e-DOC 56C8BFF8-e

MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL

PROCURADORIA GERAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DO

DISTRITO FEDERAL

Representação nº 05/2019 – CF

O Ministério Público que atua junto a esse Tribunal, no desempenho de

sua missão institucional de defender a ordem jurídica, o regime democrático, a guarda
da Lei e fiscalizar sua execução, no âmbito das contas do Distrito Federal,
fundamentado no texto do artigo 85 da Lei Orgânica do Distrito Federal - LODF; dos
artigos 1º, inciso XIV e § 3º, e 76 da Lei Complementar 1/1994 - LOTCDF; e do artigo
99, inciso I, da Resolução 38/1990 - RITCDF, vem oferecer a seguinte

REPRESENTAÇÃO

DOS FATOS

Como é sabido, foi aprovada recente lei, nº 6270/19, que altera a

denominação do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal - IHBDF, pessoa
jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criado pela Lei nº 5.899, de 3 de
julho de 2017, passando a ser denominado Instituto de Gestão Estratégica de Saúde
do Distrito Federal - IGESDF.

Além disso, os limites de atuação assistencial do IGESDF passaram a

abranger as unidades de pronto atendimento - UPAs e o Hospital Regional de Santa
Maria.

Acontece que o Conselho de Saúde do Distrito Federal-CSDF decidiu

rejeitar o projeto de lei enviado, sem seu prévio conhecimento e deliberação,
conforme resolução em anexo.

Como é sabido, a Lei Distrital nº 4604/11 determina que o CSDF, Artigo

16, delibere sobre os programas e projetos de saúde a serem encaminhados à
Câmara Legislativa do Distrito Federal-CLDF, assim como delibere sobre a política
pública sanitária distrital.

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL

PROCURADORIA GERAL

Não há dúvidas de que, nesse contexto, a legislação, que ampliou o

escopo do IHBDF, feriu norma específica, solapando as atribuições do CSDF.

Trata-se, portanto, de viabilizar o pleno respeito ao controle social, que

se faz representar por meio desses Conselhos, permanentes, paritários e
deliberativos. É por meio deles que a comunidade participa da gestão pública.

Assim sendo, para que não sejam praticados atos em desconformidade

com a legislação, esta Procuradora-Geral de Contas do Distrito Federal representa à
Corte, para que, em cautelar, mande ouvir, no prazo de 05 (cinco) dias úteis, o
GDF/SESDF, de modo a comprovar a oitiva prévia do CSDF, antes da edição da
norma em tela, abstendo-se de praticar qualquer ato de implementação/execução, até
manifestação conclusiva desse Eg. Plenário.

Ao ensejo, deve ser juntado parecer da douta Procuradoria-Geral do

Distrito Federal-PGDF, consoante determina a Lei Complementar nº 395/01, Artigo 4º,
XIII, igualmente prévio à votação do referido Projeto de Lei nº 01/19.

Por fim, deve ser verificado se a medida em tela guarda compatibilidade

com a LRF, artigos 15 a 17, e 18, dispositivos que visam garantir que não haja
despesa sem planejamento e capacidade financeira comprovados, evitando-se ações
temerárias com recursos públicos.

Brasília, 4 de fevereiro de 2019.

CLÁUDIA FERNANDA DE OLIVEIRA PEREIRA

Procuradora-Geral

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