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O surgimento do capitalismo
O Capitalismo surge nos transcorrer de três séculos (do séc. XV ao séc. XVIII), nesse processo
de formação e moldagem, o que hoje passamos a chamar de “capitalismo” provocou pelo menos
quatro grandes revoluções/transformações:
1- Revolução Econômica: A sociedade deixou de ser organizada em apenas dois grandes
grupos sociais; (senhores feudais e servos) para o surgimento de novos importantes grupos
sociais: os comerciantes e os artesãos livres.
2- A Revolução Industrial (ocorrida na segunda metade do séc. XVIII) foi responsável pelo
desenvolvimento de novas invenções e técnicas, o aumento das atividades produtivas, dando
origem, assim, à indústria moderna, dentre outros.
3 - Revolução foi política, A nobreza feudal dava lugar à burguesia econômica. Agora os
empresários passarão a organizar a política, além da economia. Juntamente com a ascensão da
classe burguesa, surge o Estado moderno, com governos eleitos pelo voto e regidos por uma
Constituição etc. Essa mudanças garante o surgimento da chamada “democracia burguesa”, uma
forma de governar que cria uma imagem favorável aos interesses burgueses.
4- Revolução ideológica; A idéia de progresso se propaga, a riqueza alcançada com o comércio
e a indústria são legitimadas, nasce o sentimento de individualidade Desenvolvimento científico
acelerado. A ciência se desenvolve e aperfeiçoa a partir de novos conceitos.
Etapas do capitalismo
Em geral os operários levavam uma vida duríssima, trabalhando de doze a dezessete horas por
dia, sem direito a férias ou mesmo descanso semanal remunerado. Recebiam salários baixíssimos
(salários de fome) e viviam em bairros ou cidades industriais, amontoados em cortiços, sem água
nem esgoto.
Sem poderem contar com assistência médica ou aposentadoria, só restava a eles as associações
de classe (sindicatos) e as greves como instrumento de luta para a conquista de direitos. Diante
dessas condições de vida e de trabalho, os operários do capitalismo florescente desencadearam
fortes movimentos sociais que, da Inglaterra, expandiram-se por toda a Europa industrializada.
O valor de um bem é determinado pela quantidade de trabalho socialmente necessário para sua
produção. Assim, o lucro não se realiza na hora da troca da mercadoria, mas sim na produção
dessas mercadorias. Isso acontece porque os trabalhadores não recebem o valor correspondente
ao seu trabalho, mas só o necessário para sua sobrevivência.
O valor da força de trabalho de um assalariado, como de toda mercadoria, é estabelecido pelo
tempo de trabalho necessário para produzir os bens e garantir a sobrevivência do trabalhador. O
valor de todos os bens consumidos pelo trabalhador (alimentos, moradia, tempo para descanso
etc) diariamente é o valor de sua força de trabalho. Suponhamos que um operário trabalhe oito
horas por dia na produção de sapatos. Para repor sua força de trabalho, ele precisa alimentar-se e
descansar. Suponhamos ainda que o valor dos bens consumidos por ela para repor suas energias
em dia seja igual ao valor produzido por ele em seis horas de trabalho na produção de sapatos.
Para garantir sua sobrevivência, portanto, ele precisaria trabalhar apenas seis horas por dia, mas
continua trabalhando oito horas. Essas duas horas, diz Marx, representam o “sobre-trabalho” ou
trabalho excedente (mais-valia), e é dessas horas trabalhadas a mais que sai o lucro do patrão.
Segundo Karl Marx, a essência do capitalismo é a apropriação privada dessa mais-valia, que dá
origem ao lucro. A classe dominante (capitalistas ou patrões) apropriam-se dessa mais-valia mas
não a consomem por completo, e boa parte desse lucro será investido e reinvestido
constantemente na produção. A esse investimento permanente do excedente de trabalho, Marx dá
o nome de “acumulação de capital”.
Para Marx, só é considerado capital aquele dinheiro (ou meios de produção) empregado de tal
modo que produza mais-valia por meio do trabalho assalariado. Não é todo dinheiro que é
capital, como se pensa comumente.
Socialismo: conceito
O sonho de uma sociedade igualitária, na qual todos tenham franco acesso à distribuição e à
produção de riquezas, alimenta os sonhos da humanidade, os anseios de "liberdade, igualdade e
fraternidade" expressos pela revolução francesa ainda estão por vir. O Socialismo pode ser
assim definido:
1. Denominação genérica de um conjunto de teorias socioeconômicas, ideologias e
práticas políticas que postulam a abolição das desigualdades entre as classes sociais;
2. O Socialismo é também um sistema político, econômico e social que foi desenvolvido
a partir da idéia de igualdade;
As diferentes teorias socialistas surgiram como reação contra esse quadro, com a proposta de
buscar uma nova harmonia social por meio de drásticas mudanças, como a transferência dos
meios de produção de uma única classe para toda a coletividade. Uma conseqüência dessa
transformação seria o fim do trabalho assalariado e a substituição da liberdade de ação
econômica dos proprietários por uma gestão socializada ou planejada, com o objetivo de adequar
a produção econômica às necessidades da população, ao invés de se reger por critérios de lucro.
Tais mudanças exigiriam necessariamente uma transformação radical do sistema político.
ECONOMIA: LIBERALISMO E NEO LIBERALISMO
1 – O QUE É ECONOMIA?
Conceito
Economia é uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar
recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as
pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas.
Em qualquer sociedade, os recursos ou fatores de produção são escassos; contudo as
necessidades humanas são ilimitadas, e sempre se renovam. Isso obriga a sociedade a escolher
entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva aos vários
grupos da sociedade.
A economia tem por objeto as atividades humanas ligadas à produção, circulação, distribuição e
consumo de bens e serviços.
Os sistemas econômicos podem ser classificados em:
a) Sistema capitalista, ou economia de mercado, é aquele regido pelas forças de mercado,
predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção.
b) Sistema socialista ou economia centralizada, ou ainda economia planificada, é aquele em
que as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento,
predominando a propriedade
pública dos fatores de produção. Os Problemas Econômicos Fundamentais:
a) O quê e quanto produzir:
b) Dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de escolher, quais produtos
serão produzidos e em que quantidades.
b) Como produzir: A sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão
utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente.
c) Para quem produzir: A sociedade terá também que decidir como seus membros participarão da
distribuição dos resultados de sua produção (demanda, oferta, determinação de salários, das
rendas das terras, dos juros
etc).
Em economias de mercado, esses problemas são resolvidos pelos mecanismos de preços atuando
por meio da oferta e da demanda. Nas economias centralizadas, essas questões são decididas por
um órgão central de planejamento, a partir de um levantamento dos recursos de produção
disponíveis e das necessidades do país, e não pela oferta e demanda no mercado.
LIBERALISMO E NEOLIBERALISMO
Liberalismo
Doutrina que preconiza a liberdade individual aplicada principalmente nos terrenos político e
econômico. Combina os ideais de livre associação e organização. O ideal político do liberalismo
do séc. XIX era a democracia definida como um mínimo de governo, com as leis e a constituição
traçadas voluntariamente por todo o povo, através de representantes responsáveis.
Essas duas expressões refletem muito os ideais liberalistas: laissez faire (deixai fazer) e laissez
passer (deixai passar).
O liberalismo é, às vezes, empregado como sinônimo de individualismo. Isso porque entre seus
objetivos estava a busca de maior liberdade individual e garantia de maior liberdade e igualdade
entre os cidadãos. Além da diminuição e limitação dos poderes do Estado (“Estado mínimo”) na
política e principalmente na economia.
Neoliberalismo
O termo foi cunhado em 1938 no encontro de Colloque Walter Lippmann pelo sociólogo alemão
e economista Alexander Rüstow. O termo se refere a uma redefinição do liberalismo clássico,
influenciado pelas teorias econômicas neoclássicas. Foi usado em duas épocas diferentes com
dois significados semelhantes, porém distintos:
i) na primeira metade do século XX, significou a doutrina proposta por economistas franceses,
alemães e norte-americanos voltada para a adaptação dos princípios do liberalismo clássico às
exigências de um Estado regulador e assistencialista;
ii) a partir da década de 1960, passou a significar a doutrina econômica que defende a absoluta
liberdade de mercado e uma restrição à intervenção estatal sobre a economia, só devendo esta
ocorrer em setores imprescindíveis e ainda assim num grau mínimo (minarquia). Os primeiros
governos a implantarem a essa nova forma de política econômica foram: Augusto Pinochet
(Chile), ainda na década de 1970, Margaret Thatcher (Grã-Bretanha) e Ronald Reagan (Estados
Unidos).
É uma ideologia que procura responder à crise do estado nacional ocasionada pela interligação
crescente das economias das nações industrializadas por meio do comércio e das novas
tecnologias. Enquanto o liberalismo clássico, da época da burguesia nascente, propôs os direitos
do homem e do cidadão, entre os quais, o direito à educação, o neoliberalismo enfatiza mais os
direitos do consumidor do que as liberdades públicas e democráticas e contesta a participação do
estado no amparo aos direitos sociais.
Representa uma regressão do campo social e político e corresponde a um mundo em que o senso
social e a solidariedade atravessam uma grande crise. É uma ideologia neoconservadora social e
politicamente. No discurso neoliberal a educação deixa de ser parte do campo social e político
para ingressar no mercado e funcionar a sua semelhança.
FONTE:
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à sociologia. 25. ed., São Paulo: Ática, 2005. (Série
Brasil)
CORDI, Cassiano (et all). Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2002. p. 200-203.
TOMAZI, Nelson Dácio (coord.). Iniciação à sociologia. 2. ed. rev. ampl. São Paulo: Atual,
2005. p. 138- 139.
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ESCOLA ESTADUAL RENASCER
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA - PROFª. : JUCIRENE ARAÚJO -
9. Analisando o Brasil hoje é possível identificar algum dos preceitos liberais na política e
na economia de nosso país?
10. Que crítica poderíamos levantar à afirmação: “você só é pobre porque quer ou porque
não tem trabalhado o suficiente, pois como afirmam os liberalistas: com muito esforço é
possível a todos alcançarem a riqueza”.