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Prática de Ensino em

Educação Física na
Educação Infantil e
nos Anos Iniciais do
Ensino Fundamental
Material Teórico
Prática de Ensino: Elementos para a Ação
Pedagógica na Educação Física Escolar

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Me. Genny Aparecida Cavallaro

Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Prática de Ensino: Elementos
para a Ação Pedagógica na
Educação Física Escolar

• Introdução;
• Elementos da Prática de Ensino;
• Planejando sua Proposta de Prática de Ensino.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Conceituar a prática de ensino no processo de preparação para o exercício da docên-
cia na educação básica;
• Reconhecer o significado e as formas dos estágios supervisionados;
• Dimensionar a relação teórica e prática na formação de professores;
• Conhecer as competências e habilidades para a docência;
• Conhecer o processo de tomada de decisões para o planejamento na prática de ensino.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Prática de Ensino: Elementos para a Ação
Pedagógica na Educação Física Escolar

Contextualização
Na sua formação, nas atividades acadêmicas do curso de licenciatura em Edu-
cação Física, você já estruturou os fundamentos gerais, técnicos e pedagógicos em
diferentes disciplinas, ora dimensionando conhecimentos básicos que orientam a
compreensão da Educação Física enquanto área de estudo, ora dimensionando o
fazer pedagógico no que se pretende um dia ir para a prática de ensino.

O processo na formação do professor orienta para isso favorecendo a entrada


nos estágios curriculares obrigatórios. A Prática de Ensino no curso de formação
de professores de Educação Física é intitulada disciplina de área pedagógica e
profissionalizante, indicada como integradora importante na formação desse curso,
podendo ser articulada com o estágio curricular obrigatório. Ela coaduna o desenvol-
vimento dos fundamentos pedagógicos com o objeto de ensino da Educação Física.

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Introdução
O que é a “prática de ensino”?
A expressão em termos conceituais contempla várias dimensões. Primeiramen-
te, a denominação usual na área pedagógica, indica o início da profissionalização
em Educação, ou seja, na formação de professores. Seria o momento inicial de
intervenção na ação educativa: desenvolver o ensino em situação real em escola na
sociedade. Esse início pode compreender também o início de práticas de interven-
ção em processos de estágio supervisionados – seja no processo formal de ensaios
e laboratórios de ensino nas instituições de formação de professores (cursos de
licenciatura), ou nas parcerias com escolas na comunidade; às vezes, as chamadas
escolas de aplicação. Ainda a expressão em sua dimensão de conteúdo progra-
mático é representada assim por uma das disciplinas pedagógicas dos cursos de
formação de professores, a disciplina prática de ensino proporciona o contato com
a prática social do ambiente pedagógico escolar levando-a para a percepção dos
problemas inerentes à ação docente, possibilitando que o licenciando faça critica-
mente análises solucionando sua atuação no cotidiano escolar (KULCSAR, 2012).

No aspecto legal, a prática de ensino através do estágio curricular compreende


um procedimento didático-pedagógico no desenvolvimento da formação pedagó-
gica dos alunos da licenciatura, através de atividades programadas de competên-
cia da instituição de ensino articuladas com as escolas da comunidade. Portanto,
enquanto disciplina na formação de professores de Educação Física, a prática de
ensino fundamenta pela discussão, por princípios e reflexão, estruturando o plano
intencional de preparação para as atividades de estágio, incluindo o planejamento
para uma prática de ensino em Educação Física na educação básica em interven-
ções pedagógicas em situação real na sociedade, geralmente supervisionadas por
professor responsável por turmas no ambiente escolar. Às instituições de ensino
superior cabe a orientação, uma vez que não existe a legalidade da obrigatoriedade
de supervisão da universidade in loco.

Cabe ao projeto pedagógico das instituições formadoras de professores a ins-


talação de dinâmicas além do desenvolvimento de conteúdos conceituais, como a
implementação de formas que estimulem o aprendizado didático através de exercí-
cios de competências, possibilitando o uso de estratégias didáticas para solucionar
as situações no ensino.

A Prática de Ensino enquanto disciplina pedagógica é um momento significativo


na formação para a ação docente. É orientadora no processo de formação através
da do direcionamento aos projetos dos estágios permitindo a qualificação eficaz de
ser professor além do estar em situação de estágio somente. O estágio é atividade
integradora e, como tal, se supervisionado, compreende uma relação orgânica em
situações da realidade do cotidiano escolar, possibilitando ao futuro licenciado uma
relação trabalho-escola e teoria-prática, direcionando as situações vivenciadas à
integração saber com o fazer (KULCSAR, 2012).

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UNIDADE Prática de Ensino: Elementos para a Ação
Pedagógica na Educação Física Escolar

A segunda dimensão da Prática de Ensino é a sua compreensão como área


de conhecimento: o estudo, o debate e a análise dos processos que orientam a
“ação-reflexão-ação” educativa, dimensionando a prática pedagógica enquanto
fenômeno além da fundamentação teórica geral ou específica para o ensino, da
sua área de conhecimento. Assim, dimensionar a prática de ensino em Educação
Física significa relacioná-la com os elementos didáticos desse componente curricu-
lar, analisando-os no contexto ensino-aprendizagem tanto pelos fundamentos da
Educação como pelos conteúdos específicos pertinentes de forma predominante
ao conceito da própria área de educação física na grade curricular. O entendimento
da prática pedagógica na Educação Física escolar se faz pela articulação do pensar
o ensino no sentido de promover o conhecimento dessa área, seu objeto de ensino,
para o desenvolvimento das pessoas envolvidas.

No processo de sua formação em licenciatura, existem vários estudos, debates e observa-


Explor

ções. Você já deve ter refletido sobre o que fazer quando chegar o momento de praticar
o ensino. Os fundamentos teóricos foram recorrentes em diversas disciplinas de formação
técnica e pedagógica. Fundamentos técnicos e pedagógicos constituem no currículo várias
disciplinas que, quando articuladas com processos complementares como estudos, pesqui-
sas e estágios, consubstanciam sua formação.
Nas Diretrizes Curriculares, há a ênfase para que a articulação entre teoria e prática é impor-
tante na formação de professores, reconhecendo a necessidade de o futuro professor ter em
seu desenvolvimento princípios metodológicos que valorizem as atividades vivenciadas em
instituições de ensino.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei n.º 9394/1996


(BRASIL, 1996), em seu artigo 61, traz, na formação de profissionais da educa-
ção, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino
e às características de cada fase do desenvolvimento do educando, os seguintes
fundamentos: a associação entre teorias e práticas, incluindo formas de capacita-
ção em serviço; o aproveitamento da formação e das experiências anteriores em
instituições de ensino; e outras atividades (BRASIL, 1996). Na formação de profes-
sores no nível superior, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) (BRASIL, 2015)
apresentam a necessidade de se garantir ao longo do processo dos cursos superio-
res de licenciaturas a efetiva relação entre teoria e prática, de modo a desenvolver
os conhecimentos e as habilidades necessários ao trabalho docente.

Não foi comum você ouvir que “Educação Física só se aprende na prática”?
A questão é: qual prática? A corporal? O exercício físico? Reflita que, ao se prepa-
rar para ministrar aulas, planejar e implementar programas, você deverá ter a es-
truturação de conhecimentos, o que implica em competências que são produzidas
a partir de leituras, estudos e análises, somadas às habilidades desenvolvidas nas
experiências e nas vivências da situação pedagógica.

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A dicotomia entre teoria e prática na formação de professores
Você já ouviu a fala que “A teoria na prática é outra coisa!”? Como se fossem
dois mundos separados. Historicamente, na formação de professores em Educação
Física, a questão de teoria versus prática foi campo de debates e combates. Por
um lado, isso foi construtivo, porque permitiu a evolução acadêmica e científica da
área, uma vez que as discussões originaram a busca de pressupostos, justificativas
e soluções que mostrassem soluções aos embates.
É importante analisar, do ponto de vista didático, na prática de ensino, em que
momento a vivência pode partir da experiência, porém, a compreensão da mesma
tem suas bases em fundamentos teóricos. Os processos de ensino envolvem várias
ações, um ato complexo denominado “fazer”, e exige a correspondência do pensar
com elementos da didática.
O fazer didático significa o ensinar na prática, como nas atividades de “labora-
tório” em diferentes disciplinas da grade curricular da licenciatura, com situações
simuladas e estruturadas para a análise e o estudo; aquele momento real de inter-
venção em dado momento, horário, local, espaço pedagógico formal – escolar –
que se torna um fenômeno de interação entre pessoas e o conhecimento humano.
A Didática, enquanto área de estudo, permeia essa questão: o fenômeno da prática
de ensino se coordena com o processo da formação (fundamentos teóricos de pres-
supostos científicos da estruturação do conteúdo – conhecimento de determinada
área, como a Educação Física), com o universo real de determinada sociedade que
une as pessoas para uma transformação na vida (papel da Educação).
Não caberia somente às disciplinas caracterizadas como essencialmente peda-
gógicas, como Didática, Processo Ensino-Aprendizagem e a própria Prática de
Ensino, a incumbência de “tratar” o fazer docente. Para Piconez (2012), alguns ele-
mentos são fundamentais para que a prática docente pedagógica se faça pela refle-
xão, necessitando de estudos constantes como, por exemplo, resumir que somente
à Didática e à Prática de Ensino cabe a responsabilidade da qualificação pedagógica
do futuro docente. O autor aponta ainda a necessidade do projeto pedagógico dos
cursos de formação de professores, junto ao projeto de estágio, ter articulação e
interação com todos os elementos nesse processo.
As DCNs (BRASIL, 2015) também dimensionam que a compreensão da do-
cência como ação educativa exige a articulação dos conhecimentos específicos,
interdisciplinares e pedagógicos somados ao processo constante de construção de
outros saberes. Portanto, praticar o ensino implica na articulação do saber pedagó-
gico e do fazer prático (didático). O professor de Educação Física dimensionará os
fundamentos teóricos na compreensão da contextualização do real, visto, revisto,
vivenciado, refletido, questionado e realizado no cotidiano escolar próximo das
necessidades de pessoas em um contexto que ruma a evoluir, transformar-se – algo
debatido neste século e indicado nas proposições das diretrizes curriculares para a
formação de professores para a Educação Básica a partir de 2000.

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UNIDADE Prática de Ensino: Elementos para a Ação
Pedagógica na Educação Física Escolar

Outro elemento da prática de ensino é realizar o ato educativo – não apenas se


ensina o conhecimento, mas sim as pessoas que obterão competência para o seu
cotidiano. Exemplificando essa dimensão, não se educa as pessoas, elas, sim, se
autoeducam, desenvolvendo seu compreender para obterem habilidades e compe-
tências para o seu cotidiano. Nesse sentido, é menor o professor que considera que
dar voleibol é o máximo da sua prática de ensino – isso não basta porque ensinar
vai além de transmissão do fazer (como o jogar voleibol ou manejar uma bola).

A Didática como “arte de ensinar”, concepção básica, difundida extensamente,


de compêndios e teorias educacionais e pedagógicos, exemplifica e dimensiona a
metodologia de ensino. Candau (1983) define didática como uma reflexão siste-
mática rumo a resolver os problemas da prática pedagógica com o uso de formas
alternativas. A prática pedagógica enquanto processo de ensinar representaria o
uso eficaz de alternativas em um processo de buscar o melhor método de consubs-
tanciar o ensino

Esse processo é altamente dinâmico, contemplando a reflexão, ação e reflexão


na descoberta de momentos únicos por meio de processos, procedimentos e até
de técnicas que originam as abordagens dos professores. Sem dúvida a difusão de
práticas pedagógicas de ações de professores na realidade do cotidiano escolar
tem resultado na estruturação de ideias de abordagens de ensino ou de tendências
pedagógicas, mas não são essas teorizações que levam a uma reprodução dos
elementos dessas abordagens, o que definiriam a prática de ensino como modelo.
Ninguém pratica o ensino por receitas compactadas em normas ou tendências pe-
dagógicas; embora, a partir delas, possa refletir na busca de soluções para resolver
sua ação didática no dia a dia escolar.

No aspecto da legislação, a LDBEN (BRASIL, 1996) indica as ações no trabalho


docente, em seu artigo 13, definindo as incumbências do professor, como: a par-
ticipação na elaboração da proposta pedagógica da escola e no plano de trabalho
docente (adequado à proposta e devendo cumpri-lo), zelando pela aprendizagem
dos alunos; aos alunos com menor rendimento, deverá estabelecer estratégias de
recuperação; o cumprimento do calendário escolar em termos de dias letivos e
horas-aula; participar integralmente dos períodos de planejamento; colaborar com
atividades de articulação entre escola, famílias e comunidade.

Você quer estar seguro para desenvolver suas habilidades e realizar a prática de ensino?
Explor

Quer utilizar as competências que serão o caminho para uma prática de ensino eficaz?

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Não basta estar professor, e sim, de forma comprometida, realizar o ato edu-
cativo com competências que imprimam resultados para a transformação social,
finalidade maior da Educação. O estudo de Perrenoud (2000) nos faz viajar pelas
competências necessárias ao ensino orientando à reflexão, para planejar a prática
de ensino futura.

Falaremos então de competências! Sim, mais do que falar, apresentaremos um


resumo para você compreender essas competências que levarão a implementar as
habilidades didáticas e pedagógicas no cotidiano escolar.

Philippe Perrenoud publica seu livro em 1999, denominado 10 Novas Com-


petências para Ensinar – Convite à Viagem, analisando o papel do professor
e a representação do que denominou “ofício do professor” de modo concreto,
orientado por uma listagem de competências que conceituou como “famílias”.
Ele menciona um movimento para empreender-se no ofício de “movimento da
profissão” as dez grandes famílias de competências, dimensionando que esse re-
ferencial não garante o consenso imutável, indicando sua constante reconstrução.
Sua obra mostra o privilégio das práticas inovadoras na prática de ensino dos
professores como forma de profissionalização – valorizando esse ofício. Para ele,
o professor faz progresso quando aceita a existência de competências, porque as-
seguraria o processo de sentir e agir com habilidades para mobilizar o processo de
ensinar, assegurando assim o sucesso e transformando a Educação.

No Quadro 1, são apresentadas essas competências e suas respectivas ações


apresentadas por Penerroud (2000). Esse quadro possibilita que você reflita sobre a
necessidade de mobilizar-se nessa escala de ações, que são simples na objetividade
do trabalho docente, sua prática de ensino cotidiana, mas altamente complexas
no fazer pedagógico, implementando o processo ensino-aprendizagem de forma
eficaz na interação com pessoas no âmbito escolar.

Aí está o convite: sua viagem pelas dez competências implica em analisá-las


além de passos técnicos ou ações fundadas em preceitos teóricos da Didática ou
de outras áreas de formação docente. Conscientizar-se da compreensão para uma
rotina da práxis educativa: agir com reflexão e transformação para a aprendizagem
dos alunos com sucesso.

Leia e analise cada uma das competências e suas ações. Lembre-se de sua época como es-
Explor

colar da educação básica e relacione-a com os professores que você teve: eles apresentavam
algumas dessas competências? Quais professores você mais gostava? Será que a razão era a
forma como eles interagiam na relação professor-aluno?

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UNIDADE Prática de Ensino: Elementos para a Ação
Pedagógica na Educação Física Escolar

Quadro 1 – 10 novas competências para ensinar segundo Perrenoud (2000)


Família das competências
Ações das competências
de Perrenoud
- Conhecer a área de conteúdo, sua estrutura, para estabelecer objetivos de aprendizagem pela
1. Organizar e dirigir
representação do mundo do aluno; considerar o erro como elemento para facilitar a aprendiza-
situações de aprendizagem.
gem; planejar e construir sequências didáticas; envolver os alunos em pesquisas e projetos.
- Uso de situações problemas para o nível dos alunos; ter os objetivos de ensino na dimensão a
2. Administrar a progressão longo prazo; interligar as teorias de aprendizagem; usar atitude formativa através da observa-
das aprendizagens. ção e avaliação na aprendizagem dos alunos; estabelecer balanços periódicos de competências
tomando decisões de progressão; direcionar-se a ciclos de aprendizagem dos alunos.
- Administrar a heterogeneidade da turma de alunos real; articular a gestão aluno e professor
3. Conceber e fazer evoluir os
de forma ampla; apoiar, integrando alunos com dificuldades; desenvolver a cooperação entre
dispositivos de diferenciação.
alunos ampliando o ensino mútuo.
4. Envolver os alunos em - Estimular o desejo de aprender explicitando a relação com o saber e o significado do aprender
suas escolar, além de desenvolver a capacidade de autoavaliação; promover conselho de alunos
aprendizagens e em negociando regras e contratos; oferecer atividades opcionais de formação; favorecer a definição de
seu trabalho. projetos pessoais dos alunos.
- Elaborar projetos em equipe com representações comuns; dirigir grupo de trabalho e conduzir
reuniões; formar e renovar equipe pedagógica; enfrentar e renovar uma equipe pedagógica;
5. Trabalhar em equipe.
enfrentar e analisar em conjunto de situações complexas, práticas e problemas profissionais;
administrar crises ou conflitos interpessoais.
- Elaborar, negociar um projeto da instituição; administrar os recursos da escola; coordenar,
6. Participar da
dirigir uma escola com todos os seus parceiros; organizar e fazer evoluir, no âmbito da escola,
administração da escola.
a participação dos alunos; competências para trabalhar em ciclos de aprendizagem;
7. Informar e envolver os - Dirigir reuniões de informação e de debate; realizar entrevistas; envolver os pais na
pais. construção dos saberes; promover união;
- Usar a linguagem eletrônica, digital informatizada; explorar potencialidades didáticas dos
8. Utilizar novas tecnologias. programas com os objetivos; criar comunicações à distância; uso de multimídias para o ensino;
uso das competências eletrônicas.
- Prevenir a violência na escola e fora dela; lutar contra preconceitos e discriminações sexuais,
9. Enfrentar os deveres e os étnicas e sociais; participar da construção de normas, regras de conduta para a boa disciplina;
dilemas éticos da profissão. analisar a relação pedagógica, a autoridade e a comunicação em aula; desenvolver o senso de
responsabilidade, a solidariedade e sentimento de justiça; lidar com dilemas e competências.
- Saber explicitar suas próprias práticas; estabelecer seu próprio balanço de competências e
10. Administrar sua própria seu programa de formação continuada; negociar um programa (entre colegas, escola, rede);
formação continuada. envolver-se nos processos da escola e do sistema educacional; acolher a formação dos colegas
de forma participativa; ser agente do sistema de formação continuada.

Elementos da Prática de Ensino


Você, como aluno, em vários momentos da vida escolar, percebeu a organi-
zação dos professores ao ensinarem. Os materiais preparados, os esquemas de
aulas, os roteiros em lousa, ou as tarefas, ou acompanhou planos de ensino ou de
programas no seu curso. É a representação do planejamento educacional que são
mecanismos construídos ou planos que interagem em vários sistemas e níveis, por
conjuntos de ações ou etapas em redes e fluxogramas. Há também vários níveis de
planejamento. As ações se interligam em redes contendo princípios, ora pelas con-
dições legais (leis, diretrizes, normas etc.), ora pelos pressupostos conceituais ou as
bases curriculares (parâmetros curriculares, diretrizes etc.). Na Figura 1, podem ser
analisados esses níveis:

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SOCIEDADE FINALIDADES E PLANO NACIONAL
OBJETIVOS DA DE EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO NACIONAL LDBEN
DCNS

ESPECIALISTAS
EM EDUCAÇÃO
OBJETIVOS DAS
BASES CURRICULARES
NACIONAIS

PROFESSOR PLANEJAMENTO NA Diretrizes municipais


UNIDADE ESCOLAR ou estaduais ou
Projetos Institucionais

Figura 1

Há participação contínua pela ordem da democratização na Educação Nacional,


o que permanentemente cria um dinamismo nas alterações de leis, diretrizes e,
consequentemente, melhoria no sistema. Por outro lado, a evolução científica de
cada área traz transformação curricular no processo ensino-aprendizagem, reorien-
tando todo o plano nessa rede.

Iniciando a sua ação para a prática de ensino, você utilizará os elementos que
estruturam o trabalho docente. A Didática tem as bases para estruturar as decisões
para o planejamento de uma Prática de Ensino eficaz. São os instrumentos para a
realização da ação docente. Na Figura 2, as perguntas essenciais para estruturar a
prática de ensino e suas relações são apresentadas.

O QUE ENSINAR? POR QUE ENSINAR? COMO ENSINAR?

CONTEÚDOS OBJETIVOS DO APRENDIZADO METODOLOGIA

AVALIAÇÃO

Figura 2

Na Didática, você analisou profundamente esses elementos obtendo os conhe-


cimentos para compreender o processo ensino-aprendizagem da Educação Física.
Para estruturar o trabalho docente, o professor, após analisar os planos curriculares
e o projeto da escola, planeja primeiramente os objetivos de aprendizado em um
nível geral e específico. Somente com os objetivos, haverá a análise da área de con-
teúdos da Educação Física com a seleção das unidades de ensino e das temáticas,

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UNIDADE Prática de Ensino: Elementos para a Ação
Pedagógica na Educação Física Escolar

rumando aos temas de aulas. A seleção de procedimentos de ensino e o plano de


recursos metodológicos integram a estruturação que definem o cronograma didáti-
co (seleção de datas e períodos). O plano de avaliação (seleção de procedimentos e
técnicas de avaliação do aprendizado) fecha o planejamento de ensino.
A avaliação do ensino deve ser
proposta de acordo com os objetivos Objetivos Critérios
estabelecidos do plano de ensino em
Educação Física. A avaliação se efeti-
va em função dos objetivos, determi- Reformulação
nando, no desenvolvimento da prática dos Objetivos AVALIAÇÃO
de ensino, a sua reformulação daque-
Figura 3
les – a Figura 3 mostra essa relação.
No âmbito da unidade escolar, as tarefas são direcionadas para implementar es-
sencialmente o ensino do componente curricular. Primeiramente, temos o Projeto
Pedagógico. Na LDBEN (BRASIL, 1996), temos a proposta pedagógica no artigo
O que é o Projeto Pedagógico? O que é o Projeto Político Pedagógico?

Projeto Pedagógico é o conjunto de ações construído no âmbito na unidade es-


colar. Anteriormente a 1996, era denominado “plano escolar”. Projetar é pensar
no futuro, ou seja, o projeto refere-se a um processo que pretende transformar,
mudar a escola estabelecendo princípios, diretrizes de ações para melhorar e orga-
nizar tudo e todos. Envolve atividades pedagógicas e ações administrativas, fazendo
parte do planejamento e da gestão escolar.

É pedagógico porque expressa as atividades pedagógicas contemplando os


meios de ordem didática para o processo ensino-aprendizagem. Quando deno-
minado Projeto Político Pedagógico, é o reforço da integração com as opções
e escolhas que direcionam a participação de todos, as prioridades e a formação
crítica da comunidade. A construção do Projeto Pedagógico tem etapas que se
consubstanciam com a participação de todos. Na Figura 4, o fluxo de atividades
está representado.

CONHECIMENTO DA REALIDADE –
CONTEXTO DA ESCOLA Comunidade/Escola

DOCUMENTO/PLANOS/PROJETOS - PP AÇÕES

PLANO CURRICULAR/PLANO DE ENSINO


PLANO DE AULA e

PROJETOS

Figura 4

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Você deve ter muitas lembranças das aulas dos seus professores de Educação Fí-
sica na escola. Sem dúvida, o que mais o marcou foi a sessão de aula com o apren-
dizado das atividades preferidas por você. Pode ter sido uma aula de futebol ou de
ginástica, as aulas que mais são lembradas têm a imagem do bom procedimento
didático que o professor utilizou, das estratégias dinâmicas e também do alto grau
de motivação que você tinha para a educação física.
É no planejamento de aulas que o professor, utilizando de suas competências,
demonstra habilidades para desenvolver procedimentos de ensino articulados com
atividades que levem à aprendizagem dos alunos de determinada temática da área
de educação física. Os planos de aulas são estruturados para períodos segundo os
objetivos do plano curricular em unidades de ensino. Ainda, o plano de aula com-
preende uma etapa de consubstanciar o trabalho docente, sendo interligado com o
Projeto Pedagógico. Segundo Veiga (1998), a organização do trabalho pedagógico
e da sala de aula compreendem o Projeto Pedagógico da escola também.
Mas primeiramente a escola se organiza em planejar para um plano maior: o
Projeto Pedagógico (PP).
O que contém o Projeto Pedagógico? Alguns elementos básicos:
• A apresentação dos dados do conhecimento da realidade e a inserção da esco-
la na comunidade é o ponto de partida;
• Na discussão, o uso de referencial teórico e a estruturação do projeto são delineados;
• A finalidade educativa – constitucional, cultural, política e social –, a missão da
escola é apresentada com a colocação do processo decisório e a participação
dos envolvidos;
• Toda estrutura organizacional pedagógica e administrativa deve ser apresentada;
• Todos os planos são elaborados – por áreas e componentes curriculares, além
dos projetos interdisciplinares e extracurriculares;
• Organiza-se um cronograma adequado ao calendário escolar;
• Elabora-se um plano e a sistematização da avaliação.

Nas palavras de Gadotti (2000), todo projeto supõe rupturas com o presente e
promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável
para se arriscar, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova esta-
bilidade em função da promessa que cada projeto contém de um estado melhor
do que o do presente. Significa projetar ideias para mudar o futuro – rupturas no
sentido de transformar.

Para Veiga (1998), o projeto político-pedagógico vai além de um simples agru-


pamento de planos de ensino e de atividades diversas, pois o projeto não é algo que
é construído e em seguida arquivado ou encaminhado às autoridades educacionais

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UNIDADE Prática de Ensino: Elementos para a Ação
Pedagógica na Educação Física Escolar

como prova do cumprimento de tarefas burocráticas. Ele é construído e vivenciado


em todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo da es-
cola. Portanto, é o plano que se constrói coletivamente, visando dimensionar a real
necessidade do processo educativo escolar.

Você, em algum momento da vida escolar, participou de processos de discussão para o pro-
Explor

jeto da escola que estudava? Considera que atualmente isso ocorre levando a comunidade
à transformação?

VENÂNCIO, Luciana; DARIDO, Suraya Cristina. A educação física escolar e o projeto político
Explor

pedagógico: um processo de construção coletiva a partir da pesquisa-ação. Bras. Educ. Fís.


Esporte, São Paulo, v. 26, n. 1, p. 97-109, jan./mar. 2012.

Planejando sua Proposta de Prática de Ensino


Obter a compreensão e a análise do processo de ensino-aprendizagem do pro-
fessor em ação, no cotidiano escolar nas atividades de estágio, exige planejamento,
ou seja, o plano de estágio. As formas de estágio compreendem primeiramente a
observação e a análise da prática de ensino do professor da instituição escolar
para que se possa estabelecer as relações dos fundamentos teóricos entendidos
como alicerces para o desenvolvimento eficaz do ensino da Educação Física. Pos-
teriormente, ou de forma concomitante, desde que estruturado com planejamen-
to, vem o estágio de participação, em que o estagiário age com indicações do
professor – ora auxiliando, ora intervindo com tarefas de apoio. E, na fase mais
relevante em termos de experiência de aprendizado, o estágio de regência, em
que você planejará atividades de regência através de diagnósticos e orientações do
professor, adequando-se ao programa já estabelecido.

A ação do professor, em seu processo de trabalho docente na escola, deve ser


conhecida pelo estagiário como um dos aprendizados na prática de ensino. Parte
do estágio de observação é a análise, para que você possa obter habilidades de
ensino, para ter segurança no plano de estágio e, futuramente, no processo de
tomada de decisões na efetivação do estágio de regência, em sua prática de ensino.

A Figura 5 mostra as etapas da ação do professor no planejamento do processo


de ensino-aprendizagem de forma macroscópica. Veja que o processo de reflexão
é essencial para obter um feedback contínuo, com análise e indicações para a
tomada de decisões futuras. A reformulação de todo o processo é garantida para
o benefício da aprendizagem do aluno, além da avaliação da própria prática de
ensino do professor. As vivências em estágios possibilitam ao futuro professor o
aprendizado de uma prática eficaz – com a supervisão adequada de um professor
crítico construtivo, claro.

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Ação do Professor

Fundamentado pelo PP

Plano Curricular
(referencial das orientações de
egislações/Diretrizes/PCN, BNCC)

Plano de Unidades
(áreas das temáticas DIARIAMENTE NO
da Educação Física) COTIDIANO ESCOLAR
por série/anos/ciclos.

Plano de Aula
Plano de Ensino (sessão de ensino-aprendizagem)

AVALIAÇÃO
REFLEXÃO & FEEDBACK
Figura 5

Estabelecendo suas habilidades de observação


para aprender a praticar o ensino
Observar o âmbito escolar é ter claramente metas e procedimentos planejados.
O processo de observação é uma técnica complexa, um olhar diferenciado aos pro-
cessos de estágio. Assistir aulas do professor, que é o realizador da ação docente no
cotidiano escolar, traz inúmeras peculiaridades. Você, o estagiário, não irá intervir
inicialmente, a não ser pela sua presença física no espaço pedagógico, o que afeta-
rá a interação entre os alunos, o professor e no ensino propriamente dito. Roteiros
e tarefas em etapas são importantes.

Você precisará ter atitude ética e habilidade de se apresentar para a tarefa de ob-
servar, sem se envolver em situações corriqueiras na aula do professor observado.
Aliás, a presença de pesquisadores é algo comum aos professores mais experientes.
Professores com ações eficazes na interação aluno-aprendizagem-atividades didáticas
possibilitam maior tranquilidade à integração do observador sem interferir na aula; a
ponto dos alunos e, até o professor, esquecerem a presença do estagiário/pesquisador.

É fundamental ter dimensionadas e estabelecidas, previamente com o professor,


as finalidades e formas de observação. Nesse sentido, as escolas deveriam ter um
plano de estágio para integrar o futuro licenciado ao sistema escolar – futuro co-
lega, que terá o compromisso com o trabalho vindouro na educação brasileira. A
LDBEN indica reuniões, debates e discussões com o professor, planejando ações
integradas; fora isso, roteiros de observação pré-estruturados facilitam a obtenção
dos processos inerentes à ação educativa.

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UNIDADE Prática de Ensino: Elementos para a Ação
Pedagógica na Educação Física Escolar

É necessário programar as observações em períodos significativos do plano de


ensino a ser desenvolvido pelo professor – por exemplo, selecionar unidades de
ensino com fixação de aprendizagem de uma mesma área de conteúdo, principal-
mente no início do desenvolvimento das sessões das aulas.

Dar e receber feedback (o que ocorreu? o que deu errado? quais os acertos?)
e ter conhecimento dos resultados (apontamentos dos fatos e suas soluções com
avaliação) são fundamentais após a sessão desenvolvida. A eficácia da análise de
ensino é a interação discursiva com o professor; a reflexão do ocorrido no proces-
so ensino-aprendizagem precisa ser de imediato, estabelecendo as decisões para o
prosseguimento do programa de ensino para as aulas futuras. Estabelecer planos
de soluções de problemas de ordem didática na aula em relação ao alcance dos
objetivos de ensino ou aos procedimentos para motivar os alunos é um dos pontos
significativos no aprimoramento das habilidades de ensino.

Passando da fase de uma prática de ensino analisada por processos de observa-


ção e participação, você entrará na intervenção pedagógica na realidade escolar,
ou seja, a prática de ensino propriamente dita. Para isso, o processo de tomada
de decisões para realizar o ensino exige a análise dos fundamentos do processo de
ensino-aprendizagem nos níveis da educação básica pretendidos. Isso será apresen-
tado nas próximas unidades.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Parâmetros Curriculares em Educação Física
https://goo.gl/ML2ubN
Base Comum Curricular Nacional
https://goo.gl/xGbeFQ

Livros
Didática
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez Editora, 2006.
O professor de educação física e a construção do saber
BORGES, C. M. F. O professor de educação física e a construção do saber. Cam-
pinas, SP: Papirus, 1998.
Reflexões de professores sobre a educação física na educação infantil incluindo o referencial curricular nacional
FERRAZ, Osvaldo Luiz; MACEDO, Lino de. Reflexões de professores sobre a educa-
ção física na educação infantil incluindo o referencial curricular nacional. Rev. Paul.
Educ. Fis., São Paulo, v. 15, n. 1, p. 83-102, jan./jun. 2001.

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UNIDADE Prática de Ensino: Elementos para a Ação
Pedagógica na Educação Física Escolar

Referências
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. CONSELHO NACIONAL DE EDUCA-
ÇÃO. Resolução n.º 2, de 1 julho de 2015 – Diretrizes Curriculares Nacionais
para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de for-
mação pedagógica para graduandos e cursos de segunda licenciatura) e para a
formação continuada. 2015. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/docman/
agosto-2017-pdf/70431-res-cne-cp-002-03072015-pdf/file>.

BRASIL. MINISTERIO DA EDUCAÇÃO. Lei de Diretrizes e Bases da Educa-


ção Nacional n.º 9.394/96. Brasília: Editora do Brasil, 1996. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>.

CANDAU, V. M Papel da didática na formação de educadores. In: CANDAU, V.


M. (Org.). A didática em questão. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1983.

GADOTTI, Moacir. Perspectivas Atuais da Educação. Porto Alegre: Artmed, 2000.

KULCSAR, Rosa. O estágio supervisionado como atividade integradora. In:


FAZENDA, Ivani Catarina Arantes; PICONEZ, Stela C. Bertholo et al. (Coord.).
A prática de ensino e o estágio supervisionado. Campinas, SP: Papirus, 2012.

LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez Editora, 2006.

PERRENOUD, P. H. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Art-


med Editora, 2000.

PICONEZ, S. C. B. (Coord.) A prática de ensino e o estágio supervisionado. 2.


ed. Campinas, SP: Papirus, 2012.

PICONEZ, S. C. B. A prática de ensino e o estágio supervisionado: a aproximação


da realidade escolar e a prática da reflexão. In: ______ (Coord.). A prática de en-
sino e o estágio supervisionado. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 2012.

VEIGA, I. P. da. Projeto político pedagógico da escola: uma construção coletiva.


In: ______. Projeto político pedagógico da escola: uma construção possível.
Campinas, SP: Papirus: 1988.

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