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07/08/2018 A Guerra de Tróia – Parte 1 – A Filosofia Está no Ar

A Filosofia Está no Ar
A filosofia, mãe de todas as ciências, explica tudo na vida.

A Guerra de Tróia – Parte 1

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“Os deuses criam sofrimentos e conflitos para que os homens


tenham histórias para contar”, disse Homero.

Tragédias, traições, premonições, destinos, mortes, ressentimento, remorsos, mitos e


lendas envolvem a maior guerra do mundo. No meio disso tudo, uma mulher – Helena
-, a mais bonita de todas as mulheres.

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A GUERRA DE TROIA (A mãe de todas as


guerras, na Idade do Bronze)
Narrada nos poemas de Homero, o pai da História, escritos por volta do século 9 a.C.,
foi daí que a mitologia grega começou a virar História no sentido literal da palavra.
Essa guerra épica deu origem aos dois poemas famosos da literatura clássica: Ilíada,
que relata os últimos anos da guerra; e a Odisseia, que narra a fantástica viagem de
Odisseu de volta à Grécia (Odisseu foi um dos principais heróis a lutar contra os
troianos).

Será que Troia existiu mesmo? Muitos arqueólogos acreditam que sim. Hoje, Troia
ficaria na atual Turquia. Entretanto, dúvidas a parte, o certo é que a Guerra de Troia
foi o motivo fundador da cultura grega.

O poema de Homero não se prende a uma luta de heróis contra bárbaros. Pelo
contrário, o legado que nos deixou foi uma conflagração de paixões profundamente
humanas. O amor dos homens por mulheres será o centro das atenções da Mãe de
todas as guerras.

A GUERRA PELA MULHER MAIS BONITA DA TERRA

O maior conflito travado na mitologia grega teve como estopim a beleza de Helena.
A traição e a paixão dessa mulher, que virou história, causou a destruição de Troia.
Que por sinal, foi construída por dois deuses da mitologia: Posseidon e Apolo.

A ADOLESCENTE HELENA

Desde menina, Helena despertava nos homens a vontade louca de serem escolhidos
por ela. Nascida em Esparta, Helena era nada mais nada menos, do que filha de Zeus
e Leda. Mexia facilmente com a fantasia dos homens, pois era a mais bela mulher da
face da terra. Helena foi gerada quando sua mãe Leda, mulher do rei Tíndaro, estava
tomando banho nua no rio Eurotas, do outro lado do Mar Egeu. Zeus não perdeu
tempo, desceu do Olimpo e em forma de cisne, possuiu Leda sobre a relva. Naquela
mesma noite, Leda deitou-se com seu marido, o rei Tíndaro de Esparta. Nove meses
depois, Leda deu à luz aos quadrigêmeos: Helena e Pólux, filhos de Zeus, e
Clitemnestra e Castor, filhos de Tíndaro.

Quando Helena tornou-se mulher, os príncipes e guerreiros da Grécia logo se


candidataram para se casar com ela. Seu pai adotivo, o rei Tíndaro de Esparta, vendo
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que era inevitável o casamento, convocou todos os pretendentes a fazer um


juramento: no caso de Helena ser raptada após o casamento por algum deles, todos
os outros defenderiam o marido escolhido.

O CASAMENTO DE HELENA (Às vezes, tudo o que somos é


determinado por algo que destruímos).

Precedentes.

Quando Helena tinha apenas 12 anos, sua beleza logo se tornou motivo de confusão.
Foi o caso de Teseu, rei de Atenas, que invadiu Esparta e raptou Helena. Entretanto,
seus irmãos Castor e Pólux, convocaram um batalhão de espartanos e devastaram
Atenas até encontrar Helena e levá-la de volta à Esparta, nascia então a rivalidade
entre Atenas e Esparta.

Mas, quando tornou-se mulher, Helena casou-se com Menelau, irmão de Agamênon,
o poderoso e riquíssimo rei de Micenas.

Porém, esse casamento estava condenado pelo destino ao fracasso. Ou melhor, ao


maior banho de sangue de todas as histórias da mitologia.

O CASAMENTO E PELEU E TÉTIS

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Rottnhammer, Hans I. (1600). Festa dos Deus (O casamento de Tétis e Peleu)

Tétis era cobiçada por muita gente pela sua formidável beleza. Até Zeus por ela se
apaixonou, e só não casaram, face à maldição de que “o filho de Tétis seria muito
mais poderoso que o pai”.

Então, quando Helena ainda era uma garota, ocorreu o casamento de Tétis com
Peleu, que era mortal e um dos argonautas, enquanto ela era filha do deus marinho
Nereu. Essa união foi trágica. Tétis seria jovem e bonita para sempre, enquanto o
mortal Peleu envelheceria como todos os homens.

Mesmo assim foi uma festa de arromba. O chefe do cerimonial era o centauro
Quíron, que mandou convite para todo mundo, quer dizer, para todos os deuses e
mortais.

A festança foi grande, e foi até que, pela última vez, deuses e mortais se sentaram
lado a lado numa farra, no casamento mais badalado da mitologia. Tudo corria
tranquilo e sem problemas, até o momento em que chegou uma figura que ninguém
gostava chamada Éris, a deusa da discórdia.

Éris chegou à festa de penetra, pois o centauro Quíron não mandou convite para ela.
Aliás, todos respeitavam os maléficos poderes de Éris, mas ninguém queria a sua
companhia, pois era acostumada a fazer jogo sujo, semeando conflito e muita fofoca.

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Alguns achavam que ela era um mal necessário, pois sem brigas, a vida dos deuses e
humanos seria um tédio.

Enquanto rolava a festa, Éris ficou isolada planejando estragar tudo, pois era
especialista em arrumar confusão para os outros. Além disso, estava indignada de
estar ali sem ser convidada.

Em dado momento, ela foi ao jardim das Hésperides e colheu uma maçã dourada, e
com uma agulha, escreveu na casca da fruta as fatídicas palavras: “À mais bela”. Em
seguida, voltou à festa e fez a maçã rolar até a mesa dos convidados. Zeus apanhou a
maçã do destino e leu em voz alta a dedicatória. De repente o silêncio tomou conta
do ambiente. Todos os olhares dos convidados voltaram-se às beldades divinas:
Hera, Atena e Afrodite. Todas queriam o trono de mais bonita, e logo o assunto
tornou-se disputa entre elas.

Zeus olhou pros lados e disse que não iria se meter naquela briga de mulher.
Ninguém quis ser a árbitro desse concurso de miss universo da mitologia. Vamos que
de repente uma tomasse a coroa da outra, seria notícia de “imprensa” do mundo
todo.

Em meio ao burburinho dos convivas, ouviu-se alguém falar de um pastorzinho de


ovelhas chamado Páris. Rapidamente, Zeus tomou uma decisão e mandou que esse
talzinho, tão experimento em beleza feminina, julgasse qual seria a mais bonita.

O JULGAMENTO DE PÁRIS

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GIORDANO, Luca (Artista). (1681). O Julgamento de Páris.

Páris era filho de Príamo, rei de Troia. Quando estava grávida de Páris, sua mãe,
Hécuba, teve um sonho que dava à luz a uma tocha – e as chamas incendiavam toda
cidade de Tróia. Um sacerdote previu a ela que a criança que estava em seu útero
seria a desgraça de Troia. Por isso, tão logo nasceu, Páris foi entregue ao soldado
Agesilau, para que o deixasse abandonado nas montanhas. Em vez disso, Agesilau
entregou o recém-nascido a uma família de criadores de cabras, que o criaram nas
encostas do Monte Ida. Cresceu e tornou-se belo demais.

De repente, num clarão de luz, aparecem na frente do rapaz as três candidatas, todas
com a mesma pergunta: qual a mais bonita?

– Todas são lindas, não tenho como decidir, disse Páris.

As concorrentes apelaram por uma estratégia antiga: o suborno. A propina começou


nessa primeira licitação na Grécia. Hera lhe prometeu o domínio sobre todos os
povos da Ásia. Atena lhe transformaria no mais sábio homem da terra. Porém foi
Afrodite quem lhe ofereceu a propina mais sedutora:

– Se me escolher, eu lhe darei o amor da mulher mais bonita entre os mortais –


Helena de Esparta.

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Na hora o pastorzinho de cabras aceitou, e escolheu Afrodite a mais linda de todas as


deusas do Olimpo. Em contrapartida, ganhou o ódio de Hera e Atena. E mesmo sem
saber, condenou Troia à destruição.

Quando isso aconteceu, Páris era um simples pastorzinho de ovelhas e não sabia de
sua origem nobre. Vez por outra o soldado Agesilau aparecia para visitá-lo dizendo
ser seu tio, mas nada revelava sobre o segredo de seu nascimento. Muitos anos se
passariam para receber a recompensa prometida por Afrodite.

O PRÍNCIPE PÁRIS

Tempos depois do célebre julgamento, a origem de Páris foi revelada. O rei Príamo
decretou os jogos olímpicos de Troia. Páris foi competir e venceu os príncipes Heitor
e Deifobo, filhos do rei Príamo. Indignados com aquela derrota para um plebeu
desconhecido, os dois príncipes estavam prestes a matar Páris quando Agesilau
interrompeu a questão e revelou que aquele rapaz que vencera a corrida, era
ninguém menos que o irmão caçula de Heitor e Deifobo. Os pais verdadeiros, rei e
rainha, reconheceram-no como filho e o integraram ao palácio.

O ex-criador de ovelhas deixou para trás a pobreza das encostas do Monte Ida. Lá
também deixou a ninfa Enone, que o amava. Enone era famosa por seus
conhecimentos em ervas curativas. Entre lágrimas, profetizou ao amado: um dia, ele
viria até ela em busca de ajuda, mas seria tarde demais.

Páris não deu mais importância para sua ex-amada, e chegando à Tróia esqueceu
rapidamente seu primeiro amor. Da simplicidade ao luxo, Páris agora príncipe
troiano, lembrou-se da promessa de Afrodite, pois meteu na cabeça que só seria feliz
quando se casasse com a mulher mais bonita do mundo.

PÁRIS E HELENA (O encontro fatal)

O rei Príamo de Troia decidiu enviar uma embaixada ao rei Menelau de Esparta,
casado com Helena. Páris pediu ao pai a honra de ser o chefe da embaixada, pedido
consentido, partiu de navio para Esparta. Sua irmã caçula, Cassandra, chorava muito
e profetizava:

– Ele nos trará a morte, o fogo e a ruína.

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Ninguém suspeitava das reais intenções de Páris. O rei Menelau tratou o hóspede
com o máximo de cordialidade. Tanto Menelau quanto seu irmão Agamênon
queriam concretizar o domínio na Grécia, aliando-se à cidade mais gloriosa do
mundo antigo – Troia. Nenhum deles poderia acreditar que a missão de Páris era
apenas uma fachada.

Então, Afrodite não falhou na promessa. Tão logo foi apresentada a Páris, durante
um banquete no palácio, Helena foi dominada por uma paixão fulminante. Páris viu
o desejo nos olhos de Helena e teve certeza de que os poderes de Afrodite estavam
dando certo. Daí ninguém mais segurou. Páris e Helena trocavam olhares
apaixonados nos banquetes e conversas escondidas no palácio.

Para completar, Menelau teve que viajar para a cidade de Creta, onde havia falecido
seu avô materno, Croteus. Imediatamente partiu para os funerais. Mal o rei Menelau
deu as costas, Páris raptou Helena na calada da noite, levando-a para onde estava
ancorado o navio troiano.

Helena se deixou levar, com uma mistura e medo e excitação. Quando o navio estava
bem longe de Esparta, na noite seguinte, a mulher mais linda do mundo pertencia a
Páris. O poder de Afrodite lhe dominou pela paixão. Helena foi para Troia, e, sem
saber, condenou milhares de homens e mulheres à morte.

OS PREPARATIVOS PARA A GUERRA

Menelau e seu irmão Agamênon convocam todos os heróis e guerreiros da Grécia,


em nome do juramento prestado ao rei Tíndaro, de que todos defenderiam o marido
de Helena.

Foi organizado o maior exército de todos os tempos da mitologia grega, sob o


comando e Agamênon.

Odisseu, Ajax, Nereu, Diomedes e outros, faziam parte da tropa de elite. Mas a
grande estrela sangrenta foi Aquiles. Quando Agamênon conclamou toda a Grécia
para a guerra, Aquiles tinha quinze anos apenas. Mas sua fama já começava a
correr.

Um sacerdote por nome de Calcas, fizera uma profecia famosa: os muros de Tróia
jamais cairão, a menos que o filho de Tétis e Peleu entrasse na guerra. Apesar de ter
apenas quinze anos, ele tinha um insaciável desejo por fama e glória. O jovem
príncipe reuniu o exército da Ftia, reino de Peleu, e preparou-se para partir. Seu pai,
Peleu, brindou o filho com uma enorme lança de carvalho e uma armadura dourada,

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que havia ganhado de presente em seu casamento com Tétis. Aquiles fez questão de
levar o seu primo e melhor amigo – Pátroclo.

Ao chegarem próximo à Troia, Aquiles caminhava na praia sozinho, quando de


repente as águas do mar se encresparam, era sua mãe, Tétis, a deusa, que emergiu
diante do filho, profetizando seu futuro.

– Meu filho, agora só existem dois caminhos. Pode escolher uma vida longa e pacata.
Se for assim, morrerá no anonimato e logo será esquecido, mas terá o gosto da
felicidade. O outro caminho leva à glória e também à morte. Se for à Troia, morrerá
jovem, sua alma descerá à Mansão dos Mortos, mas sua lembrança viverá para
sempre enquanto houver homens sobre a Terra.

– Morte e glória, disse ele.

– Você as terá, respondeu Tétis, mergulhando no mar, para ninguém vê-la chorar.

A MORTE DE IFIGÊNIA

A escolha de Aquiles, se fosse hoje, pareceria uma loucura. Mas, no mundo antigo,
fazia sentido. Os gregos acreditavam que a vida humana era um breve momento
perante uma eternidade de trevas.

Após a morte, a alma viajava para as sombrias regiões do Hades (profundezas da


terra), onde perdia todas as lembranças. O espírito entraria para a eternidade em
um estado de letargia. Só despertaria quando os vivos lhe oferecessem sacrifícios. É
por isso que os gregos davam o máximo valor para o tempo em que viviam. Ou seja,
enquanto vivos estivessem, faziam de tudo para que essa existência sobrevivesse
para as gerações futuras. Daí, esforçavam-se ferozmente para serem heróis. Isso
porque, depois de morto, já era.

A esquadra grega estava pronta para rumar em direção à Troia, mas foi detida por
uma calmaria que paralisou o Mar Egeu. Os navios gregos ficariam imóveis por
vários dias. O plano de invadir Troia estava indo ao fracasso. Os soldados
começavam a ficar impacientes com Agamênon e ameaçavam um motim.

O sacerdote Calcante foi chamado para explicar o fenômeno daquela maré de azar.

– A culpa é sua, Agamênon, pois você provocou a ira de Ártemis, a deusa-caçadora.

Nesse momento, Agamênon lembrou-se que havia matado uma corsa consagrada à
deusa e de vangloriar-se desse feito.

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No entanto, a causa mais provável foi que, durante uma cerimônia religiosa em
Micenas, onde ele era o rei, Agamênon fez promessa solene à deusa Ártemis. Jurou
sacrificar naquele ano em sua honra, a menina mais bela que nascesse em Micenas.
Agamênon não sabia que sua esposa, Clitemnestra, estava grávida.

Quando nasceu a princesa Ifigênia, naquele mesmo ano, Agamênon não teve
coragem de matar sua filha recém-nascida. Mas os deuses não esquecem, pior as
deusas. Agora Ártemis deu a última palavra. Para Troia ser destruída, Ifigênia tinha
que morrer.

Alguns chefes gregos já ameaçavam voltar, quando Menelau obrigou o irmão a


enviar uma mensagem a Micenas, para trazer Ifigênia a pretexto de casar-se com
Aquiles. Tudo falso. Ifigênia veio a Áulis, região onde estava a esquadra,
acompanhada de sua mãe, Clitemnestra, ambas empolgadas com aquele casamento
cobiçado.

No entanto, um soldado que sabia da farsa, contou tudo a Clitemnestra,


imediatamente ela foi até Aquiles para implorar sua ajuda. Porém, Aquiles nada
sabia daquela trama. Quase houve morte, pois ele não gostava muito de Agamênon.
Aquiles pôs-se à frente de Ifigênia e desafiou seus compatriotas. Ocorreu uma
confusão entre soldados e chefes. Porém Aquiles sabia que não resistiria muito. Os
soldados pediam o sacrifício da moça.

O nascimento da Grécia estava prestes a se transformar num desastre. Nesse


ínterim, Ifigênia interrompe em meio à balbúrdia, com a mão no ombro de Aquiles e
dá o veredito:

– Guardem suas armas. Eu é que devo morrer hoje para salvar a Grécia, essa é a
vontade dos deuses.

Então, sem mais palavras, caminhou até o altar de Ártemis, onde o sacerdote Calcas
a esperava de adaga em seu punho. Daí, o sangue de Ifigênia jorrou.

A frota finalmente partiu, mas a morte deixou um rastro sombrio. Os soldados viram
uma figura vestida de negro cavalgando para longe. Era Clitemnestra, a mãe de
Ifigênia, de luto, voltando para casa com um único desejo: vingar-se de Agamênon,
seu marido e pai desnaturado.

Além das tropas humanas, os deuses também entraram na guerra. Hera e Palas
Atena estavam de lado dos espartanos para destruir Troia, como vingança do
troiano Páris ter escolhido Afrodite como a mulher mais bonita do mundo, na festa
de casamento de Peleu e Tétis. Enquanto a miss mundo Afrodite, claro, estava com os
troianos do seu protegido Páris. Quem também participou da guerra foram Apolo,

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Zeus e Posseidon, mas não se definiam. Ora para um lado, ora para outro. Eram
como políticos que ficam em cima do muro.

O CALCANHAR DE AQUILES

Quando Aquiles nasceu, sua mãe, a deusa Tétis, o levou até as margens do rio Estige,
que é um dos rios que corre nas profundezas da terra, conhecido por Hades, o
mundo dos mortos. Segurando-o pelo calcanhar, Tétis mergulhou o bebê nas águas
do rio, para que se tornasse invulnerável o seu corpo. De fato a única parte do seu
corpo que ficou fora da água foi o calcanhar, onde sua mãe lhe segurou (Aquiles
tinha o corpo fechado!).

COMEÇA A GUERRA

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A imensa frota grega composta de 1.133 navios, finalmente aportou numa ilha
próximo à Troia. Agamênon mandou uma embaixada a Troia, formada por Odisseu,
Menelau e Diomedes. Levavam um ultimato: os troianos teriam que entregar
Helena, ou lutar até a morte. O detalhe é que Menelau, o esposo de Helena, estava na
embaixada. Não se sabe o que pensou Helena, ao ver o ex-marido.

A embaixada voltou com uma resposta curta e grossa: “Não”. O povo da cidade
gostava dela, o sogro de Helena, o rei Príamo, lhe adorava, sem falar na louca paixão
por Páris.

FILOCTETES, O ABANDONADO

Enquanto aguardavam o retorno dos emissários, o arqueiro Filoctetes foi dar uma
caminhada nos rochedos da ilha de Tênedo. A deusa Hera, mulher de Zeus, do alto
assistia a tudo e naquele momento aproveitou-se para vingar-se da amizade de
Filoctetes com Héracles. A rainha dos deuses fez com que uma cobra venenosa
mordesse a perna de Filoctetes.

A perna inchou-se e apodreceu. Atormentado pelos deuses, passava as noites


gritando e delirando de dor. Vendo que aquele homem sofria demais, Agamênon
abandonou Filoctetes numa ilha vizinha. Com o tempo a perna sarou, porém ficou
manco e vivendo como eremita na solidão, amargando um profundo rancor contra
seus compatriotas que o deixaram degredado.

Jamais imaginava, o solitário Filoctetes, que seus amigos um dia voltariam


implorando seu perdão e ajuda.

Em sua maioria os troianos esperavam que as ameaças gregas não passassem de


blefe. Ora, foi apenas um par de chifres que Helena botou em Menelau, não é por
isso que o mundo vai se acabar.

Alguns dias após a partida da embaixada, Troia foi despertada pelos sentinelas.
Multidões correram para o alto das muralhas, onde o mar estava repleto de navios.
Enfim, os gregos não estavam blefando. Os portões de Troia se abriram e uma tropa
de cavaleiros disparou rumo ao litoral, sob o comando daquele que seria o maior
inimigo dos gregos nos dez anos seguintes: Heitor, o filho mais velho de Príamo.

Era um guerreiro tão valoroso e um homem tão honrado que sua memória seria
cantada, séculos depois, pelos descendentes de seus próprios inimigos.

Tão logo chegou à praia, Heitor ficou intrigado. Os navios gregos estavam parados, a
alguns metros da arrebentação das ondas. Nenhum inimigo desembarcou. É que

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mais uma vez a profecia amedrontou os gregos. Acreditava-se que o primeiro


soldado a pisar nas areias de Troia, seria morto no mesmo dia. Espertamente,
Odisseu jogou seu escudo na água e pulou sobre ele, com todo o cuidado para não
encostar nenhum pouquinho na areia. Protesilau, rei da Filácia, pensou que Odisseu
estivesse desembarcado, e saltou à praia, afundando até os tornozelos nas dunas
salgadas.

A cavalaria troiana avançou sobre ele. O rei Protesilau derrubou vários troianos,
mas a lança de Heitor foi fatal e morte certa. Em questão de poucos minutos, Heitor
massacrou dezenas de gregos. Entretanto, a morte de Protesilau encorajou as tropas
gregas a um desembarque maciço, tendo ocorrido a primeira batalha entre gregos e
troianos, chegando ao fim sem conclusão.

O príncipe Heitor, vendo a superioridade numérica grega, bateu em retirada rumo


aos portões da cidade, onde estavam bem protegidos pelas muralhas. Por sinal,
construídas pelos deuses Posseidon e Apolo.

Diante de tudo isso, Agamênon e seus heróis sabiam que as muralhas de Troia eram
inexpugnáveis. Seria loucura atacar os altíssimos muros da imponente Troia. O jeito
então era vencer os troianos pelo cansaço. Ergueram uma paliçada para proteger
seus navios, construíram um acampamento e lá ficaram. Nesse impasse, passaram-
se nove anos.

Durante todo esse tempo, os gregos saquearam cidades vizinhas e aliadas a Troia,
como Lesbos e Antandros, deixando palácios em chamas e raptando mulheres.

Agamênon sequestrou Criseida, filha de Crises, um sacerdote de Apolo. Aquiles


raptou Briseis, rainha da cidade de Lirnesso. Só que Aquiles se apaixonou pela
raptada. E essa nova paixão também trouxe consequências fatais tanto para gregos
quanto para troianos.

A DESERÇÃO DE AQUILES

Na primavera do décimo ano, os rumos da guerra começaram a virar. Enfurecido


pelo rapto de sua filha, o sacerdote Crises implorou a ajuda de Apolo. Deu certo. O
deus Apolo lançou setas mortais contra os exércitos gregos. Durante nove dias, uma
praga devastou os guerreiros. Suspeitando da origem daquela peste, os soldados
exigiram que Agamênon devolvesse Criseida a seu pai. Agamênon não gostou de ser
instado pelos subordinados.

Muito chateado com isso, resolveu descontou a raiva em Aquiles, exigindo que lhe
entregasse a rainha Briseis, daí então libertaria Criseida. Ou seja, era um toma lá dá

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cá de mulheres raptadas. Muito irritado, Aquiles entregou Briseis a Agamênon.

Daí, com a moral baixa perante a tropa, Aquiles se retirou da guerra e abandonou o
exército grego.

PÁRIS E MENELAU

Desde o começo da guerra, a defesa de Troia foi liderada por Heitor, filho do rei
Príamo. Ao saber que Aquiles desertara do exército, Heitor aproveitou o momento
para contra-atacar. Pela primeira vez em dez anos os portões de Troia se abriram,
despejando um exército massacrante. Os gregos foram cercados e a batalha dava
vitória aos troianos.

Em meio ao combate, destacou-se uma figura, que até então estava afastado da
guerra. Era Páris, vez que seu irmão Heitor lhe chamou:

– Páris, por que te escondes no quarto da tua mulher? Tu és incapaz de olhar nos
olhos do homem que desonrastes?

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O desprezo nas palavras do irmão tocou nos brios do valente Páris, e na tarde
daquele dia, avançou para os campos de batalha. Afinal, Menelau cruzou o mar para
vingar-se de Páris.

Finalmente encontraram-se, cara a cara, Páris e Menelau, ambos com sede de matar.
Principalmente Menelau, traído por Páris. Menelau avançou de espada em punho.
Entretanto, antes que o combate começasse, Heitor e Odisseu interromperam a luta
propondo uma trégua. Todos concordaram, pois aquela guerra não tinha fim, e já
havia morrido gente demais.

Ficou acertado que haveria um duelo entre Menelau e Páris, o vencedor ficaria com
Helena e a guerra acabaria, sem morrer mais ninguém.

O combate começou, dois heróis lutando pelo amor de uma mulher. A lança de Páris
fica no escudo de Menelau e a espada do rei de Esparta derruba o príncipe troiano,
que cai ferido ao chão, instante em que Menelau agarrou-o pelo capacete e passou a
arrastá-lo em direção às linhas dos soldados gregos. Com os cordões do elmo
estrangulando o pescoço, Páris desmaiou.

A guerra de Troia teria chegado ao fim naquele momento. Vendo seu protegido à
beira da morte, Afrodite desceu ao campo de batalha envolta numa nuvem de vapor
e arrebatou Páris de volta a Troia.

Parecia que o fim tinha chegado. Menelau ficava atônito procurando o inimigo que
acabara de vencer. Porém, a desgraça se abateu sobre a sorte. Um arqueiro troiano
chamado de Pândaro dispara uma flecha em Menelau, acertando-o de raspão. O
suficiente para escorrer sangue. A trégua foi rompida e a guerra continuou.

No próximo capítulo. A Guerra de Troia parte final.

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 7 de maio de 2015  David Jerônimo  Mitologia Grega  gregos, mitologia, tróia

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