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SACRIFÍCIO RITUAL:
VIOLÊNCIA COMO MEIO DE COMUNHÃO COM O DIVINO
1
Filósofo e mestre em Ciências das Religiões pela Faculdade Unida de Vitória. E-mail:
joaristides@gmail.com.
2
CABRERA, Isabel. El Lado Oscuro de Diós. Barcelona: Editorial Paidós, 1998, p. 57.
3
CABRERA, 1998, p. 58.
4
CARDOSO, Bianca Miranda. Depósitos de sacrifícios humanos “Terrenos de enterramentos formais”:
Caso de Gordion e população gálata. Dissertação de Mestrado. Niterói: Universidade Federal Fluminense,
2014, p. 59.
2
5
SANCHEZ, Sergio Valverde. Sobre el concepto de sacrifício en la Historia de las Religiones. Revista de
Estudios, Universidad Costa Rica, n. 16, 2002, p. 83-98.
6
CABRERA, 1998, p. 58-59.
7
SANCHEZ, 2002, p. 83-98.
8
SANCHEZ, 2002, p. 83-98.
9
PENNOCK, Caroline Dodds. Mass Murder or Religious Homicide? Rethinking Human Sacrifice and
Interpersonal Violence in Aztec Society. Historical Social Research, v. 37, n. 3, 2012, p. 276-302.
3
se de uma religião sustentada sob a violência dos sacrifícios rituais. O fato mais citado é
a festa de dedicação do Templo Maior de 1487, durante a qual foram sacrificadas
apenas em quatro dias 20 mil pessoas. 10 Os números contam com o exagero dos
espanhóis que precisavam justificar o massacre dos astecas, mas, de qualquer modo,
esses indígenas sacrificavam grande número de pessoas.
No Brasil, tivemos entre os tupinambás a antropofagia ritual. Os tupinambás
matavam ritualmente os prisioneiros de guerra e os comia. Por meio deste gesto, a tribo
se apropriava das virtudes do guerreiro que era devorado.11 Não se trata de um sacrifício
sobre um altar, mas de um sacrifício humano em favor do crescimento físico e espiritual
da coletividade. Os prisioneiros capturados eram mantidos vivos na aldeia até o dia do
ritual e recebiam um colar que os marcava. Alguns ficavam até anos vivendo na aldeia e
recebia mulheres. Porém, se os prisioneiros tivessem filhos com as mulheres
tupinambás, esses filhos deveriam ser comidos também.
No sacrifício ritual humano tupinambá há um sentido diferente dos demais casos
elencados neste artigo. Os indígenas realizavam uma festa com muita bebida,
enfeitavam-se, e levavam o prisioneiro para a praça da aldeia e o matavam a pauladas na
cabeça. Em seguida, seu corpo era esquartejado, assado e a carne era distribuída entre os
presentes. Neste ritual não havia uma troca com deus e nem menos oferenda. Os índios
o realizavam por motivo de honra e de vingança e o sentido religioso é o de assimilação
das virtudes do prisioneiro.12
3. Considerações teóricas
10
PENNOCK, 2012, p. 276-302.
11
AGNOLIN, Adone. Antropofagia ritual e identidade cultural entre os Tupinambás. Revista de
Antropologia, São Paulo, USP, v. 45, n. 1, 2002, p. 131-185.
12
CAMPOS, Fernanda de Fretitas. Antropofagia ritual dos povos Tupinambá nas cartas jesuíticas de
meados do século XVI. Brasília: Universidade de Brasília, 2013, p. 25-28.
4
4. Considerações finais
Referências
13
SANCHEZ, 2002, p. 83-98.
14
SANCHEZ, 2002, p. 83-98.
5
CAMPOS, Fernanda de Fretitas. Antropofagia ritual dos povos Tupinambá nas cartas
jesuíticas de meados do século XVI. Brasília: Universidade de Brasília, p. 25-28, 2013.