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ISSNe: 2182.2883 | ISSNp: 0874.

0283
ARTIGO DE INVESTIGAÇÃO (ORIGINAL) Disponível em: https://doi.org/10.12707/RIV17044

RESEARCH PAPER (ORIGINAL)

A formação relacionada com a sexualidade humana na


perceção de estudantes de enfermagem
Nursing students’ perception of training on human sexuality
La formación relacionada con la sexualidad humana en la percepción de los estudiantes
de enfermería
Maria das Neves Figueiroa*; Maria Lúcia Neto de Menezes**; Estela Maria Leite Meirelles Monteiro***;
Ângela Roberta Lessa de Andrade****; Débora Priscila Ferreira Fraga*****; Monique Vieira de Oliveira******

Resumo
Enquadramento: A sexualidade é um componente inerente à vida de todos os seres humanos. Desenvolve-se num
processo contínuo, que se inicia antes do nascimento e só se encerra com a morte.
Objetivos: Compreender a perceção dos universitários do curso de enfermagem sobre o conceito de sexualidade e a
importância do estudo da temática da sexualidade na formação profissional.
Metodologia: Estudo descritivo, exploratório, utilizando metodologia qualitativa. A colheita de dados realizou-se a
partir de entrevistas e análise de conteúdo.
Resultados: Os entrevistados relacionaram a sexualidade com uma necessidade biológica que vai além do ato sexual
e é influenciada por fatores psicológicos e culturais. Relataram a importância da temática, destacando que o tema foi
visto durante a graduação de forma superficial.
Conclusão: A sexualidade constitui-se como temática fundamental na formação do profissional enfermeiro e pre-
cisa de ser mais e melhor explorada nos cursos de graduação, inclusive para ampliar e otimizar a atuação destes
profissionais de saúde em espaços que contemplem a abordagem da sexualidade como uma dimensão da vida, onde
acontecem importantes experiências singulares.

Palavras-chave: educação em enfermagem; sexualidade; estudantes de enfermagem

Abstract Resumen
Background: Sexuality is a dimension in the life of all hu- Marco contextual: La sexualidad es un componente
man beings. It is a continuous process that begins before inherente a la vida de todos los seres humanos. Se de-
birth and ends with death. sarrolla en un proceso continuo, que comienza antes del
Objective: To understand undergraduate nursing students’ nacimiento y termina con la muerte.
perception of the concept of sexuality and the importance Objetivos: Comprender la percepción de los universi-
of including the study of sexuality in professional nursing tarios de la licenciatura de enfermería sobre el concepto
higher education. de sexualidad y la importancia del estudio de la temática
Methodology: Descriptive, exploratory study, using qual- de la sexualidad en la formación profesional.
itative methodology. Data were collected through inter- Metodología: Estudio descriptivo, exploratorio, en el
views and analyzed using content analysis techniques. que se utiliza la metodología cualitativa. La recogida de
Results: Participants associated sexuality with a biological datos se realizó a partir de entrevistas y del análisis de
need that goes beyond the sexual act and that is influenced contenido.
by psychological and cultural factors. They highlighted Resultados: Los entrevistados relacionaron la sexuali-
the importance of the topic and reported that it was only dad con una necesidad biológica más allá del acto sexual
superficially addressed during their undergraduate degree. y la cual se ve influenciada por factores psicológicos y
Conclusion: Sexuality is a key topic in professional nurs- culturales. Asimismo, señalaron la importancia de la
ing training and needs to be more and better explored in temática y destacaron que, durante el grado, el tema se
undergraduate degrees, namely to expand and optimize abordó de forma superficial.
these health professionals’ performance in situations that
address sexuality as a life dimension characterized by Conclusión: La sexualidad constituye una temática
unique experiences. fundamental en la formación del profesional enfermero y
necesita que se explote más y mejor en los grados, incluso
Keywords: education, nursing; sexuality; students, nursing para ampliar y optimizar la actuación de estos profesionales
de la salud en espacios que contemplen el enfoque de la
*Ph.D., Enfermeira Obstetra, Universidade Federal de Pernambuco, 50100-010, Recife, Brasil [ne- sexualidad como una dimensión de la vida, donde ocurren
vesfigueiroa@hotmail.com]. Contribuição no artigo: pesquisa bibliográfica, tratamento e avaliação
estatística, análise de dados e discussão.Morada para correspondência: Avenida Doutor Malaquias importantes experiencias singulares.
Nº 145, APTO 1403, Graças, 52050-060, Recife PE, Brasil.
**MsC., Enfermeira Obstetra, Universidade Federal de Pernambuco, 50100-010, Recife, Brasil [ma-
ria.luciamenezes@yahoo.com.br]. Contribuição no artigo: pesquisa bibliográfica, participação em Palabras clave: educación en enfermería; sexualidad;
experimentação, recolha de dados, tratamento e avaliação estatística, análise de dados e discussão,
escrita do artigo. estudiantes de enfermería
***Ph.D., Enfermeira, Universidade Federal de Pernambuco, 50100-010, Recife, Brasil [estelameirel-
lesufpe@gmail.com]. Contribuição no artigo: tratamento e avaliação estatística, análise de dados
e discussão, escrita do artigo.
****MsC., Enfermeira, Secretaria de Saúde de Pernambuco, 56512-380, Recife, Brasil [angelales-
sadeandrade@yahoo.com.br]. Contribuição no artigo: pesquisa bibliográfica; participação em
experimentação, recolha de dados, tratamento e avaliação estatística, análise de dados e discussão,
escrita do artigo.
*****Bacharelato, Enfermeira, Universidade Federal de Pernambuco, 50100-010, Recife, Brasil
[debinhapriscilaff@hotmail.com]. Contribuição no artigo: pesquisa bibliográfica, participação em
experimentação, recolha de dados, tratamento e avaliação estatística, análise de dados e discussão,
escrita do artigo.
******Bacharelato, Enfermeira, Universidade Federal de Pernambuco, 50100-010, Recife, Brasil
[monique_vieira_@hotmail.com]. Contribuição no artigo: pesquisa bibliográfica, participação em Recebido para publicação em: 24.05.17
experimentação, recolha de dados, tratamento e avaliação estatística, análise de dados e discussão,
escrita do artigo. Aceite para publicação em: 04.10.17

Revista de Enfermagem Referência Série IV - n.º 15 - OUT./NOV./DEZ. 2017

pp. 21 - 30
Introdução cossocial, que proporciona uma visão integral
do ser e do adoecer. Este paradigma preconiza
O termo sexualidade surgiu no século XIX, que a formação do profissional de saúde deve
como algo diferente do que apenas uma alte- ir além das competências técnicas, havendo a
ração no vocabulário, pois a partir deste mo- necessidade de evoluir no desenvolvimento das
mento, o significado desta palavra passa a ficar capacidades relacionais, permitindo assim, que
relacionado com outros fenómenos, como por seja criado um laço vincular adequado e uma
exemplo: ao desenvolvimento de campos de comunicação efetiva entre os profissionais e os
conhecimento diversos; à instauração de um pacientes (Junqueira, Vieira, Giami, & Santos,
conjunto de regras e de normas apoiadas em 2013).
instituições religiosas, judiciárias, pedagógicas A revisão da literatura científica a respeito da
e médicas; às mudanças no modo pelo qual temática revelou que poucos são os estudos na-
os indivíduos são levados a dar sentido e valor cionais e internacionais que abordam a inserção
à sua conduta, desejos, prazeres, sentimentos, do estudo da sexualidade e os seus conceitos
sensações e sonhos (Foucalt, 2015). bem como a integração deste conhecimento
Contudo, a sexualidade humana continuou a na vivência dos cuidados de enfermagem. Nos
ser um assunto pouco estudado e comentado estudos que abordam a temática foi possível ve-
até à década de 60 do século XX, quando pas- rificar que os enfermeiros sentem dificuldades
sou a ser reconhecida como temática relevante, em discutir temas sobre a sexualidade humana
sendo que atualmente se tornou um importan- ou inserir cuidados relativos à dimensão sexual
te objeto de estudo entre as produções científi- nas prescrições de cuidados. Por outro lado,
cas brasileiras (Toneli, 2012). É relevante frisar as pesquisas atuais desenvolvidas nessa área de
que o estudo da sexualidade tem um caráter conhecimento (Rezende & Sobral, 2016; Seh-
complexo e subjetivo, sendo que para que seja nem, Ressel, Junges, Silva, & Barreto, 2013)
compreendida adequadamente é preciso um não permitem avaliar se os problemas relativos
olhar minucioso e holístico, porque se trata de às dificuldades do estudo e da formação docen-
um processo contínuo, que se inicia na conce- te relacionada com a temática da sexualidade
ção e percorre toda a vida, recebendo constan- humana, representam dificuldades identifi-
tes influências de múltiplos fatores (Miranda, cadas em instituições isoladas ou se pode ser
Santos, & Oliveira, 2015). extensiva a outras instituições, representando
A sexualidade é também o que há de mais ínti- talvez uma problemática presente em diferentes
mo nos indivíduos, sendo uma das característi- regiões do Brasil.
cas que nos identifica globalmente como espé- A relevância da investigação consiste em possi-
cie humana. Está inserida entre as disciplinas bilitar reflexões acerca da sexualidade e dos seus
do corpo e participa da regulação das popula- conceitos na formação do enfermeiro, permi-
ções. É também um assunto de estado e tema tindo identificar o olhar do estudante sobre a
de interesse público, pois a conduta sexual da importância da temática na prática do cuidado
população também diz respeito à saúde públi- integral e humanizado. Deste modo, o estudo
ca, à natalidade, à vitalidade das descendências foi desenvolvido com o objetivo de compreen-
e da espécie, o que, por sua vez, está relaciona- der a perceção dos universitários do curso de
do com a produção de riquezas, capacidade de enfermagem sobre o conceito de sexualidade e
trabalho, povoamento e força de uma sociedade a importância do estudo da temática da sexua-
(Pereira & Monteiro, 2015). lidade na formação profissional.
Entretanto, a ampla e livre discussão da temá-
tica relacionada com a sexualidade foi prejudi-
cada por diversos motivos ao longo do tempo, Enquadramento
resultando em conceções distorcidas, subjetivi-
dades erróneas, crendices, mitos e tabus sexuais, A sexualidade é o desejo de contacto, calor, cari-
gerando, inclusivamente, inaceitáveis discrimi- nho ou amor. Isso inclui beijo, afeto e produção
nações na sociedade (Moizés & Bueno, 2010). de prazer. É um aspeto central e importante do
Nos últimos tempos, desenvolveu-se um mo- ser humano, que abrange não só o ato sexual
delo de saúde baseado na dimensão biopsi- em si, mas as questões de identidade, orienta-

A formação relacionada com a sexualidade humana na perceção de


Revista de Enfermagem Referência - IV - n.º 15 -2017 estudantes de enfermagem

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ção sexual, reprodução, valores, comportamen- Transformações na formação do enfermeiro
tos e sofre influência dos fatores biológicos, so- brasileiro foram estimuladas pelas diretrizes
ciais, psicológicos, religiosos e políticos (Galati, curriculares nacionais, as quais foram determi-
Alves, Delmashio, & Horta, 2014). O tema é nadas pelo ministério da educação, estabelecen-
universal e ao mesmo tempo, singular para cada do as competências que devem ser desenvolvi-
indivíduo, visto que cada um carrega a histori- das no processo de formação do enfermeiro.
cidade, prática, atitudes e simbolizações vividas Cabe ao enfermeiro, portanto, educar e orien-
(Moizés & Bueno, 2010). tar em diversos aspetos, incluindo a sexualida-
A sexualidade também é vista enquanto neces- de humana (Conselho Nacional de Educação,
sidade humana, explicitada entre as necessida- Câmara de Educação Superior, 2001).
des de ordem psicobiológica e psicossocial. A Por outro lado, um estudo relativo à forma-
sexualidade é um componente inerente à vida ção docente sobre sexualidade revelou que os
de todos os seres humanos, desenvolvendo-se docentes ainda se sentem despreparados e im-
num processo contínuo, que se inicia antes possibilitados para lidar com a sexualidade dos
mesmo do nascimento e só se encerra com a seus pacientes. Esta situação deve-se à falta de
morte. A estruturação da sexualidade dá-se so- informações e conteúdo académico não estuda-
bre os aspetos biopsicossociais de cada indiví- do durante suas formações iniciais, no ensino
duo, abrangendo o seu potencial biológico, as superior, com relação às situações e abordagem
suas emoções, sentimentos, crenças e conceções da sexualidade de pacientes. Com isto, torna-
desenvolvidas, ampliadas e modificadas duran- -se importante a inclusão deste tema na matriz
te todo o processo de socialização (Galati et al., curricular do curso de bacharelado em enfer-
2014). magem. O profissional de enfermagem, nos
Entretanto, o assunto tem sido velado ao lon- seus momentos de atuação, irá deparar-se com
go dos tempos, resultando em conceções dis- um ser humano que necessita ser avaliado em
torcidas que envolvem a temática, relacionada, todos os sentidos, sejam eles, biológicos, psico-
por vezes, a subjetividades erróneas que geram lógicos ou sociais, e a sexualidade não pode ser
rumores e crendices populares, promovendo pouco entendida por esta classe profissional, já
os tabus sexuais decorrentes de conceções que que está intrinsecamente relacionada à vida de
geram discriminação na sociedade (Moizés & qualquer pessoa (Rezende & Sobral, 2016).
Bueno, 2010). Todavia, o déficit de conhecimento dos pro-
Nos últimos tempos, vem desenvolvendo-se fissionais da saúde sobre sexualidade humana
um novo modelo de saúde baseado na dimen- resulta na centralização da abordagem pro-
são biopsicossocial, que proporciona uma visão fissional, restringindo-se apenas aos aspetos
integral do ser e do adoecer. Esse paradigma biológicos da sexualidade. Uma deficiência de
preconiza que a formação do profissional de formação no que diz respeito à temática da se-
saúde deve ir além das competências técnicas, xualidade faz com que a atuação da maioria dos
havendo a necessidade de evoluir no desenvol- profissionais seja omitida, ao invés de atuarem
vimento das capacidades relacionais, permi- como facilitadores. Muitas vezes por preconcei-
tindo assim, que seja criado um laço vincular to, desconhecimento e necessidade de impor
adequado e uma comunicação efetiva entre os valores, estes profissionais acabam por ter um
profissionais e os pacientes (Junqueira et al., comportamento de agentes destrutivos (iatro-
2013). génicos; Nogueira, Rodrigues, Labegalini, Lo-
Na enfermagem, a sexualidade tem sido asso- pes, & Baldissera, 2017).
ciada a tabus e preconceitos, que se configuram A inserção do tema sexualidade no contexto do
na formação académica e também na prática cuidado de enfermagem deve incluir os vários
profissional. É no momento do cuidado, a par- aspetos que estão presentes na complexidade
tir da interação dos corpos de quem o pratica que influencia a vida dos sujeitos. Devendo ser
e de quem o recebe, que a sexualidade ganha compreendida nas suas várias dimensões, den-
espaço para emergir. Porém, quando velada, tre elas a social e a cultural, promovendo a com-
pode consistir num mecanismo gerador de an- preensão destas dimensões como fundamentais
siedades, incertezas e constrangimentos mútuos para entender a multiplicidade de fatores que
(Sehnem, Ressel, Junges et al., 2013). interferem e determinam a expressão da sexua-

MARIA DAS NEVES FIGUEIROA et al. Revista de Enfermagem Referência - IV - n.º 15 -2017

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lidade como ação humana e multidimensional cação da pesquisa foram de finalidade básica,
(Sehnem, Pedro, Budó, Silva, & Ressel, 2014). de objetivo exploratório e descritivo, porém
A enfermagem como ciência humanística tra- com uma abordagem qualitativa do problema.
balha não só nos cuidados de pessoas doentes, Fizeram parte da investigação os académicos
como também, na promoção da saúde, preci- matriculados no 5º ano (correspondente ao
sando dispor de profissionais além de prepara- 9º e 10º semestre) do curso de bacharelado
dos tecnicamente, dispostos e capacitados para em enfermagem da Faculdade de Enfermagem
abranger o ser humano nos seus vários aspetos. Nossa Senhora das Graças da Universidade de
Assim, perante as várias facetas dos cuidados de Pernambuco, Recife. A escolha do período aca-
enfermagem, é imperativo circunscrever a co- démico justifica-se pela inserção dos estudantes
municação e a sua aplicação no processo de cui- nas atividades práticas deste curso. Os partici-
dado à dimensão da sexualidade dos pacientes pantes foram selecionados aleatoriamente, con-
(Garcia & Lisboa, 2012). siderando apenas aos seguintes critérios: discen-
A discussão da sexualidade na formação acadé- tes que se encontravam em regime de internato
mica constitui uma possibilidade de descons- nas unidades de saúde executando atividades de
truir e reconstruir conceitos e valores estabele- assistência de enfermagem.
cidos ao longo da vida dos indivíduos, como, A amostra foi determinada por saturação
por exemplo, o silêncio que costuma envolver das informações colhidas totalizando sete
o tema, a recusa de informações, a manutenção entrevistados, sendo seis mulheres e um homem,
do desconhecimento e as proibições, repetida- identificados como E01 a E07. Os participantes
mente enfatizadas, acerca da temática. Estes as- foram esclarecidos sobre a natureza e objetivo da
petos podem refletir-se na vida profissional, na pesquisa, e sobre a garantia do sigilo ético. Os
assexualização do cuidado, na impessoalidade dados foram colhidos por meio de entrevistas
das relações, na ausência de diálogo, nas emo- face a face, em profundidade, sendo as mesmas
ções e sentimentos contidos para não denotar o realizadas pelos próprios pesquisadores, no
constrangimento ao lidar com o corpo sexuado período de agosto e setembro de 2016.
do outro, entre outras questões que podem vir à Foram abordadas as seguintes questões nor-
tona no momento do cuidado (Sehnem, Ressel, teadoras: O que você entende por sexualidade
Pedro, Budó, & Silva, 2013). humana? Você acha necessária a temática da
sexualidade ser abordada no currículo da gra-
duação? Porquê? Você teve alguma unidade
Questão de investigação temática específica sobre sexualidade durante a
sua graduação? Nas aulas práticas, sentiu neces-
Considerando que a discussão da sexualidade sidade de conhecimento sobre sexualidade? Em
na formação académica constitui uma possibi- que momento?
lidade de desconstruir e reconstruir conceitos e As entrevistas tiveram duração média de 15 mi-
valores estabelecidos ao longo da vida e que o nutos e foram registadas por meio de gravação,
conhecimento em torno da temática constitui o após autorização do participante. A análise do
subsídio para uma prática profissional que valo- material obtido na colheita de dados ocorreu
riza o ser humano nos seus aspetos individuais, após transcrição e leitura exaustiva do material.
julgamos ser importante desenvolver o estudo A análise do conteúdo foi procedida conforme
a partir da seguinte questão norteadora: Qual a as técnicas de análise de conteúdo categórica
opinião dos estudantes de enfermagem sobre o (Cavalcante, Calixto, & Pinheiros, 2014).
conceito e a importância da formação académi- Para facilitar a organização e aplicação da técnica
ca relacionada com a temática da sexualidade? de análise de conteúdo, foi utilizada uma ferra-
menta tecnológica (Alves, 2014), capaz de gerar
nuvens de palavras que dá destaque (com variação
Metodologia de maior tamanho àquelas que são citadas com
maior frequência no texto) às palavras que apa-
Tratou-se de uma pesquisa de campo de caráter recem mais vezes no texto. A partir das respostas
qualitativo e descritivo, assim, os procedimen- dos entrevistados, para cada questão norteadora,
tos metodológicos utilizados quanto à classifi- foi elaborada uma nuvem de palavras. Diante

A formação relacionada com a sexualidade humana na perceção de


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das nuvens de palavras e análise do conteúdo do cristão. Quanto à procedência escolar, a
discurso, foram criadas as quatro categorias e res- maioria estudou em escolas particulares e dois
petivas subcategorias, que representaram a perce- disseram ter formação em escolas públicas.
ção dos estudantes de enfermagem a respeito do A leitura compreensiva do conteúdo das
estudo da sexualidade durante a sua formação no entrevistas permitiu a construção das seguintes
curso de enfermagem. categorias: Categoria 1 - Sexualidade apresenta
Para garantia dos critérios de fiabilidade e vali- conceito complexo e multidimensional;
dade da pesquisa, foram seguidos todos os pre- Categoria 2 - Sexualidade como contemplação
ceitos para garantir o rigor de registo dos dados do cuidado integral; Categoria 3 - O estudo
obtidos (gravação e transcrição); verificação dos sobre sexualidade na graduação de enfermagem
dados obtidos com os membros; análise e ela- é deficiente; Categoria 4 - Sexualidade como
boração de relações entre os dados encontrados conhecimento aplicado.
nas entrevistas, a fim de garantir a coerência en-
tre os construtos teóricos e a análise desenvolvi- 1ª Questão: O que você entende por sexuali-
da (Ollaik & Ziller, 2012). dade humana?
O estudo respeitou as exigências formais con- Ao serem questionados em relação ao conheci-
tidas nas normas nacionais e internacionais re- mento sobre a sexualidade humana notou-se que
gulamentadoras de pesquisas envolvendo seres as respostas dos entrevistados convergiram princi-
humanos, aprovado pela Comissão de ética do palmente para dois pontos (Figura 1): as questões
Complexo Hospitalar HUOC/PROCAPE, biológicas, evidenciadas não só pelo ato sexual e
Parecer 1.709.879 em setembro de 2016. prazer, mas também pelas questões psicológicas
que influenciam na referência sexual dos sujeitos,
conforme discurso apresentado abaixo:
Resultados A sexualidade que o indivíduo tem,
tá relacionada com a mente, com as
A faixa etária dos entrevistados ficou entre os necessidades que ele tem de sexo, de tá
21 a 26 anos, residentes no Recife, Olinda e com outra pessoa. . . . Tá relacionado ao
Paulista, que relataram renda familiar entre seu bem-estar, a tudo isso e a como ele se
um e cinco salários mínimos (o qual na época vê também. . . . Se eu sou mulher e outra
do estudo correspondia a R$ 880,00). Quanto pessoa é homem, a minha sexualidade é
ao sexo, dois entrevistados eram do sexo diferente da dele . . . a partir do momento
masculino e cinco do feminino. Em relação que a gente tem órgãos genitais diferentes,
à religião, quatro afirmaram ser católicos, já rola uma divisão . . . masculino e
um espírita, um protestante e um disse ser feminino. (E04; agosto de 2016)

Figura 1. Nuvem de palavras sobre o conceito de sexualidade para universitários


do curso de enfermagem.

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Categoria 1: Sexualidade apresenta conceito peitar, tratar e atender os pacientes de acordo
complexo e multidimensional. com suas individualidades e necessidades. Essa
Subcategorias: 1 - Sexualidade é uma perspetiva pode ser observada nas falas abaixo:
necessidade; 2 - Sexualidade é biológica e tem A gente foca muito em tratar o paciente
relação com o psicológico; 3 - Sexualidade só como doença, ele pode estar tendo
envolve referências sexuais de natureza outros problemas. . . . Quanto mais
psicológica e cultural; é fonte de prazer. conhecimento a gente tiver sobre o
assunto, mais a gente vai poder ajudar
2ª Questão: Você acha necessária a temática o paciente. . . . A gente precisa respeitar
da sexualidade ser abordada no currículo todas as pessoas. (E04; agosto de 2016)
da graduação? Porquê? Eu acho que sim, porque a gente precisa
Os entrevistados ressaltam, nos seus discursos conhecer o paciente como um todo né?
(Figura 2), a importância do estudo da sexua- . . . A gente precisaria sim de uma prepa-
lidade como conteúdo para a sua formação ração psicológica. . . . Pra gente apren-
profissional e utilizam como justificação o ar- der a respeitar essas pessoas. . . . É algo
gumento de que o conhecimento a respeito da necessário que a gente precisa aprender
sexualidade possibilita atender o paciente de pra que nosso atendimento seja comple-
forma holística. Com isto, consideram impor- to e seja de excelência. (E07; agosto de
tante esta aprendizagem como forma de res- 2016)

Figura 2. Nuvem de palavras sobre a importância da temática da sexualidade


para a formação do enfermeiro.

Categoria 2 - Sexualidade como contemplação foi pouco explorado; 2 - O conteúdo sobre


do cuidado integral. sexualidade não foi suficiente; 3 - O conteúdo
Subcategorias: 1 - O estudo da sexualidade sobre sexualidade foi superficial.
ajuda a conhecer e respeitar; 2 - O estudo da Quando perguntados acerca da abordagem da
sexualidade ajuda a entender a relação entre temática durante a graduação, ou seja, se já
tratar e cuidar. haviam vivenciado alguma unidade temática
em que a sexualidade tivesse sido discutida de
3ª Questão: Você teve alguma unidade te- forma sistemática, a maioria respondeu que
mática específica sobre sexualidade duran- não teve ou que não lembrava. Acrescenta-
te a sua graduação? ram também, que as poucas experiências que
Categoria 3: O estudo sobre sexualidade na tiveram em sala de aula ficaram resumidas a
graduação de enfermagem é deficiente. aulas ou palestras, não caracterizadas como
Subcategorias: 1 - O conteúdo sobre sexualidade uma unidade temática específica a respeito

A formação relacionada com a sexualidade humana na perceção de


Revista de Enfermagem Referência - IV - n.º 15 -2017 estudantes de enfermagem

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do estudo da sexualidade. Afirmaram que o ficiência foi mais percebida quando os alunos
assunto não foi suficientemente explorado ou atuaram em projetos de extensão e estágios
foi discutido de forma superficial para alguns nas unidades básicas de saúde, durante con-
entrevistados. sultas e, até mesmo, em meio às orientações
“Não foi nada significativo diante da oferecidas aos pacientes. Os relatos abaixo
graduação ou sexualidade mesmo” (E02; destacam essa questão:
agosto de 2016). “Você tem que saber explicar pra cada pessoa
“Não que eu lembre. . . . Acho que em saúde e como você vai explicar uma coisa que você
da mulher. . . . Acho que foi insuficiente pra não aprendeu ou que você não vivenciou?”
você saber como lidar, principalmente na (E01; agosto de 2016).
prática clínica” (E03; agosto de 2016). Se a gente soubesse, trabalhasse melhor
isso, podia ajudar. . . . Na vida diária de-
4ª questão: Nas aulas práticas, sentiu ne- les (pacientes) né?. . . Se a gente tá pra
cessidade de conhecimento sobre sexuali- orientar, a gente precisa orientar. Se ti-
dade? Em que momento? vesse ferramentas melhores, se houvesse
Indagados sobre a necessidade do conheci- mais. . . . Mais questões a serem apli-
mento acerca de sexualidade durante as aulas cadas na prática, eu acho que facilitaria
práticas e estágios (Figura 3), os entrevistados, mais. . . . Pra eles se abrirem, pra eles
na sua maioria, afirmaram que sentiram ne- conversarem sobre essas questões. (E03;
cessidade desse conhecimento e que essa de- agosto de 2016)

Figura 3. Nuvem de palavras a respeito da aplicabilidade do conhecimento sobre


sexualidade para a atuação do enfermeiro.

Categoria 4 - Sexualidade como conhecimento ou desconstruídos e vários saberes sobre a


aplicado não foi suficientemente explorado. sexualidade são cada dia mais socializados.
Subcategorias: 1 - O conhecimento da Assim, como foi sugerido pelos entrevistados
sexualidade é importante sim, porque auxilia no estudo, a sexualidade apresenta dimensões
a prática clínica nas consultas de enfermagem; conceituais amplas e complexas, podendo ser
2 - O conhecimento da sexualidade é descrita de diversos modos, dependendo das
importante sim, porque auxilia a prática crenças e (pre)conceitos do autor. As amplas
clínica nas atividades educativas. possibilidades de definição convergem para
um elemento comum, ou seja, o reconheci-
mento de que sexualidade é uma parte intrín-
Discussão seca do ser, que vai muito além do ato sexual
em si, envolvendo a totalidade do ser humano
Vivemos numa época de liberação, onde (Toneli, 2012).
muitas normas, mitos e tabus em relação Contudo, mesmo sabendo que a sexualidade
à sexualidade têm vindo a ser superados e/ faz parte da vida de todo o ser, constata-se que

MARIA DAS NEVES FIGUEIROA et al. Revista de Enfermagem Referência - IV - n.º 15 -2017

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esta temática, quando é abordada na formação da graduação do curso de bacharelado em
académica, é feita de forma bastante restrita, enfermagem deve estar apoiada na troca de
deixando os estudantes, futuros profissionais, conhecimentos, no incentivo para reflexão e
numa situação de embaraço e despreparo no em mudanças de atitudes diante da expan-
momento de lidar com o assunto. sibilidade da temática, oferecendo subsídios
De forma semelhante ao que foi identificado suficientes para que o profissional de enfer-
em outros estudos brasileiros (Nogueira et al., magem possa realizar o seu cuidado de forma
2017; Rezende & Sobral, 2016) onde foram holística e integral.
identificados que na enfermagem há carência Segundo o relato dos entrevistados, a forma
de estudos e discussões em relação à sexualida- superficial como a temática da sexualidade
de tanto ao nível académico quanto na prática tem vindo a ser abordada na graduação não
profissional. No presente estudo foi possível corresponde à profundidade necessária para a
verificar relatos de vergonha e insegurança nas sua integração no contexto do cuidado a ser
falas dos entrevistados quando se trata da te- desempenhado por enfermeiros. Este dado
mática da sexualidade, expressões justificadas corrobora com outras pesquisas realizadas no
pelo desconhecimento a respeito do assunto, Brasil (Sehnem, Ressel, Junges et al., 2013)
relacionada à restrição acerca da exploração nas quais foi destacado que o estudo da se-
da temática em vivências educacionais. xualidade na graduação em enfermagem está
Sabendo-se que o profissional de saúde possui limitado à perspetiva biologicista e patologi-
responsabilidade tanto na condução do pro- zante, desenvolvida de forma eventual na for-
cesso terapêutico do paciente quanto no seu mação académica do enfermeiro.
acolhimento, é fundamental considerar a sua Neste sentido, compreendemos que a falta de
formação no que diz respeito à temática. No subsídios teóricos e pedagógicos para o traba-
contexto da assistência e de educação em saú- lho com esta temática torna-se um problema
de, muitos pacientes trarão as suas dúvidas, para estes futuros profissionais da saúde, uma
medos, anseios e mitos relacionados com a se- vez que as necessidades de cuidados relacio-
xualidade e os nossos resultados sugerem for- nados com problemas de natureza sexual, ou
temente que os futuros profissionais não estão com interferência na vida sexual, aparecem
preparados para investigar, apoiar e colaborar com frequência nas experiências diárias da
terapeuticamente. prática profissional. E assim, emerge a preo-
Os entrevistados ressaltaram a necessidade e cupação de que, sem a devida formação, o
importância da abordagem da dimensão se- profissional de enfermagem possa vir a ofere-
xual em todas as esferas do cuidado, destacan- cer orientações sexuais inadequadas ou tratar
do que o conhecimento sobre a sexualidade é a temática da sexualidade numa perspetiva
fundamental para a qualidade da assistência biológica e patologizante, inclusive podendo
ao paciente/cliente, independente da sua pa- adotar práticas baseadas em preceitos morais,
tologia ou motivo de internação e em todos ao invés de científicos, enviesando o que con-
os estágios do ciclo da vida. De forma seme- sideram certo e/ou errado relativos à vivência
lhante ao que foi identificado noutro estudo sexual e de género (Rodrigues & Wechsler,
nacional sobre a temática (Sehnem, Ressel, 2014; Sehnem, Ressel, Junges et al., 2013).
Junges et al., 2013) quando os estudantes re- Acredita-se que, independentemente da for-
lataram o desejo de discutir sobre a sua pró- ma como a sexualidade foi abordada na in-
pria sexualidade e a do sujeito cuidado, pois fância e adolescência de cada indivíduo, a
entendem que isso servirá como auxílio para escola ou a universidade não podem omitir
as vivências práticas do curso. ou desprezar a discussão acerca da temática.
Diante deste contexto, a Associação Mundial Portanto, torna-se necessário que a gradua-
para a Saúde Sexual, através de documentos ção ofereça um espaço e suporte teórico-prá-
técnicos, reforça a necessidade de habilitar tico suficiente no quesito sexualidade e que
educadores, profissionais de saúde e estudan- os docentes assumam o seu papel neste pro-
tes para a importância da atuação em saúde cesso. Estes devem atuar como facilitadores,
sexual (Rufino, Medeiros, & Girão, 2013), proporcionando subsídios científicos (e não
sendo que a oferta da temática no currículo morais) para que os estudantes passem a ter

A formação relacionada com a sexualidade humana na perceção de


Revista de Enfermagem Referência - IV - n.º 15 -2017 estudantes de enfermagem

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mais conhecimento e segurança quando se são de estudantes de enfermagem de institui-
depararem com a sexualidade do cliente e, so- ção de ensino superior. Deste modo, os seus
bretudo, se tornarem profissionais sensíveis à resultados podem servir como subsídios para
temática (Reis, Muzzeti, & Leão, 2014). a avaliação de matrizes curriculares e projetos
Os estudantes reconheceram a necessidade pedagógicos de cursos de enfermagem e até
do conhecimento sobre sexualidade durante de outros cursos na área de saúde, no que se
as aulas práticas e estágios, compartilhando refere a inserção da sexualidade como tema
preocupação ao afirmar que é necessário que transversal em todo o curso.
o enfermeiro tenha embasamento suficiente a A análise dos resultados obtidos e do atual
respeito da sexualidade nas diferentes etapas estado da arte relacionado com o ensino da
do ciclo da vida, para que possam explorar a sexualidade humana nas instituições supe-
sua complexidade e identificar as consequên- riores, revela a necessidade de investimento
cias advindas de possíveis enfermidades. em formação aprimorada de enfermeiros. Os
A emergência dos temas relacionados com a cursos de graduação em enfermagem preci-
sexualidade fica evidente nos discursos dos sam incorporar atividades teórico-práticas
entrevistados e demonstra a necessidade de voltadas para a aquisição de competências
formação do enfermeiro para o trabalho com clínicas de saúde sexual e avaliações do im-
as questões que envolvem a sexualidade. Na pacto da assistência sobre os pacientes. É pre-
maioria das vezes a busca de embasamentos ciso ressaltar também que, embora os avanços
para o trabalho com sexualidade, para além na farmacologia sexual tenham estimulado o
do pouco que aprenderam no seu curso de manejo das disfunções sexuais e o público es-
formação, poderá vir de conhecimentos for- teja muito interessado em curar disfunções e
necidos pela família, pela internet, pela leitura sintomas sexuais comuns, é preciso ampliar as
de livros didáticos, pela própria experiência discussões sobre a sexualidade não-normativa
de vida, pelos média e pela prática exercida ou aspetos sociais da sexualidade. O tema da
quotidianamente. Assim, é preocupante a sexualidade ainda apresenta tendência para
procura de informações através de instâncias apresentar discussões centradas nos aspetos
de valor cientificamente questionável e que orgânicos ou patológicos. Portanto é necessá-
podem estar atreladas a éticas e morais espe- rio ampliar as discussões e incorporar outras
cíficas. Orientar sexualmente requer preparo, dimensões da sexualidade que incorporem a
seja no nível intelectual, como também psi- noção de direitos e conceitos que valorizem o
cológico. E essa preparação deve ser baseada autocuidado e a formação dos estudantes de
em evidências científicas e numa neutralidade enfermagem numa perspetiva holística para
ética e moral. intervir em saúde sexual.
Desta forma, a universidade deve atuar como
parceira na construção do conhecimento em
relação à sexualidade, valorizando a disposi- Referências bibliográficas
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