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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Índice
Assunto........................................................................................................................ Pág.
Introdução...................................................................................................................02
Capítulo 1 - Geodesia geral.......................................................................................04
1.1-Conceitos sobre a forma da terra................................................................05

1.2-As dimensões da Terra...............................................................................06

Capitulo 2- Geodesia de Angola................................................................................09

2.1 - Breve historial das Missões Hidrográfica e Geográfica de Angola.........09

2.2 - Actividades realizadas..............................................................................11


2.3 – Fronteiras.................................................................................................15
2.4- Datas Geodésico de Angola......................................................................18
2.4.2- Mudança da base de Lucala para Camacupa..........................................19

2.5 Bases geodésicas.........................................................................................22

2.6- Nivelamento de precisão...........................................................................23

2.7-Gravimetria ................................................................................................23

2.8 - O futuro da geodesia em Angola..............................................................24


Capítulo 3 - Instrumentos utilizados em Angola pela Missão Geográfica............25
Anexos.........................................................................................................................28

Esquema I-Rede geodésica de Angola 1ªOrdem.............................................29


Esquema II-Rede geodésica 2ªOrdem.............................................................30
Esquema III-Figura de cruzamento de paralelos com meridianos...................31
Esquema IV-Pontos Astronómicos...................................................................32
Esquema V-Carta de Angola onde a fronteira Leste não aparece...................33
Esquema VI-Rede de Nivelamento..................................................................34
Esquema VII-Rede gravimétrica.......................................................................35
Esquema VIII-Carta geral de Angola.................................................................36
Conclusão....................................................................................................................37
Bibliografia..................................................................................................................38

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Introdução
O homem indissoluvelmente ligado à Terra, tanto na vida como na morte, porém
não se contentou com a percepção que dela lhe dão os seus sentidos através da
observação quotidiana, procurou adquirir um mais completo e profundo conhecimento
do planeta, e para isso pôs a sua inteligência e as suas incontestáveis qualidades de
observador ao serviço da sua fértil imaginação e da sua vasta capacidade realizadora.
Por meios indirectos, com base nos conhecimentos científicos acumulados no decorrer
dos tempos, o homem conseguiu estabelecer uma série de relações e estruturar uma
técnica que lhe permitem ajuizar, à sua constituição. Estes conhecimentos foram
adquiridos por intermédio de métodos e de conceitos científicos que constituem os
meios e os fundamentos da Geodesia.

O termo Geodesia (do grego Γεωδαισία, composto de γη, "terra", e δαιζω,


"dividir") foi usado, pela primeira vez, por Aristóteles (384-322 a.C.), e pode significar
tanto “divisões (geográficas) da terra” como também o ato de “dividir a terra” (por
exemplo entre proprietários).
De acordo com a definição clássica de Friedrich Robert Helmert (1880)
Geodesia é a ciência de medida e mapeamento da superfície da Terra. A superfície da
Terra é formada pelo seu campo da gravidade e a maioria das observações geodésicas
está a ele referida. Consequentemente, a definição de Geodesia inclui a determinação do
campo da gravidade da Terra.
Mais modernamente, o objectivo original da Geodesia se expandiu e inclui
aplicações no oceano e no espaço. Por exemplo, em colaboração com outras ciências,
agora compreende a determinação do fundo oceânico, da superfície e campo da
gravidade de outros corpos celestes, como a Lua (Geodesia lunar) e planetas (Geodesia
planetária).

Finalmente, na definição clássica deve-se incluir ainda “variações temporais da


Superfície da Terra e seu campo da gravidade”.
Os trabalhos Geodésicos em Angola começou com a Missão Geográfica de
Angola (MGA) criada em 1921 que tinha por fim estabelecerem uma rede geodésica
para apoiar o levantamento cartográfico do seu território, mas no fim de três campanhas,
quando da sua extinção, a Missão apenas tinha levado a efeito o reconhecimento de dois
troços de triangulação: um de Benguela ao Huambo e outro ao longo do meridiano
14º00´ Este de Greenwich, desde aquela cadeia até Lubango.

Seguiu-se, em operações geodésicas, uma comissão hidrográfica que nas quatros


campanhas de 1930 a 1933 estabeleceu uma cadeia geodésica ao longo rio Zaire com
vértices comuns aos da triangulação do Congo (Kinshasa), na execução da qual mediu-
-se uma base geodésica e fez-se observações astronómicas para latitude em oito (8)
estações, para longitude em cinco estações e para o azimute em duas.

Porém, a ocupação sistemática e regular do país com pontos geodésicos foi


iniciada a partir de 1941 com actividade da actual Missão Geográfica de Angola.
Para uma completa e organizada ocupação científica do Ultramar havia sido
instituída, no Ministério dos Negócios da Marinha e do Ultramar, a Comissão de
Cartografia que criou missões denominadas umas vezes Geodésicas, outras Geográficas

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

ou, ainda, geo - hidrográficas. Dotadas de meios progressivamente aperfeiçoados, estas


foram cobrindo, gradualmente, cada um dos territórios atribuídos à administração
portuguesa.
Urgia conhecer e explorar o que dizíamos possuir, e para isso havia que
implantar limites e construir cartas. Só com estas na mão poderíamos evidenciar a
posse, e não com invisíveis direitos históricos (Gabriel Mendes) ou, ainda, segundo
Gago Coutinho para lá nos mantermos, contra a cobiça dos mais fortes, é preciso lá ir, lá
viver, e, enfim, conhecê-las. E para que tais conhecimentos não se percam, e possam ser
aproveitados por outros, é indispensável perpetuá-los no papel, registando-os em
roteiros, como em mapas geográficos completos.

Nos primeiros anos, as Missões foram constituídas por militares, sobretudo da


Marinha, por estes possuírem a preparação necessária para trabalhos tão exigentes do
ponto de vista técnico, físico e psicológico. A participação sistemática de engenheiros
Geógrafos verificou-se, apenas, a partir de 1942.
Nas páginas que se seguem serão abordados com maior profundeza os temas
relacionados com Geodesia de Angola, como os casos das fronteiras que tem suscitado
grande tema de discussão para os políticos.

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Capítulo 1 - Geodesia geral.

A Geodesia abrange presentemente um vasto campo de pesquisas e de aplicações


no qual a sua função é executada através de uma técnica operacional em que as
medições telúricas, astronómicas e gravimétricas, a determinação matemática dos seus
valores e a interpretação dos resultados constituem os seus principais meios de acção.
Tem-se aplicado persistentemente à consecução dos fins que o homem se propôs
alcançar por seu intermédio, mas as técnicas de que se tem socorrido permitem
distinguir três fases distintas segundo José Farinha da Conceição: a da Geodesia
Geométrica, a da Geodesia física ou dinâmica e da Geodesia matemática também
geométrica primeiramente denominada Geodesia tridimensional ou espacial. As
operações realizadas em cada uma destas fases têm conduzido a resultados que se
complementam e entre ajudam para se atingirem os objectivos visados.
A chamada Geodesia geométrica, a primeira que o homem desenvolveu para
chegar a um mais perfeito conhecimento do planeta, envolve tantas medições
executadas sobre a superfície da Terra como observações astronómicas. As primeiras
têm por objecto as operações de triangulação, de trilateração e de nivelamento, com as
quais se asseguram:

1. O apoio matemático para a construção de cartas;


2. A verificação dos movimentos horizontais e verticais da crusta terrestre;
3. O estudo das variações do nível médio do mar;
4. A demarcação do comprimento de arcos para o estudo da forma e da grandeza da
terra.
Através das observações astronómicas a Geodesia geométrica determina as
latitudes, as longitudes e os azimutes astronómicas que, por si sós por comparação com
as coordenadas geodésicas correspondentes, permitem:

1. Fixar o valor das coordenadas do ponto origem de uma triangulação isolada;


2. Orientar as cadeias de triangulação e de trilateração e controlar-lhes os azimutes;
3. Calcular o desvio relativo da vertical, causado pela irregular distribuição das
massas na superfície da Terra, com o objectivo de:

a) Determinar a forma geral da Terra;


b) Determinar a forma local da Terra para a correcta redução das bases;
c) Corrigir os ângulos azimutais;
d) Estudar o melhor acordo entre as coordenadas astronómicas e geodésicas numa
área mais ou menos extensa a fim de atribuir coordenadas ao ponto origem da respectiva
rede de triangulação.
A Geodesia física ou Geodesia dinâmica leva a efeito as operações relativas à
determinação dos valores da aceleração da gravidade, com a finalidade de:

1. Calcular os desvios absolutos da vertical e com estes contribuir para o estudo da


forma e da grandeza da Terra;
2. Determinar as anomalias da gravidade, interpretá-las e aplicá-las ao estudo da
forma da Terra;
3. Estabelecer relações de posição e grandeza entre o geóide e o elipsóide;
4. Aplicar aos nivelamentos de precisão as correcções devidas à falta de
paralelismo das superfícies de nível do campo gravítico terrestre;
5. Corrigir a medição das bases feita à superfície do globo;

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6. Contribuir para o estudo do elipsóide universal.

A Geodesia matemática tem por objecto as operações relativas à observação de


elipses solares, de ocultações lunares das estrelas e de alvos espaciais móveis (Lua,
satélites artificiais e foguetões) com o fim de:
1. Ligar entre si redes geodésicas muito afastadas ou estender a outras regiões
afastadas uma rede de triangulação já estabelecida (conexão intercontinentais);
2. Referir a posição dos pontos observados a um sistema de referência geocêntrico
universal e libertar-se deste modo de todo o elemento artificial de referência;
3. Determinar o geóide através do estudo das variações do campo gravitacional
terrestre que as perturbações orbitais dos satélites acusam.

1.1-Conceitos sobre a forma da terra

Primeiramente e a partir do momento em que a curiosidade lhe solicitou a


atenção para o meio que o circundava e em que decorria a sua vida, o homem por efeito
do aspecto que contestava aos olhos, considerou a Terra como um objecto rugoso,
recortado de elevações e depressões.

Depois já num estágio mais adiantado da civilização, senhor de alguns


conhecimentos sobre as formas geométricas, o homem formou da Terra o conceito de
uma superfície plana, segundo Homero descreveu cerca de 900 anos antes da nossa era
uma superfície plana sustentada por quatro elefantes, no dorso de uma tartaruga.

Foi só no século IV A. C. que o homem se libertou dos conceitos grosseiros que


até aí tinha dominado os seus sentidos acerca da forma da Terra. Nessa altura, com feito
passou a considera-la uma superfície esférica.

O conceito de esfericidade resultou mais de considerações de ordem filosófica e


religiosa do que de conhecimentos científicos.
Aristóteles no século acima mencionado apresentou os seguintes argumentos
para provar a teoria sobre a esfericidade da Terra:
a) o contorno circular da sombra projectada pela Terra nos eclipses da Lua;
b)a variação do aspecto do céu estrelado com a latitude;
c)a diferença de horário na observação de um mesmo eclipse para observadores
situados em meridianos diferentes.

No último quartel do século XVII Newton deu outro conceito da Terra o de um


esferóide achatado nos pólos.
Nos meados do século XVIII entrou em cena o conceito de que a Terra teria a
forma geral de um elipsóide de revolução, e com o seu auxilio teve a geodesia um
notável incremento.
Finalmente, no século XX o homem virou a sua atenção para o geóide, realidade
física da Terra de que o elipsóide não representa senão a imagem matemática mais
aproximada, e calculou alguns, de aplicação mais ou menos extensa, à custa de
elementos astrogeodésicas e gravimétricas.
Podemos, pois assinalar ao longo da história da Geodesia quatro conceitos
fundamentais sobre a figura da Terra, o da planicidade, o da esfericidade, o da
elipsoidicidade e o da geoidicidade. De todos eles, porém, só os três últimos deram
notável contribuição para um mais perfeito conhecimento do Planeta.

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1.2-As dimensões da Terra

As primeiras investigações relacionadas com a grandeza da Terra, de que há


conhecimento, foram empreendidas no século III A.C.

Foi Eratóstenes de Cirene (276-195 A.C.), sábio grego chamado a Alexandria


por Ptolomeu Evergeta para tomar a seu cargo a direcção da biblioteca, quem primeiro
determinou o comprimento da circunferência da terra. Calculou o seu raio com base no
valor do arco de meridiano compreendido entre Assuan e Alexandria, cujo comprimento
tinha sido determinado a partir da distância média diária percorrida pelas caravanas de
camelos.

Eratóstenes baseou-se em:


a) Assuan e Alexandria tinham a mesma longitude (na verdade, a longitude dos
dois lugares não é exactamente igual), figura 1.1;

Fig. 1.1
V- Vertical em Assuan; V´- Vertical em Alexandria; C - Centro da Terra; R- Raio da
Terra; D- Distância de Assuan a Alexandria (5000 estádios)

b) A distância entre as duas mencionadas localidades era de 5000 estádios (cerca de


500 milhas);
c) Ao meio dia do solstício do verão, as águas de um poço muito profundo
existente em Assuan reflectiam o sol.
d) Os raios de luz provenientes de longas distâncias são paralelos;
e) Quando um corpo celeste está no zénite de um lugar, a linha que une esse corpo
com o observador passa pelo centro da terra.

Com estes elementos, a resolução do problema da determinação da


circunferência da terra reduzia-se a medir o ângulo ao centro correspondente ao arco de
meridiano de comprimento conhecido.

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Fig.1.2

A solução encontrou-a o sábio, medindo em Alexandria, no momento em que o


Sol se encontrava no zénite de Assuan (meio dia do solstício do verão), o ângulo que os
raios solares faziam com a vertical (figs. 1 e 2). Com o auxílio de um gnómon,
Eratóstenes encontrou para esse ângulo o valor de 7º12´ igual à quinquagésima parte do
ângulo de giro com o qual determinou para o comprimento da circunferência da terra
cerca de 25 000 milhas cinquenta vezes as 500 milhas de distância de Assuan a
Alexandria, valor notavelmente aproximado do que se veio a determinar no equador 24
899 milhas.

Embora se tenha efectuado uma observação simples, o método reflecte o


emprego de duas observações simultâneas (fig.3), pela primeira vez utilizadas em
geodesia e que esta veio posteriormente a adoptar em muitas das suas operações.
O processo pelo qual Eratóstenes determinou o raio da terra assenta, pois, na
medição de um arco e do ângulo ao centro correspondente. É o conhecido «método dos
arcos» (fig.1), que a Geodesia veio a adoptar e empregou através dos tempos para
determinar o valor do comprimento do meridiano terrestre, primeiro calculando o valor
do raio da Terra período da esfericidade e depois dos fins do século XVII calculando os
valores dos semieixos maior e menor da elipse meridiana.

Estava assim lançado um processo para determinar as dimensões da terra, que


haveria de se empregar até aos princípios deste século.

Fig.1.3

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Cerca de um século e meio depois da medição de Eratóstenes, outro sábio


Possidónio (130-50 A.C.) entregou-se igualmente a tarefa da medição da terra na
louvável intenção de confirmar ou rectificar os valores obtidos pelo primeiro. Utilizou a
distância entre Rodes e Alexandria, as distâncias foram calculadas pelo tempo que os
barcos levavam a percorrer de Rodes à Alexandria. Ele observou que a estrela Canopus
rasava o horizonte em Rodes quando em Alexandria a sua altura acima do horizonte era
de 7º30´, igual ao ângulo ao centro que subentendia o arco de meridiano Rodes à
Alexandria (fig. 1.4)

HR- Horizonte em Rodes


HÁ- Horizonte em Alexandria
C - Centro da Terra.
Fig. 1.4

Aplicando aos valores encontrados o método adoptado por Eratóstenes,


Possidónio chegou a resultados mais grosseiros para o valor do comprimento da
circunferência da Terra cerca de 24000 milhas.

Como o «método dos arcos» estava matematicamente correcto, o rigor dos


resultados dependia em grande parte da precisão das medições lineares e angulares que
o processo envolve. Da necessidade de aumentar esta precisão e das investigações
realizadas pelos cientistas para a obter resultaram os sucessivos aperfeiçoamentos que
vieram a ser introduzidos nos instrumentos e nos métodos de medir.

Nos começos do século XVII registou-se um acontecimento que pode


considerar, um dos mais importantes e de maior projecção na história da Geodesia. O
geodesista holandês Snellius (1591- 1626) introduziu um novo método de medição, que
veio a consagrar-se como uma das mais importantes e eficientes vias do progresso da
Geodesia o método das triangulações. Com efeito, a ideia de determinar comprimentos
através de medições angulares, tendo em conta as condições geométricas das figuras
empregadas, trouxe para o campo de actividade da Geodesia o seu melhor instrumento
de trabalho e de investigação. Tão importante e tão rigoroso que manteve até os nossos
dias como meio indiscutível, em todas as operações geodésicas da mais alta precisão.

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Capitulo 2- Geodesia de Angola

2.1 – Breve historial das Missões Hidrográfica e Geográfica de Angola

Em 1883 foi criada, no Ministério dos Negócios da Marinha e Ultramar, a


Comissão de Cartografia com o encargo de proceder a levantamentos cartográficos e
hidrográficos e à delimitação de fronteiras no Ultramar.

Em Janeiro de 1886, o mesmo ministério cria para Angola uma Missão


Geodésica para o lançamento de uma triangulação de 1ª ordem que “se estenda de
preferência pelo litoral da província, como também que possa orientar - se para o
interior nas zonas para onde se vai adiantando a nossa colonização”.

Em 1921, o Decreto nº45, de 3 de Agosto, do Alto-comissário Norton de Matos,


institui uma Missão Geográfica de Angola com a incumbência da execução de todos os
trabalhos geodésicos, geográficos. É extinta em 1924, depois de ter procedido ao
reconhecimento geodésico de uma longa faixa do Huambo à Benguela e daí ao
Lubango.

Entre 1930 e 1933 a Missão Hidrográfica do Zaire estabelece uma cadeia de


triangulação ao longo desse rio, de Nóqui à foz.

Em 1936 o decreto nº26 180 substitui a Comissão de Cartografia pela Junta das
Missões Geográficas e de Investigações Coloniais. Gago Coutinho, que presidia a
Comissão de Cartografia desde 1925, é o seu primeiro presidente.

Ainda em 1936, sob a tutela da junta, forma-se a Missão Hidrográfica de Angola


com a competência da elaboração de cartas hidrográficas da costa e planos hidrográficos
dos portos.

2.1.1- A Missão Hidrográfica de Angola (M.H.A) - (1937-1948):

A Missão Hidrográfica de Angola criou a rede geodésica ao longo da costa


marítima, editou as cartas hidrográficas às escalas 1/750000 carta geral que depois foi
abandonada e executou - se outra geral que permanece até agora à escala 1/200000, e
cartas dos principais portos e baías de Angola às escalas 1/7500, 1/10000, 1/15000,
1/20000, 1/40000 e 1/60000

2.1.1.1 - Trabalhos efectuados pela M.H.A

Foram criadas redes de triangulações: principais e secundárias. O conjunto de


trabalhos integrou:

1. Reconhecimento;

2. Implantação de marcos;

3. Montagem de torres para observação;

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4. Medição das bases;

5. Determinação astronómicas;

6. Medição de ângulos horizontais e verticais nos vértices de triangulação e nos


pontos da rede de base;

7. Ajustamento dos resultados das medições efectuadas, compensação, cálculos


das coordenadas e cotas dos pontos;

8. Desenhos das plantas e cartas, sua edição.

Para obter as coordenadas geográficas dos pontos da rede de triangulação


mediram-se bases e fizeram-se observações astronómicas.

As bases mediram-se com fios de invar de (ida e volta). Muitas vezes as


medições efectuavam-se com um só fio.

Segundo informações contidas no relatório da M.H.A, as observações


astronómicas foram efectuadas num só extremo da base com baixa precisão.

Nos relatórios não constam informações sobre as determinações da longitude e


latitude nos pontos astronómicos.

2.1.2 - Missão Geográfica de Angola

À Missão Geográfica de Angola competiu `intensificar a Geodesia e Cartografia


´´, pelo que estabeleceu uma rede geodésica, com precisão angular de 2ª ordem
europeia, formada por cadeias de triangulação ao longo de meridianos e paralelos
intervalados de 200 quilómetros, e procedeu a elaboração de uma carta geral na escala
1/250 000 com curvas de forma intervaladas de 100 metros.

O lado médio da rede principal era de 30 km e mediram-se bases geodésicas


separadas de 400 quilómetros ou de distância subordinadas ao critério de ``rigidez ´´ das
cadeias de 2ªordem. ``foram observadas latitudes e longitudes em pontos convenientes
´´.
De 200 em 200 quilómetros observaram-se azimutes astronómicos, e, havendo
possibilidade, a longitude para determinação da equação de Laplace.
Previu-se a execução de redes de triangulação secundária e a implantação de
pontos apoiados nessas triangulações.

Os vértices foram assinalados por marcos de betão, sobre os quais se arvorou-se


sinais de madeira de dimensões apropriadas.

O nivelamento foi trigonométrico, empregando observações zenitais recíprocas


na rede principal. A cota origem foi a fornecida pelo Caminho de Ferro de Angola na
estação de Lucala, enquanto não se disponha do nível médio dado por marégrafos. Os
trabalhos iniciaram no meridiano 15º E, na zona de Lucala.

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2.2 - Actividades realizadas

A Missão Geográfica de Angola, efectuou sua actividade fundamentando-se em


duas situações: campo e gabinete.

A falta de informação cartográfica bem como a existência de um apoio logístico


precário condicionaram os trabalhos de campo nos primeiros tempos da Missão. A
bússola, conta-passos, as horas de viagem a pé, os quais quase como única fonte
informativa, foram uma constante. No gabinete, a ferramenta do cálculo disponível:
tábua de logaritmos e máquina de calcular.

Estas circunstâncias caracterizaram a época inicial. As necessidades de fomento


e desenvolvimento do território obrigaram ao incremento da cartografia e conexamente
da Geodesia de apoio.

2.2.1 – Triangulação

A MGA iniciou a sua actividade estabelecendo cadeias de triangulação. Os


trabalhos principiaram em 1941, com o reconhecimento da base de Lucala no meridiano
15º E e de uma cadeia de triangulação dirigida para Sul, acompanhando-o numa
extensão de 300 km (quilómetros), até a região do Bembe. Para Leste do Lucala,
seguindo o paralelo 9º S, efectuou-se trabalho análogo em cerca de 100 quilómetros,
atingindo-se Malange.

Para a realização das várias tarefas foram percorridos muitos milhares de


quilómetros a pé; na altura as comunicações de rádio estavam na fase inicial.

Adquiriram-se três torres de doze metros em 1947, uma Bilby de trinta metros
em 1948 e outras cinco em 1950.

Nas triangulações de 1ª e 2ª ordem utilizaram-se teodolitos Wild T3 e


gradualmente generalizou-se o uso de helicópteros. Ver esquemas nº I e II das redes de
triangulações de 1º e 2º ordem, em anexos.

Nos trabalhos cartográficos recorreu-se a teodolitos Wild T2, estadias de invar


Wild, barómetros aneróides Paulin, Throughton e Short Mason, telémetros Wild e Barr
& Strond com base de um metro e a pranchetas com alidades Wild e Kern.

No período, lançaram-se cadeias de triangulação principal ao longo dos


meridianos 14º E e 15º E e dos paralelos 6º S,9ºS e 12º S, com um desenvolvimento de
aproximadamente 2300 quilómetros e, para apoio directo a Cartografia, triangulações
com uma extensão de 700 quilómetros. Cartografaram-se doze folhas da escala 1/250
000 e mais uma zona na fronteira norte equivalente a meia folha, tudo abrangendo uma
área de 150 000 quilómetros quadrados.

Período entre 1952 e 1954 neste período amadureceu o propósito da elaboração


da carta geral de Angola na escala de 1/100 000 pelo método aerofotogramétrico.

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A MGA ampliou gradualmente, os seus meios humanos: a lei estabeleceu que o


pessoal do quadro se compusesse de dezassete engenheiro e seis auxiliares de Geodesia.

Abandonou-se a elaboração da carta de 1/250 000 e os trabalhos começam a ser


orientados para dar satisfação a nova incumbência atribuída a MGA.

As normas técnicas definidas em 1941 mantiveram. Contudo, aumentaram e


aperfeiçoaram-se, de um modo geral, o equipamento tecnológico, os meios de transporte
e a comunicação por rádio.

O recurso sistemático a heliótropo e a sinais luminosos nocturnos permitiram um


mais elevado rendimento nas observações, ampliando o período de trabalho e o alcance
das visadas.

Continuaram-se os trabalhos no paralelo 9º S e no meridiano 15º E e lançaram-se


novas cadeias nos paralelos 10º30´S e 15º S. No período, triangularam-se uns 1500
quilómetros.

A Geodesia, quando planificada, quando organizada, deverá sobreviver à


construção de uma carta numa determinada escala.

Em 1954 havia-se efectuado em alguns vértices observações azimutais pelo


método de Schreibber. Em 1955 esse esquema de observação institucionaliza-se e
adoptam-se as prescrições:

Método de observação azimutal Schrebber

 Fecho máximo de um triângulo 3´´


 Fecho médio dos triângulos 1´´

Em todas as figuras de cruzamento das cadeias de triangulação, que distariam


entre si um máximo de 150 quilómetros, observou-se um par de pontos de Laplace
(numa primeira fase, um por cruzamento) e mediu-se uma base (ainda no período da
utilização de fios de invar) de comprimento não inferior a dezena de quilómetros.

A precisão das figuras de cruzamento tem uma grande importância, pois é


necessário que os pontos comuns tenham um erro desprezível. Ao calcularmos as
cadeias ao longo dos meridianos e as cadeias ao longo dos paralelos teremos os pontos
de cruzamentos, nas figuras os lados mais carregados foram medidos a geodímetro ( ver
o esquema nº III em anexos)

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2.2.2 - Poligonação

Recorreu-se muito poucas vezes a poligonais geodésicas e, quando tal


aconteceu, foi por urgência no fornecimento de elementos à Cartografia.

Lançaram-se as seguintes:

 Na zona de Malange, entre os paralelos 8ºS e 9ºS, apoiada nos


vértices Catete e Soche, com um desenvolvimento de 600
quilómetros.
 Na zona de Nehone, duas, com desenvolvimento total de 600
quilómetros, uma entre os paralelos 15ºS e 16º30´S, ligando os
vértices Embundo e Tchamutete, e outra entre o paralelo 16º30´S e a
fronteira, apoiada nos vértices Bongola e Bambi.

2.2.3 - Trilateração

Em 1962, para efeitos de apoio geodésico à carta 1/100 000, trilaterou-se uma
rede na zona da Quissama, composta por 33 vértices, entre Catete e Porto Amboim.
Alguns destes vértices foram posteriormente integrados no meridiano mais próximo da
costa.

2.2.4 – Astronomia geodésica

Distinguem-se os quatro seguintes períodos:

Do Período de 1941 a 1974 Durante este período utilizou-se, para determinações


astronómicas de longitude, latitude e azimute, o seguinte material: teodolitos Troughton
e Wild T3, cronometro sideral Negus, cronógrafo Favargé de uma pena e rádio -
receptor Standard.

As longitudes foram obtidas pela observação de séries de estrelas nas suas


passagens meridianas, as latitudes pela medição das distâncias zenitais meridianas de
pares de estrelas a Norte e a Sul do zénite, e os azimutes pelo método dito dos ângulos
horários de estrelas circumpolares próximas da máxima elongação.

O estado do cronómetro era determinado pelo método de ``ouvido e vista ´´,


procurando-se as coincidências dos seus batimentos com vista os sinais rítmicos
recebidos via rádio.

Efectuaram-se observações astronómicas de latitude, longitude e azimute no


extremo Sudeste da base do Alto Catumbela, no extremo Sudeste da base de Lucala e no
extremo Sudoeste da base de Quitinda.

Período de 1948 a 1951- por cedência dos Serviços Meteorológicos de Angola,


dispôs-se, durante este espaço de tempo, de um instrumento de passagens Askania AP90
munido de micrómetro impessoal e níveis Talcott. Adquiriu-se um receptor
electromecânico.

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Passou a utilizar-se, sistematicamente, o método de Talcott para determinação


das latitudes. As longitudes e azimutes continuaram a ser determinadas como
anteriormente, mas recorrendo – se ao micrómetro impessoal no caso da longitude. O
estado do cronómetro era ainda obtido pelo método das coincidências, mas utilizando o
processo de Hanni ou da extinção de sinais.

Com este equipamento observou-se o vértice Campo de Aviação, escolhido para


ponto fundamental, no extremo sudoeste da base geodésica de Camacupa e repetiram-se
Lucala e Alto Catumbela.

Foram feitas observações para latitudes e longitude em Sacandica, Quimbata,


Luvo e Nóqui, da fronteira Norte.

No Período de 1952 a 1965 em 1952 foram adquiridos um instrumento de


passagens Askania AP70, com micrómetro impessoal e níveis Talcott, e um receptor
Halicrafters.

Pôde utilizar-se, também, um instrumento de passagens Bamberg, munido de


nível Talcott, mas não de micrómetro impessoal, cedido pela Missão Geografica de
Cabo Verde. Recorreu-se a este aparelho quando, numa mesma campanha, mais que
uma brigada procedeu à observação astronómica.

Na determinação dos azimutes usaram-se três métodos. Nas estações a Sul do


paralelo 12º observaram-se circumpolares próximas da máxima elongação pelo método
dos ângulos horários. Nas estações do paralelo 12º S e a Norte seguiu-se um dos dois
métodos: ``passagens meridianas de pares de estrelas lentas a Norte e a Sul do Zénite´´
ou pares de estrelas lentas a elongação Este e Oeste. Na determinação por passagens
meridianas utilizou-se o instrumento de passagem AP70 e nos outros dois métodos,
primeiros um teodolito Wild T3 e, posteriormente T4.

Efectuaram-se observações astronómicas de latitude, longitude e azimute nos


vértices Bango, Calonda, Cananga, Canjungo, Cassoneca, Chabola, Chiluage,
Chimbote, Devo, Miolé, Mualeca, Pine, Pongo, Quitungo, Taquete, Tiaba-Tiaba, no
extremo Norte da base de Tandué e em Cambanda (extremo Sudoeste da base do Lui),
ver esquema nº IV de alguns pontos astronómicos.

Observou-se, por carência de condições atmosféricas favoráveis, apenas latitude


e longitude nos vértices Jombo e Quisseia.

Reobservou-se latitude no vértice ``Campo de aviação ´´ em Camacupa,


utilizando exclusivamente estrelas do FK4.

2.2.5-Síntese dos principais trabalhos de Campo (1941-1974)

Implantação de cerca de 3000 vértices geodésicos (devidamente assinalados com


marcos de betão), constituindo cadeias de triangulação de 1ª Ordem e outras, com um

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

desenvolvimento aproximado de 15 000 quilómetros, o que corresponde à cobertura


geodésica de 520 000 Km2;

 Cartografadas, por métodos clássicos, 12 folhas e meia da Carta de Angola na


escala de 1/250 000, perfazendo uma área de cerca de 150 000 Km2;
 Fornecimento, aos Serviços Geográficos e Cadastrais de Angola, do suporte
geodésico (suficientemente denso a Oeste) que lhe permitiu, em cooperação
com as empresas Artop e Tecafo, publicou as 472 folhas da Carta Geral de
Angola (aerofotogramétrica) na escala de 100 000;
 Implantação da rede geodésica de Cabinda e estudo de problemas inerentes às
fronteiras com a África Equatorial Francesa (República do Congo) e o Congo
Belga (Republica do Zaire);
 Estudo e implantação da fronteira de Angola com a Federação das Rodésias e
Niassalândia (República da Zâmbia) no rio Cuando e apoio fotogramético para
a cartografia da região;
 Estabelecimento da rede geodésica para apoio ao estudo da fronteira de Angola
com Sudoeste Africano (Namíbia), na foz do rio Cunene;
 Estabelecimento da rede geodésica para apoio ao estudo da variante do caminho
de ferro de Moçâmedes na Serra da Chela;
 Estabelecimento da rede geodésica para apoio ao plano do Povoamento de
Camabatela;
 Triangulação de 2.ª ordem, em adensamento da rede geodésica de 1.ª ordem,
com o objectivo imediato de apoiar o levantamento cartográfico na escala de
1/25 000 para o Plano de Desenvolvimento do Distrito do Huambo;
 Observações astronómicas de latitudes, longitude e azimute em 31 estações
(pontos de Laplace);
 Medição de 35 bases geodésicas: 18 à fios de invar e 17 constituídas pelo
menos por um trilátero medido a geodímetro - laser;
 Execução e implantação de linhas de nivelamento geométrico de alta precisão
ao longo de 4500 quilómetros, materializadas por cerca de 4000 marcas
convenientemente fundadas;
 Execução de medições gravimétricas em cerca de 1100 estações ao longo de
5450 quilómetros de linhas de nivelamento geométrico, dos quais 800 ainda não
nivelados;
 Trilacteração a telurómetro, na zona da Quissama, para fins cartográficos, de
uma área com cerca de 4500 quilómetros quadrados.

2.3 - Fronteiras

As potências europeias, Portugal, Inglaterra, França, Bélgica e mais tarde


Alemanha interessaram-se pela ocupação colonial em África, procurando cada uma
reivindicar para si cada vez mais territórios, o que levou a uma serie de conflitos
diplomáticos.

A situação acima referida levava a que a disputa dos territórios fosse feita,
muitas vezes sem um conhecimento geográfico minimamente aceitável.

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

A célebre conferência de Berlim (1884-1885) levou a uma definição de partilha


de África entre as potencias europeias colonizadoras. Convém, no entanto referir que os
verdadeiros limites dos territórios colonizados, só se efectivou de facto mediante
acordos tratados e arbitragens um pouco por toda África, feitos quase sempre
bilateralmente.

No caso de Angola foram feitos alguns tratados como, por exemplo, com o
chamado estado independente do Congo (depois Congo belga), território mandatado do
Sudeste africano (hoje Namibia), federação das Rodésias e Niassalândia (na parte
respeitante à actual Zâmbia).

Em 1885 Reproduziu-se um mapa, onde se verifica que a fronteira Leste não


existe e não está indicada em todo território correspondente a sensivelmente a metade
Leste de Angola. A fronteira Sul é representada por um paralelo muito mais ao Sul do
que a actual. É o paralelo 18º24´. (ver em anexo esquema nº V).

a)-Fronteira Norte

A fronteira Norte a partir do oceano atlântico é formada pelo rio Zaire até Nóqui.
A partir do Nóqui segue sensivelmente o paralelo 5º 52´10,4´´ até ao rio Lubishi,
subafluente da margem esquerda do rio Cuango.

Na carta de 1965 (Ministério do Ultramar – Junta de Investigações do Ultramar


– Missão Geográfica de Angola) na escala 1\2000000, estão indicadas diversas marcas,
mas só estão numeradas as seguintes: I, XV, XX, XXV, XXVII A, XXVII B, XXX,
XXXVIII A, XL e XLII. É ainda de referenciar que aproximadamente a partir do marco
XVII, a fronteira segue o rio Luvo até a confluência com o rio Cuango, a fronteira é este
ultimo até a sua confluência com o rio Lola sendo este ultimo a fronteira até ao paralelo
8º 6,2´ (aproximadamente), onde se encontra o marco 34, com a fronteira a seguir o
paralelo até o rio Cambo, sendo fronteira até a confluência com o rio Uovo, seguindo a
fronteira ao longo do rio Combo até ao marco 33 no paralelo 8º Sul, seguindo a
fronteira por este paralelo até o marco 32, seguindo depois o rio Lucaia até ao marco 31
no paralelo 7º 55. 6´ (aproximadamente), sendo este paralelo fronteira até ao marco 30,
seguindo depois o curso do rio Cuengo até ao marco 29 no paralelo 8º Sul, seguindo
este paralelo com os marcos 28, 27, 26, e 25, passando neste último a seguir o curso do
rio Luilo até ao paralelo 7º 34, 9’ (aproximadamente) onde está o marco 24, sendo este
fronteira até ao rio Cungulungo que é a fronteira até a confluência com o rio Cangolo no
paralelo 7º Sul onde se encontra o marco 23, continuando a fronteira pelo paralelo onde
se encontra os marcos 23, 22, 21, 20, 19, 18, e 17.

A partir do marco 17 a fronteira segue o rio Lóvua até ao paralelo 6º 54,5´


(aproximadamente), onde se encontra o marco 16, seguindo o paralelo com os marcos
15, 14, e 13, sendo este último o limite e onde se verifica o encontro com o rio Chicapa
que é a fronteira até ao paralelo 7º 17,5´ (aproximadamente), começando com o
marco12 e onde estão assinalados os marcos 11, 10, 9, 8, 7, 6, 5 e 1. Terminando a

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

fronteira no marco 1 sobre o paralelo e começando daí para frente a fronteira Leste com
o rio Cassai.

b) - Fronteira Leste I

A fronteira Leste a partir do Norte começa na intersecção do paralelo 7º 17,5´


(aproximadamente) com o rio Cassai e é formada por este até á confluência com o rio
Luau, continuando ate ao marco 25 e a partir deste para Leste, começa a fronteira Norte
do Cazombo.

c) Fronteira Norte do Cazombo

Esta fronteira começa no marco 25 e continua para Leste terminando no marco I.


Este marco parece ter uma dupla numeração, árabe e romana, sendo o número I dos
marcos (em numeração romana da fronteira Leste do Cazombo).

d) Fronteira Leste do Cazombo

Esta fronteira de Norte para Sul começa no marco I e é constituído pelo rio
Jumbi até a sua confluência com o, rio Zambeze constituindo este, um pequeníssimo
troço da fronteira que continua com os marcos II A até VI e a partir deste é formada pelo
rio Mudilege, continuando a partir do marco VIII até ao marco XII, continuando ainda
pelo rio Cometete até aos marcos XIV e XV, seguindo depois o rio Niela até a
confluência deste com o rio Manhinga, terminando no marco L1 no paralelo 13º onde
começa a fronteira Sul do Cazombo.

e) Fronteira Sul do Cazombo

Esta fronteira é formada pelo paralelo 13º do marco L1 até ao marco M1 onde o
paralelo intersecta o meridiano 22º onde começa a fronteira Leste II.

f) Fronteira Leste II

É formada pelo meridiano 22º a partir da intersecção com o paralelo 13º e


começa no marco M1 e vai ate ao marco M37 que é a intersecção com o rio Cuando.

Este marco M37 parece também a numeração 1, onde começa o resto da


fronteira com os marcos numerados de 1 a 29 sendo este ultimo designado por
´´TRIUNE POINT´´, onde termina a fronteira Leste e começa a fronteira Sul. Os
marcos de 1 a 29 são fronteira Leste do rio Cuando.

A Missão Geográfica de Angola fez uma triangulação de 1ª e 2ª ordens especiais


para a definição destes marcos. É uma triangulação muito pormenorizada, por causa da
boa definição da fronteira, pois o rio Cuando não é fronteira, sendo esta formada por
pequenos troços rectos que vão ´´ziguezaguiando´´ de uma maneira muito complexa e
em terreno alagado em alguns períodos do ano.

g)Fronteira Sul

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

A partir do mar, a fronteira é formada pelo rio Cunene até ao marco Ruacaná nas
proximidades das cataratas do mesmo nome. A partir do Ruacaná a fronteira segue o
paralelo 17º 23´23,5´´ ``valor médio provisório ´´ marcado com os marcos numerados
de 1 a 47. A partir deste último a fronteira é o rio Cubango que vai até ao marco 1 nas
proximidades do rio Dirico.

A partir do marco 1 a fronteira é uma recta até ao marco ``TRIUNE POINT´´,


fazendo portanto a ligação com a fronteira Leste. São 23 marcos não contando com o
´´TRIUNE POINT´´, sendo este o único ponto na fronteira terrestre de Angola que é
comum a Angola, Namíbia e Zambia.

2.3.1 - Fronteiras da província de Cabinda

Considerando que a parte formada pela província de Cabinda está separada


geograficamente do resto de Angola, é tratada separadamente:

a) Fronteira Norte

A começar junto ao mar temos a baliza A seguindo-se as B, C, D, E, a, b, c, d, f.


Da baliza F segue o paralelo 4º36´(valor aproximado) até ao rio Luali, sendo este
fronteira até a baliza G, seguindo-se as balizas e, f, H, I, g, F, onde termina a fronteira
Norte e começa a fronteiras Leste.

b) Fronteira Leste

Começa na baliza J seguindo o rio Luango até a confluência com o rio Lucala e
continuando com este até ao marco ´´confluencia´´. Deste marco segue o meridiano
12º32,7´ (aproximadamente) com os marcos Zila Zambi, Caio Cacongo, Chimbuande,
Cacongo Songo até ao marco Intersecção, onde termina esta fronteira e começa a do
Sul.

c) Fronteira sul

Esta começa no marco Intersecção e segue o paralelo 5º 44,2´ (valor


aproximado), com os marcos Congo Lemoeno, Selili até à um marco sem designação. A
partir deste último segue em direcção o mar com os marcos Yema e D.

2.4 - Data Geodésico de Angola

2.4.1- Conceito de datum

Datum geodésico – é a origem do sistema de coordenadas geográficas onde se


considera o elipsóide adoptado para uma dada região (território) coincidente ou paralela
ao Geóide.

Datum Lucala

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

O datum Lucala foi o primeiro de Angola baseado no elipsóide de Clarke 1866


com os seguintes elementos: a = 6378206,4 e f = 1/ 294,9786982, ver o esquema 1 da
figura de expansão da base Lucala

Latitude 9º17´12.45´´

Longitude 15º10´44.06´´

Azimute 121º00´34.90´´

2.4.2- Mudança da base de Lucala para Camacupa

Depois de Lucala, foi adoptado como centro geodésico de Angola o datum


Camacupa tendo como superfície de referência o elipsóide de Clarke 1880 com os
seguintes elementos: a = 6378249,145 e f = 1/ 293,465. O ponto inicial da base
Camacupa é o vértice Campo de Aviação com as seguintes coordenadas:

Latitude 12º01´08,46´´

Longitude 17º27´19,512´´

Azimute 78º07´43,47´´ (de Campo de Aviação para Jamba)

É de salientar que em Camacupa só num dos extremos da base (vértice Campo


de Aviação) foram efectuados observações astronómicas o que não permite o termo
independente da equação de Laplace que caracteriza a precisão das medições.

Esta mudança foi importante porque, dada a configuração geográfica de Angola,


Camacupa fica praticamente no centro geométrico, o que é sempre vantajoso (em
principio), para o estabelecimento de um Datum. Por outro lado, Camacupa, além de
ocupar o centro geométrico de Angola está na pleni-planície ligeiramente inclinada para
leste e para sul e não tem relevo acentuado, o que evita desvio da vertical (ver esquema
2-Base de Camacupa).

Estudos geofísicos feitos após a instalação do Datum mostraram que no subsolo


da zona não existiam massas minerais susceptíveis de provocar anomalias
Gravimétricas.

Determinaram-se a declinação magnética nas estações principais e secundárias;

Executaram-se observações astronómicas de latitude e longitude em pontos


considerados convenientes;

Observaram-se azimutes astronómicos de 200 a 200 quilómetros da rede


geodésica e havendo possibilidades, a longitude, para estabelecimento das equações de
Laplace.

Esquema 1 Base I Lucala na escala original 1/250000

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Esquema 2 base IV Camacupa na escala original 1/250000

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

2.5 Bases geodésicas

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Não se distinguem períodos, porquanto as alterações de objectivos cartográficos


não tiveram qualquer influência nas precisões, métodos e aparelhagem utilizada.
Faz-se distinção entre os comprimentos medidos a fios de invar e os medidos por
métodos electrónicos.

Medições a fio de invar - Foram medidas dezanove bases a fios de invar, de


vinte e oito reconhecidas para esse efeito.
Em 1967 foi projectada e construída na Mangunja (Caala) uma base de aferição,
que passou a permitir a comparação dos fios de invar antes e depois da medição de cada
base geodésica.
A dificuldade da escolha de um terreno propício ao estabelecimento da base (de
preferência com dez ou mais quilómetros sensivelmente planos), as derrubas que
normalmente implica, a regularização de desníveis, a piquetagem, a construção de
marcos de secção e ainda a sua própria tecnologia operativa, tornaram a medição a fios
de invar morosa, cansativa e cara.

Medição por métodos electrónicos – com aquisição de telurómetros em 1961 e


de um geodímetro AGA laser modelo 8 passou-se a medir correctamente os lados
geodésicos.

Tabela nº 1 bases medidas a fio de invar segundo Instituto científico Tropical (1983)

Épocas Designações Comprimentos em metros


1941 a 1951 Quitinda 6102,225
Lucala 8777,506
Alto Catumbela 7700,291
Camacupa 11282,092
1952 a 1969 Humbe 7652,758
Cimo 6527,486
Serpa Pinto 10393,528
Moçâmedes 5795,590
Quipungo 5183,977
Kimongo (Cabinda) 2379,849
Catumbela 5769,848
Tandaué 11439,080
Namatuco - Chimbongo 12064,842
Sare 9748,664
Luiana 9354,540
Lui 14588,330
Cuima (base de aferição de 12139,778
telurómetros e geodímetros)
Mangunja (base de aferição 959,98260
de fios de ínvar)

2.6- Nivelamento de precisão

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

O nivelamento geométrico de precisão foi iniciado em 1956 com o


reconhecimento e sinalização de 700 quilómetros. O troço Luanda - Malange seguiu a
linha do caminho-de-ferro.
A cota origem está referenciada ao marégrafo de Luanda.
Nas observações foram utilizados níveis Wild N3, miras de invar aferidas e
estacas de aço para apoio destas. Ver esquema nº VI da rede de nivelamento em anexos.

2.7-Gravimetria
A Missão iniciou os trabalhos de Gravimetria no ano de 1968, utilizando um
gravímetro geodésico Worden-Master com a precisão de 0.01 miligales.
Pretendia-se obter valores da intensidade da gravidade ao longo de linhas de
nivelamentos de alta precisão com vista ao estabelecimento de sistemas de cotas
ortométricas e científicas, e, por adensamento da rede, colher os elementos necessários à
elaboração dos vários tipos de cartas isoanómalas.
Nas linhas do nivelamento de alta precisão, do ponto de vista das observações
gravimétricas, distinguiram-se dois tipos de estações:
 Estações principais, separadas em média de 30 quilómetros, cujas diferenças de
intensidade da gravidade foram obtidas a partir das determinações
correspondentes a quatro percursos, efectuados no intervalo de tempo de duas a
três horas para que a ``deriva ´´ pudesse considerar-se constante.
 Estações secundárias, situadas entre as referidas no ponto anterior e afastadas
entre quatro e seis quilómetros.
No conjunto, foram realizadas observações gravimétricas em 1100 estações,
cobrindo uma extensão aproximada de 5450 quilómetros, 4650 dos quais sobre marcas
de nivelamento com cota conhecida e os restantes sobre marcas ainda não niveladas. Ver
o esquema nº VI dos pontos gravimétricos em anexos.

Visando a compatibilização das medições efectuadas nas cercas de 2500 vértices


existentes entre a costa e meridiano 18º E, foi a zona Oeste da triangulação dividida em
três blocos. O Bloco I, entre os paralelos 9º S, 13º30´S com uma área de 200000 Km2 e
os blocos II e III incluindo as triangulações existentes respectivamente a Sul e a Norte.
Nesta distinção em blocos, privilegiou-se o designado por I por nele se haver
procedido as revisões e, em grande medida, às observações de comprimentos e pontos
de Laplace tidas por convenientes. A orientação que se vinha seguindo, de se generalizar
o procedimento a efeitos elaborados. Adoptou-se para superfície de cálculo a do
elipsóide de Clarke de 1866 e, para coordenadas iniciais, as astronómicas do vértice
Sare. Usou-se o método das equações de condição para os ajustamentos.

Os trabalhos de delimitação foram dados por concluídos em fins de 1964, em


encontro efectuado pelas partes interessadas, em Lisboa. Após a ligação ao ponto
fundamental em Camacupa foram refeitos os cálculos no sistema Angolano de
coordenadas geodésicas.

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

2.8 - O futuro da geodesia em Angola

Segundo a Eng.ª Ana Domingas, Falar do futuro da Geodesia em Angola, é um


assunto que requer uma análise pormenorizado de uma série de métodos e critérios que
direita ou indirectamente influenciam o seu pleno funcionamento.

Como sabemos a Geodesia é uma ciência que não actua sozinha, isto é, a
Geodesia tem determinadas ciências afins que se interligam de modos que o seu final
seja a população.

A Geodesia que no seu conceito lato e utilitário dedica-se ao estabelecimento de


triangulação geodésica, destinadas a servir de apoio aos levantamentos e que na sua
componente científica dedica-se a determinação da forma e dimensões da Terra,
facilmente podemos notar que esta ciência tem um carácter duplo de aplicabilidade isto
se tivermos em conta a sua própria definição.

O futuro da Geodesia em Angola, passa primeiramente por se fazer uma análise


e reestruturação de todos os trabalhos feitos após a independência. Referimos a alguns
feitos antes da independência porque como sabemos, foi antes da independência que se
fizeram os grandes trabalhos de Geodesia em Angola e que, no nosso ponto de vista
seria muito honroso fazer-se a revisão e rastreamento de todo trabalho feito na nossa
época. Assim pegávamos somente nos trabalhos de maior realce, procedendo-se a sua
análise e actualização.

Teremos que adquirir material sofisticado, a fim de se fazer o controlo contínuo


sobre as ondulações do geóide, que actualmente tem sido motivo de grandes
investigações por cientistas ligados a área e futuramente podemos ter inúmeras
informações sobre o comportamento do geóide, da sua ou não estabilidade e através
disso tirarmos muitas duvidas que até hoje persistam.

Muito tem que se fazer na Geodesia em Angola, mas é preciso sobre tudo que
haja vontade política por parte das estruturas centrais em dar o devido apoio, em
primeiro lugar as instituições que já estão criadas e em segundo lugar a criação de novas
instituições com objectivo e funções previamente definidas. Só assim, poderemos
pensar num futuro promissor para Geodesia em Angola, mas sem termos medo de
investir para o benefício da nossa geração e das gerações vindouras.

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Capítulo 3 - Instrumentos utilizados em Angola pela Missão Geográfica:

a) Fio de Invar

Faz parte dos instrumentos utilizados na implantação de bases geodésicas em


Angola cuja preparação segue os seguintes passos:
Após a estiragem, são submetidos a um tratamento especial, são metidos em
estufas durante três meses a uma temperatura que decresce progressivamente de 100º a
20º e depois são submetidos a pancadas violentos de aproximadamente 400 choques.
Os fios só são postos ao serviço muito tempo depois.

Propriedades do fio:
Comprimento padrão dado 24 metros
Diâmetro de 1,65 milímetros.
O peso é de 17 g/metro, ou seja, um total de 408 gramas.
A força de ruptura dos fios de invar é de 9,3 T/

Para o transporte deve-se evidentemente enrola-los sobre um tambor especial


(50 cm de diâmetro) e esta operação impõe ao fio uma tensão de 5 T/cm2.
Para obter uma tensão conveniente no fio, aplica-se durante o trabalho, uma força de 10
kg, o que corresponde a 0,5 T/ .

Estes números mostram que a manipulação de tais deve ser feita com o maior
cuidado. Devendo-se evitar choques e mesmo tocar no fio com os dedos sob pena de
modificar as características do fio e a fazer medidas erróneas. Cada fio tem nas suas
extremidades uma régua pequena de 8 centímetros que é graduada e cujas leituras são à
lupas; com uma precisão de 0,1 mm, ou seja 1/200 000. O fio é colocado sobre dois
tripés alinhados com um teodolito.

A medição de bases com fios de invar era muito difícil pelo facto de que para o
fio ser utilizado e atingir a precisão desejada de 0,1mm passava em um longo processo
que levaria um (1) ano.
O fio de invar era colocado em tripés especiais e com um peso.

b) Mira de invar

A mira de invar para nivelamento de precisão é fixado em um tripé para manter a


verticalidade. Fig.3.1

c) Teodolito

O teodolito é um instrumento óptico de medição de posições relativas. É


vulgarmente utilizado em topografia, navegação e em meteorologia; funciona com uma
óptica, montada num tripé, com indicadores de nível, permitindo uma total liberdade de
rotação horizontal ou vertical; mede distâncias relativas entre pontos determinados, em
escala métrica decimal (ver figuras 3.2 e 3.3.).

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

___________________ Mira de invar

Fig.3.1

Fig. 3.2 Teodolito WILD T2,

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Fig. 3.3 Teodolito WILD T3

Com a evolução da electrónica surgiram os distanciómetros electrónicos que


permitiram remedir as bases antes medidas a fio de ínvar.

Os níveis são instrumentos ópticos de medição de distancia e desnível, utilizados


frequentemente em Topografia para nivelamento geométrico de precisão, em Angola
para o nivelamento geométrico de precisão utilizou-se o nível WILD N3 figura 3.4

Fig. Nível WILD N3

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Anexos de reproduções de alguns


esquemas.

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Esquema I rede geodésica de Angola de 1ª ordem na escala original


1/6000 000

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Esquema II da rede geodésica de 2ª ordem Distrito de Huambo na escala


original 1/1000 000

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Esquema III figuras de cruzamentos de paralelos com meridianos

31
Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Esquema nº IV pontos astronómicos na escala original 1/8000 000

32
Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Esquema V carta de Angola onde a fronteira Leste não aparece

Carta de Angola de 1885 em que não está representada a parte Leste e


consequentemente a fronteira sul é indicada pelo paralelo 18º24´.

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Esquema VI rede de nivelamento na escala original 1/3000 000

34
Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Esquema VII rede gravimétrica na escala original 1/3000 000

A gravimetria foi feita depois de se fazer o nivelamento o que tornou – se mais


dispendioso.

35
Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Esquema nº VIII Carta geral de Angola na original escala 1/6000 000

Mapa de Angola com a localização das folhas da carta topográficas na escala de 1/100
000

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Conclusão
Dos diferentes conceitos que o homem teve a cerca da figura da Terra a mais
aproximada é o geóide realidade física da Terra

Em Angola, realizaram-se actividades como Triangulação, Poligonação,


Trilateração bem como Astronomia geodésica.

É de salientar que para a realização das várias tarefas foram percorridos milhares
de quilómetros a pé.

A rede geodésica ao longo da costa marítima, e a edição das cartas hidrográficas


foram criadas pela Missão Hidrográfica de Angola.

A Missão Geográfica de Angola estabeleceu uma rede geodésica, formada por


cadeias de triangulação ao longo de meridianos e paralelos e elaborou uma carta geral
na escala 1/250 000.

Depois de Lucala, adoptou-se como ponto origem para a rede geodésica de


Angola o datum Camacupa que reune condições favoráveis para o estabelecimento de
um datum, pois fica praticamente no centro geométrico do país e não tem relevo
acentuado.

No tocante as fronteiras, registra-se um mapa de 1885, no qual a fronteira Leste


não existe e não está indicada em todo território correspondente a sensivelmente a
metade Leste de Angola. A fronteira Sul é representada por um paralelo muito mais ao
Sul do que a actual. É o paralelo 18º24´.

Para que melhoremos ou reestruturarmos a rede geodésica de Angola, é


necessário recorrer a todos os trabalhos feitos anteriormente e aplicando métodos
modernos e novas tecnologias.

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Bibliografia

AVELINO, Ana Domingas da Silva, 2002, Geodesia de Angola – Fronteiras de


Angola, Tese de licenciatura em Engenharia Geográfica – Faculdade de Ciências da
Universidade Agostinho Neto 221p. mais Adenda com figuras e mapas de 48p. (não
publicado).

CONCEIÇÃO, José Farinha da, 1970. A evolução da Geodesia e a ocupação


geodésica do ultramar Português em África, Junta de Investigação do Ultramar Estudos,
Ensaios e Documentos nº127, Lisboa, 86 p.

FERNANDES, Abílio Alves, 2004, Fronteiras terrestres de Angola, Faculdade de


ciências - Universidade Agostinho Neto, Luanda, 85 P.

Instituto de investigação Científica Tropical,1983, Da Comissão de Cartografia


(1883) ao Instituto de Investigação Científica Tropical(1983), Lisboa, pp. 209 - 234

MELCHIOR, Paul, 1971, Physique et Dynamique Planitairs, Volume I - Geodesie et


Astronomie Géodesique, Vander Edteur, Lovoin, 247 p

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Geodesia de Angola Elaborado por Geraldo António Ginga & João Lote Solino

Dados académico:

Nome: Geraldo António Ginga / Nº 57058

Nome: João Lote Solino / Nº 57062

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