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O Surdo, Ser Social: Concepções

Clínico-Patológica X Sócio-Antropológica
A surdez tem sido estudada desde o século XVII aproximadamente por
médicos. Devido à época e os recursos que os mesmos dispunham, era
aceitável a visão que propagavam a respeito do objeto de estudo: a surdez.
Devemos considerar que a Medicina se destacou nos ramos de pesquisa
sobrepondo-se a outras áreas, sobretudo a Educação.

A concepção era de que os surdos deveriam ser submetidos a experiências


que pudessem provar que tais poderiam ser curados da patologia. Um
exemplo foi Itard que usou até sanguessugas nos tímpanos dos surdos com
o intuito de “abrir” o canal auditivo, levando um de seus pacientes à morte
devido infecção.

A concepção clínico-patológica nos dias atuais não se dá da maneira citada


acima, suas intenções enquanto Medicina são as melhores, porém muitas
delas não são aceitas pelas Comunidades Surdas do Brasil devido à
descaracterização que as mesmas proporcionam impedindo o sujeito Surdo
de ser Surdo, assumir sua identidade e viver de acordo com os preceitos de
sua Comunidade.

A concepção de sujeito Surdo na visão sócio antropológica reconhece-o


como Ser Humano que não precisa ser testado periodicamente para que a
sua surdez seja curada, mas que possui uma Língua natural, reconhecida
por Lei (10.436 de 24 de Abril de 2002), que tem traços característicos de
sua Língua e que constitui uma Comunidade minoritária.

O Surdo como qualquer cidadão possui deveres e direitos, sendo ele mesmo
protagonista de sua história, capaz de tomar suas próprias decisões, opinar
e escolher o que será melhor para sua vida.

Não podemos permitir que a sociedade em si “enxergue” as peculiaridades


da surdez como uma patologia incurável ou como uma deficiência, mas
devemos esclarecer que a Surdez é uma diferença, afinal são nas diferenças
que nos assemelhamos, não importando quais sejam tais diferenças,
devemos de fato respeitá-las.

Se for do desejo do Surdo submeter-se a experiências da concepção Clínico-


Patológica, (desde que tenha atingido a maior idade), não há problemas, o
que é questionado aqui é a postura da sociedade e com ênfase da família a
permitir que crianças que não estão aptas ainda a escolher qual rumo dar à
sua vida sejam submetidas. Faz-se necessário inicialmente que na infância
seja apresentada a Língua de Sinais para que as mesmas possam traçar
elos de comunicação (o que ocorrerá na maioria das vezes entre Surdos-
surdos, pois as famílias dificilmente aprendem Libras e têm interesse pela
mesma), contudo o ato de comunicar-se, entender e se fazer entendido não
estará comprometido.

O Surdo é um ser humano e precisa ser aceito como tal, uma pessoa isenta
de moléstias, portador de pecados (concepção religiosa) e, sobretudo de
patologia, termo questionado neste artigo.

Referência Bibliográfica
Brasil. Lei 10.436 de 24 de Abril de 2002.
HONORA, Márcia, FRIZANCO, Mary Lopes Esteves, Livro Ilustrado de Língua
Brasileira de Sinais: desvendando a comunicação usada pelas pessoas com
surdez. II Título, São Paulo, Ciranda Cultural, 2009.

https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/o-surdo-ser-social-
concepcoes-clinico-patologica-x-socio-antropologica/21684

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