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Simulação digital e actividades experimentais em Físico‑Químicas. Estudo


piloto sobre o impacto do recurso "Ponto de fusão e ponto de ebulição" no 7.º
ano de escolaridade

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Simulação digital e actividades experimentais


em Físico­‑Químicas. Estudo piloto sobre o impacto
do recurso “Ponto de fusão e ponto de ebulição”
no 7.º ano de escolaridade
Carla Morais
carlamorais@imediato.pt

João Paiva
jcpaiva@fc.up.pt
Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa

Resumo:
As tecnologias devidamente integradas e em sintonia com o currículo constituem um
meio de renovação do ensino e das práticas pedagógicas. Em particular, a aplicação de
simulações é vantajosa para o processo de ensino-aprendizagem das Ciências. Neste ar‑
tigo apresenta-se o desenvolvimento de uma simulação, designada por “Ponto de fusão e
ponto de ebulição”, que tem como objectivo proporcionar aos alunos situações de apren‑
dizagem que lhes permitam aprender de forma mais significativa os conceitos inerentes
às Ciências Físico-Químicas no 7.º ano de escolaridade. Levou-se a cabo um estudo, de
cariz qualitativo, baseado na observação dos alunos e na realização de entrevistas. Defen‑
de-se que a utilização didáctica desta simulação sirva como complemento da componente
prático-experimental e nunca para a substituir.

Palavras­‑chave:
Educação, Tecnologias da Informação e da Comunicação, Ciências Físico-Químicas, Si‑
mulação computacional.

Morais, Carla & Paiva, João (2007). Simulação digital e actividades experimentais em Físico-
Químicas. Estudo piloto sobre o impacto do recurso “Ponto de fusão e ponto de ebulição” no 7.º
ano de escolaridade. Sísifo. Revista de Ciências da Educação, 03, pp. 101‑112.
Consultado em [mês, ano] em http://sisifo.fpce.ul.pt

101
Introdução Se uma sociedade é influenciada de forma decisiva
pelas questões comunicacionais, como é aquela em
Actualmente o mundo depara-se com uma imensi‑ que vivemos actualmente, todos os comportamen‑
dão de linguagens e códigos semióticos em que o tos e, sobretudo, os que se encontram mais directa‑
paradigma analógico perdeu face ao digital. Devido mente ligados às questões da aprendizagem sofrem
à conjugação de apenas dois algarismos, o 0 (zero) grandes alterações.
e o 1 (um), é possível colocar a circular na Internet A garantia de uma educação relevante e com
um número infinito de informações. O mundo digi‑ qualidade para todos os estudantes é sem dúvida a
tal transformou a humanidade e constituiu a socie‑ melhor resposta que os sistemas educativos podem
dade da informação. Esta mudança despertou a ne‑ dar à sociedade da informação.
cessidade de provocar alterações no conhecimento A aprendizagem será a actividade principal dos
do Homem. O Livro Verde para a sociedade da indivíduos e das organizações numa sociedade em
informação em Portugal (Livro Verde, 1997, p. 75) plena mudança. Aprender outras formas de desen‑
refere a dada altura: “A vida nas sociedades de hoje volver novas competências, novos processos para
exige, de todos e de cada um, uma capacidade de criar novos produtos, aprender a descobrir novas
captar, transmitir e processar dados, disseminados necessidades, aprender a equacionar novos pro‑
num espaço cada vez mais global e mais facilmente blemas e a procurar novas respostas, investindo
acessível, transformando-os em informação e em continuamente na formação (Adell, 1997; Salomon,
saberes pertinentes, capazes de tornar inteligíveis 2002).
os diversos cenários e trajectórias de evolução pos‑ As escolas não ficaram indiferentes a todas as
sível nos percursos pessoais e colectivos. A socie‑ mudanças que ocorreram na sociedade, tendo sido
dade da informação exige novos conhecimentos e “invadidas” pelas Tecnologias da Informação e da
novas práticas, obriga a um esforço de aprendiza‑ Comunicação (TIC). Mas, apesar de todos os avan‑
gem permanente.” ços tecnológicos a que temos assistido, é na dinâ‑
O poder deixa então de estar ligado à força mus‑ mica pedagógica que a estrutura escolar tem difi‑
cular, a recursos energéticos ou a quaisquer bens cultado as inovações, dado que a sua dimensão é
materiais, como aconteceu na sociedade industrial, ainda bastante tradicional. A implementação de um
e passa a pertencer a quem detiver mais informação, trabalho colectivo e a criação de outras formas de
de melhor qualidade e de forma mais organizada. gerir tempos, espaços e conteúdos é, por isso, mui‑
Com o advento da sociedade da informação é to dificultada, reforçando a imagem de que a escola
preciso fazer uma reflexão sobre o acto educativo, e está ultrapassada em relação aos espaços e tempos
sobre o papel dos seus intervenientes mais directos. que lhe são exteriores.

102 sísifo 3 | carla mor ais / joão paiva | simulação digital e actividades experimentais em físico‑químicas
A aproximação das escolas à sociedade da infor‑ As TIC na escola: potencialidades
mação e aos alunos que nasceram e cresceram na e limitações pedagógicas
era digital (para os quais o mundo não faz sentido
sem as tecnologias), dependerá da sua capacidade A inclusão das TIC na esfera educativa é funda‑
de se tornarem o centro da comunidade aprendiz e mental para o desenvolvimento de um país através
da flexibilidade conseguida para proporcionarem a da formação de cidadãos com educação abrangente
todos entradas e saídas que se adaptem à nova rea‑ em diversas áreas, que demonstrem flexibilidade e
lidade social. capacidade de comunicação. Tal formação permi‑
Neste contexto a escola do século XXI cria no‑ tir-lhes-á uma melhor integração no mundo que
vos desafios aos professores. Estes são confronta‑ está em constante mudança.
dos diariamente com múltiplas tarefas e têm de ser Reconhecer todas as possibilidades didácticas
capazes de tornar a experiência da escola relevante decorrentes do uso das TIC com objectivos e fins
para a sociedade da informação. educativos, devidamente integradas no currículo,
A informação massiva, existente nas bases de significa aprender através delas mais do que apren‑
dados, que chega aos alunos de forma desorgani‑ dê-las. É englobá-las harmoniosamente com os res‑
zada, exige, pois, da parte deles, uma maior capa‑ tantes componentes desse currículo; é utilizá-las
cidade e espírito crítico, para seleccionar e mani‑ como parte importante com o objectivo de apoiar
pular a informação pertinente – o professor assume uma disciplina ou conteúdo e não como um apên‑
aqui um papel fundamental como organizador, dice ou recurso periférico.
orientador, mentor e facilitador da aprendizagem, Em termos legislativos, neste contexto, publi‑
conduzindo e dando maior sentido a esta informa‑ caram-se os Decretos-Lei n.º 6 e 7/2001 de 18 de
ção. Deste modo, a responsabilidade do professor Janeiro, que se referem à reorganização curricular
aumenta em vez de diminuir, uma vez que deixa de do Ensino Básico e Secundário, respectivamente.
agir num plano disciplinar bem definido e limitado Estes apontam para a exploração e integração das
a um conhecimento que adquiriu na sua formação TIC nas salas de aula. O artº. 3º, do Decreto-Lei
inicial. 6/2001, que explicita os princípios orientadores do
O principal desafio lançado aos professores, que currículo, consagra a “(…) valorização da diversi‑
tal como os alunos vivem a escola integrada na so‑ dade de metodologias e estratégias de ensino e acti‑
ciedade da informação, é que ultrapassem a aparen‑ vidades de aprendizagem, em particular com recur‑
te dicotomia entre o ensino tradicional e o ensino so a tecnologias de informação e comunicação”.
recorrendo às TIC e que encontrem o equilíbrio Criando um utilizador tecnologicamente com‑
saudável e proveitoso entre ambos, inovando e re‑ petente, a escola pode contribuir para evitar uma
criando as formas de desenvolver nos seus alunos possível exclusão social do aluno, ao mesmo tempo
as mais variadas e abrangentes competências. que colabora activamente para o seu sucesso na so‑
Assim, neste artigo faz-se uma breve referência ciedade de informação.
às vantagens e limitações pedagógicas decorrentes As práticas pedagógicas que utilizam as TIC de
do uso das TIC em contexto educativo, e destaca-se uma forma planeada, sistemática e devidamente in‑
particularmente a utilização de simulações compu‑ tegrada em contexto curricular, têm diversas e re‑
tacionais no ensino das Ciências Físico-Químicas. conhecidas potencialidades (Wild, 1996). Uma das
Seguidamente apresenta-se uma pequena reflexão mais notórias potencialidades das TIC é o facto de
sobre a importância e a utilização do trabalho ex‑ ajudarem o aluno a descobrir o conhecimento por
perimental no ensino das Ciências e avança-se para si: é uma forma de ensino activo em que o professor
a descrição do processo de concepção da simulação ocupa um lugar intermédio entre a informação e os
“Ponto de fusão e ponto de ebulição”. Terminamos alunos, apontando caminhos e avivando a criativi‑
com o estudo de impacto piloto realizado com alu‑ dade, a autonomia e o pensamento crítico. Existe
nos do 7.º ano de escolaridade, resultados e conclu‑ uma relação reflectiva e interventiva entre o aluno
sões daí decorrentes, bem como algumas propostas e o mundo que o rodeia. As tecnologias promovem
para projectos futuros. o pensamento sobre si mesmo (metacognição), a or‑

sísifo 3 | carla mor ais / joão paiva | simulação digital e actividades experimentais em físico‑químicas 103
ganização desse pensamento e o desenvolvimento pedagogicamente enriquecedor, e a ausência de si-
cognitivo e intelectual, nomeadamente o raciocínio tes específicos para todos os conteúdos, promoven‑
formal. A diversificação das metodologias de ensi‑ do a navegação livre pela Internet, a qual não sendo
no-aprendizagem, o aumento da motivação de alu‑ devidamente orientada poderá tornar-se dispersiva.
nos e professores, o volume de informação dispo‑ De uma forma geral, pode-se afirmar que, apesar
nível e a potenciação da interdisciplinaridade são destes constrangimentos, a integração das TIC na
mais algumas vantagens inerentes ao uso pedagógi‑ escola constitui um meio auxiliar bastante podero‑
co das TIC. Igualmente reconhecida é a capacida‑ so para inovar o processo de ensino-aprendizagem.
de que as TIC têm de permitir formular hipóteses, As tecnologias são um bom pretexto para a mudan‑
testá-las, analisar resultados e reformular conceitos, ça, mas não são mais do que isso, pois a renovação
pelo que estão de acordo com a investigação cientí‑ terá de estar sempre para além de uma máquina!
fica. Ao mesmo tempo possibilitam o trabalho em
simultâneo com outras pessoas geograficamente
distantes, propiciam o recurso a medidas rigoro‑ Recursos digitais para o ensino
sas de grandezas físicas e químicas e o controlo de das Físico-Químicas – o caso
equipamento laboratorial (sensores e interfaces). particular das simulações
Podem ainda apontar-se como potencialidades pe‑ computacionais
dagógicas das TIC a criação de micromundos de
aprendizagem: são capazes de simular experiências No Ensino das Ciências, as TIC assumem uma par‑
que na realidade são rápidas ou lentas demais, que ticular importância pois a sua capacidade didáctica
utilizam materiais perigosos ou que decorrem em é-lhe intrínseca e a sua utilização é fundamental na
condições impossíveis de reproduzir. As tecnolo‑ exploração da simulação, modelação, interactivida‑
gias são também boas aliadas na detecção das difi‑ de, movimento e perspectiva tridimensional, entre
culdades dos alunos. outros aspectos (Cachapuz et al., 2002).
Estas potencialidades pedagógicas das TIC não Nomeadamente nas Ciências Físico-Químicas,
são ainda desfrutadas na íntegra por professores e o uso do computador tem sofrido algumas evolu‑
alunos dada a existência de algumas limitações na ções. Destacamos, no âmbito do nosso trabalho, as
sua utilização. Alguns desses constrangimentos são simulações computacionais que são programas que
as barreiras às inovações tecnológicas que natural‑ apresentam um modelo de um sistema real ou ima‑
mente surgem nas escolas e desencadeiam a neces‑ ginário (Paiva & Morais, 2006).
sidade de acções de sensibilização. A escola terá Verifica-se uma evolução nas simulações cons‑
de se consciencializar de que já não é o único meio truídas para o ensino. À medida que o software e o
de transmissão de conhecimento. Por outro lado, a hardware se tornaram mais sofisticados, as simu‑
escassez de software de elevada qualidade técnica lações estão a tornar-se mais realistas, com muito
e pedagógica, que implica um trabalho colabora‑ mais opções para o utilizador controlar a dinâmica
tivo de pedagogos e programadores, apresenta-se do fenómeno representado no ecrã (Mintzes et al.,
também como uma limitação ao uso das tecnolo‑ 1998). Estas permitem manipular experiências de
gias. Outras limitações existem e prendem-se com diversos tipos, nomeadamente experiências de rea‑
o grande número de alunos que, por dificuldades lização complexa, morosas e até perigosas de serem
económicas, não possuem computador, a falta de reproduzidas na sala aula. O aluno pode verificar a
formação inicial e contínua dos professores para o validade das suas hipóteses relativamente às situa‑
uso das tecnologias e respectivo aproveitamento pe‑ ções que surgem no ambiente simulado, manipular
dagógico, a falta de conhecimento sobre o impacto variáveis e verificar as alterações no comportamento
do uso das TIC em contexto educativo e a escassez do modelo perante uma variedade de condições.
de tempo, que é indispensável na aprendizagem das As simulações computacionais podem consti‑
tecnologias e na preparação das aulas. Aliadas a es‑ tuir-se como um importante complemento ao con‑
tas limitações são de referir também a utilização ina‑ tacto directo com os fenómenos naturais e ao tra‑
dequada de muito material tecnológico, tido como balho experimental, mas nunca para os substituir,

104 sísifo 3 | carla mor ais / joão paiva | simulação digital e actividades experimentais em físico‑químicas
pois não faz sentido simular um processo que pode O trabalho experimental
ser facilmente observado (Boyle, 1997). no ensino das Físico-Químicas
A utilização, devidamente integrada e planea‑ — alguns dados e reflexões
da, das simulações computacionais apresenta al‑
gumas vantagens pedagógicas, pois estes recursos A realização de trabalho experimental é fundamen‑
podem despertar ou aumentar o interesse dos alu‑ tal, e sem dúvida essencial, no ensino e na apren‑
nos, dada a possibilidade de variar parâmetros e dizagem de ciências eminentemente experimentais
observar o efeito dessas variações em diversas situ‑ como a Física e a Química.
ações e condições, tendo oportunidade de reflectir Oliveira (1999) explica que, ao falar de trabalho
e tomar novas decisões. As simulações oferecem a experimental, se refere a “investigações em que os
possibilidade ao aluno de desenvolver hipóteses, alunos podem desenvolver, recorrendo a recursos
testá-las, analisar resultados e aperfeiçoar os conceitos. variados, experiências significativas, construindo,
Esta modalidade de uso do computador na educação no seio de comunidades de aprendizagem, signi‑
é muito útil para fomentar o trabalho em grupo. Os ficados de conceitos próximos dos que são aceites
diferentes grupos podem testar diferentes hipóteses pela comunidade científica”.
e, assim, ter um contacto mais “real” com os conceitos São vários e importantes os objectivos que se
envolvidos no problema em estudo. O uso de simula‑ pretendem atingir com a realização de trabalho ex‑
ções computacionais é coerente com a própria prática perimental (Gunstone, 1991; Sweeney & Paradis,
de investigação científica, que as utiliza cada vez mais. 2004). Alguns dos mais significativos consistem
A criação de um ambiente interactivo de “aprender em desenvolver no aluno capacidades e atitudes
fazendo”, presente nas simulações, permite ao aluno associadas à resolução de problemas em Ciência,
estar mais envolvido e ter uma participação mais ac‑ transferíveis para a vida quotidiana, tais como: o
tiva na elaboração do conhecimento. Outra grande espírito criativo, a formulação de hipóteses, a ob‑
vantagem pedagógica das simulações computacionais servação, a tomada de decisões, o espírito crítico,
é propiciarem a interdisciplinaridade, uma vez que a curiosidade, a responsabilidade, a autonomia e
o ambiente representado pode ser transdisciplinar. a persistência. Familiarizar os alunos com as teo‑
Contudo, a utilização das simulações computa‑ rias, natureza e metodologia da Ciência e ainda
cionais também apresenta algumas dificuldades, com a relação Ciência-Tecnologia-Sociedade-
nomeadamente, o facto de as boas simulações com‑ -Ambiente (CTSA), assim como levantar concep‑
putacionais requererem grande poder computacio‑ ções alternativas do aluno e promover o conflito
nal e bons recursos gráficos e sonoros, de modo a cognitivo com vista à sua mudança conceptual, são
tornar a situação — problema o mais aproximada objectivos que se pretende atingir com a realização
possível do real. Por outro lado, é importante es‑ de trabalho experimental. Não se esgotando o leque
tar consciente de que o uso de uma simulação, por de metas a atingir e de competências a desenvolver
si só, não cria a melhor situação de aprendizagem. o trabalho experimental tem ainda como objectivos
A simulação deve ser vista como um complemento desenvolver no aluno: o gosto pela Ciência, em ge‑
de outras estratégias de ensino. Caso contrário, não ral, e pela disciplina e/ou conteúdos em particular,
existe garantia de que a aprendizagem ocorra e de assim como capacidades psicomotoras, com vista
que o conhecimento possa ser aplicado à vida real. à eficácia de execução e rigor técnico nas activida‑
Outra limitação à qual é necessário estar atento é a des realizadas. Proporcionar ao aluno a vivência
possibilidade do aluno poder formar uma visão dis‑ de factos e fenómenos naturais, assim como cons‑
torcida a respeito do mundo, por exemplo, ser leva‑ ciencializá-lo para intervir, esclarecidamente, na
do a pensar que o mundo real pode ser simplificado resolução de problemas ecológicos/ambientais, ao
e controlado da mesma maneira que nos programas mesmo tempo que se promove a sua sociabilização
de simulação. Portanto, é necessário criar condições (participação, comunicação, cooperação, respeito,
para o aluno fazer a transição entre a simulação e o entre outras) com vista a uma melhor integração so‑
fenómeno no mundo real. Esta transição não ocorre cial, são também objectivos fundamentais inerentes
automaticamente e deve ser trabalhada. à realização de trabalho experimental.

sísifo 3 | carla mor ais / joão paiva | simulação digital e actividades experimentais em físico‑químicas 105
Pelo exposto anteriormente, a realização de tra‑ frequente entre os professores de Física e Química.
balho experimental reveste-se de uma importância De uma maneira geral, pode dizer-se que os profes‑
ímpar. São os alunos os primeiros a reconhecer essa sores do Ensino Básico realizam mais actividades
importância e a manifestarem gosto pela realização de Física do que de Química e que as experiências
de trabalho experimental. mais realizadas são essencialmente as mais clássicas.
Para evidenciar esta afirmação recorremos a De acordo com a Tabela 1, na Química o grupo
dados fornecidos por Martins et al. (2002, 2005), e de experiências mais realizadas são: “Processos de
que referimos de seguida. separação de misturas”; “Reacções ácido-base; os
Assim, pela análise do Gráfico 1, podemos ve‑ indicadores; escala de pH”. No grupo das experi‑
rificar efectivamente que uma maioria significativa ências menos realizadas encontramos a “Determi‑
dos alunos (82% do 9° ano) gosta de realizar activi‑ nação dos pontos de fusão e de solidificação”.
dades experimentais de Física e de Química. As actividades prático-experimentais utilizadas
têm carácter eminentemente fechado e essencial‑
Gráfico 1 — Gosto pela realização
mente virado para a verificação de leis, fenómenos e
de actividades experimentais
100% teorias, pouco centradas na formulação e verificação
9.º ano de hipóteses e na resolução de problemas abertos.
90% 88% 89%
11.º ano
82% Tabela 1 — Actividades experimentais
80% realizadas no 8.º ano
Ens. superior
QuÍmica %
70%
Processos de separação de misturas 99
60% Regras de segurança no laboratório de Química 98
Reacções ácido‑base; os indicadores; escala de pH 99
50% Análise de rótulos de diversos produtos químicos 96
Cromatografia 96
40% Estudo de reacções químicas diversas 93
Determinação da densidade de uma substância 90
30% Análise de misturas homogéneas e heterogéneas 86
Lei de Lavoisier 87
20%
Separação de substâncias puras 83
Energia das reacções químicas ­exotérmicas, 82
10% 7% endotérmicas e atérmicas
6% 6% 5% 5% 5%
4% 3%
0% Factores que aumentam a velocidade de uma reacção 79
0%
Sim Não Não sei Nunca fez Determinação dos pontos de fusão e solidificação 48
Fonte: Martins et al., 2002, p. 105.
Fonte: Martins et al., 2002, p. 69.
De acordo com Martins et al. (2005), se com‑
pararmos as diferenças percentuais entre a Física Quando uma turma tem mais de 22 alunos é co‑
e a Química, pode afirmar-se que, os alunos gos‑ mum nas escolas fazer-se o desdobramento da turma
tam mais de actividades experimentais de Química em dois turnos de modo a permitir aos professores im‑
porque: motivam/interessam mais os alunos para plementar actividades laboratoriais e experimentais.
os assuntos científicos; tornam as aulas mais diver‑ Contudo, segundo Martins et al. (2002), verifica-se
tidas e interessantes e desenvolvem capacidades de que os professores utilizam estes tempos lectivos com
manuseamento de equipamento laboratorial. o objectivo de reforçar um ensino mais focado na sis‑
Mas, de acordo com Martins et al. (2002), infe‑ tematização e resolução de exercícios e menos na prá‑
lizmente apenas uma minoria de cerca de 27% dos tica laboratorial e no desenvolvimento de competên‑
professores realiza regularmente actividades expe‑ cias. Apenas 26% dos professores inquiridos utiliza
rimentais de Física e Química, dedicando-lhes, em os turnos sempre ou quase sempre para realizar traba‑
média, menos de 20 horas por ano lectivo. A reali‑ lho experimental em oposição a 51% que utiliza mui‑
zação de trabalhos experimentais não é uma prática tas vezes os turnos para resolver exercícios (Tabela 2).

106 sísifo 3 | carla mor ais / joão paiva | simulação digital e actividades experimentais em físico‑químicas
Tabela 2 — Forma de ocupação lectiva dos turnos experimentais
Realizar ­trabalho Leccionar
Rever matéria Resolver exercícios
experimental ­matéria nova
Nunca ou raramente 2 27 42 3
Algumas vezes 37 55 44 35
Muitas vezes 36 14 11 51
Sempre ou quase sempre 26 4 4 11
Fonte: Martins et al., 2002, p. 130.

Concepção da simulação “Ponto do manual – Manual Multimédia 7CFQ (Fiolhais et


de fusão e ponto de ebulição” al., 2006).

O conteúdo programático Do conjunto de recursos digitais desenvolvidos,


As Orientações Curriculares para as Ciências Físi‑ iremos neste trabalho, debruçarmos sobre a simu‑
cas e Naturais no 3° ciclo apontam para um ensino lação: “Ponto de fusão e ponto de ebulição”.
dos conteúdos numa perspectiva não por anos mas
sim por ciclo, de forma a dotar os alunos com um Aspectos técnicos e visuais atendidos
conjunto de competências essenciais que eles de‑ na concepção da simulação
vem adquirir até ao final deste ciclo com o estudo “Ponto de fusão e ponto de ebulição”
de quatro temas organizadores: Terra no Espaço; A escolha dos programas e/ou das ferramentas in‑
Terra em Transformação; Sustentabilidade da Ter‑ formáticas usadas na concepção da simulação “Pon‑
ra e Viver melhor na Terra. to de fusão e ponto de ebulição” foi cuidada e teve
A escolha do tema Terra em Transformação de‑ em consideração o resultado final que se pretendia
veu-se ao facto de ser o tema que introduz o estudo da obter, bem como o nosso objectivo primordial: mo‑
Química no Ensino Básico. De acordo com o Currí‑ tivar os alunos para o estudo da Química.
culo Nacional do Ensino Básico – Competências Es‑ Assim, alguns dos programas usados para a sua
senciais com este tema – Terra em Transformação: concepção foram: o Macromedia FreeHand, Adobe
“(…) pretende-se que os alunos adquiram conheci‑ Photoshop, Macromedia Flash, Adobe Premíere e
mentos relacionados com os elementos constituin‑ Pro-Tools – HD7.
tes da Terra e com os fenómenos que nela ocorrem”. O aspecto visual e a criação de um ambiente
No âmbito do Mestrado em Educação Multi‑ agradável e amigável de utilização podem, de al‑
média da Faculdade de Ciências da Universidade guma forma, contribuir para a motivação do aluno
do Porto, pretendeu-se desenvolver um conjunto na exploração do recurso. Deste modo, teve-se em
de recursos digitais com o intuito de tornar este consideração vários aspectos que justificam as nos‑
primeiro contacto dos alunos com a Química uma sas opções de cor, texto, tipo de letra, composição
experiência enriquecedora e motivante para eles, espacial do ecrã, interface e animação.
contribuindo para o desenvolvimento do gosto por Dado o nível etário dos alunos a quem se destina
esta Ciência, assim como, proporcionar-lhes ex‑ a simulação optou-se por fazer textos curtos e de
periências de aprendizagem que os conduzissem a fácil leitura para ajudar na compreensão dos con‑
aprender mais, a aprender melhor e de forma mais teúdos e, ao mesmo tempo, evitar a desmotivação
significativa. e a saturação dos alunos aquando da exploração da
Os recursos digitais desenvolvidos foram depois mesma. Algumas indicações de natureza contextu‑
utilizados por uma editora de manuais escolares e alizadora e operacional vão sendo apresentadas nos
integram actualmente um projecto pioneiro, que vários ecrãs da simulação (Roerden, 1997).
de forma integrada conjuga um manual em versão Apresentam-se de seguida print screens de ecrãs
digital com múltiplos recursos multimédia, que da simulação “Ponto de fusão e ponto de ebulição”
complementam e explicitam os conteúdos ao longo (Figura 1).

sísifo 3 | carla mor ais / joão paiva | simulação digital e actividades experimentais em físico‑químicas 107
Estudo de impacto piloto da
simulação “Ponto de fusão e
ponto de ebulição” com alunos
do 7º ano de escolaridade

Descrição do estudo
A amostra usada no estudo foi uma turma do 7º ano
de escolaridade da Escola EB 2,3 de Maria Lamas
– Porto, no ano lectivo de 2005/2006. A turma era
constituída por 15 rapazes e 6 raparigas que apre‑
sentavam uma média de idades de 12 anos.
Planificou-se a aula de 45 minutos na qual a
simulação computacional foi usada pelos alunos
e elaborou-se o roteiro de apoio à exploração da
mesma (Figura 2). Os roteiros de exploração têm
como principal objectivo estreitar a relação entre
as peças de software educativo e os objectivos de
aprendizagem que se pretendem desenvolver (Mo‑
rais, 2006). (O roteiro de exploração está disponível
no URL http://www.jcpaiva.net/content.php?d=
curriculum/12 ).

Figura 1. Vários ecrãs da simulação Figura 2. Páginas do roteiro de exploração da


“Ponto de fusão e ponto de ebulição”. simulação “Ponto de fusão e ponto de ebulição”.

108 sísifo 3 | carla mor ais / joão paiva | simulação digital e actividades experimentais em físico‑químicas
O estudo teve um cariz qualitativo introdutório tam como principais razões o facto de terem apre‑
e baseou-se, principalmente, na observação atenta ciado particularmente os gráficos e o termómetro;
dos alunos a explorarem o software e na realização aprenderem a interpretar melhor um gráfico; ter
de entrevistas. Apresentam-se de seguida alguns ocorrido a assimilação de conceitos associados a
resultados decorrentes desse estudo. esta simulação levando a aprendizagens significa‑
tivas.
Análise dos resultados Depois de explorarem a simulação, todos os
O impacto da aplicação da simulação “Ponto de alunos reconheceram a vantagem dessa exploração
fusão e ponto de ebulição” no processo de ensino- ter sido feita com o auxílio de um roteiro de ex‑
aprendizagem, foi avaliado através da análise das ploração, dizendo que: sabem qual o objectivo do
respostas dadas às questões presentes no roteiro trabalho a desenvolver; explica as principais fun‑
de exploração, análise das observações efectuadas cionalidades do recurso digital a explorar; favorece
e análise das entrevistas realizadas. A análise dos o empenho na procura das respostas pretendidas;
resultados assenta numa abordagem qualitativa evita a dispersão para aspectos menos relevantes
(Morais, 2006). para a actividade; impede os cliques indiscrimina‑
Verificou-se essencialmente que o facto da aula dos e compulsivos; permite tirar conclusões; apren‑
ter decorrido na sala de informática motivou espe‑ dem de forma mais significativa e rentabilizam mais
cialmente os alunos. A exploração da simulação o tempo.
pelos alunos foi, numa fase inicial, feita de forma Os alunos consideram que o que há de mais
impulsiva não tendo sido dada a devida atenção positivo no estudo da Química usando recursos
ao roteiro de exploração distribuído (cuja utili‑ digitais é: ser mais simples e menos trabalhoso
dade tinha sido previamente esclarecida). Tal‑ para aprender; perceberem-se melhor os conteúdos
vez por os alunos terem considerado a simulação (pois podem-se visualizar e explorar novamente os
apelativa tenha aumentado o seu interesse, pois recursos) e o facto de a presença de imagens e de
estes podiam seleccionar a substância, seleccio‑ áudio ajudarem na compreensão e despoletarem
nar se pretendiam observar a fusão ou a ebulição nos alunos um maior grau de atenção, pelo facto de
da mesma, assim como ver a construção do gráfi‑ se sentirem mais cativados. Os alunos consideram
co, temperatura em função do tempo, à medida ainda que os professores deveriam utilizar mais re‑
que o aquecimento estava a decorrer. Logo que cursos digitais na sua prática lectiva. Segundo os
interiorizaram a utilidade do roteiro na explora‑ alunos, as razões para que tal não aconteça são: falta
ção da simulação a aula decorreu tranquilamente, de ideias ou possibilidade de o fazer; os professo‑
não tendo havido mais solicitações à professora. res considerarem que o “quadro e giz” são recursos
As questões presentes no roteiro de exploração mais eficientes e ainda por comodismo e/ou falta de
foram respondidas sem qualquer dificuldade. Em vontade dos professores.
geral, verificou-se que a maioria dos alunos chegou
à conclusão que o ponto de fusão e o ponto de ebu‑
lição são propriedades físicas que permitem identi‑ Conclusões finais e propostas
ficar uma substância e que o patamar constante do para projectos futuros
gráfico corresponde à temperatura à qual uma dada
substância pura funde ou entra em ebulição. É nossa convicção que a criação desta simulação
Registou-se alguma desordem aquando da cor‑ poderá contribuir para o aprofundamento dos con‑
recção das questões, pois o entusiasmo e a vontade ceitos de ponto de fusão e ponto de ebulição assim
de participar era tal que os alunos tiveram de ser como complementar a realização experimental da
chamados à atenção e foi solicitado que não esque‑ determinação destas duas propriedades físicas,
cessem as regras de participação ordenada, pedin‑ uma vez que a “Determinação dos pontos de fu‑
do a palavra antes de começarem a falar. são e de ebulição” está no grupo das experiências
Os alunos dizem ter gostado de explorar a simu‑ menos realizadas em Química (recordar a tabela 1,
lação “Ponto de fusão e ponto de ebulição”. Apon‑ secção 4).

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A utilização de simulações computacionais, em rentes ao estudo não se poderá tomar os resultados
geral, apresenta vantagens para o processo de en‑ obtidos para além de um simples indicador positivo
sino-aprendizagem e a sua exploração desencadeia a favor da utilização de recursos digitais com os alu‑
nos alunos reacções muito positivas, nomeadamen‑ nos. Contudo, para que essa vantagem se torne uma
te: “ Esta simulação é gira, vê-se o gráfico à medida realidade cada vez mais comum nas nossas escolas
que a temperatura aumenta”; “ Nunca percebi nada é fundamental uma mudança de mentalidades, ati‑
de gráficos, mas estes até são fáceis porque se vê o tudes e perspectivas dos vários intervenientes no
que acontece com a temperatura e ao mesmo tempo processo educativo.
vê-se o computador a desenhar o gráfico”. No seguimento do que foi feito pretende-se,
Os alunos apreciaram a exploração de recursos num futuro próximo, realizar novas fases de teste
digitais, contudo tal pode dever-se também a um do protótipo construído, intervindo directamente
factor extra de motivação – a novidade. São unâni‑ junto dos professores, melhorando os recursos de‑
mes em reconhecer o proveito pedagógico e a vanta‑ senvolvidos e produzindo novos recursos digitais
gem na utilização de roteiros de exploração e acima para níveis de ensino superiores. Pretendemos tam‑
de tudo reconhecem ter aprendido mais e melhor. bém avaliar o seu impacto junto dos alunos, de uma
Devido às limitações nas conclusões e generali‑ forma mais sistemática.
zações (ameaças à validade interna e externa) ine‑ Todas as sugestões são bem-vindas.

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