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Neste artigo ciamos

um nome àquilo que


MOVIMENTOS DO
impede o funciona-
mento pleno de uma
aula: a presença do
NEGATIVO NO
negativo. Nossa hipó- 1
tese é que a preocupa-
ção atual por motivar e
ENSINO MÉDIO
interessar a alunos su-
postamente apáticos e
indiferentes está assen-
- COMO
tada na idéia de que o
negativo pode ser eli-
minado com base em
ABANDONAR A
algum saber. Deste
modo, transforma-se
um problema político
PEDAGOGIA
em um problema de
conhecimento. Afirma-
mos, ao contrário, que
"INGALLS"?
se trata de dialogar
com o conflito.
Pedagogia; negativo;
escola

Estanislao Antelo
UPS AND DOWNS OF
THE NEGATIVE IN SE- Ana Laura Abramowski
CONDARY SCHOOL
HOW TO LEAVE THE
"INGALLS" WAY OF
PEDAGOGY?
In this article we try
to name the cause that
prevents thefully func- LTTlquele que ensina na escola média depara ra-
tioning of the class: the pidamente com os que dizem não. Nosso ponto de
presence of the negati- partida é a constatação de que não há estratégia didáti-
ve. Our hypothesis is ca que permita livrar-nos dos "do fundo", dos que aten-
that our current preoc- tam contra o transcorrer da aula interrompendo-a, dos
cupation ofgetting our desatentos, dos que resistem, dos sediciosos que se le-
students' interest and
motivation is based on
the idea that negative
can be solved by me-
ans of some knowled- Professor titular na Faculdade de Humanidades e
ge. In this way, a politi- Artes da Universidade Nacional de Rosário -
cal problem becomes a Argentina. Master em Educação pela Universidade
problem related to kno-
Nacional Entre Rios. Doutorando em Educação
wledge. In our opinion,
pela UNR. Diretor do Cuaderno de Pedagogia
it is just the contrary.
Rosário.
We have to dialogue
Professora de Ciências da Educação na
with the conflict.
Universidade Nacional de Rosário - Argentina. Ex-
Pedagogy; negative;
bolsista da Fundação Antorchas.
school
Tradução: Daniela Teperman
vantam e se sentam, dos ávidos por ir ao banheiro, dos que
contaminam e parasitam a aula, dos de sempre. Daqueles que
formam certo resto que em toda aula não deixa de existir.
"Alguns vão prestar atenção, mas sempre vai existir, sem
ser pejorativo, esse resto que não se pode desgrudar do fundo
da garrafa" (professor de línguas em uma escola média de Ro-
2
sário, 27/11/98) .
Pensamos que não há estratégia didática - nem haverá.
Quando ensinamos, o outro, em algum momento, diz não. Tra-
ta-se de certo distúrbio no ensino que acreditamos dever ser
reconsiderado. Não se trata, em termos estritos, da complexida-
de do conhecido "fracasso escolar", mas da impossibilidade de
livrar-se daquilo que vem necessariamente interromper certa
ordem. Imaginemos, por exemplo, uma aula na qual as coisas
funcionem plenamente: todos trouxeram seu livro, todos pres-
tam atenção, todos estudaram. Quando se requer, há participa-
ção ativa e/ou silêncio. Não há apatia, desinteresse, tédio, etc.
Imaginemos uma aula na qual o polinômio seja de interesse para
3
todos. Imaginemos uma festa dos CBCs espalhando-se entre
os alunos alegremente. Imaginemos alunos motivados apropri-
ando-se significativamente da Revolução Industrial, enquanto
os saberes prévios oferecem-se generosamente e nos é gratifi-
cante ver a formação de competências em sua total plenitude.
"Se tivéssemos os alunos perfeitos, motivados, atentos,
educados, já teríamos o trabalho feito, ou seja, qualquer um po-
deria dar aulas. Este é o desafio: a desconexão de nossos pro-
gramas educativos com os interesses de nossos alunos" (J.L.P.C.,
4
EDUTEC, 1 0 / 1 0 / 9 8 ) .
Uma aula que funcione plenamente é uma aula na qual o
negativo está ausente, na qual os estudantes não nos fazem "re-
nunciar". Uma aula que funcione é o que ainda não se viu. A
5
família Ingalls - fatídico sonho pedagógico reiterado - não é
uma aula.
0
A insistência de "Joâozinho" é uma possibilidade sempre
presente instalada em cada aula, em cada mapa conceituai. Que
"Joâozinho" seja hoje um hiperativo não acrescenta grande coisa
ao sonho óoAo mestre com mrinho.
Entendemos o negativo como aquilo que impede a sutura,
o encerramento de toda identidade. Como aquilo que, vindo de
fora, não deixa que a coisa se feche. No instante mesmo em que
acreditamos ver os alunos terem se apropriado de determinado
conceito, algum deles pergunta qual foi o resultado do jogo, ou
a que horas é o show de Enrique Iglesias. E, diante disto, as expli-
cações ensaiadas são, na maioria das vezes, insuficientes. Por-
que o negativo não é o simples reverso do positivo. As compa-
rações escolares costumam ser engraçadas. Não se trata de an-
versos e reversos. Tampouco são duas faces da mesma moeda à
espera de que a sorte recaia de um lado ou de outro. Positivo e
negativo não são algo como duas esfe- Então, o que fazer com o que
ras separadas, excludentes. Mas tería- não funciona? O que pode fazer um
mos que pensar a "positividade sob a professor com o negativo? O que fa-
forma de uma negatividade rejeitada" zer com o conflito? O que acontece
7
(Green, 1995, p.71) . quando os nomes do negativo são de-
O professor Ernesto Laclau pro- sinteresse, desmotivação, indiferença,
porciona-nos uma ferramenta para apatia, tédio?
conversar com o negativo. Trata-se do Em algum lugar, o filósofo
que ele denominou, em "um sentido Gilles Deleuze recomenda modificar
8
desconstrutivo, um conceito impuro' . a pergunta. Não se trata tanto de "o
Na realidade, tédio, desinteresse, que fazer?", mas de "o que estamos
desmotivação, apatia são nomes desta fazendo?" "Ensinamos?" A nosso
impureza, nomes do negativo. E, en- ver, trata-se de ensinar, uma vez que
quanto tais, são aparências que o ne- é dessa ausência que a escola sofre.
gativo elege para, em determinadas No lugar e em substituição do ensi-
ocasiões, fazer-se presente. Mas trata- no, nos é exigido:
se de uma presença paradoxal, pois o 1 - Limpar e excluir definitiva-
que o negativo faz - ao fazer-se pre- mente os parasitas ocasionais. Trata-
sente - é mostrar aquilo que não está, se das múltiplas formas de livrar-se
aquilo que falta. No momento em que daqueles que - com seus "nãos" - in-
acreditávamos ter captado a atenção, comodam, daqueles que - com seus
notamos que alguém está dormindo. "nãos" - perturbam o clima da aula,
Trata-se de constatar que uma aula nun- daqueles que - com seus "nãos" -
ca funciona completamente, de mostrar não nos deixam avançar com o pro-
os limites do funcionamento da aula. grama. Os que dizem "não" têm mil
Situados nesse terreno, o fato de que a maneiras de fazer-se notar (e também
aula não funcione não será o resultado sabem fazê-lo por meio das notas).
de uma disfunção ocorrida ali onde o Mandá-los para fora, mudá-los de
que havia originariamente era uma en- período, repreendê-los, são tentativas
grenagem que funcionava com perfeição. de limpeza e busca da pureza. Pode
A aula que nos falta, nunca a tivemos. A ser que a harmonia recuperada se faça
aula que não funciona não é uma má- por um instante presente, mas este
quina, à qual deve-se trocar um pistão gesto não fará mais que aumentar o
para que volte a ser o que era. castigo e fabricar deserdados. Não há
O não funcionamento da aula pior intervenção do que aquela que
não é outra coisa que o conflito. impede um jovem de apropriar-se das
Aquele que ensina se vê obrigado a heranças em nome da resolução do
lutar com o conflito. Um conflito bas- conflito, já que sabemos que os es-
tante complexo e que, a nosso ver, é tudantes chamados mais conflitivos
insolúvel. Nossa tarefa não consiste costumam ser aqueles para os quais
então no que hoje se conhece como a escola ou o colégio funcionam
resolução de conflitos. Conflito em como única oportunidade. O poder
uma aula, conflito em toda relação hu- de aliança dos "nãos" escolares é me-
mana, é o que há. Uma vez que não nosprezado.
conhecemos uma sociedade humana 2 - Abandonar. Outro dos nomes
da qual o conflito esteja ausente, não do castigo é o abandono. Abandonar
vemos argumentos para que nossas é deixar sem amparo, desistir, renun-
aulas sejam uma exceção. ciar, descuidar. Hoje já dissemos que
o conflito encontra-se personificado Os garotos freqüentam nossas aulas
naqueles alunos desinteressados, apá- com navalhas, e nós respondemos di-
ticos, indiferentes. Uma das saídas pos- zendo que têm dificuldades na forma-
síveis para alguns seria, ao não saber o ção de competências. Nem a formação
que fazer com eles, abandoná-los. de competências, nem as opções técni-
Abandonar a batalha, abandonar os alu- cas profissionais, nem a aprendizagem
nos conflitivos, não dista de abando- significativa são suficientes para elimi-
nar o ofício de educar. Isto é, não assu- nar o conflito. Trata-se, pelo contrário,
mir a responsabilidade de educar. Ante de dispor-nos a estabelecer certo diá-
o conflito, ante o negativo, atuar de logo com o negativo. Dialogar com o
modo negligente, não se responsabili- negativo é talvez a forma da própria
zar, não responder. Abandonar o con- existência. E o conflito em nosso ofí-
flito, ignorando-o, é uma forma de cio é gerado diante da impossibilidade
"passar a vida fugindo" (Puiggrós, de saber de antemão para onde vão as
9
1997, p.10) . É renunciar e assumir a coisas que ensinamos. Sob nenhum
derrota diante do negativo. ponto de vista trata-se de tolerar afa-
"Se você conseguir promover um velmente - reconhecendo o não saber
real interesse pela temática da sua aula, sobre os efeitos de nosso ensino - as
levando-a às realidades concretas do interrupções, as ameaças, etc. Menos
dia-a-dia dos seus alunos, e eles não ainda trata-se de especializar-nos em
sentirem interesse algum... simplesmen- interioridades. A idéia de que um pro-
te convide-os a ficarem fora da festa. fessor deve "saber de psicologia" para
Deixe-os fora da sala de aula (com o ensinar é r e c e n t e . Um "garoto
consentimento e consenso da direto- conflitivo" não será então para nós o
ria) e continue com aqueles que se sen- que diz "não" e resiste - sinal de que
tem realmente interessados. (...) Respei- está vivo - , mas aquele que não tem
te-os, respeite seu desinteresse. (...) Você acesso à cultura, ou seja, aquele que não
não conseguirá que queiram algum dia pode habitar o conflito, aquele que nem
pertencer a sua aula, se forem expul- sequer pode dizer "não". O dr. Freud
sos. (...) Você somente poderá conse- costumava recordar que o primeiro
gui-lo, se, do pátio, puderem apreciar o homem que, em lugar de puxar uma
interesse daqueles que ficaram" (R.O., navalha, disse "eu vou te pegar" ou "te
intervenção na EDULIST, 20/11/98). espero na saída", talvez tenha sido o
"Com todo o respeito e sem que fundou a civilização.
expulsá-los, deixá-los fora da sala de aula, A navalha incrustada na carne
para que do pátio possam apreciar o in- pouco sabe de conflitos cognitivos.
teresse dos que ficaram, mas não sei se Dialogar com o conflito é uma expres-
não escapariam para o bar, em vez de são de claras reminiscências freirianas.
olhar como trabalham os demais" (A.T., Ocorre que, como o próprio Freire en-
intervenção na EDULIST, 24/11/98). sinara, o diálogo não se dará em um
Temos alguma opção diferente da terreno de certezas, mas em um espa-
limpeza, do abandono e da impotência? ço entre a insuficiência e a ignorância.
Parece que não. No entanto, nos- E não será o acesso a determinado co-
sa hipótese é que a escola está deixan- nhecimento certo - até o momento
do de ensinar e que os conflitos ine- não possuído - o que possibilitará dia-
rentes a nosso ofício, no melhor dos logar com o conflito. Trata-se mais que
casos, deslocaram suas formas, ou sim- de conhecê-lo (além de conhecê-lo), de
plesmente, o que é pior, estão ausentes. poder reconhecê-lo.
Poderíamos dizer então q u e a
c o n d i ç ã o para q u e algo da o r d e m da
e d u c a ç ã o ocorra é q u e o outro possa
e m algum m o m e n t o dizer "não" e
10
produzir a diferença . C a b e questio-
nar s e isso é a l g o q u e a c o n t e c e h o j e
e m m e i o a tanta p r e o c u p a ç ã o por dis-
solver o negativo. O p a n o r a m a atual
p a r e c e indicar que, mais q u e diferen-
ças, o q u e há é indiferença.
A l u n o s indiferentes: "Tudo lhes
dá na m e s m a " , n ã o distinguem, n ã o
diferenciam, n ã o discriminam. Não se
diferenciam. Aqui a l g u é m c o m razão
perguntaria: de q u e diferenças está se
falando? Q u a i s s e r i a m as d i f e r e n ç a s
q u e d e v e r i a m ser diferenciadas para
n ã o ser indiferente? "Talvez a indife-
rença dos estudantes tenha a ver c o m
o fato d e q u e n ã o compartilham c o m
o s adultos as diferenças q u e estes últi-
mos supõem legitimamente discerníveis.
Não d e v e m o s pensar a indiferença
apenas c o m o uma o p ç ã o dos estudan-
tes, que optam por p e r m a n e c e r
a l h e i o s e indiferentes. A indiferença
p o d e ser pensada t a m b é m c o m o uma
deterioração d o q u e as gerações adul-
tas t ê m o f e r e c i d o e t ê m a o f e r e c e r "
( A n t e l o , 1999). S e r á q u e t u d o p a r a
eles dá na m e s m a p o r q u e o q u e lhes
d ã o é o m e s m o ? E n t ã o d e v e - s e ensi-
nar o diferente para q u e n e m tudo
lhes d ê na mesma? C o n v é m deter-nos
neste p o n t o . Para q u e haja diferença
e m algum p o n t o , d e v e h a v e r repeti-
ç ã o . Há u m a herança q u e deve ser
passada, e a q u e l e s q u e a t o m a m s ã o
o s e n c a r r e g a d o s d e fazer algo - dife-
rente - c o m isso, a partir disso.
S a b e m o s , n o entanto, q u e a im-
possibilidade d e u m o b j e t o ( e m n o s -
so caso, o funcionamento pleno de
u m a a u l a ) - diz t a m b é m o professor
Laclau - n ã o e l i m i n a sua n e c e s s i d a -
de. V a m o s c h a m a r esta o p e r a ç ã o im-
possível, m a s n e c e s s á r i a , d e educar.
C h a m a m o s e d u c a ç ã o à tentativa im-
possível, m a s necessária, d e q u e as coisas funcionem. Mas o
e s f o r ç o para q u e as c o i s a s f u n c i o n e m n ã o p o d e , e m n o s s a
opinião, ser realizado s o b a suposição de q u e o negativo possa
faltar. É p o r isso q u e , c o m o d i s s e m o s , rejeitamos as estraté-
gias q u e partem d e pensar o negativo c o m o algo a ser elimi-
n a d o c o m b a s e e m u m "saber". Q u a i s são? B e m , b o a parte
d o q u e resta das v e l h a s teorias da m o t i v a ç ã o . B o a parte d e
certa psicologia e d u c a c i o n a l q u e s u p õ e s a b e r d e a n t e m ã o o
q u e é aquilo q u e virá a p ô r fim a o negativo. É resultado deste
esforço, a l é m d e obrigar o s d o c e n t e s a c o n s u m i r u m a e x c e s -
siva oferta editorial s u p o s t a m e n t e motivadora, transformar
u m problema político e m um problema de c o n h e c i m e n t o .
C o m o foi ressaltado p o r vários autores (Badiou, 1993; Laclau,
1996; Mouffe, 1993; R a n c i è r e , 1996), o fracasso da h a r m o -
nia n ã o é u m problema cognitivo, m a s u m problema político.
P o r q u e e n t e n d e m o s a política c o m o u m a tentativa precária,
incessante d e e s t a b e l e c e r certo diálogo c o m o conflito, c o m
as paixões.
E m d i r e ç ã o contrária e d e m a n e i r a chamativa, o s diag-
n ó s t i c o s d e fim d e s é c u l o r e s p o n s a b i l i z a m o s a t o r e s
institucionais p e l o fracasso. D i z e m - n o s q u e o s p r o f e s s o r e s
n ã o estão capacitados, q u e o s alunos vivem e m alguma ver-
s ã o da era d o vazio e da indiferença, q u e a e s c o l a foi esvazi-
ada d e c o n t e ú d o s . A solução: muita psicologia e d u c a c i o n a l ,
muita didática pacificadora, muito C B C .
Nós p e n s a m o s q u e a escola n ã o está vazia de conteúdos.
N e m vazia n e m cheia. A escola sofre, c o m o toda máquina cul-
tural, q u a n d o o q u e s e ausenta é o l a ç o . Para n ó s , ensinar é
u m a aposta, e s a b e m o s q u e o h o m e m é o ú n i c o animal q u e
aposta s a b e n d o q u e p o d e perder, o único q u e atira o laço s e m
s a b e r s e vai enlaçar. L a u r e n c e Cornu p r o p o r c i o n a - n o s u m a
idéia de confiança q u e p o d e ajudar-nos na ilusão de mitigar o
caráter d e aposta de n o s s o ofício. A confiança trata sempre de
u m a "hipótese sobre a conduta futura d o outro" (1999, p.19).
No entanto, a confiança costuma apresentar-se c o m o u m pro-
b l e m a d e c o n h e c i m e n t o . Trata-se d e afirmar q u e "o q u e c o -
n h e ç o m e dá confiança". O q u e q u e r e m o s lançar c o m o hipó-
tese aqui é q u e a confiança é tal, na medida e m q u e está basea-
da n o desconhecimento. Se s o u b é s s e m o s algo sobre a condu-
ta futura d o outro, n ã o ensinaríamos. D a í o fascínio p e l o s fil-
m e s e histórias futuristas n o s quais a l g u é m volta d o futuro e
nos adianta o resultado. Não se p o d e adiantar o resultado, c o m o
n ã o se p o d e voltar d o futuro, u m a vez q u e ninguém esteve lá.
Ensinamos, ou seja, temos confiança, dado q u e desconhe-
c e m o s estritamente a conduta futura d o outro. O outro da con-
fiança é, c o m o sabem, talvez, a desconfiança, que, para dizê-lo
de u m a vez, é u m dos n o m e s d o q u e hoje a c o n t e c e e m n o s s o
sistema educativo.
E m resumo, a aposta d e ensinar, não revisada pelo autor.
c o m o a da política, consiste e m ensinar Milner, J. C. (1996). La obra clara. Lacan, la
aceitando que não se sabe para onde vão ciência, la filosofia. Buenos Aires:
as coisas q u e se ensinam. Não se p o d e Manantial.
não ensinar, ou seja, não se pode ser edu- Mouífe, C. (1993). The return of the political.
cador e ao mesmo tempo desconfiado. Londres: Verso.
Nenhuma preocupação pedagógi- Puiggrós, A. (1997). Refundamentación po-
ca p o d e ser formulada a partir d o pos- lítico pedagógica de la educación
tergado sonho de que nossas aulas fun- popular en la transición al siglo XXI.
cionem repletas de harmonia. Trata-se, In Cuaderno de Pedagogia Rosário. Ano 1,
p e l o contrário, de recusar a solidão, a n° 2. Rosário: Bordes.
ausência e o abandono da transmissão Rancière, J. (1996). El desacuerdo, política y
cultural, que, c o m o sabemos, c o m e ç a m filosofia. Buenos Aires: Nueva Vision.
n o instante mesmo e m que ninguém nos
diz "não" na escola. •

NOTAS
REFERÊNCIAS
1
BIBLIOGRÁFICAS Na Argentina, a escola média, ou escola
secundária, recebe alunos de 13 a 17 anos
Antelo, E. (1999). Instmccionespamserprqfesor de idade.
mArgerMna.Pedagogíapam aspirantes.
Buenos Aires: Santillana (no prelo). 2
Entrevista realizada pela professora Ana
Badiou, A. (1993). iSepuedepensaria políti- L. Abramowski durante a investigação "O
ca? Buenos Aires: Nueva Vision. que na escola diz Não", Rosário, UNR, 1999-
Gastei, R. (1997). La metamorfosisdela cuestión
3
social. Una crônica deisalariado. Buenos Os CBCs são os Conteúdos Básicos Co-
Aires: Paidós. muns vigentes no sistema educativo argen-
Cornu, L. (1999). La confianza en ias rela- tino a partir da Lei Federal de Educação.
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Poggi, M. & Korinfeld, D. (comp.). Incluímos no presente artigo fragmentos
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Educativas. y Nuevas Tecnologias Aplicadas a la
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colectivas. Misticismo, mesianismo y ©LISTSERV. REDIRIS.ES>
populismo". Conferência proferida na - Os arquivos da lista EDULIST podem ser
Faculdade de Ciências da Educação da vistos em: <http://cMco.rediris.es/archives/
Universidade Nacional de Entre Rios, edulist.html>
5
Lafamília Ingalls é o título que a série
televisiva Little house on theprairie recebeu
na Argentina. A série é baseada nos oito
livros infantis que narram as memórias fa-
miliares de Laura Ingalls Wilder. A série
foi filmada entre 1974 e 1984 e foi escrita,
produzida, dirigida e protagonizada por
Michel Landon.

6
"Joâozinho" é a figura universal do mau
comportamento na escola.

7
Como indica Milner, o negativo "não se
restringe a delimitar o complementar do do-
mínio significado pelo positivo" (1996, p. 69).

8
Diz Ernesto Laclau (1996): "Um conceito
impuro no sentido desconstrutivo é um con-
ceito que, para ser formulado, tem de in-
cluir dentro de si como seu complemento,
como aquilo que o contamina, seu oposto
exato, aquilo que é exatamente seu oposto".

9
Por outro lado, o abandono não é, como
indica Robert Castel, o tema "hoje em
dia abundantemente discutido da exclu-
são" (1997, p.16), mas des-filiação: anu-
lação social.

10
Seguimos aqui Leandro de Lajonquière
(1999). La educación de los ninas, el hombre
moderno y el psicoanálisis. In Cuaderno de
Pedagogia Rosário, ano 3, n° 5. Rosário, Bor-
des, maio de 1999.

Recebido em 08/11

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