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ARTIGO

TÉCNICO

Curvas Características dos Geradores Síncronos: Curvas


de Capabilidade e V
Elissa Soares de Carvalho
WEG
Brasil
elissac@weg.net

Resumo – Com a produção de energia tornando-se cada vez mais distribuída, geradores síncronos que
fornecem energia para o sistema não são mais exclusivos de grandes plantas produtoras, hoje eles estão
em todos os setores: industriais, comerciais, residenciais e agrícolas. Do mesmo modo, a necessidade de
informação sobre estas máquinas tornou-se mais frequente. As curvas características introduzem os
conceitos de funcionamento do gerador síncrono ao apresentá-los de forma concisa em uma determinada
condição de operação, além disto, conhecendo-se os meios pelos quais as curvas são construídas, é
permitida uma análise crítica das características da máquina síncrona e a identificação de algumas de suas
particularidades. Neste primeiro artigo da série “Curvas Características de Máquinas Síncronas” serão
explorados os fundamentos da curva de capabilidade e da curva V para os geradores, assim como sua
utilização.

1 INTRODUÇÃO corrente nominal do gerador para uma carga


constante.
Os geradores síncronos produzem energia
elétrica por meio da transformação de energia 2 DIAGRAMA FASORIAL DO GERADOR
mecânica. Utilizando um campo girante SÍNCRONO
alimentado por corrente contínua, localizado no
rotor, é induzida uma corrente alternada em um Os conceitos necessários para se entender a
estator bobinado também chamado de armadura. construção e análise das curvas V e de
capabilidade derivam do modelo do gerador
Geralmente são reconhecidos pela aplicação: síncrono em regime e de seus diagramas
turbogeradores, hidrogeradores e aerogeradores, fasoriais. Sendo uma ferramenta visual, as
já que cada um deles possui características diferenças entre os geradores de polos lisos e
próprias, como por exemplo, o número de polos e salientes além da forma de operação do gerador
o formato do rotor (liso ou com polos salientes) (subexcitado e sobrexcitado) são expostas de
que são levados em consideração durante o forma clara e acessível.
projeto da máquina.
2.1 DIAGRAMA FASORIAL DO GERADOR
Utilizando-se as curvas do gerador síncrono SÍNCRONO DE POLOS LISOS
apresentadas neste artigo, é possível entender o
comportamento dessas máquinas em regime O gerador de polos lisos operando em carga pode
estando conectadas ao sistema e reconhecer ser representado por meio do circuito equivalente
algumas de suas características, uma vez que mostrado na Figura 01.
são utilizados conceitos básicos para construí-las.

São duas as curvas exibidas, ambas partindo do


diagrama fasorial da máquina:
 A curva de capabilidade, que fornece o limite
de operação no qual a máquina opera com
segurança e que é apresentado através da
relação entre potência ativa e potência reativa
do gerador, geralmente em pu.

 A curva V, que ordena a corrente de


armadura pela corrente de excitação da
máquina por meio da relação entre o campo Figura 1: Modelo de um gerador síncrono de polos
fornecido pela excitação da máquina e a lisos em regime

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Onde:
Força Eletromotriz Induzida
Tensão nos Terminais do Gerador A Figura 3 mostra o diagrama para o gerador
Corrente de Armadura operando na região subexcitada.
= = Reatância Síncrona
Resistência da Armadura Comparando-se os dois casos verifica-se
claramente a relação entre o fator de potência, a
O seu respectivo diagrama fasorial é mostrado na corrente de armadura, o campo e o ângulo de
Figura 2, onde, para simplificar a apresentação, a potência. Tal relação será importante ao se
resistência da armadura é desconsiderada. Esta explicar tanto a capabilidade como a curva V.
aproximação é plenamente válida [1,2], até
mesmo para a realização dos cálculos, já que o
2.2 DIAGRAMA FASORIAL DO GERADOR
valor da resistência em comparação com o valor
SÍNCRONO DE POLOS SALIENTES
das reatâncias de saturação e dispersão é na
maioria das vezes desprezível.
As características do diagrama fasorial do rotor
de polos salientes são afetadas pela diferença
entre as reatâncias do eixo em quadratura e do
eixo direto, decorrente da saliência entre os
polos.
Pode-se afirmar que o diagrama dos geradores
com rotores de polos lisos é um caso particular
deste, em que as reatâncias do eixo direto e do
eixo em quadratura são iguais, X d = X q.

Figura 2: Diagrama fasorial de tensão simplificado do


gerador síncrono de polos lisos sobrexcitado

Na representação mostrada na Figura 2, é


considerado o gerador suprindo uma carga
reativa, indicando que o gerador está operando
sobre-excitado.
Figura 4 Diagrama fasorial do gerador de polos
salientes na condição sobrexcitada.
Grande parte dos geradores trabalha nesta
condição, provendo a quantidade de reativos
necessária para sua própria planta, evitando 3 CURVAS DE CAPABILIDADE E CURVA V
assim um fator de potência indutivo que
normalmente leva a alguma taxação por parte da Algumas vezes mencionada como carta de
concessionária. capacidade, a curva de capabilidade estabelece
os limites térmicos, eletromagnéticos e mecânicos
para a operação segura do gerador síncrono em
uma condição com tensão e frequência fixas, ou
seja, com o gerador conectado à rede.

Utilizada para parametrizar o regulador de tensão,


a curva pode ser usada para a compreensão
geral do funcionamento da máquina síncrona à
medida que ela é construída a partir dos
diagramas fasoriais das Figuras 2 e 4.

Figura 3: Diagrama Fasorial do gerador síncrono de De forma similar à curva de capabilidade, a curva
polos lisos consumindo potência reativa da rede. V somente é válida para uma dada tensão

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constante e também é levantada utilizando-se os Estes são os primeiros limites da curva de


diagramas fasoriais discutidos previamente, capabilidade.
fixando as potências ativas em 0%, 25%, 50%.
75% e 100%. 3.2 LIMITES DE OPERAÇÃO DO GERADOR
SÍNCRONO – LIMITES DE POTÊNCIA
Seu nome deve-se ao formato em V característico
e é construída relacionando-se a corrente de Mesmo que o diagrama de fasores possa ser
excitação e a corrente de armadura. utilizado para descrever os limites de operação,
tanto a definição de estabilidade como a definição
3.1 LIMITES DE OPERAÇÃO DO GERADOR do limite máximo imposto pela máquina acionante
SÍNCRONO – LIMITES TÉRMICOS ou estão em termos de potência, ou precisa de
alguma definição relacionada à ela. Portanto
A partir dos diagramas fasoriais mostrados nas torna-se útil e prático a utilização do diagrama
figuras 2 e 4, é possível estabelecer os limites fasorial de tensão modificado para diagrama de
térmicos da armadura e do campo, utilizando potência.
respectivamente os valores absolutos máximos
dos fasores e ∙ para traçar um círculo A partir do diagrama de tensão para geradores de
com centro em suas origens, conforme ilustrado polos salientes, e considerando-se o diagrama de
na Figura 5. polos lisos como um caso especial em que =
, modifica-se o diagrama de fasores
O círculo percorrido por | | , cujo valor é simplificado da Figura 04 para um diagrama de
proporcional à corrente de campo, define o limite potências, multiplicando-se os módulos de tensão
térmico do rotor, um dos fatores restritivos e mais por 3∙|V| e dividindo-os por X d [3], conforme
críticos de uma máquina síncrona. Enquanto o ilustrado na Figura 7.
círculo descrito por | ∙ | , mostrado na
Figura 6 traça o limite térmico da armadura.

Figura 7: Diagrama de potências

Substituindo-se a seguir as tensões e pelos


valores de linha:

Figura 5: Limites térmicos do rotor do gerador síncrono = Equação 1


= Equação 2

Obtém-se o diagrama da Figura 8.

Figura 6: Limites térmicos da armadura do gerador


síncrono Figura 8: Diagrama de potências, utilizando tensões de
linha

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3.2.1 Limite de Estabilidade

Considerando-se as equações para as potências


ativa e reativa:

= √3 ∙ ∙ ∙ Equação 3

= √3 ∙ ∙ ∙ Equação 4

E desenvolvendo as Equações 3 e 4 por meio de


relações trigonométricas com base no diagrama
da Figura 8, obtemos:

∙ 1 1
= ∙ + ∙ − ∙ 2
2
Equação 5


= ∙ −
2
∙ + − − ∙ 2 Figura 9: Curva P x δ - Estabilidade

Equação 6 Para geradores de polos lisos este limite ocorre


quando a máquina opera subexcitado em um
A estabilidade estática teórica é definida como a ângulo de carga δ ≈ 90°, para geradores de polos
capacidade do gerador de permanecer em salientes a perda de estabilidade ocorre em um
sincronismo diante de pequenas variações de ângulo < 90°[1].
potência ativa [1].
Esta diferença ocorre devido ao efeito das
Ela se baseia no equilíbrio existente entre a saliências do gerador, isto é, quando ≠ .
potência mecânica injetada pela máquina O efeito é bem explicado na Figura 9 onde os
acionante e a potência elétrica. Por definição, o dois termos da Equação 8 são mostrados
gerador síncrono estará estaticamente estável se: separadamente (linha tracejada) e a curva
resultante é distorcida, deslocando para a
esquerda o ângulo de carga onde ocorre o limite
>0 Equação 7
de estabilidade teórica.

O limite de estabilidade prático se consegue


Ou seja:
considerando-se uma porcentagem mínima de
potência fornecida pela turbina, como margem de
∙ 1 1
∙ − ∙ − ∙ 2 >0 segurança. Em termos práticos, trata-se de uma
diminuição do ângulo de potência para valores
menores do que o ângulo de carga δ definido
Equação 8 para a estabilidade teórica.

Graficamente: As Figuras 10 e 11 mostram o aspecto do limite


de estabilidade teórica na curva P x Q para
geradores de polos lisos e polos salientes.

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Figura 12: Limite de potência ativa.

3.2.3 Limite de mínima excitação

Durante a operação do gerador em que são


absorvidos reativos da rede, a corrente de
Figura 10: Curva P x Q – Estabilidade teórica e prática excitação pode diminuir até um valor crítico à
para um projeto de geradores de polos lisos. medida que a carga torna-se mais e mais
capacitiva. Esta região coincide com o limite de
estabilidade no fornecimento de potências ativas
menores, e em geral é incluído dentro do limite de
estabilidade.

3.3 CURVA DE CAPABILIDADE

A curva de capabilidade ordena a potência ativa


pela reativa. Pode ser representada em valores
absolutos em W / kVAr ou em pu sendo a sua
base a potência aparente nominal do gerador: S.

É uma curva essencial para parametrização do


regulador de tensão, mas também útil para quem
deseja conhecer mais sobre estas máquinas.

É importante enfatizar que trata-se de uma curva


que expressa as características do gerador na
condição de tensão constante, portanto para
geradores que estão conectadas ao sistema.
Figura 11: Curva P x Q – Estabilidade teórica e prática
para um projeto de geradores de polos salientes.
A Figura 13 mostra a curva completa de um
gerador de polos salientes, com todos os limites
3.2.2 Limite da máquina acionante estudados nos itens acima.

O limite da potência ativa fornecida pelo gerador


é imposto pela máquina acionante, seja pelo
combustível no caso de turbinas ou motores
diesel, seja pelo nível do reservatório no caso de
hidrogeradores ou do vento para aerogeradores.

Sua representação é mostrada na Figura 12.

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curvas no formato V confere o nome pelo qual é


conhecida.

Igualmente como na curva de capabilidade é


possível traçar os limites de estabilidade
utilizando-se das mesmas considerações
observadas no item 3.2.1.

Figura 13: Curva de Capabilidade Completa.

3.4 CURVA V

Enquanto a curva de capabilidade mostra a


relação entre as potências ativa e reativa, a curva
V mostra a relação entre a corrente de armadura Figura 15: Exemplo de Curva V
(nos terminais da máquina) e sua corrente de
campo (nos enrolamentos do rotor) para uma
determinada carga fixa. 4 CONCLUSÃO

As curvas são levantadas com o auxílio dos Tanto as curvas de capabilidade quanto as curvas
diagramas fasoriais de tensão, conforme o V são derivadas dos diagramas fasoriais que
conceito ilustrado na Figura 14. descrevem o gerador síncrono em regime
conectado à rede.

A curva de capabilidade relaciona a potência ativa


do gerador pela sua potência reativa . Os
eixos podem estar em pu, com a base sendo a
potência aparente nominal , ou em kW por
kVAr.

O objetivo da curva de capabilidade é fornecer a


região de operação segura do gerador. Os limites
principais são:
Figura 14: Corrente de armadura e de campo em
operação com potência constante para um gerador de
polos lisos.  Limites térmicos: corrente de armadura e
de campo (excitação);
Em cada condição de potência fixa (pontos , ,  Limites de estabilidade em regime;
e ) as correntes de armadura e campo  Limite da máquina acionante
(proporcional à f.e.m. ) percorrem os quadrantes
sobrexcitado e subexcitado do diagrama fasorial, Os limites de estabilidade diferem quando são
com o fator de potência unitário demarcando os comparados o gerador de polos lisos com o de
vértices da curva em todas as condições de polos salientes. Isto deve-se à diferença entre as
potência. reatâncias e existente no gerador de polos
salientes [1].
A operação à direita do vértice configura o
gerador alimentando uma carga indutiva, ou seja A utilização comum da curva de capabilidade,
operando na condição sobrexcitada e à esquerda além da informação gráfica dos limites da
na condição subexcitada, suprindo uma carga máquina, é a parametrização do regulador de
capacitiva. tensão.

O formato definitivo da curva é mostrado na A curva V ordena a corrente de excitação pela


Figura 15, sua forma característica com várias corrente de armadura e é válida para uma tensão

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fixa. Assim como a curva de capabilidade, ela [3] Hermeto, A. E., A Máquina Síncrona,
mostra os limites de estabilidade teórica em Universidade Federal de Itajubá, Apostila com
regime, utilizando-se os ângulos de carga Notas de Aula, 102p.
máximos para cada curva as potências (0%, 25%,
50%, 75% e 100%) a partir das equações [4] Guimarães, C.H.C., Rangel, R.D., Diagramas
apresentadas no item 3.2.1. Operacionais de Unidades Geradoras In:
Simpósio de Especialistas em Planejamento de
Utilizando a curva V, é possível identificar Operação e Expansão Elétrica, X, 2006.
graficamente, e desta forma com agilidade, os Florianópolis.
pontos de operação em relação às correntes,
potência e fator de potência, permitindo de modo [5] da Costa Jr., P, Nunes de Souza, P.S., do
mais prático e com parâmetros conhecidos do Cogo Castanho, J. E., A Visual Tool for Building
controle de operação do sistema, planejar Synchronous Generator Capability Curves,
qualquer variação de carga sem ultrapassar os Southeastcon, 2012 Proceedings of IEEE.
limites permitidos do gerador.

ANEXO I – LISTA DE VARIÁVEIS

Força Eletromotriz Induzida

Tensão nos Terminais do Gerador

Corrente de Armadura

= = Reatância Síncrona

Reatância do Eixo Direto

Reatância do Eixo em Quadratura

Resistência da Armadura

Ângulo de Carga

Ângulo entre a Corrente de


Armadura e a Tensão nos
Terminais do Gerador

F.E.M induzida de Linha

Tensão de Linha

P Potência Ativa

Q Potência Reativa

S Potência Aparente

5 REFERÊNCIAS

[1] Boldea, I; Synchronous Generators; Volume I;


Taylor & Francis Group, LLC, 2006.

[2] Jain, G.C., DR. -Ing; Design, Operation and


Testing of Synchronous Machines. New York,
Asia Publishing House, 1961. 676 p.

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