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Perdemos de vista esse elemento fundamental se não levamos a sério sua voz
over justaposta às duas inserções documentais presentes no filme, como veremos a
diante. De qualquer modo, até o momento, encontramos apenas um pequeno conjunto
de comentários em obras esparsas e uma dissertação de mestrado. Em síntese, as
direções da crítica definem Câncer pela ênfase ao experimentalismo situando o filme
na tradição das vanguardas estéticas dos anos 60 e 70; ou pela ênfase na alegoria, como
crítica aos intelectuais de esquerda ou de direita, na esteira de Terra em Transe, como
representação do subdesenvolvimento brasileiro; ou ainda, como dissemos logo acima,
procurando identifica-lo na historiografia do cinema brasileiro repondo a polêmica
iniciado pelo próprio Glauber de que Câncer seria o primeiro filme underground
brasileiro, antecipando as produções do final da década e início da década de 70.
Podemos identificar no conjunto, a despeito das diferenças, a ausência de um estudo
mais sistemático do longa; ou a constatação de que o filme é desigual, ressaltando sua
força nos improvisos com o som direto e os planos sequencias e, por sua vez, a má
sucedida tentativa de politizar de modo retrospectivo, as importantes experiências
formais realizadas em 1968.