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Tentamos, com esse exemplo, de forma bem resumida, demonstrar o princípio deste método
de avaliação de investimentos. Entretanto, o método da equivalência patrimonial apresenta
algumas particularidades próprias e se configura, no todo, em operações mais complexas do
que a acima apresentada. Nos tópicos seguintes procuraremos explicar suficientemente os
aspectos específicos deste método de avaliação, de modo que você possa resolver quaisquer
questões de provas envolvendo o assunto.
A par dessa introdução simplória, podemos conceituar o método da equivalência patrimonial
como sendo aquele em que os investimentos da sociedade investidora são avaliados tendo
como referência o percentual de participação no capital social da sociedade investida aplicado
sobre o Patrimônio Líquido desta mesma sociedade investida, consignando, com isso, os
resultados e quaisquer variações patrimoniais na sociedade investida a partir do momento de
sua geração, independentemente de o resultado ser positivo ou negativo e de haver ou não
distribuição de dividendos ou lucros.
DEFINIÇÕES FUNDAMENTAIS
CONTROLADA E CONTROLADORA
O conceito oficial dessas duas figuras jurídicas é encontrado no § 2º do art. 243 da lei societária,
que assim preceitua:
§ 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de
outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente,
preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores..
Do comando legal se extrai que sociedade controladora é aquela que possui a titularidade de
mais da metade (ou mais de 50%) das quotas ou ações com direito a voto de outra sociedade,
que será controlada. O controle não necessita ser direto, podendo ser por intermédio de outra
controlada, isto é, admite-se o controle indireto.
Assim, por exemplo, se a sociedade Anchova S.A. participa com 51% do capital votante da
sociedade Baleia S.A. e, esta, por sua vez, participa da com 60% do Capital votante da sociedade
Cará S.A., então a sociedade Anchova S.A. é controladora da sociedade Baleia S.A. de forma
direta e da sociedade Cará S.A. de forma indireta, que são suas controladas.
Isto é assim porque, se a sociedade Anchova S.A. dita as regras que devem ser seguidas pela
sociedade Baleia S.A., ela, de forma indireta, estará ditando, também, a conduta da sociedade
Cará S.A., pois esta última é controlada da sociedade Baleia S.A., logo seguirá as diretrizes por
ela traçada. A sociedade Baleia S.A. traçará diretrizes para a sociedade Cará S.A. conforme
orientações de sua controladora, a sociedade Anchova S.A..
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Outro aspecto interessante é o que diz respeito à preponderância nas deliberações sociais. De
regra, tem-se preponderância quando se possui a maioria do Capital Votante. Entretanto, na
prática, em situações não raras, é possível que uma parcela do capital votante, menor que a
maioria, defina os rumos de uma sociedade. É o caso em que as ações da sociedade investida
estão pulverizadas no mercado de forma que, nas assembleias deliberativas, grande parte dos
acionistas minoritários e os detentores de ações preferenciais sem direito a voto ou mesmo
detentores de ações ordinárias com direito a voto, não participam das deliberações tomadas
pela maioria presente.
Por oportuno, cabe mencionar que a lei das Sociedades Anônimas, em seu art. 15, § 2º,
preceitua que as ações sem direito a voto não poderão exceder a 50% do total das ações de
uma companhia. Com isto, a lei admite a possibilidade de o Capital Votante estar representado
por apenas 50% do Capital Total.
Ora, ocorrendo essa hipótese, 25% do Capital Total mais uma ação pode representar a maioria
do Capital Votante, isto é, a detenção, de forma permanente, de 25,01% do Capital Total pode
representar a preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos
administradores, desde que a companhia tenha 50% do seu capital representado por ações sem
direito a voto e que o investidor ou investidora com participação de 25,01% possua somente
ações ordinárias, isto é, ações representativas do capital votante.
COLIGADA
O conceito legal de Sociedade Coligada nos é fornecido pelo § 1º, do art. 243 da lei das
sociedades anônimas que assim dispõe:
Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da companhia em
sociedades coligadas e controladas e mencionar as modificações ocorridas durante o exercício.
§ 1º São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência significativa.
(Redação dada pela Lei 11941/2009)
§ 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de
outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente,
preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.
§ 3º A companhia aberta divulgará as informações adicionais, sobre coligadas e controladas,
que forem exigidas pela Comissão de Valores Mobiliários.
§ 4º Considera-se que há influência significativa quando a investidora detém ou exerce o
poder de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da investida, sem
controlá-la. (Incluído pela Lei 11.941/2008)
§ 5º É presumida influência significativa quando a investidora for titular de vinte por cento ou
mais do capital votante da investida, sem controlá-la. (Incluído pela Lei 11.941/2008)
Desta forma, a única condição para que se considere uma sociedade coligada de outra é
que haja uma influencia significativa. Influencia Esta manifestada através da participação da
investidora nas decisões políticas financeiras e operacionais da investida e presumida através
da participação de 20% ou mais do capital votante.
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CONTROLE COMUM
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Lucros não realizados EM CONTROLADAS:
Também devem ser eliminados os lucros não realizados ascendentes e descendentes ou seja,
resultante de venda da coligada para a investidora OU da investidora para a controlada;
LUCROS NA INVESTIDA
Quando a Investida obtém lucros, seu Patrimônio Líquido aumenta e para ser mantida a mesma
participação na investidora, teremos que aumentar o valor do investimento na proporção da
participação do capital social da investida.
D- Investimentos
C- Receita com equivalência Patrimonial
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PREJUÍZOS NA INVESTIDA
Quando a Investida tem prejuízos, seu Patrimônio Líquido diminui e para ser mantida a mesma
participação na investidora, teremos que diminuir o valor do investimento na proporção da
participação do capital social da investida.
D- Despesa com Equivalência Patrimonial
C- Investimentos
Quando A Investida Declara dividendos ela debita a conta lucros acumulados e credita a
conta dividendos a pagar, portanto diminui seu patrimônio líquido logo deve-se reconhecer
esse efeito na investidora diminuindo o valor do investimento para que seja mantida a mesma
proporção.
D- Dividendos a receber
C- Investimentos
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ÁGIO E DESÁGIO
O CPC 15 define ágio como a diferença positiva entre o valor pago pela aquisição de controle
da adquirida e o valor líquido, na data de aquisição, dos ativos identificáveis adquiridos e dos
passivos assumidos, com base em seu valor justo.
Aquisição de investimento em coligadas ou controladas com mais valia e goodwill.
O ágio na aquisição de investimentos em coligadas e controladas deve ser classificado em duas
parcelas:
1. MAIS VALIA dos ativos líquidos Diferença entre o valor de mercado (valor econômico) de
parte ou de todos os bens do ativo da coligada e controlada e o respectivo valor contábil;
Nessa hipótese, o valor do Patrimônio Líquido da sociedade investida não contempla
o valor de mercado dos bens, pois estes podem estar registrados com valores contábeis
menores ou maiores do que o de mercado, gerando, respectivamente o ágio ou o deságio
por ocasião da alienação da participação societária.
2. GOODWILL - Expectativa de resultado futuro (good Will); e. Os investimentos realizados
em sociedades que apresentam valores intrínsecos que não estão representados na
contabilidade, seja em consequência da clientela, da marca, do ponto.
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Questões
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Com relação às demonstrações financeiras le período e que sejam referentes a uma
− levantamento, classificação e avaliação −, operação de venda de estoque para a con-
julgue o item seguinte. troladora, que detém 30% de participação
na empresa Delta. Nessa situação, a con-
Considere a seguinte situação. troladora deverá reconhecer o valor de R$
A sociedade controladora X adquiriu ações 180.000 como resultado da equivalência
da controlada Y, participação avaliada em patrimonial em 2013.
R$ 300.000,00, que corresponde a 10% do ( ) Certo ( ) Errado
patrimônio líquido de X e a 60% do capital
de Y. Ao final do exercício, o patrimônio lí-
quido de Y passou para R$ 600.000,00. No item a seguir é apresentada uma situa-
ção hipotética acerca do processo contábil
6. (CESPE – TST – 2008) de reconhecimento, mensuração e eviden-
Nessa situação, o valor contábil da ciação, seguida de uma assertiva a ser jul-
participação não se alterou, permanecendo gada.
inalterada a proporção no capital de Y. A investidora Delta possui 40% de partici-
( ) Certo ( ) Errado pação na investida Gama. Durante o exer-
cício 20X1, a empresa investidora Delta
adquiriu $ 500.000,00 de mercadorias da
Julgue o item, relativo a os impactos no pa- investida, com custo de $ 350.000,00. Ao
trimônio de uma companhia aberta. final de 20X1, a investidora Delta apurou a
venda de 25% das mercadorias adquiridas
7. (CESPE – TCE-RO – 2013) da investida, com custo de $ 125.000,00.
Nesse mesmo período, a investida Gama
O ágio pago na aquisição de participações apurou lucro no valor de $ 250.000,00.
acionárias avaliadas pelo método da equi-
valência patrimonial, com fundamento 9. (CESPE – BACEN – 2013)
econômico na diferença de valor dos ativos
líquidos da investida, deve ser baixado do Nessa situação, o lançamento contábil para
ativo da investidora proporcionalmente à o reconhecimento do resultado positivo
realização dos ativos que lhe deu origem, a de equivalência patrimonial deve ser o
débito da conta de resultado de equivalên- seguinte:
cia patrimonial. •• D participação em Gama
( ) Certo ( ) Errado •• C resultado positivo de equivalência pa-
trimonial $ 55.000,00
Com relação à contabilização de investi- ( ) Certo ( ) Errado
mentos em coligadas e controladas, julgue
o item a seguir, desconsiderando qualquer
efeito tributário. 10. (Cespe – TJ-AC – 2012)
Uma sociedade empresária mantém inves-
8. (CESPE – ANATEL – 2014) timentos em uma coligada avaliados pelo
Suponha que o lucro líquido da empresa método da equivalência patrimonial. A coli-
Delta, no final de 2013, tenha sido de R$ gada apurou lucro no final do período. Nes-
600.000. Suponha, ainda, que 10% desse sa situação, no mesmo período, a sociedade
lucro não tenham sido realizados naque- empresária investidora deverá fazer um lan-
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Gabarito: 1. E 2. E 3. E 4. E 5. C 6. E 7. C 8. C 9. E 10. C 11. E
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DEMONSTRAÇÕES CONSOLIDADAS
Objetivo
Demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de grupo econômico , em que os
ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da
controladora e de suas controladas são apresentados como se fossem uma única entidade eco-
nômica.
Obrigatoriedades
De acordo com o art. 249 da Lei das Sociedades por Ações (nº 6.404, de 15.12.76), temos que:
As Companhias Abertas que tiverem mais de 30 por cento do valor de seu patrimônio líquido
representado por investimentos em sociedades controladas , deverão elaborar e divulgar, jun-
tamente com suas demonstrações financeiras, as demonstrações consolidadas.
Diz ainda no parágrafo único do referido artigo:
A CVM poderá expedir normas sobre as sociedades cujas demonstrações devam ser abrangidas
na consolidação, e:
•• Determinar a inclusão de sociedades que, embora não controladas, sejam financeiras ou
administrativamente dependentes da Companhia;
•• Autorizar, em casos especiais, a exclusão de uma ou mais sociedades controladas.
1. Investimentos
Para efeito de consolidação e de acordo com as normas gerais, os investimentos nas subsidiá-
rias são eliminados contra a correspondente proporção no patrimônio líquido das subsidiárias.
De acordo com a Lei das Sociedades Anônimas, todos os investimentos relevantes devem ser
avaliados pelo método de equivalência patrimonial, portanto, por ocasião da consolidação te-
remos o valor dos investimentos registrados pela
controladora na mesma proporção de participação no patrimônio das controladas.
Ajuste no consolidado:
D: Patrimônio Líquido (controlada)
C: Investimentos (controladora)
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2. Saldos Intercompanhias
Todas as transações de débito e crédito existentes entre as companhias do grupo devem ser
eliminadas.
Por ocasião da preparação das demonstrações financeiras consolidadas, todos os saldos deve-
dores e credores entre controladora e controladas devem ser identificados e eliminados.
Ajuste no consolidado:
D: Contas a Pagar (empresas do grupo)
C: Contas a Receber (empresas do grupo)
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Questões
Julgue o item seguinte, a respeito das prá- rem a resultados, ainda não realizados, de
ticas contábeis brasileiras e do balanço pa- negócios entre as sociedades.
trimonial.
( ) Certo ( ) Errado
1. (CESPE – ABIN – 2010)
Em relação à consolidação das demonstra-
A consolidação do balanço patrimonial per- ções contábeis e demonstrações separa-
mite apresentar aos usuários as informa- das, julgue o item a seguir.
ções patrimoniais e financeiras de um gru-
po empresarial como se fosse de uma única 4. (CESPE – ANATEL – 2014)
entidade contábil.
O balanço patrimonial consolidado apre-
( ) Certo ( ) Errado sentado por uma empresa controladora que
tenha, por exemplo, 70% de participação
acionária da empresa investida, deve apre-
A respeito da consolidação de demonstra- sentar, separadamente, as participações de
ções contábeis, julgue o item que se segue. não controladores, dentro do patrimônio lí-
quido.
2. (CESPE – CADE – 2014)
( ) Certo ( ) Errado
Considere que a companhia X tenha adqui-
rido 100% da companhia Y. Nessa situação,
na elaboração da demonstração consolida- No que se refere à consolidação das de-
da, deverá ser efetuado um lançamento de monstrações contábeis, julgue o próximo
ajuste que retifica totalmente o patrimônio item.
líquido de Y. Além disso, o valor correspon-
dente ao investimento, registrado no balan- 5. (CESPE – ANTAQ – 2014)
ço da companhia X, não deverá ser objeto
de ajuste para efeitos de consolidação. No processo de consolidação das demons-
trações contábeis, devem ser mantidos to-
( ) Certo ( ) Errado dos os saldos a receber e a pagar decorren-
tes de transações entre as empresas.
No que se refere à consolidação das de- ( ) Certo ( ) Errado
monstrações contábeis, julgue o próximo
item.
No que se refere à consolidação das de-
3. (CESPE – MPU – 2013) monstrações contábeis, julgue o próximo
item.
Na consolidação das demonstrações contá-
beis, deverão ser excluídas as parcelas dos 6. (CESPE – ANTAQ – 2014)
resultados do exercício, dos lucros ou preju-
ízos acumulados e do custo de estoques ou A consolidação das demonstrações contá-
do ativo não circulante que corresponde- beis tem por finalidade apresentar infor-
mações contábil-financeiras de forma mais
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abrangente aos usuários da informação, •• aquisição de novas participações
transformando controladora e suas contro- acionárias na empresa PQR por
ladas em uma única empresa com persona- R$ 120.000,00.
lidade jurídica.
•• venda de estoques para a empresa ABC,
( ) Certo ( ) Errado que já revendeu esses estoques para os
seus clientes. A empresa XYZ obteve um
lucro de R$ 10.000,00 nessa operação.
Acerca da consolidação das demonstra-
ções contábeis, julgue o item subsecutivo. •• venda de um imóvel para a empresa
ABC, que ainda mantém esse imóvel em
7. (CESPE – STJ – 2015) seu patrimônio. A empresa XYZ obteve
um lucro de R$ 25.000,00 na operação.
Os resultados decorrentes de transações
intragrupo que sejam reconhecidos no •• concessão de empréstimos para a em-
ativo, a exemplo da venda de estoques presa ABC, no valor de R$ 150.000,00.
e de itens do ativo imobilizado, somente Com base nas operações apresentadas, é
devem ser eliminados das demonstrações correto afirmar que
contábeis consolidadas quando tais ativos
forem negociados com terceiros. a) o lucro obtido com a venda de estoques
para a empresa ABC é considerado um
( ) Certo ( ) Errado lucro não realizado e, portanto, deve
ser eliminado no processo de consoli-
dação.
Considerando o disposto nos pronuncia- b) a participação dos acionistas não con-
mentos técnicos do CPC, julgue o item a troladores, no percentual de 20%, será
seguir. apresentada no patrimônio líquido do
balanço patrimonial consolidado, sepa-
8. (CESPE – TJ-SE – 2014) radamente do patrimônio líquido dos
proprietários da controladora.
Tratando-se de demonstrações consolida-
c) o lucro de R$ 25.000,00 que a empre-
das, a empresa controladora deve apresen-
sa XYZ obteve na venda do imóvel para
tar as participações de não controladores
a empresa ABC será eliminado na de-
no ativo do balanço patrimonial consolida-
monstração de resultado consolidada,
do, separadamente do patrimônio líquido.
por meio de um débito na receita aufe-
( ) Certo ( ) Errado rida pela empresa XYZ e um crédito na
despesa incorrida pela empresa ABC.
d) a aquisição de novas participações acio-
9. (CESPE – CEGER-ES – 2013) nárias na empresa PQR, no valor de R$
A empresa XYZ, companhia aberta que con- 120.000,00, será eliminada por ocasião
trola a empresa ABC com 80% de participa- do processo de consolidação a cargo da
ção acionária, é coligada da empresa PQR. empresa XYZ.
Em 2012, a empresa XYZ realizou as seguin- e) a concessão de empréstimos para a em-
tes operações: presa ABC, no valor de R$ 150.000,00,
não será eliminada por ocasião do pro-
•• aquisição de novas participações cesso de consolidação a cargo da em-
acionárias na empresa ABC por presa XYZ.
R$ 200.000,00.
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Gabarito: 1. C 2. E 3. C 4. C 5. E 6. E 7. E 8. E 9. D 10. C 11. E 12. B
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CONTABILIDADE DE CUSTOS
Introdução
A Contabilidade de Custos surgiu com o advento do sistema produtivo, ou seja, com a
Revolução Industrial, na Inglaterra, no final do século XVIII. O surgimento da contabilidade de
custos aconteceu em decorrência do surgimento de empresas com sistema produtivo, que
necessitavam de informações contábeis diferentes daquelas desenvolvidas pelas empresas
comerciais da era mercantilista.
O sistema desenvolvido nessa época visava avaliar os custos de transformação de cada processo
e da mão-de-obra empregada, com o objetivo de fornecer referência para medir a eficiência do
processo de produção. Atualmente a sobrevivência das organizações depende cada vez mais
das práticas gerenciais de apuração, análise, controle e gerenciamento dos custos de produção
dos bens e serviços, principalmente no atual ambiente de extrema competição.
Importante notar que durante muito tempo se pensou que a Contabilidade de Custos se referia
apenas ao custeamento dos produtos e que servia somente às empresas industriais. Todavia,
atualmente, esse ramo da Contabilidade é constituído de técnicas que podem ser aplicadas a
muitas outras atividades, inclusive, e principalmente, aos serviços públicos e ainda às empresas
não-lucrativas.
A Contabilidade de Custos engloba técnicas de Contabilidade Geral e outras técnicas extras
contábeis para o registro, organização, análise e interpretação dos dados relacionados à
produção ou à prestação de serviços.
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GASTO
Sacrifício financeiro com que a entidade arca para obtenção de um produto ou serviço
qualquer.
INVESTIMENTOS
São os gastos que têm como contrapartida um ativo.
CUSTOS
São os gastos relativos a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços.
DESPESAS
Representam os bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de
receitas. A diferenciação entre custos e despesas é importante para a contabilidade financeira,
pois os custos são incorporados aos produtos (estoques), ao passo que as despesas são levadas
diretamente ao resultado do exercício.
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Classificação em Relação aos Produtos Fabricados:
CUSTO DIRETO
São os custos apropriados diretamente a cada produto fabricado, sem a necessidade de rateios.
Estes custos podem ser identificados na composição do produto, e variam de acordo com a
quantidade produzida.
Exemplos = Matérias primas, embalagens e outros materiais diretos, mão de obra direta.
CUSTO INDIRETO
São gastos necessários à produção, mas nem sempre podem ser identificados e mensurados
em cada unidade do produto. Para se chegar ao custo de produção, é necessário fazer um rateio
desses custos para determinar o quanto cabe a cada produto.
Exemplos = Aluguel da fábrica, imposto predial da fábrica, seguro da fábrica, manutenção da
fábrica, depreciação, materiais indiretos, mão de obra indireta, energia elétrica da fábrica.
CUSTO FIXO
São os custos cujos valores gastos são os mesmos independentemente da quantidade
produzida, ou seja, não sofrem variações em razão do volume de produção.
Exemplos = Seguro da fábrica, aluguel da fábrica, o IPTU, salário da administração, manutenção
da fábrica, mão de obra indireta (chefia, supervisão).
CUSTO VARIÁVEL
São os custos cujos valores alteram de acordo com a quantidade produzida.
Exemplo = Matéria prima, embalagens, mão de obra direta, energia elétrica consumida na
fábrica, materiais indiretos.
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Mão-de-obra direta
É composta por todo o trabalho aplicado diretamente na execução do produto, ou de suas
partes e componentes, seja esse especializado ou não.
Todo o salário devido ao operário que trabalha diretamente no produto, cujo tempo pode ser
identificado com a unidade que está sendo produzida.
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Custo Direto: estão associados diretamente à produção. MD + MOD
Custo Primário: MP + MOD
Custo de Transformação: representam o esforço da empresa para transformar o material
adquirido do fornecedor.
MP + CIF
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Questões
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Tendo em vista que os custos podem ser Em relação à terminologia aplicada à con-
classificados quanto à forma de apropria- tabilidade de custos, julgue o item a seguir.
ção ou quanto à variabilidade, julgue o
item a seguir. 10. (CESPE – TCE-PA – 2016)
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado
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Tendo em vista que os custos podem ser Com relação aos sistemas de custos, julgue
classificados quanto à forma de apropria- o item a seguir.
ção ou quanto à variabilidade, julgue o
item a seguir. 15. (CESPE – TCU – 2013)
14. (CESPE – TCU – 2015) Os custos do período são todos aqueles não
incluídos nos custos do produto. De acordo
Custos com aluguel de fábrica, mão de obra com o regime de competência, esses custos
indireta, manutenção da fábrica e material são considerados despesas na demonstra-
indireto devem respeitar um critério de ra- ção de resultado do período em que eles
teio e são facilmente apropriáveis ao custo ocorreram.
do produto; por isso, eles constituem gastos
indiretos. ( ) Certo ( ) Errado
Gabarito: 1. B 2. C 3. E 4. E 5. E 6. E 7. C 8. C 9. C 10. C 11. E 12. C 13. C 14. E 15. C 16. C
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MÉTODOS DE CUSTEIO
A Auditoria Externa tem-no como básico. Apesar de não ser totalmente lógico e de muitas
vezes falhar como instrumento gerencial, é obrigatório para fins de avaliação de estoques (para
apuração do resultado e para o próprio balanço).
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Exemplo (1): Determinada indústria incorre em custos variáveis de R$ 200.000,00, custos fixos
de R$ 120.000,00 e despesas de R$ 40.000,00. Considerando que a sociedade vendeu metade
das unidades produzidas por R$ 250.000,00, apresentar o resultado do período de acordo com
o custeio por absorção.
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Questões
17. Custeio por absorção atende aos princípios de um valor onde existem custos fixos apro-
fundamentais de contabilidade, por incluir priados.
todos os custos necessários para serem
confrontados com a receita, por ocasião da ( ) Certo ( ) Errado
venda do produto.
( ) Certo ( ) Errado 22. Quando se apropriam custos fixos aos pro-
dutos, o custo de determinado produto
pode variar em função não só de seu volu-
18. Em um período de inflação elevada, o custo me, mas também em função da quantidade
das mercadorias vendidas apurado segun- dos outros bens fabricados.
do o critério de avaliação de estoques PEPS
deve apresentar valor maior que aquele ( ) Certo ( ) Errado
que seria apurado, caso se adotasse o crité-
rio UEPS. 23. No custeio variável ou custeio direto só são
( ) Certo ( ) Errado alocados aos produtos os custos diretos,
ficando os fixos e os indiretos variáveis se-
parados e considerados como despesas do
19. O sistema de custeio por absorção é utiliza- exercício, indo diretamente para o Resulta-
do, principalmente, para atender necessi- do.
dades gerenciais; o custeio direto ou variá-
vel, para preparar o custo de estoques e de ( ) Certo ( ) Errado
produtos vendidos das demonstrações con-
tábeis oficiais objeto de divulgação. Estão corretas somente as afirmações
( ) Certo ( ) Errado
24. Se, em um determinado exercício social,
uma empresa industrial vender menos uni-
20. No custeio por absorção apropriam-se aos dades do que fabricou nesse período, o lu-
produtos elaborados todos os custos de cro obtido pelo método do custeio variável
produção, quer fixos, quer variáveis, quer será menor do que pelo método do custeio
diretos ou indiretos, e tão somente os cus- por absorção.
tos de produção. ( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
25. No custeio por absorção, os custos fixos são
21. Os custos fixos tendem a ser muito mais um lançados diretamente em conta de resulta-
encargo para que a empresa possa ter con- do.
dições de produção do que sacrifício para a ( ) Certo ( ) Errado
fabricação específica desta ou daquela uni-
dade. Assim sendo, não há, normalmente,
grande utilidade para fins gerenciais no uso
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26. A legislação do imposto de renda não per- No que se refere à gestão econômica, jul-
mite a utilização do método do custeio vari- gue o item a seguir.
ável para a determinação do custo dos pro-
dutos vendidos das pessoas jurídicas que 30. (CESPE – ANAC – 2009)
optarem pela tributação com base no lucro
real. No custeio variável, ou direto, a totalidade
dos custos, fixos e variáveis, é alocada aos
( ) Certo ( ) Errado produtos.
( ) Certo ( ) Errado
Com relação aos métodos de custeio, jul-
gue o item seguinte.
Em relação aos conceitos de custos e meto-
27. (CESPE – TCU – 2013) dologias de custeio, julgue o item a seguir.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado
Com relação à contabilidade de custos, im- Com relação aos custos, julgue o item.
portante ferramenta para a apuração de
resultados e para a gestão empresarial, jul- 32. (CESPE – ANATEL – 2014)
gue o item que se segue. Um custo cujo montante seja incrementado
quando cresce o volume de produção, mas
28. (CESPE – TCE-ES – 2012) seja constante para cada unidade produzi-
A metodologia de custeio variável, apesar da, é um custo variável.
de amplamente utilizada para fins geren- ( ) Certo ( ) Errado
ciais, não pode ser utilizada no Brasil para
fins de publicação societária ou de apura-
ção fiscal.
( ) Certo ( ) Errado
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Em relação aos métodos de custeio por ab- 42. (CESPE – SEFAZ-ES – 2013)
sorção e variável ou direto, julgue o seguin-
te item. Considere que uma indústria tenha apre-
sentado os seguintes saldos de contas em
39. (CESPE – TCE-RN – 2014) 31/12/xxx1:
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bro de 2012. O saldo inicial dos estoques de Com relação à contabilidade de custos e
produtos em elaboração do referido mês à utilização de custos para fins gerenciais,
foi de R$ 8.000,00 e a fábrica não possuía julgue o item que se segue.
estoque de produtos acabados no início do
mês. Considerando que a fábrica vende seu 46. (CESPE – TRT – 2013)
único produto por R$ 20,00 a unidade e que
foi vendida a produção total de 6.000 uni- De acordo com o método do custeio por
dades, julgue o item que se segue. absorção, dá-se o nome de rateio ao proce-
dimento adotado para alocação dos custos
( ) Certo ( ) Errado que são fixos por unidade produzida.
( ) Certo ( ) Errado
44. (CESPE – ANAC – 2012)
O custo de produção do período foi igual a Acerca dos custos para tomada de decisões
R$ 70.000,00. e dos sistemas de custo e informações ge-
renciais, julgue o item subsectivo.
( ) Certo ( ) Errado
47. (CESPE – ANTT – 2013)
45. (CESPE – FINEP – 2009)
O custo da produção de uma mercadoria
pelo sistema de custeio por absorção con-
conta saldo (em R$) templa os custos diretos de produção, mas
depreciação acumulada 12.000 não os indiretos.
disponível 12.700 ( ) Certo ( ) Errado
capital social 19.800 A respeito do uso de custos para fins de
fornecedores 21.300 avaliação de estoques e gestão, julgue o
item subsecutivo.
custos fixos 24.000
matéria-prima no período 36.000 48. (CESPE – ANTT – 2013)
mão de obra direta 42.000 Apesar de o custeio por absorção, que con-
receita de vendas 96.000 sidera o conjunto de custos de produção
diretos e indiretos na apuração do valor
A tabela acima apresenta as informações unitário do produto, ser aceito para fins
contábeis de uma indústria que produziu e societários e fiscais, não é o mais indicado
vendeu 12.000 unidades de seu produto no para fins gerenciais, dada a relativa arbitra-
período. riedade existente na determinação do custo
geral de produção por unidade.
Se a indústria adotar o custeio por absor-
ção, produzir 12.000 unidades e vender ( ) Certo ( ) Errado
9.000 unidades por R$ 12,50 cada, então o
valor, em reais, do resultado bruto auferido 49. (CESPE – CGE-PI – 2015)
será igual a
No que se refere a métodos de custeio, jul-
a) 21.900. gue o item subsequente.
b) 22.000.
c) 23.600. De acordo com o método de custeio por ab-
d) 28.500. sorção, os custos fixos, embora não sejam
e) 36.000. ativados, são considerados no resultado
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à medida que os produtos fabricados são R$
vendidos.
comissão dos vendedores 20.000
( ) Certo ( ) Errado
compra de matéria-prima* 50.000
mão de obra direta 80.000
outros custos de fabricação 30.000
custos variáveis unitários R$
salário da administração geral 25.000
matéria-prima direta 15
salário da supervisão da fábrica 20.000
mão de obra direta 7
*líquido de tributos recuperáveis
custos indiretos variáveis de produção 8
despesas variáveis sobre vendas 2 Os saldos das contas do estoque, em junho
custos fixos no período R$ de 2015, eram os seguintes:
300
custos indiretos fixos de produção R$
mil
despesas administrativas e de vendas 500 estoque final de matéria-prima 15.000
fixas mil estoque final de produtos em
25.000
elaboração
Determinada empresa incorreu nos custos
estoque inicial de matéria-prima 10.000
e nas despesas mostrados acima, em um
período em que foram produzidas 25 mil estoque inicial de produtos
20.000
unidades de seu único produto e vendidas acabados
20 mil unidades desse produto, não haven- estoque inicial de produtos em
do quaisquer espécies de estoques iniciais 30.000
elaboração
nem de estoques finais de produtos em
processamento. Considerando esses dados e admitindo
Com base nessa situação hipotética e con- que essa indústria utilize o método de cus-
siderando que os dados acima descritos teio por absorção, julgue o seguinte item.
sejam os únicos dados relevantes, julgue o
próximo item. 52. (CESPE – FUB – 2015)
Se, no mês de junho, a indústria vendeu
50. (CESPE – FUB – 2015) todos os produtos acabados nos meses an-
O custo unitário dos produtos vendidos, teriores e 45do que foi produzido no mês,
pelo método do custeio por absorção, é então o custo dos produtos vendidos foi
igual a R$ 45. menor do que os custos de produção no
mês de junho.
( ) Certo ( ) Errado
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Gabarito: 17. C 18. E 19. B 20. C 21. C 22. C 23. E 24. C 25. E 26. C 27. C 28. C 29. C 30. E 31. C 32. C
33. E 34. C 35. C 36. C 37. C 38. E 39. C 40. C 41. C 42. E 43. X 44. E 45. E 46. E 47. E 48. C 49. E
50. E 51. X 52. C 53. E 54. E 55. C 56. C
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RELAÇÃO CUSTO/VOLUME/LUCRO
Exemplo 1: Calcular o ponto de equilíbrio contábil e em valor de uma empresa que apresenta
os seguintes dados (em reais):
Custos Variáveis Unitários (CVU) 50,00
Despesas Variáveis Unitárias 40,00
Custos Fixos 30.000,00
Despesas Fixas 10.000,00
Preço de Venda Unitário 100,00
O ponto de equilíbrio contábil em unidades dessa empresa é:
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Exemplo 2:
Custos Fixos [CF] = R$ 160.000,00;
Despesas Fixas (DF) = R$ 40.000,00;
Receita de Venda Unitária (RVU) ou Preço de Venda Unitário (PVU) = R$ 40,00;
Custos Variáveis Unitários (CVU) = R$ 14,00;
Despesas Variáveis Unitárias (DVU) = R$ 6,00.
Capital Investido no projeto industrial = R$ 1.200.000,00;
Depreciação das máquinas e equipamentos = R$ 60.000,00.
Calcular:
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5. Resultado com a produção e venda de 9.000 unidades.
CUSTO DE OPORTUNIDADE – É o rendimento que a sociedade teria caso optasse por outro tipo
de investimento, normalmente, no mercado financeiro.
Exemplo (5): A sociedade industrial Alfa tem por objetivo investir em determinado projeto
industrial no valor de R$ 600.000,00. Pretende com o projeto efetuar a produção e venda de
18.000 unidades.
PE econômico
O ponto de equilíbrio econômico, por sua vez, mostra a quantidade mínima que a empresa
terá que vender para assegurar a rentabilidade real dada pela taxa de mínima remuneração do
capital investido.
Q (e) = Custos Fixos + Desp. Fixas + Retorno mínimo s/ PL
Preço de Venda – Custos e despesas variáveis
PE financeiro
Q (f) = Custos Fixos + Desp. Fixas – Deprec.
MCu
MARGEM DE SEGURANÇA – Percentual máximo da produção vendida que pode ser reduzido
sem que a sociedade tenha prejuízo.
Exemplo: Considerando que determinada indústria tem o ponto de equilíbrio com 80.000
unidades e que a produção atual é de 100.000 unidades, calcular a Margem de Segurança.
Exemplo: Determinada indústria automobilística produz veículos nas seguintes condições:
Custos e Despesas Variáveis por Unidade: R$ 20.000,00
Custos e Despesas Fixos: R$ 1.000.000,00
Preço de Venda Unitário: R$ 45.000,00
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Determinar:
O modelo executivo vem equipado com airbag duplo e tem um mercado estimado em 1.000
unidades e o modelo popular vem com airbag somente para o motorista e tem um mercado
estimado em 3.000 unidades. Em determinado mês, a empresa só conseguiu importar 4.000
airbags, quanto deverá produzir para maximizar seu lucro?
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Questões
Tendo em vista que a análise de custos é com cada ingresso adicional vendido para o
um dos principais fatores para a tomada de evento, respeitado o limite de 800 pessoas.
decisões em uma empresa, julgue o item
que se segue. a) 450 convites; 150 convites e R$ 20,00
b) 500 convites; 100 convites e R$ 20,00
57. (CESPE – ANAC – 2012) c) 450 convites; 150 convites e R$ 18,00
d) 550 convites; 50 convites e R$ 40,00
Para se obter a margem de contribuição, os e) 500 convites; 100 convites e R$ 18,00
custos fixos e variáveis devem ser subtraí-
dos das vendas.
( ) Certo ( ) Errado conta saldo (em R$)
depreciação acumulada 12.000
58. (CESPE – SEGER – 2008) disponível 12.700
A comissão de formatura da 7ª turma do capital social 19.800
curso de ciências contábeis da faculdade
fornecedores 21.300
ABC pretende organizar um almoço para ar-
recadar fundos para sua festa de formatura. custos fixos 24.000
A previsão dos custos do evento é listada a matéria-prima do período 36.000
seguir.
mão de obra direta 42.000
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mil, antes de dedução do IR. Considere, A tabela anterior contém informações, em
ainda, que a empresa possua custos e des- reais, referentes a uma empresa que fabri-
pesas fixas de R$ 80 mil. Com base nessas ca alto-falantes. Com base nessas informa-
informações, julgue o próximo item. ções, e considerando que a empresa pro-
duza e venda, atualmente, 800 unidades
60. (CESPE – TRT-17 – 2013) do produto por mês, julgue o item a seguir.
O índice da margem de contribuição dessa 63. (CESPE – MPU – 2013)
empresa é igual a 20%
A margem de segurança da empresa, em
( ) Certo ( ) Errado quantidades produzidas, é igual a 400 uni-
dades.
A respeito do uso de custos para fins de
avaliação de estoques e gestão, julgue o ( ) Certo ( ) Errado
item subsecutivo.
Acerca da margem de contribuição, ferra-
61. (CESPE – ANTT – 2013) menta utilizada pelas empresas para o pla-
nejamento e a tomada de decisão, julgue o
Uma empresa com margem de contribui- item a seguir.
ção de 40% e custos e despesas fixas de $
125.000 terá que vender mais de $ 400.000 64. (CESPE – ANTAQ – 2014)
para obter um lucro líquido operacional de
$ 50.000. A margem de contribuição unitária indica
o valor com que cada unidade de produto
( ) Certo ( ) Errado deve colaborar para cobrir as despesas fixas
e variáveis no período.
Determinada indústria fabricou e vendeu
10.000 unidades de seu único produto no ( ) Certo ( ) Errado
último mês. Seus custos variáveis unitários
foram de R$ 20,00 e os fixos totais soma- No que se refere aos métodos de custeio,
ram R$ 132.000,00. Seu preço de venda é julgue o item.
de R$ 35,00 por unidade.
65. (CESPE – TCU – 2015)
Com base nessa situação hipotética, julgue
o item subsequente. O método de custeamento variável, pelo
qual todos os custos variáveis são alocados
62. (CESPE – ANS – 2013) aos bens ou serviços, sejam eles diretos ou
indiretos, apresenta a vantagem de possibi-
O índice da margem de contribuição da em- litar que se encontre a margem de contri-
presa é superior a 50%. buição unitária de cada produto, podendo,
( ) Certo ( ) Errado pois, servir como instrumento de decisão
de curto prazo.
( ) Certo ( ) Errado
preço de venda (por unidade) 200
custos e despesas variáveis (por
100
unidade)
custos e despesas fixos (totais) 40.000
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Considerando-se essas informações e o fato de que a empresa receba uma demanda extra de
um cliente e constate que não tem capacidade suficiente para fornecer tal volume em função
de limitação na disponibilidade de horas-máquinas, o primeiro produto cujo volume de produ-
ção deve ser reduzido em prol da obtenção do melhor resultado para a empresa é o modelo
a) III.
b) IV.
c) V.
d) I.
e) II.
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69. (CESPE – TCE-PR – 2016) 71. (CESPE – SEFAZ-AC – 2006)
A margem de contribuição unitária de de- No estudo do ponto de equilíbrio, é relevan-
terminado produto é 80, o custo direto va- te analisar a margem de segurança.
riável é 20 por unidade, o custo indireto va-
riável é 5 por unidade e o custo indireto fixo Considerando que uma indústria tenha uma
por unidade é 8. Considerando os dados capacidade instalada para a produção de
apresentados e os conceitos inerentes aos 2.500 unidades de determinado produto,
sistemas de custeio direto e por absorção, que o ponto de equilíbrio corresponda a
assinale a opção correta. 2.000 unidades e que a margem de contri-
buição unitária seja de R$ 100,00, assinale a
a) A margem de contribuição deve cobrir opção correta.
os custos fixos e variáveis.
b) A margem de contribuição é conceito a) A margem de segurança da empresa é
utilizado, também, no âmbito do cus- de 25% de sua capacidade de produção.
teio por absorção. b) A empresa apresenta uma margem de
c) A margem de contribuição apresentada segurança de R$ 25,00 por unidade.
decorre de um preço de venda de R$ c) A margem de segurança, em termos re-
100. lativos, é de 20%.
d) A margem de contribuição apresentada d) A empresa pode ter um lucro total de
decorre de um preço de venda de R$ R$ 250.000,00 se utilizar toda a sua ca-
105. pacidade instalada.
e) A margem de contribuição apresentada
decorre de um preço de venda de R$ A respeito de custos, julgue o item a seguir.
113.
72. (CESPE – PF – 2002)
70. (CESPE – SEFAZ-AC – 2006)
Conceitualmente, o ponto de equilíbrio de
Para determinar a quantidade a ser produzi- determinado produto é atingido quando a
da no ponto de equilíbrio, considere a hipó- margem de contribuição total dele atinge os
tese de um bem cujo preço unitário de ven- custos fixos.
da é R$ 60,00 e o custo unitário variável, R$
20,00, sendo o custo fixo de R$ 120.000,00. ( ) Certo ( ) Errado
Considere também que o lucro desejado
seja de R$ 20.000,00.
Com referência a essa situação hipotética, componente/conta valor (R$)
assinale a opção correta. receita bruta de vendas 22.000
a) A margem de contribuição unitária é de custos e despesas fixas 8.000
R$ 120.000,00. materiais direitos 3.000
b) Para não haver lucro nem prejuízo, de-
verão ser produzidas e vendidas 2.000 mão-de-obra direta 2.500
unidades. impostos sobre vendas 2.200
c) A receita total no ponto de equilíbrio é
comissão variável de
de R$ 210.000,00. 800
vendedores
d) Para que seja alcançado o lucro deseja-
do, deverão ser produzidas e vendidas
3.500 unidades. A tabela acima apresenta informações re-
lativas à produção e à venda de 1.000 uni-
dades de um produto. Acerca da análise
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aumento de R$ 6.000,00 no lucro líquido foram de R$ 20,00 e os fixos totais soma-
operacional. ram R$ 132.000,00. Seu preço de venda é
de R$ 35,00 por unidade.
( ) Certo ( ) Errado
Com base nessa situação hipotética, julgue
Com relação à análise custo-volume-lucro, o item subsequente.
julgue o item que se segue.
82. (CESPE – ANS – 2013)
79. (CESPE – TCE-RO – 2013) A margem de segurança da empresa no mês
Uma margem de segurança de cem unida- dado foi superior a 1.000 unidades.
des significa que as vendas de uma empresa ( ) Certo ( ) Errado
podem cair até esse limite, sem que a em-
presa apresente prejuízos.
Uma empresa vendeu 50.000 unidades de
( ) Certo ( ) Errado determinado produto, obtendo uma re-
ceita total de venda de R$ 2 milhões. Seus
Com relação à análise custo-volume-lucro, custos variáveis somaram R$ 1,2 milhão e
julgue o item que se segue. suas despesas fixas totalizam R$ 650 mil.
Considerando que essas informações se-
80. (CESPE – TCE-RO – 2013) jam as únicas relevantes para a realização
Aumento dos custos fixos e redução da mar- da análise de custo, volume e lucro da em-
gem de contribuição unitária são eventos presa, julgue os itens que se seguem.
que provocam redução do ponto de equilí-
brio. 83. (CESPE – ANATEL – 2014)
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Gabarito: 57. E 58. E 59. C 60. E 61. C 62. E 63. C 64. E 65. C 66. C 67. E 68. E 69. D 70. D 71. C 72. C
73. E 74. C 75. E 76. E 77. E 78. E 79. C 80. C 81. E 82. C 83. C 84. E 85. E 86. X 87. C 88. B
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ANALISE DE BALANÇO
7 Análise econômico-financeira.
7.1 Indicadores de liquidez.
7.2 Indicadores de rentabilidade.
7.3 Indicadores de lucratividade.
7.4 Análise vertical e horizontal.
ANÁLISE HORIZONTAL
INDICES: Comparação entre componentes do conjunto em períodos sucessivos.
Indice absoluto
Variação do valor dos elementos patrimoniais/resultado em períodos sucessivos.
Indice relativo
Variação dos coeficientes (%) dos elementos patrimoniais/resultado em períodos sucessivos.
GRUPOS DE ÍNDICES
Para análise das Demonstrações Financeiras, pode-se utilizar os seguintes grupos de índices:
a) índices de liquidez – são utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa,
isto é, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade financeira para
saldar seus compromissos;
Os principais índices de liquidez são:
a) liquidez corrente;
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b) liquidez imediata;
c) liquidez seca;
d) liquidez geral.
ÍNDICES DE ESTRUTURA
Os índices que compõem esse grupo (estrutura dos ca pitais: capital próprio e capital de
terceiros) procuram mostrar a política de decisões financeiras
da empresa, em termos de obtenção e aplicação de recursos.
Os índices de estrutura são:
a) Endividamento geral;
b) Composição do endividamento;
c) Imobilização do capital próprio;
d) Imobilização de recursos permanentes (não-correntes).
ÍNDICES DE RENTABILIDADE
A rentabilidade mostra quanto o capital investido rendeu, indicando assim qual a situação
econômica da empresa.
São índices de rentabilidade:
a) rentabilidade do ativo;
b) rentabilidade do patrimônio líquido.
c) Giro do Ativo
ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE
Mostra quanto das Vendas Líquidas se transfora em LUcro.
a) Margem Líquida
b) Margem Bruta.
c) Margem Operacional
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Questões
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6. (CESPE – ANATEL – 2009) componente/conta valor
o índice de liquidez imediata é maior que despesas administrativas R$ 5.540
0,45.
despesas de vendas R$ 8.500
( ) Certo ( ) Errado custo das mercadorias
R$ 38.500
vendidas
7. (CESPE – ANATEL – 2009) receita de vendas R% 60.900
o índice de liquidez seca é menor que 1,6. ativo total R$ 120.000
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15. (CESPE – AFT – 2013) Acerca das taxas de retorno e dos indica-
dores de estrutura de capital e solvência,
Em 2012, o índice de liquidez seca foi me- julgue o item a seguir.
nor que 1.
( ) Certo ( ) Errado 17. (CESPE – TCU – 2013)
O índice de liquidez corrente resulta da di-
16. (CESPE – AFT – 2013) visão do ativo circulante pelo passivo circu-
lante e mede a capacidade de pagamento
O índice de liquidez imediata em 2011 foi da empresa a longo prazo.
igual a 2.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
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Com relação aos indicadores empregados Com base nessas informações, julgue os
para a análise de demonstrações financei- itens que se seguem, relativo aos indicado-
ras, julgue o item subsequente. res de liquidez.
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30. (CESPE – MPU – 2015) Em relação aos indicadores utilizados para
análise econômico-financeira de uma em-
O saldo dos estoques será inferior ao saldo presa, julgue o item seguinte.
das disponibilidades.
( ) Certo ( ) Errado 33. (CESPE – CNJ – 2013)
O retorno sobre o patrimônio líquido deve
Em relação à análise econômico-financeira ser sempre comparado à taxa de retorno
de empresas, julgue o item a seguir. mínimo exigido pelo acionista. Por conse-
guinte, para tornar-se atraente, o investi-
31. (CESPE – TELEBRÁS – 2015) mento deve oferecer uma rentabilidade
pelo menos igual ao custo de oportunidade.
A liquidez imediata corresponde à razão en-
tre o ativo circulante e o passivo circulante, ( ) Certo ( ) Errado
e será tanto maior quanto mais alta se apre-
sentar a capacidade da empresa de finan-
ciar suas necessidades de capital de giro. 34. (CESPE – AFT – 2014)
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Com base no balanço patrimonial hipotético acima apresentado, em milhões de reais, julgue
o item que segue. Nesse sentido, considere que o giro do ativo da empresa tenha sido de 3
vezes, em 2011, e 2,75 vezes, em 2012, e que o lucro operacional líquido tenha somado R$ 80
milhões, em 2012, e R$ 65 milhões, em 2011.
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Considerando que a tabela anterior, cujos Julgue o item seguinte, acerca da análise
valores estão descritos em R$ milhões, te- de demonstrações contábeis com base em
nha sido extraída da contabilidade de deter- indicadores de desempenho.
minada empresa ao longo de dois exercícios
consecutivos, julgue os itens subsequentes. 39. (CESPE – MPU – 2013)
37. (CESPE – FUB – 2015) Com relação aos conceitos de análise das
demonstrações contábeis envolvendo re-
A margem operacional líquida do ano 2 foi torno sobre o capital empregado e análise
inferior à do ano 1. da lucratividade, julgue o item que se se-
( ) Certo ( ) Errado gue.
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Com base na tabela anterior, que apresen- 43. (CESPE – AFT – 2014)
ta o balanço patrimonial da companhia hi-
potética ABC, julgue o item a seguir. O aumento da participação de um item pa-
trimonial em relação ao total do grupo do
41. (CESPE – TCE-RN – 2015) qual faz parte pode ser verificada pela apli-
cação combinada das análises vertical e ho-
A análise vertical permite concluir que a re- rizontal.
presentatividade dos estoques nos investi-
mentos totais da empresa foi, nos dois perí- ( ) Certo ( ) Errado
odos contábeis, superior a 30%.
No que se refere à análise econômico-
( ) Certo ( ) Errado -financeira das organizações, inclusive em
seus aspectos qualitativos, julgue o próxi-
Com referência às análises horizontal e mo item.
vertical, a tendências e a grupos de compa-
ração, julgue o item a seguir. 44. (CESPE – TCDF – 2014)
Gabarito: 1. C 2. E 3. E 4. E 5. E 6. C 7. E 8. C 9. C 10. C 11. C 12. C 13. C 14. C 15. C 16. E 17. C
18. C 19. Nula 20. Nula 21. C 22. E 23. C 24. C 25. E 26. C 27. C 28. C 29. E 30. E 31. E 32. C 33. C 34. C
35. C 36. E 37. E 38. E 39. E 40. E 41. E 42. E 43. C 44. C 45. E
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INCORPORAÇÃO, FUSÃO E CISÃO
Aspectos Gerais
A reorganização societária pode ser operada entre tipos iguais ou diferentes e devem ser
deliberadas na forma prevista para alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais.
Nas operações em que há constituição de sociedade, devem ser observadas as normas
reguladoras de constituição de seu tipo. Dessa forma, a fusão de duas sociedades limitadas
para criação de uma sociedade anônima deverá ser observada as disposições previstas na
legislação societária, Lei 6.404/1976.
Os sócios ou acionistas receberam diretamente da sociedade emissora, em substituição às
quotas ou ações anteriores, os direitos que detinham na sociedade anterior.
Se a incorporação, fusão ou cisão envolverem companhia aberta, as sociedades que a sucederem
serão também abertas, devendo obter o respectivo registro e, se for o caso, promover a
admissão de negociação das novas ações no mercado secundário, no prazo máximo de cento
e vinte dias, contados da data da assembléia-geral que aprovou a operação, observando as
normas pertinentes baixadas pela CVM, art. 223 da Lei 6.404/1976.
O descumprimento do previsto no parágrafo anterior dará ao acionista direito de retirar-se da
companhia, mediante reembolso do valor das suas ações, conforme previsto no art. 45, nos
trinta dias seguintes ao término do prazo nele referido, observado o disposto nos §§ 1º e 4º do
art. 137 da Lei 6.404/1976.
Cabe à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme previsto no artigo 226, § 3º, da Lei
6.404/1976, a regulamentação quanto à avaliação e contabilização das operações de fusão,
incorporação e cisão, que envolvam companhias abertas.
Antes da formalização do processo, há necessidade de um pré-contrato, cuja sua natureza
jurídica é denominada de protocolo, que conforme previsto no artigo 224 da Lei 6.404/76 será
firmado pelos órgãos de administração ou sócios das sociedades interessadas, que deve conter
as condições que se realizará a incorporação, a fusão ou a cisão, e deve incluir, dentre outros
aspectos:
•• o número, espécie e classe das ações que serão atribuídas em substituição dos direitos
de sócios que se extinguirão e os critérios utilizados para determinar as relações de
substituição;
•• os elementos ativos e passivos que formarão cada parcela do patrimônio, no caso de cisão;
•• os critérios de avaliação do patrimônio líquido, a data a que será referida a avaliação, e o
tratamento das variações patrimoniais posteriores;
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•• a solução a ser adotada quanto às ações ou quotas do capital de uma das sociedades
possuídas por outra;
•• o valor do capital das sociedades a serem criadas ou do aumento ou redução do capital das
sociedades que forem parte na operação;
•• o projeto ou projetos de estatuto, ou de alterações estatutárias, que deverão ser aprovados
para efetivar a operação;
•• todas as demais condições a que estiver sujeita a operação.
As operações de fusão, cisão
e incorporação, devem ser submetidas à deliberação da Assembleia Geral das Companhias
interessadas, mediante justificação, conforme artigo 225 da Lei 6.404/1976, na qual serão
expostos, pelo menos:
I – os motivos ou fins da operação, e o interesse da companhia em
sua realização;
II – as ações que os acionistas preferenciais receberão e as razões
para a
modificação dos seus direitos, se prevista;
III – a composição, após a operação, segundo
espécies e classes das ações do capital das companhias que deverão emitir ações em
substituição às que deverão extinguir; IV – o valor de reembolso das ações a que terão
direito os acionistas dissidentes.
As operações de incorporação, fusão e cisão somente poderão ser efetivadas nas condições
aprovadas se os peritos nomeados determinarem que o valor do patrimônio ou patrimônios
líquidos a serem vertidos para a formação do capital social é, ao menos, igual ao montante
do capital a realizar, conforme previsto no artigo 226, da Lei 6.404/1976. O racional para tal
determinação é vetar que tais operações sejam realizadas com a transferência de acervo líquido
negativo, o que acarretaria uma redução no capital social.
Participação Societária
As ações ou cotas do capital da sociedade a ser incorporada que forem de propriedade da
companhia incorporadora poderão, conforme dispuser o protocolo de incorporação, ser
extintas, ou substituídas por ações em tesouraria da incorporadora, até o limite dos lucros
acumulados e reservas, exceto a legal, conforme Art. 226, § 1º, da Lei 6.404/1975.
O previsto no parágrafo anterior aplicar-se-á os mesmos procedimentos descritos
anteriormente nos casos de fusão, quando uma das sociedades fundidas for proprietária de
ações ou quotas de outra, e de cisão com incorporação, quando a companhia que incorporar
parcela do patrimônio da cindida for proprietária de ações ou quotas do capital desta. § 2º do
Artigo 226, da Lei 6.404/1976.
Incorporação
A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que
lhes sucede em todos os direitos e obrigações, conforme artigo 227 da lei 6.404/1976.
Fusão
A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova,
que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações, conforme art. 228 da Lei 6.404/1976.
www.acasadoconcurseiro.com.br 65
Neste processo é constituída uma nova sociedade que assume a condição de titular de todos os
ativos e passivos das sociedades fundidas.
Cisão
A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma
ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia
cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a
versão, art. 229 da Lei 6.404/1976.
A cisão com versão de parcela de patrimônio em sociedade já existente obedecerá às
disposições sobre incorporação, Art. 229, § 3º, conjugado com o art. 227 da Lei 6.404/1976.
2.7
Observações Gerais
Quando do processo de cisão, as ações atribuídas em proporção diferente requer aprovação de
todos os titulares, inclusive das ações sem direito a voto.
Conforme art. 230, da Lei 6.404/1976, o prazo para o exercício do direito de retirada, no caso
de incorporação ou fusão, previsto no art. 137, será contato a partir da publicação da ata que
aprovar o protocolo e/ou justificação, mais o pagamento só será devido se a operação for
efetivada.
Dos Debenturistas
Os debenturistas são credores da empresa, assim a companhia emissora de debêntures em
circulação, quando do processo de incorporação, fusão ou cisão, haverá a necessidade de prévia
aprovação desses debenturistas, reunidos em assembleia especialmente convocada para esse
fim.
Caso seja assegurado aos debenturistas, o resgate desses títulos, durante o prazo mínimo de
seis meses, a contar da data da publicação das atas das assembléias relativas à operação, o
resgate das debêntures de quem forem titulares, ficará desobrigada da aprovação dessa
assembleia.
Dos Credores
O credor poderá pleitear judicialmente a anulação da operação, incorporação ou fusão, até 60
(sessenta) dias depois de publicados os atos relativos à incorporação. Findo esse prazo, decairá
o direito do credor.
Existe a possibilidade de qualquer credor pedir a separação de patrimônios caso haja a falência
da sociedade incorporadora ou da sociedade nova.
Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que absorverem parcelas do
seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da companhia extinta. A
companhia cindida que subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão
solidariamente pelas obrigações da primeira anteriores à cisão.
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"Quorum" Qualificado
Conforme o art. 136, da Lei 6.404/1976, existe a necessidade da aprovação de acionistas que
representem metade,no mínimo, das ações com direito a voto, se maior quorum não for exigido
pelo estatuto da companhia cujas ações não estejam admitidas à negociação em bolsa ou no
mercado de balcão, para deliberação sobre:
I – criação de ações preferenciais ou aumento de classe de ações preferenciais existentes,
sem guardar proporção com as demais classes de ações preferenciais, salvo se já previstos ou
autorizados pelo estatuto;
II – alteração nas preferências, vantagens e condições de resgate ou amortização de uma ou
mais classes de ações preferenciais, ou criação de nova classe mais favorecida;
III – redução do dividendo obrigatório;
IV – fusão da companhia, ou sua incorporação em outra;
V – participação em grupo de sociedades (art. 265);
VI – mudança do objeto da companhia;
VII
– cessação do estado de liquidação da companhia; VIII – criação de partes beneficiárias;
IX –
cisão da companhia;
X – dissolução da companhia.
Nos casos dos incisos I e II, a eficácia da deliberação depende de prévia aprovação ou da
ratificação, em prazo improrrogável de um ano, por titulares de mais da metade de cada
classe de ações preferenciais prejudicadas, reunidos em assembleia especial convocada pelos
administradores e instalada com as formalidades da Lei 6.404/1976.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pode autorizar a redução do quorum previsto
no parágrafo anterior no caso de companhia aberta com a propriedade das ações dispersa
no mercado, e cujas 3 (três) últimas assembleias tenham sido realizadas com a presença
de acionistas representando menos da metade das ações com direito a voto. Neste caso, a
autorização da Comissão de Valores Mobiliários será mencionada nos avisos de convocação e a
deliberação com quorum reduzido somente poderá ser adotada em terceira convocação.
Direito de Retirada
Conforme art. 137, da Lei 6.404/1976, a aprovação das matérias previstas nos incisos I a VI e IX
do art. 136 dá ao acionista dissidente o direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso
do valor das suas ações (art. 45), observadas as seguintes normas:
I – nos casos dos incisos I e II do art. 136, somente terá direito de retirada o titular de ações de
espécie ou classe prejudicadas;
II – nos casos dos incisos IV e V do art. 136, não terá direito de retirada o titular de ação de
espécie ou classe que tenha liquidez e dispersão no mercado, considerando-se haver:
a) liquidez, quando a espécie ou classe de ação, ou certificado que a represente, integre índice
geral representativo de carteira de valores mobiliários admitido à negociação no mercado de
valores mobiliários, no Brasil ou no exterior, definido pela Comissão de Valores Mobiliários; e
b) dispersão, quando o acionista controlador, a sociedade controladora ou outras sociedades
sob seu controle detiverem menos da metade da espécie ou classe de ação;
III – no caso do inciso IX do art. 136, somente haverá direito de retirada se a cisão implicar:
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a) mudança do objeto social, salvo quando o patrimônio cindido for vertido para sociedade
cuja atividade preponderante coincida com a decorrente do objeto social da sociedade cindida;
b) redução do dividendo obrigatório; ou
c) participação em grupo de sociedades.
IV – o reembolso da ação deve ser reclamado à companhia no prazo de 30 (trinta) dias contado
da publicação da ata da assembleia-geral;
V – o prazo para o dissidente de deliberação de assembleia especial (art. 136, § 1º) será contado
da publicação da respectiva ata;
VI – o pagamento do reembolso somente poderá ser exigido após a observância do disposto no
§ 3º e, se for o caso, da ratificação da deliberação pela assembleia-geral.
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Questões
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No que se refere aos aspectos contábeis re- No que se refere aos aspectos contábeis re-
lacionados à reorganização societária, jul- lacionados à reorganização societária, jul-
gue o item subsequente. gue o item subsequente.
Situação hipotética: Duas sociedades sob
6. (CESPE – FUNRESP – 2016) controle comum e sem participação de
uma na outra realizaram uma operação em
Nos casos de cisão total ou de incorporação, que uma delas transferiu para a outra to-
a contabilidade da empresa cindida ou in- dos os seus ativos, no valor de R$ 300.000,
corporada deve baixar contabilmente todos e todos os seus passivos, avaliados em
os ativos e os passivos exigíveis. R$ 140.000.
( ) Certo ( ) Errado
8. (CESPE – FUNRESP – 2016)
No que se refere aos aspectos contábeis re- Assertiva: Nesse caso, o aumento do patri-
lacionados à reorganização societária, jul- mônio líquido da sociedade incorporadora
gue o item subsequente. será inferior a R$ 150.000 após a transfe-
rência.
Situação hipotética: Duas empresas com
interesses comuns, porém sem participa- ( ) Certo ( ) Errado
ção acionária entre si, apresentam a se-
guinte situação patrimonial.
empresa A empresa B
ativo (em R$) 200.000 100.000
passivo
60.000 20.000
(em R$)
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CPC’S
CPC 27
IMOBILIZADO
Objetivo
O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil para ativos imobilizados,
de forma que os usuários das demonstrações contábeis possam discernir a informação sobre o
investimento da entidade em seus ativos imobilizados, bem como suas mutações. Os principais
pontos a serem considerados na contabilização do ativo imobilizado são o reconhecimento dos
ativos, a determinação dos seus valores contábeis e os valores de depreciação e perdas por
desvalorização a serem reconhecidas em relação aos mesmos.
Conceito
•• Lei das S.A.:
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
IV – no Ativo Imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da companhia ou exercidos com esta finalidade, inclusive os
decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses
bens.
•• CPC 27:
Ativo Imobilizado é o item tangível que:
a) é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel
a outros, ou para fins administrativos; e
b) se espera utilizar por mais de um período.
Mudanças no Imobilizado
(-) Bens incorpóreos → Ativo Intangível
(+) Ativos que não pertencem à empresa do ponto de vista jurídico mas que ela detém o seu
controle, usufrui dos seus benefícios e assume os seus riscos
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(+) Bens contratados em operações de leasing financeiro
(-) Bens de caráter permanente, mas não destinadas ao uso nas operações, enquanto não
definida sua destinação
↓
Investimentos
Definições
Valor contábil: é o valor pelo qual um ativo é reconhecido após a dedução da depreciação e da
perda por redução ao valor recuperável acumuladas.
Custo: é o montante de caixa ou equivalente de caixa pago ou o valor justo de qualquer outro
recurso dado para adquirir um ativo na data da sua aquisição ou construção ou ainda, se for o
caso, o valor atribuído ao ativo quando inicialmente reconhecido de acordo com as disposições
específicas de outros Pronunciamentos,
Valor depreciável: é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo, menos o seu
valor residual.
Depreciação: é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo de sua vida
útil.
Valor recuperável: é o maior valor entre o valor justo menos os custos de venda de um ativo e
seu valor de uso.
Valor residual de um ativo: é o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo,
após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição
esperadas para o fim de sua vida útil.
Vida útil: é
a) O período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo; ou
b) O número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera
obter pela utilização do ativo.
Classificação
•• Bens em operação: são todos os recursos reconhecidos no Imobilizado já em utilização na
geração da atividade objeto da sociedade.
•• Imobilizado em andamento: todas as aplicações de recursos em imobilizações, mas que
ainda não estão operando.
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Terrenos
Essa conta registra os terrenos que estão sob o controle da empresa realmente utilizados nas
operações, ou seja, onde se localizam a fábrica, os depósitos, os escritórios, as filiais, as lojas
etc.
Lembre-se:
Os terrenos sem destinação definida devem ser classificados em Investimentos.
Imobilizado Biológico
Engloba todos os animais e/ou plantas vivos mantidos para uso na produção ou fornecimento
de mercadorias ou serviços que se espera utilizar por mais de um exercício social, conforme
CPC 27- Ativo Imobilizado e CPC 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola.
Critérios de Avaliação
Lei das S.A.:
Art. 183. No Balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:
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V – os direitos classificados no Imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da
respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão.
↕
Custo
(-) Depreciação, amortização ou exaustão
(-) Perdas estimadas por redução ao valor recuperável
(=) Valor líquido contábil
Custo Inicial
CPC 27 – O custo de um item do Ativo Imobilizado compreende:
a) Preço de aquisição, acrescido de impostos de importação e impostos não recuperáveis
sobre a compra, depois de deduzidos os descontos comerciais e abatimentos;
b) Quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e condição
necessárias para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida pela administração;
c) Estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e de restauração do local
(sítio) no qual está localizado. Tais custos representam a obrigação em que a entidade
incorre quando o item é adquirido ou como consequência de usá-lo durante determinado
período para finalidades diferentes da produção de estoque durante esse período.
Exemplos de custos diretamente atribuíveis são:
a) custos de benefícios aos empregados (tal como definidos no Pronunciamento Técnico CPC
33 – Benefícios a Empregados) decorrentes diretamente da construção ou aquisição de
item do ativo imobilizado;
b) custos de preparação do local;
c) custos de frete e de manuseio (para recebimento e instalação);
d) custos de instalação e montagem;
e) custos com testes para verificar se o ativo está funcionando corretamente, após dedução
das receitas líquidas provenientes da venda de qualquer item produzido enquanto se
coloca o ativo nesse local e condição (tais como amostras produzidas quando se testa o
equipamento); e
f) honorários profissionais.
Exemplos que não são custos de um item do Ativo Imobilizado:
a) Custos de abertura de nova instalação;
b) Custos incorridos na introdução de novo produto, incluindo propaganda e atividades
promocionais;
c) Custos da transferência das atividades para novo local, ou para nova categoria de clientes,
incluindo custos de treinamento;
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Custos Subsequentes
Segundo o princípio de reconhecimento, a entidade não reconhece no valor contábil de um
item do ativo imobilizado os custos da manutenção periódica do item. Pelo contrário, esses
custos são reconhecidos no resultado quando incorridos. Os custos da manutenção periódica
são principalmente os custos de mão-de-obra e de produtos consumíveis, e podem incluir o
custo de pequenas peças. A finalidade desses gastos é muitas vezes descrita como sendo para
“reparo e manutenção” de item do ativo imobilizado.
Uma condição para continuar a operar um item do ativo imobilizado (por exemplo, uma
aeronave) pode ser a realização regular de inspeções importantes em busca de falhas,
independentemente das peças desse item serem ou não substituídas. Quando cada inspeção
importante for efetuada, o seu custo é reconhecido no valor contábil do item do ativo
imobilizado como uma substituição se os critérios de reconhecimento forem satisfeitos.
Qualquer valor contábil remanescente do custo da inspeção anterior (distinta das peças físicas)
é baixado. Isso ocorre independentemente do custo da inspeção anterior ter sido identificado
na transação em que o item foi adquirido ou construído. Se necessário, o custo estimado de
futura inspeção semelhante pode ser usado como indicador de qual é o custo do componente
de inspeção existente, quando o item foi adquirido ou construído.
Partes de alguns itens do ativo imobilizado podem requerer substituição em intervalos
regulares. Por exemplo, um forno pode requerer novo revestimento após um número
específico de horas de uso; ou o interior dos aviões, como bancos e equipamentos internos,
pode exigir substituição diversas vezes durante a vida da estrutura. Itens do ativo imobilizado
também podem ser adquiridos para efetuar substituição recorrente menos frequente, tal como
a substituição das paredes interiores de edifício, ou para efetuar substituição não recorrente.
Segundo o princípio de reconhecimento, a entidade reconhece no valor contábil de um item do
ativo imobilizado o custo da peça reposta desse item quando o custo é incorrido se os critérios
de reconhecimento forem atendidos. O valor contábil das peças que são substituídas é baixado.
Mensuração
Obs.:
O custo de um item do Imobilizado deve ser equivalente ao preço à vista na data do reconhecido.
Se o prazo de pagamento excede os prazos normais de crédito, a entidade deve reconhecer a
diferença entre o valor à vista e o valor total a prazo como despesa com juros, pro rata temporis
– Ajuste a Valor Presente.
Exceção: os juros são reconhecidos no custo do item do Imobilizado quando são diretamente
atribuíveis à aquisição, à construção ou à produção desse item. (CPC 20 – Custos de
Empréstimos)
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Mensuração após o reconhecimento
Método do Custo: um item do Imobilizado deve ser apresentado no Balanço pelo seu custo
deduzido da depreciação acumulada e das perdas estimadas por redução ao valor recuperável.
Método da Reavaliação: um item do Imobilizado pode ser apresentado pelo seu valor
reavaliado, que representa seu valor justo no momento da reavaliação, deduzido da depreciação
acumulada e das perdas estimadas por redução ao valor recuperável.
Lembre-se: a Lei nº 11.638/07 eliminou, a partir do início de 2008, a possibilidade da reavaliação
de itens do Ativo Imobilizado.
A entidade não reconhece no valor contábil de um item do ativo imobilizado os custos da
manutenção periódica do item. Pelo contrário, esses custos são reconhecidos no resultado
quando incorridos. Os custos da manutenção periódica são principalmente os custos de mão-
de-obra e de produtos consumíveis, e podem incluir o custo de pequenas peças. A finalidade
desses gastos é muitas vezes descrita como sendo para “reparo e manutenção” de item do
ativo imobilizado.
Vida útil
CPC 27
Os seguintes fatores são considerados na determinação da vida útil de um ativo:
a) Uso esperado do ativo que é avaliado com base na capacidade ou produção física esperadas
do ativo;
b) Desgaste físico normal esperado, que depende de fatores operacionais tais como o número
de turnos durante os quais o ativo será usado, o programa de reparos e manutenção e o
cuidado e a manutenção do ativo enquanto estiver ocioso;
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Depreciação
Lei das S.A.:
Art. 183.
§ 2º A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada
periodicamente nas contas de:
a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens
físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência.
É obrigatória a constante revisão dos parâmetros que levaram à definição do valor periódico da
depreciação.
Cada componente de um item do Imobilizado com custo significativo em relação ao custo total
do item deve ser depreciado separadamente.
Cessa a depreciação quando o ativo é desativado por baixa de qualquer natureza ou
transferência para ativo não circulante mantido para venda, ou para estoque, mas não cessa
por ociosidade.
Se inicia quando este está disponível para uso.
↓
Está no local e em condição de funcionamento na forma pretendida pela administração
Deve cessar na data em que o ativo é classificado como mantido para venda, ou ainda, na data
em que o ativo é baixado, o que ocorrer primeiro.
A depreciação não cessa quando o ativo se torna ocioso, ou é retirado do uso normal, a
não ser que ele esteja totalmente depreciado. No entanto, de acordo com os métodos de
depreciação pelo uso, a despesa com depreciação pode ser zero, enquanto não houver
produção.
Métodos de Depreciação
→ O método de depreciação utilizado deve refletir o padrão de consumo, pela empresa, dos
benefícios econômicos futuros. Esse método é aplicado consistentemente entre períodos, a
não ser que exista alteração nesse padrão.
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→ O método de depreciação aplicado a um ativo deve ser revisado pelo menos ao final de
cada exercício e, se houver alteração significativa no padrão de consumo previsto, o método de
depreciação deve ser alterado para refletir essa mudança.
→ Não é obrigatória a distribuição linear da depreciação, se outro critério reflete melhor o
padrão de consumo dos benefícios do ativo.
→ Vários métodos de depreciação podem ser utilizados para apropriar de forma sistemática o
valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil. Tais métodos incluem o método da linha
reta, o método dos saldos decrescentes e o método de unidades produzidas. A depreciação
pelo método linear resulta em despesa constante durante a vida útil do ativo, caso o seu valor
residual não se altere. O método dos saldos decrescentes resulta em despesa decrescente
durante a vida útil. O método de unidades produzidas resulta em despesa baseada no uso ou
produção esperados. A entidade seleciona o método que melhor reflita o padrão do consumo
dos benefícios econômicos futuros esperados incorporados no ativo. Esse método é aplicado
consistentemente entre períodos, a não ser que exista alteração nesse padrão.
Método da soma dos dígitos dos anos (ou dos saldos decrescentes)
•• Também é linear.
•• Despesa decrescente durante a vida útil.
Contabilização da Depreciação
Despesa com depreciação (ou custo de produção) a Depreciação Acumulada
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Baixa
O valor contábil de um item do ativo imobilizado deve ser baixado:
a) por ocasião de sua alienação; ou
b) quando não há expectativa de benefícios econômicos futuros com a sua utilização ou
alienação.
Ganhos ou perdas decorrentes da baixa de um item do ativo imobilizado devem ser reconhecidos
no resultado quando o item é baixado.
Divulgação
As demonstrações contábeis devem divulgar, para cada classe de ativo imobilizado:
a) os critérios de mensuração utilizados para determinar o valor contábil bruto;
÷
b) os métodos de depreciação utilizados;
CPC_27 18
c) as vidas úteis ou as taxas de depreciação utilizadas;
d) o valor contábil bruto e a depreciação acumulada (mais as perdas por redução ao valor
recuperável acumuladas) no início e no final do período; e
e) a conciliação do valor contábil no início e no final do período demonstrando:
(i) adições;
(ii) ativos classificados como mantidos para venda ou incluídos em um grupo classificados como
mantidos para venda de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo Não Circulante
Mantido para Venda e Operação Descontinuada e outras baixas;
(iii) aquisições por meio de combinações de negócios;
(iv) aumentos ou reduções decorrentes de reavaliações nos termos dos itens 31, 39 e 40 e
perdas por redução ao valor recuperável de ativos reconhecidas ou revertidas diretamente
no patrimônio líquido de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor
Recuperável de Ativos;
(v) provisões para perdas de ativos, reconhecidas no resultado, de acordo com o Pronunciamento
Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos;
(vi) reversão de perda por redução ao valor recuperável de ativos, apropriada no resultado, de
acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos;
(vii) depreciações;
(viii) variações cambiais líquidas geradas pela conversão das demonstrações contábeis da
moeda funcional para a moeda de apresentação, incluindo a conversão de uma operação
estrangeira para a moeda de apresentação da entidade; e
(ix) outras alterações.
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Questões
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Julgue o item a seguir, relativo ao reconhe- Julgue o próximo item, acerca do ativo
cimento e à mensuração de contas patri- imobilizado de companhias abertas.
moniais.
11. (CESPE – PF – 2014)
9. (CESPE – ABIN – 2010)
O valor contábil de um ativo imobilizado é
Benfeitorias em propriedades de terceiros é o valor pelo qual ele é reconhecido na con-
uma conta classificada no grupo intangível tabilidade, sendo deduzido da depreciação
do ativo não circulante e destina-se a regis- acumulada e da perda, também acumulada,
trar as construções em terrenos alugados e por redução ao valor recuperável.
as instalações e outras benfeitorias em pré-
dios e edifícios alugados, de uso administra- ( ) Certo ( ) Errado
tivo ou de produção, desde que atendam
aos critérios de reconhecimento de um ati- 12. (CESPE – ANTT – 2013)
vo imobilizado.
Um imóvel adquirido por uma empresa
( ) Certo ( ) Errado comercial, fora de seu domicílio, com a fi-
nalidade de hospedar representantes co-
10. (CESPE – PF – 2014) merciais em viagens a serviço, deverá ser
registrado como ativo imobilizado.
Em conformidade com o regime de compe-
tência, os gastos incorridos para a colocação ( ) Certo ( ) Errado
de um ativo imobilizado recém-adquirido
por uma entidade em local e condições que
permitam o seu funcionamento de acordo
com o planejado pela administração devem
ser reconhecidos como despesas do perío-
do.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito: 1. C 2. E 3. E 4. E 5. E 6. C 7. E 8. E 9. E 10. E 11. C 12. C
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CPC 04(R1)
INTANGÍVEL
Objetivo
O objetivo do presente Pronunciamento Técnico é definir o tratamento contábil dos
ativos intangíveis que não são abrangidos especificamente em outro Pronunciamento.
Este Pronunciamento estabelece que uma entidade deve reconhecer um ativo intangível
apenas se determinados critérios especificados neste Pronunciamento forem atendidos. O
Pronunciamento também especifica como mensurar o valor contábil dos ativos intangíveis,
exigindo divulgações específicas sobre esses ativos.
Alcance
O presente Pronunciamento aplica-se à contabilização de ativos intangíveis, exceto:
a) ativos intangíveis dentro do alcance de outro Pronunciamento Técnico;
b) ativos financeiros, conforme definidos no Pronunciamento Técnico CPC 39 – Instrumentos
Financeiros: Apresentação;
c) no reconhecimento e mensuração de ativos advindos da exploração e avaliação de recursos
minerais (ver Pronunciamento Técnico CPC 34 – Exploração e Avaliação de Recursos
Minerais, quando emitido);
d) gastos com desenvolvimento e extração de minerais, óleo, gás natural e recursos naturais
não renováveis similares.
Se outro Pronunciamento Técnico estabelecer o tratamento contábil para um tipo específico de
ativo intangível, a entidade deve aplicar referido Pronunciamento específico ao invés deste. Por
exemplo, este Pronunciamento não deve ser aplicado nos seguintes casos:
a) ativos intangíveis mantidos por uma entidade para venda no curso ordinário dos negócios
(ver Pronunciamento Técnico CPC 16 – Estoques e Pronunciamento Técnico CPC 17 –
Contratos de Construção);
b) ativos fiscais diferidos(ver Pronunciamento TécnicoCPC32–TributossobreoLucro);
c) arrendamentos mercantís, dentro do alcance do Pronunciamento Técnico CPC 06 –
Operações de Arrendamento Mercantil;
d) ativos advindos deplanosde benefícios a empregados(ver Pronunciamento Técnico CPC 33
– Benefícios a Empregados);
e) ativos financeiros, conforme definido no Pronunciamento Técnico CPC 39. O reconhecimento
e a mensuração de alguns ativos financeiros são tratados pelos Pronunciamentos Técnicos
CPC 35 – Demonstrações Separadas, CPC 36 – Demonstrações Consolidadas e CPC 18 –
Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto;
(Alterada pela Revisão CPC 03)
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f) ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) adquirido em combinação de
negócios (ver Pronunciamento Técnico CPC 15 – Combinação de Negócios);
g) custos de aquisição diferidos e ativos intangíveis advindos de direitos contratuais de
seguradora, dentro do alcance do Pronunciamento Técnico CPC 11 – Contratos de Seguro.
O Pronunciamento Técnico CPC 11 contém exigências de divulgação específicas para
referidos custos de aquisição diferidos, porém não trata dos aludidos ativos intangíveis.
Assim sendo, as exigências de divulgação deste Pronunciamento devem ser aplicadas para
tais ativos intangíveis;
h) ativos intangíveis não circulantes classificados como mantidos para venda (ou incluídos em
um grupo de ativos a ser alienado, que é classificado como mantido para venda), conforme
Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação
Descontinuada.
Alguns ativos intangíveis podem estar contidos em elementos que possuem substância física,
como um disco (como no caso de software), documentação jurídica (no caso de licença ou
patente) ou em um filme. Para saber se um ativo que contém elementos intangíveis e tangíveis
deve ser tratado como ativo imobilizado de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 27
– Ativo Imobilizado ou como ativo intangível, nos termos do presente Pronunciamento, a
entidade avalia qual elemento é mais significativo. Por exemplo, um software de uma máquina-
ferramenta controlada por computador que não funciona sem esse software específico é parte
integrante do referido equipamento, devendo ser tratado como ativo imobilizado. O mesmo se
aplica ao sistema operacional de um computador. Quando o software não é parte integrante do
respectivo hardware, ele deve ser tratado como ativo intangível.
Definições importantes
Valor contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido no balanço patrimonial após a
dedução da amortização acumulada e da perda por desvalorização.
Custo é o montante de caixa ou equivalente de caixa pago ou o valor justo de qualquer outra
contraprestação dada para adquirir um ativo na data da sua aquisição ou construção, ou ainda,
se for o caso, o valor atribuído ao ativo quando inicialmente reconhecido de acordo com as
disposições específicas de outro Pronunciamento como, por exemplo, o Pronunciamento
Técnico CPC 10 –Pagamento Baseado em Ações.
Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela
transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na
data de mensuração (ver CPC 46 – Mensuração do Valor Justo). (Alterada pela Revisão CPC 03)
Valor amortizável – é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo, menos o seu
valor residual.
Valor residual – é o valor estimado que uma entidade obteria com a venda do ativo, após
deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperadas
para o fim de sua vida útil.
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Vida útil é:
a) o período de tempo no qual a entidade espera utilizar um ativo; ou
b) o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera
obter pela utilização do ativo.
Conceito
Ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância física.
Ativo Monetário o é aquele representado por dinheiro ou direitos a serem recebidos em
dinheiro.
Características necessárias para identificação de um ativo Intangível
A definição de ativo intangível requer que ele seja identificável, para diferenciálo do ágio
derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill). O ágio derivado da expectativa
de rentabilidade futura (goodwill) reconhecido em uma combinação de negócios é um ativo
que representa benefícios econômicos futuros gerados por outros ativos adquiridos em
uma combinação de negócios, que não são identificados individualmente e reconhecidos
separadamente. Tais benefícios econômicos futuros podem advir da sinergia entre os
ativos identificáveis adquiridos ou de ativos que, individualmente, não se qualificam para
reconhecimento em separado nas demonstrações contábeis.
Identificação
a) for separável, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido, transferido, licenciado,
alugado ou trocado, individualmente ou junto com um contrato, ativo ou passivo
relacionado, independente da intenção de uso pela entidade; ou
b) resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente de tais
direitos serem transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações.
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Controle
A entidade controla um ativo quando detém o poder de obter benefícios econômicos futuros
gerados pelo recurso subjacente e de restringir o acesso de terceiros a esses benefícios.
Normalmente, a capacidade da entidade de controlar os benefícios econômicos futuros de
ativo intangível advém de direitos legais que possam ser exercidos num tribunal. A ausência de
direitos legais dificulta a comprovação do controle. No entanto, a imposição legal de um direito
não é uma condição imprescindível para o controle, visto que a entidade pode controlar
benefícios econômicos futuros de outra forma.
Reconhecimento
O reconhecimento de um item como ativo intangível exige que a entidade demonstre que ele
atende:
a) a definição de ativo intangível; e
b) os critérios de reconhecimento
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ATIVOS INTANGÍVEIS
Surgimento dos ativos intangíveis:
1. Aquisição separada;
2. Aquisição via combinação de negócios;
3. Aquisição via subvenção ou assistência governamentais;
4. Gerado internamente;
5. Permuta de Ativos
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Mensuração
Um ativo intangível deve ser mensurado inicialmente pelo seu custo.
O custo de um ativo intangível adquirido separadamente inclui:
a) seu preço de compra, acrescido de impostos de importação e impostos não recuperáveis
sobre a compra, após deduzidos os descontos comerciais e abatimentos; e
b) qualquer custo diretamente atribuível à preparação do ativo para a finalidade proposta.
Exemplos de custos diretamente atribuíveis são:
a) custos de benefícios aos empregados (conforme definido no Pronunciamento Técnico CPC
33 – Benefícios a Empregados) incorridos diretamente para que o ativo fique em condições
operacionais (de uso ou funcionamento);
b) honorários profissionais diretamente relacionados para que o ativo fique em condições
operacionais; e
c) custos com testes para verificar se o ativo está funcionando adequadamente.
Exemplos de gastos que não fazem parte do custo de ativo intangível:
a) custos incorridos na introdução de novo produto ou serviço (incluindo propaganda e
atividades promocionais);
b) custos da transferência das atividades para novo local ou para nova categoria de clientes
(incluindo custos de treinamento); e
c) custos administrativos e outros custos indiretos.
ATIVOS INTANGÍVEIS
Gerados internamente
Por vezes é difícil avaliar se um ativo intangível gerado internamente se qualifica para o
reconhecimento, devido às dificuldades para:
a) identificar se, e quando, existe um ativo identificável que gerará benefícios econômicos
futuros esperados; e
b) determinar com confiabilidade o custo do ativo. Em alguns casos não é possível separar
o custo incorrido com a geração interna de ativo intangível do custo da manutenção ou
melhoria do ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) gerado
internamente ou com as operações regulares (do dia-a-dia) da entidade.
Para avaliar se um ativo intangível gerado internamente atende aos critérios de reconhecimento,
a entidade deve classificar a geração do ativo:
a) na fase de pesquisa; e/ou
b) Na fase de desenvolvimento.
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O custo atribuível ao registro do ativo intangível inclui todos os gastos diretos necessários a sua
criação, produção e preparação para torná-lo capaz de funcionar.
Fase de Pesquisa
Nenhum ativo intangível proveniente de pesquisa deve ser reconhecido. O dispêndio com
pesquisa deve ser reconhecido como uma despesa quando for incorrido.
Durante a fase de pesquisa de um projeto interno, a entidade não está apta a demonstrar a
existência de um ativo intangível que gerará prováveis benefícios econômicos futuros. Portanto,
tais gastos são reconhecidos como despesa quando incorridos.
São exemplos de atividades de pesquisa:
a) atividades destinadas à obtenção de novo conhecimento;
b) busca, avaliação e seleção final das aplicações dos resultados de pesquisa ou outros
conhecimentos;
c) busca de alternativas para materiais, dispositivos, produtos, processos, sistemas ou
serviços; e
d) formulação, projeto, avaliação e seleção final de alternativas possíveis para materiais,
dispositivos, produtos, processos, sistemas ou serviços novos ouaperfeiçoados.
Fase de Desenvolvimento
Um ativo intangível resultante de desenvolvimento deverá ser reconhecido somente se a
entidade puder demonstrar todos os aspectos a seguir enumerados:
a) a viabilidade técnica para concluir o ativo intangível de forma que ele seja disponibilizado
para uso ou venda;
b) sua intenção de concluir o ativo intangível e de usá-lo ou vendê-lo;
c) sua capacidade para usar ou vender o ativo intangível;
d) a forma como o ativo intangível deverá gerar benefícios econômicos futuros.Entre outros
aspectos, a entidade deverá demonstrar a existência de um mercado para os produtos do
ativo intangível ou para o próprio ativo intangível ou, caso este se destine ao uso interno, a
sua utilidade;
e) a disponibilidade de recursos técnicos, financeiros e outros recursos adequados para
concluir seu desenvolvimento e usar ou vender o ativo intangível; e
f) sua capacidade de mensurar com segurança os gastos atribuíveis ao ativo intangível
durante seu desenvolvimento.
Marcas, títulos de publicações, listas de clientes e outros itens similares, gerados internamente,
não devem ser reconhecidos como ativos intangíveis.
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Os gastos incorridos com marcas, títulos de publicações, listas de clientes e outros itens
similares não podem ser separados dos custos relacionados ao desenvolvimento do negócio
como um todo. Dessa forma, esses itens não devem ser reconhecidos como ativos intangíveis.
ATIVOS INTANGÍVEIS
Surgimento dos ativos intangíveis:
Aquisição via combinação de negócios
O reconhecimento inicial deverá ser pelo “valor justo” na data da aquisição (data em que a
adquirente obtém o controle da adquirida).
O adquirente deve reconhecer, na data da aquisição, separadamente do goodwill apurado na
combinação de negócios, um ativo intangível da adquirida, independentemente desse ativo ter
sido reconhecido por ela antes da aquisição da empresa.
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 15 – Combinação de Negócios, o adquirente
deve reconhecer na data da aquisição, separadamente do ágio derivado da expectativa de
rentabilidade futura (goodwill) apurado em uma combinação de negócios, um ativo intangível
da adquirida, independentemente de o ativo ter sido reconhecido pela adquirida antes da
aquisição da empresa. Isso significa que a adquirente reconhece como ativo, separadamente
do ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill), um projeto de pesquisa
e desenvolvimento em andamento da adquirida se o projeto atender à definição de ativo
intangível. Um projeto de pesquisa e desenvolvimento em andamento da adquirida atende à
definição de ativo intangível quando:
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ATIVOS INTANGÍVEIS
Surgimento dos ativos intangíveis:
Aquisição via subvenção ou assistência governamentais
O governo transfere ou destina a uma entidade ativos intangíveis.
Ao registro inicial devem ser acrescidos os custos diretamente atribuíveis à preparação do ativo
para o uso pretendido.
Ex. de ativos: direito de aterrisagem em aeroporto, licença para operação de estação de rádio/
tv.
Em alguns casos, um ativo intangível pode ser adquirido sem custo ou por valor nominal, por
meio de subvenção ou assistência governamentais. Isso pode ocorrer quando um governo
transfere ou destina a uma entidade ativos intangíveis, como direito de aterrissagem em
aeroporto, licenças para operação de estações de rádio ou de televisão, licenças de importação
ou quotas ou direitos de acesso a outros recursos restritos. De acordo com o Pronunciamento
Técnico CPC 07 – Subvenção e Assistência Governamentais, uma entidade tem a faculdade
de reconhecer inicialmente ao valor justo tanto o ativo intangível quanto a concessão
governamental. Se uma entidade optar por não reconhecer inicialmente ao valor justo o ativo,
ela deve reconhecer o ativo inicialmente ao valor nominal (o outro tratamento permitido
pelo Pronunciamento Técnico CPC 07) acrescido de quaisquer gastos que sejam diretamente
atribuídos à preparação do ativo para o uso pretendido.
Surgimento dos ativos intangíveis:
Permuta de ativos
Um ou mais ativos intangíveis podem ser adquiridos por meio de permuta por ativo ou ativos
não monetários, ou conjunto de ativos monetários e não monetários. O ativo ou ativos objeto
de permuta podem ser de mesma natureza ou de naturezas diferentes. O texto a seguir refere-
se apenas à permuta de ativo não monetário por outro; todavia, o mesmo conceito pode ser
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aplicado a todas as permutas descritas anteriormente. O custo de ativo intangível é mensurado
pelo valor justo a não ser que (a) a operação de permuta não tenha natureza comercial ou (b) o
valor justo do ativo recebido e do ativo cedido não possa ser mensurado com confiabilidade. O
ativo adquirido deve ser mensurado dessa forma mesmo que a entidade não consiga dar baixa
imediata ao ativo cedido. Se o ativo adquirido não for mensurável ao valor justo, seu custo deve
ser determinado pelo valor contábil do ativo cedido.
Vida útil
A entidade deve avaliar se a vida útil de um ativo intangível é definida ou indefinida e, no
primeiro caso, a duração ou o volume de produção ou unidades semelhantes que formam essa
vida útil. A entidade deve atribuir vida útil indefinida a um ativo intangível quando, com base na
análise de todos os fatores relevantes, não existe um limite previsível para o período durante o
qual o ativo deverá gerar fluxos de caixa líquidos positivos para a entidade.
A contabilização de ativo intangível baseia-se na sua vida útil. Um ativo intangível com vida útil
definida deve ser amortizado, enquanto a de um ativo intangível com vida útil indefinida não
deve ser amortizado
A vida útil de ativo intangível resultante de direitos contratuais ou outros direitos legais não
deve exceder a vigência desses direitos, podendo se r menor dependendo do período durante
o qual a entidade espera utilizar o ativo. Caso os direitos contratuais ou outros direitos legais
sejam outorgados por um prazo limitado renovável, a vida útil do ativo intangível só deve
incluir o prazo de renovação, se existirem evidências que suportem a renovação pela entidade
sem custo significativo. A vida útil de um direito readquirido reconhecido como ativo intangível
em uma combinação de negócios é o período contratual remanescente do contrato em que o
direito foi concedido e não incluirá períodos de renovação.
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Baixa e alienação
O ativo intangível deve ser baixado:
a) por ocasião de sua alienação; ou
b) quando não são esperados benefícios econômicos futuros com a sua utilização ou
alienação.
Os ganhos ou perdas decorrentes da baixa de ativo intangível devem ser determinados pela
diferença entre o valor líquido da alienação, se houver, e o valor contábil do ativo. Esses ganhos
ou perdas devem ser reconhecidos no resultado quando o ativo é baixado (a menos que o
Pronunciamento Técnico CPC 06 – Operações de Arrendamento Mercantil venha a requerer
outro tratamento em uma venda e lease back), mas os ganhos não devem ser classificados
como receitas de venda.
Divulgação
A entidade deve divulgar as seguintes informações para cada classe de ativos intangíveis,
fazendo a distinção entre ativos intangíveis gerados internamente e outros ativos intangíveis:
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a) com vida útil indefinida ou definida e, se definida, os prazos de vida útil ou as taxas de
amortização utilizados;
b) os métodos de amortização utilizados para ativos in tangíveis com vida útil definida;
c) o valor contábil bruto e eventual amortização acumulada (mais as perdas acumuladas no
valor recuperável) no início e no final do período;
d) a rubrica da demonstração do resultado em que qualquer amortização de ativo intangível
for incluída;
e) a conciliação do valor contábil no início e no final do período.
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Questões
A respeito da Lei nº 6.404/1976, alterada for classificado como disponível para venda,
pela Lei nº 11.638/2007, julgue o item que voltando a ser depreciado normalmente se
se segue. essa situação for revertida.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado
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vel aos seus ativos e passivos, contabilizado um intangível com vida útil definida deve
apenas em caso de uma aquisição. ser amortizado periodicamente, o que não
se aplica nos casos de intangíveis com vida
( ) Certo ( ) Errado útil indefinida, que não chegam a ser reco-
nhecidos no balanço patrimonial.
Julgue o item que se segue, relativos à con-
tabilização dos itens do ativo e do passivo. ( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
14. (CESPE – MPU – 2010)
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posteriormente, no resultado, quando a O item apresenta uma situação hipotética
empresa estiver operando normalmente. seguida de uma assertiva a ser julgada em
relação ao reconhecimento e à mensura-
( ) Certo ( ) Errado ção contábil, de acordo com os pronuncia-
mentos contábeis emitidos pelo Comitê de
Com respeito à legislação e à normatização Pronunciamentos Contábeis.
contábil brasileira vigentes, julgue o item
subsequente. 27. (CESPE – FUB – 2015)
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Gabarito: 1. C 2. E 3. E 4. E 5. E 6. C 7. C 8. E 9. C 10. X 11. C 12. E 13. C 14. E 15. C 16. C 17. C
18. C 19. C 20. C 21. C 22. C 23. E 24. E 25. E 26. E 27. C 28. C 29. C
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CPC – 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos
Objetivo
O objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer procedimentos que a entidade deve
aplicar para assegurar que seus ativos estejam registrados contabilmente por valor que não
exceda seus valores de recuperação. Um ativo está registrado contabilmente por valor que
excede seu valor de recuperação se o seu valor contábil exceder o montante a ser recuperado
pelo uso ou pela venda do ativo. Se esse for o caso, o ativo é caracterizado como sujeito ao
reconhecimento de perdas, e o Pronunciamento Técnico requer que a entidade reconheça um
ajuste para perdas por desvalorização. O Pronunciamento Técnico também especifica quando
a entidade deve reverter um ajuste para perdas por desvalorização e estabelece as divulgações
requeridas.
Alcance
Este Pronunciamento Técnico não se aplica a estoques, ativos advindos de contratos de
construção, ativos fiscais diferidos, ativos advindos de planos de benefícios a empregados
ou ativos classificados como mantidos para venda (ou incluídos em grupo de ativos que seja
classificado como disponível para venda) em decorrência de os Pronunciamentos Técnicos do
CPC vigentes aplicáveis a esses ativos conterem disposições orientadoras para reconhecimento
e mensuração desses ativos.
Definições importantes
Valor contábil – é o montante pelo qual o ativo está reconhecido no balanço depois da dedução
de toda respectiva depreciação, amortização ou exaustão acumulada e ajuste para perdas.
Unidade geradora de caixa – é o menor grupo identificável de ativos que gera entradas de
caixa, entradas essas que são em grande parte independentes das entradas de caixa de outros
ativos ou outros grupos de ativos.
Ativos corporativos – são ativos, exceto ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill),
que contribuem, mesmo que indiretamente, para os fluxos de caixa futuros tanto da unidade
geradora de caixa sob revisão quanto de outras unidades geradoras de caixa.
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Ao avaliar se há alguma indicação de que um ativo possa ter sofrido desvalorização, a
entidade deve considerar, no mínimo, as seguintes indicações:
Fontes externas de informação:
•• o valor de mercado do ativo diminuiu significativamente, mais do que seria de se esperar
•• mudanças significativas com efeito adverso sobre a entidade ocorreram ou ocorrerão em
futuro próximo, no ambiente da entidade ou do ativo
•• as taxas de juros e de retorno sobre investimentos aumentaram durante o período, e esses
aumentos provavelmente afetarão a taxa de desconto da empresa
•• o valor contábil do patrimônio líquido da entidade é maior do que o valor de suas ações no
mercado;
Fontes internas de informação:
•• evidência disponível de obsolescência ou de dano físico de um ativo;
•• mudanças significativas, com efeito adverso sobre a entidade, ocorreram durante o
período, ou devem ocorrer em futuro próximo, na extensão pela qual, ou na maneira na
qual, um ativo é ou será utilizado
•• evidência disponível, proveniente de relatório interno, que indique que o desempenho
econômico de um ativo é ou será pior que o esperado;
Evidência proveniente de relatório interno que indique que um ativo pode ter se desvalorizado
inclui a existência de:
a) fluxos de caixa para adquirir o ativo ou necessidades de caixa subsequentes para operar ou
mantê-lo, que sejam significativamente mais elevadas do que originalmente orçadas;
b) fluxos de caixa líquidos realizados ou lucros ou prejuízos operacionais gerados pelo ativo,
que são significativamente piores do que aqueles orçados;
c) queda significativa nos fluxos de caixa líquidos orçados ou no lucro operacional, ou aumento
significativo no prejuízo orçado, gerados pelo ativo; ou
d) prejuízos operacionais ou saídas de caixa líquidas advindos do ativo, quando os números
do período atual são agregados com números orçados para o futuro.
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considerado como seu valor recuperável. Esse será frequentemente o caso para um ativo que
é mantido para alienação. Isso ocorre porque o valor em uso de ativo mantido para alienação
corresponderá principalmente às receitas líquidas da baixa, uma vez que os futuros fluxos de
caixa do uso contínuo do ativo, até sua baixa, provavelmente serão irrisórios.
Valor em uso
Valor em uso é o valor presente de fluxos de caixa futuros esperados que devem advir de um
ativo ou de unidade geradora de caixa.
A estimativa do valor em uso de um ativo envolve os seguintes passos:
a) Estimar futuras entradas e saídas de caixa derivadas do uso contínuo do ativo e de sua
baixa final; e
b) Aplicar a taxa de desconto apropriada a esses fluxos de caixa futuros.
Os seguintes elementos devem ser refletidos no cálculo do valor em uso do ativo:
a) estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter com esse ativo;
b) expectativas acerca de possíveis variações no montante ou no período de ocorrência desses
fluxos de caixa futuros;
c) valor do dinheiro no tempo, representado pela atual taxa de juros livre de risco;
d) preçopelaassunçãodaincertezainerenteaoativo(prêmio);e
e) outros fatores, tais como falta de liquidez, que participantes do mercado iriam considerar
ao precificar os fluxos de caixa futuros esperados da entidade, advindos do ativo.
Taxa de desconto
A taxa de desconto deve ser a taxa antes dos impostos, que reflita as avaliações atuais de
mercado acerca:
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a) do valor do dinheiro no tempo; e
b) dos riscos específicos do ativo para os quais as estimativas de fluxos de caixa futuros não
tenham sido ajustadas.
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Divulgação
A entidade deve divulgar as seguintes informações para cada classe de ativos:
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a) o montante das perdas por desvalorização reconhecido no resultado do período e a linha
da demonstração do resultado na qual essas perdas por desvalorização foram incluídas;
b) o montante das reversões de perdas por desvalorização reconhecido no resultado do
período e a linha da demonstração do resultado na qual essas reversões foram incluídas;
c) o montante de perdas por desvalorização de ativos reavaliados reconhecido em outros
resultados abrangentes durante o período; e
d) o montante das reversões das perdas por desvalorização de ativos reavaliados reconhecido
em outros resultados abrangentes durante o período.
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Questões
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6. (CESPE – CADE – 2014) 10. (CESPE – TRE-RJ – 2012)
A entidade deve realizar o teste de recupe- O Conselho Federal de Contabilidade e o
rabilidade de um ativo intangível com vida Comitê de Pronunciamentos Contábeis são
útil indefinida, comparando seu valor con- responsáveis pela elaboração das normas
tábil com seu valor recuperável, ainda que contábeis comumente aceitas. Sobre essas
não haja indícios de desvalorização do refe- normas, julgue o item que se segue.
rido ativo.
O valor recuperável é definido como o
( ) Certo ( ) Errado maior número absoluto entre o valor justo
líquido de despesas de venda de um ativo
ou de unidade geradora de caixa e o seu va-
7. (CESPE – CADE – 2014) lor de uso.
A entidade deve testar, anualmente, o ágio ( ) Certo ( ) Errado
pago por expectativa de rentabilidade futu-
ra (goodwill) em aquisições de participação
societária que lhe permita obter o controle No item seguinte, é apresentada uma situ-
da adquirida. ação hipotética seguida de uma assertiva a
ser julgada.
( ) Certo ( ) Errado
11. (CESPE – MPU – 2010)
Em relação a mensuração de ativos, reava- Determinado ativo imobilizado apresentou
liação, teste de recuperabilidade, impair- resultado econômico pior que o esperado.
ment, depreciação, amortização e exaus- A empresa estimou, com base em estu-
tão, julgue o próximo item. do técnico, que o valor contábil líquido era
maior que o valor recuperável.
8. (CESPE – PF – 2014)
Nessa situação, no balanço patrimonial, o
Para a realização do teste de recuperabili- valor do imobilizado deve ser reduzido pe-
dade de um ativo intangível, deve-se consi- las perdas estimadas por valor não recupe-
derar que o seu valor recuperável advém da rável.
comparação entre o valor justo e o valor em
uso, sendo, dos dois, o maior. ( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
No item seguinte, é apresentada uma situ-
Em relação a mensuração de ativos, reava- ação hipotética que não está relacionada
liação, teste de recuperabilidade, impair- com combinações de negócios, seguida de
ment, depreciação, amortização e exaus- uma assertiva a ser julgada.
tão, julgue o próximo item.
14. (CESE – ABIN – 2010)
9. (CESPE – PF – 2014)
Determinada entidade, ao realizar os testes
Os valores de bens registrados no ativo imo- para a recuperabilidade de seus ativos, não
bilizado ou intangível podem ser aumenta- encontrou mercado ativo para sua unidade
dos em função de reavaliação ou de teste geradora de caixa, estimando, porém, que o
de impairment. correspondente valor em uso era de R$ 10
( ) Certo ( ) Errado milhões. O valor contábil líquido da unidade
geradora de caixa registrava R$ 12 milhões.
Nessa situação, a entidade deveria reconhe-
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( ) Certo ( ) Errado
Gabarito: 1. C 2. C 3. C 4. E 5. C 6. C 7. C 8. C 9. E 10. C 11. C 12. E 13. E 14. C 15. E 16. E
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CPC 06 (R1) – Operações de Arrendamento Mercantil
Objetivo
Alcance
3. Esta Norma aplica-se a acordos que transfiram o direito de usar ativos mesmo que existam
serviços substanciais relativos ao funcionamento ou à manutenção de tais ativos prestados
pelos arrendadores. Esta Norma não se aplica a acordos que sejam contratos de serviço
que não transfiram o direito de usar os ativos de uma parte contratante para a outra.
Definições
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Um arrendamento mercantil deve ser classificado como financeiro se ele transferir
substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade. Um arrendamento
mercantil deve ser classificado como operacional se ele não transferir substancialmente todos
os riscos e benefícios inerentes à propriedade.
A classificação de um arrendamento mercantil como arrendamento mercantil financeiro ou
arrendamento mercantil operacional depende da essência da transação e não da forma do
contrato. Exemplos de situações que individualmente ou em conjunto levariam normalmente
a que um arrendamento mercantil fosse classificado como arrendamento mercantil financeiro
são:
a) o arrendamento mercantil transfere a propriedade do ativo para o arrendatário no fim do
prazo do arrendamento mercantil;
b) o arrendatário tem a opção de comprar o ativo por um preço que se espera seja
suficientemente mais baixo do que o valor justo à data em que a opção se torne exercível
de forma que, no início do arrendamento mercantil, seja razoavelmente certo que a opção
será exercida;
c) o prazo do arrendamento mercantil refere-se à maior parte da vida econômica do ativo
mesmo que a propriedade não seja transferida;
d) no início do arrendamento mercantil, o valor presente dos pagamentos mínimos do
arrendamento mercantil totaliza pelo menos substancialmente todo o valor justo do ativo
arrendado; e
e) os ativos arrendados são de natureza especializada de tal forma que apenas o arrendatário
pode usá-los sem grandes modificações.
Os indicadores de situações que individualmente ou em combinação também podem levar a
que um arrendamento mercantil seja classificado como arrendamento mercantil financeiro
são:
a) se o arrendatário puder cancelar o arrendamento mercantil, as perdas do arrendador
associadas ao cancelamento são suportadas pelo arrendatário;
b) os ganhos ou as perdas da flutuação no valor justo do valor residual são atribuídos ao
arrendatário (por exemplo, na forma de abatimento que equalize a maior parte do valor da
venda no fim do arrendamento mercantil); e
c) o arrendatário tem a capacidade de continuar o arrendamento mercantil por um período
adicional com pagamentos que sejam substancialmente inferiores ao valor de mercado.
Os exemplos e indicadores enunciados nem sempre são conclusivos. Se for claro com base em
outras características que o arrendamento mercantil não transfere substancialmente todos os
riscos e benefícios inerentes à propriedade, o arrendamento mercantil deve ser classificado
como operacional. Isso pode acontecer se, por exemplo, a propriedade do ativo se transferir
ao final do arrendamento mercantil mediante um pagamento variável igual ao valor justo no
momento, ou se há pagamentos contingentes, como resultado dos quais o arrendatário não
tem substancialmente todos os riscos e benefícios.
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Reconhecimento inicial
Mensuração subsequente
Os pagamentos mínimos do arrendamento mercantil devem ser segregados entre encargo
financeiro e redução do passivo em aberto. O encargo financeiro deve ser apropriado a cada
período durante o prazo do arrendamento mercantil de forma a produzir uma taxa de juros
periódica constante sobre o saldo remanescente do passivo. Os pagamentos contingentes
devem ser contabilizados como despesa nos períodos em que são incorridos.
Na prática, ao apropriar o encargo financeiro aos períodos durante o prazo do arrendamento
mercantil, o arrendatário pode usar alguma forma de aproximação para simplificar os cálculos.
Um arrendamento mercantil financeiro dá origem a uma despesa de depreciação (amortização)
relativa a ativos depreciáveis (amortizáveis), assim como uma despesa financeira para cada
período contábil. A política de depreciação (amortização) para os ativos arrendados depreciáveis
(amortizáveis) deve ser consistente com a política dos demais ativos depreciáveis (amortizáveis)
sobre os quais se detenha a propriedade e a depreciação reconhecida deve ser calculada de
acordo com a NBC TG 27 – Ativo Imobilizado, ou para o caso de amortização, de acordo com
a NBC TG 04 – Ativo Intangível. Se não houver certeza razoável de que o arrendatário virá a
obter a propriedade no fim do prazo do arrendamento mercantil, o ativo deve ser totalmente
depreciado durante o prazo do arrendamento mercantil ou da sua vida útil, o que for menor.
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Arrendamento mercantil nas demonstrações contábeis do arrendador
Reconhecimento inicial
Os arrendadores devem reconhecer os ativos mantidos por arrendamento mercantil financeiro
nos seus balanços e apresentá-los como conta a receber por valor igual ao investimento líquido
no arrendamento mercantil.
Num arrendamento mercantil financeiro, substancialmente todos os riscos e benefícios
inerentes à propriedade legal são transferidos pelo arrendador e, portanto, os pagamentos do
arrendamento mercantil a serem recebidos são tratados pelo arrendador como amortização
de capital e receita financeira para reembolsá-lo e recompensá-lo pelo investimento e serviços.
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Questões
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Julgue o item que se segue de acordo com
a Lei nº 6.404/1976, atualizada nos pro-
nunciamentos do Comitê de Pronuncia-
mentos Contábeis (CPC) e nos princípios
fundamentais de contabilidade, adotados
pelo Conselho Federal de Contabilidade.
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Objetivo
O objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer que sejam aplicados critérios de
reconhecimento e bases de mensuração apropriados a provisões e a passivos e ativos
contingentes e que seja divulgada informação suficiente nas notas explicativas para permitir
que os usuários entendam a sua natureza, oportunidade e valor.
Alcance
Este Pronunciamento Técnico deve ser aplicado por todas as entidades na contabilização de
provisões, e de passivos e ativos contingentes, exceto:
a) os que resultem de contratos a executar, a menos que o contrato seja oneroso; e (b) os
cobertos por outro Pronunciamento Técnico.
Este Pronunciamento Técnico não se aplica a instrumentos financeiros (incluindo garantias)
que se encontrem dentro do alcance do Pronunciamento Técnico CPC 38 – Instrumentos
Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.
Contratos a executar são contratos pelos quais nenhuma parte cumpriu qualquer das suas
obrigações ou ambas as partes só tenham parcialmente cumprido as suas obrigações em igual
extensão. Este Pronunciamento Técnico não se aplica a contratos a executar a menos que eles
sejam onerosos.
Quando outro Pronunciamento Técnico trata de um tipo específico de provisão ou de passivo
ou ativo contingente, a entidade aplica esse Pronunciamento Técnico em vez do presente
Pronunciamento Técnico.
Provisão é um passivo de prazo ou de valor incertos.
Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja
liquidação se espera que resulte em saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios
econômicos.
Evento que cria obrigação é um evento que cria uma obrigação legal ou não formalizada que
faça com que a entidade não tenha nenhuma alternativa realista senão liquidar essa obrigação.
Obrigação legal é uma obrigação que deriva de:
a) contrato (por meio de termos explícitos ou implícitos);
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(b) legislação;ou
(c) outra ação da lei.
Obrigação não formalizada é uma obrigação que decorre das ações da entidade em que:
a) por via de padrão estabelecido de práticas passadas, de políticas publicadas ou de
declaração atual suficientemente específica, a entidade tenha indicado a outras partes que
aceitará certas responsabilidades; e
b) em consequência, a entidade cria uma expectativa válida nessas outras partes de que
cumprirá com essas responsabilidades.
Passivo contingente é:
a) uma obrigação possível que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada
apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob
controle da entidade; ou
b) uma obrigação presente que resulta de eventos passados, mas que não é reconhecida
porque:
(i) não é provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja
exigida para liquidar a obrigação; ou
(ii) o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente confiabilidade.
Ativo contingente é um ativo possível que resulta de eventos passados e cuja existência
será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não
totalmente sob controle da entidade.
Contrato oneroso é um contrato em que os custos inevitáveis de satisfazer as obrigações do
contrato excedem os benefícios econômicos que se esperam sejam recebidos ao longo do
mesmo contrato.
Reestruturação é um programa planejado e controlado pela administração e que altera
materialmente:
a) o âmbito de um negócio empreendido por entidade; ou
b) a maneira como o negócio é conduzido.
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exemplo, valores relacionados com pagamento de férias). Embora algumas vezes seja
necessário estimar o valor ou prazo desses passivos, a incerteza é geralmente muito menor
do que nas provisões.
Os passivos derivados de apropriação por competência (accruals) são frequentemente
divulgados como parte das contas a pagar, enquanto as provisões são divulgadas separadamente.
Obrigação presente
Em casos raros não é claro se existe ou não uma obrigação presente. Nesses casos, presume-se
que um evento passado dá origem a uma obrigação presente se, levando em consideração toda
a evidência disponível, é mais provável que sim do que não que existe uma obrigação presente
na data do balanço.
Em quase todos os casos será claro se um evento passado deu origem a uma obrigação
presente. Em casos raros – como em um processo judicial, por exemplo –, pode-se discutir
tanto se certos eventos ocorreram quanto se esses eventos resultaram em uma obrigação
presente. Nesse caso, a entidade deve determinar se a obrigação presente existe na data do
balanço ao considerar toda a evidência disponível incluindo, por exemplo, a opinião de peritos.
A evidência considerada inclui qualquer evidência adicional proporcionada por eventos após a
data do balanço. Com base em tal evidência:
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a) quando for mais provável que sim do que não que existe uma obrigação presente na data
do balanço, a entidade deve reconhecer a provisão (se os critérios de reconhecimento
forem satisfeitos); e
b) quando for mais provável que não existe uma obrigação presente na data do balanço, a
entidade divulga um passivo contingente, a menos que seja remota a possibilidade de uma
saída de recursos que incorporam benefícios econômicos
Evento passado
Um evento passado que conduz a uma obrigação presente é chamado de um evento que cria
obrigação. Para um evento ser um evento que cria obrigação, é necessário que a entidade não
tenha qualquer alternativa realista senão liquidar a obrigação criada pelo evento. Esse é o caso
somente:
a) quando a liquidação da obrigação pode ser imposta legalmente; ou
b) no caso de obrigação não formalizada, quando o evento (que pode ser uma ação da
entidade) cria expectativas válidas em terceiros de que a entidade cumprirá a obrigação.
Passivo contingente
A entidade não deve reconhecer um passivo contingente.
O passivo contingente é divulgado, como exigido pelo item 86, a menos que seja remota a
possibilidade de uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos.
Ativo contingente
A entidade não deve reconhecer um ativo contingente.
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Mensuração
Melhor estimativa
O valor reconhecido como provisão deve ser a melhor estimativa do desembolso exigido para
liquidar a obrigação presente na data do balanço.
A melhor estimativa do desembolso exigido para liquidar a obrigação presente é o valor
que a entidade racionalmente pagaria para liquidar a obrigação na data do balanço ou para
transferi- la para terceiros nesse momento. É muitas vezes impossível ou proibitivamente
dispendioso liquidar ou transferir a obrigação na data do balanço. Porém, a estimativa do valor
que a entidade racionalmente pagaria para liquidar ou transferir a obrigação produz a melhor
estimativa do desembolso exigido para liquidar a obrigação presente na data do balanço.
Valor presente
Quando o efeito do valor do dinheiro no tempo é material, o valor da provisão deve ser o valor
presente dos desembolsos que se espera que sejam exigidos para liquidar a obrigação.
Em virtude do valor do dinheiro no tempo, as provisões relacionadas com saídas de caixa que
surgem logo após a data do balanço são mais onerosas do que aquelas em que as saídas de
caixa de mesmo valor surgem mais tarde. Em função disso, as provisões são descontadas,
quando o efeito é material.
Evento futuro
Os eventos futuros que possam afetar o valor necessário para liquidar a obrigação devem
ser refletidos no valor da provisão quando houver evidência objetiva suficiente de que eles
ocorrerão.
Mudança na provisão
As provisões devem ser reavaliadas em cada data de balanço e ajustadas para refletir a melhor
estimativa corrente. Se já não for mais provável que seja necessária uma saída de recursos
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que incorporam benefícios econômicos futuros para liquidar a obrigação, a provisão deve ser
revertida.
Quando for utilizado o desconto a valor presente, o valor contábil da provisão aumenta a cada
período para refletir a passagem do tempo. Esse aumento deve ser reconhecido como despesa
financeira.
Uso de provisão
Uma provisão deve ser usada somente para os desembolsos para os quais a provisão foi
originalmente reconhecida.
Somente os desembolsos que se relacionem com a provisão original são compensados com
a mesma provisão. Reconhecer os desembolsos contra uma provisão que foi originalmente
reconhecida para outra finalidade esconderia o impacto de dois eventos diferentes.
Contrato oneroso
Se a entidade tiver um contrato oneroso, a obrigação presente de acordo com o contrato deve
ser reconhecida e mensurada como provisão.
Muitos contratos (por exemplo, algumas ordens de compra de rotina) podem ser cancelados sem
pagar compensação à outra parte e, portanto, não há obrigação. Outros contratos estabelecem
direitos e obrigações para cada uma das partes do contrato. Quando os eventos tornam esse
contrato oneroso, o contrato deve ser tratado dentro do alcance deste Pronunciamento
Técnico, e existirá um passivo que deve ser reconhecido. Os contratos de execução que não
sejam onerosos não são abrangidos por este Pronunciamento Técnico.
Reestruturação
Exemplos de eventos que podem se enquadrar na definição de reestruturação são:
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b) anunciado as principais características do plano de reestruturação àqueles afetados por ele,
de forma suficientemente específica, criando neles expectativa válida de que a entidade
fará a reestruturação.
Divulgação
Para cada classe de provisão, a entidade deve divulgar:
a) o valor contábil no início e no fim do período;
b) provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões existentes;
c) valores utilizados (ou seja, incorridos e baixados contra a provisão) durante o período;
d) valores não utilizados revertidos durante o período; e
e) o aumento durante o período no valor descontado a valor presente proveniente da
passagem do tempo e o efeito de qualquer mudança na taxa de desconto.
Não é exigida informação comparativa.
A entidade deve divulgar, para cada classe de provisão:
a) uma breve descrição da natureza da obrigação e o cronograma esperado de quaisquer
saídas de benefícios econômicos resultantes;
b) uma indicação das incertezas sobre o valor ou o cronograma dessas saídas. Sempre que
necessário para fornecer informações adequadas, a entidade deve divulgar as principais
premissas adotadas em relação a eventos futuros, conforme tratado no item 48; e
c) o valor de qualquer reembolso esperado, declarando o valor de qualquer ativo que tenha
sido reconhecido por conta desse reembolso esperado.
A menos que seja remota a possibilidade de ocorrer qualquer desembolso na liquidação, a
entidade deve divulgar, para cada classe de passivo contingente na data do balanço, uma breve
descrição da natureza do passivo contingente e, quando praticável:
a) a estimativa do seu efeito financeiro, mensurada conforme os itens 36 a 52;
b) a indicação das incertezas relacionadas ao valor ou momento de ocorrência de qualquer
saída; e
c) a possibilidade de qualquer reembolso.
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Questões
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Julgue o item seguinte, relativo a registros No item seguinte, é apresentada uma situ-
contábeis de empresas comerciais. ação hipotética, seguida de uma assertiva
a ser julgada.
7. (CESPE – PF – 2004)
11. (CESPE – PF – 2004)
O registro da provisão para contingências
provoca um crédito no passivo e um débito Um defeito nos filtros da indústria Paraíso
no resultado do exercício. Tropical ocasionou uma grande emissão de
substâncias tóxicas no ambiente, no final de
( ) Certo ( ) Errado 2003.
Julgue o item que se segue, acerca da utili- Nessa situação, considerando as práticas
zação das técnicas contábeis no registro e contábeis aceitas, a contabilidade da em-
controle do patrimônio das entidades. presa deverá constituir, prudentemente,
uma reserva para contingências ainda em
8. (CESPE – TRE-ES – 2011) 2003, antecipando os desembolsos que
serão feitos para ressarcir os prejudicados
Se as circunstâncias justificarem, as pro- pelo acidente.
visões devem ser constituídas ainda que a
entidade correspondente esteja operando ( ) Certo ( ) Errado
com prejuízo.
( ) Certo ( ) Errado Julgue o item, relativo à contabilidade
avançada.
9. (CESPE – MPU – 2010)
12. (CESPE – SEFAZ-ES – 2008)
Julgue o item a seguir, que versa sobre de-
monstrações contábeis. Uma empresa que ofereça, por certo prazo,
garantia de manutenção e bom funciona-
Na hipótese de ocorrência de um desem- mento de um equipamento que seja objeto
bolso, cujo valor não for mensurável, a obri- do seu negócio, deve efetuar uma provisão
gação é classificada como provável e deve para os prováveis dispêndios que terá em
ser reconhecida e registrada no balanço pa- decorrência desse compromisso. Ainda que
trimonial. se trate de uma estimativa, tal valor deverá
figurar no passivo do balanço patrimonial
( ) Certo ( ) Errado dessa empresa.
Acerca dos critérios de mensuração das ( ) Certo ( ) Errado
provisões e dos passivos contingentes, jul-
gue o item subsequente.
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Objetivo
O objetivo do presente Pronunciamento Técnico é estabelecer o tratamento contábil aplicável
ao reconhecimento, mensuração e divulgação dos custos de transação incorridos e dos
prêmios recebidos no processo de captação de recursos por intermédio da emissão de títulos
patrimoniais e/ou de dívida.
Alcance
O presente Pronunciamento regula a contabilização e evidenciação dos custos de transação
incorridos na distribuição primária de ações ou bônus de subscrição, na aquisição e alienação
de ações próprias, na captação de recursos por meio da contratação de empréstimos ou
financiamentos ou pela emissão de títulos de dívida, bem como dos prêmios na emissão
de debêntures e outros instrumentos de dívida ou de patrimônio líquido (frequentemente
referidos como títulos e valores mobiliários – TVM).
Custos de transação são somente aqueles incorridos e diretamente atribuíveis às atividades
necessárias exclusivamente à consecução da transação. São, por natureza, gastos incrementais,
já que não existiriam ou teriam sido evitados se essas transações não ocorressem. Exemplos de
custos de transação são: i) gastos com elaboração de prospectos e relatórios; ii) remuneração de
serviços profissionais de terceiros (advogados, contadores, auditores, consultores, profissionais
de bancos de investimento, corretores etc.); iii) gastos com publicidade (inclusive os incorridos
nos processos de road-shows); iv) taxas e comissões; v) custos de transferência; vi) custos de
registro etc. Custos de transação não incluem ágios ou deságios na emissão dos títulos e valores
mobiliários, despesas financeiras, custos internos administrativos ou custos de carregamento.
Despesas financeiras são os custos ou as despesas que representam o ônus pago ou a pagar
como remuneração direta do recurso tomado emprestado do financiador derivado dos fatores
tempo, risco, inflação, câmbio, índice específico de variação de preços e assemelhados;
incluem, portanto, os juros, a atualização monetária, a variação cambial etc., mas não incluem
taxas, descontos, prêmios, despesas administrativas, honorários etc.
Encargos financeiros são a soma das despesas financeiras, dos custos de transação, prêmios,
descontos, ágios, deságios e assemelhados, a qual representa a diferença entre os valores
recebidos e os valores pagos (ou apagar) a terceiros.
Prêmio na emissão de debêntures ou de outros títulos e valores mobiliários é o valor recebido
que supera o de resgate desses títulos na data do próprio recebimento ou o valor formalmente
atribuído aos valores mobiliários.
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Taxa interna de retorno (TIR) é a taxa efetiva de juros que iguala o valor presente dos fluxos de
entrada de recursos ao valor presente dos fluxos de saída. Em outros termos, é a taxa efetiva de
juros que faz com que, por exemplo, o valor presente líquido dos fluxos de caixa de determinado
título de dívida ou empréstimo seja igual a zero, considerando-se, necessariamente, a captação
inicial líquida dos custos de transação.
Método de juros efetivos é o método de calcular o custo amortizado de ativo financeiro ou de
passivo financeiro (ou grupo de ativos ou de passivos financeiros) e de alocar a receita ou a
despesa de juros no período.
Título patrimonial é qualquer contrato (ou título ou valor mobiliário) que evidencie um
interesse residual nos ativos da entidade após a dedução de todos os seus passivos. Como
exemplos citam-se ações, bônus de subscrição etc.
Valor justo é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo liquidado, entre
partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com a ausência de
fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação
compulsória.
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Divulgação
A entidade deve divulgar as seguintes informações para cada natureza de captação de recursos
(títulos patrimoniais ou de dívida):
a) a identificação de cada processo de captação de recursos, agrupando-os conforme sua
natureza;
b) o montante dos custos de transação incorridos em cada processo de captação;
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c) o montante de quaisquer prêmios obtidos no processo de captação de recursos por
intermédio da emissão de títulos de dívida ou de valores mobiliários;
d) a taxa efetiva de juros (TIR) de cada operação; e
e) o montante dos custos de transação e prêmios (se for o caso) a serem apropriados ao
resultado em cada período subsequente.
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Questões
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lores Mobiliários. A empresa incorreu em 19.14, enquanto não captados os recursos a
$ 2.000.000 de custos de transação direta- que se referem, devem ser:
mente atribuíveis à emissão efetuada.
a) apropriados e mantidos em conta tran-
De acordo com o CPC 08, aprovado pelo sitória e específica do ativo como paga-
CFC, esse valor deve ser reconhecido como: mento antecipado.
b) apropriados de imediato ao resultado
a) Despesa Financeira. do período, pois são despesas a partir
b) Ativo Intangível. do momento de sua ocorrência.
c) Ativo Diferido. c) transferidos para o ativo intangível tão
d) Redutor do Patrimônio Líquido. logo concluído o processo de captação.
e) Despesa Antecipada. d) apropriados a conta de lucros ou prejuí-
zos acumulados.
7. (CESGRANRIO – LIQUIGAS – 2014)
Considerando-se os estritos termos do Pro- 10. (FCC – MPE-AP – 2012)
nunciamento Técnico CPC 08 (R1), apro- Os custos de capitação de recursos (aumen-
vado pela Deliberação CVM no 649, de to de capital com emissão de ações) efeti-
16/12/2010, os custos de transação incor- vamente realizada, como gastos com advo-
ridos na captação de recursos mediante a gados, contratação de agente financeiro e
emissão de títulos patrimoniais devem ser outros, realizados para a captação de recur-
considerados como sos por meio de emissão de títulos e valores
a) despesa do exercício social mobiliários devem ser registrados na conta
b) conta redutora do passivo a longo prazo a) de despesa do exercício em que ocorrer
c) conta redutora do patrimônio líquido a capitalização.
d) conta de ativo / juros a apropriar b) redutora do capital social no patrimô-
e) redutora do valor da captação, no passivo nio líquido.
c) de reserva de capital no patrimônio lí-
8. (ESAF – AFC – 2013) quido.
Os gastos com corretagem decorrentes da d) redutora de investimento para o qual o
compra de ações da própria empresa, para recurso for capitado.
manutenção em tesouraria, devem ser re- e) de despesa do ano em que o gasto for
gistrados como: realizado.
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Gabarito: 1. C 2. C 3. C 4. E 5. D 6. D 7. C 8. B 9. A 10. B 11. E 12. A
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AJUSTE A VALOR PRESENTE
Lei 6404/76
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:
VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor
presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Incluído pela Lei nº
11.638,de 2007)
Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios:
III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados
ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Redação
dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
Objetivo
O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer os requisitos básicos a serem observados
quando da apuração do Ajuste a Valor Presente de elementos do ativo e do passivo quando da
elaboração de demonstrações contábeis, dirimindo algumas questões controversas advindas
de tal procedimento, do tipo:
a) se a adoção do ajuste a valor presente é aplicável tão-somente a fluxos de caixa contratados
ou se porventura seria aplicada também a fluxos de caixa estimados ou esperados;
b) em que situações é requerida a adoção do ajuste a valor presente de ativos e passivos, se
no momento de registro inicial de ativos e passivos, se na mudança da base de avaliação de
ativos e passivos, ou se em ambos os momentos;
c) se passivos não contratuais, como aqueles decorrentes de obrigações não formalizadas ou
legais, são alcançados pelo ajuste a valor presente;
d) qual a taxa apropriada de desconto para um ativo ou um passivo e quais os cuidados
necessários para se evitarem distorções de cômputo e viés;
e) qual o método de alocação de descontos (juros) recomendado;
f) se o ajuste a valor presente deve ser efetivado líquido de efeitos fiscais.
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Alcance
Este Pronunciamento trata essencialmente de questões de mensuração, não alcançando com
detalhes questões de reconhecimento. É importante esclarecer que a dimensão contábil do
“reconhecimento” envolve a decisão de “quando registrar” ao passo que a dimensão contábil
da “mensuração” envolve a decisão de “por quanto registrar”. No presente Pronunciamento
determina-se que a mensuração contábil a valor presente seja aplicada no reconhecimento
inicial de ativos e passivos. Apenas em certas situações excepcionais, como a que é adotada
numa renegociação de dívida em que novos termos são estabelecidos, o ajuste a valor presente
deve ser aplicado como se fosse nova medição de ativos e passivos. É de se ressaltar que
essas situações de nova medição de ativos e passivos são raras e são matéria para julgamento
daqueles que preparam e auditam demonstrações contábeis,
Diretrizes gerais
A questão mais relevante para a aplicação do conceito de valor presente, nos moldes de
Pronunciamento baseado em princípios como este, não é a enumeração minuciosa de quais
ativos ou passivos são abarcados pela norma, mas o estabelecimento de diretrizes gerais e de
metas a serem alcançadas. Nesse sentido, como diretriz geral a ser observada, ativos, passivos
e situações que apresentarem uma ou mais das características abaixo devem estar sujeitos aos
procedimentos de mensuração tratados neste Pronunciamento:
a) transação que dá origem a um ativo, a um passivo, a uma receita ou a uma despesa
(conforme definidos no Pronunciamento Conceitual Básico Estrutura Conceitual para a
Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis deste CPC) ou outra mutação do
patrimônio líquido cuja contrapartida é um ativo ou um passivo com liquidação financeira
(recebimento ou pagamento) em data diferente da data do reconhecimento desses
elementos;
b) reconhecimento periódico de mudanças de valor, utilidade ou substância de ativos ou
passivos similares emprega método de alocação de descontos;
c) conjunto particular de fluxos de caixa estimados claramente associado a um ativo ou a um
passivo;
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O presente Pronunciamento determina-se que a mensuração contábil a valor presente seja
aplicada no reconhecimento inicial de ativos e passivos. (B)
Apenas em certas situações excepcionais, como a que é adotada numa renegociação de dívida
em que novos termos são estabelecidos, o ajuste a valor presente deve ser aplicado como se
fosse nova medição de ativos e passivos. É de se ressaltar que essas situações de nova medição
de ativos e passivos são raras e são matéria para julgamento daqueles que preparam e auditam
demonstrações contábeis, vis-à-vis Pronunciamentos específicos.
A adoção pela Contabilidade de informações com base no valor presente de fluxo de caixa,
inevitavelmente, provoca discussões em torno de suas características qualitativas: relevância
e confiabilidade. Emitir juízo de valor acerca do balanceamento ideal de uma característica em
função da outra, caso a caso, deve ser um exercício recorrente para aqueles que preparam e
auditam demonstrações contábeis.
Do mesmo modo, o julgamento da relevância do ajuste a valor presente de ativos e passivos
de curto prazo deve ser exercido por esses indivíduos, levando em consideração os efeitos
comparativos antes e depois da adoção desse procedimento sobre itens do ativo, do passivo,
do patrimônio líquido e do resultado.
Ativos e passivos monetários com juros implícitos ou explícitos embutidos devem ser
mensurados pelo seu valor presente quando do seu reconhecimento inicial, por ser este o
valor de custo original dentro da filosofia de valor justo (fair value). Por isso, quando aplicável,
o custo de ativos não monetários deve ser ajustado em contrapartida; ou então a conta de
receita, despesa ou outra conforme a situação. A esse respeito, uma vez ajustado o item não
monetário, não deve mais ser submetido a ajustes subseqüentes no que respeita à figura de
juros embutidos. Ressalte-se que nem todo ativo ou passivo não-monetário está sujeito ao
efeito do ajuste a valor presente; por exemplo, um item não monetário que, pela sua natureza,
não está sujeito ao ajuste a valor presente é o adiantamento em dinheiro para recebimento ou
pagamento em bens e serviços.
Objetivamente, sob determinadas circunstâncias, a mensuração de um ativo ou um passivo a
valor presente pode ser obtida sem maiores dificuldades, caso se disponha de fluxos contratuais
com razoável grau de certeza e de taxas de desconto observáveis no mercado. Por outro lado,
pode ser que
em alguns casos os fluxos de caixa tenham que ser estimados com alto grau de incerteza, e
as taxas de desconto tenham que ser obtidas por modelos voltados a tal fim. O peso dado
para a relevância nesse segundo caso é maior que o dado para a confiabilidade, uma vez que
não seria apropriado apresentar informações com base em fluxos nominais. Conforme seja o
caso, a abordagem tradicional ou de fluxo de caixa esperado deve ser eleita como técnica para
cômputo do ajuste a valor presente. (A)
Os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações de longo prazo, ou
de curto prazo quando houver efeito relevante, devem ser ajustados a valor presente com base
em taxas de desconto que reflitam as melhores avaliações do mercado quanto ao valor do
dinheiro no tempo e os riscos específicos do ativo e do passivo em suas datas originais. (D)
A quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base exponencial "pro rata
die", a partir da origem de cada transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que
se vinculam. (E)
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MTE - Auditor Fiscal do Trabalho – Contabilidade Geral – Prof. Sílvio Sande
Passivos não contratuais são aqueles que apresentam maior complexidade para fins de
mensuração contábil pelo uso de informações com base no valor presente. Fluxos de caixa ou
séries de fluxos de caixa estimados são carregados de incerteza, assim como são os períodos
para os quais se tem a expectativa de desencaixe ou de entrega de produto/prestação de
serviço. Logo, muito senso crítico, sensibilidade e experiência são requeridos na condução de
cálculos probabilísticos. Pode ser que em determinadas situações a participação de equipe
multidisciplinar de profissionais seja imperativo para execução da tarefa. (C)
O reconhecimento de provisões e passivos está disciplinado no ambiente contábil brasileiro. São
contempladas as obrigações legais e as não formalizadas (estas últimas também denominadas
pela Teoria Contábil Normativa como “obrigações justas ou construtivas”), que nada mais são
do que espécies do gênero “passivo não contratual”. Obrigações justas resultam de limitações
éticas ou morais e não de restrições legais. Já as obrigações construtivas decorrem de práticas
e costumes.
Garantias concedidas a clientes discricionariamente, assistência financeira freqüente a
comunidades nativas situadas em regiões nas quais sejam desenvolvidas atividades econômicas
exploratórias, entre outros, são alguns exemplos.
O desconto a valor presente é requerido quer se trate de passivos contratuais, quer se trate
de passivos não contratuais, sendo que a taxa de desconto necessariamente deve considerar o
risco de crédito da entidade. Quando da edição de norma que dê legitimidade à aplicação do
conceito de ajuste a valor presente, como é o caso deste Pronunciamento Técnico, a técnica
deve ser aplicada a todos os passivos, inclusive às provisões.
Efeitos fiscais
Para fins de desconto a valor presente de ativos e passivos, a taxa a ser aplicada não deve ser
líquida de efeitos fiscais, e, sim, antes dos impostos.(F)
Quando houver Pronunciamento específico do CPC que discipline a forma pela qual um ativo ou
passivo em particular deva ser mensurado com base no ajuste a valor presente de seus fluxos
de caixa, referido pronunciamento específico deve ser observado. A regra específica sempre
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prevalece à regra geral. Caso especial é o relativo à figura do Imposto de Renda Diferido Ativo
e à do Imposto de Renda Diferido Passivo, objeto de Pronunciamento Técnico específico, mas
que, conforme previsto nas Normas Internacionais de Contabilidade, não são passíveis de ajuste
a valor presente, o que deve ser observado desde a implementação deste Pronunciamento.
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Questões
1. (CESPE – MPU – 2013) efetuado em base linear pro rata, com base
na taxa nominal de juros.
Com relação ao balanço patrimonial, jul-
gue o item seguinte conforme normatiza- ( ) Certo ( ) Errado
ção feita pela Lei nº 6.404/1976.
Uma empresa que tenha valores a receber 5. (CESGRANRIO – 2014)
em longo prazo, provenientes de suas ven-
das, deverá avaliar esses itens a valor pre- Nos próprios termos do CPC 12, ajuste a va-
sente para fins de levantamento de balanço lor presente, é informado que o Pronuncia-
patrimonial. mento trata, essencialmente, das questões
de mensuração sem atingir o detalhamento
( ) Certo ( ) Errado das questões de reconhecimento.
( ) Certo ( ) Errado
2. (CESPE – TCE-RO – 2013)
Com relação aos critérios de avaliação de Com base no pronunciamento técnico de
ativos e seus efeitos no patrimônio de uma ajuste a valor presente, do CPC, julgue o
companhia aberta, julgue o item a seguir. item subsequente.
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Julgue o seguinte item, com relação ao 10. (CESPE – TRE-ES – 2011)
conceito, à classificação e à avaliação de
itens patrimoniais diversos. Com referência ao balanço patrimonial,
julgue o item que se segue.
8. (CESPE – ANTAQ – 2014) De acordo com o Pronunciamento Técnico
O ajuste a valor presente de venda a longo CPC 12, o ajuste a valor presente deve ser
prazo enseja redução na conta de receita efetuado em base linear pro rata, com base
bruta de vendas. na taxa nominal de juros.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado
Gabarito: 1. C 2. C 3. C 4. E 5. C 6. E 7. C 8. C 9. E 10. E 11. E
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