Vous êtes sur la page 1sur 3

Q30 da pluralidade deus

27-43 deus trino

Do que já estabelecemos, resulta haver em Deus várias pessoas. Pois, foi demons-
trado que o nome de pessoa significa, em Deus, relação, como realidade subsistente
na divina natureza. Ora, já provamos que há várias relações reais em Deus. Donde
se segue a existência de várias realidades subsistentes na divina natureza, e isto é o
mesmo que existirem nela várias pessoas.
Na definição da pessoa não se introduz a substância como significando essência,
mas como suposto; o que é manifesto por se lhe acrescentar individual. E para
exprimir a substância, com tal significação, os Gregos têm o nome de hipóstase; por
isso, como nós dizemos três pessoas, dizem eles três hipóstases. Nós, porém, não
nos acostumamos a dizer três substâncias para se não entenderem três essências,
por causa da equivocação do nome.
As propriedades absolutas em Deus, como a bondade e a sapiência, mutuamente se
não opõem e por isso nem realmente se distinguem. Embora, pois, lhes convenha o
subsistir, não são por isso três realidades subsistentes, por onde seriam várias pes-
soas. Mas, nas coisas criadas, as propriedades absolutas, como a brancura e a
doçura, não subsistem, embora realmente entre si se distingam. Em Deus, porém,
as propriedades relativas subsistem, e realmente se distinguem umas das outras,
como antes se disse. Donde, a pluralidade de tais propriedades basta para causar a
das pessoas divinas

Segundo já dissemos, é neces-sário admitir em Deus somente três pessoas. Pois, como
demonstramos5, várias pessoas supõem várias relações subsistentes entre si realmente
distintas. Ora, a distinção real entre as relações divinas só existe em razão da oposição
re-lativa. Logo, duas relações opostas pertencem necessariamente a duas pessoas; e as
relações que não forem opostas forçosamente pertence-rão à mesma pessoa. Por onde, a
paternidade e a filiação, sendo relações opostas, necessaria-mente hão de pertencer a duas
pessoas. E assim, a paternidade subsistente é a pessoa do Pai, e a filiação subsistente a pessoa
do Filho. Quanto às outras duas relações, elas não se opõem a nenhuma destas, mas se opõem
entre si; é impos-sível, portanto, convirem ambas a uma mesma pessoa. Logo, e
necessariamente, uma delas con-virá a ambas as referidas pessoas, ou uma convirá a uma
pessoa e a outra, a outra. Mas não pode a processão convir ao Pai e ao Filho, ou a um deles;
porque do contrário a processão do intelecto, que é a geração em Deus, e na qual se fundam a
paternidade e a filiação, nasceria da processão do amor, na qual se fun-dam a espiração e a
processão, se a pessoa gera-dora e a gerada procedessem da espirante — o que vai contra o já
estabelecido6. Donde se con-clui que a espiração convém à pessoa do Pai e à do Filho, por não
ter nenhuma oposição rela-tiva nem com a paternidade nem com a filiação. E por conseguinte
há de necessariamente con-vir a processão à outra pessoa, chamada pessoa do Espírito Santo,
procedente como amor, con-forme estabelecemos7. Logo há somente três pessoas em Deus, a
saber, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Embora haja em Deus quatro relações, contudo uma delas, a espiração, não se separa da
pessoa do Pai e do Filho, mas a ambas convém. E assim, embora seja relação, não se chama
con-tudo propriedade, por não convir a uma pessoa apenas; nem é relação pessoal, i. é.,
constitutiva da pessoa. Mas estas três relações — a paterni-dade, a filiação e a processão —
chamam-se propriedades pessoais, sendo como pessoas cons-tituintes; pois, a paternidade é a
pessoa do Pai, a filiação a do Filho, e a processão a do Espírito Santo procedente.

O que procede a modo de intelecto, como o verbo, procede pela razão de semelhança, como
também o que pro-cede ao modo de natureza; e por isso se disse antes8 que a processão do
Verbo é a geração mesma, ao modo da natureza. Porém o Amor, como tal, não procede como
semelhança daquilo donde procede, embora em Deus o Amor seja co-essencial, enquanto
divino; logo, a processão do Amor não se chama geração, em Deus.

O homem, mais per-feito que os outros animais, é dotado de mais operações intrínsecas que
eles, porque a sua perfeição é a modo de composição. E por isso os anjos, mais perfeitos e
mais simples, têm menos operações intrínsecas que o homem, não havendo neles o imaginar,
o sentir e faculdades semelhantes. Mas, em Deus, por natureza, só há uma operação que é a
sua essência. E como há nele duas processões, já o demonstramos9.

A objeção procede-ria se o Espírito Santo tivesse uma bondade numericamente diferente da


do Pai; pois então seria necessário que, assim como o Pai, pela sua bondade, produz uma
pessoa divina, assim também o Espírito Santo. Mas uma mesma é a bondade do Pai e a do
Espírito Santo; e só se distinguem pelas relações das pessoas. Por onde, a bondade convém ao
Espírito Santo, como re-cebida de outrem; porém ao Pai, como de quem se comunica a
outrem. Mas a oposição de re-lação não permite que com a relação do Espírito Santo co-exista
a relação de princípio respeitante à divina pessoa; pois ele procede das outras pessoas que em
Deus podem existir.

O próprio modo de falar mostra que, quando dizemos três pessoas as três é comum
o nome de pessoa do mesmo modo que, dizendo três homens, queremos exprimir
que homem é comum aos três. Ora, é claro que não há comunidade real, como se
uma essência fosse comum às três, pois, daí haveria de seguir-se que, sendo uma a
essência, uma só seriam as três pessoas.

Mas, os que inquiriram a questão de saber qual seja essa comunidade, deram-lhe
soluções diversas. — Assim uns disseram, que é a comunidade de negação, por se
introduzir, na definição de pessoa, a palavra incomunicável. — Outros porém
ensinaram, que é a de intenção, por se pôr na definição a palavra indivíduo, como se
se dissesse que ser uma espécie é comum ao cavalo e ao boi. — Mas ambas estas
opiniões se excluem por não ser o nome de pessoa nome de negação, nem de
intenção, mas de realidade.
E portanto devemos dizer que, mesmo em se tratando do homem, o nome de pessoa
é comum por uma comunidade de razão, não como gênero ou espécie, mas como
individuo indeterminado. Pois, os nomes genéricos ou específicos, como homem ou
animal, são empregados para significar as próprias naturezas comuns, não porém as
intenções delas, expressas pelos nomes de gênero ou de espécie. Mas o indivíduo
indeterminado, como algum homem, significa a natureza comum com um certo modo
de existir próprio ao ser particular que é por si subsistente e distinto dos outros. Ao
passo que o nome de um ser, enquanto expressivo de uma designação singular,
significa uma determinação distintiva; assim, o nome de Sócrates exprime tais carnes
e tais ossos. Mas, entre o nome indeterminado e o de pessoa há a diferença seguinte:
aquele significa uma natureza ou um indivíduo natural, com um modo de existir
próprio dos seres singulares; ao passo que este é empregado não para exprimir o
indivíduo natural, mas uma realidade subsistente numa determinada natureza. Pois,
é comum racionalmente a todas as pessoas divinas, que cada uma delas subsista
distinta das outras, em a natureza divina. E assim o nome de pessoa, racionalmente
considerado, é comum às três pessoas divinas.

Vous aimerez peut-être aussi