem parte do capital
próprio, e não como lucro.
108. A selecção das bases de mensuração e do conceito de manutenção do capital deter-
mina o modelo contabilístico usado na preparação das demonstrações financeiras. Modelos
contabilísticos diferentes exibem diferentes graus de relevância e de fiabilidade e, como
noutras áreas, tem de se procurar um balanceamento entre relevância e fiabilidade.
A Ministra, Cristina Duarte.
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das demonstrações financeiras e se for provável que a estrutura revista continue, de modo
a que a comparabilidade não seja prejudicada. Ao efectuar tais alterações na apresentação,
uma entidade reclassifica a sua informação comparativa de acordo com o referido em “
Informação Comparativa 22 a 27”
Materialidade e agregação (15 a 17)
15. Cada classe material de itens semelhantes deve ser apresentada separadamente
nas demonstrações financeiras. Os itens de natureza ou função dissemelhante devem ser
apresentados separadamente, a menos que sejam imateriais. Considera-se que as omissões
ou declarações incorrectas de itens são materiais se puderem, individual ou colectivamente,
influenciar as decisões dos utentes tomadas com base nas demonstrações financeiras.
A materialidade depende da dimensão e da natureza da omissão ou erro, ajuizados nas
circunstâncias que os rodeiam. A dimensão ou a natureza do item, ou uma combinação de
ambas, pode ser o factor determinante.
16. As demonstrações financeiras resultam do processamento de grandes números de
transacções ou outros acontecimentos que são agregados em classes de acordo com a sua
natureza ou função. A fase final do processo de agregação e classificação é a apresentação
de dados condensados e classificados que formam linhas de itens na face do balanço,
na demonstração dos resultados, na demonstração de alterações no capital próprio e na
demonstração de fluxos de caixa ou no anexo. Se uma linha de item não for individualmente
material, ela é agregada a outros itens seja na face dessas demonstrações seja nas notas do
Anexo. Um item que não seja suficientemente material para justificar a sua apresentação
separada na face dessas demonstrações pode porém ser suficientemente material para que
seja apresentado separadamente nas notas do Anexo.
17. Aplicar o conceito de materialidade significa que um requisito de apresentação
específico contido numa NRF não necessita de ser satisfeito se a informação não for
material.
Compensação (18 a 21)
18. Os activos e passivos, e os rendimentos e gastos, não devem ser compensados
excepto quando tal for exigido ou permitido por uma NRF.
19. É importante que os activos e passivos, e os rendimentos e gastos, sejam
separadamente relatados. A compensação quer na demonstração dos resultados quer no
balanço, excepto quando a mesma reflicta a substância da transacção ou outro acontecimento,
prejudica a capacidade dos utentes em compreender as transacções, outros acontecimentos
e condições que tenham ocorrido e de avaliar os futuros fluxos de caixa da entidade. A
mensuração de activos líquidos de deduções de valorização, por exemplo, deduções de
obsolescência nos inventários, não é compensação.
20. O rédito deve ser mensurado tomando em consideração a quantia de quaisquer
descontos comerciais e abatimentos de volume concedidos pela entidade. Uma entidade
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empreende, no decurso das suas actividades ordinárias, outras transacções que não geram
rédito mas que são inerentes às principais actividades que o geram. Os resultados de tais
transacções são apresentados, quando esta apresentação reflicta a substância da transacção
ou outro acontecimento, compensando qualquer rendimento com os gastos relacionados
resultantes da mesma transacção. Por exemplo:
(a) Os ganhos e perdas na alienação de activos não correntes, incluindo
investimentos e activos operacionais, são relatados, deduzindo ao produto da
alienação a quantia escriturada do activo e os gastos de venda relacionados; e
(b) Os dispêndios relacionados com uma provisão reconhecida de acordo com a
NRF respectiva e reembolsada segundo um acordo contratual com terceiros (por
exemplo, um acordo de garantia de um fornecedor) podem ser compensados
com o reembolso relacionado.
21. Adicionalmente, os ganhos e perdas provenientes de um grupo de transacções
semelhantes são relatados numa base líquida, por exemplo, ganhos e perdas de diferenças
cambiais ou ganhos e perdas provenientes de instrumentos financeiros detidos para
negociação. Estes ganhos e perdas são, contudo, relatados separadamente se forem
materiais.
Informação comparativa (22 a 27)
22. A menos que uma NRF o permita ou exija de outra forma, informação comparativa
deve ser divulgada com respeito ao período anterior para todas as quantias relatadas nas
demonstrações financeiras. A informação comparativa deve ser incluída para a informação
narrativa e descritiva quando for relevante para uma compreensão das demonstrações
financeiras do período corrente.
23. Em alguns casos, a informação narrativa proporcionada nas demonstrações
financeiras relativa(s) ao(s) período(s) anterior(es) continua a ser relevante no período
corrente. Por exemplo, os pormenores de uma disputa legal, cujo desfecho era incerto à data
do último balanço e esteja ainda para ser resolvida, são divulgados no período corrente. Os
utentes beneficiam da informação de que a incerteza existia à data do último balanço e da
informação acerca das medidas adoptadas durante o período para resolver a incerteza.
24. Quando a apresentação e classificação de itens nas demonstrações financeiras
for emendada, as quantias comparativas devem ser reclassificadas, a menos que seja
impraticável. Considera-se que a aplicação de um requisito é impraticável quando a entidade
não o possa aplicar depois de ter feito todos os esforços razoáveis para o conseguir.
25. Quando as quantias comparativas sejam reclassificadas, uma entidade deve
divulgar:
(a) A natureza da reclassificação;
(b) A quantia de cada item ou classe de itens que tenha sido reclassificada; e
(c) A razão para a reclassificação.
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26. Quando for impraticável reclassificar quantias comparativas, uma entidade deve
divulgar:
(a) A razão para não as reclassificar, e
(b) A natureza dos ajustamentos que teriam sido feitos se as quantias tivessem sido
reclassificadas.
27. Aperfeiçoar a comparabilidade de informação inter-períodos ajuda os utentes a
tomar decisões, sobretudo porque lhes permite avaliar as tendências na informação financeira
para finalidades de previsão. Em algumas circunstâncias, torna-se impraticável reclassificar
informação comparativa para um período em particular para conseguir comparabilidade
com o período corrente. Por exemplo, podem não ter sido coligidos dados no(s) período(s)
anterior(es) de modo a permitir a reclassificação e, por isso, pode não ser praticável recriar
a informação.
Estrutura e conteúdo das demonstrações financeiras (28 a 69)
Considerações gerais (28)
28. Esta Norma exige determinadas divulgações na face do balanço, na demonstração dos
resultados e na demonstração das alterações no capital próprio e no anexo
Identificação das demonstrações financeiras (29 e 30)
29. As NRF aplicam-se apenas às demonstrações financeiras enunciadas e estruturadas
nesta norma, pelo que se deve reservar a expressão “demonstrações financeiras” apenas a
estes documentos, e não a outra qualquer informação seja ela apresentada conjuntamente
com as demonstrações financeiras ou num outro documento.
30. Cada componente das demonstrações financeiras deve ser identificado claramente.
A informação seguinte deve ser mostrada de forma proeminente e repetida quando for
necessário para a devida compreensão da informação apresentada:
(a) O nome da entidade que relata ou outros meios de identificação, e qualquer
alteração nessa informação desde a data do balanço anterior;
(b) Se as demonstrações financeiras abrangem a entidade individual ou um grupo
de entidades;
(c) A data do balanço ou o período abrangido pelas demonstrações financeiras,
conforme o que for apropriado para esse componente das demonstrações
financeiras;
(d) A moeda de apresentação; e
(e) O nível de arredondamento usado na apresentação de quantias nas demonstrações
financeiras.
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41. Outros passivos correntes não são liquidados como parte do ciclo operacional
normal, mas está prevista a sua liquidação para um período até doze meses após a data do
balanço ou estão essencialmente detidos para a finalidade de serem negociados. Exemplos
disto são os passivos financeiros classificados, como detidos para negociação, descobertos
em bancos e a parte corrente de passivos financeiros não correntes, dividendos a pagar, im-
postos sobre o rendimento e outras dívidas a pagar não comerciais. Os passivos financeiros
que proporcionem financiamento numa base a longo prazo e cuja liquidação não esteja pre-
vista para um período até doze meses após a data do balanço são passivos não correntes.
42. Uma entidade classifica os seus passivos financeiros como correntes quando a sua
liquidação estiver prevista para um período até doze meses após a data do balanço, mesmo
que:
(a) O prazo original tenha sido por um período superior a doze meses; e
(b) Um acordo de refinanciamento, ou de reescalonamento de pagamentos, numa
base de longo prazo seja completado após a data do balanço e antes das de-
monstrações financeiras serem autorizadas para emissão.
43. Se uma entidade esperar, e tiver a possibilidade de, refinanciar ou substituir (“roll
over”) uma obrigação durante pelo menos doze meses após a data do balanço, ela classi-
fica a obrigação como não corrente, mesmo que fosse devida dentro de um período mais
curto. Contudo, quando o refinanciamento ou a substituição (‘roll over”) da obrigação não
depender do critério da entidade (por exemplo, se não houver um acordo de refinanciamen-
to), o potencial de refinanciamento não é considerado e a obrigação é classificada como
corrente.
44. Quando uma entidade não cumprir um compromisso segundo um acordo de em-
préstimo de longo prazo até à data do balanço, inclusive com o efeito de o passivo se tornar
pagável à ordem, o passivo é classificado como corrente, mesmo que o mutuante tenha
concordado, após a data do balanço e antes da autorização das demonstrações financeiras
para emissão, em não exigir pagamento como consequência do incumprimento. O passivo
é classificado como corrente porque, à data do balanço, a entidade não tem um direito in-
condicional de diferir a sua liquidação durante pelo menos doze meses após essa data.
45. Contudo, o passivo é classificado como não corrente se o mutuante tiver concorda-
do, até à data do balanço, em proporcionar um período de graça a terminar pelo menos doze
meses após a data do balanço, dentro do qual a entidade pode rectificar o incumprimento e
durante o qual o mutuante não pode exigir o reembolso imediato.
46. Com respeito a empréstimos classificados como passivos correntes, se os aconte-
cimentos que se seguem ocorrerem entre a data do balanço e a data em que as demonstra-
ções financeiras forem autorizadas para emissão, esses acontecimentos qualificam-se para
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divulgação como acontecimentos que não dão lugar a ajustamentos de acordo com a NRF
5 - Acontecimentos após a data do balanço:
(a) Refinanciamento numa base de longo prazo;
(b) Rectificação de um incumprimento de um acordo de empréstimo de longo
prazo; e
(c) A recepção, da parte do mutuante, de um período de graça para rectificar um
incumprimento de um acordo de empréstimo de longo prazo que termine pelo
menos doze meses após a data do balanço.
Informação a ser apresentada na face do balanço (47 a 50)
47. A informação mínima a apresentar na face do balanço consta do respectivo modelo
anexo a esta norma.
48. Linhas de itens adicionais, títulos e sub totais podem ser apresentados na face do
balanço quando tal apresentação for relevante para uma melhor compreensão da posição
financeira da entidade.
49. Uma entidade deve divulgar, ou na face do balanço ou no anexo, outras subclas-
sificações das linhas de itens apresentadas, classificadas de uma forma apropriada para as
operações da entidade.
50. O pormenor proporcionado nas subclassificações depende dos requisitos das NRF
e da dimensão, natureza e função das quantias envolvidas.
Informação a ser apresentada no anexo (51 e 52)
51. Uma entidade deve divulgar o seguinte no anexo:
(a) Para cada classe de capital por acções:
i. A quantidade de acções emitidas e inteiramente pagas, e emitidas mas não
inteiramente pagas;
ii. Os direitos, preferências e restrições associados a essa classe incluindo
restrições na distribuição de dividendos e no reembolso de capital;
iii. Quantidade de acções da entidade detidas pela própria entidade ou por
subsidiárias ou associadas; e
(b) Uma descrição da natureza e da finalidade de cada reserva dentro do capital
próprio.
52. Uma entidade sem capital por acções, deve divulgar informação equivalente à
exigida no parágrafo 25.
Demonstração dos resultados (53 a 60)
Resultados do período (53)
494
Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro
495
Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro
cepção das alterações resultantes de transacções com detentores de capital próprio agindo
na sua capacidade de detentores de capital próprio (tais como contribuições de capital,
reaquisições de instrumentos de capital próprio da entidade e dividendos) e dos gastos de
transacção directamente relacionados com tais transacções, a alteração global no capital
próprio durante um período representa a quantia total de rendimentos e gastos, incluindo
ganhos e perdas, gerada pelas actividades da entidade durante esse período (quer esses
itens de rendimentos e de gastos sejam reconhecidos nos resultados ou directamente como
alterações no capital próprio).
63. A NRF 3 — Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e
erros exige ajustamentos retrospectivos para efectuar alterações nas políticas contabilís-
ticas, até ao ponto que seja praticável, excepto quando as disposições transitárias noutra
Norma o exijam de outra forma. A NRF 3 também exige que as reexpressões para corrigir
erros sejam feitas retrospectivamente, até ao ponto em que seja praticável. Os ajustamentos
retrospectivos e as reexpressões retrospectivas são feitos no saldo dos resultados retidos,
excepto quando uma Norma exija ajustamentos retrospectivos de outro componente do
capital próprio. A divulgação na demonstração das alterações no capital próprio do ajus-
tamento total para cada componente do capital próprio resultante, é feita separadamente
das alterações nas políticas contabilísticas e de correcções de erros. Estes ajustamentos são
divulgados para cada período anterior e no início do período.
Anexo (64 a 69)
Estrutura (64 a 66)
64.O anexo deve:
(a) Apresentar informação acerca das bases de preparação das demonstrações fi-
nanceiras e das políticas contabilísticas usadas;
(b) Divulgar a informação exigida pelas NRF que não seja apresentada na face do
balanço, na demonstração dos resultados, na demonstração das alterações no
capital próprio ou na demonstração dos fluxos de caixa; e
(c) Proporcionar informação adicional que não seja apresentada na face do balan-
ço, na demonstração dos resultados, na demonstração das alterações no capital
próprio ou na demonstração dos fluxos de caixa, mas que seja relevante para
uma melhor compreensão de qualquer uma delas.
65. As notas do anexo devem ser apresentadas de uma forma sistemática. Cada item
na face do balanço, na demonstração dos resultados, na demonstração das alterações no
capital próprio e na demonstração dos fluxos de caixa, que tenha merecido uma nota no
anexo, deve ter uma referência cruzada.
66. As notas do anexo devem ser apresentadas pela seguinte ordem:
(a) Identificação da entidade, incluindo domicílio, natureza da actividade, nome e
sede da empresa-mãe, se aplicável;
496
Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro
497
Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro
2. As Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) podem optar
pelos modelos reduzidos do Balanço e da demonstração de resultados por naturezas (alíneas a)
e b) do nº 5), que constam do anexo 2.
ANEXO 2
Modelos de demonstrações financeiras
Em anexo, fazendo parte integrante desta norma, apresentam-se os modelos de demons-
trações financeiras, a que a norma se refere, sendo que os dois últimos: Modelo de balanço-
PE; e Modelo de demonstração de resultados por natureza-PE destinam-se exclusivamente às
entidades inseridas no REPE, e que não optem pelos modelos completos.
1. Modelo de balanço;
2. Modelo de demonstração de resultados por natureza;
3. Modelo de Demonstração de resultados por funções;
4. Modelo de Demonstração de fluxos de caixa - método directo;
5. Modelo de Demonstração de fluxos de caixa - método indirecto;
6. Modelo de Demonstração das alterações no capital próprio;
7. Modelo do Anexo.
8. Modelo de balanço-PE;
9. Modelo de demonstração de resultados por natureza-PE;
Sistema de Normalização Contabilística
e de relato financeiro
Demonstrações Financeiras
ANEXO
Nota introdutória
Não existe uma estrutura rígida para o Anexo. No entanto de acordo com a NRF1 a
demonstração financeira “Anexo” é constituído por um conjunto de notas apresentadas por
uma determinada ordem, devendo esta demonstração financeira começar por identificar
a entidade e o referencial contabilístico utilizado para a preparação das demonstrações
financeiras.
A informação mínima a ser apresentada no anexo é a que a cada momento for exigida
pelo sistema de normalização contabilística e de relato financeiro.
Neste sentido o Anexo deverá iniciar por identificar a entidade e o referencial conta-
bilístico seguindo-se as restantes notas, sendo que: a identificação da entidade; a nota 0; as
notas 1 e 2; e as notas N-3 a N são de apresentação obrigatória e na sequência em que se
apresentam no quadro abaixo onde N é o ultimo número da sequência das notas (o N-1 o
penúltimo e assim sucessivamente)
498
Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro
ESTRUTURA DO ANEXO
Identificação da entidade, incluindo: designação da entidade; sede; natureza da activi-
dade; nome e sede da empresa- mãe, se aplicável.
ANEXO referente a ______ (ano) período compreendido entre __/__/____ e
__/__/____
Nota nº. Titulo da nota e conteúdo mínimo
499
Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro
financeiras.
A informação mínima a ser apresentada no anexo é a que a cada momento for exigida
pelo sistema de normalização contabilística e de relato financeiro.
Neste sentido o Anexo deverá iniciar por identificar a entidade e o referencial conta-
bilístico seguindo-se as restantes notas, sendo que: a identificação da entidade; a nota 0; as
notas 1 e 2; e as notas N-3 a N são de apresentação obrigatória e na sequência em que se
apresentam no quadro abaixo onde N é o ultimo número da sequência das notas (o N-1 o
penúltimo e assim sucessivamente)
ESTRUTURA DO ANEXO
Identificação da entidade, incluindo: designação da entidade; domicílio; natureza da
actividade; nome e sede da empresa- mãe, se aplicável.
ANEXO - PE referente a ______ (ano) período compreendido entre __/__/____ e
__/__/____
500
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501
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502
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equivalente de caixa quando tiver um vencimento a curto prazo, seja três meses ou menos
a partir da data de aquisição. Os investimentos de capital próprio são excluídos dos equi-
valentes de caixa a menos que sejam, em substância, equivalentes de caixa, por exemplo
no caso de acções preferenciais adquiridas dentro de um curto período do seu vencimento
e com uma data específica de remição.
4. Os empréstimos bancários obtidos são geralmente considerados como actividades
de financiamento.
5. Os fluxos de caixa excluem movimentos entre itens que constituam caixa e seus equiva-
lentes porque estes componentes são parte da gestão de caixa de uma entidade e não parte das
suas actividades operacionais, de investimento e de financiamento. A gestão de caixa inclui o
investimento de excessos de caixa nos equivalentes de caixa.
Apresentação de uma demonstração de fluxos de caixa (6 a 12)
6. A demonstração de fluxos de caixa deve relatar os fluxos de caixa durante o período
classificados por actividades operacionais, de investimento e de financiamento, conforme
modelo publicado em Portaria.
7. A classificação por actividades proporciona informação que permite aos utentes
determinar o impacto dessas actividades na posição financeira da entidade e nas quantias de
caixa e seus equivalentes. Esta informação pode ser também usada para avaliar as relações
entre estas actividades.
Actividades operacionais (8 a 10)
8. A quantia de fluxos de caixa proveniente de actividades operacionais é um indicador
chave da medida em que as operações da entidade geraram fluxos de caixa suficientes para
pagar empréstimos, manter a capacidade operacional da entidade, pagar dividendos e fazer
novos investimentos, sem recurso a fontes externas de financiamento. A informação acerca
dos componentes específicos dos fluxos de caixa operacionais históricos é útil, juntamente
com outra informação, na previsão de futuros fluxos de caixa operacionais.
9. Os fluxos de caixa das actividades operacionais são principalmente derivados das
principais actividades geradoras de réditos da entidade. Por isso, eles são geralmente con-
sequência das operações e outros acontecimentos que entram na determinação dos resulta-
dos da entidade. Exemplos de fluxos de caixa de actividades operacionais são:
(a) Recebimentos de caixa provenientes da venda de bens e da prestação de servi-
ços;
(b) Recebimentos de caixa provenientes de royalties, honorários, comissões e ou-
tros réditos;
(c) Pagamentos de caixa a fornecedores de bens e serviços;
(d) Pagamentos de caixa a e por conta de empregados;
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estimativa de fluxos de caixa futuros e que não é disponibilizada pelo método indirecto.
Pelo método directo, a informação acerca das principais classes de recebimentos brutos (de
caixa) e de pagamentos brutos (de caixa) pode ser obtida quer:
(a) A partir dos registos contabilísticos da entidade; quer
(b) Pelo ajustamento de vendas, custo das vendas e outros itens da demonstração
dos resultados relativamente a:
i. Alterações, durante o período, em inventários e em contas a receber e a
pagar, relacionadas com a actividade operacional;
ii. Outros itens que não sejam de caixa; e
iii. Outros itens pelos quais os efeitos de caixa sejam fluxos de caixa de in-
vestimento ou de financiamento.
15. Pelo método indirecto, o fluxo de caixa líquido das actividades operacionais é
determinado pelo ajustamento dos resultados relativamente aos efeitos de:
(a) Alterações, durante o período, em inventários e em contas a receber e a pagar,
relacionadas com a actividade operacional;
(b) Itens que não sejam de caixa tais como depreciações, ajustamentos, provisões,
impostos diferidos, perdas e ganhos não realizados de moeda estrangeira, lu-
cros de associadas não distribuídos e interesses minoritários; e
(c) Todos os outros itens quanto aos quais os efeitos de caixa sejam fluxos de
caixa de investimento ou de financiamento.
Alternativamente, o fluxo de caixa líquido das actividades operacionais pode ser apre-
sentado pelo método indirecto ao mostrar-se os réditos e os gastos divulgados na demons-
tração dos resultados e as alterações, durante o período, em inventários e em contas a
receber e a pagar, relacionadas com a actividade operacional.
Relato de fluxos de caixa das actividades de investimento e de financiamento (16)
16. Uma entidade deve relatar separadamente as principais classes dos recebimentos
brutos de caixa e dos pagamentos brutos de caixa provenientes das actividades de inves-
timento e de financiamento, excepto até ao ponto em que os fluxos de caixa descritos no
parágrafo 18 sejam relatados numa base líquida.
Relato de fluxos de caixa numa base líquida (17 a 19)
17. Os fluxos de caixa provenientes das seguintes actividades operacionais, de inves-
timento e de financiamento podem ser relatados numa base líquida:
18. Recebimentos e pagamentos (de caixa) por conta de clientes quando o fluxo de
caixa reflicta as actividades do cliente e não os da entidade; e
506
Despacho Normativo n.º 3/2008, de 29 de Dezembro
19. Recebimentos e pagamentos (de caixa) dos itens em que a rotação seja rápida, as
quantias sejam grandes e os vencimentos sejam curtos.
Fluxos de caixa em moeda estrangeira (20 a 23)
20. Os fluxos de caixa resultantes de transacções em moeda estrangeira devem ser
registados na moeda funcional de uma entidade mediante a aplicação à quantia em moeda
estrangeira da taxa de câmbio entre a moeda funcional e a moeda estrangeira à data do fluxo
de caixa.
21. Os fluxos de caixa de uma subsidiária estrangeira devem ser transpostos às taxas de câmbio
entre a moeda funcional e a moeda estrangeira às datas dos fluxos de caixa.
22. Os fluxos de caixa denominados numa moeda estrangeira são relatados de maneira
consistente com a NRF 20 - Os efeitos de alterações em taxas de câmbio. Esta permite o
uso de uma taxa de câmbio que se aproxime da taxa real. Por exemplo, uma taxa de câm-
bio média ponderada de um período pode ser usada para registar transposições de moeda
estrangeira ou a transposição dos fluxos de caixa de uma subsidiária estrangeira. Porém, a
NRF 20 não permite o uso da taxa de câmbio à data do balanço quando sejam transpostos
os fluxos de caixa de uma subsidiária estrangeira.
23. Os ganhos e as perdas não realizados provenientes de alterações de taxas de câm-
bio de moeda estrangeira não são fluxos de caixa. Porém, o efeito das alterações das taxas
de câmbio sobre caixa e seus equivalentes detidos ou devidos numa moeda estrangeira é
relatado na demonstração dos fluxos de caixa a fim de reconciliar caixa e seus equivalentes
no começo e no fim do período. Esta quantia é apresentada separadamente da dos fluxos
de caixa das actividades operacionais, de investimento e de financiamento e inclui as dife-
renças, se as houver, caso esses fluxos de caixa tivessem sido relatados às taxas de câmbio
do fim do período.
Juros e dividendos (24 a 27)
24.Cada um dos fluxos de caixa de juros e dividendos recebidos e pagos deve ser se-
paradamente divulgado. Cada um deve ser classificado de maneira consistente de período a
período quer como actividade operacional, de investimento ou de financiamento.
25. A quantia total de juros pagos durante um período deve ser divulgada na demons-
tração de fluxos de caixa quer tenha sido reconhecida como um gasto na demonstração dos
resultados quer tenha sido capitalizada de acordo com a NRF 11-Gastos de empréstimos
obtidos.
26. Os juros pagos e juros e dividendos recebidos podem ser classificados como fluxos
de caixa operacionais porque entram na determinação dos resultados. Alternativamente os
juros pagos e os juros e dividendos recebidos podem ser classificados como fluxos de caixa
de financiamento e fluxos de caixa de investimento respectivamente porque são custos de
obtenção de recursos financeiros ou retornos do investimento.
507
Despacho Normativo n.º 3/2008, de 29 de Dezembro
27. Os dividendos pagos podem ser classificados como fluxos de caixa de financia-
mento porque são um custo da obtenção de recursos financeiros. Alternativamente, os di-
videndos pagos podem ser classificados como um componente de fluxo de caixa das acti-
vidades operacionais a fim de ajudar os utentes a determinar a capacidade de uma entidade
de pagar dividendos a partir dos fluxos de caixa operacionais.
Impostos sobre o rendimento (28)
28. Os fluxos de caixa provenientes de impostos sobre o rendimento devem ser di-
vulgados separadamente devendo ser classificados como fluxos de caixa de actividades
operacionais a menos que possam ser especificamente identificados com as actividades de
financiamento e de investimento.
Investimentos em subsidiárias, em associadas e em empreendimentos conjun-
tos (29 e 30)
29. Quando se contabilizar um investimento numa associada ou numa subsidiária con-
tabilizado pelo uso do método da equivalência patrimonial ou pelo método do custo, uma
investidora restringe o seu relato na demonstração de fluxo de caixa aos fluxos de caixa
entre ela própria e a investida, como por exemplo, aos dividendos e adiantamentos.
30. Uma entidade que relate os seus interesses numa entidade conjuntamente controla-
da usando a consolidação proporcional, incluirá na sua demonstração consolidada de fluxos
de caixa a sua parte proporcional dos fluxos de caixa da entidade conjuntamente contro-
lada. Uma entidade que relate tal interesse usando o método da equivalência patrimonial
inclui na sua demonstração de fluxos de caixa os fluxos de caixa que respeitem aos seus
investimentos na entidade conjuntamente controlada, e distribuições e outros pagamentos
ou recebimentos entre ela e a entidade conjuntamente controlada.
Aquisições e alienações de subsidiárias e de outras unidades empresariais (31
a 37)
31. Os fluxos de caixa agregados provenientes de aquisições e de alienações de subsi-
diárias ou de outras unidades empresariais devem ser apresentados separadamente e classi-
ficados como actividades de investimento.
32. Uma entidade deve divulgar, agregadamente, no que respeita tanto a aquisições
como a alienações de subsidiárias ou de outras unidades empresariais durante o período
cada um dos seguintes pontos:
33. A retribuição total da compra ou da alienação;
34. A parte da retribuição da compra ou da alienação liquidada por meio de caixa e
seus equivalentes;
35.a quantia de caixa e seus equivalentes na subsidiária ou na unidade empresarial
adquirida ou alienada; e
508
Despacho Normativo n.º 3/2008, de 29 de Dezembro
36. A quantia dos activos e passivos que não sejam caixa ou seus equivalentes na sub-
sidiária ou unidade empresarial adquirida ou alienada, resumida por cada categoria prin-
cipal.
37. A quantia agregada de dinheiro pago ou recebido como retribuição de compra ou
de venda é relatada na demonstração de fluxos de caixa, pelo líquido de caixa e seus equi-
valentes adquiridos ou alienados.
Transacções que não sejam por caixa (38 e 41)
38. As transacções de investimento e de financiamento que não exijam o uso de caixa
ou seus equivalentes devem ser excluídas de uma demonstração de fluxos de caixa. Tais
operações devem ser divulgadas noutra parte das demonstrações financeiras de tal maneira
que proporcionem toda a informação relevante acerca das actividades de investimento e de
financiamento.
39. Algumas actividades de financiamento e de investimento não têm um impacto di-
recto nos fluxos correntes de caixa se bem que afectem a estrutura do capital e do activo da
entidade. A exclusão das transacções que não sejam de caixa da demonstração de fluxos de
caixa é consistente com o objectivo dessa demonstração porque esses elementos não envol-
vem fluxos de caixa no período corrente. Exemplos de operações que não sejam de caixa são:
40. A aquisição de activos quer pela assunção de passivos directamente relacionados
ou por meio de uma locação financeira;
41. A aquisição de uma entidade por meio de uma emissão de capital; e (c) a conversão
de dívidas em capital.
Outras divulgações (42)
42. Uma entidade deve divulgar, juntamente com um comentário, a quantia dos saldos
significativos de caixa e seus equivalentes detidos pela entidade, que não estejam disponí-
veis para uso pelo grupo.
Data de eficácia (43)
43.Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos com início em ou após 1
de Janeiro de 2009.
ANEXO 1
Regime especial das pequenas entidades
1. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se aplica
esta norma.
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10. Ao fazer os juízos de valor descritos no parágrafo 9, o órgão de gestão deve consul-
tar e considerar a aplicabilidade das seguintes fontes, por ordem indicada:
(a) Os requisitos e a orientação das Normas e Interpretações que tratam de assun-
tos semelhantes e relacionados; e
(b) As definições, critérios de reconhecimento e conceitos de mensuração para
activos, passivos, rendimentos e gastos na Estrutura Conceptual.
Consistência de políticas contabilísticas (11)
11. Uma entidade deve seleccionar e aplicar as suas políticas consistentemente para
transacções semelhantes, outros acontecimentos e condições, a menos que uma Norma ou
Interpretação especificamente exija ou permita a categorização de itens para os quais pos-
sam ser apropriadas diferentes políticas. Se uma Norma ou Interpretação exigir ou permitir
tal categorização, uma política contabilística deve ser seleccionada e aplicada consistente-
mente a cada categoria.
Alterações nas políticas contabilísticas (12 a 26)
12. Uma entidade deve alterar uma política contabilística apenas se a alteração:
(a) For exigida por uma Norma ou Interpretação; ou
(b) Resultar no facto de as demonstrações financeiras proporcionarem informação
fiável e mais relevante sobre os efeitos das transacções, outros acontecimentos
ou condições, na posição financeira, desempenho financeiro ou fluxos de cai-
xa da entidade.
13. Os utentes das demonstrações financeiras precisam de poder comparar as demons-
trações financeiras de uma entidade ao longo do tempo para identificar tendências na sua
posição financeira, desempenho financeiro e fluxos de caixa. Por isso, são aplicadas as mes-
mas políticas contabilísticas em cada período ou de um período para o outro, a menos que
uma alteração numa política contabilística esteja em conformidade com um dos critérios
enunciados no parágrafo 12.
14. O que se segue não são alterações nas políticas contabilísticas:
(a) A aplicação de uma política contabilística para transacções, outros aconte-
cimentos, ou condições, que difiram em substância daqueles que ocorreram
anteriormente; e
(b) A aplicação de uma nova política contabilística para transacções, outros acon-
tecimentos ou condições, que não ocorreram anteriormente ou eram imate-
riais.
15. A aplicação inicial de uma política para regularizar activos em conformidade com
a NRF 6 - Activos Intangíveis ou a NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis é uma alteração numa
política contabilística a ser tratada como uma revalorização de acordo com a NRF 6 ou
NRF 7 e não de acordo com esta Norma.
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23. Quando uma entidade aplicar uma nova política contabilística retrospectivamente,
ela aplica a nova política contabilística à informação comparativa para períodos anteriores
tão antigos quanto for praticável. A aplicação retrospectiva a um período anterior não é
praticável a menos que seja praticável determinar o efeito cumulativo nas quantias dos
balanços de abertura e de fecho desse período. A quantia do ajustamento resultante relacio-
nado com períodos anteriores aos apresentados nas demonstrações financeiras é feita para o
saldo de abertura de cada componente do capital próprio afectado do período anterior mais
antigo apresentado. Normalmente o ajustamento é feito nos resultados retidos. Contudo, o
ajustamento pode ser feito noutro componente do capital próprio (por exemplo, para cum-
prir uma Norma ou interpretação). Qualquer outra informação sobre períodos anteriores, tal
como resumos históricos de dados financeiros é também ajustada para períodos tão antiga
quanto praticável.
24. Quando for impraticável a uma entidade fazer a aplicação retrospectiva de uma
nova política contabilística, porque não pode determinar o efeito cumulativo da aplicação
da mesma a todos os períodos anteriores, deve, de acordo com o parágrafo 22, fazer a
aplicação prospectiva dessa nova política desde o início do período mais antigo em que tal
seja praticável. Por isso, ela ignora a parte do ajustamento cumulativo nos activos, passivos
e capital próprio que seja antes dessa data. A alteração numa política contabilística é per-
mitida mesmo que seja impraticável fazer a sua aplicação prospectiva a qualquer período
anterior, Os parágrafos 45 a 48 proporcionam orientação quando for impraticável aplicar
uma nova política contabilística a um ou mais períodos anteriores.
Divulgação (25 e 26)
25. Quando a aplicação inicial de uma Norma ou de uma Interpretação tiver efeitos
no período corrente ou em qualquer período anterior, salvo se for impraticável determinar
a quantia do ajustamento, ou puder ter efeitos em períodos futuros, uma entidade deve
divulgar:
(a) O título da Norma ou da Interpretação;
(b) A natureza da alteração na política contabilística; e
(c) A quantia de ajustamento relacionado com períodos anteriores aos apresenta-
dos, até ao ponto que seja praticável.
As demonstrações financeiras de períodos posteriores não precisam de repetir estas
divulgações.
26. Quando uma alteração voluntária em políticas contabilísticas tiver efeitos no perí-
odo corrente ou em qualquer período anterior, mas é impraticável determinar a quantia de
ajustamento, ou puder ter efeitos em períodos futuros, uma entidade deve divulgar:
(a) A natureza da alteração na política contabilística;
(b) As razões pelas quais a aplicação da nova política contabilística proporciona
informação fiável e mais relevante;
516
Despacho Normativo n.º 4/2008, de 29 de Dezembro
(c) A quantia do ajustamento para o período corrente e cada período anterior apre-
sentado, até ao ponto que seja praticável; e
(d) A quantia de ajustamento relacionado com períodos anteriores aos apresenta-
dos, até ao ponto em que seja praticável.
Se a aplicação retrospectiva for impraticável para um período anterior, ou para perío-
dos anteriores aos apresentados, as circunstancias que levaram à existência dessa condição
e um a descrição de como e desde quando a politica contabilística tem sido aplicada.
As demonstrações financeiras de períodos posteriores não precisam de repetir estas
divulgações
Alterações nas estimativas contabilísticas (27 a 35)
27. Como consequência das incertezas inerentes às actividades empresariais, muitos
itens nas demonstrações financeiras não podem ser mensurados com precisão, podendo
apenas ser estimados. A estimativa envolve juízos de valor baseados na última informação
disponível. Por exemplo, podem ser exigidas estimativas de:
(a) Débitos incobráveis (de Contas a receber);
(b) Obsolescência de inventários;
(c) Justo valor dos activos e passivos financeiros;
(d) A vida útil de, ou o modelo esperado de consumo dos benefícios económicos
futuros incorporados em, activos depreciáveis; e
(e) Obrigações respeitantes a garantias.
28. O uso de estimativas razoáveis é uma parte essencial da preparação de demonstra-
ções financeiras e não diminui a sua fiabilidade.
29. Uma estimativa pode necessitar de revisão se ocorrerem alterações nas circuns-
tâncias em que a estimativa se baseou ou em consequência de nova informação ou de mais
experiência. Dada a sua natureza, a revisão de uma estimativa não se relaciona com perío-
dos anteriores e não é a correcção de um erro.
30. Uma alteração na base de mensuração aplicada é uma alteração numa política con-
tabilística e não uma alteração numa estimativa contabilística. Quando for difícil distinguir
uma alteração numa política contabilística de uma alteração da estimativa contabilística, a
alteração é tratada como alteração numa estimativa contabilística.
31. O efeito de uma alteração numa estimativa contabilística, que não seja uma alte-
ração à qual se aplique o parágrafo 32, deve ser reconhecido prospectivamente incluindo-o
nos resultados do:
(a) Período de alteração, se a alteração afectar apenas esse período; ou
(b) Período de alteração e futuros períodos, se a alteração afectar ambas as situa-
ções.
517
Despacho Normativo n.º 4/2008, de 29 de Dezembro
32. Até ao ponto em que uma alteração numa estimativa contabilística dá origem a
alterações em activos e passivos, ou se relacione com um item do capital próprio, ela deve
ser reconhecida pelo ajustamento da quantia escriturada do item de capital próprio, activo
ou passivo, relacionado com o período da alteração.
33. O reconhecimento prospectivo do efeito de uma alteração numa estimativa conta-
bilística significa que a alteração é aplicada a transacções, outros acontecimentos ou con-
dições a partir da data de alteração na estimativa. Uma alteração numa estimativa conta-
bilística pode afectar apenas os resultados do período corrente ou os resultados tanto do
período corrente como de futuros períodos. Por exemplo, uma alteração na estimativa da
quantia de débitos incobráveis afecta apenas os resultados do período corrente e, por isso, é
reconhecida no período corrente. Porém, uma alteração na estimativa da vida útil de, ou no
modelo esperado de consumo dos benefícios económicos futuros incorporados num activo
depreciável, afecta o gasto de depreciação do período corrente e de cada um dos futuros pe-
ríodos durante a vida útil remanescente do activo. Em ambos os casos, o efeito da alteração
relacionada com o período corrente é reconhecido como rendimento ou gasto no período
corrente. O efeito, caso exista, em futuros períodos é reconhecido como rendimento ou
gasto nesses futuros períodos.
Divulgação (34 e 35)
34. Uma entidade deve divulgar a natureza e a quantia de uma alteração numa estima-
tiva contabilística que tenha um efeito no período corrente ou se espera que tenha um efeito
em futuros períodos, excepto quando for impraticável calcular esse efeito.
35. Se a quantia do efeito em futuros períodos não for divulgada porque a estimativa
do mesmo é impraticável, uma entidade deve divulgar esse facto.
Erros (36 a 44)
36. Podem surgir erros no que respeita ao reconhecimento, mensuração, apresentação
ou divulgação de elementos de demonstrações financeiras. As demonstrações financeiras
não estão em conformidade com as NRF se contiverem erros materiais ou erros imateriais
feitos intencionalmente para alcançar uma determinada apresentação da posição financeira,
desempenho financeiro ou fluxos de caixa de uma entidade. Os erros potenciais do período
corrente descobertos nesse período são corrigidos antes de as demonstrações financeiras
serem autorizadas para emissão. Contudo, os erros materiais por vezes não são descobertos
até um período posterior, e estes erros de períodos anteriores são corrigidos na informação
comparativa apresentada nas demonstrações financeiras desse período posterior (ver pará-
grafos 37 a 42).
37. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 38, uma entidade deve corrigir os erros mate-
riais de períodos anteriores retrospectivamente ao primeiro conjunto de demonstrações finan-
ceiras aprovadas após a sua descoberta:
(a) Reexpressando as quantias comparativas para o(s) período(s) anterior(es)
apresentado(s) em que tenha ocorrido o erro; ou
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(b) Se o erro ocorreu antes do período anterior mais antigo apresentado, reex-
pressando os saldos de abertura dos activos, passivos e capital próprio para o
período mais antigo apresentado.
Limitações à reexpressão retrospectiva (38 a 43)
38. Um erro do período anterior deve ser corrigido por reexpressão retrospectiva ex-
cepto até ao ponto em que seja impraticável determinar quer os efeitos específicos de um
período quer o efeito cumulativo do erro.
39. Quando for impraticável determinar o período em que se começam a sentir os
efeitos de um erro na informação comparativa para um ou mais períodos anteriores apre-
sentados, a entidade deve reexpressar os saldos de abertura de activos, passivos e capital
próprio para o período mais antigo para o qual seja praticável a reexpressão retrospectiva
(que pode ser o período corrente).
40. Quando for impraticável determinar o efeito cumulativo, no início do período cor-
rente, de um erro em todos os períodos anteriores, a entidade deve reexpressar a informação
comparativa para corrigir o erro prospectivamente a partir da data mais antiga em que tal
seja praticável.
41. A correcção de um erro de um período anterior é excluída dos resultados do perío-
do em que o erro é descoberto. Qualquer informação apresentada sobre exercícios anterio-
res, incluindo qualquer resumo histórico de dados financeiros, é reexpressa para períodos
tão antigos quanto tal seja praticável.
42. Quando for impraticável determinar a quantia de um erro (por exemplo, um erro
na aplicação de uma política contabilística) para todos os períodos anteriores, a entidade,
de acordo com o parágrafo 40, reexpressa a informação comparativa prospectivamente a
partir da data mais antiga em que tal seja praticável. Por isso, ela ignora a parte da reex-
pressão cumulativa dos activos, passivos e capital próprio que seja antes dessa data. Os
parágrafos 45 a 48 proporcionam orientação sobre quando é impraticável corrigir um erro
para um ou mais períodos anteriores.
43. As correcções de erros distinguem-se de alterações nas estimativas contabilísticas.
As estimativas contabilísticas, pela sua natureza, são aproximações que podem necessitar
de revisão à medida que se torne conhecida informação adicional. Por exemplo, o ganho
ou a perda reconhecido no momento do desfecho de uma contingência não é a correcção
de um erro.
Divulgação de erros de períodos anteriores (44)
44. Ao aplicar o parágrafo 37, uma entidade deve divulgar o seguinte:
(a) A natureza de um erro de um período anterior;
(b) Até ao ponto em que tal seja praticável, a quantia de correcção para cada período
anterior apresentado;
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48. Não deve ser usada percepção ao aplicar uma nova política contabilística a, ou
ao corrigir quantias para, um período anterior, quer ao fazer suposições sobre quais teriam
sido as intenções do órgão de gestão num período anterior, quer ao estimar as quantias re-
conhecidas, mensuradas ou divulgadas num período anterior.
Por exemplo, quando uma entidade corrija um erro de um período anterior na men-
suração de activos financeiros previamente classificados como investimentos detidos até à
maturidade, ela não altera a respectiva base de mensuração para esse período. Num outro
exemplo, quando uma entidade corrija um erro de um período anterior ao calcular o seu
passivo relativo a baixa por doença acumulada dos empregados, ela ignora a informação
sobre uma época de gripe invulgarmente grave no período seguinte que, naturalmente,
apenas foi conhecida depois das demonstrações financeiras do período anterior terem sido
autorizadas para emissão.
O facto das estimativas significativas serem frequentemente exigidas quando se emen-
da informação comparativa apresentada para períodos anteriores não impede o ajustamento
ou correcção fiável da informação comparativa.
49. Quando uma norma ou interpretação tenha sido emitida mas não esteja ainda em
vigor, a entidade deve divulgar esse facto e a informação conhecida ou razoavelmente
calculada que seja relevante para avaliar o possível impacto que a aplicação irá ter nas
demonstrações financeiras no período da aplicação inicial.
Data de eficácia (50)
50. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
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(ii) Tiver um interesse na entidade que lhe confira influência significativa so-
bre a mesma; ou
(iii) Tiver um controlo conjunto sobre a entidade;
(b) A parte for uma associada ou um empreendimento conjunto em que a entidade
seja um empreendedor (ver NRF 23 — Interesses em Empreendimentos Con-
juntos e Investimentos em Associadas);
(c) A parte for membro do pessoal chave da gestão da entidade ou da sua empre-
sa-mãe;
(d) A parte for membro íntimo da família de qualquer indivíduo referido nas alí-
neas (a) ou (c);
(e) A parte for uma entidade sobre a qual qualquer indivíduo referido nas alíneas
(c) ou (d) exerce controlo, controlo conjunto ou influência significativa, ou
que possui, directa ou indirectamente um significativo poder de voto; ou
(f) A parte for um plano de benefícios pós-emprego para benefício dos emprega-
dos da entidade, ou de qualquer entidade que seja uma parte relacionada dessa
entidade.
Pessoal chave de gestão: são as pessoas que têm autoridade e responsabilidade pelo
planeamento, direcção e controlo das actividades da entidade, directa ou indirectamente,
incluindo qualquer administrador (executivo ou outro) dessa entidade.
Remuneração: inclui todos os benefícios dos empregados Os benefícios dos empregados
são todas as formas de retribuição paga, a pagar ou proporcionada pela entidade, ou em
nome da entidade, em troca de serviços prestados à entidade. Também inclui as retribuições
pagas em nome da empresa-mãe da entidade com respeito aos serviços prestados à entida-
de. A remuneração inclui:
(a) Benefícios de curto prazo de empregados no activo, tais como ordenados, sa-
lários e contribuições para a segurança social, licença anual paga e pagamento
de baixa por doença, participação nos lucros e bónus (se pagáveis num perí-
odo de doze meses após o fim do período) e benefícios não monetários (tais
como cuidados médicos, habitação, automóveis e bens ou serviços gratuitos
ou subsidiados);
(b) Benefícios pós-emprego tais como pensões, outros benefícios de reforma, se-
guro de vida pós- emprego e cuidados médicos pós-emprego;
(c) Outros benefícios de longo prazo dos empregados, incluindo licença por anos de
serviço ou licença sabática, jubilação ou outros benefícios por anos de serviço,
benefícios de invalidez de longo prazo e, se não forem pagáveis na totalidade
num período de doze meses após o final do período, participação nos lucros,
bónus e remuneração diferida;
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19. Exemplos de acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar a ajusta-
mentos e que dão lugar a divulgação:
(a) Uma importante concentração de actividades empresariais após a data do ba-
lanço (a NRF 24-Concentrações de Actividades Empresariais exige divulga-
ções específicas em tais casos) ou a alienação de uma importante subsidiária;
(b) Anúncio de um plano para descontinuar uma unidade operacional;
(c) Importantes compras de activos, classificação de activos como detidos para
venda de acordo com a NRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda e
Unidades Operacionais Descontinuadas, outras alienações de activos, ou ex-
propriação de activos importantes pelo Governo;
(d) A destruição por um incêndio de uma importante instalação de produção;
(e) O anúncio ou início do processo de uma reestruturação importante;
(f) Importantes transacções de acções ordinárias e de potenciais transacções de
acções ordinárias;
(g) Alterações anormalmente grandes em preços de activos ou taxas de câmbio;
(h) Alterações nas taxas fiscais ou leis fiscais decretadas ou anunciadas, que te-
nham um efeito significativo nos activos e passivos por impostos correntes e
diferidos;
(i) Celebrar compromissos significativos ou passivos contingentes, por exemplo,
pela emissão de garantias significativas; e
(j) Iniciar litígios importantes que provenham unicamente de acontecimentos que
ocorreram após a data do balanço.
Data de eficácia (20)
20. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
A Ministra Cristina Duarte.
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venda), de acordo com a NRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda
e Unidades Operacionais Descontinuadas.
4. Alguns activos intangíveis podem estar contidos numa substância física tal como um
disco compacto (no caso de programas de computadores), documentação legal (no caso de
uma licença ou patente) ou filme. Ao determinar se um activo que incorpore tanto elemen-
tos intangíveis como tangíveis deve ser tratado segundo a NRF 7 — Activos Fixos Tangí-
veis ou como um activo intangível segundo esta Norma, a entidade usa o seu juízo de valor
para avaliar qual o elemento mais significativo. Por exemplo, os programas de computador
(software) de uma máquina ferramenta controlada por computador que não funcione sem
esse software específico é uma parte integrante do equipamento respectivo e é tratado como
activo fixo tangível. O mesmo se aplica ao sistema operativo de um computador. Quando o
programa (software) não for uma parte integrante do equipamento (hardware) respectivo, o
programa (software) de computador é tratado como um activo intangível.
5. Esta Norma aplica-se, entre outras coisas, a dispêndios com publicidade, formação,
arranque e actividades de pesquisa e desenvolvimento. As actividades de pesquisa e desen-
volvimento destinam-se ao desenvolvimento de conhecimentos. Por isso, se bem que estas
actividades possam resultar num activo com substância física (por exemplo, num protóti-
po), o elemento físico do activo é secundário em relação ao seu componente intangível, i.e.
o conhecimento incorporado no mesmo.
6. No caso de uma locação financeira, o activo subjacente pode ser tangível ou intan-
gível. Após o reconhecimento inicial, um locatário contabiliza um activo intangível, detido
sob uma locação financeira, de acordo com esta Norma. Os direitos protegidos por acordos
de licenciamento de itens tais como filmes, vídeos, peças de teatro, manuscritos, patentes e
copyrights são excluídos do âmbito da NRF 9 — Locações e caem dentro do âmbito desta
Norma.
7. As exclusões do âmbito de uma Norma podem ocorrer se as actividades ou tran-
sacções forem tão especializadas que dêem origem a questões contabilísticas que podem
necessitar de ser tratadas de uma maneira diferente. Tais questões surgem na contabiliza-
ção dos dispêndios com a exploração de, ou desenvolvimento e extracção de, petróleo,
gás e depósitos minerais em indústrias extractivas e no caso de contratos de seguros. Por
isso, esta Norma não se aplica a dispêndios com tais actividades e contratos. Porém, esta
Norma aplica-se a outros activos intangíveis usados (tais como programas (software) de
computador), e a outros dispêndios incorridos (tais como custos de arranque), em indústrias
extractivas.
Definições (8 a 17)
8. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:
Activo: é um recurso:
(a) Controlado por uma entidade como resultado de acontecimentos passados; e
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(b) Do qual se espera que fluam benefícios económicos futuros para a entidade.
Activo intangível: é um activo não monetário identificável sem substância
física. Activos monetários: são dinheiros detidos e activos a ser recebidos em
quantias fixadas ou determináveis de dinheiro.
Amortização: é a imputação sistemática da quantia apreciável de um activo intangível du-
rante a sua vida útil.
Custo: é a quantia de caixa ou seus equivalentes paga ou o justo valor de outra retribui-
ção dada para adquirir um activo no momento da sua aquisição ou construção, ou, quando
aplicável, a quantia atribuída a esse activo aquando do reconhecimento inicial de acordo
com os requisitos específicos de outras NRF.
Data de acordo: é a data em que um acordo substantivo entre as partes concentradas
é alcançado e, no caso de entidades publicamente cotadas, anunciado ao público. No caso
de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil, a data mais recente em que um acordo
substantivo entre as partes concentradas é celebrado é a data em que um número suficiente
dos proprietários da adquirida aceitou a oferta do adquirente para que este obtenha o con-
trolo sobre a adquirida.
Desenvolvimento: é a aplicação das descobertas derivadas da pesquisa ou de outros
conhecimentos a um plano ou concepção para a produção de materiais, mecanismos, apa-
relhos, processos, sistemas ou serviços, novos ou substancialmente melhorados, antes do
início da produção comercial ou uso.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas. Mercado activo: é um mercado no qual se verifiquem todas as condições
seguintes:
(a) Os itens negociados no mercado são homogéneos;
(b) Podem ser encontrados em qualquer momento compradores e vendedores dis-
postos a comprar e vender; e
(c) Os preços estão disponíveis ao público.
Perda por imparidade: é o excedente da quantia escriturada de um activo, ou de uma
unidade geradora de caixa, em relação à sua quantia recuperável.
Pesquisa: é a investigação original e planeada levada a efeito com a perspectiva de
obter novos conhecimentos científicos ou técnicos.
Quantia depreciável: é o custo de um activo ou outra quantia substituta do custo, menos o
seu valor residual.
Quantia escriturada: é a quantia pela qual um activo é reconhecido no Balanço, após
a dedução de qualquer depreciação/amortização acumulada e de perdas por imparidade
acumuladas inerentes.
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Valor específico para a entidade: é o valor presente dos fluxos de caixa que uma enti-
dade espera que resultem do uso continuado de um activo e da sua alienação no final da sua
vida útil ou em que espera incorrer ao liquidar um passivo.
Valor residual: de um activo é a quantia estimada que uma entidade obteria corrente-
mente pela alienação de um activo, após dedução dos custos de alienação estimados, se o
activo já tivesse a idade e as condições esperadas no final da sua vida útil.
Vida útil: é:
(a) O período durante o qual uma entidade espera que um activo esteja disponível
para uso; ou
(b) O número de unidades de produção ou similares que uma entidade espera
obter do activo.
Activos intangíveis (9 a 17)
9. As entidades gastam com frequência recursos, ou incorrem em passivos, pela aqui-
sição, desenvolvimento, manutenção ou melhoria de recursos intangíveis tais como co-
nhecimentos científicos ou técnicos, concepção e implementação de novos processos ou
sistemas, licenças, propriedade intelectual, conhecimento de mercado e marcas e objecti-
vos comerciais (incluindo nomes comerciais e títulos de publicações). Exemplos comuns
de itens englobados nestes grupos são o software de computadores, patentes, copyrights,
filmes, listas de clientes, direitos de hipotecas, licenças de pesca, quotas de importação,
franchises, relacionamentos com clientes ou fornecedores, fidelidade de clientes, quota de
mercado e direitos de comercialização.
10. Nem todos os itens descritos no parágrafo 9 satisfazem a definição de um acti-
vo intangível, i.e. identificabilidade, controlo sobre um recurso e existência de benefícios
económicos futuros. Se um item que esteja dentro do âmbito desta Norma não satisfizer
a definição de um activo intangível, o dispêndio para o adquirir ou gerar internamente é
reconhecido como um gasto quando for incorrido. Porém, se o item for adquirido numa
concentração de actividades empresariais, faz parte do trespasse (goodwill) reconhecido à
data da aquisição (ver parágrafo 68).
Identificabilidade (11 e 12)
11. A definição de um activo intangível exige que o mesmo seja identificável para o
distinguir do trespasse (goodwill). O trespasse (goodwill) adquirido numa concentração de
actividades empresariais representa um pagamento feito pelo adquirente em antecipação
de benefícios económicos futuros de activos que não sejam capazes de ser individualmen-
te identificados e separadamente reconhecidos. Os benefícios económicos futuros podem
resultar de sinergias entre os activos identificáveis adquiridos ou de activos que, individu-
almente, não se qualificam para reconhecimento nas demonstrações financeiras mas pelos
quais o adquirente está preparado para fazer um pagamento na concentração de actividades
empresariais.
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comercial de água mineral pode estar relacionada com uma determinada fonte e não ser
possível vendê-la separadamente da fonte. Nesses casos, o adquirente reconhece o grupo de
activos como um único activo separadamente do trespasse (goodwill) se os justos valores
individuais dos activos do grupo não forem fiavelmente mensuráveis.
37. Da mesma forma, os termos “marca” e “nome de marca” são muitas vezes usados
como sinónimos para marcas comerciais e outras marcas. Contudo, os primeiros são termos
gerais de marketing que são tipicamente usados para referir um grupo de activos comple-
mentares tais como uma marca comercial (ou marca de serviço) e o seu nome comercial
relacionado, fórmulas, receitas e especialização tecnológica. O adquirente reconhece como
activo único um grupo de activos intangíveis complementares que compreenda uma marca
se os justos valores individuais dos activos complementares não forem fiavelmente men-
suráveis. Se os justos valores individuais dos activos complementares forem fiavelmente
mensuráveis, um adquirente pode reconhecê-los como um activo único desde que os acti-
vos individuais tenham vidas úteis semelhantes.
38. As únicas circunstâncias em que pode não ser possível mensurar fiavelmente o
justo valor de um activo intangível adquirido numa concentração de actividades empre-
sariais são quando o activo intangível resultar de direitos contratuais ou de outros direitos
legais e ou:
(a) Não for separável; ou
(b) For separável, mas não houver história ou evidência de transacções de troca
para os mesmos activos ou semelhantes, e a estimativa de outra forma do justo
valor estar dependente de variáveis não mensuráveis.
39. Os preços de cotação, num mercado activo, proporcionam a estimativa mais fiável
do justo valor de um activo intangível (ver também o parágrafo 78). O preço de mercado
apropriado é geralmente o preço corrente de oferta. Se os preços correntes de oferta não
estiverem disponíveis, o preço da transacção semelhante mais recente pode proporcionar
um critério a partir do qual se pode estimar o justo valor, desde que não tenha havido uma
alteração significativa nas circunstâncias económicas entre a data da transacção e a data à
qual o justo valor do activo seja estimado.
40. Se não existir mercado activo para um activo intangível, o seu justo valor é a quan-
tia que a entidade teria de pagar, à data da aquisição, pelo activo numa transacção entre
partes conhecedoras não relacionadas e dispostas a isso, com base na melhor informação
disponível. Ao determinar esta quantia, uma entidade considera o desfecho de transacções
recentes de activos semelhantes.
41. As entidades que estejam regularmente envolvidas na compra e venda de activos
intangíveis únicos podem ter desenvolvido técnicas de estimar indirectamente os seus jus-
tos valores. Estas técnicas podem ser usadas para a mensuração inicial de um activo intan-
gível adquirido numa concentração de actividades empresariais se o seu objectivo for o de
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justo valor, a entidade reconhece inicialmente o activo por uma quantia nominal (o outro
tratamento permitido pela NRF 15) mais qualquer dispêndio que seja directamente atribu-
ível para preparar o activo para o seu uso pretendido.
Troca de activos (45 a 47)
45. Um ou mais activos intangíveis podem ser adquiridos em troca de um activo ou
activos não monetários, ou de uma combinação de activos monetários e não monetários.
Esta questão refere-se simplesmente a uma troca de um activo não monetário por outro,
mas também se aplica a todas as trocas descritas na frase anterior. O custo de tal activo
intangível é mensurado pelo justo valor a não ser que (a) a transacção da troca careça de
substância comercial ou (b) nem o justo valor do activo recebido nem o justo valor do ac-
tivo cedido sejam fiavelmente mensuráveis, O activo adquirido é mensurado desta forma
mesmo que uma entidade não possa imediatamente desreconhecer o activo cedido. Se o
activo adquirido não for mensurado pelo justo valor, o seu custo é mensurado pela quantia
escriturada do activo cedido.
46. Uma entidade determina se uma transacção de troca tem substância comercial
considerando a extensão em que espera que os seus futuros fluxos de caixa sejam alterados
como resultado da transacção. Uma transacção de troca tem substância comercial se:
(a) A configuração (i.e. risco, tempestividade e quantia) dos fluxos de caixa do acti-
vo recebido diferir da configuração dos fluxos de caixa do activo transferido; ou
(b) A valor específico para a entidade relativo à parte das operações da entidade
afectada pela transacção se altera como resultado da troca; e
(c) A diferença identificada na alínea (a) ou na (b) for significativa em relação ao
justo valor dos activos trocados.
Para a finalidade de determinar se uma transacção de troca tem substância comercial,
o valor específico para a entidade relativo à parte das operações da entidade afectada pela
transacção deve reflectir os fluxos de caixa após impostos. O resultado destas análises pode
ser claro sem que uma entidade tenha de efectuar cálculos detalhados.
47. O parágrafo 21 (b) especifica que uma condição para o reconhecimento de um
activo intangível é que o custo do activo possa ser fiavelmente mensurado. O justo valor de
um activo intangível para o qual não existam transacções de mercado comparáveis é fiavel-
mente mensurável se (a) a variabilidade no intervalo de estimativas razoáveis do justo valor
não for significativa para esse activo ou (b) as probabilidades das várias estimativas dentro
do intervalo possam ser razoavelmente avaliadas e usadas para estimar o justo valor. Se
uma entidade for capaz de determinar com fiabilidade o justo valor tanto do activo recebido
como do activo cedido, então o justo valor do activo cedido é usado para mensurar o custo
a não ser que o justo valor do activo recebido seja mais claramente evidente.
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90. Muitos factores são considerados na determinação da vida útil de um activo intan-
gível, incluindo:
(a) O uso esperado do activo por parte da entidade e se o activo puder ser eficien-
temente gerido por uma outra equipa de gestão;
(b) Os ciclos de vida típicos para o activo e a informação pública sobre estimativas
de vida útil de activos semelhantes que sejam usados de forma semelhante;
(c) Obsolescência técnica, tecnológica, comercial ou de outro tipo;
(d) A estabilidade do sector em que o activo opera e alterações na procura do
mercado para os produtos ou serviços produzidos pelo activo;
(e) Acções esperadas dos concorrentes ou potenciais concorrentes;
(f) O nível de dispêndio de manutenção exigido para obter os benefícios econó-
micos futuros esperados do activo e a capacidade e intenção da entidade para
atingir tal nível;
(g) O período de controlo sobre o activo e limites legais ou semelhantes sobre o
uso do activo, tais como as datas de extinção de locações relacionadas, e datas
do termo do período de concessão estabelecido nos Acordos de Concessão de
Serviços; e
(h) Se a vida útil do activo está dependente da vida útil de outros activos da enti-
dade.
91. O termo “indefinida” não significa “infinita”. A vida útil de um activo intangível
reflecte apenas o nível de dispêndio de manutenção futuro exigido para manter o activo no
seu padrão de desempenho avaliado no momento da estimativa da vida útil do activo, e a
capacidade e intenção da entidade para atingir tal nível. Uma conclusão de que a vida útil
de um activo intangível é indefinida não deve depender do dispêndio futuro planeado para
além do exigido para manter o activo nesse padrão de desempenho.
92. Dada a história de rápidas alterações na tecnologia, o software de computadores e
muitos outros activos intangíveis são susceptíveis de obsolescência tecnológica. Por isso, é
provável que a sua vida útil seja curta.
93. A vida útil de um activo intangível pode ser muito longa ou mesmo indefinida. A
incerteza justifica estimar a vida útil de um activo intangível numa base prudente, mas isso
não justifica escolher uma vida que seja irrealisticamente curta.
94. A vida útil de um activo intangível que resulte de direitos contratuais ou de outros
direitos legais não deve exceder o período dos direitos contratuais ou de outros direitos
legais, mas pode ser mais curta dependendo do período durante o qual a entidade espera
usar o activo. Se os direitos contratuais ou outros direitos legais forem transmitidos por um
prazo limitado que possa ser renovado, a vida útil do activo intangível deve incluir o(s)
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período(s) de renovação apenas se existir evidência que suporte a renovação pela entidade
sem um custo significativo.
95. Podem existir tanto factores legais como económicos que influenciem a vida útil de
um activo intangível. Os factores económicos determinam o período durante o qual os
benefícios económicos futuros serão recebidos pela entidade. Os factores legais podem
restringir o período durante o qual a entidade controla o acesso a esses benefícios. A vida
útil é o mais curto dos períodos determinados por estes factores.
96. A existência dos seguintes factores, entre outros, indica que uma entidade deveria
ser capaz de renovar os direitos contratuais ou outros direitos legais sem um custo signifi-
cativo:
(a) Há evidência, possivelmente baseada na experiência, de que os direitos con-
tratuais ou outros direitos legais serão renovados. Se a renovação depender do
consentimento de terceiros, isto inclui evidência de que os terceiros darão o
seu consentimento;
(b) Há evidência de que quaisquer condições necessárias para obter a renovação
serão satisfeitas; e
(c) O custo da renovação para a entidade não é significativo quando comparado
com os benefícios económicos futuros que se espera que fluam para a entidade
a partir da renovação.
Se o custo de renovação for significativo quando comparado com os benefícios eco-
nómicos futuros que se espera que fluam para a entidade a partir da renovação, esse custo
representa em substancia o custo de aquisição de um novo activo intangível à data de re-
novação.
Activos intangíveis com vidas úteis finitas (97 a 106)
Período de amortização e método de amortização (97 a 99)
97. A quantia depreciável de um activo intangível com uma vida útil finita deve ser im-
putada numa base sistemática durante a sua vida útil. A amortização deve começar quando o
activo estiver disponível para uso, i.e. quando estiver na localização e condição necessárias
para que seja capaz de operar da forma pretendida. A amortização deve cessar na data que
ocorrer mais cedo entre a data em que o activo for classificado como detido para venda (ou
incluído num grupo de alienação que seja classificado como detido para venda) de acordo
com a NRF 8 — Activos não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Des-
continuadas e a data em que o activo for desreconhecido. O método de amortização usado
deve reflectir o modelo pelo qual se espera que os futuros benefícios económicos do activo
sejam consumidos pela entidade. Se não for possível determinar fiavelmente esse modelo,
deve usar-se o método da linha recta. O custo de amortização em cada período deve ser
reconhecido nos resultados a menos que esta ou outra Norma permita ou exija incluí-lo na
quantia escriturada de um outro activo.
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98. Pode ser usada uma variedade de métodos de amortização para imputar a quantia
depreciável de um activo numa base sistemática durante a sua vida útil. Estes métodos
incluem o método da linha recta e o método da unidade de produção. O método usado é
seleccionado na base do modelo de consumo esperado dos futuros benefícios económicos
incorporados no activo e é aplicado consistentemente de período a período, a não ser que
ocorra uma alteração no modelo de consumo esperado desses futuros benefícios econó-
micos. É muito raro haver, se é que há, evidência persuasiva para apoiar um método de
amortização para activos intangíveis com vidas úteis finitas que resulte numa quantia de
amortização acumulada inferior à do método da linha recta.
99. A amortização é normalmente reconhecida nos resultados. Contudo, por vezes, os
futuros benefícios económicos incorporados num activo são absorvidos pela produção de
outros activos. Neste caso, o custo de amortização constitui parte do custo do outro activo
e é incluído na sua quantia escriturada. Por exemplo, a amortização de activos intangíveis
usados num processo de produção é incluída na quantia escriturada dos inventários (ver
NRF 13 - Inventários).
Valor residual (100 a 103)
100. O valor residual de um activo intangível com uma vida útil finita deve ser assu-
mido como sendo zero a menos que:
(a) Haja um compromisso de um terceiro de comprar o activo no final da sua vida
útil; ou
(b) Haja um mercado activo para o activo e:
(i) O valor residual possa ser determinado com referência a esse mercado; e
(ii) Seja provável que tal mercado exista no final da sua vida útil.
101. A quantia depreciável de um activo com uma vida útil finita é determinada após
dedução do seu valor residual. Um valor residual que não seja zero implica que uma enti-
dade espera alienar o activo intangível antes do fim da sua vida económica.
102. Uma estimativa do valor residual de um activo baseia-se na quantia recuperável
resultante da alienação usando os preços prevalecentes à data da estimativa para a venda
de um activo semelhante que tenha atingido o final da sua vida útil e que tenha funcionado
em condições semelhantes àquelas em que o activo será utilizado. O valor residual é revisto
pelo menos no final de cada ano financeiro. De acordo com a NRF 3 - Políticas Contabilís-
ticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros, uma alteração no valor residual do
activo é contabilizada como alteração numa estimativa contabilística.
103. O valor residual de um activo intangível pode aumentar até uma quantia igual ou
superior à quantia escriturada do activo. Se assim for, o débito de amortização do activo é
zero a menos que, e até que, o seu valor residual diminua posteriormente para uma quantia
abaixo da quantia escriturada do activo.
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tar com imparidade. Como resultado, a entidade testa a imparidade do activo comparando
a sua quantia recuperável, determinada de acordo com a NRF 17 — Imparidade de Activos,
com a sua quantia escriturada, e reconhecendo qualquer excesso da quantia escriturada em
relação à quantia recuperável como uma perda por imparidade.
Recuperabilidade da quantia escriturada — perdas por imparidade (111)
111. Para determinar se um activo intangível está com imparidade, uma entidade aplica
a NRF 17 - Imparidade de Activos. Esta Norma explica quando e como uma entidade revê
a quantia escriturada dos seus activos, como determina a quantia recuperável de um activo
e quando reconhece ou reverte uma perda por imparidade.
Retiradas e alienações (112 a 117)
112. Um activo intangível deve ser desreconhecido:
(a) No momento da alienação; ou
(b) Quando não se esperam futuros benefícios económicos do seu uso ou aliena-
ção.
113. O ganho ou perda decorrente do desreconhecimento de um activo intangível deve
ser determinado como a diferença entre os proventos líquidos da alienação, se os houver,
e a quantia escriturada do activo. Deve ser reconhecido nos resultados quando o activo for
desreconhecido (a menos que a NRF 9 - Locações o exija de outra forma numa venda e re-
locação). O rendimento deve ser reconhecido como ganho, e o gasto deve ser reconhecido
como perda.
114. A alienação de um activo intangível pode ocorrer numa variedade de formas,
incluindo a própria venda ou doação. Ao determinar a data da alienação desse activo, uma
entidade aplica os critérios da NRF 18 — Rédito para reconhecer o resultado da venda de
bens. A NRF 9 - Locações aplica-se à alienação por venda e relocação.
115. Se de acordo com o princípio de reconhecimento do parágrafo 21 uma entidade
reconhecer na quantia escriturada de um activo o custo de uma substituição de parte de um
activo intangível, então ela desreconhece a quantia escriturada da parte substituída. Se não
for praticável que uma entidade determine a quantia escriturada da parte substituída, ela
pode usar o custo da substituição como indicação de qual o custo da parte substituída no
momento em que foi adquirida ou gerada internamente.
116. A retribuição recebível pela alienação de um activo intangível é reconhecida ini-
cialmente pelo seu justo valor. Se o pagamento do activo intangível for diferido, a retribui-
ção recebida é reconhecida inicialmente pelo equivalente ao preço a dinheiro. A diferença
entre a quantia nominal da retribuição e o equivalente ao preço a dinheiro é reconhecida
como rédito de juros de acordo com NRF 18 - Rédito reflectindo o rendimento efectivo
sobre a conta a receber.
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117. A amortização de um activo intangível com uma vida útil finita não cessa quando
o activo intangível já não for usado, a não ser que o activo tenha sido totalmente depre-
ciado ou esteja classificado como detido para venda (ou incluído num grupo de alienação
que esteja classificado como detido para venda), de acordo com a NRF 8 — Activos Não
Correntes Detidos Para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas.
Divulgações (118 a 124)
Geral (118 a 120)
118. Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada classe de activos intangíveis,
distinguindo entre os activos intangíveis gerados internamente e outros activos intangí-
veis:
(a) Se as vidas úteis são indefinidas ou finitas e, se forem finitas, as vidas úteis ou
as taxas de amortização usadas;
(b) Os métodos de amortização usados para activos intangíveis com vidas úteis
finitas;
(c) A quantia bruta escriturada e qualquer amortização acumulada (agregada com
as perdas por imparidade acumuladas) no começo e fim do período;
(d) Os itens de cada linha da demonstração dos resultados em que qualquer amor-
tização de activos intangíveis esteja incluída;
(e) Uma reconciliação da quantia escriturada no começo e fim do período que
mostre as adições, as revalorizações, as alienações, os activos classificados
como detidos para venda, as amortizações, as perdas de imparidade e suas
reversões e outras alterações.
119. Uma classe de activos intangíveis é um agrupamento de activos de natureza e
uso semelhantes nas operações de uma entidade. Exemplos de classes separadas podem
incluir:
(a) (nome de) marcas comerciais;
(b) Cabeçalhos e títulos de publicações;
(c) Software de computadores,
(d) Licenças e franquias;
(e) Copyrights, patentes e outros direitos de propriedade industrial, direitos de
serviços e operacionais;
(f) Receitas, fórmulas, modelos, concepções e protótipos; e
(g) Activos intangíveis em desenvolvimento.
As classes mencionadas acima são desagregadas (agregadas) em classes mais peque-
nas (maiores) se isto resultar em informação mais relevante para os utentes das demonstra-
ções financeiras.
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122. Pode ser necessário agregar as classes de activos revalorizados em classes maio-
res para finalidades de divulgação. Porém, as classes não são agregadas se isto resultar na
combinação de uma classe de activos intangíveis que inclua quantias mensuradas tanto
segundo o modelo de custo como o de revalorização.
Dispêndios de pesquisa e desenvolvimento (123 e 124)
123. Uma entidade deve divulgar a quantia agregada do dispêndio de pesquisa e desen-
volvimento reconhecido como um gasto durante o período.
124. A quantia a divulgar incluirá assim, todos os gastos por natureza que sejam, face
ao seu destino, classificáveis como gasto de pesquisa e desenvolvimento (p.ex. gastos com
pessoal afecto à actividade de pesquisa e desenvolvimento; bens e serviços usados, amor-
tizações, quer dos bens do imobilizado utilizados na actividade de pesquisa e desenvolvi-
mento, quer dos gastos de pesquisa e desenvolvimento que tenham sido capitalizados).
Outras informações (125)
125. Uma entidade é encorajada, mas não se exige, a divulgar uma descrição de qual-
quer activo intangível inteiramente amortizado que ainda esteja em uso e uma breve des-
crição de activos intangíveis significativos controlados pela entidade mas não reconhecidos
como activos porque não satisfazem os critérios de reconhecimento desta norma.
Data de eficácia (126)
126. Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos com início em ou após 1
de Janeiro de 2009.
ANEXO 1
Regime especial das pequenas entidades
1. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se
exige “reconciliação da quantia escriturada no começo e fim do período que mostre as adi-
ções…, os activos classificados como detidos para venda, …” por as situações de activos
classificados como detidos para venda estarem excluídos do âmbito do REPE.
A Ministra, Cristina Duarte.
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Valor residual: de um activo é a quantia estimada que uma entidade obteria corrente-
mente pela alienação de um activo, após dedução dos custos de alienação estimados, se o
activo já tivesse a idade e as condições esperadas no final da sua vida útil.
Vida útil: é:
(a) O período durante o qual uma entidade espera que um activo esteja disponível
para uso; ou
(b) O número de unidades de produção ou similares que uma entidade espera
obter do activo.
Reconhecimento (7 a 15)
7. O custo de um item de activo fixo tangível deve ser reconhecido como activo se, e
apenas se:
(a) For provável que futuros benefícios económicos associados ao item fluam
para a entidade; e
(b) O custo do item puder ser mensurado fiavelmente.
8. Sobressalentes e equipamentos de serviço são geralmente escriturados como inven-
tários e reconhecidos nos resultados quando consumidos. Porém, os sobressalentes prin-
cipais e equipamento de reserva classificam-se como activos fixos tangíveis quando uma
entidade espera usá-los durante mais do que um período. Da mesma forma, se os sobres-
salentes e os equipamentos de serviço puderem ser utilizados em ligação com um item do
activo fixo tangível, eles são contabilizados como activo fixo tangível.
9. Esta Norma não prescreve a unidade de medida para reconhecimento, i.e. aquilo que
constitui um item do activo fixo tangível. Assim, é necessário exercer juízos de valor ao
aplicar os critérios de reconhecimento às circunstâncias específicas de uma entidade. Pode
ser apropriado agregar itens individualmente insignificantes, tais como moldes, ferramen-
tas e bases, e aplicar os critérios ao valor agregado.
10. Uma entidade avalia segundo este princípio de reconhecimento todos os seus ac-
tivos fixos tangíveis e custos de equipamento no momento em que eles sejam incorridos.
Estes custos incluem custos incorridos inicialmente para adquirir ou construir um item do
activo fixo tangível e os custos incorridos posteriormente para adicionar a, substituir parte
de, ou dar assistência ao mesmo.
11. Podem ser considerados no Activo por uma só quantidade e quantia, não sendo
alvo de depreciação podendo no entanto ser alvo de imparidade ou revalorização, os itens
que, no seu conjunto, satisfaçam simultaneamente as seguintes condições:
(a) Sejam renovados frequentemente;
(b) Representem, bem a bem, uma quantia imaterial para a entidade;
(c) Tenham uma vida útil não superior a cinco anos.
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produzir inventários durante esse período. As obrigações por custos contabilizados de acor-
do com a NRF 13 ou com a presente Norma são reconhecidas e mensuradas de acordo com
a NRF 19 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes.
20. Exemplos de custos que não são custos de um item do activo fixo tangível são:
(a) Custos de abertura de novas instalações;
(b) Custos de introdução de um novo produto ou serviço (incluindo custos de
publicidade ou actividades promocionais);
(c) Custos de condução do negócio numa nova localização ou com uma nova
classe de clientes (incluindo custos de formação de pessoal); e
(d) Custos de administração e outros custos gerais.
21. O reconhecimento dos custos na quantia escriturada de um item do activo fixo tangí-
vel cessa quando o item está na localização e condição necessárias para que seja capaz de
funcionar da forma pretendida. Assim sendo, os custos incorridos na utilização ou reinsta-
lação de um item não são incluídos na quantia escriturada desse item. Por exemplo, os cus-
tos seguintes não são incluídos na quantia escriturada de um item do activo fixo tangível:
(a) Custos incorridos enquanto um item capaz de funcionar da forma pretendida ain-
da não tenha sido colocado em uso ou esteja a ser usado a uma capacidade inferior
à sua capacidade total;
(b) Perdas operacionais iniciais, tais como as incorridas enquanto cresce a exigên-
cia da produção do item; e
(c) Custos de relocalização ou reorganização de uma parte ou de todas as operações de
uma entidade.
22. Algumas operações ocorrem em ligação com a construção ou desenvolvimento de
um item do activo fixo tangível, mas não são necessárias para colocar o item na localização
e condição necessárias para que este seja capaz de funcionar da forma pretendida. Estas
operações incidentais podem ocorrer antes ou durante as actividades de construção ou de-
senvolvimento. Por exemplo, podem ser obtidos rendimentos através do uso de um local de
construção como um parque de estacionamento até a construção ter início. Dado que não
são necessárias operações inerentes para colocar um item na localização e condição neces-
sárias para que este seja capaz de funcionar da forma pretendida, o rendimento e os gastos
relacionados das operações inerentes são reconhecidos nos resultados e incluídos nas suas
respectivas classificações de rendimento ou de gasto.
23. O custo de um activo construído pela própria entidade determina-se usando os mes-
mos princípios quanto a um activo adquirido. Se uma entidade produzir activos idênticos
para venda no decurso normal das operações empresariais, o custo do activo é geralmente o
mesmo que o custo de construir um activo para venda (ver NRF 13 - Inventários). Por isso,
quaisquer lucros internos são eliminados para chegar a tais custos. De forma semelhante,
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veis do justo valor não for significativa para esse activo ou (b) as probabilidades de várias
estimativas dentro do intervalo puderem ser razoavelmente avaliadas e usadas ao estimar o
justo valor. Se uma entidade for capaz de determinar com fiabilidade o justo valor tanto do
activo recebido como do activo cedido, então o justo valor do activo cedido é usado para
mensurar o custo do activo recebido a não ser que o justo valor do activo recebido seja mais
claramente evidente.
28. O custo de um item do activo fixo tangível detido por um locatário segundo uma
locação financeira é determinado de acordo com a NRF 9 - Locações.
Mensuração após reconhecimento (29 a 65)
29. Uma entidade deve escolher ou o modelo de custo do parágrafo 31 ou o modelo de
revalorização do parágrafo 31 como sua política contabilística e deve aplicar essa política
a uma classe inteira de activos fixos tangíveis.
Modelo do custo (30)
30. Após o reconhecimento como um activo, um item do activo fixo tangível deve ser
escriturado pelo seu custo menos qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas por
imparidade acumuladas.
Modelo de revalorização (31 a 42)
31. Após o reconhecimento como um activo, um item do activo fixo tangível cujo justo
valor possa ser mensurado fiavelmente deve ser escriturado por uma quantia revalorizada,
que é o seu justo valor à data da revalorização menos qualquer depreciação acumulada
subsequente e perdas por imparidade acumuladas subsequentes. As revalorizações devem
ser feitas com suficiente regularidade para assegurar que a quantia escriturada não difira
materialmente daquela que seria determinada pelo uso do justo valor à data do balanço.
32. O justo valor de terrenos e edifícios é normalmente determinado a partir de provas
com base no mercado por avaliação que é normalmente realizada por avaliadores profissio-
nalmente qualificados. O justo valor de itens de instalações e equipamentos é geralmente o
seu valor de mercado determinado por avaliação.
33. Se não houver provas com base no mercado do justo valor devido à natureza espe-
cializada do item do activo fixo tangível e se o item for raramente vendido, excepto como
parte de um negócio em continuação, uma entidade pode precisar de estimar o justo valor
usando uma abordagem pelo rendimento ou pelo custo de reposição depreciado.
34. A frequência das revalorizações depende das alterações nos justos valores dos acti-
vos fixos tangíveis que estão a ser revalorizados. Quando o justo valor de um activo revalo-
rizado diferir materialmente da sua quantia escriturada, é exigida uma nova revalorização.
Alguns itens do activo fixo tangível sofrem alterações significativas e voláteis no justo va-
lor, necessitando, por conseguinte, de revalorização anual. Tais revalorizações frequentes
são desnecessárias para itens do activo fixo tangível apenas com alterações insignificantes
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no justo valor. Em vez disso, pode ser necessário revalorizar o item apenas a cada três ou
cinco anos.
35. Quando um item do activo fixo tangível for revalorizado, qualquer depreciação
acumulada à data da revalorização é tratada de uma das seguintes formas:
(a) Reexpressa proporcionalmente com a alteração na quantia escriturada bruta
do activo a fim de que a quantia escriturada do activo após a revalorização
iguale a quantia revalorizada. Este método é muitas vezes usado quando um
activo for revalorizado por meio da aplicação de um índice ao seu custo de
reposição depreciado;
(b) Eliminada contra a quantia escriturada bruta do activo, sendo a quantia líquida
reexpressa para a quantia revalorizada do activo. Este método é muitas vezes
usado para edifícios. A quantia do ajustamento proveniente da reexpressão ou
da eliminação da depreciação acumulada faz parte do aumento ou da diminui-
ção na quantia escriturada que seja contabilizado de acordo com os parágrafos
40 e 41.
36. Se um item do activo fixo tangível for revalorizado, toda a classe do activo fixo
tangível à qual pertença esse activo deve ser revalorizada.
37. Uma classe do activo fixo tangível é um agrupamento de activos de natureza e
uso semelhantes nas operações de uma entidade. O que se segue são exemplos de classes
separadas:
(a) Terrenos;
(b) Terrenos e edifícios;
(c) Maquinaria;
(d) Navios;
(e) Aviões;
(f) Veículos a motor;
(g) Mobiliário e suportes fixos; e
(h) Equipamento de escritório.
38. Os itens integrados numa classe do activo fixo tangível são revalorizados simulta-
neamente a fim de ser evitada a revalorização selectiva de activos e o relato de quantias nas
demonstrações financeiras que sejam uma mistura de custos e valores em datas diferentes.
Porém, uma classe de activos pode ser revalorizada numa base rotativa desde que a revalo-
rização da classe de activos seja concluída num curto período e desde que as revalorizações
sejam mantidas actualizadas.
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39. Se a quantia escriturada de um activo for aumentada como resultado de uma re-
valorização, o aumento deve ser creditado directamente ao capital próprio numa conta
com o título de excedente de revalorização. Contudo, o aumento deve ser reconhecido nos
resultados até ao ponto em que reverta um decréscimo de revalorização do mesmo activo
previamente reconhecido nos resultados.
40. Se a quantia escriturada de um activo for diminuída como resultado de uma reva-
lorização, a diminuição deve ser reconhecida nos resultados. Contudo, a diminuição deve
ser debitada directamente ao capital próprio com o título de excedente de revalorização até
ao ponto de qualquer saldo de crédito existente no excedente de revalorização com respeito
a esse activo.
41. O excedente de revalorização incluído no capital próprio com respeito a um item
do activo fixo tangível pode ser transferido directamente para resultados retidos quando o
activo for desreconhecido. Isto pode implicar a transferência da totalidade do excedente
quando o activo for retirado ou alienado. Contudo, uma parte do excedente pode ser trans-
ferida quando o activo for usado por uma entidade. Nesse caso, a quantia do excedente
transferida seria a diferença entre a depreciação baseada na quantia escriturada revalori-
zada do activo e a depreciação baseada no custo original do activo. As transferências do
excedente de revalorização para resultados retidos não são feitas por via de resultados.
42. Os efeitos dos impostos sobre o rendimento, se os houver, resultantes da revalo-
rização do activo fixo tangível são reconhecidos e divulgados de acordo com a NRF 22
- Impostos sobre o Rendimento.
Depreciação (43 a 62)
43. Cada parte de um item do activo fixo tangível com um custo que seja significativo
em relação ao custo total do item deve ser depreciada separadamente.
44. Uma entidade imputa a quantia inicialmente reconhecida com respeito a um item
do activo fixo tangível às partes significativas deste e deprecia separadamente cada parte.
Por exemplo, pode ser apropriado depreciar separadamente a estrutura e os motores de uma
aeronave, sejam eles propriedade da entidade ou sujeitos a locação financeira.
45. Uma parte significativa de um item do activo fixo tangível pode ter uma vida útil e um
método de depreciação que sejam os mesmos que a vida útil e o método de depreciação de
uma outra parte significativa do mesmo item. Essas partes podem ser agrupadas ao determi-
nar-se o gasto de depreciação.
46. Na medida em que uma entidade deprecie separadamente algumas partes de um
item do activo fixo tangível, também deprecia separadamente o resto do item. O remanes-
cente consiste em partes de um item que não são individualmente significativas. Se uma
entidade tiver expectativas variadas para essas partes, podem ser necessárias técnicas de
aproximação para depreciar o remanescente de uma forma que represente fielmente o pa-
drão de consumo e/ou a vida útil dessas partes.
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47. Uma entidade pode escolher depreciar separadamente as partes de um item que não
tenham um custo que seja significativo em relação ao custo total do item.
48. O gasto de depreciação em cada período deve ser reconhecido nos resultados a
menos que seja incluído na quantia escriturada de um outro activo.
49. O gasto de depreciação de um período é geralmente reconhecido nos resultados.
Contudo, por vezes, os futuros benefícios económicos incorporados num activo são absor-
vidos na produção de outros activos. Neste caso, o gasto de depreciação constitui parte do
custo do outro activo e está incluído na sua quantia escriturada. Por exemplo, a depreciação
de instalações e equipamento de fabrico é incluída nos custos de conversão de inventários
(ver NRF 13 - Inventários). De forma semelhante, a depreciação de activos fixos tangíveis
usados para actividades de desenvolvimento pode ser incluída no custo de um activo intan-
gível reconhecido de acordo com a NRF 6 — Activos Intangíveis.
Quantia depreciável e período de depreciação (50 a 59)
50. A quantia depreciável de um activo deve ser imputada numa base sistemática du-
rante a sua vida útil.
51. O valor residual e a vida útil de um activo devem ser revistos pelo menos no fi-
nal de cada ano financeiro e, se as expectativas diferirem das estimativas anteriores, a(s)
alteração(ões) deve(m) ser contabilizada(s) como uma alteração numa estimativa conta-
bilística de acordo com a NRF 3 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas
Contabilísticas e Erros.
52. A depreciação é reconhecida mesmo se o justo valor do activo exceder a sua quan-
tia escriturada, desde que o valor residual do activo não exceda a sua quantia escriturada. A
reparação e manutenção de um activo não evitam a necessidade de o depreciar.
53. A quantia depreciável de um activo é determinada após dedução do seu valor re-
sidual. Na prática, o valor residual de um activo é muitas vezes insignificante e por isso
imaterial no cálculo da quantia depreciável.
54. O valor residual de um activo pode aumentar até uma quantia igual ou superior à
quantia escriturada do activo. Se assim for, o gasto de depreciação do activo é zero a menos
que, e até que, o seu valor residual diminua posteriormente para uma quantia abaixo da
quantia escriturada do activo.
55. A depreciação de um activo começa quando este esteja disponível para uso, i.e.
quando estiver na localização e condição necessárias para que seja capaz de operar na
forma pretendida. A depreciação de um activo cessa na data que ocorrer mais cedo entre a
data em que o activo for classificado como detido para venda (ou incluído num grupo para
alienação que seja classificado como detido para venda) de acordo com a NRF 8 — Activos
não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas e a data em
que o activo for desreconhecido. Porém, a depreciação não cessa quando o activo se tornar
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Despacho Normativo n.º 8/2008, de 29 de Dezembro
ocioso ou for retirado do uso a não ser que o activo esteja totalmente depreciado. Contudo,
segundo os métodos de depreciação pelo uso, o gasto de depreciação pode ser zero enquan-
to não houver produção.
56. Os futuros benefícios económicos incorporados num activo são consumidos por
uma entidade principalmente através do seu uso. Porém, outros factores, tais como obso-
lescência técnica ou comercial e desgaste normal enquanto um activo permaneça ocioso,
dão origem muitas vezes à diminuição dos benefícios económicos que poderiam ter sido
obtidos do activo. Consequentemente, todos os factores que se seguem são considerados na
determinação da vida útil de um activo:
(a) Uso esperado do activo. O uso é avaliado por referência à capacidade ou pro-
dução física esperadas do activo;
(b) Desgaste normal esperado, que depende de factores operacionais tais como
o número de turnos durante os quais o activo será usado e o programa de re-
paração e manutenção, e o cuidado e manutenção do activo enquanto estiver
ocioso;
(c) Obsolescência técnica ou comercial proveniente de alterações ou melhora-
mentos na produção, ou de uma alteração na procura de mercado para o servi-
ço ou produto derivado do activo; e
(d) Limites legais ou semelhantes no uso do activo, tais como as datas de extinção
de locações com ele relacionadas.
57. A vida útil de um activo é definida em termos da utilidade esperada do activo para
a entidade. A política de gestão de activos da entidade pode envolver a alienação de activos
após um período especificado ou após consumo de uma proporção especificada dos futuros
benefícios económicos incorporados no activo. Por isso, a vida útil de um activo pode ser
mais curta do que a sua vida económica. A estimativa da vida útil do activo é uma questão
de juízo de valor baseado na experiência da entidade com activos semelhantes.
58. Os terrenos e edifícios são activos separáveis e são contabilizados separadamente,
mesmo quando sejam adquiridos conjuntamente. Com algumas excepções, como as pedrei-
ras e os locais usados como aterros, os terrenos têm uma vida útil ilimitada pelo que não
são depreciados. Os edifícios têm vida útil limitada e, por isso, são activos depreciáveis.
Um aumento no valor de um terreno no qual um edifício esteja construído não afecta a
determinação da quantia depreciável do edifício.
69. Se o custo do terreno incluir os custos do desmantelamento, remoção e restauração
do local, essa porção do custo do terreno é depreciada durante o período de benefícios obti-
dos ao incorrer nesses custos. Nalguns casos, o próprio terreno pode ter uma vida útil limi-
tada, caso em que é depreciado de modo a reflectir os benefícios a serem dele retirados.
Método de depreciação (60 a 62)
60. O método de depreciação usado deve reflectir o modelo por que se espera que os
futuros benefícios económicos do activo sejam consumidos pela entidade.
576
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61. O método de depreciação aplicado a um activo deve ser revisto pelo menos no final
de cada ano financeiro e, se existiu alguma alteração significativa no modelo esperado de
consumo dos futuros benefícios económicos incorporados no activo, o método deve ser
alterado para reflectir o modelo alterado. Tal alteração deve ser contabilizada como alte-
ração numa estimativa contabilística de acordo com a NRF 3 — Políticas Contabilísticas,
Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros.
62. Pode ser usada uma variedade de métodos de depreciação para imputar a quantia
depreciável de um activo numa base sistemática durante a sua vida útil. Estes métodos in-
cluem o método da linha recta, o método do saldo decrescente e o método das unidades de
produção. A depreciação pelo método da linha recta resulta num débito constante durante
a vida útil do activo se o seu valor residual não se alterar. O método do saldo decrescente
resulta num débito decrescente durante a vida útil. O método das unidades de produção
resulta num débito baseado no uso ou produção esperados. A entidade selecciona o método
que reflicta mais aproximadamente o modelo esperado de consumo dos futuros benefícios
económicos incorporados no activo. Esse método é aplicado consistentemente de período
para período a menos que ocorra uma alteração no modelo esperado de consumo desses
futuros benefícios económicos.
Imparidade (63)
63. Para determinar se um item do activo fixo tangível está ou não com imparidade, uma
entidade aplica a NRF 17 — Imparidade de Activos. Essa Norma explica como uma entida-
de revê a quantia escriturada dos seus activos, como determina a quantia recuperável de um
activo e quando reconhece ou reverte o reconhecimento de uma perda por imparidade.
Compensação por imparidade (64 e 65)
64. A compensação de terceiros por itens do activo fixo tangível que estiverem com
imparidade, perdidos ou cedidos deve ser incluída nos resultados quando a compensação
se tornar recebível.
65. Imparidades ou perdas de itens do activo fixo tangível, reivindicações relacionadas
ou pagamentos de compensação de terceiros e qualquer aquisição ou construção posterior
de activos de substituição constituem acontecimentos económicos separados que são con-
tabilizados separadamente como se segue:
(a) As imparidades de itens do activo fixo tangível são reconhecidas de acordo
com a NRF 17 — Imparidade de Activos;
(b) O desreconhecimento de itens do activo fixo tangível retirados ou alienados é
determinado de acordo com esta Norma;
(c) A compensação de terceiros por itens do activo fixo tangível que estiverem
com imparidade, perdidos ou cedidos é incluída na determinação dos resulta-
dos quando a compensação se tornar recebível; e
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de caixa, ou parte de uma unidade geradora de caixa2 . O grupo pode incluir quaisquer
activos e quaisquer passivos da entidade, incluindo activos correntes, passivos correntes e
activos excluídos pelo parágrafo 5 dos requisitos de mensuração desta Norma. Se um acti-
vo não corrente dentro do âmbito dos requisitos desta Norma fizer parte de um grupo para
alienação, os requisitos de mensuração desta Norma aplicam-se ao grupo como um todo,
de forma que o grupo seja mensurado pelo menor valor entre a sua quantia escriturada e o
justo valor menos os gastos de vender. Os requisitos para mensuração de activos e passivos
individuais dentro do grupo para alienação estão definidos nos parágrafos 18, 19 e 23.
5. As disposições de mensuração desta Norma não se aplicam aos seguintes activos,
que estão abrangidos pelas normas indicadas, seja como activos individuais seja como
parte de um grupo para alienação
(a) Activos por impostos diferidos (NRF 22 — Impostos sobre o Rendimento);
(b) Activos provenientes de benefícios de empregados (ver NRF21 e subsidiaria-
mente a IAS 19 — Benefícios dos Empregados);
(c) Activos financeiros (ver NRF16 e subsidiariamente a IAS 39 - Instrumentos
Financeiros: Reconhecimento e Mensuração);
(d) Activos não correntes que sejam mensurados de acordo com o modelo do
justo valor (NRF 10 - Propriedades de Investimento);
(e) Activos não correntes que sejam mensurados pelo justo valor menos os gastos
estimados do ponto de venda (NRF 12 — Agricultura).
Definições ( 6)
6. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Activo corrente: é um activo que satisfaça qualquer dos seguintes critérios:
(a) Se espera que seja realizado, ou se pretende que seja vendido ou consumido,
no decurso normal do ciclo operacional da entidade;
(b) Esteja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
(c) Se espere que seja realizado num período de doze meses após a data do balan-
ço; ou
(d) Seja caixa ou um activo equivalente de caixa a menos que lhe seja limitada a
troca ou o uso para liquidar um passivo pelo menos doze meses após a data do
balanço.
Activos não correntes: são activos que não satisfaçam a definição de activo corrente.
2
Contudo, uma vez que se espera que os fluxos de caixa de tal activo ou grupos de activos resultem principalmente da venda e
não do uso continuado, eles tomam-se menos dependentes dos fluxos de caixa resultantes de outros activos, e um grupo para
alienação que faz parte de uma unidade geradora de caixa toma-se uma unidade separada geradora de caixa
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Valor de uso: é o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados, que se espere
surjam do uso continuado de um activo ou unidade geradora de caixa e da sua alienação no
fim da sua vida útil.
Classificação de activos não correntes (ou grupos para alienação) como detidos
para venda (7 a 14)
7. Uma entidade deve classificar um activo não corrente (ou um grupo para alienação)
como detido para venda se a sua quantia escriturada é recuperada principalmente através
de uma transacção de venda em lugar de o ser pelo uso continuado.
8. Assim, o activo (ou grupo para alienação) deve estar disponível para venda imediata
na sua condição presente, sujeito apenas aos termos que sejam habituais e costumeiros para
a venda de tais activos (ou grupos para alienação) e a sua venda seja altamente provável.
Para que a venda seja altamente provável, a hierarquia de gestão apropriada deve estar
empenhada num plano para vender o activo (ou grupo para alienação) e deve ter sido ini-
ciado um programa para localizar um comprador e concluir o plano. Além disso, o activo
(ou grupo para alienação) deve ser amplamente publicitado para venda a um preço que seja
razoável em relação ao seu justo valor corrente. Deve, ainda, esperar-se que a venda se
qualifique para reconhecimento como venda concluída dentro de um ano a partir da data da
classificação, excepto conforme permitido pelo parágrafo 9, e as acções necessárias para
concluir o plano devem indicar a improbabilidade de alterações significativas no mesmo
ou de o mesmo ser retirado.
9. Os acontecimentos ou circunstâncias podem prolongar o período para concluir a venda
para lá de um ano. Um prolongamento do período durante o qual se exija que a venda seja
concluída não exclui que um activo (ou grupo para alienação) seja classificado como detido
para venda se o atraso for causado por acontecimentos ou circunstâncias fora do controlo
da entidade e se houver prova suficiente de que a entidade continua comprometida com o
seu plano de vender o activo (ou grupo para alienação). Será este o caso quando os critérios
do Apêndice A forem satisfeitos.
10. As transacções de venda incluem trocas de activos não correntes por outros activos
não correntes quando uma troca tiver substância comercial de acordo com a NRF 7 - Acti-
vos Fixos Tangíveis.
11. Quando uma entidade adquire um activo não corrente (ou grupo para alienação)
exclusivamente com vista à sua posterior alienação, deve classificar o activo não corrente
(ou grupo de disposição) como detido para venda à data de aquisição somente se: (i) o re-
quisito de um ano do parágrafo 8 for satisfeito (excepto conforme permitido pelo parágrafo
9) e (ii) se for altamente provável que qualquer outro critério do parágrafo 8, que não esteja
satisfeito nessa data, o será no curto prazo após a aquisição (normalmente no prazo de três
meses).
12. Se o critério do parágrafo 8 for satisfeito após a data do balanço, uma entidade não
deve classificar um activo não corrente (ou grupo para alienação) como detido para venda
585
Despacho Normativo n.º 9/2008, de 29 de Dezembro
nessas demonstrações financeiras quando emitidas. Contudo, quando esses critérios forem
satisfeitos após a data do balanço mas antes da autorização para emissão das demonstra-
ções financeiras, a entidade deve divulgar a informação especificada nas alíneas (a), (b) e
(d) do parágrafo 38 desta Norma.
Activos não correntes a abandonar (13 e 14)
13. Uma entidade não deve classificar como detido para venda um activo não corrente
(ou grupo para alienação) a abandonar porque a sua quantia escriturada será recuperada
principalmente através do uso continuado. Contudo, se o grupo para alienação a abandonar
satisfizer os critérios do parágrafo 32(a) a 32(c) desta Norma, a entidade deve apresentar os
resultados e fluxos de caixa do grupo para alienação como unidades operacionais desconti-
nuadas de acordo com os parágrafos 33ª) e b) à data em que ele deixe de ser usado. Os ac-
tivos não correntes (ou grupos para alienação), a abandonar, incluem activos não correntes
(ou grupos para alienação) a usar até ao final da sua vida económica e activos não correntes
(ou grupos para alienação) a encerrar em vez de vender.
14. Uma entidade não deve contabilizar como activo não corrente um activo que tenha
sido temporariamente retirado do serviço, como se tivesse sido abandonado.
Mensuração de activos não correntes (ou grupos para alienação) classificados
como detidos para venda (15 a 29)
Mensuração de um activo não corrente (ou grupo para alienação) (15 a 19)
15. Uma entidade deve mensurar um activo não corrente (ou grupo para alienação)
classificado como detido para venda pelo menor valor entre a sua quantia escriturada e o
justo valor menos os gastos de vender.
16. Se um activo (ou grupo para alienação) recém-adquirido satisfizer os critérios de
classificação como detido para venda (ver parágrafo 11), a aplicação do parágrafo 15 resul-
tará em que o activo (ou grupo para alienação) seja mensurado no reconhecimento inicial
pelo valor mais baixo entre a sua quantia escriturada se não tivesse sido assim classificado
(por exemplo, o custo) e o justo valor menos os gastos de vender. Assim, se o activo (ou
grupo para alienação) for adquirido como parte de uma concentração de actividades empre-
sariais, ele deve ser mensurado pelo justo valor menos os gastos de vender.
17. Quando se espera que a venda ocorra para além de um ano, a entidade deve men-
surar os gastos de vender pelo seu valor presente. Qualquer aumento no valor presente dos
gastos de vender que resulte da passagem do tempo deve ser apresentado nos resultados
como custo de financiamento.
18. Imediatamente antes da classificação inicial do activo (ou grupo para alienação)
como detido para venda, as quantias escrituradas do activo (ou de todos os activos e passi-
vos do grupo) devem ser mensuradas de acordo com as NRF aplicáveis.
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passivos de um grupo para alienação classificado como detido para venda devem continuar
a ser reconhecidos.
Alterações num plano de venda (26 a 29)
26. Se uma entidade classificou um activo (ou grupo para alienação) como detido para
venda, mas os critérios dos parágrafos 8 e 9 já não estiverem satisfeitos, a entidade deve
cessar de classificar o activo (ou grupo para alienação) como detido para venda.
27. A entidade deve mensurar um activo não corrente que deixe de ser classificado como
detido para venda (ou deixe de ser incluído num grupo para alienação classificado como detido
para venda) pelo valor mais baixo entre:
(a) A sua quantia escriturada antes de o activo (ou grupo para alienação) ser clas-
sificado como detido para venda, ajustada por qualquer depreciação, amorti-
zação ou revalorização que teria sido reconhecida se o activo (ou grupo para
alienação) não estivesse classificado como detido para venda;
(b) A sua quantia recuperável à data da decisão posterior de não vender. 3
28. A entidade deve incluir qualquer ajustamento exigido na quantia escriturada de um
activo não corrente que deixe de ser classificado como detido para venda nos rendimentos4
de unidades operacionais em continuação no período em que os critérios dos parágrafos 8
e 9 já não forem satisfeitos. A entidade deve apresentar esse ajustamento na mesma secção
de demonstração dos resultados usado para apresentar um ganho ou perda, se houver reco-
nhecido de acordo com o parágrafo 35.
29. Se uma entidade remover um activo ou passivo individual de um grupo para alie-
nação classificado como detido para venda, os activos e passivos restantes do grupo para
alienação a ser vendido devem continuar a ser mensurados como um grupo apenas se o gru-
po satisfizer os critérios dos parágrafos 8 e 9. De outro modo, os activos não correntes res-
tantes do grupo que satisfaçam individualmente os critérios de classificação como detidos
para venda devem ser mensurados individualmente pelo menor valor entre as suas quantias
escrituradas e os justos valores menos os gastos de vender nessa data. Quaisquer activos
não correntes que não satisfaçam os critérios deixam de ser classificados como detidos para
venda de acordo com o parágrafo 26.
Apresentação e divulgação (30 a 39)
30. Uma entidade deve apresentar e divulgar informação que permita aos utentes das
demonstrações financeiras avaliar os efeitos financeiros das unidades operacionais descon-
3
Se um activo não corrente fizer parte de uma unidade geradora de caixa, a sua quantia recuperável é a quantia escriturada que teria sido reco-
nhecida após a imputação de qualquer perda por imparidade resultante dessa unidade geradora de caixa de acordo com a NRF 17-Imparidade
de activos.
4
A não ser que o activo seja um activo fixo tangível ou um activo intangível que tenha sido revalorizado de acordo com a NRF 7-Activos fixos
tangíveis ou a NRF 6-Activos Intangíveis antes da classificação como detido para venda, em cujo caso o ajustamento deve ser tratado como
acréscimo ou decréscimo de revalorização.
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tinuadas e das alienações de activos não correntes (ou grupos para alienação).
Apresentar unidades operacionais descontinuadas (31 a 34)
31. Um componente de uma unidade compreende unidades operacionais e fluxos de
caixa que possam ser claramente distinguidos, operacionalmente e para finalidades de re-
lato financeiro, do resto da entidade. Por outras palavras, um componente de uma entidade
terá sido uma unidade geradora de caixa ou um grupo de unidades geradoras de caixa en-
quanto detida para uso.
32. Uma unidade operacional descontinuada é um componente de uma entidade que
tenha sido alienada ou esteja classificada para venda, e
(a) Represente uma importante linha de negócios separada ou uma área geográfi-
ca operacional;
(b) Seja parte integrante de um único plano coordenado para alienar uma impor-
tante linha de negócios separada ou área geográfica operacional, ou
(c) Seja uma subsidiária adquirida exclusivamente com vista à revenda.
33. Uma entidade deve divulgar relativamente às operações descontinuadas:
(a) A quantia de resultados reconhecida no período e respectiva análise; e
(b) Os fluxos de caixa líquidos atribuíveis às actividades de exploração, investi-
mento e financiamento das unidades operacionais descontinuadas.
34. Se uma entidade deixar de classificar um componente de uma entidade como deti-
do para venda, os resultados do componente anteriormente apresentados nas unidades ope-
racionais descontinuadas devem ser reclassificados e incluídos no rendimento das unidades
operacionais em continuação para todos os períodos apresentados. As quantias relativas a
exercícios anteriores devem ser descritas como tendo sido novamente apresentadas.
Ganhos ou perdas relacionados com unidades operacionais em continuação (35)
35. Qualquer ganho ou perda relativo à remensuração de um activo não corrente (ou
grupo para alienação) classificado como detido para venda que não satisfaça a definição de
unidade operacional descontinuada deve ser incluído nos resultados das unidades opera-
cionais em continuação.
Apresentação de um activo não corrente ou de um grupo para alienação classificado
como detido para venda (36 e 37)
36. Uma entidade deve apresentar um activo não corrente classificado como detido
para venda e os activos de um grupo para alienação classificado como detido para venda se-
paradamente de outros activos no balanço. Os passivos de um grupo para alienação classi-
ficado como detido para venda devem ser apresentados separadamente dos outros passivos
no balanço. Esses activos e passivos não devem ser compensados nem apresentados como
uma única quantia. As principais classes de activos e passivos classificados como detidos
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Despacho Normativo n.º 9/2008, de 29 de Dezembro
para venda devem ser divulgadas separadamente ou na face do balanço ou no Anexo, ex-
cepto conforme permitido pelo parágrafo 37.
37. Se o grupo para alienação for uma subsidiária recém-adquirida que satisfaça os
critérios de classificação como detido para venda no momento da aquisição (ver parágrafo
11), não é exigida a divulgação das principais classes de activos e passivos.
Divulgações adicionais (38 e 39)
38. Uma entidade deve divulgar a seguinte informação no Anexo do período em que
o activo não corrente (ou grupo para alienação) foi classificado como detido para venda ou
vendido:
(a) Uma descrição do activo não corrente (ou grupo para alienação);
(b) Uma descrição dos factos e circunstâncias da venda, ou que conduziram à alie-
nação esperada, e a forma e tempestividade esperada para essa alienação;
(c) O ganho ou perda reconhecido de acordo com os parágrafos 20 a 22 e, se não
tiver sido apresentado separadamente na face da demonstração dos resultados,
o título na demonstração dos resultados que inclua esse ganho ou perda.
39. Caso se aplique o parágrafo 26 ou o parágrafo 29, uma entidade deve divulgar,
no período da decisão para alterar o plano de vender o activo não corrente (ou grupo para
alienação), uma descrição dos factos e circunstâncias que levaram à decisão.
Data de eficácia (40)
40. Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos com início em ou após 1
de Janeiro de 2009.
ANEXO 1
Suplemento de aplicação
Extensão do período exigido para concluir uma venda
Tal como indicado no parágrafo 9, uma extensão do período durante o qual se exige
que a venda seja concluída não exclui que um activo (ou grupo para alienação) seja classi-
ficado como detido para a venda se o atraso for causado por acontecimentos ou circunstân-
cias fora do controlo da entidade e se houver prova suficiente de que a entidade continua
comprometida com o seu plano de vender o activo (ou grupo para alienação). Uma excep-
ção ao requisito de um ano referido no parágrafo 8 deve portanto aplicar-se nas seguintes
situações em que esses acontecimentos ou circunstâncias ocorram:
(a) À data em que uma entidade se compromete a planear a venda de um activo
não corrente (ou grupo para alienação), ela espera razoavelmente que outros
(não compradores) imponham condições à transferência do activo (ou grupo
para alienação) que prolonguem o período exigido para que a venda seja con-
cluída; e
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Despacho Normativo n.º 9/2008, de 29 de Dezembro
(i) As acções necessárias para responder a essas condições não podem ser
iniciadas antes de ser obtido um compromisso firme de compra; e
(ii) Um compromisso firme de compra é altamente provável dentro de um
ano.
(b) Uma entidade obtém um compromisso firme de compra e, como resulta-
do, um comprador ou outros impõem inesperadamente condições à trans-
ferência de um activo não corrente (ou grupo para alienação), anterior-
mente classificado como detido por venda, que irão prolongar o período
exigido para que a venda seja concluída; e
(i) foram tomadas as acções tempestivas necessárias para responder às con-
dições; e
(ii) Se espere uma resolução favorável dos factos que condicionam o atraso.
(c) Durante o período inicial de um ano, ocorrem circunstâncias que foram
anteriormente consideradas improváveis e, como resultado, um activo
não corrente (ou grupo para alienação) anteriormente classificado como
detido para venda não é vendido até ao final desse período; e
(i) Durante o período inicial de um ano, a entidade envidou as acções neces-
sárias para responder à alteração nas circunstâncias;
(ii) O activo não corrente (ou grupo para alienação) está a ser amplamente
publicitado a um preço que é razoável, dada a alteração nas circunstân-
cias; e
(iii) Foi satisfeito o critério do parágrafo 8.
A Ministra, Cristina Duarte.
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Custos directos iniciais: são custos incrementais que são directamente atribuíveis à
negociação e aceitação de uma locação, excepto os custos incorridos pelos locadores fabri-
cantes ou negociantes.
Início da locação: é a mais antiga de entre a data do acordo de locação e a de um com-
promisso assumido pelas partes quanto às principais disposições da locação. Nesta data:
(a) Uma locação é classificada como uma locação financeira ou uma locação ope-
racional; e
(b) No caso de uma locação financeira, são determinadas as quantias a reconhecer
no começo do prazo da locação.
Investimento bruto na locação: é o agregado de:
(a) Os pagamentos mínimos da locação a receber pelo locador segundo uma loca-
ção financeiro; e
(b) Qualquer valor residual não garantido que acresça ao locador.
Investimento líquido na locação: é o investimento bruto na locação descontado à taxa
de juro implícita na locação.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas.
Locação: é um acordo pelo qual o locador transmite ao locatário, em troca de um
pagamento ou série de pagamentos, o direito de usar um activo por um período de tempo
acordado.
Locação financeira: é uma locação que transfere substancialmente todos os riscos e
vantagens inerentes à posse de um activo. O título de propriedade pode ou não ser eventu-
almente transferido.
Locação não cancelável: é uma locação que somente pode ser cancelável:
(a) Após a ocorrência de alguma contingência remota;
(b) Com a permissão do locador;
(c) Se o locatário celebrar uma nova locação para o mesmo activo ou para um
activo equivalente com o mesmo locador; ou
(d) Após o pagamento pelo locatário de uma quantia adicional tal que, no início
da locação, a continuação da mesma seja razoavelmente certa.
Locação operacional: é uma locação que não seja uma locação financeira.
Pagamentos mínimos da locação: são os pagamentos durante o prazo da locação que o
locatário vai fazer, ou que lhe possam ser exigidos, excluindo a renda contingente, custos
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relativos a serviços e impostos a serem pagos pelo, e reembolsados ao, locador, juntamente
com:
(a) No caso do locatário, quaisquer quantias garantidas pelo locatário ou por uma
parte relacionada com o locatário; ou
(b) No caso do locador, qualquer valor residual garantido ao locador:
(i) Pelo locatário;
(ii) Por uma parte relacionada com o locatário; ou
(iii) Por um terceiro não relacionado com o locador, que seja financeiramente
capaz de satisfazer tal garantia.
Contudo, se o locatário tiver a opção de comprar o activo por um preço que se espera
que seja suficientemente mais baixo do que o justo valor na data em que a opção se torne
exercível para que, no início da locação, seja razoavelmente certo que ela será exercida, os
pagamentos mínimos da locação compreendem os pagamentos mínimos a pagar durante
o prazo da locação até à data esperada do exercício desta opção de compra e o pagamento
necessário para a exercer.
Prazo da locação: é o período não cancelável pelo qual o locatário contratou locar o activo
juntamente com quaisquer termos adicionais pelos quais o locatário tem a opção de con-
tinuar a locar o activo, com ou sem pagamento adicional, quando no início da locação for
razoavelmente certo que o locatário irá exercer a opção.
Renda contingente: é a parte dos pagamentos da locação que não está fixada em quan-
tia mas antes baseada na futura quantia de um factor que se altera sem ser pela passagem
do tempo (por exemplo, percentagem de futuras vendas, quantidade de futuro uso, futuros
índices de preços, futuras taxas de juro do mercado).
Rendimento financeiro não obtido: é a diferença entre:
(a) O investimento bruto na locação; e
(b) O investimento líquido na locação.
Taxa de juro implícita na locação: é a taxa de desconto que, no início da locação, faz
com que o valor presente agregado de:
(a) Os pagamentos mínimos da locação; e
(b) O valor residual não garantido seja igual à soma:
(c) Do justo valor do activo locado; e
(d) De quaisquer custos directos iniciais do locador.
Taxa de juro incremental de financiamento do locatário: é a taxa de juro que o locatario
teria que pagar numa locação semelhante ou, se isso não for determinável, a taxa que, no
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beça) são imputados entre os elementos terrenos e edifícios em proporção aos justos valo-
res relativos dos juros da detenção de locação no elemento terrenos e no elemento edifícios
da locação no início da locação. Se os pagamentos da locação não puderem ser fiavelmente
imputados entre estes dois elementos, a totalidade da locação é classificada como locação
financeira, a não ser que seja claro que ambos os elementos são locações operacionais, caso
em que a totalidade da locação é classificada como locação operacional.
17. Para uma locação de terrenos e edifícios na qual a quantia que seria inicialmente
reconhecida para o elemento terrenos, de acordo com o parágrafo 20, seja imaterial, os
terrenos e os edifícios podem ser tratados como uma única unidade para a finalidade da
classificação da locação e classificados como locação financeira ou operacional de acordo
com os parágrafos 7 a 13. Em tal caso, a vida económica dos edifícios é considerada como
a vida económica da totalidade do activo locado.
18. A gestão separada dos elementos terrenos e edifícios não é exigida quando os juros
do locatário tanto com os terrenos como com os edifícios forem classificados como pro-
priedade de investimento de acordo com a NRF 10 — Propriedades de Investimento e for
adoptado o modelo do justo valor. Apenas são necessários cálculos pormenorizados para
esta avaliação se a classificação de um ou ambos os elementos for incerta.
19. De acordo com a NRF 10 — Propriedades de Investimento, é possível a um locatá-
rio classificar um interesse de propriedade detido mediante uma locação operacional como
propriedade de investimento. Se assim fizer, o interesse da propriedade é contabilizado
como se fosse uma locação financeira e, além disso, o modelo do justo valor é usado para
o reconhecimento do activo. O locatário deve continuar a contabilizar a locação como lo-
cação financeira, mesmo que um evento posterior altere a natureza do interesse de proprie-
dade do locatário de forma que já não seja classificado como propriedade de investimento.
É este o caso se, por exemplo, o locatário:
(a) Ocupar a propriedade, a qual é depois transferida para propriedade ocupada
pelo proprietário por um “custo considerado” que seja igual ao seu justo valor
à data da alteração no uso; ou
(b) Conceder uma sublocação que transfira substancialmente todos os riscos e
vantagens inerentes à propriedade do interesse para uma parte não relaciona-
da. Uma tal sublocação é contabilizada pelo locatário como locação financeira
a um terceiro, embora possa ser contabilizada como locação operacional pelo
terceiro.
Locações nas demonstrações financeiras de locatários (20 a 31)
Locações financeiras (20 a 29)
Reconhecimento inicial (20 a 22)
20. No começo do prazo de locação, os locatários devem reconhecer as locações fi-
nanceiras como activos e passivos nos seus balanços por quantias iguais ao justo valor da
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propriedade locada ou, se inferior, ao valor presente dos pagamentos mínimos da locação,
cada um determinado no início da locação. A taxa de desconto a usar no cálculo do valor
presente dos pagamentos mínimos da locação é a taxa de juro implícita na locação, se for
praticável determinar essa taxa; se não for, deve ser usada a taxa incremental de financia-
mento do locatário. Quaisquer custos directos iniciais do locatário são adicionados à quan-
tia reconhecida como activo.
21. São frequentemente incorridos custos directos iniciais em ligação com actividades
específicas da locação, como na negociação e garantia de acordos de locação. Os custos
identificados directamente como atribuíveis a actividades executadas pelo locatário para
uma locação financeira, são incluídos como parte da quantia reconhecida como um activo
sob locação.
22. Não é apropriado que os passivos por activos locados sejam apresentados nas de-
monstrações financeiras como uma dedução dos activos locados. Se para a apresentação de
passivos na face do balanço for feita uma distinção entre passivos correntes e não correntes,
a mesma distinção deve ser feita para os passivos da locação.
Mensuração subsequente (23 a 27)
23. Os pagamentos mínimos da locação devem ser repartidos entre o encargo financei-
ro e a redução do passivo pendente. O encargo financeiro deve ser imputado a cada período
durante o prazo da locação de forma a produzir uma taxa de juro periódica constante sobre
o saldo remanescente do passivo. As rendas contingentes devem ser debitadas como gastos
nos períodos em que foram incorridas.
24. Uma locação financeira dá origem a um gasto de depreciação relativo ao activo
depreciável assim como a um gasto financeiro em cada período contabilístico. A política
de depreciação para os activos locados depreciáveis deve ser consistente com a dos activos
depreciáveis que sejam possuídos e a depreciação reconhecida deve ser calculada nas ba-
ses estabelecidas na NRF 6 - Activos Intangíveis e NRF 7 — Activos Fixos Tangíveis. Se
não houver certeza razoável de que o locatário obtenha a propriedade no fim do prazo da
locação, o activo deve ser totalmente depreciado durante o prazo da locação ou da sua vida
útil, o que for mais curto.
25. A quantia depreciável de um activo locado é imputada a cada período contabilísti-
co durante o período do uso esperado numa base sistemática consistente com a política de
depreciação que o locatário adopte para activos depreciáveis de que seja proprietário. Se
houver certeza razoável de que o locatário obterá a propriedade no fim do prazo da locação,
o período de uso esperado é a vida útil do activo; se tal não for possível o activo é deprecia-
do durante o prazo da locação ou da sua vida útil, dos dois o mais curto.
26. A soma do gasto de depreciação do activo e do gasto financeiro do período rara-
mente é a mesma que a dos pagamentos da locação no período, sendo, por isso, inadequado
simplesmente reconhecer os pagamentos da locação como um gasto. Por conseguinte, é
600
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improvável que o activo e o passivo relacionados sejam de quantia igual após o início da
locação.
27. Para determinar se um activo locado está em imparidade, uma entidade aplica a
NRF 17 - Imparidade de Activos.
Divulgações (28 e 29)
28. Os locatários devem fazer as seguintes divulgações relativas a locações finan-
ceiras:
(a) Para cada categoria de activo, a quantia escriturada líquida à data do balan-
ço;
(b) Uma reconciliação entre o total dos futuros pagamentos mínimos da locação à
data do balanço, e o seu valor presente. Além disso, uma entidade deve divul-
gar o total dos futuros pagamentos mínimos da locação à data do balanço, e o
seu valor presente, para cada um dos seguintes períodos.
(i) Não mais de um ano;
(ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos;
(iii) Mais de cinco anos;
(c) As rendas contingentes reconhecidas como um gasto do período;
(d) O total dos futuros pagamentos mínimos de sublocação que se espera receber
por sublocações não canceláveis à data do balanço; e
(e) Uma descrição geral dos acordos de locação significativos do locatário in-
cluindo, pelo menos, o seguinte;
(i) A base pela qual é determinada a renda contingente a pagar;
(ii) A existência e cláusulas de renovação ou de opções de compra e cláu-
sulas de escalonamento; e
(iii) Restrições impostas por acordos de locação, tais como as que respeitam a
dividendos, dívida adicional, e posterior locação.
29. Além disso, os requisitos da divulgação segundo a NRF 6 - Activos Intangíveis,
NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis, NRF 10 Propriedades de Investimento, NRF 17- Im-
paridade de Activos e NRF 12- Agricultura, aplicam-se a locatários por activos locados
segundo locações financeiras.
Locações operacionais (30 e 31)
Reconhecimento (30)
30. Os pagamentos de uma locação operacional devem ser reconhecidos como um
gasto numa base linear durante o prazo da locação salvo se uma outra base sistemática for
mais representativa do modelo temporal do benefício do utente.
Divulgações (31)
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tos iniciais são incluídos na mensuração inicial da conta a receber de locação financeira e
reduzem a quantia de rendimento reconhecida durante o prazo da locação. A taxa de juro
implícita na locação é definida de tal forma que os custos directos iniciais são automa-
ticamente incluídos na conta a receber de locação financeira e não há necessidade de os
adicionar separadamente. Os custos incorridos pelos locadores fabricantes ou negociantes
em ligação com a negociação e aceitação de uma locação estão excluídos da definição de
custos directos iniciais. Como resultado, são excluídos do investimento líquido na locação
e são reconhecidos como um gasto quando o lucro da venda for reconhecido, o que para
uma locação financeira é normalmente no começo do prazo da locação.
Mensuração subsequente (35 a 40)
35. O reconhecimento do rendimento financeiro deve ser baseado num modelo que
reflicta uma taxa de retorno periódica constante sobre o investimento líquido do locador na
locação financeira.
36. São regularmente revistos os valores residuais estimados não garantidos usados no
cálculo do investimento bruto do locador numa locação. Se tiver havido uma redução no
valor residual estimado não garantido, é revista a imputação do rendimento durante o prazo
da locação e qualquer redução no que respeita a quantias já acrescidas é imediatamente
reconhecida.
37. Um activo envolvido numa locação financeira que esteja classificado como detido
para venda (ou incluído num grupo para alienação, que esteja classificado como detido para
venda) de acordo com a NRF 8 — Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades
Operacionais Descontinuadas, deve ser contabilizado de acordo com essa Norma.
38. Os locadores fabricantes ou negociantes devem reconhecer lucro ou perda de ven-
da no período, de acordo com a política seguida pela entidade para vendas imediatas. Se
forem fixadas taxas de juro artificialmente baixas, o lucro de venda deve ser restrito ao que
se aplicaria se uma taxa de juro do mercado fosse debitada. Os custos incorridos pelos loca-
dores fabricantes ou negociantes em ligação com a negociação e aceitação de uma locação
devem ser reconhecidos como um gasto quando o lucro da venda for reconhecido.
39. O rédito de vendas reconhecido no começo do prazo de uma locação financeira por
um locador fabricante ou negociante é o justo valor do activo, ou, se mais baixo, o valor
presente dos pagamentos mínimos da locação que acresça ao locador, calculado a uma taxa
de juro do mercado. O custo de venda reconhecido no começo do prazo da locação é o
custo, ou a quantia escriturada se diferente, da propriedade locada menos o valor presente
do valor residual não garantido. A diferença entre o rédito da venda e o custo da venda é o
lucro da venda, que é reconhecido de acordo com a política seguida pela entidade para as
vendas.
40. Os locadores fabricantes ou negociantes indicam algumas vezes taxas de juro ar-
tificialmente baixas a fim de atrair clientes. A utilização de tal taxa resultaria numa parte
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duto da venda sobre a quantia escriturada. Tal excesso, é diferido e amortizado durante o
prazo da locação.
54. Se uma transacção de venda seguida de locação resultar numa locação operacional,
e for claro que a transacção é estabelecida pelo justo valor, qualquer lucro ou perda deve
ser imediatamente reconhecido.
55. Se o preço de venda estiver abaixo do justo valor, qualquer lucro ou perda deve ser
imediatamente reconhecido, a menos que a perda esteja compensada por pagamentos futuros
da locação abaixo do preço de mercado. Neste caso tal lucro ou perda deve ser diferido e amor-
tizado na proporção dos pagamentos da locação durante o período pelo qual se espera que o
activo seja usado.
56. Se o preço de venda estiver acima do justo valor, o excesso sobre o justo valor deve
ser diferido e amortizado durante o período pelo qual se espera que o activo seja usado.
57. Se a venda seguida de locação resultar numa locação operacional, e os pagamentos da
locação e o preço de venda estiverem estabelecidos pelo justo valor, houve com efeito uma
operação de venda normal e qualquer lucro ou perda é imediatamente reconhecido.
58. Para as locações operacionais, se o justo valor na altura de uma transacção de ven-
da seguida de locação for menor do que a quantia escriturada do activo, deve ser imediata-
mente reconhecida uma perda igual à diferença entre a quantia escriturada e o justo valor.
Divulgações (59)
59. Os requisitos de divulgação para locatários e locadores aplicam-se igualmente a
transacções de venda seguida de locação. A descrição exigida dos acordos significativos de
locação conduz à divulgação de cláusulas únicas ou invulgares do acordo ou das cláusulas
das transacções de venda seguida de locação.
Data de eficácia (60)
60. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
ANEXO 1
Regime especial das pequenas entidades
1. Às entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se
aplicam as alíneas b) c) e d) do nº 28.
2. Às entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se
aplica o parágrafo 31 devendo no entanto estas entidades darem informação das cláusulas
mais significativas existentes no contrato de locação operacional nomeadamente: opções
de compra; renovações; e compromissos temporais.
3. Não se permite a utilização dos parágrafos 32 a 50 às entidades inseridas no
REPE.
A Ministra, Cristina Duarte.
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Custo: é a quantia de caixa ou seus equivalentes paga ou o justo valor de outra retribui-
ção dada para adquirir um activo no momento da sua aquisição ou construção ou, quando
aplicável, a quantia atribuída a esse activo aquando do reconhecimento inicial de acordo
com os requisitos específicos de outras NRF.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas.
Propriedade de investimento: é a propriedade (terreno ou um edifício - ou parte de
um edifício - ou ambos) detida (pelo dono ou pelo locatário numa locação financeira) para
obter rendas ou para valorização do capital ou para ambas as finalidades, e não para:
(a) Uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades
administrativas; ou (b) venda no curso ordinário do negócio.
Propriedade ocupada pelo dono: é a propriedade detida (pelo dono ou pelo locatário
numa locação financeira) para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou
para finalidades administrativas.
Quantia escriturada: é a quantia pela qual um activo é reconhecido no Balanço, após
a dedução de qualquer depreciação/amortização acumulada e de perdas por imparidade
acumuladas inerentes.
6. Um interesse de propriedade que seja detido por um locatário numa locação opera-
cional pode ser classificado e contabilizado como propriedade de investimento se, e apenas
se, a propriedade satisfizer de outra forma a definição de uma propriedade de investimento
e o locatário usar o modelo do justo valor definido nos parágrafos 35 a 57 para o activo
reconhecido. Esta classificação alternativa está disponível numa base de propriedade por
propriedade. Contudo, uma vez escolhida esta classificação alternativa para um interesse de
propriedade deste género detido segundo uma locação operacional, todas as propriedades
classificadas como propriedade de investimento devem ser contabilizadas usando o modelo
do justo valor. Quando esta classificação alternativa for escolhida, qualquer interesse assim
classificado é incluído nas divulgações exigidas nos parágrafos 76 a 79
7. As propriedades de investimento são detidas para obter rendas ou para valorização do
capital ou para ambas as finalidades. Por isso, uma propriedade de investimento gera fluxos
de caixa altamente independentes dos outros activos detidos por uma entidade. Isto distin-
gue as propriedades de investimento de propriedades ocupadas pelos donos. A produção
ou fornecimento de bens ou serviços (ou o uso de propriedades para finalidades adminis-
trativas) gera fluxos de caixa que são atribuíveis não apenas ás propriedades, mas também
a outros activos usados no processo de produção ou de fornecimento. A NRF 7 - Activos
Fixos Tangíveis aplica-se a propriedades ocupadas pelos donos.
8. O que se segue são exemplos de propriedades de investimento:
(a) Terrenos detidos para valorização do capital a longo prazo e não para venda a
curto prazo no curso ordinário de negócios;
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(b) Terrenos detidos para uso futuro ainda não determinado (se uma entidade não
tiver determinado que usará o terreno como propriedade ocupada pelo dono
ou para venda a curto prazo no curso ordinário do negócio, o terreno é consi-
derado como detido para valorização do capital);
(c) Um edifício que seja propriedade da entidade (ou detido pela entidade numa
locação financeira) e que seja locado segundo uma ou mais locações operacio-
nais;
(d) Um edifício que esteja desocupado mas detido para ser locado segundo uma
ou mais locações operacionais.
9. Seguem-se exemplos de itens que não são propriedades de investimento, estando,
por isso, fora do âmbito desta Norma:
(a) Propriedades destinadas à venda no curso ordinário do negócio ou em vias de
construção ou desenvolvimento para tal venda (ver NRF 13 - Inventários), por
exemplo, propriedade adquirida exclusivamente com vista a alienação subse-
quente no futuro próximo ou para desenvolvimento e revenda;
(b) Propriedade que esteja a ser construída ou desenvolvida por conta de terceiros
(ver NRF 14 - Contratos de Construção);
(c) Propriedade ocupada pelo dono (ver NRF 7 — Activos Fixos Tangíveis), in-
cluindo (entre outras coisas) propriedade detida para futuro uso como proprie-
dade ocupada pelo dono, propriedade detida para futuro desenvolvimento e
uso subsequente como propriedade ocupada pelo dono, propriedade ocupada
por empregados (paguem ou não os empregados rendas a taxas de mercado) e
propriedade ocupada pelo dono aguardando alienação;
(d) Propriedade que esteja a ser construída ou desenvolvida para futuro uso como
propriedade de investimento. A NRF 7 — Activos Fixos Tangíveis aplica-se a
tal propriedade até que a construção ou o desenvolvimento esteja concluído,
momento em que a propriedade se torna propriedade de investimento e em
que se aplica esta Norma. Porém, esta Norma aplica-se a propriedades de in-
vestimento existentes que estejam a ser desenvolvidas de novo para futuro uso
continuado como propriedade de investimento (ver parágrafo 60);
10. Algumas propriedades compreendem uma parte que é detida para obter rendas ou
para valorização de capital e uma outra parte que é detida para uso na produção ou forne-
cimento de bens ou serviços ou para finalidades administrativas. Se estas partes puderem
ser vendidas separadamente (ou locadas separadamente segundo uma locação financeira),
uma entidade contabilizará as partes separadamente. Se as partes não puderem ser vendi-
das separadamente, a propriedade só é uma propriedade de investimento se uma parte não
significativa for detida para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para
finalidades administrativas.
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11. Em alguns casos, uma entidade proporciona serviços de apoio aos ocupantes de
uma propriedade que ela detenha. Uma entidade trata tal propriedade como propriedade de
investimento se os serviços forem insignificantes em relação ao acordo como um todo. Um
exemplo é quando o dono de um edifício de escritórios proporciona serviços de segurança
e de manutenção aos locatários que ocupam o edifício.
12. Noutros casos, os serviços prestados são significativos. Por exemplo, se uma en-
tidade possui e gere um hotel, os serviços proporcionados aos hóspedes são significativos
para o acordo como um todo. Por isso, um hotel gerido pelo dono, é uma propriedade ocu-
pada pelo dono e não uma propriedade de investimento.
13. Pode ser difícil determinar se os serviços de apoio são ou não tão significativos
que uma propriedade não se qualifique como propriedade de investimento. Por exemplo,
o dono de um hotel por vezes transfere algumas responsabilidades a terceiros segundo
um contrato de gestão. Os termos de tais contratos variam grandemente. Num extremo do
espectro, a posição do dono pode, em substância, ser a de um investidor passivo. No outro
extremo do espectro, o dono pode simplesmente ter procurado fora funções do dia a dia,
embora ficando com significativa exposição a riscos de variações nos fluxos de caixa gera-
dos pelas operações do hotel.
14. É necessário juízo de valor para determinar se uma propriedade se qualifica como
uma propriedade de investimento. Uma entidade desenvolve critérios a fim de que possa
exercer esse juízo de valor de forma consistente de acordo com a definição de propriedade
de investimento e com a relacionada orientação nos parágrafos 7 a 13. O parágrafo 77 (c)
exige que uma entidade divulgue estes critérios quando a classificação for difícil.
15. Em alguns casos, uma entidade possui propriedade que está locada à, e ocupada
pela, sua empresa-mãe ou por uma outra subsidiária. A propriedade não se qualifica como
propriedade de investimento nas demonstrações financeiras consolidadas, porque a pro-
priedade está ocupada pelo dono na perspectiva do grupo. Porém, da perspectiva da entida-
de que a possui, tal propriedade é propriedade de investimento se satisfizer a definição do
parágrafo 5. Por isso, o locador trata a propriedade como propriedade de investimento nas
suas demonstrações financeiras individuais.
Reconhecimento (16 a 19)
16. A propriedade de investimento deve ser reconhecida como um activo quando, e
apenas quando:
(a) For provável que os futuros benefícios económicos que estejam associados à
propriedade de investimento fluirão para a entidade; e
(b) O custo da propriedade de investimento possa ser mensurado fiavelmente.
17. Uma entidade avalia segundo este princípio de reconhecimento todos os seus cus-
tos da propriedade de investimento no momento em que eles sejam incorridos. Estes custos
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25. O custo inicial do interesse de propriedade detido numa locação e classificado como
uma propriedade de investimento deve estar de acordo com o prescrito para uma locação
financeira no parágrafo 20 da NRF 9 - Locações, i.e. o activo deve ser reconhecido pelo
menor do justo valor da propriedade e do valor presente dos pagamentos mínimos da loca-
ção. Uma quantia equivalente deve ser reconhecida como passivo de acordo com o mesmo
parágrafo.
26. Qualquer prémio pago por uma locação é tratado como parte dos pagamentos míni-
mos da locação para esta finalidade, e é portanto incluído no custo do activo, mas excluído
do passivo. Se um interesse de propriedade detido segundo uma locação for classificado
como propriedade de investimento, o item contabilizado pelo justo valor é esse interesse
e não a propriedade subjacente. A orientação para a determinação do justo valor de um
interesse de propriedade está desenvolvida para o modelo do justo valor nos parágrafos 35
a 57. Essa orientação também é relevante para a determinação do justo valor quando esse
valor é usado como custo para finalidades do reconhecimento inicial.
27. Uma ou mais propriedades de investimento podem ser adquiridas em troca de
um activo ou activos não monetários, ou de uma combinação de activos monetários e não
monetários, O seguinte exemplo refere-se a uma troca de um activo não monetário por um
outro, mas também se aplica a todas as trocas descritas na frase anterior. O custo de tal
propriedade de investimento é mensurado pelo justo valor a menos que (a) a transacção
de troca careça de substância comercial ou (b) nem o justo valor do activo recebido nem o
justo valor do activo cedido sejam fiavelmente mensuráveis. O activo adquirido é mensura-
do desta forma mesmo que uma entidade não possa imediatamente desreconhecer o activo
cedido. Se o activo adquirido não for mensurado pelo justo valor, o seu custo é mensurado
pela quantia escriturada do activo cedido.
28. Uma entidade determina se uma transacção de troca tem substância comercial
considerando a extensão em que espera que os seus futuros fluxos de caixa sejam alterados
como resultado da transacção. Uma transacção de troca tem substância comercial se:
(a) A configuração (risco, tempestividade e quantia) dos fluxos de caixa do activo
recebido diferir da configuração dos fluxos de caixa do activo transferido; ou
(b) O valor específico para a entidade relativo à parte das operações da entidade
afectadas pela transacção se altera em resultado da troca; e
(c) A diferença na alínea (a) ou (b) for significativa em relação ao justo valor dos
activos trocados. Para a finalidade de determinar se uma transacção de troca
tem substância comercial, o valor específico para a entidade relativo à parte
das operações da entidade afectada pela transacção deve reflectir os fluxos de
caixa após impostos. O resultado destas análises pode ser claro sem que uma
entidade tenha de efectuar cálculos detalhados.
613
Despacho Normativo n.º 11/2008, de 29 de Dezembro
29. O justo valor de um activo para o qual não existam transacções de mercado compa-
ráveis é fiavelmente mensurável se (a) a variabilidade no intervalo de estimativas razoáveis
do justo valor não for significativa para esse activo ou (b) as probabilidades de várias esti-
mativas dentro do intervalo puderem ser razoavelmente avaliadas e usadas ao estimar o jus-
to valor. Se a entidade for capaz de determinar com fiabilidade o justo valor tanto do activo
recebido como do activo cedido, então o justo valor do activo cedido é usado para mensurar
o custo a não ser que o justo valor do activo recebido seja mais claramente evidente.
Mensuração após reconhecimento (30 a 58)
Política contabilística (30 a 34)
30. Com as excepções indicadas nos parágrafos 32 a 36, uma entidade deve escolher
como sua política contabilística ou o modelo do justo valor referido nos parágrafos 35 a 57
ou o modelo do custo mencionado no parágrafo 58 e deve aplicar essa política a todas as
suas propriedades de investimento.
31. A NRF 3 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros afirma que uma alteração voluntária na política contabilística deve ser feita apenas
se a alteração resultar numa apresentação mais apropriada de transacções, de outros acon-
tecimentos ou de condições nas demonstrações financeiras da entidade. É altamente im-
provável que uma alteração do modelo do justo valor para o modelo do custo resulte numa
apresentação mais apropriada.
32. Esta Norma exige que todas as entidades determinem o justo valor de propriedades
de investimento, para a finalidade de mensuração (se a entidade usar o modelo do justo
valor) ou de divulgação (se usar o modelo do custo). Incentiva-se uma entidade, mas não se
lhe exige, que determine o justo valor das propriedades de investimento na base de uma va-
lorização por um avaliador independente que tenha uma qualificação profissional relevante
e reconhecida e que tenha experiência recente na localização e na categoria da propriedade
de investimento que esteja a ser valorizada.
33. Uma entidade pode:
(a) Escolher ou o modelo do justo valor ou o modelo do custo para todas as pro-
priedades de investimento que suportem passivos que pagam um retorno di-
rectamente associado ao justo valor de, ou aos retornos de, activos especifica-
dos incluindo essa propriedade de investimento; e
(b) Escolher ou o modelo do justo valor ou o modelo do custo para todas as outras
propriedades de investimento, independentemente da escolha feita na alínea
(a).
34. Se uma entidade escolher diferentes modelos para as duas categorias descritas no
parágrafo 33, as vendas de propriedades de investimento entre conjuntos de activos men-
surados usando modelos diferentes devem ser reconhecidas pelo justo valor e a alteração
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são reconhecidos nas demonstrações financeiras até data posterior (por exemplo, pagamen-
tos periódicos como rendas contingentes).
43. O parágrafo 25 especifica a base do reconhecimento inicial do custo de um in-
teresse numa propriedade locada. O parágrafo 35 exige que o interesse numa proprieda-
de locada seja remensurado, se necessário, pelo justo valor. Numa locação negociada às
taxas de mercado, o justo valor de um interesse numa propriedade locada na aquisição,
líquido de todos os pagamentos de locação esperados (incluindo os relativos a passivos
reconhecidos), deve ser zero. Este justo valor não se altera independentemente, para fins
contabilísticos, de um activo e passivo locados serem reconhecido pelo justo valor ou pelo
valor presente dos pagamentos mínimos da locação, de acordo com o parágrafo 20 da NRF
9 - Locações. Assim, remensurar um activo locado para o custo de acordo com o parágrafo
25 para o justo valor de acordo com o parágrafo 35 não deveria resultar em qualquer ganho
ou perda inicial, a não ser que o justo valor seja mensurado em momentos diferentes. Isto
pode ocorrer quando for feita uma escolha para aplicar o modelo do justo valor após o
reconhecimento inicial.
44. A definição de justo valor refere-se a “partes conhecedoras e dispostas a isso”. Nes-
te contexto, “conhecedoras” significa que tanto o comprador disposto a isso como o vende-
dor disposto a isso estão razoavelmente informados acerca da natureza e características da
propriedade de investimento, dos seus usos reais e potenciais, e das condições do mercado
à data do balanço. Um comprador disposto a isso está motivado, mas não compelido, a
comprar. Este comprador não está nem ansioso nem determinado a comprar por qualquer
preço. O comprador assumido não pagaria um preço mais elevado do que o exigido por um
mercado composto por compradores e vendedores conhecedores e dispostos a isso.
45. Um vendedor disposto a isso não é nem um vendedor ansioso nem um vendedor for-
çado, preparado para vender a qualquer preço, nem um vendedor preparado para resistir a
um preço não considerado razoável de acordo com as condições correntes do mercado. O
vendedor disposto a isso está motivado a vender a propriedade de investimento nos termos
do mercado pelo melhor preço possível. As circunstâncias factuais do proprietário efectivo
da propriedade de investimento não fazem parte desta consideração porque o vendedor
disposto a isso é um proprietário hipotético (por exemplo, um vendedor disposto a isso
não teria em consideração as circunstâncias fiscais particulares do proprietário efectivo da
propriedade de investimento).
46. A definição de justo valor refere-se a uma transacção entre partes sem relaciona-
mento entre si. Uma transacção entre partes sem relacionamento entre si é uma transacção
entre partes que não tenham um relacionamento particular ou especial entre elas que torne
os preços das transacções não característicos das condições de mercado. A transacção é tida
como uma transacção entre entidades não relacionadas, cada uma delas actuando indepen-
dentemente.
47. A melhor evidência de justo valor é dada por preços correntes num mercado acti-
vo de propriedades semelhantes no mesmo local e condição e sujeitas a locações e outros
contratos semelhantes. Uma entidade trata de identificar quaisquer diferenças de natureza,
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local ou condição da propriedade, ou nos termos contratuais das locações e de outros con-
tractos relacionados com a propriedade.
48. Na ausência de preços correntes num mercado activo do género descrito no pará-
grafo 47, uma entidade considera a informação proveniente de uma variedade de fontes,
incluindo:
(a) Preços correntes num mercado activo de propriedades de diferente natureza,
condição ou localização (ou sujeitas a diferentes locações ou outros contra-
tos), ajustados para reflectir essas diferenças;
(b) Preços recentes de propriedades semelhantes em mercados menos activos, com
ajustamentos para reflectir quaisquer alterações nas condições económicas
desde a data das transacções que ocorreram a esses preços; e
(c) Projecções de fluxos de caixa descontados com base em estimativas fiáveis
de futuros fluxos de caixa, suportadas pelos termos de qualquer locação e de
outros contratos existentes e (quando possível) por evidência externa tal como
rendas correntes de mercado de propriedades semelhantes no mesmo local e
condição, e usando taxas de desconto que reflictam avaliações correntes de
mercado quanto à incerteza na quantia e tempestividade dos fluxos de caixa.
49. Em alguns casos, as várias fontes listadas no parágrafo anterior podem sugerir conclu-
sões diferentes quanto ao justo valor de uma propriedade de investimento. Uma entidade con-
sidera as razões dessas diferenças, visando chegar à estimativa mais fiável do justo valor dentro
de um intervalo de estimativas razoáveis de justo valor.
50. Em casos excepcionais, há clara evidência quando uma entidade adquire pela pri-
meira vez uma propriedade de investimento (ou quando uma propriedade existente se torna
pela primeira vez propriedade de investimento na sequência da conclusão de construção
ou desenvolvimento, ou após uma alteração de uso) de que a variabilidade no intervalo de
estimativas razoáveis de justo valor seria tão grande, e as probabilidades dos vários efeitos
tão difíceis de avaliar, que é negada a utilidade de uma única estimativa de justo valor. Isto
pode indicar que o justo valor da propriedade não será determinável com fiabilidade numa
base continuada (ver parágrafo 55).
51. O justo valor difere do valor de uso, tal como definido na NRF 17 — Imparidade
de Activos, O justo valor reflecte o conhecimento e as estimativas de compradores e vende-
dores conhecedores e dispostos a isso. Em contraste, o valor de uso reflecte as estimativas
da entidade, incluindo os efeitos de factores que podem ser específicos da entidade e não
aplicáveis às entidades em geral. Por exemplo, o justo valor não reflecte qualquer dos se-
guintes factores na medida em que não estariam geralmente disponíveis para compradores
e vendedores conhecedores e dispostos a isso:
(a) Valor adicional derivado da criação de uma carteira de propriedades em diferentes
localizações;
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excepcionais, há clara evidência quando uma entidade adquire pela primeira vez uma pro-
priedade de investimento (ou quando uma propriedade existente se torne pela primeira vez
propriedade de investimento na sequência da conclusão da construção ou do desenvolvi-
mento, ou após uma alteração de uso) de que o justo valor da propriedade de investimento
não é determinável com fiabilidade numa base continuada. Isto ocorre quando, e apenas
quando, são pouco frequentes transacções de mercado comparáveis e quando não estão
disponíveis estimativas alternativas fiáveis de justo valor (por exemplo, com base em pro-
jecções de fluxos de caixa descontados). Nesses casos, uma entidade deve mensurar essa
propriedade de investimento usando o modelo do custo da NRF 7 — Activos Fixos Tangí-
veis. O valor residual da propriedade de investimento deve ser assumido como sendo zero.
A entidade deve aplicar a NRF 7 até à alienação da propriedade de investimento.
56. Nos casos excepcionais em que uma entidade seja compelida, pela razão dada no
parágrafo precedente, a mensurar uma propriedade de investimento usando o modelo do
custo de acordo com a NRF 7 — Activos Fixos Tangíveis, ela mensura todos as suas outras
propriedades de investimento pelo justo valor. Nestes casos, embora uma entidade possa
usar o modelo do custo para uma propriedade de investimento, a entidade deve continuar a
contabilizar cada uma das propriedades restantes usando o modelo do justo valor.
57. Se uma entidade tiver previamente mensurado uma propriedade de investimento
pelo justo valor, ela deve continuar a mensurar a propriedade pelo justo valor até à aliena-
ção (ou até que a propriedade se torne propriedade ocupada pelo dono ou a entidade co-
mece a desenvolver a propriedade para subsequente venda no curso ordinário do negócio)
mesmo que transacções de mercado comparáveis se tornem menos frequentes ou que os
preços do mercado se tornem menos prontamente disponíveis.
Modelo do custo (58)
58. Após o reconhecimento inicial, uma entidade que escolha o modelo do custo deve
mensurar todas as suas propriedades de investimento de acordo com os requisitos da NRF
7 — Activos Fixos Tangíveis para esse modelo excepto aquelas que satisfaçam os critérios
de classificação como detidas para venda (ou que estejam incluídas num grupo para aliena-
ção que esteja classificado como detido para venda) de acordo com a NRF 8 - Activos Não
Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas. As propriedades
de investimento que satisfaçam os critérios de classificação como detidas para venda (ou
que estejam incluídas num grupo para alienação que esteja classificado como detido para
venda) devem ser mensuradas de acordo com a NRF 8.
Transferências (59 a 67)
59. As transferências para, ou de, propriedades de investimento devem ser feitas quando, e
apenas quando, houver uma alteração de uso, evidenciada pelo seguinte:
(a) Começo de ocupação pelo dono, para uma transferência de propriedade de
investimento para propriedade ocupada pelo dono;
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nessa data entre a quantia escriturada da propriedade de acordo com a NRF 7 — Activos
Fixos Tangíveis e o seu justo valor da mesma forma que uma revalorização de acordo com
a NRF 7. Por outras palavras:
(a) Qualquer diminuição resultante na quantia escriturada da propriedade é reco-
nhecida nos resultados. Porém, até ao ponto em que uma quantia seja incluí-
da no excedente de revalorização dessa propriedade, a diminuição é debitada
contra esse excedente de revalorização;
(b) Qualquer aumento resultante na quantia escriturada é tratado como se segue:
(i) Até ao ponto em que o aumento reverta uma anterior perda por imparidade
dessa propriedade, o aumento é reconhecido nos resultados. A quantia reco-
nhecida nos resultados não pode exceder a quantia necessária para repor a
quantia escriturada para a quantia escriturada que teria sido determinada (lí-
quida de depreciação) caso nenhuma perda por imparidade tivesse sido reco-
nhecida;
(ii) Qualquer parte remanescente do aumento é creditada directamente no capital
próprio no excedente de revalorização. Na alienação subsequente da proprie-
dade de investimento, o excedente de revalorização incluído no capital pró-
prio pode ser transferido para resultados retidos. A transferência do excedente
de revalorização para resultados retidos não é feita através dos resultados.
65. Para uma transferência de inventários para propriedades de investimento que sejam
escrituradas pelo justo valor, qualquer diferença entre o justo valor da propriedade nessa
data e a sua quantia escriturada anterior deve ser reconhecida nos resultados.
66. O tratamento de transferências de inventários para propriedades de investimento
que serão escrituradas pelo justo valor é consistente com o tratamento de vendas de inven-
tários.
67. Quando uma entidade concluir a construção ou o desenvolvimento de uma proprie-
dade de investimento de construção própria que será escriturada pelo justo valor, qualquer
diferença entre o justo valor da propriedade nessa data e a sua quantia escriturada anterior
deve ser reconhecida nos resultados.
Alienações (68 a 75)
68. Uma propriedade de investimento deve ser desreconhecida (eliminada do balanço)
na alienação ou quando a propriedade de investimento for permanentemente retirada de uso
e nenhuns benefícios económicos forem esperados da sua alienação.
69. A alienação de uma propriedade de investimento pode ser alcançada pela venda ou
pela celebração de uma locação financeira. Ao determinar a data de alienação da proprie-
dade de investimento, uma entidade aplica os critérios enunciados na NRF 18 — Rédito
para reconhecimento do rédito da venda de bens. A NRF 9 — Locações aplica-se a uma
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Despacho Normativo n.º 11/2008, de 29 de Dezembro
alienação efectuada pela celebração de uma locação financeira e a uma venda seguida de
locação.
70. Se, de acordo com o princípio de reconhecimento do parágrafo 16, uma entidade
reconhecer na quantia escriturada de um activo o custo de uma substituição de parte de
uma propriedade de investimento, então ela desreconhece a quantia escriturada da parte
substituída. Relativamente à propriedade de investimento contabilizada usando o modelo
do custo, uma parte substituída pode não ser uma parte que tenha sido depreciada separa-
damente. Se não for praticável que uma entidade determine a quantia escriturada da parte
substituída, ela pode usar o custo da substituição como indicação do custo da parte substi-
tuída que era no momento em que foi adquirida ou construída. Segundo o modelo do justo
valor, o justo valor da propriedade de investimento pode já reflectir o facto de que a parte a
ser substituída perdeu o seu valor. Noutros casos, pode ser difícil discernir quanto do justo
valor deve ser reduzido para a parte a ser substituída. Uma alternativa à redução do justo
valor para a parte substituída, quando não for prático realizar essa redução, é incluir o custo
da substituição na quantia escriturada do activo e reavaliar o justo valor, como seria exigido
para adições não envolvendo substituição.
71. Os ganhos ou perdas provenientes da retirada ou alienação de propriedades de
investimento devem ser determinados como a diferença entre os proventos líquidos da
alienação e a quantia escriturada do activo e devem ser reconhecidos nos resultados (a me-
nos que a NRF 9 — Locações exija doutra maneira no caso de uma venda e relocação) no
período da retirada ou da alienação.
72. A retribuição a receber com a alienação de uma propriedade de investimento é ini-
cialmente reconhecida pelo justo valor. Em particular, se o pagamento de uma propriedade
de investimento for diferido, a retribuição recebida é reconhecida inicialmente pelo equiva-
lente ao preço a dinheiro. A diferença entre a quantia nominal da retribuição e o equivalente
ao preço a dinheiro é reconhecida como rédito de juros de acordo com a NRF 18 — Rédito
usando o método do juro efectivo.
73. Uma entidade aplica a NRF 19 — Provisões, Passivos Contingentes e Activos
Contingentes, ou outras Normas, conforme apropriado, a quaisquer passivos que retenha
após a alienação de uma propriedade de investimento.
74. A compensação de terceiros para propriedades de investimento que tenham sofrido
imparidade, se tenham perdido ou tenham sido cedidas deve ser reconhecida nos resultados
quando a compensação se tornar recebível.
75. Imparidades ou perdas de propriedades de investimento, reivindicações relaciona-
das por ou pagamentos de compensação de terceiros e qualquer aquisição ou construção
posterior de activos de substituição constituem acontecimentos económicos separados que
são contabilizados separadamente como se segue:
(a) As imparidades da propriedade de investimento são reconhecidas de acordo
com a NRF 17 — Imparidade de Activos;
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(ii) Uma explanação da razão pela qual o justo valor não pode ser determina-
do com fiabilidade; e
(iii) Se possível, o intervalo de estimativas dentro do qual seja altamente pro-
vável que o justo valor venha a recair.
Data de eficácia (80)
80. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
A Ministra Cristina Duarte.
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obtidos incorridos nesse empréstimo durante o período menos qualquer rendimento de in-
vestimento temporário desses empréstimos.
12. Os acordos de financiamento de um activo que se qualifica podem fazer com que
uma entidade obtenha fundos pedidos de empréstimo e incorra em custos de empréstimos
associados antes de alguns ou todos os fundos serem usados para dispêndios no activo que
se qualifica. Em tais circunstâncias, os fundos são muitas vezes temporariamente investi-
dos aguardando o seu dispêndio no activo que se qualifica. Ao determinar a quantia dos
custos de empréstimos obtidos elegíveis para capitalização durante um período, qualquer
rendimento do investimento gerado de tais fundos é deduzido dos custos incorridos nos
empréstimos obtidos.
13. Na medida em que os fundos sejam pedidos de uma forma geral e usados com o fim
de obter um activo que se qualifica, a quantia de custos de empréstimos obtidos elegíveis
para capitalização deve ser determinada pela aplicação de uma taxa de capitalização aos
dispêndios respeitantes a esse activo. A taxa de capitalização deve ser a média ponderada
dos custos de empréstimos obtidos aplicável aos empréstimos contraídos pela entidade que
estejam em circulação no período, que não sejam empréstimos contraídos especificamente
com o fim de obter um activo que se qualifica. A quantia dos custos de empréstimos obtidos
capitalizados durante um período não deve exceder a quantia dos custos de empréstimos
obtidos incorridos durante o período.
14. Em algumas circunstâncias, é apropriado incluir todos os empréstimos obtidos
da empresa-mãe e das suas subsidiárias quando seja calculada uma média ponderada dos
custos dos empréstimos obtidos. Noutras circunstâncias, é apropriado para cada subsidiária
usar uma média ponderada dos custos dos empréstimos obtidos aplicável aos seus próprios
empréstimos obtidos.
Excesso da quantia escriturada do activo que se qualifica sobre a quantia recupe-
rável (15)
15. Quando a quantia escriturada ou o último custo esperado do activo que se qualifica
exceda a sua quantia recuperável ou o seu valor realizável líquido, a quantia escriturada é
reduzida ou anulada de acordo com as exigências de outras NRF. Em certas circunstâncias,
a quantia da redução ou do abate é revertida de acordo com essas outras NRF
Início da capitalização (16 a 18)
16. A capitalização dos custos de empréstimos obtidos como parte do custo de um
activo que se qualifica deve começar quando:
(a) Os dispêndios com o activo estejam a ser incorridos;
(b) Os custos de empréstimos obtidos estejam a ser incorridos; e
(c) Os actividades que sejam necessárias para preparar o activo para o seu uso
pretendido ou venda estejam em curso.
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22. Um activo está normalmente pronto para o seu uso pretendido ou para a sua venda
quando a construção física do activo estiver concluída mesmo se o trabalho administrativo
de rotina puder ainda continuar. Se modificações menores, tais como a decoração de uma
propriedade conforme as especificações do comprador ou do utente, sejam tudo o que está
por completar, isto indica que todas as actividades estão substancialmente concluídas.
23. Quando a construção de um activo que se qualifica for concluída por partes e cada
parte estiver em condições de ser usada enquanto a construção continua noutras partes, a
capitalização dos custos de empréstimos obtidos deve cessar quando todas as actividades
necessárias para preparar essa parte para o seu pretendido uso ou venda estejam concluí-
das.
24. Um parque empresarial compreendendo vários edifícios em que cada um deles
pode ser usado individualmente é um exemplo de um activo que se qualifica relativamente
ao qual cada parte está em condições de ser usada embora a construção continue noutras
partes. Um exemplo de um activo que se qualifica que necessita de estar concluído antes
de que cada parte possa ser usada é uma instalação industrial que envolve vários processos
que sejam executados em sequência em diferentes partes da fábrica dentro do mesmo local,
tal como uma laminagem de aço.
Divulgação (25)
25. As demonstrações financeiras devem divulgar:
(a) A política contabilística adoptada nos custos dos empréstimos obtidos;
(b) A quantia de custos de empréstimos obtidos capitalizada durante o período; e
(c) A taxa de capitalização usada para determinar a quantia do custo dos emprés-
timos obtidos elegíveis para capitalização.
Data de eficácia (26)
26. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
A Ministra Cristina Duarte
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Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo IASB
sobre agricultura.
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamento con-
tabilístico, a apresentação de demonstrações financeiras e as divulgações relativas à acti-
vidade agrícola.
Âmbito (2 a 5)
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização do que se segue quando se relacione
com a actividade agrícola:
(a) Activos biológicos;
(b) Produto agrícola no ponto da colheita; e
(c) Subsídios governamentais incluídos nos parágrafos 35 e 36.
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Definições (6 a 10)
Definições relacionadas com a agricultura (6 a 8)
6. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Actividade agrícola: é a gestão por uma entidade da transformação biológica de activos
biológicos, em produto agrícola ou em activos biológicos adicionais, para venda.
Activo biológico: é um animal ou planta vivos.
Colheita: é a separação de um produto de um activo biológico ou a cessação dos pro-
cessos de vida de um activo biológico.
Grupo de activos biológicos: é uma agregação de animais ou de plantas vivos seme-
lhantes.
Produto agrícola: é o produto colhido dos activos biológicos da entidade.
Transformação biológica: compreende os processos de crescimento natural, degenera-
ção, produção e procriação que causem alterações qualitativas e quantitativas num activo
biológico.
7.A actividade agrícola cobre uma escala diversa de actividades. Por exemplo, criação
de gado, silvicultura, safra anual ou perene, cultivo de pomares e de plantações, floricultura
e aquacultura (incluindo criação de peixes). Existem certas características comuns dentro
desta diversidade:
(a) Capacidade de alteração: os animais vivos e as plantas são capazes de transformação bio-
lógica;
(b) Gestão de alterações: a gestão facilita a transformação biológica pelo aumento,
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24. Ao acordar no preço de uma transacção entre partes não relacionadas entre si,
compradores e vendedores conhecedores e dispostos a isso considerarão a possibilidade
de variações nos fluxos de caixa. Assim, esse justo valor reflecte a possibilidade de tais
variações. Concordantemente, uma entidade incorpora expectativas acerca de possíveis va-
riações nos fluxos de caixa quer nos fluxos de caixa esperados, quer na taxa de desconto,
quer nalguma combinação das duas. Ao determinar uma taxa de desconto, uma entidade
usa pressupostos consistentes com os usados na estimativa de fluxos de caixa esperados,
para evitar o efeito da dupla contagem de pressupostos ou da sua omissão.
25. O custo pode aproximar-se algumas vezes do justo valor, particularmente quando:
(a) Tenha tido lugar pouca transformação biológica desde a incorrência do custo
inicial (por exemplo, pés de árvores de fruto brotados de sementes, plantados
imediatamente antes da data do balanço); ou
(b) Não se espera que o impacto da transformação biológica sobre os preços seja
material (por exemplo, no crescimento inicial, num ciclo de produção de 30
anos, de uma plantação de pinheiros).
26. Os activos biológicos estão muitas vezes fisicamente implantados nos terrenos (por
exemplo, árvores numa floresta plantada). Pode não haver mercado separado para activos
biológicos que estejam implantados no terreno mas pode existir um mercado activo para os
activos combinados, isto é, para os activos biológicos, terrenos em bruto e melhoramentos
de terrenos, como um conjunto. Uma entidade pode usar informação relativa a activos
combinados para determinar o justo valor de activos biológicos. Por exemplo, o justo valor
de terrenos em bruto e melhoramento de terrenos pode ser deduzido do justo valor dos ac-
tivos combinados para chegar ao justo valor de activos biológicos.
Ganhos e perdas (27 a 30)
27. Um ganho ou uma perda proveniente do reconhecimento inicial de um activo bio-
lógico pelo justo valor menos os gastos estimados no ponto de venda e de uma alteração de
justo valor menos os gastos estimados no ponto de venda de um activo biológico devem ser
incluídos no resultado líquido do exercício do período em que surja.
28. Pode surgir uma perda no reconhecimento inicial de um activo biológico, porque
os gastos estimados no ponto de venda são deduzidos ao determinar o justo valor menos
os gastos estimados no ponto de venda de um activo biológico. Pode surgir um ganho no
reconhecimento inicial de um activo biológico, tal como quando nasce um bezerro.
29. Um ganho ou perda que surja no reconhecimento inicial do produto agrícola pelo
justo valor menos gastos estimados no ponto de venda deve ser incluído no resultado líqui-
do do período em que surja.
30. Pode surgir um ganho ou uma perda no reconhecimento inicial do produto agrícola
como consequência de colheitas.
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anos. Neste caso, o subsídio do Governo não será reconhecido como rendimento até que os
cinco anos tenham passado. Porém, se o subsídio do Governo permitir que parte do mesmo
seja retida com base na passagem do tempo, a entidade reconhecerá o subsídio do Governo
como rendimento numa base proporcional ao tempo.
38. Se um subsídio do Governo se relacionar com um activo biológico mensurado
pelo seu custo menos qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas por imparidade
acumuladas (ver parágrafo 31), será aplicada a NRF 15 - Contabilização dos Subsídios do
Governo e Divulgação de Apoios do Governo.
39. Esta Norma exige um tratamento diferente do da NRF 15 se um subsídio do Go-
verno se relacionar com um activo biológico mensurado pelo seu justo valor menos gastos
estimados no ponto de venda ou um subsídio do Governo exigir que uma entidade não se
ocupe numa actividade agrícola especificada. A NRF 15 é somente aplicada a um subsídio
do Governo relacionado com um activo biológico mensurado pelo seu custo menos qual-
quer depreciação acumulada e quaisquer perdas por imparidade acumuladas.
Divulgação (40 a 50)
Considerações preliminares (40 a 43)
40. Os activos biológicos consumíveis são os que estejam para ser colhidos como pro-
duto agrícolas ou vendidos como activos biológicos.
Exemplos de activos biológicos consumíveis são o gado destinado à produção de car-
ne, gado detido para venda, peixe em aquacultura, colheitas tal como milho e trigo e árvo-
res que estejam em desenvolvimento para obtenção de madeiras. Os activos biológicos de
produção são os que não sejam activos biológicos consumíveis; por exemplo, gado do qual
pode ser obtido leite, vinhas, árvores de fruto e árvores a partir das quais se obtenha lenha
por desbaste enquanto essas árvores permanecem vivas. Os activos biológicos de produção
não são produto agrícola mas, antes, de regeneração própria.
41. Os activos biológicos podem ser classificados quer como activos biológicos madu-
ros (ou adultos) ou activos biológicos imaturos (ou juvenis). Os activos biológicos maduros
(ou adultos) são os que tenham atingido as especificações de colhíeis (relativamente aos
activos biológicos consumíveis) ou sejam susceptíveis de sustentar colheitas regulares (re-
lativamente aos activos biológicos de produção).
42. O justo valor menos os gastos estimados no ponto de venda de um activo bioló-
gico pode alterar-se quer devido a alterações físicas quer devido a alterações de preços no
mercado. É útil a divulgação separada de alterações físicas e de preços, na avaliação do
desempenho do período corrente, e das perspectivas futuras, particularmente quando haja
um ciclo de produção maior do que um ano. Em tais casos, uma entidade é encorajada a
divulgar, por grupo ou de qualquer outra maneira, a quantia de alterações no justo valor
menos gastos estimados no ponto de venda incluída nos resultados líquidos devida a al-
terações físicas e a alterações de preços. Esta alteração é geralmente menos útil quando o
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ciclo produtivo seja menor do que um ano (por exemplo, quando se criem frangos ou se
cultivem cereais).
43. A transformação biológica origina uma quantidade de tipos de alterações físicas
- crescimento, degeneração, produção e procriação - cada uma das quais é observável e
mensurável. Cada um desses tipos de alterações físicas tem um relacionamento directo com
benefícios económicos futuros. Uma alteração de justo valor de um activo biológico devido
a colheita é também uma alteração física.
Divulgações gerais (44 a 47)
44. Uma entidade deve divulgar:
(a) Uma descrição de cada grupo de activos biológicos; e
(b) As medidas ou estimativas não financeiras usadas na quantificação física de
cada um dos grupos de activos biológicos no fim do período.
45. Uma entidade deve descrever os métodos e os pressupostos significativos aplica-
dos na determinação do justo valor de cada um dos grupos do produto agrícola no ponto de
colheita e de cada um dos grupos de activos biológicos.
46. Uma entidade deve divulgar o justo valor menos os gastos estimados no ponto de venda do
produto agrícola colhido durante o período, determinado no momento de colheita.
47. Uma entidade deve divulgar:
(a) A existência e quantias escrituradas de activos biológicos cuja posse seja res-
trita e as quantias escrituradas de activos biológicos penhorados como garan-
tia de passivos; e
(b) A quantia de compromissos relativos ao desenvolvimento ou à aquisição de
activos biológicos; e
(c) As estratégias de gestão de riscos financeiros relacionados com a actividade
agrícola.
Divulgações adicionais de activos biológicos em que o justo valor não possa ser mensu-
rado fiavelmente (48 e 49)
48.Se uma entidade mensura os activos biológicos pelo seu custo menos qualquer de-
preciação acumulada e quaisquer perdas por imparidade acumuladas (ver parágrafo 31) no
fim do período, a entidade deve divulgar em relação a tais activos biológicos:
(a) Uma descrição dos activos biológicos;
(b) Uma explicação da razão por que não podem ser fiavelmente mensurados;
(c) Se possível, o intervalo de estimativas dentro das quais seja altamente prová-
vel que caia o justo valor;
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agrícolas tenham sido colhidas e a venda esteja assegurada sob um contrato de futuros ou de
uma garantia governamental ou quando exista um mercado activo e haja um risco negli-
genciável de fracasso de venda. Estes inventários apenas são excluídos dos requisitos de
mensuração desta Norma.
5. Os corretores/negociantes são aqueles que compram ou vendem mercadorias para
outros ou por sua própria conta. Os inventários referidos no parágrafo 3 (b) são essencial-
mente adquiridos com a finalidade de vender no futuro próximo e de gerar lucro com base
nas variações dos preços ou na margem dos corretores/negociantes. Quando estes inven-
tários forem mensurados pelo justo valor menos os gastos de vender, eles são excluídos
apenas dos requisitos de mensuração desta Norma.
Definições (6 a 8)
6. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Inventários (existências): são activos:
(a) Detidos para venda no decurso ordinário da actividade empresarial;
(b) No processo de produção para tal venda; ou
(c) Na forma de materiais ou consumíveis a serem aplicados no processo de pro-
dução ou na prestação de serviços.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas.
Valor realizável líquido: é o preço de venda estimado no decurso ordinário da activi-
dade empresarial menos os custos estimados de acabamento e os gastos estimados neces-
sários para efectuar a venda.
7. O valor realizável líquido refere-se à quantia líquida que uma entidade espera re-
alizar com a venda do inventário no decurso ordinário da actividade empresarial. O justo
valor reflecte a quantia pela qual o mesmo inventário poderia ser trocado entre comprado-
res e vendedores conhecedores e dispostos a isso. O primeiro é um valor específico de uma
entidade, ao passo que o segundo já não é. O valor realizável líquido dos inventários pode
não ser equivalente ao justo valor menos os gastos de vender.
8. Os inventários englobam bens comprados e detidos para revenda incluindo, por exem-
plo, mercadorias compradas por um retalhista e detidas para revenda ou terrenos e ou-
tras propriedades detidas para revenda. Os inventários também englobam bens acabados
produzidos, ou trabalhos em curso que estejam a ser produzidos pela entidade e incluem
materiais e consumíveis aguardando o seu uso no processo de produção. No caso de um
prestador de serviços, os inventários incluem os custos do serviço, tal como descrito no pa-
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rágrafo 19, relativamente ao qual a entidade ainda não tenha reconhecido o referido rédito
(ver a NRF 18 - Rédito).
Mensuração de inventários (9 a 33)
9. Os inventários devem ser mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos
dois o mais baixo.
Custo dos inventários (10 a 22)
10. O custo dos inventários deve incluir todos os custos de compra, custos de conver-
são e outros custos incorridos para colocar os inventários no seu local e na sua condição
actuais.
Custos de compra (11)
11. Os custos de compra de inventários incluem o preço de compra, direitos de impor-
tação e outros impostos (que não sejam os subsequentemente recuperáveis das entidades
fiscais pela entidade) e custos de transporte, manuseamento e outros custos directamente
atribuíveis à aquisição de bens acabados, de materiais e de serviços. Descontos comerciais,
abatimentos e outros itens semelhantes deduzem-se na determinação dos custos de com-
pra.
Custos de conversão (12 e 14)
12. Os custos de conversão de inventários incluem os custos directamente relaciona-
dos com as unidades de produção, tais como mão de obra directa. Também incluem uma
imputação sistemática de custos gerais de produção fixos e variáveis que sejam incorridos
ao converter matérias em bens acabados.
13. A imputação de gastos gerais de produção fixos aos custos de conversão é baseada
na capacidade normal das instalações de produção. A capacidade normal é a produção que
se espera que seja atingida em média durante uma quantidade de períodos ou de tempora-
das em circunstâncias normais, tomando em conta a perda de capacidade resultante da ma-
nutenção planeada. O nível real de produção pode ser usado se se aproximar da capacidade
normal. A quantia de custos gerais de produção fixos imputada a cada unidade de produção
não é aumentada como consequência de baixa produção ou de instalações ociosas. Os cus-
tos gerais não imputados são reconhecidos como um gasto no período em que sejam incor-
ridos. Em períodos de produção anormalmente alta, a quantia de custos gerais de produção
fixos imputados a cada unidade de produção é diminuída a fim de que os inventários não
sejam mensurados acima do custo. Os custos gerais de produção variáveis são imputados a
cada unidade de produção na base do uso/consumo real
14. Um processo de produção pode resultar na produção simultânea de mais de um
produto. Este é o caso, por exemplo, quando sejam produzidos produtos conjuntamente
ou quando haja um produto principal e um subproduto. Quando os custos de conversão de
cada produto não sejam separadamente identificáveis, eles são imputados entre os produtos
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por um critério racional e consistente. A imputação pode ser baseada, por exemplo, no valor
relativo das vendas de cada produto, seja na fase do processo de produção quando os pro-
dutos se tornam separadamente identificáveis, seja no acabamento da produção. A maior
parte dos subprodutos, pela sua natureza, são imateriais. Quando seja este o caso, eles são
muitas vezes mensurados pelo valor realizável líquido e este valor é deduzido do custo do
produto principal. Como consequência, a quantia escriturada do produto principal não é
materialmente diferente do seu custo.
Outros custos (15 a 18)
15. Outros custos somente são incluídos nos custos dos inventários até ao ponto em
que sejam incorridos para os colocar no seu local e na sua condição actuais. Por exemplo,
pode ser apropriado incluir no custo dos inventários custos gerais que não sejam industriais
ou os custos de concepção de produtos para clientes específicos.
16. Exemplos de custos excluídos do custo dos inventários e reconhecidos como gas-
tos do período em que sejam incorridos são:
(a) Quantias anormais de materiais desperdiçados, de mão de obra ou de outros cus-
tos de produção;
(b) Custos de armazenamento, a menos que esses custos sejam necessários ao
processo de produção antes de uma nova fase de produção;
(c) Custos gerais administrativos que não contribuam para colocar os inventários
no seu local e na sua condição actuais; e
(d) Custos de vender.
17. Em circunstâncias limitadas, os custos de empréstimos obtidos são incluídos no
custo dos inventários. Estas circunstâncias estão identificadas na NRF 11 - Custos de Em-
préstimos Obtidos.
18. Uma entidade pode comprar inventários com condições de liquidação diferida.
Quando o acordo contenha efectivamente um elemento de financiamento, esse elemento,
por exemplo uma diferença entre o preço de compra para condições de crédito normais e a
quantia paga, é reconhecido como gasto de juros durante o período do financiamento.
Custos de inventários de um prestador de serviços (19)
19. Desde que os prestadores de serviços tenham inventários, estes são mensurados
pelos custos da respectiva produção. Esses custos consistem sobretudo nos custos de mão
de obra e outros custos com o pessoal directamente envolvido na prestação do serviço, in-
cluindo pessoal de supervisão, e os custos gerais atribuíveis. A mão de obra e outros custos
relacionados com as vendas e com o pessoal geral administrativo não são incluídos, mas
são reconhecidos como gastos do período em que sejam incorridos. O custo dos inventários
de um prestador de serviços não inclui as margens de lucro nem os custos gerais não atribu-
íveis que muitas vezes são incluídos nos preços cobrados pelos prestadores de serviços.
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26. Por exemplo, os inventários usados num segmento de negócio podem ter um uso
para a entidade diferente do mesmo tipo de inventários usados num outro segmento de ne-
gócio. Porém, uma diferença na localização geográfica dos inventários (ou nas respectivas
normas fiscais), por si só, não é suficiente para justificar o uso de diferentes fórmulas de
custeio.
27. A fórmula FIFO pressupõe que os itens de inventário que foram comprados ou pro-
duzidos primeiro sejam vendidos em primeiro lugar e consequentemente os itens que per-
manecerem em inventário no fim do período sejam os itens mais recentemente comprados
ou produzidos. Pela fórmula do custo médio ponderado, o custo de cada item é determinado
a partir da média ponderada do custo de itens semelhantes no começo de um período e do
custo de itens semelhantes comprados ou produzidos durante o período. A média pode ser
determinada numa base periódica ou à medida que cada entrega adicional seja recebida, o que
depende das circunstâncias da entidade.
Valor realizável líquido (28 a 33)
28. O custo dos inventários pode não ser recuperável se esses inventários estiverem
danificados, se se tornarem total ou parcialmente obsoletos ou se os seus preços de venda
tiverem diminuído. O custo dos inventários pode também não ser recuperável se os custos
estimados de acabamento ou os custos estimados a serem incorridos para realizar a venda
tiverem aumentado. A prática de reduzir o custo dos inventários para o valor realizável lí-
quido é consistente com o ponto de vista de que os activos não devem ser escriturados por
quantias superiores àquelas que previsivelmente resultariam da sua venda ou uso.
29. Os inventários são geralmente reduzidos para o seu valor realizável líquido item a
item. Nalgumas circunstâncias, porém, pode ser apropriado agrupar unidades semelhantes
ou relacionadas. Pode ser o caso dos itens de inventário relacionados com a mesma linha
de produtos que tenham finalidades ou usos finais semelhantes, que sejam produzidos e
comercializados na mesma área geográfica e não possam ser avaliados separadamente de
outros itens dessa linha de produtos. Não é apropriado reduzir inventários com base numa
classificação de inventários como, por exemplo, bens acabados, ou em todos os inventários
de um determinado sector ou segmento geográfico. Normalmente, os prestadores de ser-
viços acumulam custos com respeito a cada serviço para o qual será cobrado um preço de
venda individual. Por isso, cada um destes serviços é tratado como um item separado.
30. As estimativas do valor realizável líquido são baseadas nas provas mais fiáveis dis-
poníveis no momento em que sejam feitas as estimativas quanto à quantia que se espera que
os inventários venham a realizar. Estas estimativas tomam em consideração as variações
nos preços ou custos directamente relacionados com acontecimentos que ocorram após o
fim do período, na medida em que tais acontecimentos confirmem condições existentes no
fim do período.
31. As estimativas do valor realizável líquido também tomam em consideração a finali-
dade pela qual é detido o inventário. Por exemplo, o valor realizável líquido da quantidade
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Estes custos devem ser reduzidos por qualquer rendimento inerente que não esteja
incluído no rédito do contrato, por exemplo, rendimento proveniente da venda de materiais
excedentários e da alienação de instalações e equipamentos no fim do contrato.
18. Compreendem-se nos custos que podem ser atribuíveis à actividade do contrato em
geral e que podem ser imputados a contratos específicos:
(a) Seguros;
(b) Os custos de concepção e assistência técnica que não estejam directa-
mente relacionados com um contrato específico; e
(c) Gastos gerais de construção.
Tais custos são imputados usando métodos que sejam sistemáticos e racionais e sejam
aplicados consistentemente a todos os custos que tenham características semelhantes. A
imputação é baseada no nível normal de actividade de construção. Os gastos gerais de
construção incluem custos tais como a preparação e processamento de salários do pessoal
de construção. Os custos que possam ser atribuíveis à actividade do contrato em geral e
possam ser imputados a contratos específicos também incluem os custos de empréstimos
obtidos quando a entidade contratada adopte o tratamento alternativo permitido na NRF
11-Custos de Empréstimos Obtidos.
19. Os custos que sejam especificamente debitáveis ao cliente segundo os termos do
contrato podem incluir alguns custos gerais administrativos e custos de desenvolvimento
para os quais o reembolso esteja especificado nos termos do contrato.
20. Os custos que não possam ser atribuídos à actividade do contrato ou que não lhe
possam ser imputados são excluídos dos custos de um contrato de construção. Tais custos
incluem:
(a) Custos administrativos gerais cujo reembolso não esteja especificado no
contrato;
(b) Custos de vender;
(c) Custos de pesquisa e desenvolvimento cujo reembolso não esteja espe-
cificado no contrato; e
(d) Depreciação de instalações e equipamentos ociosos que não sejam usa-
dos num contrato particular.
21. Os custos do contrato incluem os custos atribuíveis a esse contrato no período que
vai desde a data em que o mesmo é assegurado até à sua conclusão final. Porém, os cus-
tos que se relacionem directamente com um contrato e que sejam incorridos ao assegurar
o contrato são também incluídos como parte dos custos do contrato se eles puderem ser
separadamente identificados e mensurados fiavelmente e for provável que o contrato seja
obtido. Quando os custos incorridos ao assegurar o contrato forem reconhecidos como um
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gasto do período em que sejam incorridos, não são incluídos nos custos do contrato quando
o contrato for obtido num período subsequente.
Reconhecimento do rédito e dos gastos do contrato (22 a 35)
22. Quando o desfecho de um contrato de construção puder ser fiavelmente estimado,
o rédito do contrato e os custos do contrato associados ao contrato de construção devem ser
reconhecidos como rédito e gastos respectivamente com referência à fase de acabamento
da actividade do contrato à data do balanço. Uma perda esperada no contrato de construção
deve ser reconhecida imediatamente como um gasto de acordo com o parágrafo 36.
23. No caso de um contrato de preço fixado, o desfecho de um contrato de construção
pode ser fiavelmente estimado quando estiverem satisfeitas todas as condições seguintes:
(a) O rédito do contrato possa ser mensurado fiavelmente;
(b) Seja provável que os benefícios económicos associados ao contrato flui-
rão para a entidade;
(c) Tanto os custos do contrato para o acabar como a fase de acabamento do
contrato na data do balanço possam ser fiavelmente mensurados; e
(d) Os custos de contrato atribuíveis ao contrato possam ser claramente
identificados e fiavelmente mensurados de forma que os custos reais do contrato
incorridos possam ser comparados com estimativas anteriores.
24. No caso de um contrato de «cost plus», o desfecho de um contrato de construção
pode ser fiavelmente mensurado quando estiverem satisfeitas todas as condições seguin-
tes:
(a) Seja provável que os benefícios económicos associados ao contrato flui-
rão para a entidade; e
(b) Os custos do contrato atribuíveis ao contrato, quer sejam ou não reem-
bolsáveis, possam ser claramente identificados e fiavelmente mensurados.
25. O reconhecimento de rédito e de gastos com referência à fase de acabamento de
um contrato é muitas vezes referido como o método da percentagem de acabamento. Se-
gundo este método, o rédito contratual é balanceado com os gastos contratuais incorridos
ao atingir a fase de acabamento, resultando no relato de rédito, gastos e lucros que possam
ser atribuíveis à proporção de trabalho concluído. Este método proporciona informação útil
sobre a extensão de actividade e desempenho do contrato durante um período.
26. Pelo método da percentagem de acabamento, o rédito do contrato é reconhecido
como rédito na demonstração dos resultados nos períodos contabilísticos em que o traba-
lho seja executado. Os custos do contrato são geralmente reconhecidos como um gasto na
demonstração dos resultados nos períodos contabilísticos em que o trabalho com o qual se
relacionam seja executado. Porém, qualquer excesso esperado dos custos totais do contrato
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ou postos de lado para uso num contrato mas não ainda instalados, usados ou
aplicados durante a execução do contrato, a menos que os materiais tenham
sido produzidos especificamente para o contrato; e
(b) Pagamentos feitos a entidades subcontratadas adiantadamente a trabalho exe-
cutado segundo o subcontrato.
32. Quando o desfecho de um contrato de construção não possa ser estimado fia-
velmente:
(a) O rédito somente deve ser reconhecido até ao ponto em que seja provável que
os custos do contrato incorridos serão recuperáveis; e
(b) Os custos do contrato devem ser reconhecidos como um gasto no período em
que sejam incorridos.
Uma perda esperada num contrato de construção deve ser reconhecida imediatamente
como um gasto de acordo com o parágrafo 36.
33. Durante as fases iniciais de um contrato dá-se muitas vezes o caso de o desfecho do con-
trato não poder ser fiavelmente estimado. Não obstante, pode ser provável que a entidade
recupere os custos incorridos do contrato. Por isso, o rédito do contrato somente é reconheci-
do até ao ponto dos custos incorridos que se espera serem recuperáveis. Se o desfecho do
contrato não puder ser fiavelmente estimado, nenhum lucro é reconhecido. Porém, mesmo
quando o desfecho do contrato não possa ser fiavelmente estimado, pode ser provável que
os custos totais do contrato excedam os réditos totais do contrato. Em tais casos, qualquer
excesso esperado dos custos totais do contrato sobre o rédito total do contrato é reconheci-
do imediatamente como um gasto de acordo com o parágrafo 36.
34. Os custos do contrato cuja recuperação não seja provável são reconhecidos ime-
diatamente como um gasto. Exemplos das circunstâncias em que a recuperabilidade dos
custos do contrato incorridos pode não ser provável e em que os custos do contrato podem
não ser reconhecidos como um gasto incluem contratos:
(a) Que não sejam inteiramente coagíveis, isto é, a sua validade esteja seriamente
em questão;
(b) Cuja conclusão esteja sujeita ao desfecho de litígio ou de legislação pendente;
(c) Relacionados com propriedades que seja provável estarem em risco de perda
ou expropriação;
(d) Em que o cliente não esteja em condições de cumprir as suas obrigações;
(e) Em que a entidade contratada seja incapaz de completar o contrato ou de cum-
prir as suas obrigações segundo o contrato.
35. Quando já não existirem as incertezas que impediram que fosse fiavelmente esti-
mado o desfecho do contrato, o rédito e os gastos associados ao contrato de construção de-
vem ser reconhecidos de acordo com o parágrafo 22 e não de acordo com o parágrafo 32.
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pelo cliente. Adiantamentos são quantias recebidas pela entidade contratada antes que o
respectivo trabalho seja executado.
Data de eficácia (42)
42. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
A Ministra Cristina Duarte.
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9. Um subsídio do Governo não é reconhecido, até que haja segurança razoável de que
a entidade cumprirá as condições a ele associadas, e que o subsídio será recebido. O rece-
bimento de um subsídio não proporciona ele próprio prova conclusiva de que as condições
associadas ao subsídio tenham sido ou serão cumpridas.
10. A maneira pela qual um subsídio é recebido não afecta o método contabilístico a
ser adoptado com respeito ao subsídio. Por conseguinte, um subsídio é contabilizado da
mesma maneira quer ele seja recebido em dinheiro quer como redução de um passivo para
com o Governo.
11. Um empréstimo perdoável do Governo é tratado como um subsídio do Governo
quando haja segurança razoável de que a entidade satisfará as condições de perdão do em-
préstimo.
12. Uma vez que o subsídio do Governo seja reconhecido, qualquer contingência rela-
cionada será tratada de acordo com a NRF 19 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos
Contingentes.
13. Os subsídios do Governo devem ser reconhecidos como rendimentos durante os
períodos necessários para balanceá-los com os custos relacionados que se pretende que eles
compensem, numa base sistemática. Eles não devem ser directamente creditados ao capital
próprio.
14. É fundamental que os subsídios do Governo sejam reconhecidos na demonstração
dos resultados numa base sistemática e racional durante os períodos contabilísticos neces-
sários para balanceá-los com os custos relacionados. O reconhecimento nos rendimentos dos
subsídios do Governo na base de recebimentos não está de acordo com o princípio conta-
bilístico do acréscimo (ver NRF 1 — Apresentação de Demonstrações Financeiras) e tal só
será aceitável se não existir qualquer outra base para imputar os subsídios a períodos, que
não seja a de os imputar aos períodos em que são recebidos.
15. Na maior parte dos casos os períodos durante os quais uma entidade reconhece os
custos ou gastos relacionados com um subsídio do Governo são prontamente determiná-
veis e, por conseguinte, os subsídios associados ao reconhecimento de gastos específicos
são reconhecidos como rédito no mesmo período do gasto relacionado. Semelhantemente,
os subsídios relacionados com activos depreciáveis são geralmente reconhecidos como
rendimento durante os períodos e na proporção em que a depreciação desses activos é
reconhecida.
16. Os subsídios relacionados com activos não depreciáveis podem também requerer
o cumprimento de certas obrigações e serão então reconhecidos como rendimento durante
os períodos que suportam o custo de satisfazer as obrigações. Como exemplo, temos que
um subsídio de terrenos pode ser condicionado pela construção de um edifício no local,
podendo ser apropriado reconhecê-lo como rendimento durante a vida do edifício.
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17. Os subsídios são algumas vezes recebidos como um pacote de ajudas financeiras ou fis-
cais a que estão associadas um certo número de condições. Em tais casos, é necessário cuidado
na identificação das condições que dão origem aos custos e gastos que determinam os períodos
durante os quais o subsídio será obtido. Pode ser apropriado imputar parte de um subsídio
numa determinada base e parte numa outra.
18. Um subsídio do Governo que se torne recebível como compensação por gastos ou
perdas já incorridos ou para a finalidade de dar suporte financeiro imediato à entidade sem
qualquer futuro custo relacionado deve ser reconhecido como rendimento do período em
que se tornar recebível.
19. Em algumas circunstâncias, um subsídio do Governo pode ser concedido para a finalida-
de de dar suporte financeiro imediato a uma entidade e não como um incentivo para levar a
cabo dispêndios específicos. Tais subsídios podem ser limitados a uma entidade individual
e podem não estar disponíveis para toda uma classe de beneficiários. Estas circunstâncias
podem garantir o reconhecimento de um subsídio como rendimento no período em que a
entidade se qualificar para o receber, com a divulgação necessária para assegurar que o seu
efeito seja claramente compreendido.
20. Um subsídio do Governo pode tornar-se recebível por uma entidade como com-
pensação por gastos ou perdas incorridos num período anterior. Um tal subsídio é reconhe-
cido como rendimento do período em que se tornar recebível, com a divulgação necessária
para assegurar que o seu efeito seja claramente compreendido.
Subsídios do Governo não monetários (21)
21. Um subsídio do Governo pode tomar a forma de transferência de um activo não
monetário, tal como terrenos ou outros recursos, para uso da entidade. Nestas circunstân-
cias é usual avaliar o justo valor do activo não monetário e contabilizar quer o subsídio quer
o activo por esse justo valor. Caso este não possa ser determinado com fiabilidade, tanto o
activo como o subsídio serão de registar por uma quantia nominal.
Apresentação de subsídios relacionados com activos (22 a 24)
22. Os subsídios do Governo relacionados com activos, incluindo os subsídios não
monetários pelo justo valor, devem ser apresentados no balanço tomando o subsídio como
rendimento diferido.
23. Deve considerar-se o subsídio como rendimento diferido, sendo reconhecido numa
base sistemática e racional durante a vida útil do activo.
24. A compra de activos e o recebimento dos subsídios relacionados pode causar mo-
vimentos importantes no fluxo de caixa de uma entidade. Por esta razão, e a fim de mostrar
o investimento bruto em activos, tais movimentos devem ser divulgados como itens sepa-
rados na demonstração de fluxos de caixa.
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7. Uma entidade não deve incluir os custos de transacção na mensuração inicial do activo
ou passivo financeiro que seja mensurado ao justo valor com contrapartida em resultados.
8. Uma entidade deve reconhecer instrumentos de capital próprio no capital próprio
quando a entidade emite tais instrumentos e os subscritores fiquem obrigados a pagar di-
nheiro ou entregar qualquer outro recurso em troca dos referidos instrumentos de capital
próprio. Se os instrumentos de capital próprio forem emitidos antes dos recursos serem
proporcionados a entidade deve apresentar a quantia a receber como dedução ao capital
próprio e não como activo. Se os recursos ou dinheiro forem recebidos antes da emissão de
acções e a entidade não poder ser obrigada a devolver tais recursos ou dinheiro, a entidade
deve reconhecer um aumento de capital próprio até ao limite da quantia recebida.
Na medida em que as acções sejam subscritas mas nenhum dinheiro ou outro recurso
tenha sido recebido, nenhum aumento de capital próprio deverá ser reconhecido.
9. Se uma entidade adquirir ou readquirir os seus próprios instrumentos de capital
próprio, esses instrumentos (“acções próprias”) devem ser reconhecidos como dedução
ao capital próprio. A quantia a reconhecer deve ser o justo valor da retribuição paga pe-
los respectivos instrumentos de capital próprio. Uma entidade não deve reconhecer qual-
quer ganho ou perda na demonstração de resultados decorrente de qualquer compra, venda
emissão ou cancelamento de acções próprias.
10. No caso da entidade emitente ficar obrigada ou sujeita a uma obrigação de entregar
dinheiro, ou qualquer outro activo, por contrapartida de instrumentos de capital próprio
emitidos pela entidade, o valor presente da quantia a pagar deverá ser inscrito no passivo
por contrapartida de capital próprio. Caso cesse tal obrigação e não seja concretizado o re-
ferido pagamento, a entidade deverá reverter a quantia inscrita no passivo por contrapartida
de capital próprio.
Mensuração (11 a 22)
11. Nos termos da presente norma, todos os activos e passivos financeiros são mensu-
rados, em cada data de relato, quer:
(a) Ao custo ou custo amortizado menos qualquer perda por imparidade; ou
(b) Ao justo valor com as alterações de justo valor a ser reconhecidas na demonstra-
ção de resultados.
12. Uma entidade deve mensurar os seguintes instrumentos financeiros ao custo ou ao
custo amortizado menos perda por imparidade:
(a) Instrumentos que satisfaçam as condições definidas no parágrafo 13 (tais
como clientes, fornecedores, contas a receber, contas a pagar ou empréstimos
bancários) e que a entidade designe, no momento do seu reconhecimento ini-
cial, para ser mensurado ao custo amortizado (utilizando o método da taxa de
juro efectiva) menos qualquer perda por imparidade;
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15. Uma entidade deve mensurar ao justo valor todos os instrumentos financeiros que
não sejam mensurados ao custo ou ao custo amortizado nos termos do parágrafo 12 com
contrapartida em resultados.
16. Exemplos de instrumentos financeiros que sejam mensurados ao justo valor atra-
vés de resultados:
(a) Investimentos em instrumentos de capital próprio com cotações divulgadas pu-
blicamente, uma vez que o parágrafo 12 (c) define a mensuração ao custo apenas
para os restantes casos;
(b) Derivados que não sejam sobre instrumentos de capital próprio que satisfaçam
o parágrafo 12 (c) ou que fixem uma taxa de câmbio de uma conta a receber
ou a pagar conforme referido no parágrafo 14 (d);
(c) Instrumentos de dívida perpétua ou obrigações convertíveis;
(d) Activos financeiros ou passivos financeiros classificados como detidos para
negociação. Um activo financeiro ou um passivo financeiro é classificado
como detido para negociação se for:
(i) Adquirido ou incorrido principalmente para a finalidade de venda ou de
recompra num prazo muito próximo;
(ii) Parte de uma carteira de instrumentos financeiros identificados que sejam
geridos em conjunto e para os quais exista evidência de terem recente-
mente proporcionado lucros reais.
17. Uma entidade não deve alterar a sua política de mensuração subsequente de um
activo ou passivo financeiro enquanto tal instrumento for detido, seja para passar a usar o
modelo do justo valor, seja para deixar de usar esse método.
18. Se deixar de estar disponível uma mensuração fiável do justo valor para um ins-
trumento de capital próprio mensurado ao justo valor, a quantia escriturada do justo valor
torna-se, à data da transição, a quantia de custo para efeitos da adopção do modelo do custo
amortizado.
19. Uma entidade deve mensurar os instrumentos de capital próprio emitidos pelo
dinheiro recebido ou pelo justo valor dos recursos recebidos ou a receber: Se o pagamento
for diferido e o valor temporal do dinheiro for significativo, a mensuração inicial deve ser o
valor presente da quantia a receber. Todos os custos associados à emissão de instrumentos
de capital próprio devem ser deduzidos à quantia inscrita no respectivo capital próprio.
20. Na emissão de instrumentos compostos, como sejam instrumentos de dívida com
opção de conversão ou obrigações com warrant ou qualquer outro instrumento que com-
bine instrumentos de capital próprio com passivos financeiros, uma entidade deve alocar a
quantia recebida entre as respectivas componentes. Para tal imputação, uma entidade deve
primeiro determinar a quantia da componente do passivo financeiro como sendo o justo va-
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lor do passivo financeiro similar que não tenha associado nenhuma componente de capital
próprio. A entidade deve imputar a quantia residual à componente de capital próprio.
21. Uma entidade não deve reverter tal imputação em qualquer período subsequente.
22. Em períodos subsequentes à emissão, uma entidade deve reconhecer sistematica-
mente qualquer diferença entre a componente de passivo e a quantia nominal a pagar, à data
da maturidade, como gastos de juro utilizando o método da taxa de juro efectiva.
Imparidade (23 a 29)
Reconhecimento (23 a 26)
23. À data de cada período de relato financeiro, uma entidade deve avaliar a impari-
dade de todos os activos financeiros que não sejam mensurados ao justo valor através de
resultados. Se existir uma evidência objectiva de imparidade, a entidade deve reconhecer
uma perda por imparidade na demonstração de resultados.
24. Evidência objectiva de que um activo financeiro ou um grupo de activos está em
imparidade inclui dados observáveis que chamem a atenção ao detentor do activo sobre os
seguintes eventos de perda:
(a) Significativa dificuldade financeira do emitente ou devedor;
(b) Quebra contratual, tal como não pagamento ou incumprimento no pagamento
do juro ou amortização da dívida;
(c) O credor, por razões económicas ou legais relacionados com a dificuldade
financeira do devedor, oferece ao devedor concessões que o credor de outro
modo não consideraria;
(d) Torne-se provável que o devedor irá entrar em falência ou qualquer outra re-
organização financeira;
(e) O desaparecimento de um mercado activo para o activo financeiro devido a
dificuldades financeiras do devedor;
(f) Informação observável indicando que existe uma diminuição na mensuração
da estimativa dos fluxos de caixa futuros de um grupo de activos financeiros
desde o seu reconhecimento inicial, embora a diminuição não possa ser ainda
identificada para um dado activo financeiros individual do grupo, tal como
sejam condições económicas nacionais, locais ou sectoriais adversas.
25. Outros factores poderão igualmente evidenciar imparidade, incluindo alterações
significativas com efeitos adversos que tenham ocorrido no ambiente tecnológico, de mer-
cado, económico ou legal em que o emitente opere.
26. Os activos financeiros que sejam individualmente significativos e todos os instru-
mentos de capital próprio devem ser avaliados individualmente para efeitos de imparidade.
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Outros activos financeiros devem ser avaliados quanto a imparidade, seja individualmente,
seja agrupados com base em similares características de risco de crédito.
Mensuração (27)
27. O montante de perda por imparidade deverá ser mensurado da seguinte forma:
(a) Para um instrumento mensurado ao custo amortizado, nos termos do parágra-
fo 12(a), a perda por imparidade é a diferença entre a quantia escriturada e o
valor presente (actual) dos fluxos de caixa estimados descontados à taxa de
juro original efectiva do activo financeiro; e
(b) Para instrumentos de capital próprio, compromissos de empréstimo e opções
mensuradas ao custo, nos termos dos parágrafos 12 (b) e 12(c), a perda por
imparidade é a diferença entre a quantia escriturada e a melhor estimativa de
justo valor do referido activo.
Reversão (28 e 29)
28. Se, num período subsequente, a quantia de perda por imparidade diminuir e tal di-
minuição possa estar objectivamente relacionada com um evento ocorrido após o reconhe-
cimento da imparidade (como por exemplo uma melhoria na notação de risco do devedor)
a entidade deve reverter a imparidade anteriormente reconhecida. A reversão não poderá
resultar numa quantia escriturada do activo financeiro que exceda aquilo que seria o custo
amortizado do referido activo, caso a perda por imparidade não tivesse sido anteriormente
reconhecida. A entidade deve reconhecer a quantia da reversão na demonstração de resul-
tados.
29. A reversão de imparidade em instrumentos de capital próprio é proibida.
Desreconhecimento de activos financeiros (30 a 32)
30. Uma entidade deve desreconhecer um activo financeiro apenas quando:
(a) Os direitos contratuais aos fluxos de caixa resultantes do activo financeiro
expiram; ou
(b) A entidade transfere para outra parte todos os riscos significativos e benefícios
relacionados com o activo financeiro; ou
(c) A entidade, apesar de reter alguns riscos significativos e benefícios relaciona-
dos com o activo financeiro, tenha transferido o controlo do activo para uma
outra parte e esta tenha a capacidade prática de vender o activo na sua totali-
dade a uma terceira parte não relacionada e a possibilidade de exercício dessa
capacidade unilateralmente sem necessidade de impor restrições adicionais à
transferência. Se tal for o caso a entidade deve:
(i) Desreconhecer o activo; e
(ii) Reconhecer separadamente qualquer direito e obrigação criada ou retida na
transferência;
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31. A quantia escriturada do activo transferido deverá ser alocada entre os direitos e
obrigações retidos e aqueles que foram transferidos, tendo por base os seus relativos justos
valores à data da transferência. Os direitos e obrigações criados de novo devem ser mensu-
rados ao justo valor àquela data. Qualquer diferença entre a retribuição recebida e o mon-
tante reconhecido e desreconhecido nos termos do presente parágrafo deverá ser incluída
na demonstração de resultados do período da transferência.
32. Se a transferência não resultar num desreconhecimento, uma vez que a entidade
reteve significativamente os riscos e benefícios de posse do activo transferido, a entidade
deve continuar a reconhecer o activo transferido de forma integral e deverá reconhecer um
passivo financeiro pela retribuição recebida. Nos períodos subsequentes, a entidade deve
reconhecer qualquer rendimento no activo transferido e qualquer gasto incorrido no passi-
vo financeiro.
Desreconhecimento de passivos financeiros (33)
33. Uma entidade deve desreconhecer um passivo financeiro (ou parte de um passivo
financeiro) apenas quando este se extinguir, isto é, quando a obrigação estabelecida no
contrato seja liquidada, cancelada ou expirada.
Contabilização da cobertura (34 a 43)
34. Uma entidade poderá designar uma relação de cobertura entre um instrumento de
cobertura e um instrumento coberto de tal forma que se qualifique como contabilização da
cobertura. Se os critérios estabelecidos forem cumpridos, a contabilização da cobertura
permite que o ganho ou perda no instrumento de cobertura e no instrumento coberto seja
reconhecido na demonstração de resultados simultaneamente.
35. Para a qualificação da contabilização da cobertura, estabelecida na presente norma,
uma entidade deve cumprir com todas as seguintes condições:
(a) Designe e documente a relação de cobertura de tal forma que o risco coberto,
o item de cobertura e o item coberto estejam claramente identificados e que o
risco do item coberto seja o risco para que esteja a ser efectuada a cobertura
com o instrumento de cobertura;
(b) O risco a cobrir seja um dos riscos estabelecidos no parágrafo seguinte; e
(c) A entidade espera que as alterações no justo valor ou fluxos de caixa no item
coberto, atribuíveis ao risco que estava a ser coberto, compensará praticamente
as alterações de justo valor ou fluxos de caixa do instrumento de cobertura.
36. Esta Norma permite a contabilização da cobertura somente para:
(a) Risco de taxa de juro de um instrumento de dívida mensurado ao custo amor-
tizado;
(b) Risco de câmbio num compromisso firme ou numa transacção de elevada pro-
babilidade futura, sem prejuízo do disposto no parágrafo 14(d);
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(c) A natureza do risco que esteja a ser coberto, incluindo uma descrição do item
coberto.
54. Para cobertura de risco de taxa de juro fixa ou risco de preço de mercadorias numa
cobertura de bens detidos, a entidade deve divulgar:
(a) A quantia de alteração no justo valor do instrumento de cobertura reconhecida
na demonstração de resultados;
(b) A quantia de alteração no justo valor dos elementos cobertos reconhecida na
demonstração de resultados.
55. Para cobertura do risco de taxa de juro variável, risco de taxa de câmbio, risco
de preço de mercadorias num compromisso firme ou numa transacção futura de elevada
probabilidade, ou num investimento líquido numa operação no estrangeiro a entidade deve
divulgar:
(a) Os períodos em seja expectável que os fluxos de caixa ocorram e os períodos
em que seja expectável que afectem os resultados;
(b) A descrição de qualquer transacção futura para a qual a contabilização da co-
bertura tenha sido previamente utilizada mas que já não se espera mais que a
transacção ocorra;
(c) A quantia resultante da alteração de justo valor de instrumentos de cobertura
que tenha sido reconhecida no capital próprio durante o período;
(d) A quantia que tenha sido removida do capital próprio e reconhecida no resul-
tados do período, evidenciando a quantia incluída em cada uma das linhas da
demonstração de resultados.
Instrumentos de capital próprio (56 a 58)
56. As sociedades anónimas devem divulgar o número de acções representativas do
capital social da entidade, as respectivas categorias e o seu valor nominal.
57. As sociedades anónimas devem divulgar, para cada classe de acções, uma recon-
ciliação entre o número de acções em circulação no início e no fim do período. Em tal
reconciliação, a entidade deve identificar separadamente cada tipo de alterações verificadas
no período, incluído novas emissões, exercício de opções, direitos e warrants, conversões
de valores mobiliários convertíveis, transacções com acções próprias, fusões ou cisões e
emissões de bónus (aumentos de capital por incorporação de reservas) ou splits de acções.
58. A entidade deve divulgar as quantias de aumentos de capital realizados no período
e a dedução efectuada como custos de emissão bem como, separadamente, as quantias e
descrição de outros instrumentos de capital próprio emitidos e a respectiva quantia acumu-
lada à data do balanço.
Riscos relativos a instrumentos financeiros mensurados ao custo ou custo amorti-
zado (59)
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3. Esta Norma aplica-se a activos que sejam escriturados pela quantia revalorizada (i.e.
justo valor) de acordo com outras Normas, tais como o modelo de revalorização da NRF 7
- Activos Fixos Tangíveis. Identificar se um activo revalorizado pode estar com imparidade
depende dos fundamentos usados para determinar o justo valor:
(a) Se o justo valor do activo for o seu valor de mercado, a única diferença entre
o justo valor do activo e o seu justo valor menos os custos de vender são os
custos directos incrementais para alienar o activo:
(i) Se os custos com a alienação forem negligenciáveis, a quantia recuperável do
activo revalorizado aproxima-se necessariamente da sua quantia revalorizada
(i.e. justo valor) ou é superior à mesma. Neste caso, após os requisitos de reva-
lorização terem sido aplicados, é improvável que o activo revalorizado esteja
com imparidade e a quantia recuperável não necessita de ser estimada;
(ii) Se os custos com a alienação não foram negligenciáveis, o justo valor menos
os custos de vender do activo revalorizado é necessariamente inferior ao seu
justo valor. Por isso, o activo revalorizado estará com imparidade se o seu va-
lor de uso for inferior à sua quantia revalorizada (i.e. justo valor). Neste caso,
após os requisitos de valorização terem sido aplicados, uma entidade aplica
esta Norma para determinar se o activo pode estar com imparidade;
(b) Se o justo valor do activo for determinado numa base que não seja o seu valor
de mercado, a sua quantia revalorizada (i.e. justo valor) pode ser superior ou
inferior à sua quantia recuperável. Deste modo, após os requisitos de revalori-
zação terem sido aplicados, uma entidade aplica esta Norma para determinar
se o activo pode estar com imparidade.
Definições (4)
4. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifi-
cados:
Activos “corporate”: são activos excepto trespasse (goodwill) que contribuam para os
fluxos de caixa futuros de várias unidades geradoras de caixa.
Custos com a alienação: são custos incrementais directamente atribuíveis à alienação
de um activo ou unidade geradora de caixa, excluindo custos de financiamento e gastos de
impostos sobre o rendimento.
Data de acordo para uma concentração de actividades empresariais: é a data em que
um acordo substantivo entre as partes concentradas seja celebrado e, no caso de entidades
cotadas em bolsa, anunciado ao público. No caso de uma Oferta Pública de Aquisição
(OPA) hostil, a primeira data em que tiver sido atingido um acordo substantivo entre as par-
tes que se concentram é a data em que um número suficiente dos proprietários da adquirida
tenham aceite a oferta do adquirente para que este obtenha o controlo daquela.
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exfluxos de caixa para preparar o activo para uso) e possam ser directamente
atribuídos, ou imputados numa base razoável e consistente, ao activo; e
(c) Fluxos de caixa líquidos, se os houver, a receber (ou a pagar) pela alienação
do activo no fim da sua vida útil.
15. Os futuros fluxos de caixa devem ser estimados para o activo na condição corrente.
Estimativas de futuros fluxos de caixa não devem incluir futuros influxos ou exfluxos de
caixa que se esperem como resultado de:
(a) Uma reestruturação futura com a qual uma entidade ainda não esteja compro-
metida; ou
(b) Aumentos ou melhorias no desempenho do activo.
16. Quando uma entidade ficar comprometida com uma reestruturação, é provável que
alguns activos sejam afectados por essa reestruturação. Logo que a entidade esteja compro-
metida com a reestruturação:
(a) As suas estimativas de influxos e exfluxos de caixa futuros para a finalidade
de determinar o valor de uso reflectirão as poupanças de custos e outros be-
nefícios da reestruturação (baseadas nos mais recentes orçamentos/previsões
financeiros que tenham sido aprovados pelo órgão de gestão); e
(b) As suas estimativas de exfluxos de caixa futuros para a reestruturação serão
incluídas numa provisão para reestruturação de acordo com a NRF 19 - Provi-
sões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes.
17. Até que uma entidade incorra em exfluxos de caixa, que aumentem ou melhorem o
desempenho do activo, as estimativas de fluxos de caixa futuros não incluem os influxos de
caixa futuros estimados que se espera que resultem do aumento de benefícios económicos
associados ao exfluxo de caixa.
18. As estimativas de fluxos de caixa futuros não devem incluir:
(a) Influxos ou exfluxos de caixa provenientes de actividades de financiamento; ou
(b) Recebimentos ou pagamentos de impostos sobre o rendimento.
19. A estimativa de fluxos de caixa líquidos a receber (ou a pagar) pela alienação de um
activo no fim da sua vida útil deve ser a quantia que uma entidade espera obter da alienação
do activo numa transacção entre partes conhecedoras e dispostas a isso sem qualquer rela-
cionamento entre elas, após dedução dos custos estimados com a alienação.
Fluxos de caixa futuros de moeda estrangeira (20)
20. Os fluxos de caixa futuros são estimados na moeda em que serão gerados e depois
descontados usando uma taxa de desconto apropriada para essa moeda. Uma entidade trans-
põe o valor presente usando a taxa de câmbio à vista na data do cálculo do valor de uso.
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sobre o Rendimento, ao comparar a quantia escriturada revista do activo com a sua base
fiscal.
Unidades geradoras de caixa e trespasse (goodwill) (29 a 51)
Identificação da unidade geradora de caixa a que pertence um activo (29 a 33)
29. Se houver qualquer indicação de que um activo possa estar com imparidade, a
quantia recuperável do activo individual deve ser estimada. Se não for possível estimar a
quantia recuperável do activo individual, uma entidade deve determinar a quantia recupe-
rável da unidade geradora de caixa à qual o activo pertence.
30. A quantia recuperável de um activo individual não pode ser determinada se:
(a) O valor de uso do activo não puder ser estimado, como estando próximo do
seu justo valor menos os custos de vender (por exemplo, quando os fluxos de
caixa futuros provenientes do uso continuado do activo não puderem ser esti-
mados como sendo insignificantes); e
(b) O activo não gerar influxos de caixa que sejam em larga medida independen-
tes dos de outros activos.
Em tais casos, o valor de uso e, por isso, a quantia recuperável, só podem ser determi-
nados para a unidade geradora de caixa do activo
Exemplo:
Uma entidade mineira possui uma linha férrea privada para suportar as suas
actividades mineiras. A linha férrea privada só pode ser vendida pelo valor
da sucata e não gera influxos de caixa que sejam em larga medida independ-
entes dos influxos de caixa de outros activos da mina. Não é possível estimar
a quantia recuperável da linha férrea privada porque o seu valor de uso não
pode ser determinado e é provavelmente diferente do valor de sucata. Por isso,
a entidade estima a quantia recuperável da unidade geradora de caixa à qual a
linha férrea privada pertence, isto é, à mina como um todo.
31. Tal como definido no parágrafo 4, a unidade geradora de caixa de um activo é o
grupo mais pequeno de activos que inclui o activo e que gera influxos de caixa que sejam
em larga medida independentes dos influxos de caixa de outros activos ou grupos de acti-
vos. A identificação da unidade geradora de caixa de um activo envolve juízo de valor. Se
a quantia recuperável não puder ser determinada para um activo individual, uma entidade
identifica o menor agregado de activos que geram influxos de caixa em larga medida inde-
pendentes.
Exemplo:
Uma empresa de autocarros presta serviços sob contrato com um município
que exige serviço mínimo em cada uma das cinco carreiras separadas. Os
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activos afectos a cada carreira e os fluxos de caixa de cada carreira podem ser
identificados separadamente. Uma das carreiras opera com perdas significa-
tivas. Dado que a entidade não tem a opção de encerrar qualquer carreira de
autocarros, o nível mais baixo dos influxos de caixa identificáveis que sejam
em larga medida independentes dos influxos de caixa provenientes de outros
activos, ou grupos de activos, são os que correspondem aos influxos de caixa
gerados pelas cinco carreiras conjuntamente. A unidade geradora de caixa,
para cada carreira, é a empresa de autocarros no seu todo.
32. Se existir um mercado activo para o output produzido por um activo ou grupos de
activos, esse activo ou grupo de activos deve ser identificado como uma unidade geradora
de caixa, mesmo se uma parte ou todo o output for usado internamente. Se os influxos
de caixa gerados por qualquer activo ou unidade geradora de caixa forem afectados pelo
preço de transferência interno, uma entidade deve usar a melhor estimativa relativa ao(s)
futuro(s) preço(s) que possa(m) ser alcançado(s) em transacções em que não exista relacio-
namento entre as partes ao estimar:
(a) Os influxos de caixa futuros usados para determinar o valor de uso do activo ou
da unidade geradora de caixa; e
(b) Os exfluxos de caixa futuros usados para determinar o valor de uso de quais-
quer outros activos ou unidades geradoras de caixa que sejam afectados pelo
preço de transferência interno.
33. As unidades geradoras de caixa devem ser identificadas consistentemente de perí-
odo para período relativamente ao mesmo activo ou tipo de activos, a menos que se justi-
fique uma alteração.
Quantia recuperável e quantia escriturada de uma unidade geradora de caixa (34 a 47)
34. A quantia escriturada de uma unidade geradora de caixa deve ser determinada
numa base consistente com a forma como a quantia recuperável da unidade geradora de
caixa é determinada.
35. Pode ser necessário considerar alguns passivos reconhecidos para determinar a
quantia recuperável de uma unidade geradora de caixa. Isto pode ocorrer se a alienação de
uma unidade geradora de caixa exigir que o comprador assuma o passivo. Neste caso, o
justo valor menos os custos de vender (ou o fluxo de caixa estimado com base na última
alienação) da unidade geradora de caixa é o preço de venda estimado para os activos da uni-
dade geradora de caixa juntamente com o passivo menos os custos com a alienação. Para
executar uma comparação com sentido entre a quantia escriturada da unidade geradora de
caixa e a sua quantia recuperável, a quantia escriturada do passivo é deduzida ao determi-
nar tanto o valor de uso da unidade geradora de caixa como a sua quantia escriturada.
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Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro
Exemplo:
Uma empresa explora uma mina num país onde a legislação exige que o pro-
prietário restaure o local quando concluir a sua exploração da mina, O custo
da restauração inclui a reposição da camada de terra que teve de ser removida
antes do começo da exploração mineira. Uma provisão para os custos de re-
posição da camada de terra foi reconhecida logo que a camada foi removida.
A quantia proporcionada foi reconhecida como parte do custo da mina e tem
sido depreciada durante a vida útil da mina. A quantia escriturada da provi-
são para os custos de restauração corresponde a 500 UM. A entidade está a
testar a imparidade da mina. A unidade geradora de caixa da mina é a mina
na sua totalidade. A entidade recebeu várias ofertas de compra da mina a um
preço aproximado de 800 UM. Este preço reflecte o facto de que o comprador
assumirá a obrigação de restaurar a camada de terra. Os custos de aliena-
ção da mina são insignificantes. O valor de uso da mina é aproximadamente
1.200 UM, excluindo os custos de restauração. A quantia escriturada da mina
é 1.000 UM. O justo valor da unidade geradora de caixa é 800 UM. Esta quan-
tia considera os custos de restauração que já foram providenciados. Como
consequência, o valor de uso da unidade geradora de caixa é determinado após
consideração dos custos de restauração e é estimado em 700 UM (1.200 UM
menos 500 UM). A quantia escriturada da unidade geradora é 500 UM, que
é a quantia escriturada da mina (1.000 UM) menos a quantia escriturada da
provisão para custos de restauração (500 UM). Portanto, a quantia recuperável
da unidade geradora de caixa excede a sua quantia escriturada.
Trespasse (goodwill) (36 a 46)
Imputação de trespasse (goodwill) a unidades geradores de caixa (36 a 39)
36. Para a finalidade de testar a imparidade, o trespasse (goodwill) adquirido numa
concentração de actividades empresariais deve, a partir da data de aquisição, ser imputado
a cada uma das unidades geradoras de caixa, ou grupo de unidades geradoras de caixa,
do adquirente, que se espera que beneficiem das sinergias da concentração de actividades
empresariais, independentemente de outros activos ou passivos da adquirida serem atribuí-
dos a essas unidades ou grupos de unidades. Cada unidade ou grupo de unidades ao qual o
trespasse (goodwill) seja assim imputado deve:
(a) Representar o nível mais baixo no seio da entidade ao qual o trespasse (goo-
dwill) é monitorizado para finalidades de gestão interna; e
(b) Não ser maior do que um segmento, baseado tanto no formato de relato pri-
mário da entidade como no formato secundário (vide IAS 14 - Relato por
Segmentos).
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A quantia da perda por imparidade que de outra forma teria sido imputada ao activo
deve ser imputada numa base pró rata aos outros activos da unidade (grupo de unidades).
50. Se a quantia recuperável de um activo individual não puder ser determinada (ver
parágrafo 30):
(a) É reconhecida uma perda por imparidade do activo se a sua quantia escritura-
da for maior que o mais alto do seu justo valor menos os custos de vender e os
resultados da imputação descritos nos parágrafos 48 e 49; e
(b) Não é reconhecida qualquer perda por imparidade do activo se a unidade ge-
radora de caixa relacionada não estiver com imparidade. Isto aplica-se mesmo
se o justo valor menos os custos de vender do activo for inferior à sua quantia
escriturada.
Exemplo:
Uma máquina sofreu danos físicos mas ainda está a trabalhar, se bem que não
tão bem como antes de ficar danificada. O justo valor da máquina menos os
custos de vender é inferior à sua quantia escriturada. A máquina não gera in-
fluxos de caixa independentes, O mais pequeno grupo de activos identificável
que inclua a máquina e que crie influxos de caixa que sejam em larga medida
independentes dos influxos de caixa de outros activos é a linha de produção à
qual pertence a máquina. A quantia recuperável da linha de produção mostra
que a linha de produção tomada no seu todo não está com imparidade.
Pressuposto 1: orçamentos/previsões aprovados pelo órgão de gestão não re-
flectem qualquer compromisso da mesma para substituir a máquina:
A quantia recuperável desta máquina sozinha não pode ser estimada porque o valor de
uso da máquina:
(a) Pode diferir do seu justo valor menos os custos de vender; e
(b) Somente pode ser determinada para a unidade geradora de caixa a que a má-
quina pertence (linha de produção).
A linha de produção não está com imparidade. Portanto, não é reconhecida qualquer
perda por imparidade em relação à máquina. Contudo, a entidade pode necessitar de reava-
liar o período de depreciação ou o método de depreciação da máquina. Talvez um período
de depreciação mais curto ou um método de depreciação mais rápido seja exigido para
reflectir a vida útil remanescente esperada da máquina ou o modelo em que se espera que
os benefícios económicos sejam consumidos pela unidade.
Pressuposto 2: orçamentos/previsões aprovados pelo órgão de gestão reflectem um compro-
misso da mesma para substituir a máquina e vendê-la no futuro próximo. Estima-se que os fluxos
de caixa provenientes do uso continuado da máquina até à sua alienação sejam insignificantes.
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O valor de uso da máquina pode ser estimado como estando próximo do seu justo valor
menos os custos de vender. Por isso, a quantia recuperável da máquina pode ser determi-
nada e não é atribuída qualquer consideração à unidade geradora de caixa a que pertence
a máquina (i.e., a linha de produção). Dado que o justo valor menos os custos de vender a
máquina é inferior à sua quantia escriturada, é reconhecida uma perda por imparidade na
máquina.
51. Após os requisitos dos parágrafos 48 e 49 terem sido aplicados, deve ser reconhe-
cido um passivo para qualquer quantia remanescente de uma perda por imparidade de uma
unidade geradora de caixa se, e apenas se, isso for exigido por outra Norma.
Reverter uma perda por imparidade (52 a 60)
52. Uma entidade deve avaliar à data de cada relato se há qualquer indicação de que
uma perda por imparidade reconhecida em períodos anteriores relativamente a um activo,
que não o trespasse (goodwill), possa já não existir ou possa ter diminuído. Se tal indicação
existir, uma entidade deve estimar a quantia recuperável desse activo.
53. Ao avaliar se existe qualquer indicação de que uma perda por imparidade reco-
nhecida em períodos anteriores relativamente a um activo, que não o trespasse (goodwill),
possa já não existir ou possa ser diminuído, uma entidade deve considerar, no mínimo, as
seguintes indicações:
Fontes externas de informação
(a) O valor de mercado do activo tenha aumentado significativamente durante o
período;
(b) Tenham ocorrido durante o período, ou irão ocorrer no futuro próximo, alte-
rações significativas com um efeito favorável na entidade, referentes ao am-
biente tecnológico, de mercado, económico ou legal em que a entidade opera
ou no mercado a que se destina o activo;
(c) As taxas de juro do mercado ou outras taxas de mercado de retorno de inves-
timentos tenham diminuído durante o período, e essas diminuições poderão
afectar a taxa de desconto usada ao calcular o valor de uso do activo e aumen-
tar materialmente a sua quantia recuperável.
Fontes internas de informação
(d) Alterações significativas com um efeito favorável na entidade ocorreram du-
rante o período, ou espera-se que ocorram num futuro próximo, até ao ponto
em que, ou na forma em que, o activo seja usado ou se espera que seja usado.
Estas alterações incluem os custos incorridos durante o período para melhorar
ou aumentar o desempenho do activo ou reestruturar a unidade operacional à
qual o activo pertence;
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Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro
(e) Exista evidência proveniente de relatórios internos que indique que o desem-
penho económico do activo é, ou será, melhor do que o esperado.
54. Uma perda por imparidade de um activo, que não o trespasse (goodwill), reco-
nhecida em períodos anteriores deve ser revertida se, e apenas se, houver uma alteração
nas estimativas usadas para determinar a quantia recuperável do activo desde que a última
perda por imparidade foi reconhecida. Se for este o caso, a quantia escriturada do activo
deve, excepto como descrito no parágrafo 55, ser aumentada até à sua quantia recuperável.
Este aumento é uma reversão de uma perda por imparidade.
Reverter uma perda por imparidade de um activo individual (55 a 57)
55. Um aumento da quantia escriturada de um activo, que não o trespasse (goodwill),
atribuível a uma reversão de uma perda por imparidade não deve exceder a quantia escritu-
rada que teria sido determinada (líquida de amortização ou depreciação) se nenhuma perda
por imparidade tivesse sido reconhecida no activo em anos anteriores.
56. Uma reversão de uma perda por imparidade de um activo, que não o trespasse
(goodwill), deve ser reconhecida imediatamente nos resultados, a não ser que o activo
esteja escriturado pela quantia revalorizada segundo uma outra Norma (por exemplo, o
modelo de revalorização da NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis). Qualquer reversão de uma
perda por imparidade de um activo revalorizado deve ser tratada como um acréscimo de
revalorização de acordo com essa outra Norma.
57. Após ser reconhecida uma reversão de uma perda por imparidade, o débito da
depreciação (amortização) do activo deve ser ajustado em períodos futuros para imputar a
quantia escriturada revista do activo, menos o seu valor residual (se o houver), numa base
sistemática durante a sua vida útil remanescente.
Reverter uma perda por imparidade de uma unidade geradora de caixa (58 e 59)
58. Uma reversão de uma perda por imparidade de uma unidade geradora de caixa
deve ser imputada aos activos da unidade, excepto para o trespasse (goodwill), numa base
pró rata em relação às quantias escrituradas desses activos. Estes aumentos nas quantias
escrituradas devem ser tratados como reversão de perdas por imparidade de activos indivi-
duais e reconhecidos de acordo com o parágrafo 56.
59. Ao imputar uma reversão de uma perda por imparidade de uma unidade geradora
de caixa de acordo com o parágrafo 58, a quantia escriturada de um activo não deve ser
aumentada acima do mais baixo de entre:
(a) A sua quantia recuperável (se determinável); e
(b) A quantia escriturada que teria sido determinada (líquida de amortização ou
depreciação) se nenhuma perda por imparidade tivesse reconhecida no activo
em períodos anteriores. A quantia da reversão da perda por imparidade que de
outra forma teria sido imputada ao activo deve ser imputada numa base pró
rata em relação aos outros activos da unidade (grupo de unidades), excepto
para o trespasse (goodwill).
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63. Uma entidade deve divulgar a seguinte informação para as perdas por imparidade
agregadas e as reversões agregadas de perdas por imparidade reconhecidas durante o perí-
odo para o qual nenhuma informação é divulgada de acordo com o parágrafo 62:
(a) As principais classes de activos afectadas por perdas por imparidade e as prin-
cipais classes de activos afectadas por reversões de perdas por imparidade;
(b) Os principais acontecimentos e circunstâncias que levaram ao reconhecimen-
to destas perdas por imparidade e reversões de perdas por imparidade.
64. Se, de acordo com o parágrafo 37, qualquer porção do trespasse (goodwill) ad-
quirido numa concentração de actividades empresariais durante o período não tiver sido
imputada a uma unidade geradora de caixa (grupo de unidades) à data de relato, a quantia
do trespasse (goodwill) não imputado deve ser divulgada em conjunto com as razões pelas
quais a quantia se mantém não imputada.
65. Uma entidade deve divulgar pormenorizadamente o processo subjacente às es-
timativas usadas para mensurar as quantias recuperáveis de unidades geradoras de caixa
contendo trespasse (goodwill) ou activos intangíveis com vidas úteis indefinidas.
Data de eficácia (66)
66. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
A Ministra Cristina Duarte.
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(b) Royalties - encargos pelo uso de activos a longo prazo da entidade, como, por
exemplo, patentes, marcas, direitos de autor e software de computadores; e
(c) Dividendos - distribuições de lucros a detentores de investimentos em capital
próprio na proporção das suas detenções de uma classe particular de capital.
6. Esta Norma não trata de réditos provenientes de:
(a) Acordos de locação (ver a NRF 9 - Locações);
(b) Dividendos provenientes de investimentos que sejam contabilizados pelo mé-
todo da equivalência patrimonial (ver a NRF 23 — Interesses em Empreendi-
mentos Conjuntos e Investimentos em Associadas);
(c) Contratos de seguro de empresas seguradoras
(d) Alterações no justo valor de activos financeiros e passivos financeiros, ou da
sua alienação (ver subsidiariamente a IAS 39 - Instrumentos Financeiros: Re-
conhecimento e Mensuração);
(e) Alterações no valor de outros activos correntes;
(f) Reconhecimento inicial e de alterações no justo valor de activos biológicos, rela-
cionados com a actividade agrícola (ver a NRF 12- Agricultura);
(g) Reconhecimento inicial de produtos agrícolas (ver a NRF 12 - Agricultura); e
(h) Extracção de minérios.
Definições (7 e 8)
7. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas.
Método do juro efectivo: é um método de calcular o custo amortizado de um activo
financeiro ou de um passivo financeiro (ou grupo de activos financeiros ou de passivos
financeiros) e de imputar o rendimento dos juros ou o gasto dos juros durante o período
relevante. A taxa de juro efectiva é a taxa que desconta exactamente os pagamentos ou re-
cebimentos de caixa futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro
ou, quando apropriado, um período mais curto na quantia escriturada líquida do activo
financeiro ou do passivo financeiro.
Rédito: é o influxo bruto de benefícios económicos durante o período proveniente
do curso das actividades ordinárias de uma entidade quando esses influxos resultarem em
aumentos de capital próprio, que não sejam aumentos relacionados com contribuições de
participantes no capital próprio.
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feitas. Porém, quando os gastos não possam ser mensurados fiavelmente, o rédito não pode
ser reconhecido; em tais circunstâncias, qualquer retribuição já recebida pela venda dos
bens é reconhecida como um passivo.
Prestação de serviços (20 a 28)
20. Quando o desfecho de uma transacção que envolva a prestação de serviços possa
ser fiavelmente estimado, o rédito associado com a transacção deve ser reconhecido com
referência à fase de acabamento da transacção à data do balanço. O desfecho de uma tran-
sacção pode ser fiavelmente estimado quando todas as condições seguintes forem satisfei-
tas:
(a) A quantia de rédito possa ser fiavelmente mensurada;
(b) Seja provável que os benefícios económicos associados à transacção fluam
para a entidade;
(c) A fase de acabamento da transacção à data do balanço possa ser fiavelmente
mensurada; e
(d) Os custos incorridos com a transacção e os custos para concluir a transacção
possam ser fiavelmente mensurados.
21. O reconhecimento do rédito com referência à fase de acabamento de uma transac-
ção é muitas vezes referido como o método da percentagem de acabamento. Por este méto-
do, o rédito é reconhecido nos períodos contabilísticos em que os serviços sejam prestados.
O reconhecimento do rédito nesta base proporciona informação útil sobre a extensão da
actividade de serviço e desempenho durante um período. A NRF 14 - Contratos de Cons-
trução, também exige o reconhecimento do rédito nesta base. As exigências desta Norma
são geralmente aplicáveis ao reconhecimento do rédito e aos gastos associados de uma
transacção que envolva a prestação de serviços.
22. O rédito somente é reconhecido quando for provável que os benefícios económicos
associados à transacção fluam para a entidade. Porém, quando surja uma incerteza acerca
da cobrabilidade de uma quantia já incluída no rédito, a quantia incobrável, ou a quantia
com respeito à qual a recuperação tenha cessado de ser provável, é reconhecida como um
gasto, e não como um ajustamento da quantia de rédito originalmente reconhecido.
23. Uma entidade é geralmente capaz de fazer estimativas fiáveis após ter concordado
com os outros parceiros da transacção o seguinte:
(a) Os direitos que cada uma das partes está obrigada a cumprir quanto ao serviço
a ser prestado e recebido pelas partes;
(b) A retribuição a ser trocada; e
(c) O modo e os termos da liquidação.
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vos e activos que não sejam reconhecidos porque a sua existência somente será confirmada
pela ocorrência ou não ocorrência de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente
sob o controlo da entidade. Além disso, nesta Norma, a expressão «passivo contingente» é
usada para passivos que não satisfaçam os critérios de reconhecimento.
12. Esta Norma distingue entre:
(a) Provisões — que, desde que possa ser efectuada uma estimativa fiável, são
reconhecidas como passivos porque são obrigações presentes e é provável que
um exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos será necessá-
rio para liquidar as obrigações; e
(b) Passivos contingentes — que não são reconhecidos como passivos porque:
(i) São obrigações possíveis, uma vez que carecem de confirmação sobre se
a entidade tem ou não uma obrigação presente que possa conduzir a um
exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos; ou
(ii) São obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reconheci-
mento desta Norma, seja porque não é provável que será necessário um
exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos para liquidar
a obrigação, seja porque não pode ser feita uma estimativa suficientemen-
te fiável da quantia da obrigação.
Reconhecimento (13 a 34)
Provisões (13 a 25)
13. Uma provisão só deve ser reconhecida quando cumulativamente:
(a) Uma entidade tenha uma obrigação presente (legal ou construtiva) como re-
sultado de um acontecimento passado;
(b) Seja provável que um exfluxo de recursos que incorporem benefícios econó-
micos será necessário para liquidar a obrigação; e
(c) Possa ser feita uma estimativa fiável da quantia da obrigação
Obrigação presente (14 e 15)
14. Em casos raros não é claro se existe ou não uma obrigação presente. Nestes casos,
presume-se que um acontecimento passado dá origem a uma obrigação presente se, tendo
em conta toda a evidência disponível, for mais provável do que não que tal obrigação pre-
sente exista à data do balanço.
15. Em quase todos os casos será claro se um acontecimento passado deu origem a
uma obrigação presente. Em casos raros, por exemplo num processo judicial, pode ser dis-
cutido quer se certos eventos ocorreram quer se esses eventos resultaram numa obrigação
presente. Em tal caso, uma entidade determina se existe uma obrigação presente à data do
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balanço tendo em conta toda a evidência disponível incluindo, por exemplo, a opinião de
peritos. A evidência a considerar inclui qualquer evidência adicional proporcionada por
acontecimentos após a data do balanço. Com base em tal evidência a entidade:
(a) Reconhece uma provisão, se os critérios de reconhecimento forem satisfeitos,
quando seja mais provável do que não que uma obrigação presente exista à
data do balanço; e
(b) Divulga um passivo contingente, quando seja mais provável que nenhuma
obrigação presente exista à data do balanço, a menos que a possibilidade de
um exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos seja remota
(como dispõe o parágrafo 83).
Acontecimento passado (16 a 21)
16. Um acontecimento passado que conduza a uma obrigação presente é chamado um
acontecimento que cria obrigações. Para um evento ser considerado um acontecimento que
cria obrigações, é necessário que a entidade não tenha nenhuma alternativa realista senão
liquidar a obrigação por ele criada, o que apenas ocorre:
(a) Quando a liquidação da obrigação possa ser imposta legalmente, ou
(b) No caso de uma obrigação construtiva, quando o evento (que pode ser uma
acção da própria entidade) crie expectativas válidas em terceiros de que ela cum-
prirá a obrigação.
17. As demonstrações financeiras tratam da posição financeira da entidade no fim do
seu período de relato e não da sua possível posição no futuro. Consequentemente, nenhuma
provisão é reconhecida para os custos que necessitam de ser incorridos para operar no futu-
ro. Os únicos passivos reconhecidos no balanço de uma entidade são os que existam à data
daquela demonstração.
18. São apenas reconhecidas como provisões as obrigações que surgem provenientes de
acontecimentos passados que existem independentemente de acções futuras de uma enti-
dade (isto é, a conduta futura dos seus negócios). Constituem exemplos de tais obrigações
as penalizações ou os custos de limpeza de danos ambientais ilegais que, em ambos os
casos, dariam origem na liquidação a um exfluxo de recursos que incorpore benefícios
económicos sem atenção às futuras acções da entidade. Pelas mesmas razões, uma entidade
reconhece uma provisão para os custos de encerramento de um poço de petróleo ou de uma
central eléctrica nuclear até ao limite das suas obrigações de rectificação dos danos já cau-
sados. Contrariamente, devido a pressões comerciais ou exigências legais, uma entidade
pode pretender ou precisar de levar a efeito dispêndios para operar de uma forma particular
no futuro (por exemplo, montando filtros de fumo num certo tipo de fábricas). Dado que a
entidade pode evitar os dispêndios futuros pelas suas próprias acções, por exemplo alteran-
do o seu método de operar, ela não tem nenhuma obrigação presente relativamente a esse
dispêndio futuro e não é reconhecida nenhuma provisão.
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19. Uma obrigação envolve sempre uma outra parte a quem a obrigação é devida,
sendo, por isso mesmo, necessária a identificação da parte a quem a obrigação é devida
(na verdade a obrigação pode ser ao público em geral). Porque uma obrigação envolve
sempre um compromisso com uma outra parte, isto implica que uma decisão do órgão de
gestão apenas dá origem a uma obrigação construtiva à data do balanço se a decisão tiver
sido comunicada antes daquela data aos afectados por ela de uma maneira suficientemente
específica para suscitar neles uma expectativa válida de que a entidade cumprirá as suas
responsabilidades.
20. Um acontecimento que não dê origem imediatamente a uma obrigação pode dá-la
numa data posterior, por força de alterações na lei ou porque um acto da entidade (nome-
adamente, uma declaração pública suficientemente específica) dê origem a uma obriga-
ção construtiva. Por exemplo, quando forem causados danos ambientais pode não haver
nenhuma obrigação para remediar as consequências. Porém, o facto de ter havido o dano
tornar-se-á um acontecimento que cria obrigações quando uma nova lei exigir que o dano
existente seja rectificado ou quando a entidade publicamente aceitar a responsabilidade
pela rectificação de uma maneira que crie uma obrigação construtiva.
21. Quando os pormenores de uma nova lei proposta tiverem ainda de ser ultimados,
uma obrigação só se verifica quando se tiver virtualmente a certeza de que a legislação será
aprovada nos termos constantes da proposta. Para a finalidade desta Norma, tal obrigação
é tratada como uma obrigação legal.
Exfluxo provável de recursos que incorporem benefícios económicos (22 e 23)
22. Para que um passivo se qualifique para reconhecimento precisa de haver não so-
mente uma obrigação presente mas também a probabilidade de um exfluxo de recursos que
incorporem benefícios económicos para liquidar essa obrigação. Para a finalidade desta
Norma, um exfluxo de recursos ou outro acontecimento é considerado como provável se o
acontecimento for mais provável do que não de ocorrer, isto é, se a probabilidade de que
o acontecimento ocorrerá for maior do que a probabilidade de isso não acontecer. Quando
não for provável que exista uma obrigação presente, uma entidade divulga um passivo con-
tingente, a menos que a possibilidade de um exfluxo de recursos que incorporem benefícios
económicos seja remota (ver parágrafo 83).
23. Quando houver várias obrigações semelhantes (por ex. garantias de produtos ou
contratos semelhantes) a probabilidade de que um exfluxo será exigido na liquidação é deter-
minada considerando-se a classe de obrigações como um todo. Se bem que a probabilidade
de exfluxo de qualquer item possa ser pequeno, pode bem ser possível que algum exfluxo
de recursos será necessário para liquidar a classe de obrigações como um todo. Se esse
for o caso, é reconhecida uma provisão (se os outros critérios de reconhecimento forem
satisfeitos).
Estimativa fiável da obrigação (24 e 25)
24. O uso de estimativas é uma parte essencial da preparação de demonstrações finan-
ceiras e não prejudica a sua fiabilidade. Isto é especialmente verdade no caso de provisões,
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que pela sua natureza são mais incertas do que a maior parte de outros elementos do ba-
lanço. Excepto em casos extremamente raros, uma entidade será capaz de determinar uma
gama de desfechos possíveis e pode por isso fazer uma estimativa da obrigação que seja
suficientemente fiável para usar ao reconhecer uma provisão.
25. Nos casos extremamente raros em que nenhuma estimativa fiável possa ser feita,
existe um passivo que não pode ser reconhecido. Esse passivo é divulgado como um passi-
vo contingente (ver parágrafo 83).
Passivos contingentes (26 a 29)
26. Uma entidade não deve reconhecer um passivo contingente.
27. Um passivo contingente é divulgado, como exigido pelo parágrafo 83, a menos
que seja remota a possibilidade de um exfluxo de recursos que incorporem benefícios eco-
nómicos.
28. Quando uma entidade estiver conjunta e solidariamente comprometida a uma obri-
gação, a parte da obrigação que se espera que seja satisfeita por outras partes é tratada
como um passivo contingente. A entidade reconhece uma provisão correspondente à parte
da obrigação pela qual seja provável um exfluxo de recursos que incorporem benefícios
económicos, excepto nas circunstâncias extremamente raras em que nenhuma estimativa
possa ser feita.
29. Os passivos contingentes podem desenvolver-se de uma maneira não inicialmente
esperada. Por isso, são continuadamente avaliados para determinar se um exfluxo de recur-
sos que incorporem benefícios económicos se tornou provável. Se se tornar provável que
um exfluxo de benefícios económicos futuros serão exigidos para um item previamente tra-
tado como um passivo contingente, é reconhecida uma provisão nas demonstrações finan-
ceiras do período em que a alteração da probabilidade ocorra (excepto nas circunstâncias
extremamente raras em que nenhuma estimativa fiável possa ser feita).
Activos contingentes (30 a 34)
30. Uma entidade não deve reconhecer um activo contingente.
31. Os activos contingentes surgem normalmente de acontecimento não planeados ou
de outros não esperados que dão origem à possibilidade de um influxo de benefícios econó-
micos para a entidade. Um exemplo é uma reivindicação que uma entidade esteja a intentar
por intermédio de processos legais, quando o desfecho seja incerto.
32. Os activos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações financeiras desde
que isto possa resultar no reconhecimento de rendimentos que possam nunca ser realiza-
dos. Porém, quando a realização de rendimentos esteja virtualmente certa, então o activo
relacionado não é um activo contingente e o seu reconhecimento é apropriado.
33. Um activo contingente é divulgado, como exigido pelo parágrafo 85, quando for
provável um influxo de benefícios económicos.
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34. Os activos contingentes são avaliados continuadamente para assegurar que os de-
senvolvimentos sejam apropriadamente reflectidos nas demonstrações financeiras. Se se
tornar virtualmente certo que ocorrerá um influxo de benefícios económicos, o activo e o
rendimento relacionado são reconhecidos nas demonstrações financeiras do período em
que a alteração ocorra. Se um influxo de benefícios económicos se tornar provável, uma
entidade divulga o activo contingente (ver parágrafo 85).
Mensuração (35 a 52)
A melhor estimativa (35 a 41)
35. A quantia reconhecida como uma provisão deve ser a melhor estimativa do dispên-
dio exigido para liquidar a obrigação presente à data do balanço.
36. A melhor estimativa do dispêndio exigido para liquidar a obrigação presente é a
quantia que uma entidade racionalmente pagaria para liquidar a obrigação à data do balan-
ço ou para a transferir para uma terceira parte nesse momento. Será muitas vezes impossí-
vel ou proibitivamente dispendioso liquidar ou transferir uma obrigação à data do balanço.
Porém, a estimativa da quantia que uma entidade racionalmente pagaria para liquidar ou
transferir a obrigação produz a melhor estimativa do dispêndio exigido para a liquidar.
37. As estimativas do desfecho e do efeito financeiro são determinadas por julgamen-
tos, complementados pela experiência de transacções semelhantes e, em alguns casos, por
relatos de peritos independentes. A evidência considerada inclui qualquer evidência adicio-
nal proporcionada por acontecimentos após a data do balanço.
38. As incertezas que rodeiam a quantia a ser reconhecida como uma provisão são
tratadas por vários meios de acordo com as circunstâncias.
39. Quando a provisão a ser mensurada envolva uma grande população de itens, a
obrigação é estimada ponderando todos os possíveis desfechos pelas suas probabilidades
associadas. O nome para este método estatístico de estimativa é «o valor esperado». A pro-
visão será por isso diferente dependendo de se a probabilidade de uma perda de uma dada
quantia seja, por exemplo, de 60 por cento ou de 90 por cento. Quando houver uma escala
contínua de desfechos possíveis, e cada ponto nessa escala é tão provável como qualquer
outro, é usado o ponto médio da escala.
40. Quando uma única obrigação estiver a ser mensurada, o desfecho individual mais
provável pode ser a melhor estimativa do passivo. Porém, mesmo em tal caso, a entidade
considera outras consequências possíveis. Quando outras consequências possíveis forem ou
maioritariamente mais altas ou maioritariamente mais baixas do que a consequência mais
provável, a melhor estimativa será uma quantia mais alta ou mais baixa. Por exemplo, se
uma entidade tiver de rectificar uma avaria grave numa fábrica importante que tenha cons-
truído para um cliente, a consequência mais provável pode ser a reparação ter sucesso à
primeira tentativa por um custo de 1.000, mas é feita uma provisão por uma quantia maior
se houver uma possibilidade significativa de que serão necessárias tentativas posteriores.
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41. A posição é mensurada antes dos impostos, porque as consequências fiscais da pro-
visão, e alterações na mesma, são tratadas pela NRF 22 - Impostos sobre o Rendimento.
Riscos e incertezas (42 a 44)
42. Os riscos e incertezas que inevitavelmente rodeiam muitos acontecimentos e cir-
cunstâncias devem ser tidos em conta para se chegar à melhor estimativa de uma provi-
são.
43. O risco descreve a variabilidade de desfechos. Um ajustamento do risco pode au-
mentar a quantia pela qual é mensurado um passivo. É necessária cautela ao fazer juízos
em condições de incerteza, a fim de que os rendimentos ou activos não sejam subavaliados
e os gastos ou passivos não sejam sobreavaliados. Porém, a incerteza não justifica a criação
de provisões excessivas ou uma sobreavaliação deliberada de passivos. Por exemplo, se os
custos projectados de um desfecho particularmente adverso forem estimados numa base
prudente, esse desfecho não é então deliberadamente tratado como mais provável do que
for realisticamente o caso. É necessário cuidado para evitar duplicar ajustamentos do risco
e incerteza com a consequente sobreavaliação de uma provisão.
44. A divulgação das incertezas que rodeiam a quantia do dispêndio é feita de acordo
com o parágrafo 82 b)
Valor presente (45 a 47)
45. Quando o efeito do valor temporal do dinheiro for material, a quantia de uma pro-
visão deve ser o valor presente dos dispêndios que se espera que sejam necessários para
liquidar a obrigação.
46. Por causa do valor temporal do dinheiro, as provisões relacionadas com exfluxos de
caixa que surjam logo após a data do balanço são mais onerosas do que aquelas em que os
exfluxos de caixa da mesma quantia surgem mais tarde. As provisões são por isso descon-
tadas, quando o efeito seja material.
47. A taxa (ou taxas) de desconto deve(m) ser uma taxa (ou taxas) antes dos pré impos-
tos que reflicta(m) as avaliações correntes de mercado do valor temporal do dinheiro e dos
riscos específicos do passivo. A(s) taxa(s) de desconto não devem reflectir riscos relativa-
mente aos quais as estimativas dos fluxos de caixa futuros tenham sido ajustados.
Acontecimentos futuros (48 a 50)
48. Os acontecimentos futuros que possam afectar a quantia necessária para liquidar
uma obrigação devem ser reflectidos na quantia de uma provisão quando houver evidência
objectiva suficiente de que eles ocorrerão.
49. Os acontecimentos futuros esperados podem ser particularmente importantes ao
mensurar as provisões. Por exemplo, uma entidade pode crer que o custo de limpar um
local no fim da sua vida útil será reduzido por alterações futuras de tecnologia. A quantia
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57. Nalguns casos, a entidade não estará comprometida pelos custos em questão se
a terceira parte deixar de efectuar o pagamento. Em tal caso a entidade não tem nenhum
passivo por esses custos não sendo assim incluídos na provisão.
Alterações em provisões (58 e 59)
58. As provisões devem ser revistas à data de cada balanço e ajustadas para reflectir a
melhor estimativa corrente. Se deixar de ser provável que será necessário um exfluxo de
recursos que incorporem benefícios económicos futuro para liquidar a obrigação, a provi-
são deve ser revertida
59. Quando seja usado o desconto, a quantia escriturada de uma provisão aumenta em
cada período para reflectir a passagem do tempo. Este aumento é reconhecido como um
gasto financeiro.
Uso de provisões (60 e 61)
60. Uma provisão deve ser usada somente para os dispêndios relativos aos quais a
provisão foi originalmente reconhecida.
61. Somente os dispêndios que se relacionem com a provisão original são contraba-
lançados com a mesma. Contrabalançar os dispêndios com uma provisão que foi original-
mente reconhecida para uma outra finalidade esconderia o impacto de dois acontecimentos
diferentes.
Aplicação das regras de reconhecimento e de mensuração (62 a 80)
Perdas operacionais futuras (62 e 63)
62. Não devem ser reconhecidas provisões para perdas operacionais futuras, uma vez
que estas não satisfazem a definição de passivo nem os critérios gerais de reconhecimento
estabelecidos.
63. Uma expectativa de perdas operacionais futuras é uma indicação de que certos ac-
tivos da unidade operacional podem estar em imparidade, pelo que a entidade deverá testar
estes activos quanto a imparidade segundo a NRF 17 - Imparidade de Activos.
Contratos onerosos (64 a 67)
64. Se a entidade tiver um contrato que seja oneroso, a obrigação presente segundo o
contrato deve ser reconhecida e mensurada como uma provisão.
65. Muitos contratos (por exemplo, algumas ordens de compra de rotina) podem ser
cancelados sem pagar compensação à outra parte e por isso não há obrigação. Outros con-
tratos estabelecem tanto direitos como obrigações para cada uma das partes do contrato.
Quando os eventos tornem tal contrato oneroso, o contrato cai dentro do âmbito desta
Norma, existindo um passivo que é reconhecido. Os contratos executivos que não sejam
onerosos caiem fora do âmbito desta Norma.
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66. Esta Norma define um contrato oneroso como um contrato em que os custos ine-
vitáveis de satisfazer as obrigações segundo o contrato excedem os benefícios económicos
que se espera venham a ser recebidos segundo o mesmo. Os custos inevitáveis segundo
um contrato reflectem o menor do custo líquido de sair do contrato, que é o mais baixo do
custo de o cumprir e de qualquer compensação ou de penalidades provenientes da falta de
o cumprir.
67. Antes de ser estabelecida uma provisão separada para um contrato oneroso, uma
entidade reconhece qualquer perda de imparidade que tenha ocorrido nos activos inerentes
a esse contrato (ver a NRF 17 - Imparidade de Activos).
Reestruturação (68 a 80)
68. A definição de reestruturação por regra inclui, entre outras, as seguintes situações:
(a) Venda ou cessação de uma linha de negócios;
(b) O fecho de locais de negócio num país ou região ou a deslocalização de activi-
dades de negócio de um país ou de uma região para um outro ou uma outra;
(c) Alterações na estrutura de gestão, como por exemplo a eliminação de um de-
terminado nível ; e
(d) Reorganizações fundamentais que tenham um efeito material na natureza e
foco das operações da entidade.
69. Uma provisão para custos de reestruturação somente é reconhecida quando os
critérios de reconhecimento gerais de provisões estabelecidos no parágrafo 13 sejam satis-
feitos. Os parágrafos 70 a 80 estabelecem como os critérios gerais de reconhecimento se
aplicam a reestruturações.
70. Uma obrigação construtiva de reestruturar surge somente quando uma entidade:
(a) Tenha um plano formal detalhado para a reestruturação identificando pelo me-
nos:
(i) O negócio ou parte de um negócio em questão;
(ii) As principais localizações afectadas;
(iii) A localização, função e número aproximado de empregados que recebe-
rão retribuições pela cessação dos seus serviços;
(iv) Os dispêndios que serão levados a efeito; e
(v) Quando será implementado o plano; e
(b) Tenha criado uma expectativa válida nos afectados de que levará a efeito a
reestruturação ao começar a implementar esse plano ou ao anunciar as suas
principais características aos afectados por ele.
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76. Mesmo quando uma entidade tenha tomado uma decisão de vender uma unidade
operacional e anunciado publicamente essa decisão, ela não pode estar comprometida com
a venda até que um comprador tenha sido identificado e que haja um acordo vinculativo
de venda. Até que haja um acordo vinculativo de venda, a entidade estará em condições
de alterar a sua intenção e na verdade terá de tomar uma outra orientação se não puder ser
encontrado um comprador em termos aceitáveis. Quando a venda de uma unidade opera-
cional for concebida como parte de uma reestruturação, os activos da unidade operacional
são revistos quanto à sua imparidade, segundo a NRF 17 - Imparidade de Activos. Quando
uma venda for somente parte de uma reestruturação, uma obrigação construtiva pode surgir
para as outras partes da reestruturação antes que exista um acordo de venda vinculativo.
77. Uma provisão de reestruturação somente deve incluir os dispêndios directos pro-
venientes da reestruturação, que são os que sejam quer:
(a) Necessariamente consequentes da reestruturação; quer
(b) Não associados com as actividades continuadas da entidade.
78. Uma provisão de reestruturação não inclui custos tais como:
(a) Retreinar ou deslocalizar pessoal que continua;
(b) Comercialização; ou
(c) Investimento em novos sistemas e redes de distribuição.
Estes dispêndios relacionam-se com a conduta futura da entidade e não são passivos de
reestruturação à data do balanço. Tais dispêndios são reconhecidos na mesma base como se
surgissem independentemente de uma reestruturação.
79. Perdas operacionais futuras identificáveis até à data de uma reestruturação não
são incluídas numa provisão, a menos que se relacionem com um contrato oneroso como
definido no parágrafo 8.
80. Como exigido pelo parágrafo 51, os ganhos esperados na alienação de activos não são
tidos em consideração na mensuração de uma provisão de reestruturação, mesmo se a venda
de activos for vista como parte da reestruturação.
Divulgação (81 a 87)
81. Para cada classe de provisão, uma entidade deve divulgar:
(a) A quantia escriturada no começo e no fim do período;
(b) As provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões
existentes;
(c) As quantias usadas (isto é, incorridas e debitadas à provisão) durante o período;
(d) Quantias não usadas revertidas durante o período; e
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6. Esta Norma não trata da apresentação numa demonstração de fluxos de caixa prove-
nientes de transacções numa moeda estrangeira e da transposição de fluxos de caixa de uma
unidade operacional estrangeira (ver NRF 2 - Demonstração de Fluxos de Caixa).
7. Esta Norma não se aplica à contabilidade de cobertura de itens em moeda estrangeira,
incluindo a cobertura de um investimento líquido numa unidade operacional estrangeira,
nem a transacções e saldos de derivados. Orientação adicional sobre esta matéria é propor-
cionada pela IAS 39 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.
Definições (8 a 16)
8. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Diferença de câmbio: é a diferença resultante da transposição de um determinado nú-
mero de unidades de uma moeda para outra moeda a diferentes taxas de câmbio.
Grupo: é constituído por uma empresa-mãe e todas as suas subsidiárias. Investimento
líquido: numa unidade operacional estrangeira é a quantia relativa ao interesse da entidade
que relata nos activos líquidos dessa unidade operacional. Itens monetários: são unidades
monetárias detidas e activos e passivos a receber ou a pagar num número fixado ou deter-
minável de unidades monetárias.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas.
Moeda de apresentação: é a moeda na qual as demonstrações financeiras são apresen-
tadas.
Moeda estrangeira: é uma moeda que não seja a moeda funcional da entidade.
Moeda funcional: é a moeda do ambiente económico principal no qual a entidade
opera.
Taxa de câmbio: é o rácio de troca de duas moedas.
Taxa de câmbio à vista: é a taxa de câmbio para entrega imediata de moeda.
Taxa de fecho: é a taxa de câmbio à vista à data do balanço.
Unidade operacional estrangeira: é uma subsidiária, associada, empreendimento con-
junto ou sucursal da entidade que relata, cujas actividades sejam baseadas ou conduzidas
num país que não seja o país da entidade que relata.
Elaboração das definições (9 a 16)
Moeda funcional (9 a 14)
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12. Quando os indicadores atrás forem mistos e a moeda funcional não for óbvia, o
órgão de gestão usa o seu juízo de valor para determinar a moeda funcional que mais fide-
dignamente representa os efeitos económicos das transacções, acontecimentos e condições
subjacentes. Como parte desta abordagem, o órgão de gestão dá prioridade aos indicadores
do parágrafo 9 antes de considerar os indicadores dos parágrafos 11, que foram concebidos
para proporcionar evidência adicional de suporte para determinar a moeda funcional de
uma entidade.
13. A moeda funcional de uma entidade reflecte as transacções, acontecimentos e con-
dições subjacentes que sejam relevantes para a mesma. Em conformidade, uma vez de-
terminada, a moeda funcional não é alterada a não ser que ocorra uma alteração nessas
transacções, acontecimentos e condições subjacentes.
14. Se a moeda funcional for a moeda de um economia Hiperinflacionárias, as de-
monstrações financeiras da entidade não são reexpressas em conformidade com a presente
Norma (vide IAS 29 - Relato Financeiro em Economias Hiperinflacionárias).
Investimento líquido numa unidade operacional estrangeira (15)
15. Uma entidade pode ter um item monetário que seja recebível de ou pagável a
uma unidade operacional estrangeira. Um item cuja liquidação não esteja planeada nem
seja provável que ocorra num futuro previsível faz parte, em substância, do investimento
líquido da entidade nessa unidade operacional estrangeira, sendo contabilizado em confor-
midade com os parágrafos 31 e 32. Tais itens monetários podem incluir contas a receber ou
empréstimos de longo prazo. Não incluem contas a receber comerciais nem contas a pagar
comerciais.
Itens monetários (16)
16. A característica essencial de um item monetário é um direito de receber (ou uma
obrigação de entregar) um número fixo ou determinável de unidades monetárias. Os exem-
plos incluem: pensões e outros benefícios de empregados a serem pagos em numerário;
provisões que devem ser liquidadas em numerário; e dividendos em numerário que sejam
reconhecidos como um passivo. Da mesma forma, um contrato para receber (ou entregar)
um número variável dos instrumentos de capital próprio da entidade ou uma quantidade
variável de activos dos quais o justo valor a receber (ou a entregar) equivalha a um número
fixo ou determinável de unidades monetárias é um item monetário. Pelo contrário, a carac-
terística essencial de um item não monetário é a ausência de um direito de receber (ou de
uma obrigação de entregar) um número fixo ou determinável de unidades monetárias. Os
exemplos incluem: quantias pré-pagas de bens e serviços (por exemplo, a renda pré-paga);
trespasse (goodwill); activos intangíveis; inventários; activos fixos tangíveis; e provisões
que devam ser liquidadas pela entrega de um activo não monetário.
Resumo da abordagem exigida por esta norma (17 a 19)
17. Ao preparar demonstrações financeiras, cada entidade — seja uma entidade autó-
noma, uma entidade com unidades operacionais estrangeiras (como uma empresa-mãe) ou
uma unidade operacional estrangeira (como uma subsidiária ou uma sucursal) — determina
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geira que ocorram durante esse período. Porém, se as taxas de câmbio variarem significati-
vamente, o uso da taxa média de um período não é apropriado.
Relato em datas subsequentes à do balanço (23 a 26)
23. À data de cada balanço:
(a) Os itens monetários em moeda estrangeira devem ser transpostos pelo uso da taxa
de fecho;
(b) Os itens não monetários que sejam mensurados em termos de custo histórico
numa moeda estrangeira devem ser transpostos pelo uso da taxa de câmbio à
data da transacção;
(c) Os itens não monetários que sejam mensurados pelo justo valor numa moeda
estrangeira devem ser transpostos pelo uso das taxas de câmbio que existiam
quando os valores foram determinados.
24. A quantia escriturada de um item é determinada de acordo com as Normas Conta-
bilísticas e de Relato Financeiro relevantes. Por exemplo, os activos fixos tangíveis podem
ser mensurados pelo justo valor ou pelo custo histórico de acordo com a NRF 7 - Activos
Fixos Tangíveis. Quer a quantia escriturada seja determinada na base do custo histórico ou
na base do justo valor, se a quantia for determinada numa moeda estrangeira, ela deve ser
transposta para a moeda funcional de acordo com esta Norma.
25. A quantia escriturada de alguns itens é determinada pela comparação de duas ou
mais quantias. Por exemplo, a quantia escriturada de inventários é a menor do custo e do
valor realizável líquido de acordo com a NRF 13 - Inventários. Da mesma forma, de acordo
com a NRF 17 - Imparidade de Activos, a quantia escriturada de um activo para o qual exis-
ta a indicação de imparidade é a menor entre a sua quantia escriturada antes de considerar
as possíveis perdas por imparidade e a sua quantia recuperável. Quando um tal activo é
não monetário e é mensurado numa moeda estrangeira, a quantia escriturada é determinada
comparando:
(a) O custo ou quantia escriturada, conforme apropriado, transposto à taxa de
câmbio na data em que a quantia foi determinada (i.e. a taxa à data da transac-
ção para um item mensurado em termos de custo histórico); e
(b) O valor realizável líquido ou quantia recuperável, conforme apropriado, trans-
posto à taxa de câmbio na data em que o valor foi determinado (por exemplo,
a taxa de fecho à data do balanço). O efeito desta comparação pode ser que
uma perda por imparidade seja reconhecida na moeda funcional, mas não seja
reconhecida na moeda estrangeira, ou vice-versa.
26. Quando estão disponíveis várias taxas de câmbio, a taxa usada é aquela pela qual
os futuros fluxos de caixa representados pela transacção ou saldo poderiam ter sido liqui-
dados se esses fluxos de caixa tivessem ocorrido na data da mensuração. Se a convertibili-
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dade entre duas moedas estiver temporariamente suspensa, a taxa usada é a primeira taxa
subsequente pela qual os câmbios podem ser efectuados.
Reconhecimento de diferenças de câmbio (27 a 33)
27. As diferenças de câmbio resultantes da liquidação de itens monetários ou do relato
de itens monetários de uma empresa a taxas diferentes das que foram inicialmente regis-
tadas durante o período, ou relatadas em demonstrações financeiras anteriores, devem ser
reconhecidas nos resultados do período em que ocorram, excepto quanto ao descrito no
parágrafo 31.
28. Quando itens monetários resultam de uma transacção em moeda estrangeira e
ocorre uma alteração na taxa de câmbio, entre a data da transacção e a data da liquidação,
o resultado é uma diferença de câmbio. Quando a transacção é liquidada dentro do mesmo
período contabilístico em que ocorreu, toda a diferença de câmbio é reconhecida nesse
período. Porém, quando a transacção é liquidada num período contabilístico subsequente,
a diferença de câmbio reconhecida em cada período até à data de liquidação é determinada
pela alteração nas taxas de câmbio durante cada período.
29. Quando um ganho ou uma perda num item não monetário é reconhecido directa-
mente no capital próprio, qualquer diferença de câmbio incluída nesse ganho ou perda deve
ser reconhecida directamente no capital próprio. Quando um ganho ou uma perda com um
item não monetário é reconhecido nos resultados, qualquer diferença de câmbio incluída
nesse ganho ou perda deve ser reconhecida nos resultados.
30. Outras Normas exigem que alguns ganhos ou perdas sejam reconhecidos directamen-
te no capital próprio. Por exemplo, a NRF 7 — Activos Fixos Tangíveis exige que alguns
ganhos ou perdas resultantes de uma revalorização de activos fixos tangíveis sejam reco-
nhecidos directamente no capital próprio. Quando um tal activo é mensurado numa moeda
estrangeira, o parágrafo 23 (c) desta Norma exige que a quantia revalorizada seja transposta
usando a taxa à data em que o valor é determinado, resultando numa diferença de câmbio
que também é reconhecida no capital próprio.
31. As diferenças de câmbio resultantes de um item monetário que faça parte do in-
vestimento líquido numa unidade operacional estrangeira de uma entidade que relata (ver
parágrafo 15) devem ser reconhecidas nos resultados, nas demonstrações financeiras da
entidade que relata ou nas demonstrações financeiras da unidade operacional estrangeira,
conforme apropriado. Nas demonstrações financeiras que incluam a unidade operacional
estrangeira e a entidade que relata (por exemplo, as demonstrações financeiras consoli-
dadas quando a unidade operacional estrangeira for uma subsidiária), essas diferenças de
câmbio devem ser reconhecidas inicialmente num componente separado de capital próprio
e reconhecidas nos resultados aquando da alienação do investimento líquido de acordo com
o parágrafo 47.
32. Quando um item monetário fizer parte do investimento líquido numa unidade ope-
racional estrangeira de uma entidade que relata e está denominado na moeda funcional da
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entidade que relata, surge uma diferença de câmbio nas demonstrações financeiras indi-
viduais da unidade operacional estrangeira. Da mesma forma, se esse item estiver deno-
minado na moeda funcional da unidade operacional estrangeira, surge uma diferença de
câmbio nas demonstrações financeiras separadas da entidade que relata. Essas diferenças
de câmbio são reclassificadas num componente separado de capital próprio nas demonstra-
ções financeiras que incluem a unidade operacional estrangeira e a entidade que relata (i.e.
as demonstrações financeiras nas quais a unidade operacional estrangeira está integral ou
proporcionalmente consolidada, ou contabilizada usando o método da equivalência patri-
monial). Contudo, um item monetário que faça parte do investimento líquido numa unidade
operacional estrangeira de uma entidade que relata pode ser denominado numa moeda
diferente da moeda funcional tanto da entidade que relata como da unidade operacional
estrangeira. As diferenças de câmbio que resultam da transposição do item monetário para
as moedas funcionais da entidade que relata e da unidade operacional estrangeira não são
reclassificadas no componente separado de capital próprio nas demonstrações financeiras
que incluem a unidade operacional estrangeira e a entidade que relata (i.e. mantêm-se re-
conhecidas nos resultados).
33. Quando uma entidade mantiver os seus livros e registos numa moeda diferente
da sua moeda funcional, no momento em que a entidade preparar as suas demonstrações
financeiras, todas as quantias são transpostas para a moeda funcional de acordo com os pa-
rágrafos 20 a 26. Isto resulta nas mesmas quantias na moeda funcional que teriam ocorrido
se os itens tivessem sido registados inicialmente na moeda funcional. Por exemplo, os itens
monetários são transpostos para a moeda funcional usando a taxa de fecho, e os itens não
monetários que são mensurados numa base do custo histórico são transpostos usando a taxa
de câmbio à data da transacção que resultou no seu reconhecimento.
Alterações na moeda funcional (34 a 36)
34. Quando ocorrer uma alteração na moeda funcional de uma entidade, a entidade
deve aplicar os procedimentos de transposição aplicáveis à nova moeda funcional prospec-
tivamente a partir a data da alteração.
35. Conforme referido no parágrafo 13, a moeda funcional de uma entidade reflecte
as transacções, acontecimentos e condições subjacentes que sejam relevantes para a enti-
dade. Em conformidade, uma vez determinada a moeda funcional, ela só pode ser alterada
se ocorrer uma alteração nessas transacções, acontecimentos e condições subjacentes. Por
exemplo, uma alteração na moeda que influencia principalmente os preços de venda dos
bens e serviços pode levar a uma alteração na moeda funcional de uma entidade.
36. O efeito de uma alteração na moeda funcional é contabilizado prospectivamente.
Por outras palavras, uma entidade transpõe todos os itens para a nova moeda funcional
usando a taxa de câmbio à data da alteração. As quantias transpostas resultantes para itens
não monetários são tratadas como o seu custo histórico. As diferenças de câmbio resultan-
tes da transposição de uma unidade operacional estrangeira anteriormente classificada no
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Despacho Normativo n.º 21/2008, de 29 de Dezembro
capital próprio de acordo com os parágrafos 31 e 38(c) não são reconhecidas nos resultados
até à alienação da unidade operacional.
Uso de uma moeda de apresentação diferente da moeda funcional (37 a 48)
Transposição para a moeda de apresentação (37 a 42)
37. Uma entidade pode apresentar as suas demonstrações financeiras em qualquer mo-
eda (ou moedas). Se a moeda de apresentação diferir da moeda funcional da entidade, ela
transpõe os seus resultados e posição financeira para a moeda de apresentação. Por exem-
plo, quando um grupo contiver entidades individuais com diferentes moedas funcionais, os
resultados e posição financeira de cada entidade são expressos numa moeda comum para
que seja possível apresentar demonstrações financeiras consolidadas.
38. Os resultados e posição financeira de uma entidade cuja moeda funcional não seja
a moeda de uma economia hiperinflacionária devem ser transpostos para uma moeda de
apresentação diferente usando os seguintes procedimentos:
(a) Os activos e passivos de cada balanço apresentado (i.e. incluindo comparati-
vos) devem ser transpostos à taxa de fecho na data desse balanço;
(b) Os rendimentos e gastos de cada demonstração dos resultados (i.e. incluindo
comparativos) devem ser transpostos às taxas de câmbio nas datas das transac-
ções; e
(c) Todas as diferenças de câmbio resultantes devem ser reconhecidas como um
componente separado de capital próprio.
39. Por razões práticas, é muitas vezes usada uma taxa que se aproxime das taxas de
câmbio à data das transacções, por exemplo, uma taxa média do período, para transpor os
itens de rendimentos e de gastos. Porém, se as taxas de câmbio variarem significativamen-
te, o uso da taxa média de um período não é apropriado.
40. As diferenças de câmbio referidas no parágrafo 38 (c) resultam:
(a) Da transposição de rendimentos e gastos às taxas de câmbio nas datas das
transacções e de activos e passivos à taxa de fecho. Essas diferenças de câm-
bio derivam tanto dos itens de rendimentos e de gastos reconhecidos nos re-
sultados como daqueles reconhecidos directamente no capital próprio;
(b) Da transposição dos activos líquidos de abertura a uma taxa de fecho que difi-
ra da taxa de fecho anterior.
Estas diferenças de câmbio não são reconhecidas nos resultados porque as alterações
nas taxas de câmbio têm pouco ou nenhum efeito sobre os fluxos de caixa presentes e
futuros das unidades operacionais. Quando as diferenças de câmbio se relacionam com
uma unidade operacional estrangeira que esteja consolidada mas não totalmente detida,
as diferenças de câmbio acumuladas resultantes da transposição e atribuíveis a interesses
minoritários são imputadas a, e reconhecidas como parte de, interesses minoritários no
balanço consolidado.
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41. Os resultados e posição financeira de uma entidade cuja moeda funcional seja
a moeda de uma economia hiperinflacionária devem ser transpostos para uma moeda de
apresentação diferente usando os seguintes procedimentos:
(a) Todas as quantias (i.e. activos, passivos, itens de capital próprio, rendimento e
gastos, incluindo comparativos) devem ser transpostas à taxa de fecho na data
do balanço mais recente, excepto que
(b) Quando as quantias são transpostas para a moeda de uma economia não hipe-
rinflacionária, as quantias comparativas devem ser aquelas que tenham sido
apresentadas como quantias do ano corrente nas demonstrações financeiras
relevantes do ano anterior (i.e. não ajustadas para alterações subsequentes no
nível de preço ou alterações subsequentes nas taxas de câmbio).
42. Quando a moeda funcional de uma entidade é a moeda de uma economia hipe-
rinflacionária, a entidade deve reexpressar as suas demonstrações financeiras (procedendo,
para o efeito, de acordo com a IAS 29 Relato Financeiro em Economias Hiperinflacioná-
rias) antes de aplicar o método de transposição definido no parágrafo 41, excepto no caso
de quantias comparativas que sejam transpostas para uma moeda de uma economia não
hiperinflacionária (ver parágrafo 41(b)). Quando a economia deixar de ser hiperinflacio-
nária e a entidade já não reexpressar as suas demonstrações financeiras de acordo com o
procedimento antes referido, ela deve usar como custos históricos para a transposição para
a moeda de apresentação as quantias reexpressas ao nível de preço à data em que a entidade
cessou de reexpressar as suas demonstrações financeiras.
Transposição de uma unidade operacional estrangeira (43 a 46)
43. Os parágrafos 44 a 46, além dos parágrafos 37 a 42, aplicam-se quando os resulta-
dos e a posição financeira de uma unidade operacional estrangeira são transpostos para uma
moeda de apresentação a fim de que a unidade operacional estrangeira possa ser incluída,
nas demonstrações financeiras da entidade que relata, pela consolidação integral ou propor-
cional ou pelo método de equivalência patrimonial.
44. A incorporação dos resultados e da posição financeira de uma unidade operacional
estrangeira com os da entidade que relata segue os procedimentos normais de consolida-
ção, tais como a eliminação de saldos intragrupo e de transacções intragrupo de uma subsi-
diária (ver NRF 25 — Investimentos em Subsidiárias e Consolidação e NRF 23 - Interesses
em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas). Contudo, um activo (ou
passivo) monetário intragrupo, seja de curto ou longo prazo, não pode ser eliminado contra
o correspondente passivo (ou activo) intragrupo sem que sejam mostrados os resultados das
flutuações da moeda nas demonstrações financeiras consolidadas. Isto resulta do facto de
o item monetário representar um compromisso para converter uma moeda noutra e expor
a entidade que relata a um ganho ou perda através das flutuações cambiais. Em conformi-
dade, nas demonstrações financeiras consolidadas da entidade que relata, tal diferença de
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câmbio continua a ser reconhecida nos resultados ou, se derivar das circunstâncias descri-
tas no parágrafo 31, é classificada como capital próprio até à alienação da unidade opera-
cional estrangeira.
45. Quando as demonstrações financeiras de uma unidade operacional estrangeira se
referem a uma data diferente da data da entidade que relata, a unidade operacional es-
trangeira prepara muitas vezes demonstrações adicionais da mesma data que a data das
demonstrações financeiras da entidade que relata. Quando tal não se verificar, a NRF 25 -
Investimentos em Subsidiárias e Consolidação permite o uso de uma data de relato diferen-
te desde que a diferença não seja superior a três meses e os ajustamentos sejam feitos para
os efeitos de qualquer transacção significativa ou outros acontecimentos que ocorram entre
as diferentes datas. Em tal caso, os activos e passivos da unidade operacional estrangeira
são transpostos à taxa de câmbio na data do balanço da unidade operacional estrangeira. Os
ajustamentos são feitos para alterações significativas nas taxas de câmbio até à data do ba-
lanço da entidade que relata de acordo com a NRF 25. A mesma abordagem é usada na apli-
cação do método de equivalência patrimonial a associadas e empreendimentos conjuntos e
na aplicação da consolidação proporcional a empreendimentos conjuntos de acordo com a
NRF 23 — Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas.
46. Qualquer trespasse (goodwill) proveniente da aquisição de uma unidade operacio-
nal estrangeira e quaisquer ajustamentos do justo valor nas quantias escrituradas de activos
e passivos provenientes da aquisição dessa unidade operacional estrangeira serão tratados
como activos e passivos da unidade operacional estrangeira. Desse modo, serão expressos
na moeda funcional da unidade operacional estrangeira e serão transpostos à taxa de fecho
de acordo com os parágrafos 38 e 41.
Alienação de uma unidade operacional estrangeira (47 e 48)
47. Na alienação de uma unidade operacional estrangeira, a quantia acumulada das
diferenças de câmbio diferidas no componente separado de capital próprio relativo a essa
unidade operacional estrangeira deve ser reconhecida nos resultados quando o ganho ou a
perda resultante da alienação for reconhecido.
48. Uma entidade pode alienar os seus interesses numa unidade operacional estran-
geira pela venda, pela liquidação, pelo reembolso do capital por acções ou pelo abandono
de parte ou da totalidade dessa entidade. O pagamento de um dividendo faz parte de uma
alienação apenas quando constituir um retorno do investimento, por exemplo, quando o
dividendo pago for originado por lucros anteriores à aquisição. No caso de uma alienação
parcial, apenas é incluída no ganho ou na perda a parte proporcional da diferença de câmbio
acumulada relacionada. Uma redução da quantia escriturada de uma unidade operacional
estrangeira não constitui uma alienação parcial. Em conformidade, nenhuma parte do ga-
nho ou perda cambial diferido é reconhecida nos resultados no momento da redução.
Efeitos fiscais de todas as diferenças de câmbio (49)
49. Os ganhos e perdas com transacções em moeda estrangeira e as diferenças de câm-
bio resultantes da transposição dos resultados e da posição financeira de uma entidade (in-
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cluindo uma unidade operacional estrangeira) para outra moeda podem ter efeitos fiscais. A
NRF 22 - Impostos sobre o Rendimento aplica-se a estes efeitos fiscais.
Divulgação (50 a 53)
50. Nos parágrafos 52 e 53, as referências a «moeda funcional» aplicam-se, no caso de
um grupo, à moeda funcional da empresa-mãe.
51. Uma entidade deve divulgar:
(a) A quantia das diferenças de câmbio reconhecidas nos resultados excepto as
que resultem de instrumentos financeiros mensurados pelo justo valor através
dos resultados (vide IAS 39);
(b) As diferenças de câmbio líquidas classificadas num componente separado de
capital próprio, e uma reconciliação da quantia de tais diferenças de câmbio
no começo e no fim do período.
52. Quando a moeda de apresentação for diferente da moeda funcional, esse facto deve
ser declarado, junto com a divulgação da moeda funcional e a razão para o uso de uma
moeda de apresentação diferente.
53. Quando houver uma alteração na moeda funcional tanto da entidade que relata
como de uma unidade operacional estrangeira significativa, esse facto e a razão para a alte-
ração na moeda funcional devem ser divulgados.
Data de eficácia (54)
54. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
ANEXO 1
Regime especial das pequenas entidades
Preambulo:
Uma entidade pode levar a efeito actividades no estrangeiro de duas maneiras:
(a) Pode ter transacções em moeda estrangeira, ou
(b) Pode ter unidades operacionais no estrangeiro.
1. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se
aplicam os parágrafos que se referem à questão relacionada com “unidades operacionais no
estrangeiro” como sejam os parágrafos: 15; 17 a 19; 31 a 47. Pelo mesmo motivo há parágra-
fos que não se aplicam na sua totalidade como seja o parágrafo 49.
2. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se
aplicam os parágrafos 50 a 53 (divulgação) devendo no entanto dar informação no Anexo
referente a situações materialmente relevantes que contribuam para uma melhor compre-
ensão das demonstrações financeiras
A Ministra, Cristina Duarte.
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ses do final do período) e benefícios não monetários (tais como cuidados mé-
dicos, alojamento, automóveis e bens ou serviços gratuitos ou subsidiados)
relativos aos empregados correntes;
(b) Benefícios pós-emprego tais como pensões, outros benefícios de reforma, se-
guro de vida pós emprego e cuidados médicos pós emprego;
(c) Outros benefícios a longo prazo dos empregados, incluindo licença de longo
serviço ou licença sabática, jubileu ou outros benefícios de longo serviço, be-
nefícios de invalidez a longo prazo e, se não forem pagáveis completamente
dentro de doze meses após o final do período, a participação nos lucros, grati-
ficações e remunerações diferidas;
(d) Benefícios de cessação de emprego; e
5. Os benefícios dos empregados incluem os benefícios proporcionados quer a emprega-
dos quer aos seus dependentes e podem ser liquidados por pagamentos (ou o fornecimento
de bens e serviços) feitos quer directamente aos empregados, aos seus cônjuges, filhos ou
outros dependentes quer a outros, tais como empresas de seguros.
6. Um empregado pode proporcionar serviços a uma entidade numa base de tempo
completo, de tempo parcial, permanente, acidental ou temporária. Para os fins desta Nor-
ma, os empregados incluem directores e outro pessoal de gerência.
7. Esta Norma não trata do relato dos planos de benefícios do empregado.
Definições (8)
8. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:
Activos detidos ou um fundo de benefícios a longo prazo de empregados: são activos (que
não sejam instrumentos financeiros não transferíveis emitidos pela entidade que relata)
que:
(a) Sejam detidos por uma entidade (o fundo) que esteja legalmente separada da
entidade que relata e exista unicamente para pagar ou financiar os benefícios
dos empregados; e
(b) Estejam disponíveis para ser unicamente usados para pagar ou financiar os be-
nefícios dos empregados, não estejam disponíveis para os credores da própria
entidade que relata (mesmo em falência), e não possam ser devolvidos à enti-
dade que relata, salvo se ou:
(i) Os restantes activos do fundo sejam suficientes para satisfazer todas as
respectivas obrigações de benefícios dos empregados do plano ou da en-
tidade que relata; ou
(ii) Os activos sejam devolvidos à entidade que relata para a reembolsar rela-
tivamente a benefícios de empregados já pagos.
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Benefícios pós emprego: são benefícios dos empregados (que não sejam benefícios de
cessação de emprego e benefícios de compensação em capital próprio) que sejam pagáveis
após a conclusão do emprego.
Custo de juros: é o aumento durante um período no valor presente de uma obrigação
de benefícios definidos que surge porque os benefícios estão um ano mais próximo da li-
quidação.
Custo de serviços passados: é o aumento no valor presente da obrigação de benefícios
definidos quanto ao serviço de empregados em períodos anteriores, resultantes no período
corrente da introdução de, ou alterações a, benefícios pós-emprego ou outros benefícios a
longo prazo dos empregados. O custo de serviços passados pode ser ou positivo (quando
os benefícios sejam introduzidos ou melhorados) ou negativo (quando os benefícios exis-
tentes sejam reduzidos).
Custo do serviço corrente: é o aumento no valor presente da obrigação de benefícios
definidos resultante do serviço do empregado no período corrente.
Ganhos e perdas actuariais: compreendem:
(a) Ajustamentos de experiência (os efeitos de diferenças entre os anteriores pres-
supostos actuariais e aquilo que realmente ocorreu); e
(b) Os efeitos de alterações nos pressupostos actuariais.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas.
Outros benefícios a longo prazo dos empregados: são benefícios dos empregados (que
não sejam benefícios pós-emprego, benefícios de cessação de emprego e benefícios de re-
muneração em capital próprio) que não se vençam na totalidade dentro de doze meses após
o final do período em que os empregados prestam o respectivo serviço.
Planos de benefícios definidos: são planos de benefícios pós emprego que não sejam
planos de contribuição definida.
Planos de benefícios pós emprego: são acordos formais ou informais pelos quais uma
entidade proporciona benefícios pós emprego a um ou mais empregados.
Planos de contribuição definida: são planos de benefícios pós emprego pelos quais
uma entidade paga contribuições fixadas a uma entidade separada (um fundo) e não terá
obrigação legal ou construtiva de pagar contribuições adicionais se o fundo não detiver
activos suficientes para pagar todos os benefícios dos empregados relativos ao serviço dos
empregados no período corrente e em períodos anteriores.
Planos de remuneração em capital próprio: são acordos formais ou informais pelos
quais uma entidade proporciona benefícios de remuneração em capital próprio para um ou
mais empregados.
752
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro
Planos multi-empregador: são planos de contribuição definida (que não sejam planos
estatais) ou planos de benefícios definidos (que não sejam planos estatais) que:
(a) Ponham em conjunto activos contribuídos por várias entidades que não este-
jam sob controlo comum; e
(b) Usem esses activos para proporcionar benefícios aos empregados de mais de
uma entidade, na base de que os níveis de contribuições e de benefícios são
determinados não olhando á identidade da entidade que emprega os emprega-
dos em questão.
Retorno dos activos do plano: é o juro, dividendos e outro rédito proveniente dos
activos do plano, juntamente com ganhos ou perdas nos activos do plano realizados e não
realizados, menos quaisquer custos de administrar o plano e menos qualquer imposto a pa-
gar pelo próprio plano. Valor presente de uma obrigação de benefícios definidos: é o valor
presente, sem a dedução de quaisquer activos do plano, dos pagamentos futuros esperados
necessários para liquidar a obrigação resultante do serviço do empregado nos períodos
corrente e anteriores.
Benefícios a curto prazo dos empregados (9 a 23)
9. Os benefícios a curto prazo de empregados incluem itens tais como:
(a) Salários, ordenados e contribuições para a segurança social;
(b) Ausências permitidas a curto prazo (tais como licença anual paga e licença por
doença paga) em que se espera que as faltas ocorram dentro de doze meses
após o final do período em que os empregados prestam o respectivo serviço;
(c) Participação nos lucros e gratificações pagáveis dentro de doze meses após o
final do período em que os empregados prestam o respectivo serviço; e
(d) Benefícios não monetários (tais como cuidados médicos, alojamento, automó-
vel e bens ou serviços gratuitos ou subsidiados) para os empregados corren-
tes.
10. A contabilização dos benefícios a curto prazo dos empregados é geralmente linear
porque não são necessários pressupostos actuariais para mensurar a obrigação ou o custo
e não há possibilidade de qualquer ganho ou perda actuarial. Além do mais, as obrigações
dos benefícios dos empregados a curto prazo são mensuradas numa base não descontada.
Reconhecimento e mensuração (11 a 23)
Todos os Benefícios a Curto Prazo de Empregados (11)
11. Quando um empregado tenha prestado serviço a uma entidade durante um período
contabilístico, a entidade deve reconhecer a quantia não descontada de benefícios a curto
prazo de empregados que espera ser paga em troca desse serviço:
(a) Como um passivo (gasto acrescido), após dedução de qualquer quantia já
paga. Se a quantia já paga exceder a quantia não descontada dos benefícios,
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Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro
uma entidade deve reconhecer esse excesso como um activo (gasto pré-pago)
na extensão de que o pré-pagamento conduzirá, por exemplo, a uma redução
em futuros pagamentos ou a uma restituição de dinheiro; e
(b) Como um gasto, salvo se outra Norma Contabilística e de Relato Financeiro
exigir ou permitir a inclusão dos benefícios no custo de um activo (ver, por
exemplo, NRF 13 - Inventários e a NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis).
Os parágrafos 12, 15 e 18 explicam como uma entidade deve aplicar este requisito a
benefícios a curto prazo dos empregados na forma de ausências permitidas e de planos de
participações nos lucros e de gratificações.
Ausências permitidas a curto prazo (12 a 17)
12. Uma entidade deve reconhecer o custo esperado de benefícios a curto prazo de
empregados na forma de ausências permitidas segundo o parágrafo 11 como segue:
(a) No caso de ausências permitidas acumuláveis quando os empregados prestam
serviço que aumente o seu direito a ausências permitidas futuras; e
(b) No caso ausências permitidas não acumuláveis, quando as faltas ocorram.
13. Uma entidade pode remunerar empregados por ausência por variadas razões in-
cluindo férias, doença e incapacidade a curto prazo, maternidade ou paternidade, serviço
dos tribunais e serviço militar. O direito a ausências permitidas subdivide-se em duas ca-
tegorias:
(a) Acumuláveis; e
(b) Não acumuláveis.
14. Ausências permitidas não gozadas acumuláveis são as que sejam reportáveis e
possam ser usadas em períodos futuros se o direito do período corrente não for usado to-
talmente. As ausências permitidas não gozadas acumuláveis podem ser ou adquiridas (por
outras palavras, os empregados têm direito a um pagamento em dinheiro quanto ao direito
não utilizado ao saírem da entidade) ou não adquiridas (quando os empregados não têm
direito a um pagamento a dinheiro pelo direito não utilizado ao saírem). Surge uma obri-
gação à medida que os empregados prestam serviço que aumente o seu direito a ausências
permitidas futuras. A obrigação existe, e é reconhecida mesmo se as ausências permitidas
não gozadas forem não adquiridas, embora a possibilidade de os empregados poderem sair
antes de utilizarem direito acumulado não adquirido afecte a mensuração dessa obrigação.
15. Uma entidade deve mensurar o custo esperado de ausências permitidas não goza-
das acumuláveis como a quantia adicional que a entidade espera pagar em consequência do
direito não utilizado que tenha acumulado à data do balanço.
16. O método especificado no parágrafo anterior mensura a obrigação como a quantia
dos pagamentos adicionais que se espera que surjam exclusivamente do facto de o benefí-
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Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro
cio acumular. Em muitos casos pode não necessitar de fazer cálculos pormenorizados para
estimar que não existe obrigação material quanto às ausências permitidas não utilizadas.
Por exemplo uma obrigação de licença por doença só é provável ser material se existir o
entendimento formal ou informal de que a licença por doença paga e não utilizada pode ser
tomada como férias pagas.
17. As ausências permitidas não acumuláveis não se transportam: elas ficam perdidas
se o direito do período corrente não for totalmente usado e não dão aos empregados o direi-
to de um pagamento a dinheiro por direitos não utilizados quando saírem da entidade. Isto
é normalmente o caso dos pagamentos por doença (na medida em que os direitos passados
não utilizados não aumentam os direitos futuros), licença por maternidade ou paternidade
ou ausências permitidas por serviço nos tribunais ou serviço militar. Uma entidade não
reconhece passivo nem gasto até ao momento da falta, porque o serviço do empregado não
aumenta a quantia do benefício.
Planos de participação nos lucros e de gratificações (18 a 23)
18. Uma entidade deve reconhecer o custo esperado dos pagamentos de participação
nos lucros e gratificações segundo o parágrafo 11 quando, e só quando:
(a) A entidade tenha uma obrigação presente legal ou construtiva de fazer tais
pagamentos em consequência de acontecimentos passados; e
(b) Possa ser feita uma estimativa fiável da obrigação.
Existe uma obrigação presente quando, e só quando, a entidade não tem alternativa
realista senão a de fazer os pagamentos.
19. Segundo alguns planos de participação nos lucros, os empregados só recebem uma
parte do lucro se permanecerem na entidade durante um período especificado. Tais planos
criam uma obrigação construtiva à medida que os empregados prestam serviço que aumen-
ta a quantia a ser paga se permanecerem ao serviço até ao final do período especificado. A
mensuração de tais obrigações construtivas reflecte a possibilidade de alguns empregados
poderem sair sem receberem pagamentos de participação nos lucros.
20. Uma entidade pode não ter obrigação legal de pagar uma gratificação. Não obs-
tante, em alguns casos, uma entidade tem a prática de pagar gratificações. Em tais casos, a
entidade tem uma obrigação construtiva porque não tem alternativa realista senão de pagar
a gratificação. A mensuração da obrigação construtiva deve reflectir a possibilidade de al-
guns empregados poderem sair sem receberem a gratificação.
21. Uma entidade pode fazer uma estimativa fiável da sua obrigação legal ou construti-
va segundo um plano de participação nos lucros ou de gratificações quando, e só quando:
(a) Os termos formais do plano contenham uma fórmula para determinar a quan-
tia do benefício;
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Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro
(b) A entidade determine as quantias a serem pagas antes das demonstrações fi-
nanceiras serem aprovadas para emissão; ou
(c) A prática passada dê evidência clara da quantia da obrigação construtiva da
entidade.
22. Uma obrigação segundo planos de participação nos lucros e de gratificações resulta
do serviço dos empregados e não de uma transacção com os proprietários da entidade. Por
conseguinte, uma entidade reconhece o custo de planos de participação nos lucros e de
gratificações não como uma distribuição do lucro líquido mas como um gasto.
23. Se os pagamentos de participação nos lucros e de gratificações não se vencerem
totalmente dentro de doze meses após o final do período em que os empregados prestam o
respectivo serviço, esses pagamentos são benefícios a longo prazo dos empregados.
Benefícios pós-emprego: distinção entre planos de contribuição definida e planos
de benefícios definidos (24 a 37)
24. Os benefícios pós emprego incluem por exemplo:
(a) Benefícios de reforma, tais como pensões; e
(b) Outros benefícios pós emprego, tais como seguros de vida pós emprego e
cuidados médicos pós emprego.
Os acordos pelos quais uma entidade proporciona benefícios pós emprego são planos
de benefícios pós emprego. Uma entidade aplica esta Norma a todos os acordos que envol-
vam o estabelecimento de uma entidade separada para receber as contribuições e pagar os
benefícios.
25. Os planos de benefício pós emprego classificam-se como planos de contribuição
definida ou como planos de benefícios definidos, dependendo da substância económica
do plano que resulte dos seus principais termos e condições. Pelos planos de contribuição
definida:
(a) A obrigação legal ou construtiva da entidade é limitada à quantia que ela acei-
ta contribuir para o fundo. Assim, a quantia dos benefícios pós emprego re-
cebidos pelo empregado é determinada pela quantia de contribuições pagas
por uma entidade (e, se for caso, também pelo empregado) para um plano de
benefícios pós emprego ou para uma entidade de seguros, juntamente com os
retornos do investimento provenientes das contribuições; e
(b) Em consequência, o risco actuarial (que os benefícios possam vir a ser in-
feriores aos esperados) e o risco de investimento (que os activos investidos
possam vir a ser insuficientes para satisfazer os benefícios esperados) recaem
no empregado.
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Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro
26. São exemplos de casos em que uma obrigação de uma entidade não é limitada à
quantia que concorda contribuir para o fundo quando a entidade tenha uma obrigação legal
ou construtiva por meio de:
(a) Uma fórmula de benefícios do plano que não esteja exclusivamente ligada à
quantia das contribuições;
(b) Uma garantia, seja indirectamente através de um plano ou directamente, de
um retorno especificado nas contribuições; ou
(c) Aquelas práticas informais que dão origem a uma obrigação construtiva. Por
exemplo, pode surgir uma obrigação construtiva quando uma entidade tem
um passado de benefícios crescentes para antigos empregados para se manter
a par com a inflação mesmo quando não existe obrigação legal de o fazer.
27. Pelos planos de benefícios definidos:
(a) A obrigação da entidade é a de proporcionar os benefícios acordados com os
empregados correntes e antigos; e
(b) O risco actuarial e o risco de investimento recaem, na substância, na entidade.
Se a experiência actuarial ou de investimento forem piores que o esperado, a
obrigação da entidade pode ser aumentada.
Planos multi-empregador (28 a 30)
28. Uma entidade deve classificar um plano multi-empregador como um plano de con-
tribuição definida ou como um plano de benefícios definidos segundo os termos do plano
(incluindo qualquer obrigação construtiva que vá para além dos termos formais). Sempre
que um plano multi-empregador for um plano de benefícios definidos, uma entidade deve
contabilizar a sua parte proporcional da obrigação de benefícios definidos, dos activos do
plano e do custo associado ao plano da mesma forma como qualquer outro plano de bene-
fícios definidos.
29. Quando não estiver disponível informação suficiente para utilizar a contabilização
de benefícios definidos de um plano multi-empregador que seja um plano de benefícios
definidos, uma entidade deve contabilizar o plano como se fosse um plano de contribuição
definida.
30. Um exemplo de um plano multi-empregador de benefícios definidos é um em
que:
(a) O plano é financiado numa base «pay as you go» tal que: as contribuições são
fixadas ao nível que se espera ser suficiente para pagar os benefícios que se
vençam num mesmo período; e benefícios futuros obtidos durante o período
corrente serão pagos de futuras contribuições; e
(b) Os benefícios dos empregados são determinados pela duração do seu serviço e
as entidades participantes não têm meio realista de se retirarem do plano sem
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Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro
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Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro
35. Os benefícios segurados por um contrato de seguro não precisam de ter um rela-
cionamento directo ou automático com a obrigação da entidade quanto aos benefícios dos
empregados. Os planos de benefícios pós-emprego que envolvam contratos de seguro estão
sujeitos à mesma distinção entre contabilização e contribuição para o fundo como outros
planos com fundo.
36. Quando uma entidade financia uma obrigação de benefícios pós-emprego ao con-
tribuir para uma apólice de seguro pela qual a entidade (quer directamente quer indirecta-
mente através do plano, através dum mecanismo de fixação de futuros prémios quer através
de um relacionamento de parte relacionada com o segurador) retém uma obrigação legal
ou construtiva, o pagamento dos prémios não corresponde a um acordo de contribuição
definida. Em consequência a entidade contabiliza uma apólice de seguro elegível como um
activo de plano.
37. Quando uma apólice de seguro estiver no nome de um especificado participante do
plano ou de um grupo de participantes do plano e a entidade não tiver qualquer obrigação
legal ou construtiva para cobrir qualquer perda na apólice, a entidade não tem obrigação de
pagar benefícios aos empregados e o segurador tem a responsabilidade exclusiva de pagar
os benefícios. Pagamento de prémios fixados segundo tais contratos é, em substância, a
liquidação da obrigação de benefícios do empregado e não um investimento para satisfazer
a obrigação. Consequentemente, a entidade deixa de ter um activo ou um passivo. Portanto,
a entidade trata tais pagamentos como contribuições para um plano de contribuição defi-
nida.
Benefícios pós-emprego: planos de contribuição definida (38 a 41)
38. A contabilização dos planos de contribuição definida é linear porque a obrigação
da entidade que relata relativamente a cada período é determinada pelas quantias a serem
contribuídas relativas a esse período. Consequentemente, não são necessários pressupostos
actuariais para mensurar a obrigação ou o gasto e não há possibilidade de qualquer ganho
ou perda actuarial. Além disso, as obrigações são mensuradas numa base não descontada,
excepto quando não se vençam completamente dentro de doze meses após o final do perí-
odo em que os empregados prestam o respectivo serviço.
Reconhecimento e mensuração (39 e 40)
39. Quando um empregado tiver prestado serviço a uma entidade durante um período,
a entidade deve reconhecer a contribuição a pagar para um plano de contribuição definida
em troca desse serviço:
(a) Como um passivo (gasto acrescido), após dedução de qualquer contribuição
já paga. Se a contribuição já paga exceder a contribuição devida relativo ao
serviço antes da data de balanço, uma entidade deve reconhecer esse excesso
como um activo (gasto pré-pago) na medida em que o pré-pagamento condu-
zirá, por exemplo a uma redução em futuros pagamentos ou numa restituição
de dinheiro; e
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Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro
(b) C omo um gasto, salvo se outra NRF exigir ou permitir a inclusão da contri-
buição no custo de um activo (ver, por exemplo, a NRF 13 - Inventários, e a
NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis).
40. Quando as contribuições para um plano de contribuição definida não se vençam
completamente dentro de doze meses após o final do período em que os empregados pres-
tam o respectivo serviço, elas devem ser descontadas.
Benefícios pós-emprego: planos de benefícios definidos (41)
41. A contabilização dos planos de benefícios definidos é complexa porque são neces-
sários pressupostos actuariais para mensurar a obrigação e o gasto e existe a possibilidade
de ganhos e perdas actuariais. Além disso, as obrigações são mensuradas numa base des-
contada porque elas podem ser liquidadas muitos anos após os empregados prestarem o
respectivo serviço. Orientação sobre esta matéria é facultada pela IAS 19— Benefícios de
Empregados.
Outros benefícios a longo prazo dos empregados (42 a 46)
42. Outros benefícios a longo prazo dos empregados incluem, por exemplo:
(a) Ausências permitidas de longo prazo tais como licença por serviços duradou-
ros ou sabática;
(b) Benefícios de jubileu ou por outro serviço duradouro;
(c) Benefícios a longo prazo de incapacidade;
(d) Participação nos lucros e gratificações pagáveis doze meses ou mais após o
fim do período no qual os empregados prestam o respectivo serviço; e
(e) Remunerações diferidas pagas doze meses ou mais após o fim do período no
qual seja obtida.
43. A mensuração de outros benefícios a longo prazo dos empregados não é geralmen-
te sujeita ao mesmo grau de incerteza que a mensuração de benefícios pós-emprego. Além
disso, a introdução de, ou alterações a, outros benefícios a longo prazo dos empregados
raramente dá origem a uma quantia material de custo dos serviços passados. Por estas ra-
zões, esta Norma exige um método simplificado de contabilização para outros benefícios a
longo prazo dos empregados. Este método difere da contabilização exigida para benefícios
pós-emprego como segue:
(a) Ganhos e perdas actuariais são imediatamente reconhecidos e não se
aplica o «corridor»; e
(b) todo o custo dos serviços passados é imediatamente reconhecido.
Reconhecimento e mensuração (44 a 46)
44. A quantia reconhecida como um passivo relativa a outros benefícios a longo prazo
dos empregados deve ser o total líquido das seguintes quantias:
(a) O valor presente da obrigação de benefícios definidos à data do balanço;
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Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro
(b) Menos o justo valor à data do balanço dos activos do plano (se os houver) dos
quais as obrigações devem ser liquidadas directamente.
45. Para outros benefícios a longo prazo dos empregados, uma entidade deve reconhe-
cer o total líquido das seguintes quantias como gasto ou rendimento, excepto na medida em
que outra NRF exija ou permita a sua inclusão no custo de um activo.
(a) Custo dos serviços correntes;
(b) Custo de juros;
(c) O retorno esperado em quaisquer activos do plano e sobre qualquer direito de
reembolso reconhecido como um activo;
(d) Ganhos e perdas actuariais, que devem ser todos imediatamente reconhe-
cidos;
(e) Custo dos serviços passados, que deve ser todo imediatamente reconhecido; e
(f) O efeito de quaisquer cortes ou liquidações.
46. Uma forma de outros benefícios a longo prazo do empregado é benefício de in-
capacidade de longo prazo. Se o nível do benefício depende da duração do serviço, uma
obrigação surge quando o serviço é prestado. A mensuração dessa obrigação reflecte a pro-
babilidade desse pagamento ser obrigatório e a duração do tempo durante o qual se espera
que o pagamento seja feito. Se o nível do benefício for o mesmo para qualquer empregado
inválido independentemente dos anos de serviço, o custo esperado desses benefícios é re-
conhecido quando ocorre um acontecimento que cause uma incapacidade de longo prazo.
Benefícios de cessação de emprego (47 a 55)
47. Esta Norma trata de benefícios de cessação de emprego em separado de outros
benefícios de empregados devido a que o acontecimento que dá origem a uma obrigação é
a cessação em vez do serviço do empregado.
Reconhecimento (48 a 53)
48. Uma entidade deve reconhecer benefícios de cessação de emprego como um pas-
sivo e um gasto quando, e somente quando, a entidade esteja comprometida de uma forma
demonstrável, quer a:
(a) Cessar o emprego de um empregado ou grupo de empregados antes da data
normal de reforma; ou
(b) Proporcionar benefícios de cessação como resultado de uma oferta feita a fim
de encorajar a saída voluntária.
49. Uma entidade está demonstravelmente comprometida a uma cessação de emprego
quando, e somente quando, a entidade tem um plano formal pormenorizado para a cessa-
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Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro
ção e não exista possibilidade realista de retirada. O plano detalhado deve incluir, como
mínimo:
(a) A localização, a função, e o número aproximado de empregados cujos servi-
ços estão para ser cessados;
(b) O benefício de cessação para cada classificação ou função de emprego; e
(c) Momento em que o plano será implementado. A implementação deve começar
com a maior brevidade possível e o período de tempo para completar a im-
plementação deve ser tal que não sejam prováveis alterações materiais para o
plano.
50. Uma entidade pode estar comprometida, pela legislação, por acordos contratuais
ou outros com empregados ou os seus representantes ou por uma obrigação construtiva
baseada na prática da entidade, costume ou um desejo de agir com equidade, a fazer paga-
mentos (ou proporcionar outros benefícios) aos empregados quando dá por cessado o seu
emprego. Tais pagamentos são benefícios de cessação. Benefícios de cessação de emprego
são tipicamente pagamentos de quantia única, mas por vezes também incluem:
(a) Um alargamento de benefícios de reforma ou de outros benefícios pós-empre-
go, quer indirectamente através de um plano de benefícios do empregado ou
directamente; e
(b) Ordenados até ao final de um período de aviso especificado se o empregado
não prestar mais serviço adicional que proporcione benefícios económicos
para a entidade.
51. Alguns benefícios dos empregados são pagáveis independentemente da razão para
a saída do empregado. O pagamento de tais benefícios é certo (sujeito a quaisquer requisi-
tos de aquisição ou de serviço mínimo) mas a tempestividade do seu pagamento é incerta.
Embora tais benefícios sejam descritos nalguns países como indemnizações de cessação de
emprego, ou liberalidades de cessação de emprego, eles são benefícios pós-emprego, em
vez de benefícios de cessação de emprego e uma entidade contabiliza-os como benefícios
pós-emprego. Algumas entidades proporcionam um nível mais baixo de benefícios para
cessação voluntária de emprego a pedido do empregado (em substância, um benefício pós-
emprego) do que para cessação involuntária de emprego a pedido da entidade. O benefício
adicional a pagar da cessação involuntária é um benefício de cessação de emprego.
52. Os benefícios de cessação de emprego não proporcionam a uma entidade futuros
benefícios económicos e são reconhecidos como um gasto imediatamente.
53. Quando uma entidade reconheça benefícios de cessação, a entidade pode também
ter necessidade de contabilizar um corte de benefícios de reforma ou outros benefícios dos
empregados.
Mensuração (54 e 55)
54. Sempre que benefícios de cessação de emprego se vençam a mais de 12 meses após
a data do balanço, eles devem ser descontados.
762
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro
55. No caso de uma oferta feita para encorajar a saída voluntária, a mensuração dos
benefícios de cessação de emprego deve basear-se no número de empregados que se espera
que aceitem a oferta.
Divulgação (56 a 60)
Divulgação de benefícios a curto prazo de empregados (56)
56. Embora esta Norma não exija divulgações específicas acerca dos benefícios a cur-
to prazo dos empregados, outras Normas podem exigir divulgações. Por exemplo, a NRF
4 - Divulgações de Partes Relacionadas exige divulgações acerca de benefícios dos em-
pregados para o pessoal chave da gerência. A NRF 1 — Apresentação de Demonstrações
Financeiras, exige a divulgação de gastos com os benefícios dos empregados.
Divulgação de benefícios pós-emprego: planos de contribuição definida (57 e 58)
57. Uma entidade deve divulgar a quantia reconhecida como um gasto no que respeita
a planos de contribuição definida.
58. Sempre que exigido pela NRF 4 - Divulgações de Partes Relacionadas, uma en-
tidade divulga informação acerca de contribuições para planos de contribuição definida
relativamente ao principal pessoal de gerência.
Divulgação de outros benefícios a longo prazo de empregados (59)
59. Para cada categoria de outros benefícios a longo prazo que uma entidade propor-
cione aos seus empregados, a entidade deve divulgar a natureza dos benefícios, a quantia
das suas obrigações e o nível de cobertura das responsabilidades à data do relato, bem
como a quantia de quaisquer ganhos ou perdas actuariais no período corrente e as políticas
contabilísticas para tais ganhos ou perdas actuariais.
Divulgação de benefícios de cessação de emprego (60)
60. Para cada categoria de benefícios de cessação de emprego que uma entidade pro-
porcione aos seus empregados, a entidade deve divulgar a natureza dos benefícios, a po-
lítica contabilística adoptada, a quantia das suas obrigações e o nível de cobertura das
responsabilidades à data do relato. Quando existir uma incerteza acerca do número de
empregados que aceitarão uma oferta de benefícios de cessação de emprego, existe um pas-
sivo contingente. Como exigido pela NRF 19 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos
Contingentes, uma entidade divulga informação acerca do passivo contingente salvo se a
possibilidade de qualquer exfluxo na liquidação for remota.
Data de eficácia (61)
61. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
763
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro
ANEXO 1
Regime especial das pequenas entidades
1. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não
se aplicam os parágrafos que se referem à questão relacionada com o parágrafo 4 alíneas
b) (benefícios pós-emprego tais como pensões, outros benefícios de reforma, seguro de
vida pós emprego e cuidados médicos pós emprego) e c) (outros benefícios a longo prazo
dos empregados, incluindo licença de longo serviço ou licença sabática, jubileu ou outros
benefícios de longo serviço, benefícios de invalidez a longo prazo e, se não forem pagáveis
completamente dentro de doze meses após o final do período, a participação nos lucros,
gratificações e remunerações diferidas). Assim não se aplicam as entidades inseridas no
REPE os parágrafos 24 a 37 (Benefícios pós-emprego: distinção entre planos de contribui-
ção definida e planos de benefícios definidos); 38 a 41 (Benefícios pós-emprego: planos de
contribuição definida) e 42 a 46 (Outros benefícios a longo prazo dos empregados)
2. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se
aplicam os parágrafos 57 a 59 (divulgação).
A Ministra Cristina Duarte.
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ou não ser ajustada. No caso de a revalorização de um activo não afectar o lucro tributável
no período da revalorização e, consequentemente, a base fiscal do activo não ser ajustada a
recuperação futura da quantia escriturada resultará num fluxo tributável de benefícios eco-
nómicos para a entidade e a quantia que será dedutível para finalidades tributárias diferirá
da quantia desses benefícios económicos. A diferença entre a quantia escriturada de um
activo revalorizado e a sua base fiscal é uma diferença temporária e dá origem a um passivo
ou activo por impostos diferidos. Isto é verdade mesmo se:
(a) A entidade não pretender alienar o activo. Em tais casos, a quantia escriturada
revalorizada do activo será recuperada pelo uso e isto gerará rendimento tribu-
tável que excede a depreciação que será permitida para finalidades tributáveis
nos períodos futuros; ou
(b) A tributação sobre os ganhos de capital é diferida se os proventos da alienação
do activo forem investidos em activos semelhantes. Em tais casos, o imposto
tornar-se-á por fim pagável pela venda ou pelo uso de activos semelhantes.
Trespasse (goodwill) (21 a 23)
21. O trespasse (goodwill) resultante de uma concentração de actividades empresariais
é mensurado como o excesso do custo da concentração acima do interesse da adquirente
no justo valor líquido dos activos, passivos e passivos contingentes identificáveis da ad-
quirida. As autoridades fiscais podem ou não permitir reduções na quantia escriturada do
trespasse (goodwill) como um gasto dedutível na determinação do lucro tributável. Além
disso, o custo do trespasse (goodwill) é muitas vezes não dedutível quando uma subsidiária
aliena a sua actividade empresarial subjacente. Consequentemente, o trespasse (goodwill)
pode ter uma base fiscal de zero, sendo que neste caso qualquer diferença entre a quantia
escriturada de trespasse (goodwill) e a sua base fiscal de zero é uma diferença temporária
tributável. Contudo, esta Norma não permite o reconhecimento do passivo por impostos
diferidos resultante porque o trespasse (goodwill) é mensurado como residual e o reconhe-
cimento do passivo por impostos diferidos iria aumentar a quantia escriturada de trespasse
(goodwill).
22. As reduções posteriores num passivo por impostos diferidos que não seja reconhecido
por resultar do reconhecimento inicial do trespasse (goodwill) também são consideradas
como resultando do reconhecimento inicial do trespasse (goodwill), não sendo portanto
reconhecidas.
23. Os passivos por impostos diferidos por diferenças temporárias tributáveis rela-
cionadas com o trespasse (goodwill) são, porém, reconhecidos até ao ponto em que não
resultem do reconhecimento inicial do trespasse (goodwill).
Reconhecimento inicial de um activo ou passivo (24)
24. Uma diferença temporária pode surgir no reconhecimento inicial de um activo ou
passivo, por exemplo, se parte ou todo o custo de um activo não for dedutível para finali-
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30. Quando uma entidade tenha uma história de prejuízos recentes, a entidade consi-
dera a orientação dos parágrafos 32 e 33.
Perdas fiscais não usadas e créditos por impostos não usados (31 a 33)
31. Um activo por impostos diferidos deve ser reconhecido para o reporte de perdas
fiscais não usadas e créditos tributáveis não usados até ao ponto em que seja provável que
lucros tributáveis futuros estarão disponíveis contra os quais possam ser usados perdas
fiscais não usadas e créditos tributáveis não usados.
32. Os critérios para reconhecer activos por impostos diferidos provenientes do reporte
de perdas fiscais e de créditos de impostos não utilizados são os mesmos que os critérios
para o reconhecimento de activos por impostos diferidos provenientes de diferenças tem-
porárias dedutíveis. Porém, a existência de perdas fiscais não usadas é forte prova de que
podem não estar disponíveis lucros tributáveis futuros. Por isso, quando uma entidade te-
nha uma história de perdas recentes, a entidade reconhece um activo por impostos diferidos
proveniente de perdas fiscais ou de créditos tributáveis não utilizados somente até ao ponto
que a entidade tenha suficientes diferenças temporárias tributáveis ou que haja outras pro-
vas convincentes de que lucros tributáveis suficientes estarão disponíveis contra os quais
as perdas fiscais não utilizadas ou créditos tributáveis não utilizados possam ser utilizados
pela entidade. Em tais circunstâncias, o parágrafo 75 exige a divulgação da quantia do acti-
vo por impostos diferidos e da natureza da prova que suporta o seu reconhecimento.
33. Uma entidade considera os critérios seguintes na avaliação da probabilidade de
que o lucro tributável estará disponível contra o qual perdas fiscais não usadas ou créditos
tributáveis não usados possam ser utilizados:
(a) Se a entidade tiver diferenças temporárias tributáveis relacionadas com a mes-
ma autoridade fiscal e com a mesma entidade tributável, de que resultarão
quantias tributáveis contra as quais as perdas fiscais não usadas ou créditos
tributáveis não usados possam ser utilizados antes que se extingam;
(b) Se for provável que a entidade tenha lucros tributáveis antes das perdas fiscais
não usadas ou que créditos tributáveis não usados expirem;
(c) Se as perdas fiscais não usadas resultarem de causas identificáveis que prova-
velmente não se repetirão.
Até ao ponto em que não seja provável que lucros tributáveis estejam disponíveis
contra os quais as perdas fiscais não usadas ou créditos tributáveis não usados possam ser
utilizados, o activo por impostos diferidos não é reconhecido.
Reavaliação de activos por impostos diferidos não reconhecidos (34)
34. À data de cada balanço, uma entidade reavalia os activos por impostos diferidos
não reconhecidos. A entidade reconhece previamente um activo por impostos diferidos não
reconhecido até ao ponto em que se torne provável que os lucros tributáveis futuros permi-
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tirão que o activo por impostos diferidos seja recuperado. Por exemplo, um melhoramento
nas condições comerciais pode tornar mais provável que a entidade seja capaz de gerar
suficiente lucro tributável no futuro para que o activo por impostos diferidos satisfaça os
critérios fixados nos parágrafos 25 ou 31. Um outro exemplo dá-se quando uma entidade
reavalia os activos por impostos diferidos à data da concentração de actividades empresa-
riais ou subsequentemente (ver parágrafos 62 e 63).
Investimentos em subsidiárias, associadas e interesses em empreendimentos con-
juntos (35 a 42)
35. As diferenças temporárias surgem quando a quantia escriturada de investimentos
em subsidiárias, associadas ou interesses em empreendimentos conjuntos (nomeadamente
a parte da empresa-mãe ou do investidor nos activos líquidos da subsidiária, associada ou
investida, incluindo a quantia escriturada de trespasse (goodwill)) se torna diferente da base
fiscal (que é muitas vezes o custo) do investimento ou interesse. Tais diferenças podem
surgir numa quantidade de circunstâncias diferentes, por exemplo:
(a) A existência de lucros não distribuídos de subsidiárias, associadas e empreen-
dimentos conjuntos;
(b) Alterações nas taxas de câmbio quando uma empresa-mãe e a sua subsidiária
estão localizadas em países diferentes: e
(c) Uma redução na quantia escriturada de um investimento numa associada para
a sua quantia recuperável.
Nas demonstrações financeiras consolidadas, a diferença temporária pode ser diferente
da diferença temporária associada com esse investimento nas demonstrações financeiras
individuais da empresa-mãe se a empresa-mãe escriturar o investimento nas suas demons-
trações financeiras individuais pelo custo ou a quantia revalorizada.
36. Uma entidade deve reconhecer um passivo por impostos diferidos para todas as
diferenças temporárias tributáveis associadas aos investimentos em subsidiárias, sucursais
e associadas e interesses em empreendimentos conjuntos, excepto até ao ponto em que as
seguintes condições sejam ambas satisfeitas:
(a) Que a empresa-mãe, o investidor ou o empreendedor seja capaz de controlar a
tempestividade da reversão da diferença temporária; e
(b) Que seja provável que a diferença temporária não se reverterá no futuro pre-
visível.
37. Dado a empresa-mãe controlar a política de dividendos da sua subsidiária, é capaz
também de controlar a tempestividade da reversão de diferenças temporárias associadas
com esse investimento (incluindo as diferenças temporárias provenientes não só de lucros
não distribuídos mas também de quaisquer diferenças de transposição de moeda estran-
geira). Para além disso, muitas vezes seria impraticável determinar a quantia de impostos
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Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro
sobre rendimento que devam ser pagos quando as diferenças temporárias se revertam. Por
isso, quando a empresa-mãe tenha determinado que esses lucros não serão distribuídos
no futuro previsível a empresa-mãe não reconhece um passivo por impostos diferidos. As
mesmas considerações aplicam-se a investimentos em sucursais.
38. Os activos e passivos não monetários de uma entidade são mensurados na sua
moeda funcional (ver NRF 20 - Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio). Se os
lucros tributáveis e as perdas fiscais (e, consequentemente, a base fiscal dos seus activos
passivos não monetários) forem determinados numa moeda diferente, as alterações na taxa
de câmbio originam diferenças temporárias que resultam num passivo ou (dependendo do
parágrafo 25) activo por impostos diferidos reconhecido. O imposto diferido resultante é
debitado ou creditado nos resultados (ver parágrafo 52).
39. Um investidor numa associada não controla essa entidade e geralmente não está
numa posição para determinar a sua política de dividendos. Por isso, na ausência de um
acordo exigindo que os lucros da associada não serão distribuídos no futuro previsível, um
investidor reconhece um passivo por impostos diferidos provenientes de diferenças tempo-
rárias tributáveis associadas ao investimento na associada. Em alguns casos, um investidor
pode não ser capaz de determinar a quantia de impostos que serão pagos se ele recuperar
o custo do seu investimento na associada mas pode determinar que igualará ou excederá
uma quantia mínima. Em tais casos, o passivo por impostos diferidos é mensurado por essa
quantia.
40. O acordo entre as partes de um empreendimento conjunto trata geralmente da
partilha dos lucros e identifica se as decisões em tais assuntos exigem ou não o consenti-
mento de todos os empreendedores ou de uma maioria especificada dos mesmos. Quando o
empreendedor puder controlar a partilha dos lucros e seja provável que os lucros não serão
distribuídos no futuro previsível, não é reconhecido um passivo por impostos diferidos.
41. Uma entidade deve reconhecer um activo por impostos diferidos para todas as di-
ferenças temporárias dedutíveis provenientes de investimentos em subsidiárias, associadas
e interesses em empreendimentos conjuntos, até ao ponto em que, e somente até ao ponto
em que, seja provável que:
(a) A diferença temporária reverterá no futuro previsível; e
(b) Estará disponível o lucro tributável contra o qual a diferença temporária possa
ser utilizada.
42. Ao decidir se um activo por impostos diferidos é reconhecido para diferenças tem-
porárias dedutíveis associadas aos seus investimentos em subsidiárias, associadas e seus
interesses em empreendimentos conjuntos, uma entidade considera a orientação estabele-
cida nos parágrafos 28 a 30.
Mensuração (43 a 50)
43. Os activos (passivos) por impostos correntes dos períodos correntes e anteriores
devem ser mensurados pela quantia que se espera que seja paga (recuperada de) às autori-
dades fiscais, usando as taxas fiscais (e leis fiscais) aprovadas à data do balanço.
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Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro
44. Os activos e passivos por impostos diferidos devem ser mensurados pelas taxas
fiscais que se espera que sejam de aplicar no período quando seja realizado o activo ou seja
liquidado o passivo, com base nas taxas fiscais (e leis fiscais) que estejam aprovadas à data
do balanço.
45. A mensuração de passivos por impostos diferidos e de activos por impostos dife-
ridos deve reflectir as consequências fiscais que se seguem derivadas da maneira pela qual
a entidade espera, à data do balanço, recuperar ou liquidar a quantia escriturada dos seus
activos e passivos.
46. Em alguns casos, a maneira pela qual uma entidade recupera (liquida) a quantia
escriturada de um activo (passivo) pode afectar a base fiscal do activo (passivo). Em tais
casos, uma entidade mensura os passivos por impostos diferidos e activos por impostos
diferidos usando a base fiscal que seja consistente com a maneira esperada de recuperação
ou liquidação.
47. Activos e passivos por impostos diferidos não devem ser descontados.
48. A determinação fiável de activos e passivos por impostos diferidos numa base
descontada exige calendarização pormenorizada da tempestividade da reversão de cada di-
ferença temporária. Em muitos casos tal calendarização é impraticável ou altamente com-
plexa. Por isso, é inapropriado exigir desconto de activos e passivos diferidos. Permitir,
mas não exigir o desconto, resultaria em activos e passivos por impostos diferidos que não
seriam comparáveis entre entidades. Por isso, esta Norma não exige nem permite o descon-
to de activos e passivos por impostos diferidos.
49. As diferenças temporárias são determinadas por referência à quantia escriturada
de um activo ou um passivo. Isto aplica-se mesmo quando essa quantia escriturada seja ela
própria determinada numa base descontada, como por exemplo no caso de obrigações de
benefícios de reforma (ver a NRF 21 - Benefícios de Empregados).
50. A quantia escriturada de um activo por impostos diferidos deve ser revista à data
de cada balanço. Uma entidade deve reduzir a quantia escriturada de um activo por impos-
tos diferidos até ao ponto em que deixe de ser provável que lucros tributáveis suficientes
estarão disponíveis para permitir que o benefício de parte ou todo desse activo por impos-
tos diferidos seja utilizado. Qualquer redução deve ser revertida até ao ponto que se torne
provável que lucros tributáveis suficientes estarão disponíveis.
Reconhecimento de imposto corrente diferido (51 a 64)
51. A contabilização dos efeitos de impostos correntes e diferidos de uma transacção
ou de outro acontecimento é consistente com a contabilização da transacção ou do próprio
acontecimento. Os parágrafos 52 a 64 implementam este princípio.
Demonstração dos resultados (52 a 54)
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25) ou passivos por impostos diferidos como activos e passivos identificáveis à data da
aquisição. Consequentemente, esses activos e passivos por impostos diferidos afectam o
trespasse (goodwill) ou a quantia de qualquer excesso do interesse da adquirente no jus-
to valor líquido dos activos, passivos e passivos contingentes identificáveis da adquirida
acima do custo da concentração. Contudo, de acordo com o parágrafo 25(a), uma entidade
não reconhece passivos por impostos diferidos resultantes do reconhecimento inicial do
trespasse (goodwill).
62. Como resultado de uma concentração de actividades empresariais, uma adquirente
pode considerar a probabilidade de recuperar o seu próprio activo por impostos diferidos
que não tenha sido reconhecido antes da concentração de actividades empresariais. Por
exemplo, a adquirente pode ser capaz de usar o benefício das suas perdas fiscais não usadas
face ao futuro lucro tributável da adquirida. Nesses casos, a adquirente reconhece um acti-
vo por impostos diferidos, mas não o inclui como parte da contabilização da concentração
de actividades empresariais, e portanto não o tem em consideração ao determinar o tres-
passe (goodwill) ou a quantia de qualquer excesso do interesse da adquirente no justo valor
líquido dos activos, passivos e passivos contingentes identificáveis da adquirida acima do
custo da concentração.
63. Se o potencial benefício de transportar as perdas fiscais no rendimento da adquirida
ou de outros activos por impostos diferidos não satisfizer os critérios da NRF 24 — Con-
centração de Actividades Empresariais relativamente ao reconhecimento separado quando
uma concentração de actividades empresariais for inicialmente contabilizada mas poste-
riormente realizada, a adquirente deve reconhecer o rendimento por impostos diferidos
resultante nos resultados. Além disso, uma adquirente deve:
(a) Reduzir a quantia escriturada de trespasse (goodwill) à quantia que teria sido
reconhecida se o activo por impostos diferidos tivesse sido reconhecido como
um activo identificável a partir da data de aquisição; e
(b) Reconhecer a redução na quantia escriturada do trespasse (goodwill) como um
gasto.
64. Contudo, este procedimento não deve resultar na criação de um excesso do inte-
resse da adquirente no justo valor líquido dos activos, passivos e passivos contingentes
identificáveis da adquirida acima do custo da concentração, nem deve aumentar a quantia
anteriormente reconhecida para um tal excesso.
Apresentação (65 a 71)
Compensação (65 a 69)
65. Uma entidade deve compensar activos por impostos correntes e passivos por im-
postos correntes nas suas demonstrações financeiras se, e somente se, a entidade:
(a) Tiver um direito legalmente executável para compensar quantias reconhecidas;
(b) Pretenda quer liquidar numa base líquida, ou realizar o activo e liquidar o
passivo, quer simultaneamente.
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66. Se bem que os activos e passivos por impostos correntes sejam reconhecidos e
mensurados separadamente eles são compensados no balanço e sujeitos a critérios seme-
lhantes aos estabelecidos para os instrumentos financeiros na NRF 16 - Instrumentos Finan-
ceiros. Uma entidade terá normalmente um direito legalmente executável para compensar
um activo por impostos correntes contra um passivo por impostos correntes quando eles se
relacionem com impostos sobre o rendimento lançados pela mesma autoridade fiscal e esta
autoridade permita que a entidade faça ou receba um único pagamento líquido.
67. Em demonstrações financeiras consolidadas, um activo por impostos correntes de
uma entidade de um grupo é compensado contra um passivo por impostos correntes de uma
outra entidade de um grupo se, e somente se, a dita entidade tiver um direito legalmente
executável de fazer ou receber tal pagamento líquido ou recuperar o activo e liquidar o
passivo simultaneamente.
68. Uma entidade deve compensar os activos por impostos diferidos e passivos por
impostos diferidos se, e somente se:
(a) A entidade tiver um direito legalmente executável de compensar activos por
impostos correntes contra passivos por impostos correntes; e
(b) Os activos por impostos diferidos e os passivos por impostos diferidos se rela-
cionarem com impostos sobre o rendimento lançados pela mesma autoridade
fiscal sobre a mesma entidade tributável.
69. Para evitar a necessidade de escalonamento detalhado da tempestividade da rever-
são de cada diferença temporária, esta Norma exige que uma entidade compense um activo
por impostos diferidos contra um passivo por impostos diferidos da mesma entidade tribu-
tável se, e somente se, eles se relacionam com impostos sobre o rendimento lançados pela
mesma autoridade fiscal e a entidade tiver um direito legalmente executável de compensar
activos por impostos correntes contra passivos por impostos correntes.
Gasto de impostos (70 e 71)
Gasto (rendimento) de imposto relacionado com resultados de actividades ordiná-
rias (70)
70. O gasto (rendimento) de impostos relacionado com o resultado de actividades or-
dinárias deve ser apresentado na face da demonstração dos resultados.
Diferenças de câmbio em passivos ou activos por impostos estrangeiros diferidos
(71)
71. A NRF 20 - Os Efeitos de Alterações nas Taxas de Câmbio, exige que certas dife-
renças de câmbio sejam reconhecidas como rendimentos ou gastos mas não especificam
onde tais diferenças devem ser apresentadas na demonstração dos resultados. Concordan-
temente, quando diferenças de câmbio de passivos ou de activos por impostos estrangeiros
diferidos sejam reconhecidos na demonstração dos resultados, tais diferenças podem ser
classificadas como gastos (rendimentos) por impostos diferidos se essa apresentação for
considerada como a mais útil para os utentes das demonstrações financeiras.
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76. Uma entidade deve divulgar a natureza das potenciais consequências do imposto
de rendimento que resultariam do pagamento de dividendos aos seus accionistas. Além dis-
so, a entidade deve divulgar as quantias das potenciais consequências do imposto de rendi-
mento praticamente determináveis e se existem ou não quaisquer potenciais consequências
no imposto de rendimento não praticamente determináveis.
77. As divulgações exigidas pelo parágrafo 74 (c) faz com que os utentes das de-
monstrações financeiras compreendam se o relacionamento entre os gasto (rendimento) de
impostos e o lucro contabilístico é não usual e compreendam os factores significativos que
podem afectar esse relacionamento no futuro. O relacionamento entre gasto (rendimento)
de impostos e lucro contabilístico pode ser afectado por factores tais como rédito que seja
isento de tributação, gastos que não sejam dedutíveis na determinação do lucro tributável
(perda fiscal), o efeito de perdas fiscais e o efeito de taxas de tributação estrangeiras.
78. Ao explicar o relacionamento entre gasto (rendimento) de impostos e lucro conta-
bilístico, uma entidade usa uma taxa de tributação aplicável que proporcione a informação
mais significativa aos utentes das suas demonstrações financeiras. Muitas vezes, a taxa
mais significativa é a taxa doméstica interna de impostos do país em que a entidade está
domiciliada, agregando a taxa aplicada de impostos nacionais com as taxas aplicadas de
quaisquer impostos locais que sejam calculados num nível substancialmente semelhante de
lucro tributável (perda fiscal). Porém, para uma entidade que opere em várias jurisdições,
pode ser mais significativo agregar reconciliações separadas preparadas em que se use a
taxa interna em cada jurisdição individual.
79. A taxa efectiva média é o gasto (rendimento) de impostos dividido pelo lucro con-
tabilístico.
80. Seria muitas vezes impraticável calcular a quantia de passivos não reconhecidos
por impostos diferidos provenientes de investimentos em subsidiárias, associadas e interes-
ses em empreendimentos conjuntos (ver parágrafo 36). Por isso, esta Norma exige que uma
entidade divulgue a quantia agregada das subjacentes diferenças temporárias mas não exige
divulgação dos passivos por impostos diferidos. Contudo, quando praticável, as entidades
são encorajadas a divulgar as quantias não reconhecidas de passivos por impostos diferidos
porque os utentes das demonstrações financeiras podem achar útil tal informação.
81. O parágrafo 76 exige que uma entidade divulgue a natureza das potenciais con-
sequências do imposto sobre o rendimento que resultariam do pagamento de dividendos
aos seus accionistas. Uma entidade divulga as características importantes dos sistemas do
imposto de rendimento e os factores que afectarão a quantia das potenciais consequências
dos dividendos no imposto sobre rendimento.
82. Não seria algumas vezes praticável calcular a quantia total das potenciais conse-
quências do imposto sobre o rendimento que resultariam do pagamento de dividendos a
accionistas. Pode ser o caso, por exemplo, em que uma entidade tenha uni grande número
de subsidiárias estrangeiras. Contudo, mesmo em tais circunstâncias, podem ser facilmente
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determináveis algumas parcelas da quantia total. Por exemplo, num grupo consolidado,
uma empresa-mãe e algumas das suas subsidiárias podem ter pago impostos sobre o ren-
dimento a uma taxa mais alta sobre os lucros não distribuídos e estar ciente da quantia
que seria restituída no pagamento de dividendos futuros aos accionistas a partir dos lucros
retidos consolidados. Neste caso, é divulgada a quantia restituível. Se aplicável, a entidade
divulga também que existem potenciais consequências do imposto sobre o rendimento não
praticamente determináveis. Nas demonstrações financeiras individuais da empresa-mãe,
se existirem, a divulgação das potenciais consequências do imposto sobre o rendimento
relaciona-se com os resultados retidos da empresa-mãe.
83. A uma entidade que se exija que proporcione as divulgações do parágrafo 76 pode
também ser-lhe pedido que proporcione divulgações relacionadas com diferenças tempo-
rárias associadas a investimentos em subsidiárias, sucursais e associadas ou interesses em
empreendimentos conjuntos. Em tais casos, considera isto ao determinar a informação a
ser divulgada de acordo com o parágrafo 76. Por exemplo, pode ser exigido a uma entida-
de que divulgue a quantia agregada de diferenças temporárias associada a investimentos
em subsidiárias relativamente aos quais não foram reconhecidos quaisquer passivos por
impostos diferidos (ver parágrafo 74(e)). Se for impraticável calcular as quantias de passi-
vos por impostos diferidos não reconhecidos (ver parágrafo 80) podem existir quantias de
potenciais consequências do imposto sobre o rendimento de dividendos não determináveis
praticamente relacionados com estas subsidiárias.
84. Uma entidade divulga quaisquer passivos contingentes e activos contingentes re-
lacionados com impostos de acordo com a NRF 19 - Provisões, Passivos Contingentes e
Activos Contingentes. Podem surgir passivos contingentes e activos contingentes a partir,
por exemplo, de desentendimentos não resolvidos com as autoridades fiscais. Semelhan-
temente, quando alterações nas taxas de impostos ou de leis fiscais sejam decretadas ou
anunciadas após a data do balanço, uma entidade divulgará quaisquer efeitos significativos
dessas alterações nos seus activos e passivos por impostos correntes e diferidos (ver a NRF
5 - Acontecimentos Após e Data do Balanço).
Data de eficácia (85)
85. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
ANEXO 1
Regime especial das pequenas entidades
1. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se
aplicam os parágrafos (ou alíneas) que se refiram a demonstrações financeiras consolidadas
ou situações análogos, como sejam os casos do parágrafo 11 e a alínea c) do parágrafo 56.
A Ministra, Cristina Duarte.
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que não tenham acordo contratual para estabelecer o controlo conjunto não são empreendi-
mentos conjuntos para as finalidades desta Norma.
6. Os empreendimentos conjuntos assumem formas e estruturas muito diferentes. Esta
Norma identifica três grandes tipos — operações conjuntamente controladas, activos con-
juntamente controlados e entidades conjuntamente controladas — que são geralmente des-
critos como, e satisfazem a definição de, empreendimentos conjuntos. As características
seguintes são comuns a todos os empreendimentos conjuntos:
(a) Dois ou mais empreendedores estão ligados por um acordo contratual; e
(b) O acordo contratual estabelece o controlo conjunto.
7. O acordo contratual pode ser evidenciado de várias maneiras; por exemplo, por
um contrato entre os empreendedores ou por actas de reuniões entre os empreendedores.
Nalguns casos, o acordo é incorporado nos artigos ou outro clausulado do empreendimento
conjunto. Qualquer que seja a sua forma, o acordo contratual é geralmente escrito e trata
de assuntos tais como:
(a) A actividade, duração e obrigações de relato do empreendimento conjunto;
(b) A nomeação do órgão de direcção ou órgão de gestão equivalente do empre-
endimento conjunto e os direitos de voto dos empreendedores;
(c) Contribuições de capital pelos empreendedores;
(d) A partilha dos empreendedores na produção, nos rendimentos, nos gastos ou
nos resultados do empreendimento conjunto.
8. O acordo contratual estabelece o controlo conjunto sobre o empreendimento con-
junto. Tal requisito assegura que nenhum empreendedor esteja por si só em posição de
controlar unilateralmente a actividade.
9. O acordo contratual pode identificar um empreendedor como o operador ou o gestor
do empreendimento conjunto. O operador não controla o empreendimento conjunto, mas
age de acordo com as políticas operacionais e financeiras que tenham sido acordadas pelos
empreendedores conforme o acordo contratual e delegadas no operador. Se o operador
tiver o poder de gerir as políticas operacionais e financeiras da actividade económica, ele
controla o empreendimento e o empreendimento é uma subsidiária do operador e não um
empreendimento conjunto.
Operações conjuntamente controladas (10 e 11)
10. Quando se está perante operações conjuntamente controladas, não há lugar à cons-
tituição de uma entidade separada. Em vez disso, os empreendedores participantes coorde-
nam as suas actividades e trabalham no projecto comum, aí envolvendo os seus próprios
recursos e incorrendo nos seus próprios gastos e passivos. O acordo de empreendimento
conjunto proporciona geralmente meios pelos quais os réditos da venda da produção con-
junta e quaisquer gastos incorridos em comum são partilhados entre os empreendedores.
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22. Uma entidade perde influência significativa sobre uma investida quando perde o
poder de participar nas decisões de política financeira e operacional da investida. A perda
de influência significativa pode ocorrer com ou sem alteração nos níveis absolutos ou rela-
tivos de propriedade. Pode ocorrer, por exemplo, quando uma associada passa a estar sujei-
ta ao controlo de um governo, tribunal, administrador ou regulador. Pode também ocorrer
como resultado de um acordo contratual.
Reconhecimento e mensuração (23 a 53)
Operações conjuntamente controladas (23 e 24)
23. Quando o empreendimento conjunto assumir a forma de operação conjuntamente
controlada, os activos, passivos, rendimentos e ganhos e gastos e perdas são reconheci-
dos nas demonstrações financeiras do empreendedor, pelo que nenhum ajustamento será
necessário com respeito a estes itens quando o empreendedor apresentar demonstrações
financeiras.
24. Podem ser preparados registos contabilísticos e demonstrações financeiras especí-
ficas para efeitos de avaliação do desempenho do empreendimento conjunto.
Activos conjuntamente controlados (25 e 26)
25. Quando o empreendimento conjunto assumir a forma de activos conjuntamente
controlados cada empreendedor inclui nos seus registos contabilísticos e reconhece nas
suas demonstrações financeiras:
(a) A sua parte nos activos conjuntamente controlados, classificados de acordo
com a natureza dos mesmos e não como um investimento. Por exemplo, uma
parte de um pipeline conjuntamente controlado é classificado como activo
fixo tangível;
(b) Quaisquer passivos em que tenha incorrido, por exemplo, os incorridos no
financiamento da sua parte nos activos;
(c) A sua parte em quaisquer passivos conjuntamente incorridos com outros em-
preendedores em relação ao empreendimento conjunto;
(d) Quaisquer rendimentos da venda ou do uso da sua parte da produção obtida do
empreendimento conjunto, juntamente com a sua parte em quaisquer gastos
incorridos pelo empreendimento conjunto; e
(e) Quaisquer gastos em que tenha incorrido com respeito ao seu interesse no em-
preendimento conjunto, como por exemplo, os relacionados com o financia-
mento do interesse do empreendedor nos activos e com a venda da sua parte
da produção.
Uma vez que os activos, passivos, rendimentos e ganhos e gastos e perdas são reconhe-
cidos nas demonstrações financeiras do empreendedor, nenhum ajustamento será necessário
com respeito a estes itens quando o empreendedor apresentar demonstrações financeiras.
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para venda. Para efeitos comparativos as demonstrações financeiras relativas aos períodos
desde a classificação do interesse como detido para venda devem ser reexpressas em con-
formidade.
34. A partir da data na qual a entidade conjuntamente controlada se torna uma subsidi-
ária de um empreendedor, o empreendedor deve contabilizar o seu interesse de acordo com
a NRF 25 — Investimentos em Subsidiárias e Consolidação. A partir da data em que uma
entidade conjuntamente controlada se torna uma associada de um empreendedor, o empre-
endedor deve contabilizar o seu interesse de acordo com o parágrafo 57.
35. Um investidor num empreendimento conjunto que não disponha de controlo con-
junto, mas nele possa exercer influência significativa, deve contabilizar esse investimento
de acordo com o parágrafo 57.
36. Um investidor num empreendimento conjunto que não disponha de controlo con-
junto, nem nele possa exercer influência significativa, deve contabilizar esse investimento
nas suas demonstrações financeiras individuais ao custo. Caso prepare demonstrações fi-
nanceiras consolidadas pode contabilizar esse investimento ao custo ou ao justo valor.
Transacções entre um empreendedor e um empreendimento conjunto (37 a 39)
37. Quando um empreendedor contribuir ou vender activos a um empreendimento
conjunto, o reconhecimento de qualquer parcela de um ganho ou de uma perda resultan-
te da transacção deve reflectir a substância da transacção. Enquanto os activos estiverem
retidos pelo empreendimento conjunto, e desde que o empreendedor tenha transferido os
riscos significativos e as recompensas de propriedade, o empreendedor deve reconhecer
apenas aquela parte do ganho ou perda que é atribuível aos interesses dos outros empreen-
dedores. O empreendedor deve reconhecer a totalidade da quantia de qualquer perda quan-
do a contribuição ou venda proporcione provas de uma redução no valor realizável líquido
dos activos correntes ou de uma perda por imparidade.
38. Quando um empreendedor comprar activos de um empreendimento conjunto, o
empreendedor não deve reconhecer a sua parte nos lucros do empreendimento conjunto
derivados da transacção até que revenda os activos a um terceiro independente. Um empre-
endedor deve reconhecer a sua parte nas perdas resultantes destas transacções da mesma
forma que os lucros, excepto que as perdas devem ser reconhecidas imediatamente quando
representem uma redução no valor realizável líquido de activos correntes ou uma perda por
imparidade.
39. Para avaliar se uma transacção entre um empreendedor e um empreendimento con-
junto proporciona prova de imparidade de um activo, o empreendedor determina a quantia
recuperável do activo de acordo com a NRF 17-Imparidade de Activos. Ao determinar o
valor em uso, o empreendedor estima os fluxos de caixa futuros provenientes do activo com
base no uso continuado do activo e na sua alienação final por parte do empreendimento
conjunto.
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ções «descendentes» são, por exemplo, vendas de activos do investidor a uma associada.
Assim, a parte do investidor nos resultados da associada resultantes destas transacções é
eliminada.
47. Um investimento numa associada é contabilizado usando o método da equivalência
patrimonial a partir da data em que se tome uma associada. Na aquisição do investimento,
qualquer diferença entre o custo do investimento e a parte do investidor no justo valor líqui-
do dos activos, passivos e passivos contingentes identificáveis da associada é contabilizada
de acordo com a NRF 24-Concentrações de Actividades Empresariais. Portanto:
(a) O trespasse (goodwill) relacionado com uma associada é incluído na quantia
escriturada do investimento. Contudo, a amortização desse trespasse (goo-
dwill) não é permitida e não é portanto incluída na determinação da parte do
investidor nos resultados da associada;
(b) Qualquer excesso da parte do investidor no justo valor líquido dos activos,
passivos e passivos contingentes identificáveis da associada acima do custo
do investimento é excluído da quantia escriturada do investimento e é incluído
como rendimento na determinação da parte do investidor nos resultados da
associada do período em que o investimento é adquirido.
Serão feitos ajustamentos apropriados na parte do investidor nos resultados da associa-
da, após a aquisição, para contabilizar, por exemplo, a depreciação dos activos depreciáveis
baseada nos seus justos valores à data da aquisição. De forma semelhante, serão feitos ajus-
tamentos apropriados na parte do investidor nos resultados da associada, após a aquisição,
para ter em conta perdas por imparidade reconhecidas pela associada em itens tais como o
trespasse (goodwill) ou activos fixos tangíveis.
48. Se uma associada tiver acções preferenciais cumulativas em circulação, classifica-
das como capital próprio, que sejam detidas por outros que não o investidor, este calcula a
sua parte nos resultados depois de os ajustar face aos dividendos de tais acções, indepen-
dentemente de terem ou não sido declarados.
49. Se a parte de um investidor nas perdas de uma associada igualar ou exceder o seu
interesse na associada, o investidor descontinua o reconhecimento da sua parte de perdas
adicionais. O interesse numa associada é a quantia escriturada do investimento na associa-
da de acordo com o método da equivalência patrimonial juntamente com quaisquer interes-
ses de longo prazo que, em substância, façam parte do investimento líquido do investidor
na associada. Por exemplo, um item cuja liquidação não esteja planeada nem seja provável
que ocorra no futuro previsível é, em substância, uma extensão do investimento da enti-
dade nessa associada. Tais itens podem incluir acções preferenciais e contas a receber ou
empréstimos a longo prazo, mas não incluem contas a receber comerciais, contas a pagar
comerciais ou quaisquer contas a receber de longo prazo para as quais existam garantias
adequadas. As perdas reconhecidas segundo o método da equivalência patrimonial que
excedam o investimento do investidor em acções ordinárias são aplicadas a outros compo-
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nentes do interesse do investidor numa associada pela ordem inversa da sua antiguidade
(i.e. prioridade na liquidação).
50. Depois de o interesse do investidor ser reduzido a zero, as perdas adicionais são
tidas em conta mediante o reconhecido de um passivo, só na medida em que o investidor
tenha incorrido em obrigações legais ou construtivas ou tenha feito pagamentos a favor da
associada. Se posteriormente a associada relatar lucros, o investidor retoma o reconheci-
mento da sua parte nesses lucros somente após a sua parte nos lucros igualar a parte das
perdas não reconhecidas.
Perdas por imparidade (51 a 53)
51. Tendo aplicado o método da equivalência patrimonial e reconhecido as perdas da
associada de acordo com o parágrafo 49, o investidor deve determinar se é necessário re-
conhecer qualquer perda por imparidade adicional com respeito ao conjunto de interesses
na associada.
52. Dado que o trespasse (goodwill) incluído na quantia escriturada de um investimen-
to numa associada não é reconhecido separadamente, a totalidade da quantia escriturada
do investimento é testada quanto a imparidade segundo a NRF 17- Imparidade de Activos,
comparando a sua quantia recuperável (o mais elevado entre valor de uso e justo valor,
menos os custos de vender) com a sua quantia escriturada. Ao determinar o valor de uso do
investimento, uma entidade estima:
(a) A sua parte no valor presente dos futuros fluxos de caixa estimados que se es-
pera que venham a ser gerados pela associada, incluindo os fluxos de caixa das
operações da associada e os proventos da alienação final do investimento; ou
(b) O valor presente dos futuros fluxos de caixa estimados que se espera que sur-
jam de dividendos a serem recebidos do investimento e da sua alienação fi-
nal.
Segundo pressupostos apropriados, ambos os métodos dão o mesmo resultado.
53. A quantia recuperável de um investimento numa associada é avaliada para cada
associada, a menos que a associada não gere influxos de caixa largamente independentes
dos de outros activos da entidade.
Consolidação proporcional (54 a 56)
54. A aplicação da consolidação proporcional significa que o balanço do empreendedor
inclui a sua parte nos activos que controla conjuntamente e a sua parte nos passivos pelos
quais é conjuntamente responsável. A demonstração dos resultados do empreendedor inclui
a sua parte nos rendimentos e ganhos e gastos e perdas da entidade conjuntamente contro-
lada. Muitos dos procedimentos apropriados para a aplicação da consolidação proporcional
são semelhantes aos procedimentos para a consolidação de investimentos em subsidiárias,
que estão indicados na NRF 25 — Investimentos em Subsidiárias e Consolidação.
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55. Podem ser usados formatos diferentes de relato para levar a efeito a consolidação
proporcional. O empreendedor pode combinar a sua parte em cada um dos activos, pas-
sivos, rendimentos e ganhos e gastos e perdas da entidade conjuntamente controlada com
os itens semelhantes, linha a linha, nas suas demonstrações financeiras. Por exemplo, pode
combinar a sua parte nos inventários da entidade conjuntamente controlada com os seus
inventários e a sua parte nos activos fixos tangíveis da entidade conjuntamente controlada
com os seus activos fixos tangíveis.
Como alternativa, o empreendedor pode incluir nas suas demonstrações financeiras
linhas de itens separadas relativas à sua parte nos activos, passivos, rendimentos e ganhos
e gastos e perdas da entidade conjuntamente controlada. Por exemplo, pode mostrar a sua
parte de um activo corrente da entidade conjuntamente controlada separadamente como
parte dos seus activos correntes; pode mostrar a sua parte nos activos fixos tangíveis da
entidade conjuntamente controlada separadamente como parte dos seus activos fixos tan-
gíveis.
Ambos os formatos de relato mostrariam quantias idênticas, quer do resultado do exer-
cício, quer de cada uma das principais classificações de activos, passivos, rendimentos e
ganhos e gastos e perdas, motivo pelo qual ambos os formatos são aceitáveis para as fina-
lidades desta Norma.
56. Qualquer que seja o formato usado para levar a efeito a consolidação proporcional,
é desapropriado compensar quaisquer activos ou passivos com a dedução de outros passi-
vos ou activos ou quaisquer rendimentos ou gastos com a dedução de outros gastos ou ren-
dimentos, a menos que exista um direito legal de compensação e a compensação represente
a expectativa quanto à realização do activo ou à liquidação do passivo.
Método da equivalência patrimonial (57 a 63)
57. Muitos dos procedimentos apropriados para a aplicação do método da equivalên-
cia patrimonial são semelhantes aos procedimentos de consolidação descritos na NRF 25
— Investimentos em Subsidiárias e Consolidação. Além disso, os conceitos subjacentes
aos procedimentos usados na contabilização da aquisição de uma subsidiária são também
adoptados na contabilização da aquisição de um investimento numa associada.
58. Pelo método da equivalência patrimonial, o investimento numa entidade é ini-
cialmente reconhecido pelo custo e a quantia escriturada é aumentada ou diminuída para
reconhecer a parte do investidor nos resultados da investida depois da data da aquisição. A
parte do investidor nos resultados da investida é reconhecida nos resultados do investidor.
As distribuições recebidas de uma investida reduzem a quantia escriturada do investimen-
to. Podem também ser necessários ajustamentos na quantia escriturada, para alterações
no interesse proporcional do investidor na investida resultantes de alterações no capital
próprio da investida que não tenham sido reconhecidas nos resultados da investida. Tais al-
terações incluem as resultantes da revalorização de activos fixos tangíveis e das diferenças
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Activo intangível: tem o significado que lhe é dado na NRF 6 - Activos Intangíveis.
Concentração de actividades empresariais: é a junção de entidades ou actividades empresa-
riais separadas numa única entidade que relata.
Concentração de actividades empresariais envolvendo entidades ou actividades em-
presariais sob controlo comum: é uma concentração de actividades empresariais em que
todas as entidades ou actividades empresariais concentradas são em última análise contro-
ladas pela mesma parte ou partes antes e após a concentração, sendo que o controlo não é
transitório.
Controlo: é o poder de gerir as políticas financeiras e operacionais de uma entidade ou
de uma actividade económica a fim de obter benefícios da mesma.
Deve presumir-se que uma entidade concentrada obteve o controlo de outra entidade
concentrada quando adquire mais de metade dos direitos de voto da outra entidade, a me-
nos que seja possível demonstrar que essa propriedade não constitui controlo. Mesmo que
uma das entidades concentradas não adquira mais de metade dos direitos de voto de outra
entidade concentrada, ela pode ter obtido o controlo da outra entidade se, como resultado
da concentração, ela obtiver:
(a) Poder sobre mais de metade dos direitos de voto da outra entidade em virtude
de um acordo com outros investidores; ou
(b) Poder para gerir as políticas financeiras e operacionais da outra entidade se-
gundo uma cláusula estatutária ou um acordo; ou
(c) Poder para nomear ou demitir a maioria dos membros do órgão de gestão da
outra entidade; ou
(d) Poder de agrupar a maioria de votos nas reuniões do órgão de gestão da outra
entidade.
Data de acordo: é a data em que um acordo substantivo entre as partes concentradas
é alcançado e, no caso de entidades publicamente cotadas, anunciado ao público. No caso
de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil, a data mais recente em que um acordo
substantivo entre as partes concentradas é celebrado é a data em que um número suficiente
dos proprietários da adquirida aceitou a oferta do adquirente para que este obtenha o con-
trolo sobre a adquirida.
Data de aquisição: é a data em que a adquirente obtém efectivamente o controlo sobre
a adquirida.
Data de troca: é a data de aquisição quando uma concentração de actividades empre-
sariais é alcançada através de uma única transacção de troca. Quando uma concentração de
actividades empresariais envolve mais de uma transacção de troca, por exemplo, quando
é alcançada por fases através de sucessivas compras de acções, a data de troca é a data em
que cada investimento individual é reconhecido nas demonstrações financeiras da adqui-
rente.
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mente a adquirente. Contudo, todos os factos e circunstâncias pertinentes devem ser consi-
derados para determinar qual das entidades concentradas tem o poder de gerir as políticas
financeiras e operacionais da outra entidade (ou entidades) de forma a obter benefícios
das suas actividades. Em algumas concentrações de actividades empresariais, geralmente
referidas como aquisições inversas, a adquirente é a entidade cujos interesses de capital
próprio foram adquiridos e a entidade emitente é a adquirida. Pode ser este o caso quando,
por exemplo, uma entidade, que não seja sociedade aberta, consegue ser “adquirida” por
uma sociedade aberta mais pequena como forma de obter uma cotação na bolsa de valores.
Embora legalmente a sociedade aberta emitente seja vista como a empresa-mãe e a enti-
dade “adquirida” seja considerada a subsidiária, a subsidiária legal é a adquirente se tiver
o poder de gerir as políticas financeiras e operacionais da empresa-mãe legal por forma a
obter benefícios das suas actividades. Normalmente, a adquirente é a entidade de maiores
dimensões; contudo, os factos e as circunstâncias que rodeiam uma concentração indicam
por vezes que uma entidade mais pequena adquire uma entidade de maiores dimensões. Os
parágrafos B1 a B15 do Apêndice B da IFRS 3 — Concentrações de Actividades Empresa-
riais proporcionam orientação sobre aquisições inversas.
16. Quando uma nova entidade é constituída para emitir instrumentos de capital pró-
prio para efectuar uma concentração de actividades empresariais, uma das entidades con-
centradas que existiam antes da concentração deve ser identificada como adquirente com
base nas provas disponíveis.
17. De forma semelhante, quando uma concentração de actividades empresariais en-
volve mais de duas entidades concentradas, uma das entidades concentradas que existiam
antes da concentração deve ser identificada como adquirente com base nas provas disponí-
veis. A determinação da adquirente nestes casos deve considerar, entre outras coisas, qual
das entidades concentradas iniciou a concentração e se os activos ou réditos de uma das
entidades concentradas excedem significativamente os das outras.
Custo de uma concentração de actividades empresariais (18 a 22)
18. A adquirente deve mensurar o custo de uma concentração de actividades empresa-
riais como o agregado:
(a) Dos justos valores, à data da troca, dos activos cedidos, dos passivos incorri-
dos ou assumidos, e dos instrumentos de capital próprio emitidos pela adqui-
rente, em troca do controlo sobre a adquirida; mais
(b) Quaisquer custos directamente atribuíveis à concentração de actividades em-
presariais.
19. A data de aquisição é a data na qual a adquirente obtém efectivamente o controlo so-
bre a adquirida. Quando isto é alcançado através de uma única transacção de troca, a data da
troca coincide com a data da aquisição. Contudo, uma concentração de actividades empre-
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sariais pode envolver mais de uma transacção de troca, por exemplo, quando for alcançada
por fases através de compras sucessivas de acções. Quanto tal ocorre:
(a) O custo da concentração é o custo agregado das transacções individuais; e
(b) A data da troca é a data de cada transacção de troca (i.e. a data em que cada in-
vestimento individual é reconhecido nas demonstrações financeiras da adqui-
rente), enquanto que a data de aquisição é a data na qual a adquirente obtém o
controlo da adquirida.
20. Os activos cedidos e os passivos incorridos ou assumidos pela adquirente em troca
do controlo da adquirida devem ser mensurados pelos justos valores à data da troca, de
acordo com o exigido pelo parágrafo 18. Portanto, quando a liquidação de todo ou qualquer
parte do custo de uma concentração de actividades empresariais for diferido, o justo valor
desse componente diferido deve ser determinado ao descontar as quantias a pagar do seu
valor presente à data da troca, tendo em conta qualquer prémio ou desconto que provavel-
mente será incorrido na liquidação.
21. Os parágrafos 27 a 31 da IFRS 3 — Concentrações de Actividades Empresariais,
proporcionam orientações adicionais sobre o custo de uma concentração de actividades
empresariais.
Ajustamentos no custo de uma concentração de actividades empresariais dependen-
tes de futuros acontecimentos (22)
22. Quando um acordo de concentração de actividades empresariais proporcionar um
ajustamento no custo de uma concentração de actividades empresariais dependente de fu-
turos acontecimentos, a adquirente deve incluir a quantia desse ajustamento no custo da
concentração de actividades empresariais à data da aquisição se o ajustamento for provável
e puder ser mensurado com fiabilidade (feito normalmente com base em estimativas, desde
que as mesmas não afectem a fiabilidade da informação).
Se os futuros acontecimentos não ocorrerem ou se a estimativa tiver de ser revista, o
custo da concentração de actividades empresariais deve ser ajustado em conformidade.
Imputar o custo de uma concentração de actividades empresariais aos activos adqui-
ridos e passivos e passivos contingentes assumidos (23 a 40)
23. A adquirente deve, à data da aquisição, imputar o custo de uma concentração de
actividades empresariais ao reconhecer os activos, passivos e passivos contingentes identi-
ficáveis da adquirida que satisfaçam os critérios de reconhecimento do parágrafo 24 pelos
seus justos valores nessa data, com a excepção de activos não correntes (ou grupos de alie-
nação) que sejam classificados como detidos para venda de acordo com a NRF 8-Activos
Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas, os quais de-
vem ser reconhecidos pelo justo valor menos os custos de vender. Qualquer diferença entre
o custo da concentração de actividades empresariais e o interesse da adquirente no justo
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valor líquido dos activos, passivos e passivos contingentes identificáveis assim reconheci-
dos deve ser contabilizada de acordo com os parágrafos 32 a 36.
24. A adquirente deve reconhecer separadamente os activos, passivos e passivos con-
tingentes identificáveis da adquirida à data de aquisição apenas se satisfizerem os seguintes
critérios nessa data:
(a) No caso de um activo que não seja um activo intangível, se for provável que
qualquer benefício económico futuro associado flua para a adquirente, e o seu
justo valor possa ser mensurado com fiabilidade;
(b) No caso de um passivo que não seja um passivo contingente, se for provável
que um exfluxo de recursos incorporando benefícios económicos seja neces-
sário para liquidar a obrigação, e o seu justo valor possa ser mensurado com
fiabilidade;
(c) No caso de um activo intangível ou de um passivo contingente, se o seu justo
valor puder ser mensurado com fiabilidade.
Nesta conformidade, qualquer interesse minoritário na adquirida é expresso na propor-
ção da minoria no justo valor líquido desses itens. Os parágrafos B16 e B17 do Apêndice
B da IFRS 3 proporcionam orientação sobre a determinação dos justos valores dos activos,
passivos e passivos contingentes identificáveis da adquirida para a finalidade de imputar o
custo de uma concentração de actividades empresariais.
25. A demonstração dos resultados da adquirente deve incorporar os resultados da
adquirida após a data de aquisição ao incluir os rendimentos e os gastos da adquirida com
base no custo da concentração de actividades empresariais para a adquirente. Por exemplo,
o gasto por depreciação incluído após a data de aquisição na demonstração dos resultados
da adquirente que se relaciona com os activos depreciáveis da adquirida deve basear-se
nos justos valores desses activos depreciáveis à data da aquisição, i.e. o seu custo para a
adquirente.
Activos e passivos identificáveis da adquirida (26)
26. De acordo com o parágrafo 23, a adquirente reconhece separadamente como parte
da imputação do custo da concentração apenas os activos, passivos e passivos contingentes
identificáveis da adquirida que existiam à data da aquisição e que satisfazem os critérios de
reconhecimento do parágrafo 24. Portanto:
(a) A adquirente deve reconhecer os passivos por encerramento ou redução das
actividades da adquirida como parte da imputação do custo da concentração
apenas quando a adquirida tiver, á data da aquisição, um passivo por reestru-
turação existente reconhecido de acordo com a NRF 19- Provisões, Passivos
Contingentes e Activos Contingentes; e
(b) A adquirente, quando imputar o custo da concentração, não deve reconhecer
passivos por perdas futuras ou outros custos em que se espera incorrer como
resultado da concentração de actividades empresariais.
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exigido para liquidar a obrigação ou se a quantia da obrigação não puder ser mensurada
com suficiente fiabilidade. Tais compromissos de empréstimo são, de acordo com o pará-
grafo 24, reconhecidos separadamente como parte da imputação do custo de uma concen-
tração apenas se o seu justo valor puder ser mensurado com fiabilidade.
31. Os passivos contingentes reconhecidos separadamente como parte da imputação
do custo de uma concentração de actividades empresariais são excluídos do âmbito da NRF
19 — Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes. Contudo, a adquirente
deve divulgar, relativamente a esses passivos contingentes, a informação exigida por essa
norma para cada classe de provisão.
Trespasse (goodwill) (32 a 35)
32. A adquirente deve, à data da aquisição:
(a) Reconhecer o trespasse (goodwill) adquirido numa concentração de activida-
des empresariais como um activo; e
(b) Inicialmente mensurar esse trespasse (goodwill) pelo seu custo, que é o exces-
so do custo da concentração de actividades empresariais acima do interesse da
adquirente no justo valor liquido dos activos, passivos e passivos contingentes
identificáveis reconhecido de acordo com o parágrafo 23.
33. O trespasse (goodwill) adquirido numa concentração de actividades empresariais
representa um pagamento feito pela adquirente em antecipação de benefícios económicos
futuros de activos que não sejam capazes de ser individualmente identificados e separada-
mente reconhecidos.
34. Após o reconhecimento inicial, a adquirente deve mensurar o trespasse (goodwill)
adquirido numa concentração de actividades empresariais pelo custo menos qualquer perda
por imparidade acumulada.
35. O trespasse (goodwill) adquirido numa concentração de actividades empresariais
não deve ser amortizado. Em vez disso, a adquirente deve testá-lo quanto a imparidade
anualmente, ou com mais frequência se os acontecimentos ou alterações nas circunstâncias
indicarem que pode estar com imparidade, de acordo com a NRF 17 — Imparidade de
Activos.
Excesso do interesse da adquirente no justo valor líquido dos activos, passivos e
passivos contingentes identificáveis da adquirida acima do custo (36)
36. Se o interesse da adquirente no justo valor líquido dos activos, passivos e passivos
contingentes identificáveis reconhecidos de acordo com o parágrafo 23 exceder o custo da
concentração de actividades empresariais, a adquirente deve:
(a) Reavaliar a identificação e a mensuração dos activos, passivos e passivos con-
tingentes identificáveis da adquirida e a mensuração do custo da concentra-
ção; e
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43. A informação exigida pelo parágrafo 42 deve ser divulgada em conjunto no caso
de concentrações de actividades empresariais, efectuadas durante o período de relato, que
sejam individualmente imateriais.
44. Se a contabilização inicial de uma concentração de actividades empresariais que
tenha sido efectuada durante o período foi determinada apenas provisoriamente tal como
descrito no parágrafo 38, esse facto deve também ser divulgado em conjunto com uma
explicação.
45. Para tomar efectivo o princípio do parágrafo 41(a), a adquirente deve divulgar a
seguinte informação, a não ser que essa divulgação seja impraticável:
(a) O rédito da entidade concentrada do período como se a data de aquisição para
todas as concentrações de actividades empresariais efectuadas durante o perí-
odo tivesse sido o início desse período;
(b) Os resultados da entidade concentrada do período como se a data de aquisição
para todas as concentrações de actividades empresariais efectuadas durante o
período tivesse sido o início do período.
Se a divulgação desta informação for impraticável, esse facto deve ser divulgado, jun-
to com uma explicação.
46. A adquirente deve ainda divulgar a seguinte informação:
(a) A quantia e uma explicação sobre qualquer ganho ou perda reconhecido no perío-
do corrente que:
(i) Se relacione com os activos identificáveis adquiridos ou os passivos ou
passivos contingentes assumidos numa concentração de actividades em-
presariais que tenha sido efectuada no período corrente ou num período
anterior; e
(ii) Seja de tal dimensão, natureza ou incidência que a divulgação se torne
relevante para uma compreensão do desempenho financeiro da entidade
concentrada;
(b) Se a contabilização inicial de uma concentração de actividades empresariais
que tenha sido efectuada no período imediatamente anterior foi determinada
apenas provisoriamente no final desse período, as quantias e explicações rela-
tivas aos ajustamentos nos valores provisórios reconhecidos durante o período
corrente;
(c) A informação sobre correcções de erros que a NRF 3 — Políticas Contabi-
lísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros exige que seja di-
vulgada em relação a qualquer dos activos, passivos ou passivos contingentes
identificáveis da adquirida, ou alterações nos valores atribuídos a esses itens,
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25. Os resultados são atribuídos aos accionistas da empresa-mãe e aos interesses mi-
noritários. Porque ambos constituem capital próprio, a quantia atribuída aos interesses mi-
noritários não é rendimento nem gasto.
26. As perdas aplicáveis à parte minoritária numa subsidiária consolidada podem exce-
der o interesse minoritário no capital próprio da subsidiária. O excesso, e quaisquer perdas
adicionais aplicáveis à parte minoritária, são imputados ao interesse maioritário excepto
até ao ponto em que a parte minoritária tenha a obrigação de fazer um investimento adi-
cional para cobrir as perdas. Se a subsidiária subsequentemente relatar lucros, esses lucros
são imputados ao interesse maioritário até que a parte minoritária das perdas previamente
absorvidas pela parte maioritária tenha sido recuperada.
27. Se uma subsidiária tiver acções preferenciais cumulativas em circulação que sejam
detidas por interesses minoritários e classificadas como capital próprio, a empresa-mãe
calcula a sua parte dos resultados depois de fazer ajustamentos para os dividendos de tais
acções, quer os dividendos tenham ou não sido declarados.
Divulgação (28 e 29)
28. Devem ser feitas as seguintes divulgações nas demonstrações financeiras consoli-
dadas:
(a) A natureza da relação entre a empresa-mãe e uma subsidiária quando a empre-
sa-mãe não possuir, directa ou indirectamente através de subsidiárias, mais de
metade do poder de voto;
(b) As razões pelas quais a propriedade, directa ou indirectamente através de sub-
sidiárias, de mais de metade do poder de voto de uma investida não constitui
controlo;
(c) A data de relato das demonstrações financeiras de uma subsidiária quando
tais demonstrações financeiras forem usadas para preparar demonstrações
financeiras consolidadas e corresponderem a uma data de relato ou a um pe-
ríodo diferente do da data da empresa-mãe, e a razão para usar uma data de
relato ou período diferente; e
(d) A natureza e a extensão de quaisquer restrições significativas (por exemplo,
resultante de acordos de empréstimo ou requisitos regulamentares) sobre a
capacidade das subsidiárias de transferirem fundos para a empresa-mãe sob a
forma de dividendos em dinheiro ou de reembolsarem empréstimos ou adian-
tamentos.
29. Quando forem preparadas demonstrações financeiras individuais por uma empre-
sa-mãe que, nos termos legais, esteja dispensada de elaborar contas consolidadas, essas
demonstrações financeiras individuais devem divulgar:
(a) Que a dispensa de consolidação foi usada; o nome e o país de constituição ou
sede da entidade que elabora demonstrações financeiras consolidadas; e a mo-
rada onde essas demonstrações financeiras consolidadas podem ser obtidas;
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Âmbito (7)
7. Esta Norma deve ser aplicada na preparação e apresentação de demonstrações finan-
ceiras das entidades inseridas no regime especial das pequenas entidades.
Aplicação das NRF (8 e 9)
8. As normas de relato financeiro aplicam-se às pequenas entidades com as excepções
constantes nesta norma.
9. Algumas normas de relato financeiro não se aplicam na sua totalidade às pequenas
entidades. Essas NRF contêm um anexo (Anexo… - Regime especial para pequenas enti-
dades (REPE)) informando a adaptação da norma ao REPE.
Excepções (10 a 12)
10. Às entidades inseridas no REPE é vedada a possibilidade de utilizar as normas:
NRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descon-
tinuadas
NRF 23 - Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas
NRF 24 - Concentrações de Actividades Empresarias
NRF 25 - Investimentos em Subsidiárias e Consolidação
11. Fica vedada a possibilidade de revalorizar activos financeiros utilizando como con-
trapartida contas do capital próprio.
12. As entidades se tiverem factos ou transacções que implique o recurso à aplicação
das normas do parágrafo 10 ou da situação contemplada no parágrafo 11 só o puderam
fazer passando para o regime geral.
Data de eficácia (13)
13. Esta Norma pode ser aplicada a partir do primeiro período que se inicie em ou após
1 de Janeiro de 2009.
A Ministra, Cristina Duarte.
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