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DIRETORIA DE ENSINO
DIVISÃO DE ENSINO
SEÇÃO TÉCNICA
CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS
DISCIPLINA
DIREITO PENAL
INSTRUTORES:
MAJ PM ADM RE 03405-1 EDSON LUIZ DE ARRUDA
CAP PM RE 09465-9 EMANOEL LOURENÇO DO NASCIMENTO
CAP PM RE 09299-7 RACHID DINIZ FERREIRA SALLÉ
PORTO VELHO - RO
2018
SUMÁRIO
1 DO DIREITO PENAL 4
2 FONTES DO DIREITO PENAL 4
2.1 FONTE MATERIAL 4
2.2 FONTE FORMAL 4
2.2.3 Fontes formais imediatas 5
2.2.4 Fontes formais mediatas 5
3 OS PRINCÍPIOS JURÍDICO-PENAIS 6
3.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 6
3.1.1 Desdobramentos do princípio da legalidade 6
3.2 RESERVA LEGAL 7
3.3 PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE OU DA DETERMINAÇÃO 7
3.4 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE 7
4 DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 7
4.1 LEI PENAL NO TEMPO 7
4.2 SUCESSÃO DE LEIS NO TEMPO 8
4.3 DO TEMPO DO CRIME 9
4.4 EFICÁCIA DA LEI PENAL NO ESPAÇO 10
4.5 TERRITORIALIDADE 10
5 TEORIA GERAL DO CRIME 11
5.1 O FATO TÍPICO 11
5.1.1 Da conduta 12
5.2 FORMAS DA CONDUTA: AÇÃO E OMISSÃO 13
5.2.1 Ação 13
5.2.2 Omissão 13
5.3 DO TIPO DO CRIME DOLOSO 13
5.3.1 Do Dolo Alternativo e Dolo Eventual 14
5.4 DO TIPO CULPOSO 15
1 DO DIREITO PENAL
3 OS PRINCÍPIOS JURÍDICO-PENAIS
Previsão Legal: Art. 1º do CP- Não há crime sem lei anterior que o
defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Previsão Constitucional: Art. 5º, XXXIX/CF- Não há crime sem lei
anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
Princípio: Nullum crimen, nulla poena sine lege.
A lei penal é elaborada para viger dentro dos limites em que o Estado
exerce sua soberania. Como cada Estado possui sua própria soberania, surge o
problema da delimitação espacial do âmbito da eficácia da legislação penal.
Estamos em face do denominado Direito Penal Internacional, que se refere ao
estudo do modo pelo qual um determinado ordenamento jurídico interno provê, com
referência a matéria penal, em virtude da coexistência com outros Estados da
comunidade internacional.
4.5 TERRITORIALIDADE
5.1.1 Da conduta
5.2.1 Ação
5.2.2 Omissão
terceiro é-lhe indiferente que este último resultado se produza. Ele tolera a morte do
terceiro. Para ele tanto faz que o terceiro seja atingido ou não, embora não queira o
evento. Atirando na vítima e matando também o terceiro, responde por dois crimes
de homicídio: o primeiro, a título de dolo direto; o segundo, a título de dolo eventual.
Não basta, porém, que o fato seja típico para que exista crime. É preciso
que seja contrário ao Direito, antijurídico. O legislador, tendo em vista o complexo
das atividades do homem em sociedade e o entrechoque de interesses, às vezes
permite determinadas condutas que, em regra, são proibidas. Assim, não obstante
enquadradas em normas penais incriminadoras, tornando-se fatos típicos, não
ensejam a aplicação de sanção.
Exemplos:
a) danos materiais produzidos em propriedade alheia para extinguir um
incêndio e salvar pessoas que se encontram em perigo;
b) dois náufragos nadam em direção a uma tábua de salvação; para
salvar-se Lúcio mata Arnaldo.
Requisitos:
a) um perigo atual;
b) ameaça a direito próprio ou alheio;
c) situação não causada voluntariamente pelo sujeito;
d) inexistência de dever legal de arrostar perigo (art. 24, §1º);
A prática da conduta lesiva exige:
a) inevitabilidade do comportamento lesivo;
b) inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado;
c) conhecimento de situação de fato justificante;
A ausência de qualquer requisito exclui o estado de necessidade.
5.9 CULPABILIDADE
1º) co-autoria; e
2º) participação
5.12.1 Co-autoria
Pode ser:
1ª) direta; e
2ª) parcial ou funcional.
Na co-autoria direta todos os sujeitos realizam a conduta típica. Ex.:
diversas pessoas agridem a vítima produzindo-lhe lesões corporais.
Na co-autoria parcial ou funcional há divisões de tarefas executórias do
delito. Trata-se do chamado “domínio funcional do fato”, assim denominado
porque alude à repartição da atividade (funções) entre os sujeitos. Exs.: no roubo
(art. 157, caput) , uma das pessoas ameaça a vítima com arma de fogo, enquanto a
outra a despoja de seus valores; no estupro (art. 213), um ameaça com emprego da
arma e outro mantém com ela a conjunção carnal.
5.12.2 Participação
Para esclarecer:
intenção de matá-la, e apenas a fere, não haverá que se falar em lesão corporal,
mas sim em homicídio tentado.
5.1) Bem jurídico: Incolumidade física e psíquica do ser humano;
5.2) Sujeitos: ativo – pode ser qualquer pessoa (delito comum), com exceção do art.
129, §9º, do CP que será sempre o ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou
companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se
o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade (delito
especial próprio).
passivo – qualquer ser humano vivo, a partir do início do parto.
5.3) Tipo objetivo: Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem. Lesão
corporal é alteração prejudicial – anatômica ou funcional, física ou psíquica, local ou
generalizada – produzida por qualquer meio, no organismo alheio;
5.4) Consumação: com a efetiva ofensa à integridade corporal ou a saúde de
outrem;
5.5) Espécies:
1) lesão corporal leve ou simples – compreende os danos á incolumidade
física ou psíquica que, por exclusão, não integram as hipóteses previstas como
lesões graves e gravíssimas;
2) lesão corporal grave – se da ofensa à integridade corporal ou à saúde de
outrem resulta (art. 129, §1º): a) Incapacidade para as ocupações habituais, por
mais de trinta dias; b) perigo de vida; c) debilidade permanente de membro, sentido
ou função; d) aceleração de parto;
3) lesão corporal gravíssima – se da ofensa à integridade corporal ou à saúde
de outrem resulta (art. 129, §2º): a) Incapacidade permanente para o trabalho; b)
enfermidade incurável; c) perda ou inutilização do membro, sentido ou função; d)
deformidade permanente; e) aborto;
4) lesão corporal seguida de morte – se da ofensa à integridade corporal ou à
saúde de outrem resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não
quis o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo. È um misto de dolo
passivo – qualquer pessoa, inclusive pessoa jurídica, já que esta pode praticar, em
tese, crime ambiental. Na calúnia irrogada contra mortos, são sujeitos passivos seus
cônjuges, ascendentes, descendentes ou irmão.
9.3) Tipo objetivo: caluniar alguém. Apresenta três pontos principais.
a) a imputação de um fato;
b) que o fato imputado à vítima, seja, obrigatoriamente, falso;
c) Além de falso, o fato deve ser definido como crime.
9.4) Consumação: com o conhecimento da imputação falsa por terceira pessoa;
9.5) Formas equiparadas: Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a
imputação, a propala – propaga, espalha – ou divulga – a torna pública ou notória;
9.6) Exceção da verdade: demonstração pelo acusado da verdade da imputação,
propalação ou divulgação – é admitida como regra geral, salvo:
a) nos crimes de ação privada, se o ofendido não foi condenado por sentença
irrecorrível;
b) nos fatos imputados contra o Presidente da República ou Chefe de
Governo Estrangeiro;
c) nos crimes de ação pública, se o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível.
Retratação
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia
ou da difamação, fica isento de pena.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou
a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim
desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou
injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se
recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
omente se procede mediante
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo s
queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único - Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no
caso do n.º I do art. 141, e mediante representação do ofendido, no caso do n.º II do
mesmo artigo.
OBS. 1: Para facilitar a compreensão acerca dos crimes contra a honra:
1) Calúnia – “Fez algo criminoso”, p. ex.: Ariovaldo furtou o relógio de Jussara.
2) Difamação – “Fez algo”, p. ex.: Ariovaldo vive enchendo a cara de cachaça.
3) Injúria – “É”, p. ex.: Ariovaldo é um ladrão.
OBS. 2: Em regra, os crimes contra a honra são sempre de ação penal
privada, cabendo ao ofendido formalizar a queixa, salvo quando, no caso do art. 140,
§2º, da violência resulta lesão corporal (Injúria real)
Roubo Impróprio
17.5) Tipo Objetivo: O art. 157, §1º, incrimina a conduta de quem, após a subtração,
usa de violência ou grave ameaça, para assegurar a impunidade do crime ou a
detenção da coisa para si ou para terceiro.
17.7) Objetividade jurídica: O roubo, como corolário de sua classificação como crime
complexo, é também definido como crime pluriofensivo: afronta dois bens jurídicos
igualmente tutelados pela lei penal, que podem ser o patrimônio e a integridade
física (se praticado com violência à pessoa), ou mesmo a vida, ou então o patrimônio
e a liberdade individual (quando cometido mediante grave ameaça). Há uma junção
de crimes contra o patrimônio (furto) e contra a pessoa (lesão corporal ou ameaça).
Mas o roubo foi acertadamente inserido no Título II da Parte Especial do Código
Penal – Dos crimes contra o patrimônio, uma vez que o resultado almejado pelo
agente é a subtração patrimonial.
21.2) Sujeitos: ativo – qualquer pessoa, diversa do proprietário, que tenha a posse
ou detenção lícita de coisa alheia móvel;
passivo – o proprietário e, excepcionalmente, o possuidor.
21.3) Tipo objetivo: A ação incriminadora é apropriar-se, que significa tomar para si,
inverter a natureza da posse, agindo como se fosse dono da coisa alheia móvel.
21.4) Consumação: ocorre no momento em que o agente inverte o título da posse ou
detenção, com o ânimo de ter a coisa para si.
22.3) Tipo objetivo: obter (alcançar, conseguir), para si ou para outrem, vantagem
ilícita (não necessariamente econômica), em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo
alguém em erro (desvirtuada da realidade), mediante artifício (astuta alteração), ardil
(aplicação de meio enganoso), ou qualquer outro meio fraudulento.
22.4) Consumação: com obtenção de vantagem ilícita e produção de prejuízo alheio.
Obs: Quem cometer crime de estelionato contra idoso poderá receber pena de
até dez anos de prisão, o dobro do previsto no Código Penal. A Lei
13.228/2015, acrescentou o referido dispositivo.
Receptação qualificada
25.5) Tipo objetivo: Os atos supra, acrescido das ações de ter em depósito,
desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar,
em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa
que deve saber ser produto de crime.
Receptação culposa
25.6) Tipo objetivo: Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela
desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve
presumir-se obtida por meio criminoso.
Receptação de animal
Com o advento da Lei nº 13.330/2016 foi acrescentado novo tipo penal.
25.7) Tipo objetivo: Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito
ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente
domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber
ser produto de crime:
26.4) Consumação: ocorre com prática do ato libidinoso, mediante violência ou grave
ameaça.
Lugar aberto ao público: é o local acessível a pessoas, ainda que nele só possam
penetrar mediante determinadas condições (ingresso, convite etc.).
a) Associação armada;
OBS.: Deve ser ressaltado que o ato executado pelo policial militar seja legal,
em decorrência de lei, p. ex., em cumprimento a mandado judicial, prendendo
em flagrante.
É necessário também que a oposição seja feita com violência ou grave
ameaça. Lembre-se: quem foge da polícia, deita-se no chão ou se agarra num
poste não está resistindo.
Sujeito ativo: Trata-se de crime próprio, portanto só pode ser cometido por
funcionário público em razão da função.
exige que o sujeito ativo tenha a intenção de realizar ou deixar de realizar o ato de
ofício que deu ensejo à corrupção.
sua vez, deve ser contra disposição expressa de lei (trata-se de norma penal em
branco).
Sujeito ativo: Trata-se de crime próprio, pois somente pode ser cometido por
funcionário público. Admite-se a participação de terceiro.
Sujeito ativo: Trata-se de crime comum, pois o crime pode ser cometido por
qualquer pessoa, inclusive pelo funcionário público, desde que não aja com essa
qualidade. O menor de idade que oferece ou promete vantagem indevida a um
policial, o qual o flagrou praticando um ilícito, não responde pelo crime de corrupção
ativa, pois é inimputável; o policial, por sua vez, que aceita a vantagem pratica crime
de corrupção passiva.
Tipo objetivo: Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão,
embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Sujeito ativo: Trata-se de crime comum. Pode ser realizado por qualquer
pessoa. Tratando-se de funcionário público, entretanto, pode surgir outro delito como
abuso de autoridade, abuso de poder etc.