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CONCEITOS BÁSICOS

LINGUAGEM

O homem precisa se comunicar. A comunicação é a base da vida em sociedade.


Dessa necessidade humana nasceu a ​linguagem​.
Para se comunicar, o homem elaborou formas de representação da realidade,
recriou-a por meio de ​sinais ​ou s​ ignos​. Criou o ​signo verbal​, a palavra.
Os signos são organizados em ​códigos​, e todo código criado para estabelecer
comunicação entre as pessoas é linguagem. O código não é um conjunto qualquer de
signos, é um conjunto organizado, possui regras, é um sistema, por isso ele permite a
comunicação, por isso é linguagem. O homem criou dois tipos de código ou linguagem: a
linguagem não verbal​, formada de signos não verbais, e a ​linguagem verbal​, formada de
palavras.

LÍNGUA E FALA

A comunicação linguística entre os membros de uma comunidade envolve dois


elementos fundamentais: um código linguístico comum a todos e o uso desse código pelos
indivíduos. Ao código dá-se o nome de ​língua​, e ao uso da língua dá-se o nome de ​fala.
A língua de um povo é o conjunto de palavras que formam o seu léxico e de regras
de combinação dessas palavras. A fala é a ação comunicativa, oral ou escrita. É o ato por
meio do qual o indivíduo exterioriza seu discurso, com o objetivo de comunicar-se, de
interagir com seu semelhante.

VARIAÇÕES DE FALA

As várias circunstâncias que envolvem o ato comunicativo, como o lugar e o


momento em que a fala se desenvolve, o grau de intimidade entre os interlocutores, a
intenção de cada falante, etc., são fatores não linguísticos que interferem na fala. Essas
interferências são responsáveis por diferentes tipos de variações. Considerando a ​norma
da língua, ou seja, aquilo que é tido como “bom” e “apropriado” em termos de linguagem, é
possível destacar dois níveis de linguagem: a ​linguagem formal ​e a ​linguagem informal.​

● Linguagem formal - usada em situações formais, é uma linguagem cuidada, que


segue as regras gramaticais e de vocabulário apurado. É a linguagem de maior
prestígio na sociedade.
● Linguagem informal - usada em situações familiares, íntimas, é uma linguagem
espontânea, cotidiana, sem preocupação com regras gramaticais.
CLASSES DE PALAVRAS

As classes de palavras (ou classes gramaticais) são dez: substantivo, verbo,


adjetivo, pronome, artigo, numeral, preposição, conjunção, interjeição e advérbio.
São divididas em palavras variáveis (aquelas que variam em gênero, número ou grau) e
palavras invariáveis. Abaixo temos um panorama geral das dez classes:

Palavras Variáveis e Flexões

Substantivo
É a palavra usada para denominar coisas, pessoas, lugares, fenômenos, lugares,
qualidades, dentre outros.
Exemplos:​ Carolina, Brasil, gato, chuva.
Flexões: o substantivo pode ser flexionado em gênero (masculino e feminino), número
(singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo).

Verbo
É a palavra que indica ação, estado ou fenômeno da natureza.
Exemplos:​ correr, estar, chover.
Flexões: os verbos são flexionados em pessoa (primeira, segunda e terceira), número
(singular e plural), tempo (presente, passado e futuro), modo (indicativo, subjuntivo e
imperativo) e voz (ativa, passiva e reflexiva).

Adjetivo
É a palavra que modifica um substantivo, atribuindo-lhe qualidades.
Exemplos:​ bonito, inteligente, amável.
Flexões: os adjetivos apresentam flexão de gênero (uniforme e biforme), número (simples e
composto) e grau (comparativo e superlativo).

Pronome
É a palavra que representa um nome, um termo usado com a função de um nome,
um adjetivo ou toda uma oração que a segue ou antecede.
Exemplos:​ eu, tu, aquele.
Flexões:​ os pronomes podem apresentar flexão de gênero, número e pessoa.

Artigo
É a palavra que antecede o substantivo para indicar se esses têm um sentido
individual, já determinado pelo discurso ou pelas circunstâncias, chamados ​definidos,​ ou se
os substantivos não podem ser determinados, chamados ​indefinidos​.
Exemplos:​ o, as, uns, uma.
Flexões:​ os artigos podem ser flexionados em gênero e número.

Numeral
É a palavra que indica a posição ou o número de elementos.
Exemplos:​ um, primeiro, dezena.
Flexões:​ podem ser flexionados em gênero, número e grau.
Palavras Invariáveis
Preposição
É uma palavra que liga dois elementos da oração, sendo que, nessa relação, um
termo completa ou explica o outro.
Exemplos:​ a, após, para.

Conjunção
É a palavra que liga dois termos ou duas orações de mesmo valor gramatical.
Exemplos:​ mas, portanto, conforme.

Interjeição
É a palavra que exprime emoções, uma sensação, uma ordem, um apelo ou
descrevem um ruído.
Exemplos: ​Olá!, Viva! Psiu!

Advérbio
É a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo
circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre outros.
Exemplos:​ melhor, demais, ali.

Nota: Embora seja considerado invariável porque não sofre flexão de gênero e
número, os advérbios apresentam flexões de grau: comparativo e superlativo.

ANÁLISE SINTÁTICA
A análise sintática é usada para examinar o texto, as suas estruturas e os elementos
que o compõem. É importante entender que cada termo da oração tem uma função
específica e é esse o objetivo de analisar sintaticamente. Esses termos mencionados
podem ser classificados como essenciais, integrantes e acessórios.

● Essenciais: sujeito e predicado.


● Integrantes: objeto direto e objeto indireto, complemento nominal e agente da
passiva.
● Acessórios: adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto.

Vamos acompanhar algumas estruturas de análise sintática:

FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO

Frase ​é um enunciado linguístico que tem sentido completo. Não é necessária a presença de um
verbo.

Ex.: “Silêncio!”, “Choveu...”, “Ontem jogamos futebol.”

Oração ​é um enunciado linguístico que se organiza em torno de um verbo ou locução verbal.


Ex.: “Hoje ​é domingo.” (1 verbo, 1 oração), “[Marcos ​quer um videogame novo] [para ​jogar com os
amigos]” (2 verbos, 2 orações)

Período ​é uma frase organizada em uma ou mais orações. Pode ser simples ou composto.

Período simples: ​formado por apenas uma oração.

Ele me presenteou com uma mochila.

Gosto muito desse novo app.

Período composto: ​formado por mais de uma oração.

Não sei se tenho coragem para falar com ela.

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO


Para que a oração tenha sentido, precisamos de dois elementos centrais: o sujeito e o
predicado.

O ​sujeito ​é a parte da oração que indica de quem ou do que se fala. Geralmente


encontramos o sujeito de uma oração perguntando “o quê?” ou “quem?”. Vamos ver como isso
funciona:

Joana perdeu o ônibus para o colégio.

Quem perdeu o ônibus para o colégio? Joana. Dessa forma, sabemos que Joana é o
sujeito dessa oração. Já o ​predicado ​é o que afirmamos sobre o sujeito. No mesmo exemplo
acima, se ​Joana ​é o sujeito da oração, ​perdeu o ônibus para o colégio ​é o predicado, pois é o
que estamos falando sobre Joana.

Os sujeitos se dividem em ​determinados ​e ​indeterminados​. No grupo dos ​determinados


temos:

Sujeito simples:​ é quando a oração possui apenas um núcleo1 do sujeito. Ex.:

Paulo​ escreve histórias.

Sujeito composto:​ formado por dois ou mais núcleos. Ex.:

Futebol​ e ​música​ são minhas paixões.

Sujeito oculto: ​é o sujeito que não aparece escrito na frase, mas que conseguimos saber quem é.
Ex.:

Levei meu cachorro ao veterinário. (o sujeito da frase é “Eu”, mesmo que não apareça escrito)

1
A palavra mais importante do sujeito. Por exemplo, na frase ​O cachorro agitado mordeu a menina o
sujeito é “o cachorro agitado” e a palavra mais importante, ou seja, o núcleo do sujeito é “cachorro”.
Os ​sujeitos indeterminados são aqueles que não conseguimos identificar através da frase.
Por exemplo: “Dizem que esse é um restaurante muito bom.” (não sabemos quem é que diz)

Ainda temos um tipo especial de oração, a ​oração sem sujeito​. Ela ocorre o verbo da
oração não admite agente da ação. Geralmente, temos esse acontecimento relacionado com
verbos que expressam fenômenos da natureza. Ex.: choveu, ventou, amanheceu, nevou, etc.

Os predicados também apresentam classificações. São eles: ​predicado nominal ​e


predicado verbal e o predicado verbo-nominal.

O ​predicado nominal ​é aquele que tem como núcleo um nome. É constituído por um ​verbo
de ligação e o predicativo do sujeito​. Ex.: Fabiana ​estava cansada​.

O ​predicado verbal​ tem como núcleo um verbo de ação. Ex.: O aluno ​perdeu a prova​.

O ​predicado verbo-nominal ​possui dois núcleos: um verbo e um nome, indicando, ao


mesmo tempo, uma ação e uma qualidade. Ex.: Os alunos ​saíram da aula contentes​.

TERMOS INTEGRANTES

Observe a frase:

● O menino recebeu o bilhete.

“O menino” é o sujeito da oração e “recebeu o bilhete” é o predicado. O verbo


“receber” é classificado como transitivo direto, pois necessita de um complemento (recebeu
o quê?). “a bola”, nesse caso, é o complemento do verbo, ou objeto direto. Uma forma de
determinar a classificação dos objetos é perguntando ao verbo. Quando a pergunta não
necessita de uma preposição, o verbo é transitivo direto. Agora observe essa frase:

● Eu preciso de você.

O verbo precisar é transitivo indireto. Faça a pergunta: quem precisa, precisa “de”
alguém. O termo “de” é uma preposição, logo, a expressão “de você” é um objeto indireto.

O complemento nominal, por outro lado, serve para complementar um termo da


oração que não seja um verbo, ou seja, um nome (substantivo, adjetivo, um advérbio ou
outra palavra substantivada). Por exemplo: A menina teve orgulho do pai. A expressão “do
pai” complementa o sentido do substantivo “orgulho”.

O agente da passiva sempre está acompanhado de duas preposições, “por” e “de”.


Se o verbo estiver na voz passiva, o agente será aquele que pratica a ação do verbo. Veja:
O pássaro foi capturado pelos agentes. A expressão “pelos agentes” é o agente da passiva.
É importante saber que a preposição “pelo” é uma variação da preposição “por” (as formas
antigas per + lo).
TERMOS ACESSÓRIOS

Já os termos que são acessórios na oração caracterizam algo e, como o nome diz,
não são obrigatórios. O adjunto adnominal, por exemplo, especifica o substantivo. Podem
ser artigos, locuções, pronomes, adjetivos e mais. Exemplo: Seu olhar singelo é lindo. Os
termos “seu” e “singelo” são adjuntos adnominais (estão juntos com o nome, o substantivo
“olhar”). Ao contrário do complemento nominal, um adjunto adnominal não é obrigatório.

Por outro lado, o adjunto adverbial tem a função de modificar um verbo, um adjetivo
ou um advérbio, atribuindo-lhes uma circunstância. Exemplo: A aluna aprendeu
rapidamente. O termo “rapidamente” é um adjunto adverbial, pois modifica o verbo
“aprendeu”.

O aposto, por sua vez, explica um termo na oração. Exemplo: “Emmanuel Macron,
presidente da França, enfrenta uma grande crise”. A expressão “presidente da França” está
explicando quem é Emmanuel Macron, funcionando como aposto da oração.

COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

Dentro da análise sintática, os períodos podem ser classificados em: composto por
coordenação, subordinação ou coordenação e subordinação. O período de coordenação é
composto por orações que são autônomas, independentes entre si, mas que juntas
complementam o sentido da frase. Exemplo: Eu dormi e sonhei com você. Observe que
ambas as orações são independentes, isto é, ainda fariam sentido mesmo se fossem
separadas.
Já o período composto por subordinação apresenta orações que são dependentes
entre si, são subordinadas. Veja: “Já que está chovendo, ficaremos em casa”. As duas
orações não podem ser separadas, uma depende da outra.
E ainda há o período composto por coordenação e subordinação que, nada mais é,
a junção dos dois. Exemplo: O juiz entrou na quadra e permitiu que o jogo começasse. Há
três orações. As duas primeiras são coordenadas e a terceira é subordinada.
Existem 5 tipos de classificações para orações coordenadas:

● Oração coordenada aditiva: acresce uma informação. Ex: Eu dormi ​e​ sonhei.
● Oração coordenada adversativa: apresenta um contraste. Ex: Eu passei no
vestibular, ​mas​ não sei se é isso que quero.
● Oração coordenada alternativa: apresenta alternância. Ex: ​Ora você gosta de mim,
ora​ você some.
● Oração coordenada conclusiva: conclui a ideia. Ex: Não gosto daqui. ​Portanto​,
pedirei a minha demissão.
● Oração coordenada explicativa: tem como objetivo explicar. Ex: Você está errado
porque​ tenho provas.
Já no período de subordinação há duas categorias: orações subordinadas adjetivas
(função de adjetivo) e orações subordinadas adverbiais (função de advérbio).

Orações subordinadas adjetivas

Orações subordinadas adjetivas podem ser duas: restritivas e explicativas. As


restritivas limitam o que a frase quer dizer. Exemplo: Se não fosse pela mulher que me
ajudou, não teria conseguido. O sentido da “mulher” é único, não é generalizado, é
específico, é uma mulher X. Já nas orações explicativas, o sentido é mais abrangente: O
homem, um ser racional, busca ser melhor em todos os campos da vida. A expressão “um
ser racional” está entre vírgulas e, portanto, está generalizando todos os homens não
apenas um.

Orações subordinadas adverbiais


Podem ter 9 classificações:

● Oração subordinada adverbial causal: expressa causa. Ex: Não posso opinar, ​uma
vez que ​não tenho direito.
● Oração subordinada adverbial concessiva: indica permissão. Ex: Você pode fazer
isso, ​mesmo que ​não tenha experiência.
● Oração subordinada adverbial condicional: expressa condição. Ex: ​Se você
conseguir, ganhará uma recompensa.
● Oração subordinada adverbial comparativa: indica uma comparação. Ex: Os olhos
azuis são bonitos ​como​ o do pai​.
● Oração subordinada adverbial consecutiva: relação de causa e consequência. Ex:
Acordei tão atrasado ​que​ não consegui entrar na faculdade​.
● Oração subordinada adverbial final: indica uma finalidade. Ex: Eu fiz isso ​para subir
na vida.
● Oração subordinada adverbial temporal: expressa tempo. Ex: Chorei por você
quando ​foi embora.
● Oração subordinada adverbial proporcional: indica proporção. Ex: Fui amolecendo ​à
medida que​ percebi que te amava.
● Oração subordinada adverbial conformativa: expressa conformidade. Ex: Fiz o que
você pediu ​conforme​ as regras.

DISCURSO DIRETO E INDIRETO

Classificamos como ​discurso direto a transcrição exata da fala das personagens,


sem participação do narrador.
O ​discurso indireto​, por sua vez, é uma intervenção do narrador no discurso,
utilizando as suas próprias palavras para reproduzir as falas das personagens.

Exemplo de discurso direto:


A aluna afirmou: “Preciso estudar muito para o teste.”

Exemplo de discurso indireto​:


A aluna afirmara que precisava estudar muito para o teste.

Exemplos de passagem do discurso direto para o discurso indireto


Discurso direto​: - Eu comecei minha dieta ontem.
Discurso indireto​: Ela disse que começara sua dieta no dia anterior.

Discurso direto​: - Nós viajaremos amanhã.


Discurso indireto​: Eles disseram que viajariam no dia seguinte.

VERBOS

Como já vimos anteriormente, o verbo é uma palavra que indica ação ou estado. O
verbo pode se flexionar de quatro maneiras: PESSOA, NÚMERO, TEMPO e MODO. É a
classe mais rica em variações de forma ou acidentes gramaticais. Através de um morfema
(unidade mínima dotada de significado que integra o vocábulo) chamado ​desinência modo
temporal​, são marcados o tempo e o modo de um verbo. Vejamos abaixo:
O que é o modo verbal? O ​modo verbal caracteriza as várias maneiras como
podemos utilizar o verbo, dependendo da significação que pretendemos dar a ele.
Rigorosamente, são três os modos verbais: ​indicativo, subjuntivo e imperativo​. Porém,
alguns gramáticos incluem, também como modos verbais, o ​particípio​, o ​gerúndio e o
infinitivo​. Alguns autores, no entanto, classificam os três últimos como ​formas nominais
do verbo​.
Segundo o gramático Rocha Lima, existem algumas particularidades em cada uma
destas formas que podem impedir-nos de considerá-las modos verbais:

● INFINITIVO: tem características de um substantivo, podendo assumir a função de


sujeito ou de complemento de um outro verbo, e até mesmo ser precedido por um
artigo. Exemplo: ​Fumar​ faz mal ao coração. Nesse caso, “fumar” é sujeito da oração.
● GERÚNDIO: assemelha-se mais a um advérbio, já que exprime condições de tempo,
modo, condição e lugar. Exemplo: Ela estava pagando a conta.
● PARTICÍPIO: possui valor e forma de adjetivo, pois além de modificar o substantivo,
apresenta ainda concordância em gênero e número. Exemplo: O aluno era muito
folgado.

Voltando aos modos verbais propriamente ditos:

● MODO INDICATIVO: O verbo expressa uma ação que provavelmente acontecerá,


uma certeza, trabalhando com reais possibilidades de concretização da ação verbal
ou com a certeza comprovada da realização daquela ação. Exemplo: Ele cozinha
bem.
● MODO SUBJUNTIVO: Ao contrário do indicativo, é o modo que expressa a dúvida, a
incerteza, trabalhando com remotas possibilidades de concretização da ação verbal.
Exemplo: Espero que eu possa ir à festa.
● MODO IMPERATIVO: Apresenta-se na forma afirmativa e na forma negativa. Com
ele nos dirigimos diretamente a alguém, em segunda pessoa, expressando o que
queremos que esta(s) pessoa(s) faça(m). Pode indicar uma ordem, um pedido, um
conselho etc., dependendo da entonação e do contexto em que é aplicado.
Exemplo: Faça o que eu digo!

Já o ​tempo verbal informa, de uma maneira geral, se o verbo expressa algo que já
aconteceu, que acontece no momento da fala ou que ainda irá acontecer. São
essencialmente três tempos: PRESENTE, PASSADO ou PRETÉRITO e FUTURO. Os
tempos verbais são:

● PRESENTE SIMPLES (amo) – expressa algo que acontece no momento da fala.


● PRETÉRITO PERFEITO (amei) – expressa uma ação pontual, ocorrida em um
momento anterior à fala.
● PRETÉRITO IMPERFEITO (amava) – expressa uma ação contínua, ocorrida em um
intervalo de tempo anterior à fala.
● PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO (amara) – contrasta um acontecimento no
passado ocorrido anteriormente a outro fato também anterior ao momento da fala.
● FUTURO DO PRESENTE (amarei) – expressa algo que possivelmente acontecerá
em um momento posterior ao da fala.
● FUTURO DO PRETÉRITO (amaria) – expressa uma ação que era esperada no
passado, porém que não aconteceu.

A ​voz verbal indica se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação expressa


pelo verbo. Existem três ​vozes do verbo ou ​vozes verbais no português: a voz ativa, a voz
passiva e a voz reflexiva. Abaixo veremos as características de cada uma delas:

Voz ativa
O verbo está na voz ativa ​quando o sujeito gramatical é o agente da ação​, ou seja,
quando o sujeito gramatical pratica a ação verbal.
Exemplos​:

● Mariana leu o livro.


● A avó fez o almoço.
● O professor corrigiu as provas dos alunos.

Voz passiva
O verbo está na voz passiva ​quando o sujeito gramatical é o paciente da ação​, ou
seja, quando o sujeito gramatical sofre a ação verbal, praticada pelo agente da passiva.

Exemplos​:

● O livro foi lido por Mariana.


● Leu-se o livro.
● O almoço foi feito pela avó.
● Fez-se o almoço.
● As provas dos alunos foram corrigidas pelo professor.
● Corrigiram-se as provas.

Existem dois processos distintos de formação da voz passiva: o ​analítico​ e o ​sintético​.

Voz passiva analítica


É formada por um verbo auxiliar (normalmente o verbo ser), mais o particípio de um
verbo transitivo, seguindo quase sempre a estrutura: sujeito paciente + verbo auxiliar +
particípio + preposição + agente da passiva.
Exemplos​:

● A dança foi coreografada por ela.


● As capas dos cadernos foram enfeitadas pelas crianças.
● Os pacientes serão atendidos pelo médico logo que possível.

Exemplo de conjugação na voz passiva analítica​:


Verbo vender no pretérito perfeito do Indicativo:
(Eu) fui vendido
(Tu) foste vendido
(Ele) foi vendido
(Nós) fomos vendidos
(Vós) fostes vendidos
(Eles) foram vendidos

Notas​:

● Além do verbo ser, existem outros verbos auxiliares que, embora menos frequentes,
podem formar a voz passiva analítica, como os verbos estar, ficar, andar, viver,…
● Normalmente é utilizada a preposição por, ou suas formas contraídas (pelo, pela,
pelos, pelas), para a formação da voz passiva analítica.

Voz passiva sintética


É formada por um verbo transitivo conjugado na 3.ª pessoa do singular ou do plural
mais o pronome apassivador se, seguindo quase sempre a estrutura: verbo transitivo +
pronome se + sujeito paciente.
Exemplos​:

● Vendem-se limões.
● Cantam-se canções.
● Finalizou-se o acordo.

Voz reflexiva
O verbo está na voz reflexiva ​quando o sujeito gramatical é ao mesmo tempo agente
e paciente da ação​, ou seja, quando o sujeito gramatical pratica e sofre a ação verbal. É
formada por um verbo na voz ativa mais um pronome oblíquo reflexivo (me, te, se, nos, vos,
se), atuando como objeto. A voz reflexiva pode ser recíproca, ou seja, quando há dois
sujeitos que praticam a ação um no outro.
Exemplos​:

● A menina penteia-se todos os dias.


● O cozinheiro feriu-se com a faca.
● Nós olhamo-nos no espelho.
● Eles olharam-se longamente antes de se abraçarem.
● Pedro e Bianca amam-se muito.

Exemplo de conjugação reflexiva​:


Verbo sentar no presente do Indicativo:
(Eu) sento-me
(Tu) sentas-te
(Ele) senta-se
(Nós) sentamo-nos
(Vós) sentai-vos
(Eles) sentam-se

FLEXÃO NOMINAL E VERBAL

Flexões nominais
Indicam gênero e número. Ex.: casa – casas, gato – gata. É importante atentar que a flexão
nominal refere-se a todos os nomes (substantivo, adjetivo, advérbio, etc). Para efeitos de
exemplificação, trataremos sobre as flexões em substantivos.

Flexão de gênero:
Os substantivos masculinos são antecedidos pelo artigo ​“o”​. Como exemplo temos
os substantivos o lança-perfume, o tapa, o champanha, o dó.
Já os substantivos femininos são antecedidos pelo artigo “a”​. É o caso de a
agravante, a fênix, a alface, a ênfase, a poetisa.
A maioria dos substantivos têm duas formas: uma para o masculino e outra para o
feminino. São os substantivos biformes. Os substantivos uniformes apresentam uma única
forma para nomear os seres de ambos os sexos (colega, cliente, artista, agente, etc). Veja
algumas regras de formação do feminino dos substantivos biformes:

● pela substituição da vogal final -o por -a.


menino / menina
● pela substituição da vogal final -e por -a.
mestre / mestra
● pelo acréscimo de -a.
juiz / juíza
● pela mudança do -ão final para -ã, -oa.
cidadão / cidadã
patrão / patroa

São exceções: cão / cadela, ladrão / ladra, perdigão / perdiz, sultão / sultana.

● pelo acréscimo de -esa, -essa, -isa, -ina, -triz.


barão / baronesa
poeta / poetisa
embaixador / embaixatriz
conde / condessa
maestro / maestrina
● de maneira irregular.
frade / freira, rei / rainha, réu / ré, avô / avó

Flexão de número:
Os nomes (substantivos, adjetivos, pronomes, numerais ), de modo geral, admitem a flexão
de número: singular e plural.

Plural dos substantivos simples


Aos substantivos que terminam em vogal, ditongo oral e consoante ​‘n’ devem ser
acrescidos a consoante ​‘s’​ ao final da palavra. Observe os exemplos:
herói – heróis

Aos substantivos que terminam em consoante ​‘m’ devem ser acrescidos as


consoantes ​‘ns’​ ao final da palavra. Observe os exemplos:
abordagem – abordagens

Aos substantivos que terminam com as consoantes ‘r’ e ​‘z’ devem ser acrescidos
‘es’​ ao final da palavra. Observe os exemplos:
hambúrguer – hambúrgueres

Nos substantivos que terminam em​ ‘al’​, ​‘el’​, ​‘ol’​, ​‘ul’​, deve ser substituída a
consoante ​‘l’​ por ​‘is’​.​ ​Observe os exemplos:
girassol – girassóis
* Há duas exceções:
mal – males cônsul – cônsules
Os substantivos que terminam em ​‘il’​ são pluralizados de duas formas:
a)​ Em palavras oxítonas terminadas em ​‘il’​:
juvenil – juvenis
b)​ Em palavras paroxítonas terminadas em ​‘il’​:
inútil – inúteis
Os substantivos terminados em consoante​ ‘s’​ fazem o plural de duas formas:
a)​ Em substantivos monossilábicos ou oxítonos, há o acréscimo de ​‘es’​.
algoz – algozes

b)​ Os substantivos paroxítonos ou proparoxítonos são invariáveis.


férias – férias ônibus – ônibus

Os substantivos terminados em​ ‘ão’​ podem ser pluralizados de três formas:

a)​ Substituindo o​ ‘ão’​ por ​‘es’​:


doação – doações
b)​ Substituindo o​ ‘ão’​ por​ ‘ães’​:
alemão – alemães

c)​ Substituindo o ​‘ão’​ por​ ‘ãos’​:


cidadão – cidadãos

d)​ Os substantivos terminados em consoante ​‘x’​ são invariáveis:


córtex – córtex

Flexões Verbais
Dentre todas as classe gramaticais, a que mais se apresenta passível de flexões é a
representada pelos verbos. Flexões estas relacionadas a:
Pessoa – Indica as três pessoas relacionadas ao discurso, representadas tanto no modo
singular, quanto no plural.
Número –​ Representa a forma pela qual o verbo se refere a essas pessoas gramaticais.
Singular Plural

Eu gosto de estudar Nós chegamos cedo

Tu andas depressa Vós estais com pressa

Ele é muito gentil Eles são educados


Por meio dos exemplos em evidência, podemos constatar que o processo verbal se
encontra devidamente flexionado, tendo em vista as pessoas do discurso (eu, tu, ele, nós,
vós, eles).
Tempo – Relaciona-se ao momento expresso pela ação verbal, denotando a ideia de um
processo ora concluído, em fase de conclusão ou que ainda está para concluir,
representado pelo tempo presente, pretérito e futuro.
Modo – Como vimos anteriormente, revela a circunstância em que o fato verbal ocorre.
Assim expresso:
Modo indicativo – exprime Modo subjuntivo – exprime Modo imperativo – exprime
um fato certo, concreto. um fato hipotético, duvidoso. uma ordem, expressa um
pedido.
Para que possamos constatar acerca de todos esses pressupostos, analisaremos o
caso do verbo cantar, tendo em vista o modo indicativo.

Modo Indicativo

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

A regência verbal e a regência nominal ocorrem entre os diferentes termos de uma


oração. Ocorre regência quando há um termo regente que apresenta um sentido incompleto
sem o termo regido, ou seja, sem o seu complemento.
O que é regência verbal​?
A regência verbal indica a relação que um verbo (termo regente) estabelece com o
seu complemento (termo regido) através do uso ou não de uma preposição. Na regência
verbal os termos regidos são o objeto direto (sem preposição) e o objeto indireto
(preposicionado).
O que é regência nominal​?
A regência nominal indica a relação que um nome (termo regente) estabelece com o
seu complemento (termo regido) através do uso de uma preposição.

Exemplos de regência verbal preposicionada

● assistir a;
● obedecer a;
● avisar a;
● agradar a;
● morar em;
● apoiar-se em;
● transformar em;
● morrer de;
● constar de;
● sonhar com;
● indignar-se com;
● ensaiar para;
● apaixonar-se por;
● cair sobre.

Exemplos de regência nominal

● favorável a;
● apto a;
● livre de;
● sedento de;
● intolerante com;
● compatível com;
● interesse em;
● perito em;
● mau para;
● pronto para;
● respeito por;
● responsável por.

Regência verbal sem preposição


Os verbos transitivos diretos apresentam um objeto direto como termo regido, não
sendo necessária uma preposição para estabelecer a regência verbal.
Exemplos de regência verbal sem preposição​:

● Você já fez os deveres?


● Eu quero um carro novo.
● A criança bebeu o suco.
O objeto direto responde, principalmente, às perguntas o quê? e quem?, indicando o
elemento que sofre a ação verbal.

Regência verbal com preposição


Os verbos transitivos indiretos apresentam um objeto indireto como termo regido,
sendo obrigatória a presença de uma preposição para estabelecer a regência verbal.
Exemplos de regência verbal com preposição​:

● O funcionário não se lembrou da reunião.


● Ninguém simpatiza com ele.
● Você não respondeu à minha pergunta.

O objeto indireto responde, principalmente, às perguntas de quê? para quê? de


quem? para quem? em quem?, indicando o elemento ao qual se destina a ação verbal.

Preposições usadas na regência verbal


As preposições usadas na regência verbal podem aparecer na sua forma simples,
bem como contraídas ou combinadas com artigos e pronomes.
Preposições simples​: a, de, com, em, para, por, sobre, desde, até, sem,...
Contração e combinação de preposições​: à, ao, do, das, destes, no, numa, nisto, pela,
pelo,...
As preposições mais utilizadas na regência verbal são: a, de, com, em, para e por.

● Preposição a​: perdoar a, chegar a, sujeitar-se a,...


● Preposição de​: vangloriar-se de, libertar de, precaver-se de,...
● Preposição com​: parecer com, zangar-se com, guarnecer com,...
● Preposição em​: participar em, teimar em, viciar-se em,...
● Preposição para​: esforçar-se para, convidar para, habilitar para,...
● Preposição por​: interessar-se por, começar por, ansiar por,...

Regência nominal com preposição


A regência nominal ocorre quando um nome necessita obrigatoriamente de uma
preposição para se ligar ao seu complemento nominal.
Exemplos de regência nominal com preposição​:

● Sempre tive muito medo de baratas.


● Seu pai está furioso com você!
● Sinto-me grato a todos.

Preposições usadas na regência nominal


Também na regência nominal as preposições podem ser usadas na sua forma
simples e contraídas ou combinadas com artigos e pronomes.
As preposições mais utilizadas na regência nominal são, também: a, de, com, em, para, por.

● Preposição a​: anterior a, contrário a, equivalente a,...


● Preposição de​: capaz de, digno de, incapaz de,...
● Preposição com​: impaciente com, cuidadoso com, descontente com,...
● Preposição em​: negligente em, versado em, parco em,...
● Preposição para​: essencial para, próprio para, apto para,...
● Preposição por​: admiração por, ansioso por, devoção por,...

CRASE

A crase é, na língua portuguesa, a contração de duas vogais iguais (a preposição “a”


+ o artigo “a”), sendo representada com acento grave. Consideramos a crase como um
fenômeno fonético.

Quando não usar crase?


Não ocorre crase:
Antes de substantivos masculinos​:

● Gosto de andar ​a​ pé.


● Este passeio será feito ​a​ cavalo.
● Será estipulado um tipo de pagamento ​a​ prazo.
● Escreve ​a​ lápis, assim podemos apagar o que for preciso.

Antes de verbos​:

● Não sei se ela chegou ​a​ falar sobre esse assunto.


● Meu filho está aprendendo ​a​ cantar essa música na escola.
● O arquiteto está começando ​a ​renovar essa casa.
● Meu irmão se dispôs ​a​ ajudar no que fosse necessário.

Antes da maior parte dos pronomes​:

● Desejamos​ a​ todos um bom fim de semana.


● Você já pediu ajuda ​a​ alguém?
● Dei todos os meus carrinhos ​a​ ele.
● Refiro-me ​a​ quem nunca esteve presente nas reuniões.

Nota​: Antes de alguns pronomes pode ocorrer crase.

● Não entregamos o trabalho ​à​ mesma professora.


● Eu pedi a fatura​ à​ própria gerente do estabelecimento.
● Solicitei​ à​ senhora que não fizesse mais reclamações.
● Esta é a reportagem ​à ​qual me referi.

Em expressões com palavras repetidas, mesmo que essas palavras sejam femininas​:

● Estamos estudando as expressões mais usadas pelos falantes no dia​ a​ dia.


● Gota ​a​ gota, minha paciência foi enchendo!
● Preciso conversar com você face ​a​ face.
● Por favor, permaneçam lado ​a​ lado.

Antes de palavras femininas no plural antecedidas pela preposição a​:

● Este artigo se refere ​a​ pessoas que estão desempregadas.


● A polêmica foi relativa ​a​ mulheres defensoras da emancipação feminina.
● As bolsas de estudo foram concedidas ​a​ alunas estrangeiras.

Nota​: Caso se especifique os substantivos femininos através da utilização do artigo definido


as, ocorre crase, dada a contração deste artigo com a preposição a: a + as = às.

● Este artigo se refere ​às​ pessoas que estão desempregadas.


● A polêmica foi relativa ​às​ mulheres defensoras da emancipação feminina.
● As bolsas de estudo foram concedidas ​às​ alunas estrangeiras.

Antes de um numeral (exceto horas, conforme acima mencionado)​:

● O número de concorrentes chegou ​a​ quinhentos e vinte e sete.


● O hotel fica ​a​ dois quilômetros daqui.
● O motorista conduzia ​a ​180 km/h.

Quando usar crase?


Ocorre crase:
Antes de palavras femininas​ em construções frásicas com substantivos e adjetivos que
pedem a preposição a e com verbos cuja regência é feita com a preposição a, indicando a
quem algo se refere, como: agradecer a, pedir a, dedicar a,…

● Aquele aluno nunca está atento ​à​ aula.


● Suas atitudes são idênticas ​às​ de sua irmã.
● Não consigo ser indiferente ​à​ falta de respeito dessa menina!
● É importante obedecer ​às​ regras de funcionamento da escola.
● As testemunhas assistiram ​à​ cena impávidas e serenas.

Em diversas expressões adverbiais, locuções prepositivas e locuções conjuntivas​: à


noite, à direita, à toa, às vezes, à deriva, às avessas, à parte, à luz, à vista, à moda de, à
maneira de, à exceção de, à frente de, à custa de, à semelhança de, à medida que, à
proporção que,…

● Ligo-te hoje ​à​ noite.


● Ele está completamente ​à​ parte do grupo.
● A funcionária apenas conseguiu a promoção ​à​ custa de muito esforço.
● Meu filho mais velho está completamente ​à​ deriva: não estuda, não trabalha, não faz
nada.

Nota​: Pode ocorrer crase antes de um substantivo masculino desde que haja uma palavra
feminina que se encontre subentendida, como no caso das locuções à moda de e à maneira
de.
● Decisões ​à ​Pedro Neves. (à maneira de Pedro Neves)
● Estilo ​à​ Paulo Sousa. (à moda de Paulo Sousa)

Antes da indicação exata e determinada de horas​:

● Meu filho acorda todos os dias ​às​ seis da manhã.


● Chegaremos a Brasília ​às​ 22h.
● A missa começará ​à​ meia-noite.

Nota​: Com as preposições para, desde, após e entre, não ocorre crase.

● Estou esperando você desde ​as​ seis horas.


● Marcaram o almoço para ​as​ duas horas da tarde.

Em diversas expressões de modo ou circunstância​, atuando como fator de transmissão


de clareza na leitura:

● Vou lavar ​a​ mão na pia.


● Vou lavar ​à​ mão a roupa delicada.
● Ele pôs ​a ​venda nos olhos.
● Ele pôs ​à​ venda o carro.
● Ela trancou ​a​ chave na gaveta.
● Estudei ​a ​distância.
● Estudei ​à​ distância.

SINTAXE DE CONCORDÂNCIA

É a parte da gramática que estuda as relações de número e pessoa entre o verbo e


o sujeito, e as relações de gênero e número entre os nomes. Há, portanto, dois tipos de
concordância: verbal e nominal.

Concordância verbal

Regras gerais

Em qualquer posição que se encontre o ​sujeito simples​, anteposto ou posposto ao


verbo, o verbo concorda com ele em número e pessoa.

Exemplos:

Os boias-frias (3ª p. sing.) saem (3ª p. sing.) bem cedo para o trabalho.

Tu (2ª p. sing.) és (2ª p. sing.) a coisa mais linda!


Com relação ao ​sujeito composto​, já não é tão simples: depende de sua posição e
formação. Veja abaixo:

● Anteposto ao verbo:
O verbo toma a forma plural.
Exemplos:
Ouro Preto e Mariana são cidades marcadas pela antiga mineração.

● Posposto ao verbo:
O verbo pode:
● tomar a forma plural. Exemplo: Sobraram refrigerantes e salgadinhos.
● concordar com o núcleo do sujeito mais próximo. Exemplo: Sobrou
refrigerante e salgadinhos.

Concordâncias específicas de alguns verbos

Bater, dar, soar

Na indicação de horas, esses verbos ​concordam com o sujeito​, que pode ser o número de
horas ou um outro. Exemplo: “Deu uma hora no relógio da matriz”, “Bateram cinco horas no
relógio da matriz”, “Soou cinco horas o relógio da matriz”.
Faltar, sobrar, bastar

Concordam com o sujeito, que normalmente é posposto a eles. Exemplos: “Falta uma
semana para a viagem”, “Sobraram-me apenas alguns trocados”, “Basta uma palavra sua”.

Haver, fazer

Esses dois verbos são impessoais (não têm sujeito), devendo ficar na terceira pessoa do
singular quando usados para indicar tempo transcorrido, indicação de fenômenos naturais
ou com o sentido de “existir”. Exemplos: “Havia três anos que ele se fora”, “No Nordeste faz
invernos amenos”, “Não havia flores mais belas”.

Concordância nominal

Regra geral

Como adjuntos adnominais de um único substantivo, as palavras que a ele se


referem (artigo, adjetivo, numeral, pronome) concordam com o substantivo em gênero e
número. Exemplo:

Vimos a gata branca e seus dois filhotes pretos.


COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL

A ​coesão textual ​é feita por meio de elementos linguísticos. São elementos


gramaticais que ligam as palavras, expressões ou frases do texto, estabelecendo entre elas
relações de sentido.
Exemplo:

[...] “​Piloto farejou longamente ​o homem,​ sem abanar o rabo. ​O homem ​não se animou a
acariciá-​lo​. ​Depois, o cão ​virou as costas ​e ​saiu sem destino. ​O homem ​pensou em
chamá-​lo​, ​mas ​desistiu. [...]”

As palavras destacadas a partir da segunda frase são os elementos gramaticais que


fazem a conexão entre os termos das frases ou entre as frases. A maior parte dessas
ligações é feita por elementos que se referem a termos já citados, retomando-os. Veja
abaixo:

Segunda frase:

● o termo ​O homem ​refere-se a “o homem” da primeira frase pela repetição das


mesmas palavras.
● o termo ​lo ​refere-se a “Piloto” da primeira frase pelo emprego de uma forma
pronominal.

Terceira frase:
● O advérbio ​Depois ​não se refere a outro termo; seu papel é ligar as frases pela
indicação de tempo.
● o termo ​o cão ​(artigo definido + substantivo) refere-se a “Piloto” pelo emprego do
nome que representa sua espécie.
● a conjunção ​e ​não retoma outro termo; seu papel é ligar as orações estabelecendo
sentido de adição.

Quarta frase:

● o termo ​O homem ​novamente é empregado com o mesmo referente.


● a forma pronominal ​lo​ novamente é empregada com o mesmo referente.
● a conjunção ​mas ​não refere a outro termo; seu papel é ligar as orações
estabelecendo sentido de adversidade.

A ​coerência textual​, por sua vez, está relacionada às ligações de significados


presentes no texto. É coerente o texto que tem unidade significativa, ou seja, o texto que
traduz de maneira precisa o sentido pretendido pelo autor.
Os princípios fundamentais da coerência textual encontram-se nas relações
semânticas das palavras, na retomada de informações e na progressão de informações.
Vejamos abaixo:
Relações semânticas das palavras

Este princípio consiste nas relações entre os significados das palavras na cadeia da
frase. Cada palavra escolhida deve ocupar o lugar adequado na frase e seu significado
precisa combinar com os sentidos expressos pelas demais palavras que a compõem.
Exemplo:

Não podemos deixar de ​não ​reclamar nossos direitos.


(A repetição do “não” muda o sentido da frase, significando que não devemos reclamar,
quando o sentido comum aponta o contrário, que devemos reclamar nossos direitos)

Retomadas de informações

Este princípio consiste nas relações entre as informações expressas pelas orações
e/ou frases do texto. Toda informação nova deve recuperar, de alguma forma, aspectos
significativos de informações anteriores. Exemplo:

O espelho recusou-se a responder a Lavínia que ela é a mais bela mulher do Brasil. Aliás,
não respondeu nada. Era um espelho muito silencioso. (Carlos Drummond de Andrade)
Progressão de informações

Este princípio consiste na continuidade das ideias, isto é, na progressão do texto.


Cada informação acrescentada ao texto, ao mesmo tempo que retoma algum aspecto das
informações anteriores, deve apresentar dados novos em relação a elas.

O espelho recusou-se a responder a Lavínia que ela é a mais bela mulher do Brasil. Aliás,
não respondeu nada. Era um espelho muito silencioso. (Carlos Drummond de Andrade)

Segunda frase:
● dado novo: ​ele não disse nada​. (A primeira frase apenas dizia que ele se recusara
a responder)
Terceira frase:
● dado novo: ​muito silencioso​. (Justifica a informação anterior)

REGRAS GERAIS DE ORTOGRAFIA

Uso do x/ch
O ​x​ é utilizado nas seguintes situações:

● Geralmente, depois dos ditongos: caixa, deixa, peixe.


● Depois da sílaba -​me:​ mexer, mexido, mexicano.
● Palavras com origem indígena ou africana: xará, xavante, xingar.
● Depois da sílaba inicial -​en​: enxofre, enxada, enxame.

Exceção: ​O verbo encher escreve-se com ​ch​. O mesmo acontece com as palavras que
dele derivam: enchente, encharcar, enchido.

Uso do h
O ​h​ é utilizado nas seguintes situações:

● No final de algumas interjeições: Ah!, Oh!, Uh!


● Por força da etimologia: habilidade, hoje, homem.
● Nos dígrafos ch, lh, nh: flecha, vermelho, manha.
● Nas palavras compostas: mini-hotel, sobre-humano, super-homem.

Exceção:​ A palavra Bahia quando se refere ao estado é uma exceção. O acidente


geográfico baía é grafado sem h.

Uso do s/z
O ​s​ é utilizado nas seguintes situações:

● Nos adjetivos terminados pelos sufixos -​oso​/-​osa​ que indicam grande quantidade,
estado ou circunstância: bondoso, feiosa, oleoso.
● Nos sufixo -​ês,​ -​esa​, -​isa ​que indicam origem, título ou profissão: marquês, francesa,
poetisa.
● Depois de ditongos: coisa, maisena, lousa.
● Na conjugação dos verbos pôr e querer: pôs, quis, quiseram.

O ​z​, por sua vez, é utilizado nas seguintes situações:

● Nos sufixos -​ez/​ -​eza ​que formam substantivos a partir de adjetivos: magro -
magreza, belo - beleza, grande - grandeza.
● No sufixo - ​izar​, que forma verbo: atualizar, batizar, hospitalizar.

Uso do g/j
O ​g​ é utilizado nas seguintes situações:

● Nas palavras que terminem em -​ágio​, -​égio,​ -​ígio,​ -​ógio​, -​úgio:​ presságio, régio,
litígio, relógio, refúgio.
● Nos substantivos que terminem em -​gem​: alavancagem, vagem, viagem.

O ​j​, por sua vez, é utilizado nas seguintes situações:

● Palavras com origem indígena: pajé, jerimum, canjica.


● Palavras com origem africana: jabá, jiló, jagunço.

Observações:
1. A conjugação do verbo viajar no Presente do Subjuntivo escreve-se com j: (Que )
eles/elas viajem.
2. Nos verbos que, no infinitivo, contenham ​g​ antes de ​e​ ou ​i​, o ​g​ é substituído para ​j
antes do ​a​ ou do ​o​, de forma a que seja mantido o mesmo som. Assim: afligir - aflija,
aflijo; eleger - elejam, elejo; agir - ajam, ajo.

ACENTUAÇÃO

● Acentuam-se as palavras monossílabas tônicas terminadas em a, e, o, seguidas ou


não de s.

Ex:​ já, fé, pés, pó, só, ás.

● Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em a, e, o, seguidas ou não de s ,


em, ens. ​Ex:​cajá, café, jacaré, cipó, também, parabéns, metrô, inglês alguém,
armazém, conténs, vinténs.

Não se acentuam: as oxítonas terminadas em i e u, e em consoantes nem os


infinitivos em i, seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las

Ex:​ ali, caqui, rubi, bambu, rebu, urubu, sutil, clamor, fi-lo, puni-la, reduzi-los, feri-las.

● Acentuam-se as palavras paroxítonas, exceto aquelas terminadas em a, e, o,


seguidas ou não de s, em, ens, bem como prefixos paroxítonos terminados em i ou r.

Ex: dândi, júri, órfã, César, mártir, revólver, álbum, bênção, bíceps, espelho, famosa,
medo, ontem, socorro, polens, hifens, pires, tela, super-homem.

Atenção: Acentuam-se as paroxítonas terminados em ditongo oral seguido ou não


de s.

Ex:​ jóquei, superfície, água, área, aniversário, ingênuos.

● Acentuam-se as palavras proparoxítonas sem exceção​.

Ex: ótimo, incômoda, podíamos, abóbora, bússola, cântaro, dúvida, líquido, mérito,
nórdico, política, relâmpago, têmpora.

● Acentuam-se os ditongos abertos ei, oi, eu, seguidos ou não de s em palavras


monossílabas e oxítonas.

Ex:​ carretéis, dói, herói, chapéu, anéis.

Atenção: Pela nova ortografia não se acentuam ditongos abertos ei, oi, eu, seguidos
ou não de s em palavras paroxítonas.
Ex:​ ideia, plateia, assembleia.

● Não se acentua, pela nova ortografia, palavras paroxítonas com hiato oo seguidos
ou não de s.

Ex:​ voos, enjoo, abençoo.

● Também não se acentuam as palavras paroxítonas com ​hiato ee​.

Ex:​ creem, leem, veem, deem.

● Acentuam-se sempre as palavras que contenham i, u: tônicas; formam hiatos;


formam sílabas sozinhas ou são seguidos de s; não seguidas de nh; não precedidas
de ditongo em paroxítonas; nem repetidas.

Ex: aí, balaústre, baú, egoísta, faísca, heroína, saída, saúde, viúvo, juízes, Piauí.
Pela regra exposta acima, não se acentuam: rainha, xiita, ruim, juiz, feiura.

● Pela nova ortografia, não se acentua com acento agudo u tônico dos grupos que,
qui, gue, gui: argui, arguis, averigue, averigues, oblique, obliques, apazigues.
● Da mesma forma não se usa mais o trema:aguento, frequente, tranquilo, linguiça,
aguentar, arguição, unguento, tranquilizante. Emprega-se o til para indicar a
nasalização de vogais: afã, coração, devoções, maçã, relação etc.
● O ​acento diferencial foi excluído. Mantém-se apenas nestas quatro palavras, para
distinguir uma da outra que se grafa de igual maneira:

pôde​ (verbo poder no tempo passado) / ​pode​ (verbo poder no tempo presente);

pôr​ ( verbo) / ​por​ (preposição);

vem​ ( verbo vir na 3ª pessoa do singular) / ​vêm​ ( verbo vir na 3ª pessoa do plural);

tem​ ( verbo ter na 3ª pessoa do singular) / ​têm​ ( verbo ter na 3ª pessoa do plural).

PONTUAÇÃO

Principais sinais de pontuação e respectivos empregos:

Ponto final (.)

Representando a pausa máxima da voz, é empregado ao final de frases declarativas


ou imperativas. Exemplo: Faça o favor de me passar o caderno.

Ponto de interrogação (?)


Empregado ao final de qualquer interrogação direta, ainda que a pergunta não exija
resposta. Exemplo: Por que não me disseram nada?

Ponto de exclamação (!)

Empregado ao final de frases exclamativas, imperativas e, normalmente, depois de


interjeições. Exemplo: Vamos à luta!

Vírgula (,)

Marcando uma pequena pausa, a vírgula é geralmente empregada em casos como


os descritos abaixo:

● nas datas, para separar o nome da localidade. Exemplo: Valparaíso, 28 de setembro


de 2018.
● depois do sim e do não, usados como resposta no início da frase. Exemplo: Sim, vou
estudar.
● para indicar a omissão de um termo (geralmente um verbo). Exemplo: Do lado, uma
grande árvore. (omissão do verbo havia)
● para separar termos de mesma função sintática. Exemplo: Havia portugueses,
brasileiros, espanhóis e italianos naquela festa.
● para separar o vocativo. Exemplo: Crianças, vamos entrar.
● para separar o aposto. Exemplo: O Brasil, um dos maiores países do mundo, é
também um dos mais desiguais.
● para separar termos deslocados de sua posição normal na frase. Exemplo: Logo
pela manhã, as crianças saíram.

Ponto e vírgula (;)

Marca uma pausa menos longa que o ponto e mais longa que a vírgula, é
empregado:

● para separar orações coordenadas, suprimindo conjunções subentendidas.


Exemplo: Disse que não viria; veio.
● para separar itens de uma enumeração. Exemplo:
Devemos considerar:
○ a necessidade de reduzir gastos;
○ que não se deve desperdiçar energia elétrica;
○ que não se deve desperdiçar água.

Dois-pontos (:)
Marca uma sensível suspensão da voz numa frase não concluída. São geralmente
usados:

● para anunciar uma citação. Exemplo: Já dizia Mário Quintana: “Eles passarão, eu
passarinho”.
● para anunciar uma enumeração. Exemplo: Os amigos são poucos: Paulo, Renato e
José.
● para anunciar um esclarecimento ou explicação. Exemplo: Meu desejo é um só:
muita paz.
● para anunciar a fala do personagem. Exemplo: E ele perguntou: Aonde vai?

Reticência (...)

Marca uma suspensão da frase. Usada, geralmente, para:

● indicar continuidade de ação ou fato. Exemplo: E o balão foi subindo, subindo…


● indicar suspensão de pensamento. Exemplo: E eu que trabalhei tanto, agora vejo
que…
● para representar, na escrita, hesitações comuns da língua falada. Exemplo: Ah, você
sabe… o que eu quero dizer é…

Aspas (“ “)

São empregadas:

● nas citações ou transcrições. Exemplo: Como Manoel de Barros, “fui aparelhado


para gostar de passarinhos”.
● na representação de nomes de livros e legendas. Exemplo: Machado de Assis
escreveu “Dom Casmurro”.
● para destacar palavras que representam estrangeirismo, vulgarismo, ironia, etc.
Exemplos: Ele tem o “know-how”, mas é uma “ótima” pessoa.

Parênteses (( ))

Com a função de intercalar, no texto, qualquer indicação acessória. São geralmente


empregados:

● para separar qualquer indicação de ordem explicativa. Exemplo: Zeugma é uma


figura de linguagem que consiste na omissão de um termo (geralmente um verbo)
que já apareceu anteriormente.
● para separar um comentário ou reflexão.
● para separar indicações bibliográficas.

Travessão (一)

É usado:
● no discurso direto, para indicar a fala do personagem.
● para pôr em evidência palavras, expressões e frases. Exemplo: Vimos um homem 一
um mendigo, decerto 一 sentado na calçada.

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