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No primeiro capítulo de sua monografia, Silva, valendo-se de várias

contribuições bibliográficas, propõe-se a tratar de “teorias, conceitos, definições de


música e musicoterapia e suas relações com o homem e a sociedade” (SILVA,
2009, p.4), embora admita que seja uma tarefa complexa.
A autora afirma que música, apesar ter sido utilizada desde o surgimento da
humanidade e para diversos propósitos, pode ser conceituada como

A música é uma instituição humana na qual os indivíduos criam


significação e beleza através do som, utilizando as artes da
composição, da improvisação, da apresentação e da audição.
(BRUSCIA, apud, SILVA, 2009, p. 4)

Procurando estabelecer relação entre o homem e a música e usando Sacks


(2007) como referência, afirma que “a música promove alterações de ordem
fisiológica no corpo humano” e que, portanto, a música pode ser usada como
método terapêutico, com o objetivo de equilibrar ou recuperar a saúde física,
emocional, espiritual, entre outros e mesmo sendo ativa ou passiva é um meio de o
homem “perceber e expressar através do corpo, as emoções, utilizando-se dos sons
dos instrumentos e da voz”. Ressalta que, a música é usada como “fonte de prazer e
estímulo; reabilitação; educação e etc, inclusive para promover saúde e equilíbrio”
(SILVA, 2009, p. 5).
Conceituando a atividade de musicoterapia, afirma que “consiste em tratar,
reabilitar, estimular e desenvolver aspectos físicos, emocionais e psíquicos através
da música. É uma ciência que pertence tanto a área das artes quanto a área da
saúde” (SILVA, 2009, p. 6).
Citando Bruscia (1991), afirma que a musicoterapia “é uma combinação
dinâmica de muitas disciplinas, divididas em subáreas” (SILVA, 2009, p. 6), tais
como saúde, música e educação.
De acordo com a autora, a musicoterapia está presente em 4 continentes e
surgiu para atender a diferentes situações “como fatores culturais, religiosos, e
problemas de ordem física, psíquica e emocional” (SILVA, 2009, p. 6).
Referenciando-se em Costa (1989), declara que a música já era usada para
fins religiosos, ritualísticos, sociais e até terapêuticos, por índios brasileiros, por
gregos e romanos da antiguidade e médicos da Idade Moderna.
Em retrospectiva, sobre as origens e organização da musicoterapia, enquanto
ciência, Silva cita Carl Orff, Clive Robbins e Paul Nordoff como fundadores da
musicoterapia na Europa, na segunda metade do século XX. “Nos Estados Unidos
da América [...] surgiu em hospitais para a recuperação de neuróticos de guerra.” Na
América do Sul, surgiu na Argentina, após surto de poliomielite “como última
esperança para o tratamento de quadros depressivos profundos” (SILVA, 2009, p.8).
No Brasil, surgiu no Rio de Janeiro e Paraná, ligada com a educação musical
especial, entre 1948 e 1980 (KHOURI, apud, SILVA, 2009).
Propondo-se a estabelecer uma relação entre música e musicoterapia, Silva
argumenta que a musicoterapia não usa a música com finalidade em si, mas que a
música é um meio ou instrumento pelo qual o terapeuta cria um vínculo com o
paciente, de modo que possa ajuda-lo em seu restabelecimento, seja em qualquer
aspecto. Afirma, ainda, que outros materiais, além da música, podem ser usados em
sessões musicoterapêuticas, de acordo com a abordagem.
Usando Bruscia (2000) como referência, defende que a musicoterapia atua no
âmbito global do indivíduo, na medida em que cada abordagem ou “experiência
musical é usada para atender a diferentes necessidades do paciente, nos níveis
físico, cognitivo, emocional, psicofisiológico, social e espiritual.” (SILVA, 2009, p.10)
Silva destaca as abordagens de Nordoff – Musicoterapia Criativa e André
Brandalise – Musicoterapia Música-Centrada. Para Silva, as duas abordagens
atribuem à música o papel de “principal agente de transformação, sendo o terapeuta,
o facilitador do processo” (SILVA, 2009, p. 11). Além disso, possuem a mesma visão
sobre o conceito de musicalidade.
A partir dessas abordagens, Silva definiu a musicalidade como o potencial
inerente ao ser humano no que se refere à música. Para a autora, todo ser humano
nasce com habilidades musicais que podem ser exploradas e aperfeiçoadas. Assim
sendo, defende que mesmo que o paciente não seja músico, pode se submeter ao
tratamento musicoterapêutico.
Silva lembra que, a musicalidade está inserida no ser humano, desde a vida
intrauterina, primeiramente, com sons emitidos pelo corpo da mãe e depois com a
percepção dos ritmos próprios e da mãe. Declara, ainda, que os ritmos são
perceptíveis através dos ciclos da natureza.
Para Silva, a musicalidade pode ser desenvolvida tanto pela educação musical
quanto pela musicoterapia, mas ressalta que é importante entender os limites,
diferenças, convergências e contribuições dessas duas áreas.
No segundo capítulo, Silva se propõe a discutir sobre os assuntos listados
acima, bem como sobre “as principais ciências ligadas à educação que utilizam
experiências musicais” (SILVA, 2009, p.13).
Silva apresenta as principais áreas da educação que usam a música em suas
atividades, a saber: Educação musical, Educação musical especial, Música em
psicopedagogia, Musicoterapia em educação.
Com base em Bruscia (2009), afirma que tanto a educação quanto a terapia
contribuem para a aquisição de conhecimentos e habilidades.
Silva apresenta as seguintes diferenças entre a educação e a terapia: a
educação tem como objetivo o desenvolvimento global do indivíduo e os conteúdos
não são específicos do indivíduo, são sobre o mundo; a terapia dá ênfase a
problemas específicos e o conteúdo é específico, de modo a permitir que “o paciente
acesse sua própria maneira de ver o mundo [...] possibilitando autoconhecimento e
melhoria, seja física, mental e emocional” (SILVA, 2009, p. 14).
Em termos de contribuição, Silva afirma que o educador e o terapeuta tem
diferentes níveis de intimidade, diferentes conteúdos e dinâmicas, porém se o
educador procurar aprofundar seu vínculo com o aluno, à semelhança dos
terapeutas, haverá ganhos maiores na aprendizagem, uma vez que “toda relação
humana que se desenvolve com amor e respeito, seja ela terapêutica ou não,
proporciona uma experiência, e toda experiência leva a um aprendizado” (SILVA,
2009 p. 14).
Sobre Educação Musical, Silva destaca que “é aquela que se oportuniza ao
indivíduo o acesso à música enquanto arte, linguagem e conhecimento” (SILVA,
2009, p. 14). Afirma que, embora tenha a música como objeto em si, a educação
musical promove o desenvolvimento global do ser humano, pois abrange o corporal,
através do ritmo e lateralidade; o emocional, porque promove bem-estar; o cognitivo,
com o desenvolvimento da memória, fala e psicomotricidade; integração social, com
a formação de grupos musicais, entre outros. Afirma ainda,

Educando musicalmente, o ser humano torna-se mais


sensível e dotado de senso estético. Este, por si só,
contribui para ampliar e fortalecer os valores humanos,
morais, educacionais e sociais (SILVA, 2009, p. 14).

Sobre Educação Musical Especial, amparando-se em Gainza (1988), Silva


defende que nesse tipo de educação, por comportar problemas especiais, a música
se torna um importante instrumento para o desenvolvimento integral do ser humano.
“Nesses casos, a dimensão educativa da música se amplia para dar lugar à função
terapêutica” (SILVA, 2009, p. 15).
Silva declara que, a Musicalidade em Psicopedagogia envolve abordagens da
pedagogia, psicologia e musicoterapia.

O objetivo é auxiliar pessoas com problemas que dificultam


o aprendizado, a adquirir e desenvolver comportamentos,
habilidade e capacidades através de experiências musicais,
jogos, brincadeiras, etc (SILVA, 2009, p. 15).

Falando sobre Musicoterapia em Educação, Silva afirma que na educação, a


musicoterapia tem a função de ser um facilitador do processo de ensino e educação.
Citando Leal (1997), diz que finalidade da musicoterapia em educação é “eliminar
bloqueios e tensões que funcionam como barreiras para o educando aprender”
(SILVA, 2009, p. 15). Destaca, ainda, que para que a musicoterapia não perca suas
características, não pode ser usada com uma visão puramente educativa.
Retomando a questão da contribuição da Musicoterapia, mas agora para a
Educação Musical, Silva ressalta que o educador musical que faz uso dos
conhecimentos de musicoterapia, sem esquecer que seu foco é educacional, pode
usá-la como meio de estabelecer vínculo com o aluno. Assim sendo, o aluno tem a
possibilidade de ter maior auto conhecimento, auto confiança, possibilidade de
externalizar seus sentimentos, aumentar sua expressividade e relacionamento intra
e inter pessoal. Por outro lado, o educador
amplia a compreensão da produção sonora do aluno, estabelece
com ele uma comunicação mais efetiva, reflete e avalia não
apenas sobre o aproveitamento e o desenvolvimento técnico e
artístico, mas preocupa-se também com o crescimento pessoal
daquele indivíduo (SILVA, 2009, p. 16).

Continua, o educador busca criar “ambiente prazeroso, levando em conta


todos os aspectos que envolvem o aprendizado: físico, emocional, psíquico e social.”
(SILVA, 2009, p. 16).
Finalizando, a autora usa o quadro comparativo (LEAL, 1997, p. 26), que
expõe a finalidade, participação, formação, material, uso da expressão, objetivos,
relação terapêutica e recursos de cada uma das ciências da educação que fazem
uso da música em suas atividades. Porém, adverte que alguns aspectos devem ser
observados com reflexão, como por exemplo, que em Educação Musical, não
apenas voz e instrumentos podem ser usados, mas também sons do corpo,
instrumentos sonoros, CDs e diversos materiais. Ressalta, também, que a Educação
Musical Especial tem como objetivo o aspecto educacional, porém os métodos
terapêuticos promovem melhorias na aprendizagem.
Bibliografia

SILVA, Erika de Andrade. A aplicação de recursos da educação musical em


musicoterapia. Ribeirão Preto: Universidade de Ribeirão Preto, 2009, p.17

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