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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ


CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

MARIANA HABITZREUTER

A INTERNET COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA DE


DIVULGAÇÃO CULTURAL

CURITIBA
2007
2

MARIANA HABITZREUTER

A INTERNET COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA DE


DIVULGAÇÃO CULTURAL

Monografia apresentada à disciplina de


Pesquisa em Comunicação - Produção de
Monografia como requisito parcial à
conclusão do curso de Comunicação
Social – Habilitação em Publicidade e
Propaganda, setor de Ciências Jurídicas e
Sociais da Pontifícia Universidade Católica
do Paraná.
Orientador: Prof.º Luiz Afonso Caprilhone.

CURITIBA
2007

RESUMO
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O mundo contemporâneo presenciou nas últimas décadas uma mudança constante


em relação aos meios de divulgação de informações e cultura. O surgimento da
informática e, posteriormente, o da Internet afetaram vários setores da sociedade e
suas forças modificadoras são, atualmente, inegáveis. A instantaneidade desse meio
de comunicação denominado Internet, fez com que a mesma se tornasse uma
ferramenta inovadora e extremamente útil para a divulgação de qualquer tipo de
informação. A divulgação da informação cultural foi igualmente afetada por esse
novo meio de comunicação. Se antes o que se utilizava eram folhetos impressos,
banners, cartazes e outros meios para a divulgação cultural, hoje, a expansão da
Internet, sua facilidade de acesso e sua flexibilidade, que permite que a atualização
de conteúdo seja feita instantaneamente, fazendo uso da imagem, cor e movimento,
tornaram-se características bastante atraentes dessa nova mídia. Assim, o tema
monográfico deste trabalho é a Internet como ferramenta estratégica de divulgação
cultural e o objetivo geral deste trabalho foi analisar a Internet como ferramenta
estratégica de divulgação cultural. Na fundamentação teórica foram abordados
temas como cultura, cibercultura, ciberespaço, divulgação cultural, comunicação,
mídias tradicionais, novas mídias e Internet, sendo utilizado para seu embasamento
o método de levantamento bibliográfico, por meio de livros, artigos e websites. Além
do levantamento bibliográfico, foi realizada uma pesquisa de campo com o objetivo
de levantar aspectos para um estudo de caso comparativo entre dois sites
divulgadores de cultura da cidade de Curitiba. A pesquisa realizada foi do tipo
básica, qualitativa e exploratória e se deu por meio de entrevista semi-estruturada
com profissionais da área de divulgação de cultura pela Internet. Por meio do
levantamento bibliográfico e do estudo de caso comparativo, conclui-se que a
Internet é um novo meio de comunicação eficiente, tanto para empresas que utilizam
e divulgam informações culturais nesse meio quanto para os usuários que buscam
novas informações e conhecimentos na Internet, por ser um meio muito dinâmico,
prático e rápido.

Palavras-chave: Internet; Cultura; Cibercultura; Mídia.


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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Layout da Página Inicial do Site Descubra Curitiba..............................33


Figura 2 – Layout da Página Inicial do Site Curitiba Interativa .............................34
Figura 3 – Classes Sociais do Público do Site Descubra Curitiba.........................37
Figura 4 – Faixa Etária do Público do Site Descubra Curitiba...............................37
Figura 5 – Nível de Instrução do Público do Site Curitiba Interativa......................39
Figura 6 – Faixa Etária do Público do Site Curitiba Interativa................................40
Figura 7 – Número de Visitantes Únicos por Mês dos Sites Divulgadores de
Cultura.................................................................................................41
Figura 8 – Número de Pageviews por Mês dos Sites Divulgadores de Cultura....41
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................5
1 CIBERCULTURA.................................................................................................7
1.1 Cultura..............................................................................................................7
1.2 Cibercultura.....................................................................................................9
1.3 Cultura x Cibercultura....................................................................................12
1.4 A Informação e o Ambiente Comunicacional Contemporâneo..................14
1.5 A Nova Relação com o Saber e as Novas Competências com a
Internet.............................................................................................................16
2 INTERNET, CONVERGÊNCIA DAS MÍDIAS E WEBMARKETING...................19
2.1 Comunicação e Cultura..................................................................................19
2.2 Mídias Tradicionais e Convergência das Mídias.........................................20
2.3 Novas Mídias: Interatividade e Novas Oportunidades de Mercado..........23
2.4 A Internet e a Sociedade em Rede................................................................24
2.5 Webmarketing: A Internet nas Estratégias Mercadológicas......................27
3 PESQUISA DE CAMPO......................................................................................31
3.1 Delineamento da Pesquisa de Campo..........................................................31
3.2 Perfil dos Websites.........................................................................................32
3.3 Análise dos Dados..........................................................................................35
3.4 Considerações Finais.....................................................................................42
CONCLUSÃO.........................................................................................................44
REFERÊNCIAS......................................................................................................46
REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS...........................................................................49
APÊNDICES...........................................................................................................51
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INTRODUÇÃO

A Internet, a cada dia, vem ganhando mais espaço no cotidiano da sociedade,


o que a torna um tema de relevância social e foco de novos estudos. Esta mídia vem
sendo largamente utilizada para a divulgação de cultura, em nível regional, nacional
e internacional, levando novas informações aos indivíduos e proporcionando
desenvolvimento pessoal e social, em diversos âmbitos.
Baseado neste contexto, este trabalho de pesquisa se insere na linha de
pesquisa Sistemas de Significação da Imagem e New Media. A pergunta que norteia
este trabalho de pesquisa diz respeito ao papel da Internet como ferramenta
estratégica de divulgação cultural. Busca-se verificar se o aumento do uso da
Internet como ferramenta de divulgação cultural se deve à facilidade de acesso a
esse meio e também de que forma o uso da Internet favorece a ampliação do
conhecimento relacionado a assuntos culturais.
A escolha do tema justifica-se pela relevância e uso crescente da Internet
como meio de comunicação, que faz com que informações e conteúdos de diversas
naturezas possam chegar rapidamente e de forma eficiente a diversos tipos de
público. A Internet é um meio pelo qual os indivíduos se conectam com diferentes
partes do mundo a qualquer instante, o que faz com que diversas empresas se
interessem e invistam na área, devido a seu grande potencial como instrumento de
marketing e também como fonte de renda. Esse contexto torna a Internet um
importante veículo de transmissão e elaboração de cultura.
Com os dados que foram coletados na pesquisa bibliográfica e de campo e
por meio do estudo de caso comparativo, foi possível fazer um levantamento que
possibilitou conhecer parte da informação cultural veiculada atualmente e estudar
estratégias de utilização da Internet para a divulgação cultural. Todas essas razões
justificam a escolha do tema proposto, o qual é de extrema importância no mundo
contemporâneo.
Para atingir os objetivos propostos, portanto, foi utilizado para embasamento
desta pesquisa o método de levantamento bibliográfico, por meio de livros, artigos,
websites, entre outras fontes de referência, sobre Comunicação, Cultura e Internet.
Foi realizada também uma pesquisa de campo do tipo básica, qualitativa e
exploratória, por meio de entrevista semi-estruturada com profissionais da área de
7

divulgação de cultura pela Internet e de um estudo de caso comparativo


relacionado a sites divulgadores de cultura.
Espera-se que este trabalho de pesquisa contribua para a conscientização da
importância das novas mídias em relação à divulgação cultural, o que possibilita o
desenvolvimento pessoal e das organizações.
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1 CIBERCULTURA

1.1 Cultura

Segundo Santaella (2003, p. 29), “cultura, em todos os seus sentidos, social,


intelectual ou artístico, é uma metáfora derivada da palavra latina cultura, que, no
seu sentido original, significava o ato de cultivar o solo. Porém, os sentidos
conotativos de cultura não tardaram a aparecer.” Uma definição breve e útil,
portanto, de acordo com a autora, é a de que a cultura é a parte do ambiente
desenvolvida pelo homem, sendo que inclui todos os elementos do legado humano
adquiridos por meio de seu grupo de aprendizagem consciente ou por processos de
condicionamento, como crenças e modos padronizados de conduta.
De acordo com Santos (1996), ao discutir-se a cultura, é preciso ter sempre
em mente a humanidade em toda a sua riqueza e multiplicidade de formas de
existência. Assim, cultura diz respeito à humanidade como um todo e ao mesmo
tempo a cada um dos povos, nações, sociedades e grupos humanos. Nesse sentido,
é sempre fundamental entender os sentidos que uma realidade cultural traz para
aqueles que nela estão inseridos.
Conforme afirma Laraia (2001), os diferentes comportamentos sociais são
produtos de uma herança cultural, ou seja, o resultado da operação de uma
determinada cultura. Todos os homens são dotados do mesmo equipamento
anatômico, mas a utilização do mesmo, ao invés de ser determinada geneticamente,
depende de um aprendizado, e este consiste na cópia de padrões que fazem parte
da herança cultural do grupo. Na percepção individual ou coletiva da identidade, a
cultura exerce papel primordial para delimitar as diversas personalidades, os
padrões de conduta e ainda as características próprias de cada grupo humano. Além
disso, cada sistema cultural está sempre em mudança e é importante entender esta
dinâmica para atenuar o choque entre as gerações e evitar comportamentos
preconceituosos. O conhecimento e o saber se renovam com o choque de culturas,
sendo a produção de novos conhecimentos e técnicas produto direto da interposição
de culturas diferenciadas. A relatividade cultural ensina, portanto, que uma cultura
deve ser compreendida e avaliada dentro de seus próprios moldes e padrões,
9

mesmo que estes pareçam estranhos e exóticos. Da mesma forma que é


fundamental para a humanidade a compreensão das diferenças entre povos de
culturas diferentes, é necessário compreender as diferenças que ocorrem dentro de
um mesmo sistema cultural.
Segundo Calado (2007), cultura é também um conceito bastante vasto.
Significa o conjunto de todas as características humanas que não são inatas, isto é,
que não são naturais. Refere-se ao conjunto de características peculiares que
identificam uma sociedade, em uma determinada época. Mas, em outro sentido,
cultura é mais do que isso. No seu sentido mais amplo, representa o resultado da
aplicação do conhecimento humano no desenvolvimento de obras e atividades que
possuem mérito e qualidade, bem como o envolvimento de outros na apreciação e
apreensão dessas. Para distinguir as diversas áreas da atividade humana,
costuma-se limitar o termo cultura aos campos ligados às artes, isto é, à produção
mais simbólica, porém a rigor não se pode dizer que a ciência e a comunicação, por
exemplo, não fazem parte das atividades humanas ligadas à cultura.
Conforme assinala Souza (1999), a mundialização da cultura é um processo
em curso, ainda não concluído, na qual as formas culturais nacionais ou locais
entram em contato rapidamente. Com isso, quebram as barreiras territoriais, forçam
as mediações e criam uma nova cultura, entendida como um conjunto de práticas,
conhecimentos, convenções e estilos de vida que se desenvolvem de modo a se
tornarem cada vez mais independentes dos Estados-Nação.
A sociedade contemporânea, em particular, vivencia a influência da mídia
sobre a cultura, o que acaba por criar uma cultura global, que poderia ser descrita
como uma visão do mundo crescentemente limpo e informatizado, no qual os povos
e os indivíduos beneficiam-se das maravilhas da técnica e cultivam a semente da
consciência planetária, que triunfa na aldeia global do terceiro milênio.

1.2 Cibercultura
10

Conforme ressalta Lemos (2004), a cultura contemporânea, associada às


tecnologias digitais, cria uma nova relação entre a técnica e a vida social, o que se
pode chamar de cibercultura. O conceito resulta da convergência entre a socialidade
contemporânea e as novas tecnologias de base microeletrônica.
Segundo Lévy (1999), a cada dia que passa, novos computadores e novas
pessoas passam a ter acesso a Internet, ou seja, o ciberespaço, que designa o
espaço criado pelas comunicações mediadas por computador, está se ampliando.
Quanto mais se amplia, mais se torna universal e o universal da cibercultura não
possui centro ou linha diretriz: o ciberespaço é um universo indeterminado, pelo fato
de suas novas informações serem imprevisíveis e pelo fato de cada nó dado na rede
virtual poder ser produtor ou emissor dessas novas informações.
De acordo com Lemos (2004, p. 12), “os signos da cultura, texto, música,
imagens, mundos virtuais (...) atingem o último estágio da digitalização. Eles
tornam-se ubiqüatários na rede – no momento em que eles estão em algum lugar,
eles estão em toda parte.” A Internet, portanto, é um meio de comunicação quase
surrealista, afinal nada é excluído, nenhuma definição de certo ou errado ou de bem
e mal. A Internet engloba, então, toda a humanidade e, conseqüentemente, suas
culturas e disciplinas.
Conforme assinala Castells (1999), uma nova sociedade vem surgindo, a
denominada sociedade em rede, na qual a revolução da tecnologia da informação e
a reestruturação do capitalismo foram determinantes:

A difusão da tecnologia amplifica seu poder de forma infinita, à medida que


os usuários apropriam-se dela e a redefinem. As novas tecnologias da
informação não são simplesmente ferramentas a serem aplicadas, mas
processos a serem desenvolvidos. Usuários e criadores podem tornar-se a
mesma coisa. Dessa forma, os usuários podem assumir o controle da
tecnologia. Pela primeira vez na história, a mente humana é uma força direta
de produção, não apenas um elemento decisivo no sistema produtivo.
(CASTELLS, 1999, p. 51)

A universalidade do ciberespaço vem trazendo várias conseqüências para o


mundo contemporâneo, tanto no âmbito econômico quanto no político e cultural. É,
portanto, impossível negar os impactos das novas tecnologias na sociedade
contemporânea, por meio da nova cultura planetária: a cibercultura.
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De acordo com Lemos (2004), o surgimento da cibercultura ocorre na


década de 50 com o desenvolvimento da informática e da cibernética, porém
começa a se tornar popular na década de 70, com o surgimento do
microcomputador. Estabelece-se completamente nos anos 80, com a informática
de massa, e nos anos 90, com a expansão da Internet.
Mais detalhadamente, segundo Castells (1999), três processos
independentes começam a surgir no final dos anos 60 e princípios dos anos 70 e
convergem, então, para o início de uma nova sociedade, a sociedade em rede. O
primeiro deles é a revolução das tecnologias da informação; seguido pela crise
econômica, tanto do capitalismo quanto do estatismo e pela sua subseqüente
reestruturação; e pelo florescimento de movimentos sociais e culturais, tais como
feminismo, ambientalismo, defesa dos direitos humanos, defesa das liberdades
sexuais, entre outros. O primeiro processo, a revolução das tecnologias da
informação, atua remodelando as bases materiais da sociedade e induzindo a
emergência do informacionalismo como a base material de uma nova sociedade.
Nesse sentido, essa revolução tem uma importância igual ou maior à da Revolução
Industrial, pois as tecnologias da informação tornam-se as ferramentas
indispensáveis na geração de riqueza, no exercício do poder e na criação de
códigos culturais.
A interação desses três processos, paralelos, mas independentes, produz
uma redefinição histórica das relações de produção, de poder e de experiência
individual e social, que acabaram produzindo uma nova sociedade. Essa nova
sociedade é caracterizada, então, por uma nova estrutura social dominante, a
sociedade em rede, por uma nova economia, a economia informacional global, e por
uma nova cultura, a cultura da virtualidade real.
Conforme ressalta Lemos (2004), o verdadeiro nascimento da cibercultura e
sua popularização podem ser situados ainda no surgimento da microinformática, na
metade dos anos 70. Mais do que uma questão tecnológica, a cibercultura surge
como um fenômeno sociocultural, afinal a microinformática tinha como lema
“computadores para o povo”, principalmente nos Estados Unidos. A formação da
microinformática, por sua vez, se deu por meio do desenvolvimento de diversos
domínios científicos, a partir dos anos 50, tais como a cibernética, a inteligência
artificial, a teoria da auto-organização e de sistemas, a tecnologia de comunicação
de massa – rádio, televisão e telefone – e a telemática. Porém, conforme já citado, a
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microinformática foi mais que um conjunto de inovações técnicas, ela nasceu


pretendendo acentuar a democratização do acesso à informação e garantir o direito
à liberdade de expressão e privacidade, dentro da sociedade de comunicação e das
redes telemáticas. Assim, a cibercultura, juntamente com a microinformática,
torna-se mais que o desenvolvimento linear da cibernética, surge como uma espécie
de movimento social.
Essa democratização dos computadores traz à tona várias questões em
relação aos desafios da informatização nas sociedades contemporâneas, afinal
esses equipamentos não podem ser somente máquinas de calcular e ordenar,
devem ser máquinas que desenvolvam e mexam com a criação, o prazer e a
comunicação dos indivíduos.
De acordo com Lemos (2004, p. 109), nos dias de hoje não é preciso ser um
profissional da informática para circular pelo mundo de informações no ciberespaço,
“já que os desenvolvimentos das interfaces gráficas, surgidas com os
microcomputadores, e sua posterior banalização, permitem, a qualquer pessoa, ter
acesso aos benefícios e malefícios da informatização da sociedade.” Portanto, a
sociedade contemporânea aproveita todo o potencial agregado a essa nova
tecnologia. Se os radicais que criaram a microinformática na década de 70 tinham o
lema “computador para todos”, os internautas da década de 90 propunham a
conexão generalizada.
A Internet, por sua vez, um conjunto de redes planetárias de base telemática,
começou a ser construída há mais de 30 anos. A origem da Internet, conforme se
conhece hoje, se deu por meio da rede Arpanet (Advanced Research Projects
Agency), criada pelo departamento de defesa dos EUA para assegurar a
manutenção de importantes informações, durante a Guerra Fria. Nessa época, no
entanto, as conexões eram limitadas a cientistas e militares. Hoje, a Internet está em
processo de popularização. É formada por mais de 8.000 redes, que interligam todos
os continentes e milhões de usuários. De acordo com Gosciola (2003), é um
conjunto de meios que permite o acesso simultâneo a textos, imagens e sons de
modo interativo e não-linear, possibilitando fazer links entre elementos de mídia,
controlar a própria navegação e até extrair telas, imagens e sons cuja seqüência
constituirá uma versão pessoal do usuário. Esses sistemas oferecem ao usuário um
alto nível de controle, o que possibilita a procura por uma informação relevante por
meio de grandes espaços de informação. O usuário pode navegar de informação em
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informação, de site em site, isso tudo em tempo real, o que faz do ciberespaço
um hipertexto mundial interativo, no qual cada um pode adicionar, retirar e modificar
partes de toda essa estrutura telemática.

1.3 Cultura x Cibercultura

Segundo Lemos (2004, p. 260), pode-se tomar o termo cultura, em sua


conotação mais forte, “como aquilo que se cultiva, que faz nascer, que dá forma. A
cultura é, então, o conjunto das formas sociais que emergem do conflito entre o
homem e a natureza, construindo o que se chama temporariamente de realidade.”
De acordo com Lévy (1999, p. 247), “a cibercultura expressa uma mutação
fundamental da própria essência da cultura. (...) a chave da cultura do futuro é o
conceito de universal sem totalidade.” Conforme sustenta Lévy (1996), o
ciberespaço pode ser considerado, portanto, como uma virtualização da realidade,
uma migração do mundo real para um mundo de interações virtuais. A
desterritorialização, saída do "agora" e do "isto" é uma das vias da virtualização, por
transformar a coerção do tempo e do espaço em uma variável contingente. Esta
migração em direção a uma nova espaço-temporalidade estabelece uma realidade
social virtual, que, aparentemente, mantendo as mesmas estruturas da sociedade
real, não possui, necessariamente, correspondência total com esta, possuindo seus
próprios códigos e estruturas.
De acordo com Silva (2006), essa nova socialização traz uma nova forma de
cultura, a cibercultura, com maneiras diferentes de ação e expressão, de
comunicação e importante uso de ferramentas na ampliação das relações
interpessoais em todo mundo, além de dilemas e problematizações gerados nesse
contexto. Indo mais além, afirma-se que a diferença entre cultura e cibercultura diz
respeito à condição de poder optar pelo offline ou pelo online, e de ver a realidade
virtual compreendida apenas como uma técnica muito avançada de interface, na
qual o usuário da máquina torna-se participante e sua contribuição é fundamental
para a própria existência da cibercultura.
Como ressalta Lemos (2004), não se deve, porém, confundir a cibercultura
com uma subcultura particular, ou seja, com uma cultura de determinado grupo ou
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sociedade. Muito pelo contrário, a cibercultura é a nova forma predominante de


cultura. A cibercultura tem mostrado que a oposição entre a cultura e a tecnologia
não é mais sustentável. Esta oposição é o resultado de uma perspectiva errônea
que consiste em separar e reduzir para compreender. É esta oposição que priva os
indivíduos de uma compreensão de todas as facetas complexas da tecnologia
contemporânea. Pode-se partir da hipótese de que a atividade tecnológica é fruto da
cultura e, enquanto tal, procura manter sua estabilidade em formas próprias, ficando
assim vulnerável às ações da vida. Se a tecnologia for retirada do campo da cultura,
então não será mais possível ver as ações da vida, mas apenas um sistema técnico,
isolante e homogeneizante.
Segundo Veiga (2007), a cultura digital está bastante ligada à cultura
tradicional: muitas instituições, teatros e cinemas transmitem cultura por meio da
Internet, o que engloba eventos, acontecimentos, programações, entre outras
informações. Conforme afirma Lévy (1999), a cibercultura, portanto, não é a cultura
dos fanáticos da Internet, é uma transformação profunda da noção mesma de
cultura.
De acordo com Gilder (1996), há que se prestar atenção a uma questão
bastante importante nessa nova era em que a cibercultura vem ganhando cada dia
mais espaço. É preciso que haja um cuidado para que as instituições culturais, tais
como a família, a religião, a educação e as artes, não fiquem ameaçadas na
economia e sociedade modernas. O principal desafio, portanto, é o de aplicação das
novas tecnologias de forma a preservar os valores e as disciplinas que as tornaram
possível, originalmente.

1.4 A Informação e o Ambiente Comunicacional Contemporâneo

De acordo com Lévy (1999), o ciberespaço permite que os indivíduos tenham


acesso em tempo real a tudo que há de mais moderno no mundo, independente dos
lugares geográficos. Embora o telefone já tivesse possibilitado uma comunicação
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interativa, assim como o correio, o ciberespaço, contudo, tem como diferencial o


fato de que permite que os membros de um grupo humano ordenem, alimentem e
consultem uma memória comum. Não é necessário estar em todos os lugares para
se ter acesso à informação e ao conhecimento, pois estes estão ao alcance de
todos, por meio do desenvolvimento da tecnologia.
Conforme ressalta o autor, quando se fala em redes digitais, sabe-se que a
informação está situada fisicamente em algum lugar, em determinado suporte, mas
também está presente de forma virtual em qualquer ponto em que for solicitada.
Assim, a comunicação dá continuidade a um processo de virtualização iniciado há
algum tempo, com a gravação do som e imagem, o rádio, a televisão e o telefone.
Ainda segundo Lévy (1999):

A palavra virtual é muitas vezes empregada para significar a


irrealidade – enquanto a “realidade” pressupõe uma efetivação material, uma
presença tangível. Em geral, acredita-se que uma coisa deva ser real ou
virtual, que ela não pode, portanto, possuir as duas qualidades ao mesmo
tempo. Contudo, a rigor, em teoria, o virtual não se opõe ao real, mas sim ao
atual: virtualidade e atualidade são apenas dois modos diferentes da
realidade. (LÉVY, 1999, p. 47)

Conforme assinala Santaella (2003), as práticas comunicacionais na


cibercultura são inúmeras e algumas verdadeiramente inéditas. Dentre elas, há, em
primeiro lugar, a forma mais comum de troca de mensagens na rede digital, por
meio dos chamados e-mails, que permitem que mensagens sejam emitidas e
recebidas online, quase em tempo real, e permitem também que arquivos, imagens
e vídeos sejam anexados junto com a mensagem. Muito mais dinâmicos que os
e-mails são os chats ou bate-papos grupais, nos quais as pessoas podem digitar
mensagens e conversar com uma ou mais pessoas, em tempo real. Dentro da rede
digital existe também a web, que apresenta a seus usuários um número incontável
de sites e links de informação e na qual é possível ter acesso a banco de dados,
participar de jogos ou programas educativos e trocar idéiais com indivíduos do
mundo todo.
Segundo Lemos; Cunha (2003), ainda mais atual que isso tudo, são os
chamados podcasts e o RSS. O podcast se trata de um sistema de produção e
difusão de conteúdos visuais e sonoros, que surgiu no final de 2004. Em 2005, se
popularizou, tanto que o termo foi eleito a palavra do ano, pelo dicionário New
Oxford American Dictionary. Os podcasts trazem conteúdos bastante específicos,
16

com temas altamente segmentados, ou seja, voltados para um público restrito, e


permitem que o usuário se liberte da grade de programação usual. O sistema
funciona da seguinte forma: com um computador doméstico equipado com um
microfone e softwares de edição de som, o usuário grava o programa que quiser e
depois o torna disponível em sites que são indexados em agregadores RSS (Really
Simple Syndication). Por meio do RSS, é possível que os usuários fiquem
informados, de um jeito novo e prático. Com ele se pode reunir informações dos
sites preferidos dos internautas em uma única tela, e, como num programa de
e-mail, ser avisado das novidades assim que elas são publicadas na Internet.
Segundo Schmidt (2007), outra forma de comunicação e busca pela
informação que vem crescendo é a por meio do celular e também pelo acesso à
Internet que o aparelho oferece. Existem 2,7 bilhões de telefones móveis no mundo,
comparados a cerca de um bilhão de internautas e esse número aumenta mais
rapidamente do que o de usuários de computador. Além dessa vantagem, o celular
tem como principal característica a mobilidade e está sempre às mãos de seus
usuários, ou seja, seu acesso é facilitado e mais prático. Porém, esses dados não
querem dizer que o número de pessoas que acessam a Internet pelo celular é maior
que o número dos que acessam pelo computador, afinal o Brasil, pelo número de
telefones móveis que tem, deveria ser o pioneiro em tecnologia de Internet para o
celular, contudo não o é, pelo menos até o momento. De acordo com dados da
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a base de celulares no Brasil
atingiu 102,13 milhões de unidades em março de 2007, avanço de quase um milhão
de unidades sobre fevereiro do mesmo ano. Apesar do aumento, a cada dia, nos
números de telefones móveis, o uso da Internet pelo aparelho ainda não é algo
muito prático, não faz parte dos hábitos de seus usuários, é um serviço um pouco
caro, não acessível para a maioria dos que têm celular, e um serviço que precisa ser
aprimorado para então começar a se popularizar.
Com isso tudo, segundo Vanzo (2000), nesta nova era da tecnologia da
informação, a informação e o conhecimento passam a ser mais valiosos e
poderosos do que os recursos naturais, as grandes indústrias ou as contas
bancárias milionárias. Empresas bem-sucedidas são aquelas que têm as melhores
informações e sabem como utilizá-las de forma mais eficaz. Nessa era, a riqueza é
produto do conhecimento, adquirido por meio de informações, habilidades e
aptidões. Desta forma, toda uma sociedade baseada na informação e no
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conhecimento tem recursos ilimitados, enquanto outra que tem uma economia
baseada em recursos naturais terá de se precaver para evitar a escassez.
De acordo com Lévy (1999, p. 167), “o ciberespaço, interconexão dos
computadores do planeta, tende também a tornar-se a principal infra-estrutura de
produção, transação e gerenciamento econômicos.” Ele será como um equipamento
internacional coletivo de memória, pensamento e comunicação, no qual
comunidades virtuais, reservas de imagens, simulações interativas, proliferação de
textos e de signos, serão mediadores essenciais da inteligência coletiva da
humanidade. Com esse novo suporte de informação e de comunicação, emergem
gêneros de conhecimento inusitados, critérios de avaliação inéditos para orientar o
saber, novos atores na produção e tratamento dos conhecimentos.

1.5 A Nova Relação com o Saber e as Novas Competências com a Internet

De acordo com Lévy (1999), qualquer reflexão sobre o futuro dos sistemas de
educação e de formação na cibercultura deve ser fundada em uma análise prévia da
mutação contemporânea da relação com o saber. Em relação a isso, a primeira
constatação diz respeito à velocidade de surgimento e de renovação dos saberes.
Pela primeira vez na história da humanidade, a maioria das competências adquiridas
por uma pessoa no início de seu percurso profissional estarão obsoletas no fim de
sua carreira. A segunda constatação, fortemente ligada à primeira, diz respeito à
nova natureza do trabalho, cuja parte de transação de conhecimentos não pára de
crescer. Trabalhar quer dizer, cada vez mais, aprender, transmitir saberes e produzir
conhecimentos. A terceira constatação está ligada ao ciberespaço, que suporta
tecnologias intelectuais que amplificam, exteriorizam e modificam numerosas
funções cognitivas humanas: memória (bancos de dados, hiperdocumentos,
arquivos digitais de todos os tipos), imaginação (simulações), percepção (sensores
digitais, telepresença, realidades virtuais) e raciocínios (inteligência artificial,
modelização de fenômenos complexos). Tais tecnologias intelectuais favorecem
novas formas de acesso à informação, como a navegação hipertextual, a caça de
informações por meio de motores de procura e a exploração contextual por mapas
dinâmicos de dados, ou seja, novos estilos de raciocínio e conhecimento estão
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surgindo, que não pertencem nem à dedução lógica, nem à indução a partir da
experiência.
Ainda segundo o autor, atualmente, vive-se um dilúvio de informações, elas
estão por toda parte, para quem quiser ver. No século XVIII, quando Diderot e
D’Alembert publicaram sua grande Enciclopédia, um pequeno grupo de homens
ainda achava que era possível que o conhecimento e o saber ficasse sob o domínio
de poucos. Mas a partir do século XIX, os conhecimentos técnicos e científicos
começaram a crescer e o fato de um pequeno grupo deter os principais saberes da
humanidade tornou-se cada vez mais ilusório. Nos dias de hoje, é evidente que o
conhecimento é tangível para todos, não é mais dominável por um grupo seleto de
indivíduos. Nas páginas da web, por exemplo, pessoas além de poderem buscar
informações das mais diversas naturezas, podem também expressar suas idéias e
saberes e está ficando cada vez mais claro que os saberes atuais expressam
determinado grupo humano ou até mesmo uma população em geral. Tudo isso leva
a uma nova realidade da sociedade contemporânea, na qual a informação é chave
fundamental.
De acordo com Vanzo (2000, p. 41):

Aquele que não agrega valor ao seu negócio corre o risco de ser eliminado.
Espera-se que o profissional ajude e não dificulte o processo decisório. Isso
está exigindo uma grande transformação não apenas nos sistemas, mas no
comportamento das pessoas. (...) Já não se trabalha mais simplesmente com
profissões, mas principalmente com atividades e, para isto, requer-se o perfil
transdisciplinar, que é resultado de várias capacidades, especializações e
aptidões. As empresas quando contratam alguém, o fazem não mais para
preencher um cargo, mas para solucionar desafios. (VANZO, 2000, p. 41)
Já conforme ressalta Karsaklian (2001), uma das conseqüências da revolução
tecnológica que vem ocorrendo na sociedade atual é o impacto nos indivíduos, em
suas competências e profissões e até mesmo na estrutura das organizações.
Empresas tradicionais estão sendo forçadas a mudar sua forma de atuação, com
relação a diversos aspectos, tais como sua forma de gestão empresarial e a forma
como são conduzidas as relações de comunicação. Novos métodos de comunicação
revolucionaram as estruturas das empresas, tanto internamente como externamente.
Para se comunicar bem externamente é preciso, antes de tudo, ter uma boa
comunicação interna que, atualmente, é facilitada pelo uso da intranet, a qual
proporciona motivação e integração de equipes de funcionários.
19

Ainda de acordo com a autora, com este novo mundo virtual,


determinadas profissões ganham força, tais como a de antropólogo, que, nos
tempos modernos, estuda o comportamento dos internautas e dos ciberclientes; a
de fund raiser, que é o responsável por ajudar a empresa a encontrar e convencer
investidores adequados a colaborar com tal empresa; a de webdesigner, pois sites
de sucesso precisam ser bem concebidos, atualizados e animados constantemente;
entre outras. Muitas profissões, além de ganharem força, começam a mudar. É o
caso dos representantes e vendedores, que, hoje, têm conhecimentos comerciais e
de marketing muito mais amplos e conhecem com maior profundidade seus produtos
e concorrentes.

2 INTERNET, CONVERGÊNCIA DAS MÍDIAS E WEBMARKETING

2.1 Comunicação e Cultura

Segundo Bordenave; Pereira (2004), a comunicação permite que as pessoas


se relacionem, transformem-se mutuamente e também mudem a realidade que as
rodeia e é por meio dela que as pessoas podem compartilhar experiências, idéias e
sentimentos. A comunicação é um produto funcional da necessidade humana de
expressão e relacionamento e a própria cultura de uma sociedade pode ser
20

considerada um vasto sistema de códigos de comunicação. A comunicação


humana é um processo que envolve a troca de informações e utiliza os sistemas
simbólicos como suporte. Estão envolvidas neste processo uma infinidade de
maneiras de se comunicar, tais como duas pessoas tendo uma conversa face-a-face
ou por meio de gestos com as mãos, mensagens enviadas utilizando a rede global
de telecomunicações, a fala, a escrita, entre outras. Essas formas de comunicação
permitem a interação entre as pessoas e ainda que se efetue algum tipo de troca
informacional.
Segundo Thayer (1972, p. 31), a comunicação é, ainda, “um processo no qual
duas ou mais pessoas se entendem, é a troca mútua de idéias através de qualquer
meio efetivo, é a transmissão ou intercâmbio de pensamentos, opiniões ou
informações.“ Para que o processo de comunicação seja, então, eficaz, não basta
somente a transmissão e a recepção de certa mensagem: é preciso que haja um
entendimento adequado da mensagem transmitida. Para tanto, não é suficiente que
somente palavras sejam levadas em consideração, é necessário que a situação em
que se está seja compreendida, para que conhecimentos, idéias, instruções ou
qualquer outra mensagem se tornem comuns a todos que estão envolvidos no
processo de comunicação.
Já de acordo com Prates (1997), a tendência predominante em alguns
estudos da Antropologia é analisar a comunicação como veículo de transmissão de
cultura ou como formador da bagagem cultural de cada indivíduo. Esse é um
assunto de grande importância, haja visto o surgimento da cultura de massa no
século XX, transformando as formas de convivência do homem moderno.
Conforme ressalta Calado (2007):

Comunicação é, por definição, a atividade de emitir, transmitir e receber


mensagens. A humanidade tem usado a capacidade de se comunicar para
desenvolver sua cultura e sua ciência. Hoje, porém, quando se fala em
comunicação, está se restringindo àqueles meios criados pela ciência
humana para a comunicação de mensagens à distância. Assim, os meios de
comunicação, que já foram pombos-correio, tambores ou mesmo sinais de
fumaça, hoje são principalmente os livros, os jornais e as revistas (os meios
impressos), o telefone, o rádio e a televisão (os meios eletrônicos), a Internet
e outros meios criados pela ciência da informática. (CALADO, 2007)

Segundo Gosciola (2003), a comunicação é constituída pelo relacionamento


entre emissor e receptor, é o processo de troca de informações no estabelecimento
de relacionamentos entre indivíduos. É um ato social que recorre à linguagem para
21

atender a necessidade humana de representação e troca de informações, de


narrar fatos e de contar histórias.
Ainda segundo o autor, para que essa necessidade de comunicação que todo
ser humano tem seja suprida, foram criados os meios de comunicação, nos quais se
pode receber e enviar mensagens e, assim, participar de diversos assuntos e
receber informações das mais diferentes naturezas. Na atualidade, com as
facilidades de acesso à comunicação entre as mais diversas e longínquas culturas, a
definição tradicional sofre uma expansão e se transforma na chamada comunicação
de massa, que tem como principal característica o consumo rápido e imediato da
informação, em escala industrial. Segundo Santaella (2003, p. 57), recentemente, os
meios de comunicação estão se transformando também, de forma crescente, nos
melhores aliados da cultura. Isso se dá porque, na produção cultural, os meios de
comunicação desempenham também a importante função de meios de difusão.

2.2 Mídias Tradicionais e Convergência das Mídias

No contexto da comunicação de massa, o rádio e a televisão trouxeram


inegáveis transformações em relação à comunicação do século XX, se tornando
importantes instrumentos de informação e também de reformulação na forma como
esta informação era transmitida até então por outros meios de comunicação.
A primeira transmissão radiofônica oficial no Brasil aconteceu em 1922. No
início, todas as rádios funcionavam como clubes ou sociedades e eram sustentadas
pelos associados, que contribuíam com mensalidades, pois a legislação proibia a
publicidade. A chegada da rádio comercial não demorou a acontecer. Ela despontou
a partir da legalização da publicidade, no início da década de 30, e começou a se
tornar um negócio lucrativo. Surgiram, então, os anúncios cantados, os jingles, que
revolucionam a propaganda radiofônica (ALMANAQUE ABRIL, 1997).
Já em relação à televisão, Giovannini (1987, p. 249) aponta para o fato de
que “a invenção da TV não foi um acontecimento isolado ou uma série única de
acontecimentos. Ela é derivada de um conjunto de invenções e desenvolvimentos da
eletricidade, fotografia, cinematografia e radiofonia.”
22

Segundo Caparelli (1986), ao se falar em televisão no Brasil, a primeira


transmissão aconteceu no ano de 1950. No seu início, ela seguiu o modelo que já
existia em relação ao rádio. A programação não se mostrava variada e tinha forte
tonalidade local e um telespectador ainda arredio, por falta de hábitos e pelos altos
preços dos televisores. De acordo com Citelli (2004, p. 150), “as distâncias entre
cidade e campo, fizeram com que o rádio e a televisão se tornassem, na prática,
fontes quase únicas para largas camadas da população terem acesso à informação
e ao entretenimento.”
De acordo com Lopes (apud BACCEGA, 2000), com o tempo, a formatação
da programação foi se expandindo e novos programas foram surgindo. Porém, a
maior parte da programação ainda era estrangeira, pois a produção nacional e
regional era bastante restrita. Gradativamente, foi se instalando uma programação
mais variada e com o passar do tempo, independente do conteúdo veiculado, a TV
passou a exercer forte influência no dia-a-dia das pessoas. Os programas foram
ganhando qualidade técnica, a diversificação das informações veiculadas foi
crescendo e a influência da televisão, dado o seu papel na informação, na
educação, no lazer e na formação cultural da sociedade, foi crescendo. Nos dias
atuais, conforme sustentam Carlsson; Feilitzen (1999), pesquisas apontam para o
fato de que mais de 85% dos lares brasileiros possuem pelo menos um aparelho de
TV.
Conforme ressalta Haussen (2000), falando-se em século XXI, os avanços
contínuos possibilitados pelas novas tecnologias, tanto em relação ao rádio quanto à
televisão, trazem recursos e aparelhos mais modernos. O exemplo mais recente que
pode ser citado é a televisão digital, que já foi implantada em vários países do
mundo e que será implantada no Brasil em breve. A TV digital possui uma grande
quantidade de canais que podem receber o sinal de resposta dos usuários e permite
que estes possam personalizar a programação conforme desejam, conseguindo
uma televisão quase individual. O sistema funciona mediante a utilização de fibras
óticas, cabos, satélites e Internet. De acordo com o Grupo de Pesquisa em
Educação, Comunicação e Tecnologias (2004), como a televisão, o rádio deverá ter
sua versão digital. As rádios AM terão a mesma qualidade das atuais FM,
transmitindo em estéreo. Por sua vez, as FM’s devem oferecer qualidade próxima
aos CD’s. Além disso, o mostrador de um aparelho doméstico ou de automóvel
23

poderá exibir, por exemplo, uma série de informações adicionais, como o nome
das emissoras, cotações de moedas estrangeiras, entre outras.
Apesar do relativo pouco tempo em que o rádio e a televisão estão presentes
na vida dos indivíduos, é certo que essas mídias tradicionais cada vez mais perdem
espaço para as novas mídias, principalmente para a Internet. À medida que a
Internet ganha espaço como um novo e promissor meio de comunicação, movimento
semelhante aos que ocorreram com o rádio e a televisão e, no início da década de
80, com os microcomputadores, estar conectado à rede se torna praticamente uma
questão de sobrevivência, tanto para empresas como para todas as pessoas que
querem estar bem informadas e conectadas ao mundo atual. Além disso, a Internet é
um meio no qual ocorre a convergência de outros meios de comunicação, ou seja,
nela se pode assistir a programas de televisão, ler notícias publicadas em jornais e
revistas, escutar músicas e notícias de emissoras de rádio e também falar como se
estivesse ao telefone com pessoas do mundo todo.
De acordo com Vanzo (2000), a convergência entre a informática e as
telecomunicações, que possibilita que a Internet tenha características como
liberdade, democracia, virtualidade, aliada a uma velocidade de acesso e
transmissão cada vez maior, proporciona um cenário propício à criatividade e
realização humana.

2.3 Novas Mídias: Interatividade e Novas Oportunidades de Mercado

De acordo com Mota (2004), ao longo da história da humanidade, inúmeras


foram as transformações vivenciadas, inclusive no que se trata da comunicação.
Diversas formas de comunicação evoluíram, difundiram-se e ampliaram-se, dando
margem ao surgimento daquilo que hoje se conhece como mídia.
A sociedade moderna vive em um tempo no qual a quantidade de
informações que cada indivíduo recebe por dia é intensa, obrigando-lhe a selecionar
as mensagens que mais lhe interessam. Sob esta ótica, têm-se buscado formatos
inovadores, mídias diferenciadas e criativas, tais como mobiliários urbanos, mídias
em elevadores e sanitários, ou seja, tudo que possa servir como objeto de
transmissão e difusão de mensagens publicitárias, com o objetivo de destacar a
mensagem em determinado contexto a que o público-alvo está exposto.
24

A era da interatividade trouxe uma nova realidade para os meios de


comunicação, fazendo com que o público seja convidado a interagir com as marcas
dos produtos o tempo todo, estabelecendo-se uma relação mais direta e mais
próxima. Segundo Gosciola (2003), a interatividade, portanto, pode ser definida
como um recurso de troca ou de comunicação de conhecimento, de idéia, de
expressão artística ou até mesmo de sentimento. A interatividade promove nos
indivíduos uma mobilização, ou seja, um desejo de interferir e interagir com
determinada obra e com seus personagens.
De acordo com Dizard Júnior (2000), os veículos de comunicação de massa
tradicionais estão perdendo espaço para as novas tecnologias da mídia,
principalmente por causa da interatividade e pelo fato das novas tecnologias
oferecerem, de forma mais ampla, serviços de informação e entretenimento.
Revistas, jornais, rádios e até mesmo a indústria cinematográfica foram e continuam
sendo, cada um ao seu modo, afetados pelas novas mídias.
O autor aponta que, desde a década de 80, as grandes companhias
reconheceram a importância da tecnologia das novas mídias, por meio do
crescimento das operações com computadores, satélites e outras novas tecnologias.
Desde então, as novas mídias seguem na direção de fornecer uma grande
variedade de serviços e as mídias antigas tentam seguir o mesmo caminho, para
que haja uma integração e a transmissão de uma mesma mensagem em diversos
meios. As tecnologias avançadas tornam possível a fusão de recursos de
comunicação e informação, em redes eletrônicas integradas, o que permite afirmar
que a era em que o telefone, o vídeo e o tráfego de dados funcionavam por meio de
redes isoladas está chegando ao fim.
Portanto, para obter um retorno maior do que o alcançado com a mídia
tradicional, as campanhas de comunicação estão buscando inovar na exposição e
no correto direcionamento das mensagens. Busca-se, a partir da identificação de
oportunidades de mercado, da análise do produto e do perfil consumidor,
recomendar soluções que estejam à frente das idéias convencionais.
O universo da mídia exterior, por exemplo, apesar de não contar tanto com os
avanços tecnológicos, cresceu em grandes proporções nos últimos anos e hoje
concorre com os meios de comunicação tradicionais. Alcançou-se um conceito
diferenciado de publicidade, que atinge diretamente o consumidor onde esse
25

normalmente circula, como nos metrôs, ônibus, táxis, elevadores, pelas fachadas
dos edifícios, entre outros locais.
A Internet também vem, a cada dia, ganhando mais espaço. De acordo com
Vanzo (2000), até pouco tempo, atingir o grande público era privilégio de poucos.
Com a Internet tudo se torna diferente. Empresas e profissionais utilizam o espaço
virtual para divulgar seus serviços e vender seus produtos, enquanto as pessoas
comuns, de todas as idades, começam a disponibilizar seus sites ou simplesmente
páginas pessoais para se fazerem presentes, estabelecerem relacionamentos e
compartilharem algo por meio da rede.

2.4 A Internet e a Sociedade em Rede

McLuhan (1969), por meio de sua famosa frase “o meio é a mensagem”,


enfatiza a importância do veículo de comunicação e seu poder em transformar as
relações sociais. Ressalta que o meio modela e controla a escala e a forma das
associações e trabalho humanos e que é, geralmente, pensado como simples canal
de passagem do conteúdo comunicativo, mero veículo de transmissão da
mensagem, porém é um elemento determinante da comunicação.
Para Castells (2004), o motor revolucionário da sociedade contemporânea é a
Internet e, nesse sentido, propõe que “a rede é a mensagem”. A rede é um sistema
organizado, complexo, e no caso da Internet, descentralizado. Quando utilizado
como veículo de comunicação, suas características próprias podem determinar
mudanças significativas nas relações sociais. O modelo de comunicação em rede
trabalha em tempo real, elimina a distância física e promove o surgimento de
comunidades virtuais, que moldam as relações sociais.
Segundo a Confederação Nacional de Municípios (2007), a Internet é a
grande rede de computadores que hoje interliga pessoas de qualquer lugar do
mundo e permite livre circulação de informações entre quaisquer de seus usuários.
Ela já se apresenta, atualmente, entre os meios de comunicação mais utilizados no
mundo, fonte de um amplo universo de negociações e debates que têm tido
repercussão no comportamento da nova sociedade global. A Internet permite que as
informações circulem entre seus usuários com grande agilidade. Proporciona uma
26

impressionante economia de tempo, esforços e até mesmo de recursos, em


relação às formas de comunicação tradicionais.
Castells (2004) relata que a rede mundial de computadores foi criada pela
junção de quatro culturas: a cultura tecnomeritocrática, a cultura hacker, a cultura
comunitária virtual e a cultura empreendedora. A cultura tecnomeritocrática, que
conduziu à criação da Internet, é elitista e ligada à comunidade científica e
acadêmica, onde estão presentes os ideais da descoberta tecnológica. A cultura
hacker é uma cultura que também visa à inovação tecnológica, porém é baseada na
livre criatividade, para que os conhecimentos disponíveis possam ser absorvidos e
redistribuídos na rede, da forma desejada. A cultura comunitária virtual é uma cultura
que vai dar forma e uso à tecnologia construída e/ou em construção, contribuindo
para os fundamentos tecnológicos da Internet. Fazem parte desta cultura os
utilizadores da rede voltados para as relações sociais, com conhecimentos técnicos
limitados. Por fim, surge a cultura empreendedora, que ao descobrir a Internet tentou
controlá-la, fazendo uso do poder que acompanha esta tecnologia e
transformando-a em uma tecnologia de valor econômico. Segundo Castells (2004), a
união dessas culturas criou, então, a Internet como é conhecida atualmente:
A Internet é uma cultura construída sobre a crença tecnocrática no progresso
humano através da tecnologia, praticada por comunidades de hackers que
prosperam num ambiente de criatividade tecnológica livre e aberta, assente
em redes virtuais, dedicadas a reinventar a sociedade, e materializada por
empreendedores capitalistas na maneira como a nova economia opera.
(CASTELLS, 2004, p. 83)

Segundo Santaella (2003), desde sua criação, a Internet continua a se


ampliar, tanto em número de usuários, quanto nos seus tipos de aplicações. Ela é
formada por redes locais, redes metropolitanas e redes mundiais, conectadas por
telefones, satélites, microondas, cabos coaxiais e fibras óticas, permitindo a
comunicação de computadores do mundo todo.
De acordo com Castells (2002 apud RÜDIGER, 2003, p. 102), entretanto,
“embora cresça o número de indivíduos com acesso às redes telemáticas, é
pequeno o percentual daqueles que podem usá-las como instrumento de promoção
social, econômica e intelectual.” De acordo com Lemos; Cunha (2003), a Internet,
portanto, é um fenômeno ainda minoritário. Embora o acesso à rede e os diversos
fenômenos da cibercultura tenham crescido de forma exponencial em número de
pessoas, a exclusão digital ainda é um fato. Contudo, a mídia em geral não é
27

totalmente democrática e universal: há de ser levado em conta que a mídia


impressa é lida por uma minoria da população e que o telefone, por exemplo, já foi
utilizado alguma vez somente por metade da população mundial.
No Brasil, no que se refere a esse assunto, de acordo com a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios sobre acesso a Internet e posse de telefone
móvel celular para uso pessoal, realizada pelo IBGE (2005), 79% da população
nunca acessou a Internet. Apenas 21% da população, ou 32,1 milhões de pessoas,
acessou pelo menos uma vez na Internet em algum local. A falta de computador foi o
principal motivo alegado pelas pessoas que não utilizam a Internet e a conexão
discada mostrou-se mais difundida e freqüente que a banda larga. Segundo a
pesquisa, os internautas tinham em média 28 anos de idade, 10,7 anos de estudo e
um rendimento médio mensal domiciliar per capita de R$ 1.000.

2.5 Webmarketing: Internet nas Estratégias Mercadológicas

Segundo Karsaklian (2001), o marketing, tradicionalmente, tinha suas


estratégias definidas por meio da combinação dos elementos Produto, Preço, Praça
e Promoção, os 4P’s. Nesse sentido, para persuadir o consumidor, era preciso ter
um produto que atendesse às necessidades do cliente ou até mesmo um produto
que criasse uma nova necessidade, ter um preço acessível, pontos-de-venda
estratégicos e bem localizados e um planejamento de promoção bem definido.
De acordo com Erbano (2005), o novo milênio traz consigo uma perspectiva
de grandes transformações conceituais no tocante à gestão e ao marketing. Se
antes havia o marketing de massa e o marketing de segmentação, o futuro aponta
para a busca do nicho adequado da customização dos produtos, de acordo com a
necessidade do grupo de clientes com características homogêneas que a empresa
procura atender. Da orientação ao produto ou ao cliente, o novo marketing demanda
atenção especial ao cliente e à conveniência, sempre atento aos passos da
concorrência.
28

Mais recentemente, portanto, como ressalta Erbano (2005), os 4P’s foram


adaptados para os 4C’s: Cliente, Custo, Conveniência e Comunicação. Esta nova
abordagem para o mix de marketing se deve a profundas mudanças ocorridas no
comportamento do mercado e também à exigência de uma nova conceituação em
relação às teorias tradicionais. No que se trata de produto, contrapõe-se o cliente, ou
seja, o foco não está mais no produto e sim nas necessidades dos consumidores,
que precisam ser atendidas da melhor forma. Quanto ao preço, atualmente fala-se
em custo, afinal o mercado acabou por inverter a ordem dos fatores, determinando o
preço que está disposto a pagar. Assim, o custo deve ser uma preocupação
freqüente da empresa, para que possa produzir e, posteriormente, vender
determinando produto ou serviço pelo preço adequado. Já em relação aos
pontos-de-venda, o que vem como novo conceito é a conveniência. Enquanto
antigamente o consumidor se dirigia aos tradicionais pontos-de-venda, nos quais
sabia que o produto ou serviço desejado estava disponível, hoje ele espera que o
produto chegue até ele da forma mais fácil possível, ou seja, busca conveniência e
comodidade. Finalmente, no que se falava em promoção, hoje se fala em
comunicação, ou seja, é preciso que se perceba que a comunicação não deve ser
um elemento secundário, deve ser grande prioridade e abranger além da promoção
de vendas, o merchandising, o marketing direto e a comunicação social, que é
composta pela assessoria de imprensa, relações públicas e publicidade e
propaganda. Pensando, portanto, nos 4C’s, as empresas, cada vez mais, utilizam a
Internet como ferramenta estratégica, pois esta é mais dinâmica, interativa e prática,
o que remete ao cliente e à conveniência, é bastante barata, o que remete ao custo,
é também bastante segmentada, o que facilita a comunicação para o nicho certo de
mercado, e permite a convergência de outros meios de comunicação, o que faz com
que a mensagem possa ser levada ao cliente em potencial de diversas maneiras.
Como afirma Karsaklian (2001), com a chegada da Internet, as estratégias de
marketing vão ainda mais além dos 4P’s tradicionais e dos 4C’s. A esses se integram
os 2D’s: Diálogo e Data base. O diálogo, portanto, é estabelecido graças à utilização
de bancos de dados (data bases), nos quais são armazenadas diversas informações
sobre os internautas. Assim, não é possível se falar em estratégias de marketing
sem falar em Internet e vice-versa.
Ainda de acordo com a autora, muitas empresas, estabelecidas por anos e
com rentabilidade satisfatória, têm-se questionado se devem e porque devem se
29

lançar na Internet. A resposta poderia ser considerada simples, afinal, ao se


lançar na Internet, empresas podem vender mais produtos a mais pessoas, por um
custo inferior.
Karsaklian (2001) afirma que, porém, por vezes, tem-se a impressão que
apenas por meio da criação de um website, uma empresa pode entrar no mercado
virtual, mas o cibermarketing é muito mais que isso: refere-se à criação de
estratégias mercadológicas bem definidas e totalmente voltadas para o mundo
virtual.
Segundo Ellsworth; Ellsworth (1997), na Internet, a agregação mercadológica
é diferente daquela observada no marketing offline. A Internet não é considerada um
mercado de massa, a despeito de seus números. Muito pelo contrário, requer
promoção direta e individual. É necessário definir exatamente o segmento que se
quer atingir, para que então a empresa possa reconhecer o local mais adequado
para a veiculação de propagandas online, por meio de banners, patrocínios e
anúncios click-through de seus produtos e/ou serviços e consiga se destacar em
relação às demais.
Portanto, conforme sustenta Karsaklian (2001), o webmarketing deve ser ativo
e interativo, contrapondo-se à passividade dos meios de comunicação tradicionais. A
oportunidade de analisar as reações imediatas dos clientes potenciais a uma
proposta comercial faz com que as empresas valorizem as mídias interativas, para
que não precisem esperar longamente por uma reação dos clientes.
Para que, então, como ressalta a autora, a Internet se integre com as demais
estratégias de marketing de uma empresa, precisam ser levados em conta diversos
aspectos. É preciso, antes de tudo, analisar se e como a concorrência utiliza a
Internet, para que se obtenha, então, o conhecimento necessário para o
estabelecimento das estratégias próprias da empresa. É necessário também que se
tenha em mente que um site ou qualquer ação ligada à Internet precisa ser pensada
para um público-alvo bastante segmentado, para que as estratégias sejam
elaboradas de forma coerente e possam trazer resultados positivos para a
organização.
Conforme sustenta Torres (2004), as empresas estão passando a direcionar
seus produtos de forma personalizada para cada cliente, com base em suas
preferências de consumo. A essa forma diferenciada de divulgação, em que cada
cliente recebe uma oferta diferenciada de produtos, denomina-se marketing direto.
30

Na Internet é chamada de personalização, um componente crítico e necessário


para o sucesso do marketing na web hoje em dia.
Segundo Ohira; Schenkel; Silveira (2003), os sites, de qualquer organização,
devem ser elaborados com base em um planejamento e devem ser constantemente
monitorados e avaliados. Isso permite que haja uma garantia que os mesmos
utilizem todos os recursos oferecidos pela web, tanto para a promoção institucional,
como para divulgação dos seus serviços e produtos, para interagir e relacionar-se
com os usuários, permitindo, assim, que todos os esforços sejam direcionados à
obtenção de resultados efetivos. Karsaklian (2001) assinala ainda que é fundamental
estabelecer uma missão e objetivos para um site, para que ele tenha uma razão de
existir e não seja somente um conjunto de informações sem sentido.
Posteriormente, é importante que o website seja inscrito nos principais sites de
busca, para que o cliente possa encontrá-lo facilmente por meio de palavras-chave,
que devem ser muito bem pensadas no momento em que o site está sendo
elaborado. Além disso, o website deve ser interativo, para que possa conquistar e
fidelizar clientes, afinal clientes não são seres passivos diante da tela, todos querem
ter seu espaço para se expressar.
Porém, estratégias de marketing ligadas à Internet vão muito além de um
website, é preciso que o cliente em potencial visualize o nome da empresa em
diversos outros sites que acessar. Isso pode ser feito por meio da publicidade, de
diversas formas. Segundo o Emarket (2007), o banner é o elemento mais usado
para fazer publicidade na Internet e pode trazer resultados positivos para a empresa,
desde que sua criação, formato, veiculação e objetivos sejam bem elaborados.
Outro elemento bastante utilizado são os e-mails marketing, propagandas que
podem ser enviadas por e-mail para pessoas com perfil identificado com o produto
ou serviço a ser promovido. Para não ser caracterizado como spam, é melhor que o
e-mail marketing seja solicitado pelo cliente, por meio de cadastro em website ou
requerimento de qualquer outra forma. Muitos projetos de webmarketing também
incluem a elaboração e distribuição de releases para veículos de comunicação. Essa
ação de divulgação de notícias relevantes sobre determinada organização é uma
forma bastante eficiente de atrair a atenção de clientes em potencial.
Outra maneira de divulgação via web que vem sendo bastante utilizada é o
marketing viral, no qual empresas produzem interessantes vídeos caseiros e
mensagens que são enviados para um target primário, formador de opinião, que
31

depois encaminha esses vídeos para outras pessoas. Essa estratégia de


marketing precisa ser trabalhada de forma espontânea, precisa ser sutilmente
estimulada e sai, praticamente, de graça para a empresa, pois é utilizada
basicamente a propaganda boca-a-boca. É uma tática que traz resultados muito
positivos, se for baseada, principalmente, no testemunho pessoal.
Todas essas táticas que fazem parte de estratégias de marketing ligadas à
Internet, a cada dia, vêm sendo mais utilizadas por parte das empresas que buscam
a inovação e um maior retorno de seus investimentos, por meio da divulgação de
sua marca na rede.

3 PESQUISA DE CAMPO

3.1 Delineamento da Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo desse trabalho tem por objetivo geral analisar a Internet
como ferramenta estratégica de divulgação cultural. Busca-se também verificar se o
uso da Internet favorece a ampliação do conhecimento relacionado a assuntos
culturais, pela sua facilidade de acesso, e se o interesse por informações relativas à
cultura vem crescendo na cidade de Curitiba.
A pesquisa realizada neste trabalho é do tipo aplicada, que, segundo Silva;
Menezes (2001) objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à
solução de problemas específicos, envolvendo interesses locais. Foi ainda utilizada
a pesquisa exploratória, que conforme sustenta Alves (2003) busca tornar mais
explícito determinado problema e aprofundar idéias sobre determinado objeto de
estudo, permitindo o uso de entrevistas com pessoas que já tiveram experiências
acerca do objeto a ser investigado. Ainda segundo Alves (2003), a pesquisa
qualitativa, que caracteriza a presente investigação, procura captar determinada
situação ou fenômeno em toda sua extensão e tem o pesquisador como
instrumento-chave, devido a interpretação dos fenômenos e a atribuição de
significados serem requisitos básicos desse tipo de pesquisa.
32

A amostra pesquisada foi composta por duas pessoas responsáveis por


dois diferentes sites divulgadores de cultura na cidade de Curitiba: Gustavo Meira
Machado, do site Descubra Curitiba e Luciana Guimarães, do site Curitiba Interativa.
Os entrevistados foram escolhidos por meio de seleção intencional do entrevistador,
para que os dados obtidos cumpram os objetivos da pesquisa. Portanto, os dados
foram obtidos de fonte primária, por meio de entrevista semi-estruturada, sendo que
as perguntas foram as mesmas para ambos os entrevistados. A entrevista tinha em
sua composição 26 questões abertas, que foram elaboradas com base nas
hipóteses.
Segundo Yin (2005), na entrevista semi-estruturada os assuntos são
agrupados por temas e as perguntas vão conduzindo o entrevistado, para que todos
os temas de interesse da investigação sejam cobertos. A razão da escolha da
entrevista semi-estruturada é sua flexibilidade, ao mesmo tempo em que fornece um
roteiro para os temas relevantes e possibilita abertura para tratar questões que
ocorrem durante a entrevista e são significativas para a investigação em curso.
A entrevista contemplou quatro etapas. A abertura, que envolveu explicar o
objetivo da investigação e a regras de condução da entrevista; a ambientação, que
envolveu uma conversa genérica com perguntas abertas e amplas para ajudar a
introduzir o tema e estabelecer um clima de cordialidade e confiança entre o
entrevistador e o entrevistado; a entrevista em si, que envolveu as perguntas
relacionadas com a investigação; e o encerramento, que envolveu a conclusão,
agradecimento e colocar-se à disposição para colaborar em assuntos relacionados
ao estudo.
Os dados das duas entrevistas foram, então, comparados e analisados de
forma qualitativa, para que se pudesse obter um estudo de caso comparativo. Como
ressalta Alves (2003), o estudo de caso trata-se de um estudo em profundidade,
visando obter o máximo de informações que permitam um amplo conhecimento a
respeito do objeto de estudo.

3.2 Perfil dos Websites


33

O portal Descubra Curitiba traz informações e notícias sobre eventos


culturais que ocorrem no estado do Paraná, mais especificamente na cidade de
Curitiba. Conta com um completo guia gastronômico e de entretenimento,
disponibiliza canais nos quais se podem obter informações sobre bares, cinema,
exposições, motéis, restaurantes, shows, festas, teatro, entre outros e também uma
agenda com os principais acontecimentos culturais de todo o cenário artístico e dos
principais eventos turísticos da capital paranaense. Há também um espaço para
cobertura jornalística, no quais são disponibilizadas entrevistas e colunas, sobre
diversos assuntos. O site disponibiliza, ainda, promoções, para todos os usuários
que são cadastrados, sorteando ingressos de cinema e teatro, cortesias de almoços
e jantares, brindes, entre outros. A Figura 1 a seguir mostra a página inicial do site
Descubra Curitiba e como as informações que o site disponibiliza são distribuídas:

Figura 1 – Layout da Página Inicial do Site Descubra Curitiba.


34

FONTE: www.descubracuritiba.com.br

Em relação ao Curitiba Interativa, trata-se de um portal de diversão, turismo e


cultura, que inclui em suas páginas a divulgação do roteiro cultural da cidade de
Curitiba, com informações sobre cinema, teatro, exposições, shows e espetáculos e
ainda opções de bares, restaurantes, hotéis e turismo. Além de informar, também
entretém seus visitantes com promoções, como sorteio de brindes, ingressos para
peças, filmes e outras atrações, e interage com seu público, que pode deixar
comentários ou dicas sobre qualquer atração destacada no portal. O portal foi criado
com o objetivo de disponibilizar para o público curitibano um site com informações
sobre cultura e eventos na cidade de Curitiba e cresceu consideravelmente, desde a
sua criação. A Figura 2 abaixo mostra a página inicial do site Curitiba Interativa e
como as informações que o site disponibiliza são distribuídas:
35

Figura 2 – Layout da Página Inicial do Site Curitiba Interativa


FONTE: www.curitibainterativa.com.br
Ambos os portais são atualizados diariamente e, muitas vezes, mais de uma
vez por dia, para que as informações não fiquem obsoletas e para que milhares de
pessoas possam obter novas informações, sobre diversos assuntos relacionados a
cultura.
36

3.3 Análise dos Dados

Segundo Gustavo Meira Machado, administrador do portal Descubra Curitiba,


o projeto do site se iniciou em meados de 2003, mas o produto foi lançado somente
em outubro de 2004. A idéia de se criar o site surgiu ao se perceber que não havia
nenhum site na cidade de Curitiba com informações voltadas para turistas que
visitavam a cidade (Apêndice 1). O Descubra Curitiba veio, então, para suprir essa
necessidade e tinha como objetivo ser a primeira agência virtual de turismo
receptivo. O site contava com o conceito “Curitiba do Jeito que Você Nunca Viu”, era
totalmente voltado para turistas e disponibilizava informações sobre a cidade de
Curitiba e sobre hotéis. Eram vendidos serviços no site, principalmente no que se
tratava de hospedagem. Diversas parcerias com hotéis foram feitas e todos os
serviços oferecidos pelos mesmos eram ofertados no site, por meio de informações,
descrições e fotos. Porém, essa idéia esbarrou em um grande problema: os
brasileiros não têm o costume de comprar serviços em geral pela Internet.
O foco do site teve, então, que ser mudado. Percebeu-se que o internauta
estava mais interessado em informação, principalmente a relacionada à cultura. O
Descubra Curitiba, desde o início, disponibilizava informações sobre cinema, teatro e
shows, porém o espaço reservado para esse tipo de conteúdo era bastante restrito e
ficava em segundo plano. O conceito do site se modificou, então, para “Mais Cultura,
Mais Diversão, Mais Entretenimento, Aqui Tem Mais”. Esse conceito, que é
trabalhado atualmente, é totalmente voltado para um conteúdo informativo. O site
não oferece mais quaisquer tipos de serviços, oferece somente informações, todas
relacionadas à cultura. Disponibiliza conteúdo sobre bares, cinema, exposições,
motéis, restaurantes, shows, festas e teatro. Há também um espaço para colunas,
entrevistas e notícias e um espaço de promoções, no qual todos os cadastrados no
site podem participar de sorteios para ganhar ingressos de cinema e teatro,
cortesias de almoços e jantares, brindes, entre outros.
Com essa reestruturação, os acessos ao site aumentaram
consideravelmente. Em dezembro de 2004, pouco depois de o site ser lançado, a
audiência contava com 95.020 pageviews e 8.000 visitantes únicos, por mês.
Atualmente, esse número é muito mais expressivo. De acordo com dados de março
de 2007, a audiência saltou para 2.013.638 pageviews e 123.500 visitantes únicos,
37

por mês. Dentre as páginas mais acessadas estão, em primeiro lugar, a página
inicial, seguida pela página de bares, que tem um número de acessos bastante
próximo aos da página inicial, depois vem a página de cinema, de promoções, de
restaurantes e de shows. Hoje, o Descubra Curitiba conta também com 13.300
usuários cadastrados, que recebem, semanalmente, uma newsletter virtual com
informações e dicas culturais da cidade de Curitiba.
Para aumentar ainda mais seu alcance e obter um maior retorno de acessos,
o Descubra Curitiba divulga sua marca principalmente na Internet. São feitas trocas
de banners com diversos outros sites e campanhas de links patrocinados, com o
Google. Outras formas de divulgação já foram utilizadas, tais como o rádio, porém o
retorno em relação a acessos não é tão grande. Os investimentos, portanto, são, em
grande parte, focados na Internet, para que se possa atingir o usuário que já está
conectado à rede, mostrar que o site existe e fazer com que o Descubra Curitiba
seja acessado. Outra ação, que será implantada em breve e tem como objetivo
aumentar os acessos e atender às necessidades do usuário, diz respeito à
interatividade. Com a expansão atual de sites como o Youtube e o Orkut, nos quais
o usuário cria o conteúdo, a questão da interatividade se torna crucial e quase uma
questão de obrigatoriedade. A versão atual do site Descubra Curitiba não
disponibiliza um espaço para o usuário deixar sua opinião e comentários, porém isso
logo será feito, para que as tendências da Internet sejam acompanhadas e as
expectativas dos usuários sejam atendidas.
Em relação ao público que acessa o site Descubra Curitiba, a grande maioria
diz respeito a pessoas que vivem em Curitiba, pelo fato de as informações que estão
disponíveis no site serem totalmente voltadas para a cidade. 72% do público é
composto por pessoas pertencentes às classes A e B e 60% por pessoas com faixa
etária entre 18 e 32 anos, como mostram a Figura 3 e a Figura 4 abaixo:
38

80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
AeB CeD

Figura 3 – Classes Sociais do Público do Site Descubra Curitiba. FONTE: Elaboração própria.

70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Até 17 anos 18 a 32 anos 33 a 47 anos Mais de 47 anos

Figura 4 – Faixa Etária do Público do Site Descubra Curitiba. FONTE: Elaboração própria.

Já de acordo com Luciana Guimarães, responsável pelo Curitiba Interativa, o


site foi criado no final do ano de 2000 e tinha como idéia inicial a criação de um
portal de Internet que disponibilizasse informações relacionadas à cultura e eventos,
na cidade de Curitiba. A idéia surgiu de um trabalho que era realizado pela empresa
Mídia Digital, a qual tinha um produto chamado Lista Interativa, que consistia em um
CD com uma lista de endereços, no qual era possível procurar informações sobre
determinados locais. O objetivo inicial do projeto, portanto, era criar um novo produto
para a empresa Mídia Digital, por meio do desenvolvimento de um guia cultural e da
divulgação de eventos relacionados a cidade de Curitiba, para difundir sua marca.
Assim, foi criado um novo meio no qual as pessoas podiam buscar informações
sobre cultura, afinal na época da criação do portal não havia nenhum outro site
semelhante, relacionado à cidade de Curitiba. Porém, no início, fazia parte do
39

conteúdo desse novo meio somente uma lista de endereços de locais variados.
Com o tempo, se criou, então, além de uma lista de endereços, uma agenda cultural
da cidade de Curitiba, o que proporcionou um aumento considerável no conteúdo e
na relevância do site.
Atualmente, o Curitiba Interativa tem o guia cultural, que divulga bares,
restaurantes, motéis, hotéis, entre outros, e que não é rotativo, ou seja, não precisa
ser atualizado com freqüência, pois as informações que nele estão contidas não
mudam constantemente. A outra parte do site é o roteiro cultural, que tem
informações sobre as atrações que a cidade de Curitiba possui e que é atualizado
mais de uma vez ao dia, por pessoas da própria empresa, com informações sobre
teatro, cinema, exposições, shows, eventos, entre outros. Além desse conteúdo,
existem as promoções, que são realizadas em conjunto com os parceiros que o site
possui, nas quais assinantes e cadastrados podem se inscrever e concorrer a
ingressos para cinema, shows e teatros, descontos em bares e restaurantes,
brindes, entre outros prêmios.
Todo esse conteúdo faz com que o site tenha mais de um milhão de
pageviews e mais de 140.000 visitantes únicos, por mês. A página do site Curitiba
Interativa mais acessada, depois da página inicial, é o guia de motéis, seguida da
página de cinema, shows, teatro e bares. O Curitiba Interativa tem também mais de
18.000 pessoas cadastradas, que recebem, semanalmente, uma newsletter com
informações relacionadas ao roteiro cultural da semana, com conteúdo sobre
cinema, teatro, shows e novos lugares que inauguraram na cidade. Há também os
assinantes que, atualmente, giram em torno de 500 pessoas e estão divididos em
duas categorias: os VIP’s e os que possuem o cartão do Curitiba Interativa
(Apêndice 2).
Para aumentar ainda mais seu alcance, o Curitiba Interativa faz sua
divulgação de diversas formas. Basicamente, a divulgação do site é feita na própria
Internet, pelo fato de o internauta poder ver determinado anúncio e, em seguida, já
entrar no site, por estar conectado à Internet. A divulgação na rede é feita de
diferentes maneiras, mas, principalmente, por meio da troca de banners com outros
sites. Porém, fora da Internet, já foi feita publicidade em elevadores e também em
emissoras de rádio. Nos eventos em que o Curitiba Interativa é parceiro também é
feita uma divulgação do site. Há também uma parceria com hotéis, que recebem a
40

newsletter do site e a repassam para seus clientes, para que esses possam ter
acesso a um guia cultural da cidade de Curitiba.
Um dos grandes diferenciais do Curitiba Interativa é que o mesmo
disponibiliza um espaço no qual os internautas podem fazer comentários e deixar
suas opiniões. É preciso somente deixar o nome e e-mail e, em seguida, um
comentário. Esses comentários são primeiramente analisados e filtrados pela equipe
do site, para que não sejam publicados comentários que ofendam ou depreciem
pessoas e eventos. Esse espaço é encontrado em todas as partes do site, sem
exceção, podendo o usuário, então, opinar sobre todos os conteúdos disponíveis.
Muitas vezes, esse espaço acaba por se tornar um fórum, no qual vários internautas
debatem determinados temas e discutem idéias. Isso é um ponto bastante positivo
em relação ao site Curitiba Interativa, afinal, atualmente, as pessoas querem expor
sua opinião e falar o que pensam.
Em relação ao perfil do público que acessa o site Curitiba Interativa, este é
composto, em sua maioria, por pessoas que possuem o Ensino Superior Incompleto
e que têm entre 21 e 30 anos, como mostram a Figura 5 e a Figura 6 abaixo:

35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Superior Superior Segundo Grau Pós-Graduação Primeiro Grau
Completo Incompleto

Figura 5 – Nível de Instrução do Público do Site Curitiba Interativa. FONTE: Elaboração própria.
41

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
Até 20 anos 21 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos Mais de 50
anos

Figura 6 – Faixa Etária do Público do Site Curitiba Interativa. FONTE: Elaboração própria.

Pode-se perceber, então, que ambos os sites têm características bastante


semelhantes, inclusive no que diz respeito às informações que disponibilizam para
seus usuários. Dentre elas, as mais relevantes são o guia cultural, que divulga
bares, restaurantes, motéis, hotéis, entre outros, e o roteiro cultural, que disponibiliza
informações sobre as atrações que a cidade de Curitiba possui, tais como cinema,
teatro, shows, festas, espetáculos e eventos em geral.
No que se trata do público que acessa o site Descubra Curitiba e o site
Curitiba Interativa, os dados são também bastante similares. No site Descubra
Curitiba, 72% dos usuários que acessam pertencem às classes A e B e no site
Curitiba Interativa, 33% dos usuários possuem Ensino Superior Incompleto, seguido
de 25% de usuários que possuem Ensino Superior Completo. Esses dados mostram
que os sites são acessados, em sua maioria, por pessoas pertencentes a uma alta
classe social e com um nível de instrução elevado; são pessoas que possuem pelo
menos um computador em casa e têm acesso à Internet regularmente.
A faixa etária da maioria dos usuários, de ambos os sites, também é
semelhante. No site Descubra Curitiba, 60% dos usuários têm faixa etária entre 18 e
32 anos e no site Curitiba Interativa a faixa etária predominante fica entre 21 e 30
anos, com 56%. A minoria dos acessos se dá por pessoas com faixa etária mais
elevada. No caso do Descubra Curitiba, pessoas com mais de 47 anos
correspondem a 9% dos acessos, enquanto no Curitiba Interativa, pessoas com
mais de 50 anos correspondem a somente 1% dos acessos.
42

Os dados relativos ao número de acessos dos dois sites também são


similares. O Descubra Curitiba tem 123.500 visitantes únicos por mês e o Curitiba
Interativa conta com 140.000 visitantes únicos por mês, conforme ilustra a Figura 7:

145.000
140.000
135.000
130.000
125.000
120.000
115.000
Descubra Curitiba Curitiba Interativa

Figura 7 – Número de Visitantes Únicos por Mês dos Sites Divulgadores de Cultura.
FONTE: Elaboração própria.

O número em relação às páginas visitadas é superior para o site Descubra


Curitiba, que tem, por mês, 2.013.638 pageviews, enquanto o Curitiba Interativa
conta com 1.000.000 de pageviews. O que se pode concluir é que os usuários que
acessam o Descubra Curitiba visitam mais páginas e passam mais tempo
navegando no site, do que os usuários que acessam o Curitiba Interativa. A Figura 8
abaixo demonstra esses números:

2.500.000

2.000.000

1.500.000

1.000.000

500.000

0
Descubra Curitiba Curitiba Interativa

Figura 8 – Número de Pageviews por Mês dos Sites Divulgadores de Cultura.


FONTE: Elaboração própria.
43

Todos esses dados e informações semelhantes que os sites possuem,


fazem com que o Descubra Curitiba e o Curitiba Interativa sejam concorrentes
diretos, ou seja, que disputem o mesmo tipo de público. Para que um dos sites se
destaque em relação ao outro e em relação aos demais sites que disponibilizam
informações relacionadas à cultura, é preciso que sempre sejam criados diferenciais
das mais diversas naturezas, que atendam às necessidades e expectativas do
público. Por meio da inovação e da criatividade, é possível, portanto, sair na frente,
ganhar um espaço de destaque no mercado e conquistar o público desejado.

3.4 Considerações Finais

O consumo de cultura, nos dias de hoje, vem aumentando, principalmente em


função da maior acessibilidade. O interesse por informações relativas à cultura vem
crescendo também na cidade de Curitiba, porém, muitas vezes, o público curitibano
não prestigia, por exemplo, eventos menores ou produções da própria cidade. O
público, em sua maioria, freqüenta eventos que estão inseridos no eixo cultural
principal da cidade e que são mais divulgados pela mídia e também encara a cultura
como se essa englobasse apenas o cinema, ou seja, ao se pensar em cultura muitos
fazem uma associação direta com o cinema. Porém, a cultura vai além disso. Às
vezes, mesmo que outras formas de cultura e eventos menores sejam divulgados,
as pessoas têm certo receio em prestigiá-los. É preciso, contudo, que esse quadro
mude aos poucos, para que a população crie o hábito de consumir diferentes tipos
de cultura e para que amplie seus horizontes e conhecimentos.
A facilidade de acesso em relação à cultura se deve, em grande parte, à
expansão da Internet nos últimos anos. Apesar de ser um meio de comunicação
bastante novo, a Internet vem ganhando a cada dia mais espaço e relevância. Isso
se dá pelo fato de as pessoas, atualmente, buscarem informações e conhecimentos
que possam ser adquiridos de forma rápida e fácil, o que é possibilitado pela
Internet. Assim, o papel da Internet como ferramenta estratégica de divulgação
cultural tem se mostrado de fundamental importância, pois permite a ampliação do
conhecimento, não somente aquele relacionado a assuntos culturais, mas
relacionado aos mais diversos assuntos.
44

A Internet é também um meio de comunicação dinâmico, no qual


informações podem ser atualizadas a cada minuto, o que se torna uma grande
vantagem se comparado aos meios impressos, nos quais a informação é estática e
depois de impressa não pode ser mudada. A Internet pode ser acessada de qualquer
parte de determinada cidade ou país e por usuários do mundo todo, o que possibilita
um grande alcance. Todas essas características positivas fazem com que a Internet
a cada dia seja mais utilizada, tanto por usuários comuns quanto por empresas, e se
mostre mais eficiente como meio de divulgação não somente cultural, mas de toda e
qualquer informação.
Para empresas que se utilizam e até mesmo anunciam seus produtos e
serviços na Internet, o meio tem trazido bastante retorno e tem se mostrado bastante
eficiente, principalmente pelo fato de dados comprovarem que o usuário permanece
vários minutos em determinado site, ou seja, está exposto a determinada mensagem
e a determinados anúncios que são veiculados e essa exposição é maior do que a
que ocorre em outros meios de comunicação, tais como a televisão e o rádio,
principalmente no que diz respeito à publicidade. A televisão e o rádio permitem
formatos entre quinze segundos e um minuto, em média, já em relação à Internet
essa limitação não existe, ou seja, a marca pode ficar exposta para o usuário
durante longos minutos. Outro fato positivo para empresas é o fato de a Internet
disponibilizar sites que podem atingir exatamente o público desejado, ou seja,
permitir a segmentação de mercado. Atualmente, essa é uma das principais
características buscadas por empresas no momento de se anunciar, para que,
assim, a mensagem possa ser veiculada para as pessoas certas, no momento certo.
45

CONCLUSÃO

Demonstrou-se, por meio deste trabalho monográfico, que a Internet tem um


papel muito importante como ferramenta estratégica de divulgação de informação,
inclusive no que diz respeito à informações culturais. A cultura, enquanto riqueza e
multiplicidade de formas de existência, por se apresentar nas diversas sociedades,
de maneira diversificada, gera diferentes comportamentos e interesses e enquanto
ferramenta, possibilita a aplicação e a ampliação do conhecimento.
Com a globalização do mundo atual e com o crescimento da Internet, formas
culturais nacionais e locais entram em contato rapidamente. Com isso, quebram-se
as barreiras territoriais, forçam-se as mediações e cria-se uma nova cultura,
entendida como um conjunto de práticas, conhecimentos, convenções e estilos de
vida que se desenvolvem de modo a se tornarem cada vez mais independentes.
Atualmente, pode-se dizer que a criação de uma cultura global está sendo
possibilitada pela Internet, a qual facilita a comunicação e interação entre indivíduos
de diversas partes e engloba, conseqüentemente, suas culturas e disciplinas. A
cultura contemporânea, portanto, associada às tecnologias digitais, principalmente à
Internet, cria uma nova forma de cultura, que se pode chamar de cibercultura, a qual
expressa uma mutação fundamental da própria essência da cultura. A Internet afeta
a cultura de determinado local e a forma como essa cultura local é veiculada,
abrangendo o todo e o individual, o que faz desse novo meio de comunicação uma
ferramenta de divulgação sem precedentes. O consumo de cultura e o interesse por
informações relativas à cultura, nos dias de hoje, vem aumentando, pelo fato de a
mesma estar mais acessível para todos por meio da rede mundial de computadores
e pelo fato de a Internet ser um meio de comunicação que permite que informações
sejam adquiridas de forma rápida e fácil, o que favorece a ampliação do
conhecimento relacionado a assuntos culturais. O estudo de caso comparativo
realizado neste trabalho comprova numericamente o aumento da busca por
informações culturais, principalmente na Internet, embora o acesso a essas
informações ainda esteja restrito a um público mais jovem e que pertence a classes
sociais mais privilegiadas.
A preocupação com a inclusão digital, portanto, se torna cada vez mais
contundente, no sentido de permitir que todos possam ter acesso a conteúdos
46

diversos e abrangentes e a conteúdos específicos, tais como os que são


relativos à cultura. O mundo, em mutação, assiste a uma aceleração da divulgação
de informação geral e informação cultural. Atualmente, com o advento da Internet,
informações são atualizadas muito rapidamente e se tornam obsoletas também
muito rapidamente. Os indivíduos que quiserem estar bem informados e conectados
ao mundo atual precisam estar conectados à rede, de forma que possam
acompanhar a constante atualização de informações. O mesmo ocorre com as
empresas, que precisam reconhecer a importância que a Internet tem nos dias
atuais, seu constante crescimento e o fato de ser um meio de comunicação que
pode trazer retorno positivo, se bem trabalhada. As empresas que não
reconhecerem a importância desse meio de comunicação estarão obsoletas e fora
do contexto de comunicação atual.
Percebe-se, portanto, a importância de se estudar a Internet como novo e
revolucionário meio de comunicação no mundo atual. Apesar de ainda estar em
constante desenvolvimento, se encontra em processo de expansão e popularização,
o que permite que, diariamente, em todos os continentes, milhões de usuários que
utilizam a Internet se interliguem e se comuniquem, cada vez com mais facilidade,
por meio das novas tecnologias e avanços.
47

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52

APÊNDICES
53

APÊNDICE 1
Entrevista 1
Descubra Curitiba

Perfil do Entrevistado

Nome: Gustavo Meira Machado


54

Profissão: Turismólogo
Função: Administrador do site Descubra Curitiba

ENTREVISTA

1) Em que ano o site foi criado?

O site Descubra Curitiba foi criado em outubro do ano de 2004. O projeto se iniciou em
meados de 2003, mas a empresa foi constituída e o produto lançado em 2004.
A idéia inicial do projeto surgiu no segundo ano da faculdade, quando meu irmão estava
viajando para São Paulo. Como eu fazia faculdade de Turismo, ele me ligou perguntando o que
ele poderia fazer na cidade. Como eu não conhecia São Paulo, ele acabou tentando procurar
algo para fazer na Internet e não achou nenhum site interessante, com as informações que
desejava. Foi aí que surgiu a idéia do projeto, de se criar um site com informações sobre
determinada cidade, voltado, principalmente, para turistas. Comecei a fazer uma pesquisa, para
verificar se não existia nenhum projeto parecido na cidade de Curitiba e realmente não existia.
Depois de feita uma análise de uma suposta concorrência, comecei a fazer um curso no Sebrae,
relacionado a empreendedorismo, para que o projeto pudesse, efetivamente, se tornar uma
empresa. Foi montado um plano de negócio e, ao terminar o curso, como o projeto estava pronto,
contatei meu colega de faculdade Caetano, que acabou por entrar como sócio na empresa. Ele
ajudou a montar a empresa legalmente, fazer contrato social e etc. Com algumas idéias em
mente, uma empresa foi contratada para montar o site. Porém, o site que entrou no ar em 2004 é
totalmente diferente do site que existe hoje, o foco foi completamente mudado.

2) O site, ao ser criado, foi inspirado em algum outro site?

Não, o site não foi inspirado em nenhum outro. Quando ele entrou no ar, levava o conceito de
ser a primeira agência virtual de turismo receptivo, ou seja, era um conceito inédito. Existiram
algumas referências em relação ao layout e ao funcionamento, mas o site foi inteiro construído da
maneira que achávamos mais interessante. Muitas vezes, o que nós julgávamos interessante,
não se mostrava interessante para os usuários. Foram feitas, então, diversas modificações, para
que o site fosse adaptado às necessidades do internauta. Por exemplo, nossa idéia inicial era
colocar um conteúdo cultural mais refinado, um conteúdo mais cult, porém percebeu-se que esse
tipo de informação não vende e não dá retorno.

3) Qual era o objetivo inicial da criação do site? Essa perspectiva inicial foi mantida ou o site
teve que ser modificado para atender determinada demanda?

O conceito do site, ao ser criado, era “Curitiba do Jeito que Você Nunca Viu”. Eram vendidos
serviços no site e não informações. A informação existia para agregar valor aos serviços. Para se
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conseguir vender um quarto de hotel, por exemplo, era preciso passar informações e fotos do
quarto, descrição da área de lazer, restaurante, o que se encontrava próximo do hotel, entre
outras informações. Essa era uma forma de incentivo para o usuário escolher determinado
serviço, por meio da informação era possível agregar valor ao mesmo. Só que esse conceito
esbarrou em um grande problema: o brasileiro não tem hábito de comprar serviços pela Internet.
No início, o site teve bastante apoio de um professor de Hotelaria, da minha faculdade, que
articulou muitos contatos para o Descubra Curitiba. No início, por exemplo, o site já começou com
parcerias com a rede Accor, com o Hotel Sheraton, Rayon, Bourbon, entre outros. Porém,
investindo nessa área de hotéis, além de o site não ter muita verba para divulgação, ele tinha
como concorrentes agências de turismo. Os hotéis têm tarifas diferenciadas para cada tipo de
agência e o usuário que compra pela Internet busca um preço diferenciado, e o preço do
Descubra Curitiba não era o menor do mercado. Apesar de a idéia do site ser muito boa, era
somente positiva para quem ofertava e não para a demanda. O produto não conseguiu ser
adaptado para a demanda.
Foi percebido, então, que essa parte de hotelaria não era tão interessante para o usuário. O
internauta estava mais interessado em informação, relacionada a cinema, teatro, shows, entre
outros. Esse tipo de informação sempre existiu no site, porém não era muito destacada, era algo
que ficava em segundo plano.
Atualmente, o conceito do site se modificou para “Mais Cultura, Mais Diversão, Mais
Entretenimento, Aqui Tem Mais”. O conceito atual é totalmente relacionado à informação. Hoje em
dia, desde o início de 2007, o site não oferece mais serviços, existem somente informações sobre
diversos assuntos, o que proporcionou um aumento considerável nos acessos do site. Isso foi
espontâneo, foi conseguido sem nenhum trabalho de comunicação, exceto por pequenas ações
no Festival de Teatro de Curitiba e determinadas parcerias com estabelecimentos.
No início de 2007, o site sofreu sua principal reformulação, foi criada uma identidade visual
para o Descubra Curitiba e se buscava um melhor posicionamento do site. A empresa começou a
ser consolidada, com um foco e um planejamento mais definido, no início de 2007.

4) Que tipo de informações o site veicula?

O site veicula informações relacionadas a bares, cinema, exposições, motéis, restaurantes,


shows, festas e teatro. Há também um espaço para colunas, entrevistas e notícias. O espaço de
promoções também é bastante significativo. Os cadastrados no site podem participar de
promoções para ganhar ingressos de cinema e teatro, cortesias de almoços e jantares, brindes,
entre outros.
A maioria dessas informações que estão no site, atualmente, chega por e-mail. No início, era
preciso correr atrás das informações, vasculhar sites de concorrentes e outros sites, correr atrás
de assessoria de imprensa. Porém, hoje, mais de 95% das informações chega por e-mail para o
Descubra Curitiba, a assessoria de imprensa já conhece o site, então enviam releases e outras
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informações para serem colocadas no site. Isso ocorre porque o nome do Descubra Curitiba
já está bem marcado no meio cultural, na área de teatro, cinema e shows.

5) Desde sua criação, os acessos vêm crescendo?

Sim, de acordo com pesquisa feita, pode-se perceber que os acessos do site aumentam, pelo
fato de o mesmo estar se adequando, a cada dia, às necessidades dos usuários.

6) Quantos acessos o site tem por dia, atualmente?

Em dezembro de 2004, pouco depois de o site ser criado, a audiência contava com 95.020
pageviews e 8.000 visitantes únicos, por mês. Atualmente, esse número é muito mais expressivo.
De acordo com dados de março de 2007, a audiência saltou para 2.013.638 pageviews e 123.500
visitantes únicos. É importante saber que sempre ocorreu um salto nos acessos entre os meses
de dezembro e de março, devido às ações feitas no Festival de Teatro e devido também as
reformulações que o site sofreu. Já foram feitas três reformulações no site, hoje em dia é a quarta
versão que está no ar.

7) Qual parte do site é mais acessada?

A parte de cultura e guias, em geral. A página inicial, obviamente, é a que fica no topo da lista
das mais acessadas, seguida pela página de bares, que tem um número de acessos bastante
próximo aos da página inicial, ou seja, é bastante acessada. Em seguida, vem a página de
cinema, de promoções, de restaurantes e de shows.

8) Em sua opinião, o interesse por informações relativas à cultura (cinema, teatro, exposições)
vem crescendo na cidade de Curitiba?

Por meio de uma pesquisa feita, pôde-se concluir que 95% da população de Curitiba, encara
como cultura somente o cinema. Esse fato não é muito positivo para o Descubra Curitiba, afinal
se grande maioria da população busca mais essas informações de cinema, o site tem vários
outros concorrentes, que também disponibilizam informações de cinema, tais como o Terra, UOL,
Gazeta do Povo, Estado do Paraná, entre outros. Isso se torna uma grande dificuldade para o
site hoje, afinal é preciso mostrar para esse público que encara cultura como cinema, que faz
essa associação direta, que cultura é muito mais que isso, envolve muito mais.
O perfil de público que busca teatro, por exemplo, está muito consolidado, mas é uma parcela
muito pequena de pessoas. Então, é preciso que se mude esse ponto de vista dos usuários, é
preciso que se crie o hábito de freqüentar outros locais e eventos, que não sejam somente o
cinema.
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9) Você acredita que a Internet como meio de divulgação cultural tem se mostrado
eficiente?

A Internet vem ganhando mais força e mais espaço a cada dia, principalmente entre um
público mais jovem. Para as empresas, a Internet também tem se mostrado bastante eficiente,
pelo fato de ser muito dinâmica e pelo fato de o usuário permanecer durante vários minutos em
determinada página. Para as empresas que anunciam seus produtos e serviços, a Internet é um
meio que traz bastante retorno, por ter sites que atingem em cheio o público que se quer atingir,
ou seja, por permitir a segmentação de público. Outra grande vantagem de se anunciar na
Internet, como foi dito, é que determinada marca pode ficar exposta durante preciosos minutos
para o usuário.

10) O uso da Internet favorece, então, a ampliação do conhecimento relacionado a assuntos


culturais, pela sua facilidade de acesso?

Por ser um meio bastante dinâmico e prático, a Internet facilita o acesso a informações e ao
conhecimento, no que se trata de diversos assuntos e também à cultura. Qualquer pessoa que
tem acesso à Internet, se está interessado em buscar determinada informação, pode fazê-lo de
forma muito rápida, afinal, atualmente, é muito fácil achar a informação que se quer, pelo fato o
número de sites, com um conteúdo completo, estar aumentando.

11) Há um espaço no site para colunas que falam de cultura?

Sim, o site tem vários colunistas, em torno de seis, que estão sempre escrevendo algo para
ser publicado. O conteúdo dessas colunas vai desde cinema e teatro até moda.

12) Quem são os colaboradores dessas colunas?

O Descubra Curitiba tem dois colunistas freqüentes, que mantém a parte das colunas sempre
atualizada. Os outros colunistas não são remunerados, recebem cortesias para que escrevam
para o site.

13) Que tipo de profissionais colaboram com o site? Por quantas pessoas é composta a equipe?

Atualmente, a equipe do site é composta por seis pessoas. Dentre elas estão a Káthia,
responsável pela atualização, o Caetano, que cuida do financeiro, a Karine, que é sócia do site,
eu que cuido da parte administrativa e do marketing, o Fabiano, que é programador e o Maikon,
que é da parte comercial. Colaboram com o site também jornalistas, que são freelancers.
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14) Que tipo de público acessa o site?

O público que acessa o site é, em sua maioria, feminino. Conta com 54% de acessos de
pessoas do sexo feminino e 46% do sexo masculino. 72% do público que acessa, é composto por
pessoas das classes sociais A e B e 28% por pessoas das classes C e D. Já em relação à idade,
20% dos usuários tem até 17 anos, 60% tem entre 18 e 32 anos, 11% tem entre 33 e 47 anos e
apenas 9% tem 47 anos ou mais.

15) A maioria dos acessos é do público curitibano?

Sim, pode-se dizer que 95% do público que acessa o site é composto por pessoas que vivem
em Curitiba. Isso ocorre porque as informações que estão disponíveis no site são totalmente
voltadas para a cidade de Curitiba.

16) O site faz algum tipo de promoção, para atrair novos internautas?

São feitas promoções regularmente, das mais diversas naturezas. Podem participar dessas
promoções somente os usuários que são cadastrados no site. Eles concorrem a ingressos para
cinema, teatro e shows, cortesias de almoços e jantares, brindes, entre outros prêmios.

17) Há um espaço para o internauta expressar sua opinião?

Há a parte do “Fale Conosco” e do “Anuncie”, que são os dois meios que podem ser
utilizados para que se entre em contato com o site. Por meio do “Fale Conosco”, geralmente, os
usuários enviam perguntas, dúvidas, contatos, sugestões e até currículos. Já o “Anuncie” é
voltado para empresas que têm o interesse de anunciar no Descubra Curitiba.
Existe um projeto de deixar o site mais interativo, o que é uma grande tendência trazida pela
Internet. Dentro de algum tempo, pretende-se colocar um fórum de discussão no Descubra
Curitiba, para que o usuário possa comentar matérias e deixar sua opinião em relação a
estabelecimentos. Essa interatividade é uma tendência trazida pela Internet, a qual passou por
três estágios bem definidos. O primeiro deles foi o lançamento da Internet, o começo dos
browsers e o início da criação de homepages. Hoje, vive-se o segundo estágio da Internet, o qual
teve como grande alavancador o Google, que é um grande mecanismo de busca e fornece
também um ranking de sites. A interatividade veio com sites como Youtube e Orkut, nos quais o
usuário cria o conteúdo. A Internet tem se mostrado muito interessante, pelo fato de manter os
usuários por um tempo considerável em determinada página. Mantendo o usuário mais tempo em
determinado site, ele pode ficar mais tempo exposto à determinada marca, o que se torna um
ponto positivo para anunciantes. A idéia, portanto, ao criar uma interatividade, é fazer com o que
o usuário fique ainda mais tempo no site, afinal, nos dias de hoje, o que é mais disputado pelas
mídias é o tempo e a Internet é a que ganha de todas as outras mídias. A média de navegação no
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Descubra Curitiba, por exemplo, é de 11 minutos, sendo que a televisão e o rádio permitem
formatos com tempos entre 15 segundos e 1 minuto.

18) Há a possibilidade de o usuário se cadastrar e receber informações freqüentemente via


e-mail?

Sim, é possível que o usuário receba uma newsletter do Descubra Curitiba. Ela é enviada
para os cadastrados no site semanalmente, com um apanhado geral da semana.

19) Quais os principais concorrentes do site?

Os concorrentes indiretos podem ser considerados todas as outras mídias disponíveis no


mercado. Falando de mídia, muitas empresas, atualmente, não investem na área de Internet,
investem somente em rádio, outdoor e televisão. Esse tipo de mídia funciona para a massa em
geral e isso faz com que determinada empresa ou anúncio seja comentado pelas pessoas, porém
isso não quer dizer que a empresa terá retorno financeiro.
Agora ao se falar da aérea cultural, o Descubra Curitiba já tem um nome muito bem marcado,
com os produtores culturais, o pessoal de teatro, a parte de bares, pelo trabalho que é feito com
eles. Portanto, o site está bem consolidado, muita gente já usa o nome como referência.
Atualmente, a maior dificuldade do site ainda é divulgar o seu nome para a grande população.
Pode-se dizer, então, que a grande desvantagem que o Descubra Curitiba tem em relação aos
concorrentes é o tempo de mercado.
Ao que se relaciona aos concorrentes diretos na cidade de Curitiba, pode-se citar o Portal
RPC e o Curitiba Interativa. O Curitiba Interativa pega um outro lado, por não concorrer com o
Descubra Curitiba na parte de anunciantes, o foco deles não é vender publicidade, eles vendem
um cartão de desconto para o usuário. Então, por mais que ele concorra pelo usuário, devido ao
fato de o conteúdo dos dois sites ser o mesmo, pra venda de publicidade ele não concorre, são
setores diferentes. Nesse caso, o único concorrente que seria por usuário e por publicidade seria
o Portal RPC.

20) De onde vêm os recursos para manutenção?

É preciso fazer com que o site renda financeiramente. A nossa totalidade é baseada na
publicidade. Não vendemos serviços, como o Altos Agitos, no qual a publicidade é segundo plano
e os recursos vêm da venda de fotos. O nosso foco é publicidade e nossa verba vem inteiramente
disso.

21) Há algum tipo de parceria com os estabelecimentos cujas informações estão disponíveis no
site?
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O Descubra Curitiba tem muitos parceiros atualmente, dentre bares, restaurantes,


motéis, entre outros. Alguns pagam determinado valor para estarem no site e outros não pagam
nada. Isso ocorre pelo fato de existirem espaços diferenciados no site, que têm determinado valor
para os estabelecimentos que querem estar em destaque.
Na parte de anúncio de bares e restaurantes, por exemplo, têm aqueles que estão em
destaque, que antes de entrar na listagem total, aparecem de forma diferenciada. Esses
estabelecimentos são os chamados patrocinadores, que pagam para estarem ali. Na página
inicial do site, também existem estabelecimentos que são patrocinadores. Todos os
estabelecimentos são cadastrados com foto, textos, entre outras informações, isso ocorre para
que o usuário seja valorizado e para que tenha acesso a informações completas. Só que é
preciso que haja uma distinção entre quem paga e quem não paga para estar no site, então os
patrocinadores aparecem no topo da lista, com a palavra link patrocinado do lado, identificando
que ele é um patrocinador, e os outros estabelecimentos aparecem em baixo, em menor
destaque. A maioria dos estabelecimentos não são pagantes, no caso dos restaurantes, que são
quase 300, somente 40 ou 50 devem ser patrocinadores.

22) Qual o número de parceiros que o site tem hoje?

O site tem inúmeros parceiros hoje.

23) Há um espaço aberto para anunciantes?

Sim, em todas as páginas do site é possível se anunciar.

24) Quais as condições para se anunciar no site? Formatos, tempo, valores.

Existem diversos formatos disponíveis para se anunciar no Descubra Curitiba e todos eles
têm valor baseado no CPM (Custo por Mil). Dentre eles pode-se citar o full banner, que tem valor
de R$ 25,00, o pop-up, com valor de R$ 35,00 e a barra vertical, que sai por R$ 40,00 para o
anunciante. Há também a possibilidade de se anunciar na newsletter que é enviada
semanalmente para os 13.300 cadastrados no site.

25) De que forma é feita a divulgação do site?

O Descubra Curitiba, até dois ou três meses, tinha uma campanha constante de links
patrocinados no Google, por ser algo que dá retorno direto de acesso e agrega valor à marca. O
trabalho principal, portanto, era mostrar que a marca existia, porque até então ela era conhecida
por poucas pessoas. O trabalho de acesso não tem muito segredo, a divulgação deve ser feita na
própria Internet, para que se possa pegar o usuário que já está conectado à rede, mostrar para
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ele que o site existe e fazer com que o mesmo acesse o Descubra Curitiba. Dificilmente se
você colocar um outdoor, ele vai dar retorno de acesso. Então, o nosso trabalho com relação
aos acessos é focado na Internet, são feitas muitas parcerias com outros sites, permutas de
banners, entre outros. Fora da Internet, com o Festival de Teatro, por exemplo, foi feita uma
permuta com rádio e o site entrou com uma ação um pouco mais abrangente, mas não é algo tão
freqüente.

26) Quais são as perspectivas para o futuro do site?

O site está começando com um trabalho mais concreto agora, nesse ano de 2007. Até então,
estávamos conhecendo o mercado e suas necessidades, definindo o produto, vendo qual era a
área mais rentável. Assim, pudemos definir melhor o foco do site e criar uma perspectiva de
mercado bem definida. Com esse novo produto, que se trata do site remodelado, com toda essa
linha visual, com uma forma de trabalho mais definida, o Descubra Curitiba está começando a
prospectar clientes de médio e grande porte. Antes tínhamos clientes apenas regionais, dentre
bares, restaurantes, promotores de festas, entre outros. A idéia atual, portanto, é prospectar
clientes maiores, para que o site possa ser mais movimentado. Isso já está acontecendo, já foram
feitas algumas parceiras grandes, que dão uma visibilidade boa para o site, que se tratam do
Submarino, da Americanas.com e do site Buscapé. Portanto, relacionado a essa área de
publicidade, o site está buscando empresas que têm condições de investir um pouco mais em
mídia, pois ao se trabalhar com clientes pequenos os orçamentos sempre são restritos. A idéia é
criar, junto aos grandes anunciantes, uma consciência de que ao invés de eles investirem em
outdoors, por exemplo, que invistam na Internet, que traz muito mais retorno.
Com relação ao produto que é o site Descubra Curitiba, não há muito o que evoluir, pois, no
início de 2007, entrou no ar uma nova versão, toda remodelada do site, que se encaixa nas
necessidades do usuário. Agora, não tem mais o que mudar em relação ao produto, é preciso
somente deixá-lo mais viável economicamente, para que se torne mais rentável.
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APÊNDICE 2
Entrevista 2
Curitiba Interativa

Perfil do Entrevistado

Nome: Luciana Guimarães


Profissão: Publicitária
Função: Responsável pelo site Curitiba Interativa

1) Em que ano o site foi criado?

O site Curitiba Interativa foi criado no final do ano de 2000. A idéia inicial era criar um portal
que falasse de cultura e eventos na cidade de Curitiba. Foi um projeto que começou de forma
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bastante caseira e depois começou a crescer. Um escritório foi alugado, pois antes os
trabalhos eram feitos em casa e agora, no final de 2007, faz sete anos que o site está no ar.

2) O site, ao ser criado, foi inspirado em algum outro site?

O site não foi inspirado em nenhum outro site, não houve um site-modelo. A idéia era
somente a de divulgar o que não existia na época, divulgar a cultura da região. Existiam sites de
baladas, da Fundação Cultural, que no início era quem passava as informações, materiais e
releases para o Curitiba Interativa, porém o site não foi inspirado em outros sites, a idéia surgiu
de um projeto que era realizado pela empresa Mídia Digital, que tinha um produto chamado Lista
Interativa.

3) Qual era o objetivo inicial da criação do site? Essa perspectiva inicial foi mantida ou o site
teve que ser modificado para atender determinada demanda?

O objetivo inicial era criar um novo produto para a empresa Mídia Digital, que estivesse
relacionado com a cidade de Curitiba. A idéia de fazer um guia cultural era para divulgar a marca
da empresa, divulgar eventos relacionados a cidade de Curitiba e ser um novo meio no qual as
pessoas pudessem buscar informações sobre cultura. Essa empresa, denominada Mídia Digital,
na época de criação do site Curitiba Interativa, tinha um produto chamado Lista Interativa, que
consistia em um CD com uma lista de endereços, no qual se podia procurar informações. Na
época, pensou-se então em criar um portal que tivesse endereços de bares, restaurantes e que
seria um outro produto da empresa Mídia Digital. Foi assim que começou a idéia de criar o portal
do Curitiba Interativa. O nome do site, vem, então, do nome Lista Interativa. Foi criada uma
logomarca para o portal e existia uma idéia que estava sendo desenvolvida, ou seja, existia um
planejamento para começar a se criar o site. Era preciso somente pessoas para executar isso
tudo. A empresa Mídia Digital apresentou, então, a idéia para a pessoa hoje responsável pelo
Curitiba Interativa e o projeto começou como algo em conjunto com a empresa Mídia Digital,
contudo, depois, as duas empresas desvincularam-se. Com o tempo, se criou, então, além de
uma lista de endereços, uma agenda cultural da cidade de Curitiba.

4) Que tipo de informações o site veicula?

Hoje o site tem o guia, que divulga bares, restaurantes, motéis, hotéis, entre outros, é um
guia de busca que não é rotativo. A outra parte do site é o roteiro, que tem informações sobre as
atrações que a cidade de Curitiba possui, que é atualizado mais de uma vez ao dia, por pessoas
da própria empresa, com informações sobre teatro, cinema, exposições, shows, entre outros.
Além disso, existem as promoções, em conjunto com os parceiros do site, nas quais os
assinantes e também os cadastrados no site podem se inscrever. Existem promoções que são
disponibilizadas apenas para assinantes e outras que ficam disponíveis para todos os
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cadastrados gratuitamente no site, as quais incluem ingressos para cinema, shows e teatros,
descontos em bares e restaurantes.

5) Desde sua criação, os acessos vêm crescendo?

Na época em que o site foi criado, a divulgação foi feita, basicamente, por meio de e-mails de
um mailing que a Mídia Interativa tinha. Eram mandados e-mails para essa lista de pessoas
cadastradas e no início somente essa divulgação foi feita. Depois, começou a propaganda
boca-a-boca e, na época, como era divulgado no site um conteúdo bastante variado, o site
começou a aparecer nos mecanismos de busca. Ao longo dos anos, o conteúdo do site começou
a se ampliar e ao ser feita uma busca em mecanismos de busca, novas pessoas foram
descobrindo o site.

6) Quantos acessos o site tem por dia, atualmente?

Hoje, o site tem mais de um milhão de pageviews por mês. De visitantes únicos, o site tem
mais de 140.000. A cada mês essa audiência cresce, por conta dos mecanismos de busca, dos
novos assinantes e da divulgação que é feita também em eventos. Hoje, o Curitiba Interativa tem
também mais de 18.000 pessoas cadastradas, que recebem uma newsletter semanalmente e
podem participar de promoções. Há também os assinantes, que estão divididos em duas
categorias: os VIP e os que possuem o cartão do Curitiba Interativa. Quem faz a assinatura VIP,
tem acesso às cortesias. A outra categoria de assinante tem acesso a descontos, com os
estabelecimentos parceiros do site, ao apresentarem seu cartão. É paga uma anuidade, no valor
de R$79,00 e R$35,00, para a assinatura VIP e para a assinatura regular, respectivamente.
Atualmente, o site tem cerca de 500 a 600 assinantes, nas duas categorias.

7) Qual parte do site é mais acessada?

A parte do site mais acessada é o guia de motéis, seguida da parte de cinema, shows, teatro
e bares. Há pouca diferença de acesso entre motéis e cinema e esse grande acesso na parte de
motéis se deve a parceria feita com o Guia de Motéis, que divulga dentro do Curitiba Interativa o
conteúdo deles. Porém, dependendo do mês, os acessos de cinema ultrapassam os de motéis, o
que torna as duas sessões bastante acessadas.

8) Em sua opinião, o interesse por informações relativas à cultura (cinema, teatro, exposições)
vem crescendo na cidade de Curitiba?

Muita coisa que acontece na cidade, os moradores não tem o conhecimento. Às vezes, as
pessoas desconhecem eventos fora do eixo cultural principal da cidade, se concentram nos
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eventos que são mais divulgados pela mídia. No teatro, por exemplo, a audiência cresce
durante o Festival de Teatro, pois as pessoas são contagiadas pela mídia e por toda
divulgação que é feita do evento, o que torna determinadas atrações bastante sazonais, não há
continuidade na ida a determinada evento. As pessoas geralmente prestigiam o cinema, porém
não prestigiam outras artes, como o teatro e shows regionais. Às vezes, mesmo divulgando esses
eventos, as pessoas têm certo receio de prestigiar eventos menores. Contudo, isso vem
mudando aos poucos. Comparando com outras cidades, como São Paulo, as pessoas
freqüentam mais o que é feito pelas pessoas de sua própria cidade, aqui as pessoas têm o
costume de ir em espetáculos que vêm de fora.

9) Você acredita que a Internet como meio de divulgação cultural tem se mostrado eficiente?

Sim, pois a Internet é um meio de comunicação muito dinâmico, ou seja, são divulgadas
informações de maneira facilitada e bastante rápida. As informações podem ser atualizadas a
cada minuto, o que se torna uma grande vantagem do meio. A Internet pode ser acessada de
qualquer parte da cidade, do país e do mundo, é bastante diferente dos meios impressos, nos
quais a informação é impressa e não tem como ser mudada. As pessoas que utilizam
freqüentemente a Internet, acompanham as informações e querem o dinamismo e a praticidade
que a Internet oferece.

10) O uso da Internet favorece, então, a ampliação do conhecimento relacionado a assuntos


culturais, pela sua facilidade de acesso?

Sim. A Internet é um meio de comunicação bastante novo, porém que vem ganhando a cada
dia mais espaço. Isso se dá pelo fato de, atualmente, as pessoas buscarem informações rápidas
e fáceis, o que é possibilitado pela Internet. Essa facilidade faz com que as pessoas possam
adquirir mais informações e conhecimentos, não somente relacionados a cultura, mas
relacionados a diversos assuntos.

11) Há um espaço no site para colunas que falam de cultura?

No site há uma coluna determinada “O Olhar por Aqui” e há também uma edição digital
mensal, que é mandada via e-mail para os assinantes, a qual consiste em um resumo do que
acontece no mês. Nessa edição mensal, há uma coluna denominada “Pílulas”, sobre coisas que
aconteceram no mês. Em épocas de eventos específicos há uma cobertura do evento com
jornalistas, para que sejam feitas releases e comentários. Porém, esses jornalistas não fazem
parte da equipe do Curitiba Interativa regularmente, somente em épocas de eventos grandes. Há
somente um jornalista regular que é contratado pelo site.

12) Quem são os colaboradores dessas colunas?


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Basicamente, as matérias e artigos que estão disponíveis no site são escritos por um
jornalista, que trabalha como contratado da empresa. Em época de eventos maiores, como o
Festival de Teatro, que ocorre todo ano na cidade de Curitiba, são contratados outros jornalistas
freelancers.

13) Que tipo de profissionais colaboram com o site? Por quantas pessoas é composta a equipe?

A parte de manutenção do site não é feita no Curitiba Interativa, a Mídia Digital é quem faz a
manutenção e tem um webdesigner para cuidar do layout do site. A nossa equipe é composta
pela Graziela, que faz parte do comercial, entra em contato com clientes, vende espaços
publicitários e cuida da parte de inserir conteúdo no site; por mim, que sou formada em
Publicidade e Propaganda e sou a responsável pelo site; e por um jornalista.

14) Que tipo de público acessa o site?

A faixa principal de pessoas que acessam o site é entre os 21 e 30 anos. Porém, muitas
pessoas acima dos 35 anos também acessam o site. A classe social que mais acessa o site é a
que tem Ensino Superior completo, pelo fato de serem as pessoas que podem ter computador e
acesso a Internet, seguida das pessoas que tem Pós-Graduação. Com relação a homens e
mulheres, os acessos são bastante parecidos.

15) A maioria dos acessos é do público curitibano?

Pessoas do mundo todo acessam o site, mas a maior parte que acessa é moradora de
Curitiba, Região Metropolitana e cidades próximas. Isso ocorre porque o conteúdo do site é
totalmente voltado para o Paraná e, mais especificamente, para a região de Curitiba.

16) O site faz algum tipo de promoção, para atrair novos internautas?

Sim, existem sempre disponíveis diversas promoções para que os cadastrados e os


assinantes possam participar. Para os cadastrados, são disponibilizados convites para festas,
para filmes, peças de teatro e shows, brindes de filmes, cortesias de almoços e jantares, entre
outros. Basta que todos que desejam se inscrevam na promoção, para que seja realizado um
sorteio para obter um ganhador. Essas promoções são uma eficiente forma de divulgação para os
parceiros, pois geram um interesse por parte dos internautas por determinado evento ou local.
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17) Há um espaço para o internauta expressar sua opinião?

Sim, existe um espaço para que os internautas façam seus comentários. É preciso colocar
nome e e-mail e é possível se comentar sobre tudo que há no site. Esses comentários são
primeiramente analisados e filtrados pela equipe do site, para que não sejam publicados
comentários que ofendam ou depreciem pessoas e eventos. Esse espaço para comentários
muitas vezes se torna um fórum, no qual as pessoas debatem e discutem idéias. É um espaço
em que o internauta pode expressar sua opinião sobre coisas que são produzidas para ele ver e
apreciar, portanto as pessoas que fazem parte do público do site são as mais adequadas para
deixaram sua impressão e opinião em relação a algo.

18) Há a possibilidade de o usuário se cadastrar e receber informações freqüentemente via


e-mail?

É enviado um roteiro cultural semanalmente para os cadastrados no site e também para os


assinantes. É feito um apanhado geral sobre cinema, teatro, shows e novos lugares que abriram
na cidade. A newsletter é enviada na sexta-feira, para que as pessoas possam se programar para
o fim de semana. Eventualmente, durante a semana, é enviada uma newsletter para os
assinantes, com informações sobre promoções, pré-estréias de cinema, entre outros.

19) Quais os principais concorrentes do site?

Hoje, os principais concorrentes do site são os outros sites de divulgação de cultura, que
disponibilizam informações próximas as que o Curitiba Interativa divulga. Porém, além dos sites,
existem outros concorrentes, pelo fato de hoje em dia a divulgação cultural estar ganhando
bastante espaço e ter sido incorporada por outros meios também, tais como o rádio e o jornal.
Nos dias de hoje, emissoras de rádio, entre sua programação normal, anunciam shows,
espetáculos, peças de teatro e filmes, o que antes não acontecia com esse meio de
comunicação, anteriormente. Sites de rádios também têm essas informações.
Em relação ao Portal RPC, por ser uma rede de comunicação, abrange jornal, TV e Internet,
ou seja, é um meio muito forte e um concorrente também muito forte. O Descubra Curitiba, Altos
Agitos, After Hour, Guia Curitiba, entre outros sites menores, também são concorrentes. É
preciso, portanto, ter um diferencial, para que as pessoas acessem o site.

20) De onde vêm os recursos para manutenção?

O faturamento da empresa vem das assinaturas, da publicidade e do Google, por meio dos
links patrocinados, que são incluídos no site e dão um retorno financeiro.
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21) Há algum tipo de parceria com os estabelecimentos cujas informações estão disponíveis
no site?

Para que as informações de determinado local constem no guia cultural do Curitiba Interativa,
os estabelecimentos não precisam pagar nada, são informações que são disponibilizadas
gratuitamente. Caso determinado estabelecimento queira incluir informações diferenciadas, como
links e fotos, o Curitiba Interativa tem pacotes de divulgação.

22) Qual o número de parceiros que o site tem hoje?

O site tem inúmeros parceiros hoje, dentre bares, restaurantes, motéis, cinemas, teatros,
entre outros.

23) Há um espaço aberto para anunciantes?

Sim, há diversos espaços, de diversos valores, nos quais qualquer empresa pode anunciar
seus produtos e serviços

24) Quais as condições para se anunciar no site? Formatos, tempo, valores.

Existem diversos espaços publicitários abertos para anunciantes, tais como a newsletter que
o site envia para seus cadastrados e banners de diversos tamanhos e formatos.

25) De que forma é feita a divulgação do site?

A divulgação do site é feita, basicamente, na Internet. Ás vezes é feita uma troca de banners,
com outros sites. Já foi feita publicidade em elevadores e também na rádio. Nos eventos em que
o Curitiba Interativa é parceiro também é feita uma divulgação do site. Há também uma parceria
com hotéis, que recebem a newsletter do site e a passam para seus clientes, na maioria das
vezes turistas, para que estes possam ter acesso a um guia cultural da cidade de Curitiba.
Quando surge uma oportunidade de divulgação, o Curitiba Interativa participa, porém a maior
parte da divulgação é feita na Internet, pelo fato de o internauta poder ver o anúncio e, em
seguida, já entrar no site, por já estar conectado à Internet.

26) Quais são as perspectivas para o futuro do site?

Hoje, o site está crescendo, tem uma audiência boa, porém o fato de se ter uma equipe
reduzida, às vezes pode ser positivo, devido à contenção de gastos, mas, muitas vezes, pode
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limitar a expansão de conteúdo do site. Contudo, o site Curitiba Interativa busca ser, no
futuro, não somente um site que divulga eventos culturais, mas um site que comenta e faz
matérias sobre esses eventos, para que o usuário possa ter à sua disposição informações mais
detalhadas e mais críticas sobre algo que deseja conhecer melhor. Os planos são de ampliar a
equipe que colabora com o site, para que o mesmo possa se tornar um guia mais completo, de
aumentar também o número de assinantes e ser um veículo de total credibilidade e mais
conhecido, pois muitas pessoas não conhecem e nunca ouviram falar do site, portanto, busca-se
também aumentar o alcance do site.

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