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PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

EMPRESA GAÚCHA DE RODOVIAS

PROJETO EXECUTIVO DE ESTABILIZAÇÃO E

RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE

LOCALIZADO NA ERS-122 KM 7+600

(LADO ESQUERDO)

1. (RELATÓRIO)

RODOVIA: ERS-122

TRECHO: SÃO SEBASTIÃO DO CAÍ – PORTÃO

EXTENSÃO: 150 m na ERS-122 km 7+600

JUNHO/2016

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

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Sumário
1. APRESENTAÇÃO ............................................................................... 7

2. MAPA DE SITUAÇÃO ......................................................................... 9

3. DIAGNÓSTICO DA INSTABILIDADE................................................ 10

3.1. Presença de solos residuais de arenito arcosiano ...................... 13

3.2. Influência da precipitação ........................................................... 14

3.3. Conclusão do diagnóstico ........................................................... 15

4. CONCEPÇÃO DA SOLUÇÃO ........................................................... 16

5. ESTUDOS TOPOGRÁFICOS ........................................................... 18

5.1. Cadastramento topográfico ......................................................... 18

5.2. Homologação dos Marcos de Referência ................................... 18

6. ESTUDOS GEOLÓGICOS ................................................................ 20

7. INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA ....................................................... 21

7.1. Ensaios de campo ...................................................................... 21

7.2. Ensaios de laboratório ................................................................ 21

7.2.1. Caracterização do solo rompido .............................................. 22

7.2.2. Caracterização de possível material de jazida ........................ 22

7.2.1. Representatividade dos ensaios de laboratório ...................... 23

7.2.1. Comentários sobre a análise granulométrica .......................... 23

8. ESTUDOS HIDROLÓGICOS E HIDRÁULICOS................................ 25

8.1. Estudos hidrológicos ................................................................... 25

8.1.1. Características das Bacias de Contribuição ............................ 25

8.1.2. Tempo de Recorrência (Tr) ..................................................... 26

8.1.3. Tempo de concentração (Tc) .................................................. 26

8.1.4. Vazão de Dimensionamento ................................................... 27


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8.2. Dimensionamento Hidráulico ...................................................... 27

8.2.1. Valetas e sarjetas .................................................................... 28

8.2.2. Bueiros .................................................................................... 30

8.2.3. Descidas d’água ...................................................................... 32

9. DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO .............................................. 33

9.1. Retroanálise de estabilidade ....................................................... 33

9.2. Fatores de Segurança ................................................................ 35

9.3. Sobrecargas................................................................................ 36

9.4. Análise de estabilidade da escavação ........................................ 36

9.5. Análise de estabilidade do Setor 1.............................................. 39

a) Estabilidade global ...................................................................... 40

b) Estabilidade interna .................................................................... 42

c) Verificação como muro de contenção ......................................... 43

d) Verificação contra o deslizamento .............................................. 45

9.6. Análise de estabilidade do Setor 2 .............................................. 45

9.6.1. Análise do muro de contenção ................................................ 46

a) Estabilidade global ...................................................................... 46

b) Estabilidade interna .................................................................... 48

c) Verificação como muro de contenção ......................................... 49

d) Verificação contra o deslizamento .............................................. 51

9.6.2. Dimensionamento da Cortina Atirantada................................. 52

a) Seção de referência .................................................................... 52

b) Parâmetros do solo ..................................................................... 52

c) Sobrecarga devida à residência.................................................. 52

d) Cálculo do acréscimo de tensão vertical devido à residência ..... 52

e) Cálculo das tensões verticais efetivas ........................................ 53

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f) Coeficiente de empuxo ao repouso ............................................ 53

g) Cálculo da tensão horizontal ....................................................... 53

h) Empuxo lateral ............................................................................ 54

i) Tirante ......................................................................................... 54

9.7. Análise de estabilidade do Setor 3.............................................. 57

a) Estabilidade global ...................................................................... 58

b) Estabilidade interna .................................................................... 59

c) Estabilidade como muro de contenção ....................................... 60

10. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL .............................................. 66

10.1. Geometria e Modelos Adotados.................................................. 66

10.2. Propriedades dos Materiais ........................................................ 67

10.3. Carregamentos e Combinações ................................................. 68

10.4. Dimensionamento da Cortina (ELU) ........................................... 68

10.5. Verificação da Punção ................................................................ 72

10.6. Verificação dos Estados Limites de Serviço ............................... 73

11. TABELA DE QUANTIDADES ............................................................ 76

12. ESPECIFICAÇÕES DE SERVIÇOS.................................................. 80

12.1. Introdução ................................................................................... 80

12.2. Especificações prevalentes......................................................... 80

12.2.1. EC-01 – SISTEMA DE CONTENÇÃO EM SOLO REFORÇADO


83

12.2.2. EC-02 – ESTRUTURAS DE ARRIMO COM GABIÃO........... 87

12.2.3. EC-03 – FORNECIMENTO E COMPACTAÇÃO DE ATERRO


DE ARGILA 92

12.2.4. EC-04 – FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO DE GEOTÊXTIL


95

12.2.5. EC-05 – DRENO DE AREIA OU PEDRISCO ....................... 97

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12.2.6. EC-06 – TUBOS PERFURADOS .......................................... 98

12.2.7. EC-07 – EXECUÇÃO DE CHAVES GRANULARES


DRENANTES 99

12.2.8. EC-08 – FORNECIMENTO, BENEFICIAMENTO E


INSTALAÇÃO DE TIRANTE PERMANENTE, INCLUSIVE INJEÇÕES ...... 104

12.2.9. EC-09 – PERFURAÇÃO PARA ELEMENTOS DE


ANCORAGEM 109

12.2.10. EC-10 – DRENO TIPO BARBACÃ .................................... 110

12.2.11. EC-11 – SINALIZAÇÃO TEMPORÁRIA DA OBRA ........... 112

13. PLANO DE EXECUÇÃO DAS OBRAS ........................................... 114

13.1. Fatores condicionantes ............................................................. 114

13.2. Resumo das distâncias de transporte ....................................... 114

13.3. Cronograma físico ..................................................................... 116

13.4. Plano de ataque ........................................................................ 117

14. COMPONENTE AMBIENTAL.......................................................... 121

14.1. Introdução ................................................................................. 121

14.2. Ações Ambientais ..................................................................... 121

14.3. Áreas de Bota-fora .................................................................... 125

14.4. Concepções de cunho ambiental nos projetos geotécnicos ..... 127

15. ARTs da EQUIPE TÉCNICA ........................................................... 128

ANEXO A – ENSAIOS DE CAMPO (SONDAGENS SPT)........................ 133

ANEXO B – ENSAIOS DE LABORATÓRIO – AMOSTRA INDEFORMADA


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ANEXO C – ENSAIOS DE LABORATÓRIO – AMOSTRA DEFORMADA156

16. TERMO DE ENCERRAMENTO ...................................................... 167

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2. APRESENTAÇÃO

Este documento compreende o relatório do projeto de estabilização e


reconstrução do talude de corte localizado na ERS-122 km 7+600 (lado esquerdo)
no trecho entre os municípios de São Sebastião do Caí e Portão no estado do Rio
Grande do Sul onde ocorreu uma ruptura no ano de 2015. Neste local, o trecho está
sob a administração da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).

O referido projeto de estabilização está fundamentado basicamente no


levantamento planialtimétrico cadastral prévio do local e nas inspeções de campo.

Além da interdição parcial da rodovia após o movimento de solo em 2015,


há indícios de que novas rupturas possam ocorrer com risco de interdição da
rodovia. Esse fato decorre da geometria do talude pós-ruptura, com declividades
mais acentuadas que o corte natural da plataforma da rodovia e sem cobertura
vegetal – facilitando a infiltração de água.

A ruptura também causou patologias à edificação construída junto à faixa de


domínio da rodovia em função do efeito de desconfinamento da massa de solo. A
projetista constatou a presença de trincas nas paredes e pisos da edificação
possivelmente relacionada às movimentações da massa de solo.

Devido ao tipo de ruptura ocorrida e ao tipo de solução aventada, a rodovia


deverá ser interditada em apenas uma faixa de rolamento durante a fase
construtiva, principalmente pelo intenso trânsito de máquinas nas etapas de
terraplenagem.

No presente relatório será apresentado um volume contendo o memorial


descritivo dos estudos e projetos, especificações técnicas e tabela de quantidades
estimadas.

A campanha de investigação geotécnica contou com a execução de quatro


perfurações em sondagens à percussão contribuindo para a definição geométrica
da estrutura de contenção projetada. Além disso, foram coletados blocos de solo
indeformado da região do talude rompido para a realização de ensaios de
laboratório e amostras de solo deformado em jazida de solo próxima à obra para a
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realização de ensaios de laboratório para caracterização do material como possível
reaterro da obra.

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3. MAPA DE SITUAÇÃO

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4. DIAGNÓSTICO DA INSTABILIDADE

Trata-se de uma ruptura de um talude localizado na ERS-122 no km 7+600


dentro dos limites do município de São Sebastião do Caí/RS. Neste trecho
rodoviário a ERS-122 contempla quatro faixas, sendo duas em aclive na direção de
São Sebastião do Caí (lado direito) e outra em declive, na direção de Portão (lado
esquerdo). As faixas de rolamento do lado direito apresentam largura média de
3,6m e, do lado esquerdo, de 4,0m.

Estima-se que o problema geotécnico ocorreu aproximadamente 1 ano antes


dos estudos em questão, conforme relato de moradores. A Figura 4-1 apresenta
uma foto do movimento já ocorrido em julho de 2015.

Figura 4-1 – Imagem do local da ruptura em julho/2015 (Google Earth).

A foto da Figura 4-2 de abril de 2016 apresenta a situação atual do talude


rompido, com crescimento pronunciado de vegetação nativa principalmente na
região de solo depositado da ruptura.

Figura 4-2 – Imagem panorâmica do local da ruptura em abril/2016.

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Quanto à interferência nas edificações lindeiras ao talude, constatou-se a
ruptura ocorrida causou patologias a pelo menos uma moradia (Figura 4-3) limítrofe
à faixa de domínio, apresentando trincas em paredes e pisos típicas de movimentos
de massa. Há também, construído na faixa de domínio da rodovia, um galpão de
madeira (Figura 4-4) adjacente à moradia que precisará ser removido para a
execução da solução de contenção.

Figura 4-3 – Imagem de residência com patologias próxima ao talude rompido.

Figura 4-4 – Imagem de edificação e galpão com risco de queda lindeiras ao talude
rompido.

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Quanto à interferência na rodovia, a ruptura ocorrida está atingindo pelo
menos o acostamento, sem causar patologias visíveis à estrutura do pavimento,
como o soerguimento. O solo rompido apresenta-se somente depositado sobre
parte do acostamento (Figura 4-5), ou seja, a ruptura ocorrida não abrange a região
do pavimento. Portanto, a ruptura ocorrida não deve apresentar grandes
profundidades nas retroanálises apresentadas em capítulo específico.

Quanto à interferência no sistema de drenagem, a deposição de material


apresentada na Figura 4-5 e na Figura 4-6 causou a obstrução das sarjetas e
caminhos d’água existentes na região, o que pode causar alagamentos no pé do
talude, transporte de finos para o sistema de drenagem e obstrução física do
acostamento.

Figura 4-5 – Imagem da deposição do material movimentado atingindo parte do


acostamento da rodovia.

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Figura 4-6 – Imagem da deposição do material movimentado na sarjeta existente já
danificada.

Nos próximos subitens sequentes, elucidam-se alguns destes problemas.

4.1. Presença de solos residuais de arenito arcosiano

Rochas que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, alvo deste
projeto, são as rochas da Formação Botucatu.

A Formação Botucatu é constituída de arenitos de origem eólica, ou seja,


formadas por sedimentos cujo agente de transporte foi o vento. Em última análise,
são paleodunas cimentadas com óxido de ferro e eventualmente por cimento
silicoso.

A composição é predominantemente dos arenitos da Formação Botucatu é


de grão cujos minerais são o quartzo e feldspato. Devido ao elevado teor de
feldspato nos grãos que constituem os arenitos do Triássico, eles poderiam ser
classificados mais convenientemente como arcoses ou arcosídeos.

O produto do intemperismo nas arcoses resulta em grumos de argila/silte


que, devido à sua estrutura, se assemelham a grãos de areia. Este fato interfere
nas características geomecânicas do solo, que apresenta comportamento mais
argiloso a umidade natural e comportamento mais arenoso quando saturado. O teor
de areia dependerá da quantidade de grãos cujo mineral constituinte é o quartzo.

As características de plasticidade e de expansibilidade dos solos


dependerão dos minerais constituintes dos grãos de feldspato que originaram a
rocha primitiva. Feldspatos sódicos ou cálcicos tendem a gerar argilas expansivas
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(esmectitas), enquanto que feldspatos potássicos tendem a gerar argilas menos
expansivas (ilitas). As argilas expansivas serão potencialmente mais presentes no
horizonte C do que no horizonte B em função da maior evolução pedogenética.

Esses solos residuais sofrem processos pedogenéticos de eluviação e


iluviação, de perda e de adição de material, respectivamente. O agente causador
principal deste fenômeno é o fluxo de água de infiltração no solo causando
lixiviação de minerais hidrossolúveis através dos vazios das camadas mais
superficiais (eluviação). O material lixiviado é, portanto, depositado nas camadas
inferiores (iluviação).

O movimento de massa desenha uma ruptura rotacional ou planar cujo


catalizador principal foram as condições de chuvas que ocorreram e culminou nos
dias que antecederam este acidente geotécnico.

4.2. Influência da precipitação

Dificilmente são observadas rupturas de taludes ou encostas rodoviárias,


que não sejam impulsionadas por elevadas precipitações ou também por períodos
de precipitações prolongados.

O problema essencial da estabilidade da encosta em questão está


relacionado diretamente com os períodos de chuvas prolongadas, não
necessariamente intensas.

Os solos residuais de arenito onde a ruptura ocorreu, apresentam avançado


grau de alteração em relação à rocha de origem. Assim, este horizonte caracteriza-
se pela homogeneidade, não apresentando muitas estruturas ou texturas herdadas
da rocha matriz. Além disso, são porosos nas camadas superficiais pelo fenômeno
da eluviação, o que cria uma barreira pouco permeável em sua parte mais inferior.
Esta barreira proporciona um caminho para a água superficial que infiltra facilmente
no solo superficial mais poroso.

Sabidamente, solos homogêneos com coesão expressiva conduzem a


movimentos de característica rotacional, ou seja, com superfícies potenciais de
ruptura com geometria curva com raio assumidamente constante. Quanto maior a
participação da coesão, maior a curvatura (menor raio de curvatura em relação à
altura do talude). De fato, essas rupturas rotacionais têm sido motivo de
preocupação e manifestam-se em escorregamentos de grandes massas, pois só
ocorrem em taludes altos e com geometria muito agressiva (muito íngremes).

Os solos porosos maduros possuem a resistência ao cisalhamento


fortemente dependente da sucção. A sucção, por sua vez, decorre principalmente
da formação de meniscos capilares nos poros do solo e é dependente da umidade.

Durante os períodos de menor pluviosidade, a umidade dos solos,


principalmente próximo à superfície, permanece baixa e a sucção pode atingir
valores altos. Com tal efeito, a coesão aparente dos solos (se considerada a poro-
pressão como nula), atinge valores mínimos de 14 kPa, o que confere a
estabilidade dos taludes verticais existentes conformados pela ruptura.
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A título de demonstração, a expressão empírica para cortes verticais
estáveis pode ser empregada para uma coesão de 14 kPa, assumindo-se um
ângulo de atrito interno de 30° e um peso específico natural de 17kN/m³, fornecendo
o seguinte resultado:

4 ∙ 𝑐𝑎𝑝 4 ∙ 14𝑘𝑃𝑎
ℎ𝑐𝑟𝑖𝑡 = 𝜑 = = 5,5⁡𝑚
𝛾 ∙ tan⁡(45° − 2 ) 16𝑘𝑁/𝑚3 ∙ tan⁡(45° − 30°)
2
Ou seja, para que os taludes de 5,5m verticais da região da obra
permaneçam aparentemente estáveis, a coesão aparente mínima seria de 14 kPa.
Isso se a sucção pudesse ser mantida em uma massa significativa de solo durante
os períodos de estiagem.

4.3. Conclusão do diagnóstico

A rodovia encontra-se atualmente operacional no trecho da obra apesar do


problema de estabilidade, no entanto, há risco de novas rupturas que possam
interditar a rodovia futuramente.

Já as propriedades lindeiras apresentaram patologias em decorrência dos


movimentos relatados, podendo ser comprometidas com a possível ocorrência de
novas rupturas.

Como se pode notar, não há causa única para a ocorrência da ruptura. O


fato é que o conjunto de fatores, dentre eles geológicos e hidrológicos cooperaram
para ativação do movimento de massa.

O diagnóstico foi conclusivo com a investigação geotécnica que será


apresentada no capítulo 6.

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5. CONCEPÇÃO DA SOLUÇÃO

A solução definida consiste em uma junção de 3 tipos de estruturas de


contenção: muro de gabião, muro de solo reforçado e cortina atirantada inclinada.

O muro de gabião consiste em gabiões-caixa com malha hexagonal de dupla


torção preenchidas com pedra de mão arrumada.

O muro de solo reforçado constitui de reforços metálicos com malha


hexagonal de dupla torção e faceamento em gabiões caixa com a mesma malha
metálica. O preenchimento também é realizado com pedra de mão arrumada.

A cortina atirantada inclinada consiste em uma placa de concreto armado


inclinada com tirantes monobarra ancorados em solo.

A obra pode ser dividida em 4 setores com soluções distintas:

 Setor 1: muro de gabião e muro de solo reforçado;


 Setor 2: muro de gabião, muro de solo reforçado e cortina atirantada;
 Setor 3: muro de gabião.

Para a execução dessas obras serão necessárias escavações que avançam


no máximo até o acostamento da rodovia.

Uma seção tipo da solução próxima ao eixo de ruptura pode ser visualizada
na Figura 5-1. As demais seções tipo podem ser visualizadas nas pranchas.

Figura 5-1 – Seção tipo da solução adotada (setor 2).

Em linhas gerais, após a construção do acesso, inicia-se a construção da


cortina atirantada que será essencial para evitar maiores patologias da residência
lindeira durante os trabalhos de escavação e execução dos muros.

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Em seguida, inicia-se a escavação da chave granular em nichos. Ou seja,
quando atingido o fundo da escavação no nicho, inicia-se o preenchimento da
mesma (chave granular) para estabilização parcial, em seguida, a construção do
muro de contenção de forma a estabilizar o corte realizado. Essa sequencia é
repetida diversas vezes e deve seguir as indicações da sequencia construtiva nas
pranchas de projeto.

As escavações não devem ser realizadas em períodos de elevada umidade,


ou seja, em dias chuvosos e em alguns dias subsequentes pela perda abrupta de
resistência do material quando saturado.

Com os reaterros finalizados procede-se com a execução dos dispositivos


de drenagem, proteção contra erosão dos reaterros e plantio de mudas de espécies
selecionadas com fim paisagístico.

Por fim devem ser realizadas compensações dos cortes de árvores e


arbustos na região da obra com plantio de mudas na faixa de domínio O material
de sobra deve ser disposto em bota-fora específico. As patologias ocorridas em
decorrência da ruptura ocorrida ou da execução da obra causadas às propriedades
lindeiras devem ser devidamente corrigidas.

Para maiores detalhes de sobre a sequencia de execução da obra, ver o


Plano de Ataque no Capítulo 13.4 deste relatório e a sequencia construtiva nas
pranchas de projeto.

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6. ESTUDOS TOPOGRÁFICOS

6.1. Cadastramento topográfico

Os serviços de campo executados nos estudos topográficos tiveram por


objetivo avaliar as condições atuais dos terrenos dos pontos descritos
anteriormente. De modo geral, buscou-se uma caracterização do relevo existente
bem como o cadastro dos principais elementos interferentes nos acidentes
geotécnicos.

Para tais levantamentos utilizou-se como equipamento a estação total com


precisão de três casas decimais. Nos pontos com facilidade de acesso utilizou-se
o prisma reflexivo. Já nos os pontos de difícil acesso foram feitas medições com
laser.

De forma prioritária, foram cadastrados, quando existentes os seguintes


elementos:

Dispositivos de drenagem: bueiro, alas, caixa coletora, canaleta, sarjeta,


rápido meia-cana, descida d’água em degraus, acúmulo d’água, caminho d’água e
drenagens de obra de contenção.

Elementos do terreno natural: pé de talude, crista de talude, acesso local,


limites de ruptura e erosão, limites de vegetação fechada, árvores de grande porte
e regiões de matacão.

Elementos do corpo estradal: eixo da rodovia, borda da pista direita, borda


da pista esquerda, borda do acostamento direito, borda do acostamento esquerdo,
defensas metálicas, meio-fio e placas de trânsito. Além de edificações e postes da
rede de transmissão elétrica.

Estruturas de contenção: muros de gabião e cortinas atirantadas.

O cadastro topográfico ainda estendeu o levantamento do bordo da rodovia,


em todos os locais de análise para uma melhor representação do traçado existente.

6.2. Homologação dos Marcos de Referência

Para referenciar o levantamento, foram implantados 2 (dois) marcos de


referência no canteiro central da rodovia ERS-122, nos extremos da obra.

As tabelas a seguir apresentam as coordenadas topográficas dos marcos


geodésicos locados ao longo do trecho da rodovia. Além disso, foi locada a placa
indicativa de quilometragem do km 8 da rodovia. Uma vez que se conheçam as
coordenadas georreferênciadas dessa placa, é possível georreferenciar todos os
desenhos de projeto.

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Tabela 6.1 – Coordenadas topográficas arbitrárias de pontos de referência.

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7. ESTUDOS GEOLÓGICOS

De acordo com a carta geológica do Brasil ao milionésimo da Companhia de


Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), o local de projeto está classificado como
arenito da Formação Botucatú (J3K1bt) do Grupo São Bento (J3K1sb). O material
é descrito como arenito fino a grosso de coloração avermelhada, grãos bem
arredondados e com alta esferecidade, dispostos em sets e/ou cosets de
estratificações cruzadas de grande porte. O ambiente é continental desértico com
depósitos de dunas eólicas.

Na Figura 7-1 o local de projeto é situado no mapa geológico.

Figura 7-1 – Mapa Geológico do CPRM.

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8. INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA

8.1. Ensaios de campo

Foram executadas quatro sondagens a percussão que auxiliaram na


interpretação dos perfis estratigráficos, tanto nas seções transversais à pista,
quanto no perfil paralelo à pista. As localizações destes pontos podem ser
observadas na planta de topografia do projeto.

Uma seção transversal foi utilizada para a realização da retroanálise e da


análise de estabilidade próxima eixo da ruptura.

A seção transversal utilizada para a análise de estabilidade com base nas


observações de campo, no cadastro topográfico e também execução das
sondagens pode ser visualizado na Figura 8-1.

Figura 8-1 – Seção transversal mostrando provável perfil geológico/geotécnico.

Os quatro boletins de sondagem podem ser visualizados no Anexo A.

8.2. Ensaios de laboratório

A campanha de ensaios de laboratório tem por finalidade: a caracterização


do solo em que a ruptura ocorreu e a caracterização de possível solo de jazida para
uso em reaterro.

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8.2.1. Caracterização do solo rompido

Foi realizada a retirada de dois blocos indeformados nos taludes verticais


pós-ruptura, ou seja, a amostragem foi realizada em solo intacto.

Os ensaios foram determinados com foco na obtenção da resistência ao


cisalhamento, permeabilidade e sucção do solo em que a ruptura ocorreu. Os
ensaios consistem em:
 Ensaio de cisalhamento direto lento na umidade natural para três tensões
normais (50, 100 e 200 kPa);
 Ensaio de cisalhamento direto lento inundado/saturado para três tensões
normais (50, 100 e 200 kPa);
 Determinação da umidade e densidade natural;
 Determinação do peso específico real dos grãos;
 Determinação do coeficiente de permeabilidade a carga variável;
 Análise granulométrica com peneiramento e sedimentação (com
defloculante);
 Análise granulométrica com peneiramento e sedimentação (sem
defloculante);
 Determinação da capacidade de retenção de água (sucção com 3
umidades diferentes).

Os ensaios podem ser visualizados no Anexo B.

8.2.2. Caracterização de possível material de jazida

Foi realizada a retirada de amostras deformadas de solo de jazida da RS-


122 km 8, próxima à obra.

Os ensaios foram determinados com foco na obtenção da curva de


compactação para definição da umidade ótima e resistência ao cisalhamento da
amostra compactada em cilindro de ensaio de CBR. Os ensaios consistem em:
 Ensaio de compactação (energia Proctor normal);
 Determinação do limite de liquidez e de plasticidade;
 Teor de umidade natural;
 Ensaio de cisalhamento direto lento inundado/saturado para três tensões
normais (50, 100 e 200 kPa) com a amostra moldada no cilindro de CBR.

Os ensaios podem ser visualizados no Anexo C.

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8.2.1. Representatividade dos ensaios de laboratório

Salienta-se que as retroanálises possuem representatividade superior aos


ensaios de laboratório realizados, pelo menos em termos de resistência ao
cisalhamento.

Ensaios de laboratório fornecem valores pontuais de amostras pequenas em


comparação com a escala real do problema, estando assim propícios a demonstrar
características singulares da região de onde foi retirada a amostra, que podem não
representar toda a massa de solo. Os ensaios de cisalhamento direto, ainda são
caracterizados por cisalharem a amostra em uma seção pré-definida, que, não
necessariamente, apresenta os menores parâmetros de resistência.

Por outro lado, as retronálises representam o problema em escala real,


ignorando singularidades geológicas, pedológicas e geotécnicas. Os cálculos são
realizados por métodos rigorosos de equilíbrio limite, e, além disso, é possível a
realização de análises paramétricas com alteração das condições de saturação,
por exemplo.

Logo, os parâmetros obtidos pelas retroanálises foram considerados como


representativos para este projeto.

8.2.1. Comentários sobre a análise granulométrica

Para a amostra indeformada, foram realizadas análises granulométricas com


peneiramento e sedimentação com e sem uso de defloculante. Ou seja, com e sem
a desagregação da macroestrutura proveniente da cimentação das partículas finas.
Assim, os ensaios apresentaram curvas distintas principalmente na região de
argilas e siltes, fato relacionado com a existência de grumos de partículas finas que
são desagregados quando utilizado defloculante e permanecem intactos quando
utilizada água. Logo, muitos dos grãos classificados como “areias” são, em
verdade, grumos de argila/silte e não de quartzo no caso em que o defloculante
não é utilizado.

A comparação das curvas pode ser visualizada na Figura 8-2.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

23
Figura 8-2 – Comparação da curva granulométrica com e sem uso de defloculante.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

24
9. ESTUDOS HIDROLÓGICOS E HIDRÁULICOS

9.1. Estudos hidrológicos

A equação de chuvas utilizada para o dimensionamento foi proposta por


Bemfica et al (2000) com base em dados do posto pluviográfico Aeroporto, em
Porto Alegre e está apresentada a seguir.

826,806 ∙ 𝑇𝑟 0,143
𝑖𝑚á𝑥 =
(𝑡𝑑 + 13,326)0,793

Onde:

𝑖𝑚á𝑥 : Intensidade média máxima da chuva (em mm/h);

Tr: Período de retorno (em anos);

td: Duração da chuva (em minutos).

A solução escolhida para realizar a drenagem da região envolve uma


combinação entre sarjeta e bueiro, sendo que cada um dos elementos recebe uma
contribuição diferente e tem variações na metodologia de dimensionamento.

9.1.1. Características das Bacias de Contribuição

Para delimitação das bacias de contribuição, foram utilizadas imagens de


satélite provenientes do Google Earth e dados relativos ao relevo obtidos no site do
projeto TOPODATA, do INPE. A divisão entre as bacias foi feita com base em uma
estimativa do sentido do escoamento superficial, buscando manter dentro de uma
mesma área uma uniformidade no uso do solo.

Para a definição dos coeficientes de escoamento superficial ou run-off, C,


foram avaliadas as características das áreas em questão com relação às suas
permeabilidades e à cobertura do solo. Os valores em que se baseou a definição
foram propostos pelo Manual de Drenagem de Rodovias do DNIT (2006) e o
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem do DNIT (2005).

A delimitação das bacias hidrográficas, com seus respectivos coeficientes de


escoamento superficial C, está apresentada na figura a seguir.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

25
Figura 9-1 – Áreas contribuintes e coeficientes de Run-off

9.1.2. Tempo de Recorrência (Tr)

O Tempo de Recorrência, ou Tempo de Retorno, ou ainda Período de


Retorno, é o intervalo de tempo médio estimado para que uma determinada
precipitação seja igualada ou excedida. É fixado em função do grau de segurança
desejado para a obra.
A instrução de serviço IS-203 – Estudos Hidrológicos das Diretrizes Básicas
para Elaboração de Estudos e Projetos Rodoviários do DNIT (2006) recomenda o
dimensionamento de bueiros tubulares para condições críticas de escoamento,
dimensionando-o como canal e verificando-o como orifício. Dessa forma, o tempo
de recorrência (Tr) para o dimensionamento de canal é de 15 anos e para a
verificação como orifício, usa-se Tr de 25 anos.

Dispositivos de drenagem superficial devem ser dimensionados com um


tempo de recorrência entre 5 e 10 anos.

9.1.3. Tempo de concentração (Tc)

O tempo de concentração (Tc) é o tempo que uma gota teórica de uma


precipitação leva para percorrer a distância entre o ponto mais afastado até a saída
da bacia (exutório). Para este estudo, o tempo de concentração foi obtido a partir
da equação de Kirpich modificada:
0,385
𝐿3
𝑇𝑐 = 1,42 ( )
𝛥𝐻

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

26
Onde:

TC: Tempo de concentração (em horas);

L: Comprimento de talvegue (em quilômetros);

𝛥H: Diferença de cotas entre o início e o fim do talvegue (em metros)


O tempo de concentração mínimo estabelecido para bueiros é 10 minutos e
para drenagem superficial é de 5 minutos.

9.1.4. Vazão de Dimensionamento

Com as informações sobre intensidade da chuva e área de contribuição


obtidas nos itens 9 e 9.1.1 é possível calcular a vazão de projeto.

Bacias consideradas pequenas, com menos de 4 km², têm sua vazão de


projeto determinada através do Método Racional, aplicando-se a seguinte fórmula:

𝐶∙𝑖∙𝐴
𝑄=
3,6

Onde:

Q = Vazão (em m3/s);

C = Coeficiente de escoamento superficial ou run-off


(adimensional);

i= Intensidade média de precipitação (em mm/h);

A = Área da bacia de contribuição (em km2).

9.2. Dimensionamento Hidráulico


Tomou-se a decisão de substituir todos dispositivos de drenagem
compreendidos na região da obra, pois os dispositivos que atualmente existem ou
são insuficientes ou sofreram degradações físicas.

O dimensionamento dos dispositivos de drenagem segue as recomendações


do Manual de Drenagem de Rodovias do DNIT (2006).

As bacias de contribuição consideradas para cada dispositivo de drenagem


foram caracterizadas por uma soma de suas áreas e uma média ponderada de
seus coeficientes de Run-off, C.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

27
9.2.1. Valetas e sarjetas

A sarjeta que acompanha a borda da pista tem uma extensão de 152m,


terminando em uma caixa coletora que faz a transferência do fluxo para o bueiro.
Para essa sarjeta, as áreas contribuintes consideradas para o dimensionamento
foram as áreas A1 e A2.

A valeta no topo do talude recebe somente águas da região de A1 que está


acima desta, mas para fins de dimensionamento, e sendo a favor da segurança,
considerou-se que toda a área A1 é contribuinte.

A sarjeta que se localiza logo ao pé do talude projetado deve receber


contribuição somente da região compreendida entre esta e a valeta do alto,
chamada de A7.

O cálculo da vazão de dimensionamento pelo método racional está explicitado


na tabela a seguir
Tabela 9.1 – Vazão de dimensionamento para drenagem superficial

VAZÃO DE DIMENSIONAMENTO
BACIA DE CONTRIBUIÇÃO

I Q
POSIÇÃO DO DISPOSITIVO

COEF. RUN-OFF - C
MÉTODO DE CÁLCULO

A L ΔH tc
TR=10 TR=10

(km 2) (km ) (m ) (m in) (m m /h) (adm ) (m 3/s)


Borda da RACIONAL
A1+A2 0,023 0,4 5,0 18,14 74,58 0,72 0,35
pista (A < 4Km²)
Topo do RACIONAL
A1 0,016 0,2 8,0 6,90 105,87 0,60 0,28
talude (A < 4Km²)
RACIONAL
Pé do talude A7 0,001 0,2 8,0 6,90 105,87 0,60 0,01
(A < 4Km²)

A capacidade de vazão das sarjetas e valetas é obtida a partir da associação


das equações de Manning e da Continuidade.

𝑄 =𝑣∙𝐴 (equação da continuidade)

2 1
1
𝑣 = 𝑛 ∙ 𝑅𝐻 3 ∙ 𝐼 2 (equação de Manning)

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

28
Sendo:

𝐴
𝑅𝐻 =
𝑃

Onde:

Q = vazão do dispositivo (em m³/s);

v= velocidade de escoamento (em m/s);

A = área da seção molhada (em m²);

P = perímetro da seção molhada (em metros);

RH = raio hidráulico da seção molhada (em metros);

I= declividade de assentamento do dispositivo (em m/m);

n= coeficiente de rugosidade de Manning (adimensional).

O coeficiente de rugosidade de Manning (n) é conhecido e dado pelo material


construtivo. Usualmente, dispositivos de drenagem são executados em concreto,
resultando em um coeficiente de rugosidade de Manning igual a 0,015.

A declividade (I) e o comprimento (L) são conhecidos em função da topografia


do local.

Para que o dispositivo de drenagem superficial seja hidraulicamente suficiente


é necessário atender à vazão para o tempo de recorrência estabelecido. A
velocidade de escoamento ainda deve obedecer aos limites estabelecidos pelo
DNIT: mínima de 0,8 para evitar que partículas em suspensão sedimentem e
máxima de 4,5 m/s para evitar a erosão do concreto.

O dimensionamento dos dispositivos, seguindo a metodologia apresentada


anteriormente, está explicitado nas tabelas a seguir

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

29
Tabela 9.2 – Dimensionamento dos dispositivos

CARACTERÍSTICAS DO DISPOSITIVO

POSIÇÃO DO DISPOSITIVO

CÓDIGO (PADRÃO DNIT

COEF. RUGOSIDADE
TIPO DE DISPOSITIVO

DECLIVIDADE

DE MANNING - n
OU ADAPTADO)

EXTENSÃO

ALTURA
TALUDES

BASE
COTA DO
LATERAIS
GREIDE
(1:H)

(m ) MONT. JUS. (m /m ) (m ) (m ) ESQ. DIR.


Borda da
Sarjeta STC 02 152,43 103,56 100,21 0,02 0,00 0,30 1,00 2,3 0,015
pista
Topo do
Valeta VPA 04 152,43 103,56 100,21 0,02 0,60 0,30 1,00 1,0 0,015
talude

Pé do talude Sarjeta SZC 02 152,43 103,56 100,21 0,02 0,20 0,20 1,00 1,0 0,015

DIMENSIONAMENTO - CANAL VERIFICAÇÃO VELOCIDADE


POSIÇÃO DO DISPOSITIVO

ALTURA DE PROJETO

VELOCIDADE SEÇÃO

VELOCIDADE SEÇÃO
(QTR=10/ VAZÃO CANAL
QTR=10/ VAZÃO CANAL

SEÇÃO PARCIAL
LÂMINA D'ÁGUA

SEÇÃO PARCIAL) =1
VAZÃO CANAL

VAZÃO CANAL

ÁREA SEÇÃO
VERIFICAÇÃO

VERIFICAÇÃO
PARCIAL

PARCIAL
FOLGA

PLENA
PERÍM.

PERÍM.
ÁREA

RH

RH
(m ) (m ) (m ²) (m ) (m ) m /s (m ³/s) (m ) (m ³/s) (m ²) (m ) (m ) m /s
Borda da
0,00 0,30 0,15 1,19 0,13 2,48 0,37 0,93 SUFICIENTE 0,2923 0,3483 1,00 0,1424 1,16 0,12 2,44 SUFICIENTE
pista
Topo do
0,13 0,17 0,13 1,08 0,12 2,41 0,32 0,87 SUFICIENTE 0,1572 0,2763 1,00 0,1190 1,04 0,11 2,32 SUFICIENTE
talude
Pé do
0,00 0,20 0,08 0,77 0,10 2,19 0,18 0,05 SUFICIENTE 0,0401 0,0093 1,00 0,0096 0,31 0,03 0,96 SUFICIENTE
talude

9.2.2. Bueiros

O bueiro projetado é composto por três trechos, com diferentes áreas de


contribuição.

O trecho 1 recebe águas provenientes da sarjeta na borda da pista, portanto


somente das áreas A1 e A2. O trecho 2 recebe ainda a contribuição da rua
transversal à rodovia, logo das áreas A3, A5 e A6 também. O trecho 3, por fim,
acrescenta a área A4 à sua bacia de contribuição.

A tabela que segue apresenta o cálculo da vazão de dimensionamento


utilizando o método racional, para períodos de retorno de 15 e 25 anos.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

30
Tabela 9.3 – Vazões de dimensionamento do bueiro

RUGOSIDADE

CONTRIBUINTES
BACIA DE CONTRIBUIÇÃO REGIME CRÍTICO

SEÇÃO
TRECHO
MÉTODO DE CÁLCULO - RACIONAL (A < 4Km ²)

ÁREAS
L I
TIPO I Q Qc Vc Ic VERIFICAÇÃO
A L ΔH tc
TR=25 TR=15 C TR=25 TR=15
Ø (m ) m n (%) (km 2) (km ) (m ) (m in) (m m /h) (m m /h) (m 3/s) (m 3/s) (m ³/s) (m /s) (%)
SUFICIENTE -
1 BSTC 0,8 37 0,015 2 A1+A2 0,023 0,45 5,0 18,14 85,03 79,04 0,72 0,397 0,369 0,88 2,29 0,80 REGIME
SUPERCRÍTICO
SUFICIENTE -
A1+A2+A3+
2 BSTC 0,8 37 0,015 2 0,047 0,43 26,0 10,00 107,80 100,20 0,63 0,888 0,826 0,88 2,29 0,80 REGIME
A5+A6 SUPERCRÍTICO

SUFICIENTE -
A1+A2+A3+
3 BSTC 0,8 49 0,015 4 0,048 0,47 28,0 10,00 107,80 100,20 0,64 0,915 0,851 0,88 2,29 0,80 REGIME
A4+A5+A6 SUPERCRÍTICO

As tabelas a seguir apresentam todo o dimensionamento e verificação do


bueiro, como canal para uma vazão de projeto com período de retorno (Tr) de 15
anos e como orifício para um período de retorno de 25 anos.

Tabela 9.4 – Dimensionamento do bueiro

DIMENSIONAMENTO - CANAL
SEÇÃO PLENA SEÇÃO PARCIAL
TRECHO

Q15/QPL

RH PA
RHPL

V/VPL

QPA
QPL

APA

PPA
APL

VPA
PPL

VPL

d/D θ d
KV KQ VERIFICAÇÃO

(m ²) (m ) (m ) m /s (m ³/s) (rad) (m ²) (m ) (m ) m /s (m ) (m ³/s)


V seção parcial e d/D
1 0,50 2,51 0,20 3,22 1,62 0,23 0,81 0,33 2,43 0,14 0,972 0,146 2,62 0,26 0,37 0,32 0,07
dentro dos limites
V seção parcial e d/D
2 0,50 2,51 0,20 3,22 1,62 0,51 1,00 0,51 3,16 0,25 1,265 0,201 3,24 0,40 0,82 0,40 0,16
dentro dos limites
V seção parcial e d/D
3 0,50 2,51 0,20 3,22 1,62 0,51 1,00 0,51 3,16 0,25 1,265 0,201 3,24 0,40 0,82 0,40 0,16
dentro dos limites

VERIFICAÇÃO - ORIFÍCIO COTA DE ALAGAMENTO


ALTURA MÁXIMA
ADMISSÍVEL À
MONTANTE

VERIFICAÇÃO
Q25/QOR
QOR
VOR

HW

TRECHO L/D
C X VERIFICAÇÃO

m m /s m ³/s m m
NÃO TRABALHA
1 46,25 0,65 0,09 0,79 0,40 1,00 1,7 0,48 OK!
COMO ORIFÍCIO
NÃO TRABALHA
2 46,25 0,65 0,60 1,99 1,00 0,89 1,7 0,88 OK!
COMO ORIFÍCIO
NÃO TRABALHA
3 61,25 0,62 0,55 1,82 0,92 1,00 1,7 0,84 OK!
COMO ORIFÍCIO

A verificação conclui que o bueiro de diâmetro 80cm é hidraulicamente


suficiente.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

31
9.2.3. Descidas d’água

O Manual de Drenagem de Rodovias do DNIT (2006) recomenda


dimensionar descidas d’água através da expressão empírica seguinte.

𝑄 = 2,07 ∙ 𝐿0,9 ∙ 𝐻1,6

Onde:

Q = Descarga máxima conduzida pela descida d’água (em m³/s);

L = Largura da descida d’água (em m);

H = Altura média das paredes laterais da descida (em m).

A tabela a seguir apresenta as verificações das descidas, como canal para


uma vazão de projeto com período de retorno (Tr) de 10 anos. Nota-se que Q>Qtr=10
para todos os casos.
Tabela 9.5 – Verificação das descidas em degrau.

Bacia de Qtr=10 Decliv. L H Q


contribuição (m ³/s) (V:H) (m ) (m ) (m ³/s)
A1 0.276 1:1.5 0.6 0.44 0.351
A1 0.276 1:2.5 0.8 0.41 0.407
A1 0.276 1.5:1 0.6 0.66 0.672
A1 0.276 1.125:1 0.6 0.53 0.468

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

32
10. DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO

O dimensionamento geotécnico inicia com a retroanálise e posteriormente


realiza-se as análises de estabilidade com base nos parâmetros obtidos a partir da
representação do modelo da ruptura.

10.1. Retroanálise de estabilidade

As hipóteses tomadas para as retroanálises foram:

a) A geometria original da seção de retroanálise pode ser aproximada a


partir das seções não atingidas pela ruptura;

b) A superfície de ruptura tem posição aproximadamente conhecida;

c) O nível freático encontrado durante a realização das sondagens não


representa de forma satisfatória as frentes de saturação na superfície do
terreno;

d) A razão de poropressão (ru) representa de forma satisfatória as frentes


de saturação superficiais;

Com estas hipóteses, criou-se os modelos computacionais, através do


software Slope/W da GeoStudio, para encontrar a superfície de ruptura compatível
com aquela encontrada em campo. Os cálculos reduzem-se a equações iterativas
de equilíbrio limite. Nesta ocasião, foi escolhido o método rigoroso de cálculo de
Morgestern-Price que é fundamentado no equilíbrio de forças e momentos.

A representação gráfica do modelo pode ser observada na Figura 10-1.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

33
Factor of Saf ety
≤ 0,900 - 0,950
0,950 - 1,000
1,000 - 1,050
1,050 - 1,100
1,100 - 1,150
1,150 - 1,200
1,200 - 1,250
130
1,250 - 1,300
1,300 - 1,350
1,350 - 1,400
1,400 - 1,450
1,450 - 1,500
1,500 - 1,550
1,550 - 1,600
1,600 - 1,650
1,650 - 1,700
0,990 1,700 - 1,750
1,750 - 1,800
120 1,800 - 1,850
≥ 1,850

Solo mais poroso sat.

Name: Solo mais poroso nat.


Unit Weight: 17 kN/m³
110
Cohesion': 16 kPa
Phi': 30 °
Ru: 0,1

Name: Solo menos poroso


Unit Weight: 18 kN/m³
Cohesion': 25 kPa
Phi': 32 ° Solo menos poroso
Ru: 0,1
100
Solo mais poroso nat.
Name: Solo mais poroso sat.
Unit Weight: 17 kN/m³
Cohesion': 14 kPa
Phi': 30 °
Ru: 0,1
Rocha
Name: Rocha
Ru: 0,1
90
-30 -25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 30 35

Figura 10-1 – Retroanálise após ruptura no km 7+600.

As retroanálises foram realizadas para variações de ru de 0 a 0,2. Uma vez


que não existe uma única combinação de parâmetros de resistência e ru que
resultem em FS=1, adotou-se o par de parâmetros de resistência para ru=0,1, e foi
mantida a coerência nas demais análises.

As retroanálises para o solo mais poroso rompido levaram à obtenção de


ângulo de atrito de 30° e coesão aparente de 14 kPa para ruptura circular com
ru=0,1.

O solo mais poroso intacto foi retroanalisado considerando a coesão


aparente limite para que a ruptura não ocorra nesta região. Foram obtidos para
este solo um ângulo de atrito de 30° e coesão aparente de 16 kPa para ruptura
circular com ru=0,1.

Os demais parâmetros foram estimados com base na experiência da


projetista com materiais locais e trabalhos da literatura.

A Tabela 10.1 apresenta os parâmetros geotécnicos utilizados na


retroanálise.
PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

34
Tabela 10.1 – Parâmetros geotécnicos obtidos através de retroanálise (ru=0,1).
Camada γ (kN/m³) c (kPa) ϕ (°)
Solo mais poroso sat. 17 14 30
Solo mais poroso nat. 17 16 30
Solo menos poroso 18 25 32
Pavimento 18 5 40

10.2. Fatores de Segurança

As análises de estabilidade buscam avaliar a competência da solução em


etapa final de construção, de forma a obter fatores de segurança para uma obra
permanente do ponto de vista normativo e também avaliar a segurança de etapas
construtivas, ou seja, fases temporárias, que permitem a realização da obra com
maior segurança.

Para a estrutura concebida é necessário que sejam realizadas análises de


estabilidade global, interna, ao tombamento, ao deslizamento e verificação da
pressão na fundação, atribuindo um fator de segurança global normativo.

Para a estabilidade global os valores são diferentes de acordo com os níveis


de segurança desejados contra danos ambientais e materiais e contra perdas de
vidas humanas.

A Tabela 10.2 apresenta uma relação entre o FS e os níveis de segurança


necessários para a obra, de acordo com a recomendação da NBR 11.682/2009.
Tabela 10.2 – Fatores de segurança desejados de acordo com os níveis de segurança
requeridos pelo local.
Nível de Segurança contra Nível de segurança contra perdas de vidas humanas
danos materiais e Alto Médio Baixo
ambientais
Alto 1,5 1,5 1,4
Médio 1,5 1,4 1,3
Baixo 1,4 1,3 1,2

No setor 2, de acordo com os critérios relatados pela norma NBR


11.682/2009, a obra pode ser considerada como um local onde o nível de
segurança com respeito à perda de vidas humanas é alto devido à residência
próxima à ruptura ser utilizada diariamente por moradores. Outro fator seria o risco
de acidentes na rodovia de alto tráfego se ocorressem mais rupturas, no entanto,
estatisticamente, esses acidentes costumam apenas bloquear temporariamente a
rodovia. Também se considerou que os danos materiais associados aos
movimentos requerem nível de segurança médio, pois a residência pode ser
considerada como um bem material de valor moderado. Quanto à rodovia,
considerou-se que a mesma dificilmente sofreria com danos materiais em caso de
novas rupturas, com exceção de danos que poderiam ser causados no sistema de

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

35
drenagem. Assim, afora a dispersão de solo no terreno e o aumento de turbidez em
córregos locais, não se cogita maiores impactos ambientais.

No setores 1 e 3, de acordo com os critérios relatados pela norma NBR


11.682/2009, a obra pode ser considerada como um local onde o nível de
segurança com respeito à perda de vidas humanas é médio, pois nas propriedades
lindeiras há movimentação restrita de pessoas, diferentemente do caso de setor 2
com moradia permanente. Além disso, essas propriedades estão mais afastadas
do eixo de ruptura, na região em que o talude é mais alto. Outro fator seria o risco
de acidentes na rodovia de alto tráfego se ocorressem mais rupturas, no entanto,
estatisticamente, esses acidentes costumam apenas bloquear temporariamente a
rodovia. Quanto aos danos materiais e ambientais foi feita a mesma consideração
do setor 2.

Considerando o cruzamento de critérios, o fator de segurança mínimo para


considerar o talude estável seria de 1,5 quanto à estabilidade global e interna para
o setor 2 e de 1,4 para os setores 1 e 3.

As demais análises são as de estabilidade interna, ao tombamento, ao


deslizamento e verificação da pressão na fundação. Os fatores de segurança
mínimos exigidos para o cálculo como muro de contenção segundo a NBR
11.682/2009 são:

FS tombamento > 2,0;

FS deslizamento > 1,5;

FS pressões na fundação > 3,0.

No setor 2, na região da cortina atirantada inclinada definiu-se um fator de


segurança mínimo de 1,5 após a protensão com base nas recomendações da NBR
5.629/2006.

10.3. Sobrecargas

A NBR 11.682/2009 define critérios específicos acerca de sobrecargas a


serem consideradas nas análises de estabilidade. A mesma define uma sobrecarga
distribuída de 20 kPa em todos os casos, mas permite liberdade considerações
diferentes desde que justificados.

Portanto, a sobrecarga distribuída considerada nas análises de estabilidade


foi de 20 kPa, com exceção da região da residência. A sobrecarga da residência foi
estimada em 35 kPa considerando o caso crítico fundações superficiais.

10.4. Análise de estabilidade da escavação

Uma vez obtidos os parâmetros de resistência e idealizada a concepção da


solução, verifica-se que é necessário que as escavações da obra estejam estáveis
provisoriamente. A garantia desta estabilidade tem muitas variáveis e depende das
condições de campo. Definiu-se uma escavação que varia de 2:1 (V:H) a 1,5:1 (V:H)
PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

36
na região do pé do talude de forma a permitir a retirada do solo colapsado que ficou
depositado no pé do talude.

O corte com inclinação 2:1 será realizado nos setores 1 e 2. Já o corte com
inclinação 1,5:1 será realizado no setor 3 em função do tipo de solução com muro
de gabião necessitar de maior espaço para o reaterro de solo, diferentemente do
caso de solo reforçado.

O resultado da análise de estabilidade para a situação de corte crítica pode


ser observado na Figura 10-2, Figura 10-3 e Figura 10-4.

Factor of Safety

≤ 0,900 - 0,950
0,950 - 1,000
1,000 - 1,050
1,050 - 1,100
1,100 - 1,150
1,150 - 1,200
1,200 - 1,250
1,250 - 1,300
1,300 - 1,350
130
1,350 - 1,400
1,400 - 1,450
1,450 - 1,500
1,500 - 1,550
1,550 - 1,600
1,600 - 1,650
1,117 1,650 - 1,700
1,700 - 1,750
1,750 - 1,800
1,800 - 1,850
120 ≥ 1,850

Nam e: Solo m ais poroso


Unit Weight: 17 kN/m ³
Cohes ion': 16 kPa
110
Phi': 30 °
Ru: 0

Nam e: Solo m enos poros o Solo mais poroso


Unit Weight: 18 kN/m ³
Cohes ion': 25 kPa
Phi': 32 °
Ru: 0
Pavimento
100
Nam e: Rocha
Ru: 0
Solo menos poroso

Nam e: Pavim ento


Unit Weight: 18 kN/m ³
Cohes ion': 5 kPa Rocha
Phi': 40 °
Ru: 0
90
-30 -25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 30 35

Figura 10-2 – Análise da escavação na seção crítica (ru=0).

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

37
Factor of Safety

≤ 0,900 - 0,950
0,950 - 1,000
1,000 - 1,050
1,050 - 1,100
1,100 - 1,150
1,150 - 1,200
1,200 - 1,250
1,250 - 1,300
1,300 - 1,350
130
1,350 - 1,400
1,400 - 1,450
1,450 - 1,500
1,500 - 1,550
1,550 - 1,600
1,600 - 1,650
1,057 1,650 - 1,700
1,700 - 1,750
1,750 - 1,800
1,800 - 1,850
120 ≥ 1,850

Nam e: Solo m ais poroso


Unit Weight: 17 kN/m ³
Cohes ion': 16 kPa
110
Phi': 30 °
Ru: 0,05

Nam e: Solo m enos poros o Solo mais poroso


Unit Weight: 18 kN/m ³
Cohes ion': 25 kPa
Phi': 32 °
Ru: 0,05
Pavimento
100
Nam e: Rocha
Ru: 0,05
Solo menos poroso

Nam e: Pavim ento


Unit Weight: 18 kN/m ³
Cohes ion': 5 kPa Rocha
Phi': 40 °
Ru: 0,05
90
-30 -25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 30 35

Figura 10-3 – Análise da escavação na seção crítica (ru=0,05).

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38
Factor of Safety

≤ 0,900 - 0,950
0,950 - 1,000
1,000 - 1,050
1,050 - 1,100
1,100 - 1,150
1,150 - 1,200
1,200 - 1,250
1,250 - 1,300
1,300 - 1,350
130
1,350 - 1,400
1,400 - 1,450
1,450 - 1,500
1,500 - 1,550
1,550 - 1,600
1,600 - 1,650
0,996 1,650 - 1,700
1,700 - 1,750
1,750 - 1,800
1,800 - 1,850
120 ≥ 1,850

Nam e: Solo m ais poroso


Unit Weight: 17 kN/m ³
Cohes ion': 16 kPa
110
Phi': 30 °
Ru: 0,1

Nam e: Solo m enos poros o Solo mais poroso


Unit Weight: 18 kN/m ³
Cohes ion': 25 kPa
Phi': 32 °
Ru: 0,1
Pavimento
100
Nam e: Rocha
Ru: 0,1
Solo menos poroso

Nam e: Pavim ento


Unit Weight: 18 kN/m ³
Cohes ion': 5 kPa Rocha
Phi': 40 °
Ru: 0,1
90
-30 -25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 30 35

Figura 10-4 – Análise da escavação na seção crítica (ru=0,1).

As análises demonstraram a variação sensível do fator de segurança com o


aumento da poropressão. Portanto, neste caso, sugere-se que as escavações não
ultrapassem taludes 2:1 (V:H) em períodos de clima seco, não chuvosos.

Também, como as escavações serão realizadas em nichos, será atuante o


efeito de arqueamento, que permite permanecer com cortes mais íngremes, no
entanto em situação provisória.

É importante observar que anteriormente às escavações será construída a


cortina atirantada inclinada na parte superior do talude, protegendo a residência de
deslocamentos que porventura possam ocorrer nas etapas de escavação.

10.5. Análise de estabilidade do Setor 1

As análises de estabilidade do setor 1 foram realizadas através do programa


computacional Macstars 2000 da empresa Maccaferri. Nas análises não se conta

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39
com o empuxo passivo na frente do muro promovido pelo reaterro. Os parâmetros
utilizados na análise estão apresentados na Tabela 10.3.
Tabela 10.3 – Parâmetros geotécnicos adotados.
Camada γ (kN/m³) c (kPa) ϕ (°) ru
Solo mais poroso 17 16 30 0,1
Solo menos poroso 18 25 32 0,1
Pavimento 18 10 40 0,1
Gabião 20 12,5 45 0
Rachão 19 0 45 0
Reaterro 17 4 32 0,05

Os resultados das análises críticas para a geometria do muro de contenção


definido são apresentados a seguir.

a) Estabilidade global

Verificação da estabilidade Global:

Força atuante nos Reforços de acordo com o Método Rígido

Análise de estabilidade com superfícies circulares de acordo com o Método de

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40
Bishop

Fator de Segurança Calculado : 1.638

Limites de busca para as superfícies de ruptura

Limite inicial, abscissas [m] Limite final, abscissas [m]

Primeiro ponto Segundo ponto Primeiro ponto Segundo ponto

10.00 35.00 -10.00 5.00

Número de pontos de início no primeiro segmento : 200

Número total de superfícies verificadas : 2000

Comprimento mínimo da base das lamelas [m] : 1.00

Ângulo limite superior para a busca [°] : 0.00

Ângulo limite inferior para a busca [°] : 0.00

Bloco : GABIÃO 1

Maccaferri - Gabiões H=0.50 - G - 8x10 - 2,7 - largura 3.50

Relação: Carga de Tração/Resistência a Tração

Y [m] FMáx

0.00 0.693

0.50 0.693

Bloco : GABIÃO 2

Maccaferri - Gabiões H=1.00 - G - 8x10 - 2,7 - largura 3.00

Relação: Carga de Tração/Resistência a Tração

Y [m] FMáx

0.00 0.693

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

41
b) Estabilidade interna

Estabilidade Interna:

Força atuante nos Reforços de acordo com o Método Rígido

Análise de estabilidade com superfícies circulares de acordo com o Método de


Janbu

Fator de Segurança Calculado : 1.401

Limites de busca para as superfícies de ruptura

Bloco Limite inicial, abscissas [m]

GABIÃO 2 Primeiro ponto Segundo ponto

5.00 15.00

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42
Número de pontos de início no primeiro segmento : 1

Número total de superfícies verificadas : 500

Comprimento mínimo da base das lamelas [m] : 1.00

Ângulo limite superior para a busca [°] : 0.00

Ângulo limite inferior para a busca [°] : 0.00

Bloco : TERRA1

SISTEMA DE SOLO REFORÇADO - P - 8x10 - 2,7 - 0.50

Relação: Carga de Tração/Resistência a Tração

Y [m] FMáx

0.00 0.768

0.50 0.768

c) Verificação como muro de contenção

A máxima pressão disponível na fundação foi calculada a partir da Teoria de


Terzagui, em que a capacidade de carga última da fundação (q ult) é regida pela
equação:

𝐵
𝑞𝑢𝑙𝑡 = 𝑐 ∙ 𝑁𝑐 + 𝛾 ∙ 𝐷 ∙ 𝑁𝑞 + 𝛾 ∙ ∙ 𝑁𝛾
2
Adotou-se γ=17kN/m³, ϕ=30, c=16kPa, B=4,0m, D=0. Os fatores de
capacidade de carga calculados valem Nc=30,14, Nq=18,40 e Nγ=22,40.

Assim, qult=1243kPa, e de acordo com a NBR 6122/2010, a capacidade de


carga admissível qadm=qult/3. Logo qadm=414kPa.

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43
Verificação como muro a gravidade :

Bloco Considerado : GABIÃO 1

Pressão disponível na Fundação [kN/m²] : 1240.00

Força Horizontal Máx [kN/m] : 151.71

Fator de Segurança contra o Deslizamento : 4.175

Momento Máx. de tombamento [kN*m/m] : 663.28

Fator de segurança contra o tombamento : 2.860

Pressão Máx. na fundação [kN/m²] : 180.94

Fator de seg. da capacidade de sup. do solo de apoio : 6.853

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44
d) Verificação contra o deslizamento

Verificação contra o deslizamento dos Blocos:

Bloco analisado : TERRA1

Parâmetros de interação do solo na base do bloco

Ângulo de atrito[°] : 23.60 Coesão [kN/m²] : 0.00

Força Horizontal Máx. [kN/m] : 81.27

Fator de Segurança : 2.258

10.6. Análise de estabilidade do Setor 2

As análises de estabilidade do setor 2 foram realizadas através do programa


computacional Macstars 2000 da empresa Maccaferri. Nas análises não se conta
com o empuxo passivo na frente do muro promovido pelo reaterro. Os parâmetros
utilizados na análise estão apresentados na Tabela 10.4.

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45
Tabela 10.4 – Parâmetros geotécnicos adotados.
Camada γ (kN/m³) c (kPa) ϕ (°) ru
Solo mais poroso 17 16 30 0,1
Solo menos poroso 18 25 32 0,1
Pavimento 18 10 40 0,1
Gabião 20 12,5 45 0
Rachão 19 0 45 0
Reaterro 17 4 32 0,05

Os resultados das análises críticas para a geometria do muro de contenção


definido são apresentados a seguir.

10.6.1. Análise do muro de contenção

a) Estabilidade global

Verificação da estabilidade Global:

Força atuante nos Reforços de acordo com o Método Rígido

Análise de estabilidade com superfícies circulares de acordo com o Método de

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Bishop

Fator de Segurança Calculado : 1.684

Limites de busca para as superfícies de ruptura

Limite inicial, abscissas [m] Limite final, abscissas [m]

Primeiro ponto Segundo ponto Primeiro ponto Segundo ponto

17.00 35.00 -10.00 5.00

Número de pontos de início no primeiro segmento : 200

Número total de superfícies verificadas : 2000

Comprimento mínimo da base das lamelas [m] : 1.00

Ângulo limite superior para a busca [°] : 0.00

Ângulo limite inferior para a busca [°] : 0.00

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b) Estabilidade interna

Estabilidade Interna:

Força atuante nos Reforços de acordo com o Método Rígido

Análise de estabilidade com superfícies circulares de acordo com o Método de


Janbu

Fator de Segurança Calculado : 1.534

Limites de busca para as superfícies de ruptura

Bloco Limite inicial, abscissas [m]

GABIÃO1 Primeiro ponto Segundo ponto

7.00 18.00

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48
Número de pontos de início no primeiro segmento : 1

Número total de superfícies verificadas : 1000

Comprimento mínimo da base das lamelas [m] : 1.00

Ângulo limite superior para a busca [°] : 0.00

Ângulo limite inferior para a busca [°] : 0.00

Bloco : GABIÃO1

Maccaferri - Gabiões H=0.50 - G - 8x10 - 2,7 - largura 5.50

Relação: Carga de Tração/Resistência a Tração

Y [m] FMáx

0.50 0.693

1.00 0.693

1.50 0.693

c) Verificação como muro de contenção

A máxima pressão disponível na fundação foi calculada a partir da Teoria de


Terzagui, em que a capacidade de carga última da fundação (q ult) é regida pela
equação:

𝐵
𝑞𝑢𝑙𝑡 = 𝑐 ∙ 𝑁𝑐 + 𝛾 ∙ 𝐷 ∙ 𝑁𝑞 + 𝛾 ∙ ∙ 𝑁𝛾
2
Adotou-se γ=17kN/m³, ϕ=30, c=16kPa, B=6,0m, D=0. Os fatores de
capacidade de carga calculados valem Nc=30,14, Nq=18,40 e Nγ=22,40.

Assim, qult=1624kPa, e de acordo com a NBR 6122/2010, a capacidade de


carga admissível qadm=qult/3. Logo qadm=541kPa.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

49
Verificação como muro a gravidade :

Bloco Considerado : GABIÃO1

Pressão disponível na Fundação [kN/m²] : 1620.00

Força Horizontal Máx [kN/m] : 229.23

Fator de Segurança contra o Deslizamento : 4.654

Momento Máx. de tombamento [kN*m/m] : 1428.90

Fator de segurança contra o tombamento : 2.927

Pressão Máx. na fundação [kN/m²] : 206.68

Fator de seg. da capacidade de sup. do solo de apoio : 7.838

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

50
d) Verificação contra o deslizamento

Verificação contra o deslizamento dos Blocos:

Bloco analisado : TERRA1

Parâmetros de interação do solo na base do bloco

Ângulo de atrito[°] : 23.60 Coesão [kN/m²] : 0.00

Força Horizontal Máx. [kN/m] : 100.91

Fator de Segurança : 2.783

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

51
10.6.2. Dimensionamento da Cortina Atirantada

a) Seção de referência

b) Parâmetros do solo

𝛾 = 17⁡𝑘𝑁/𝑚³ ∅′ = 30° 𝑐′ = 16𝑘𝑃𝑎

c) Sobrecarga devida à residência

𝑝 = 34⁡𝑘𝑁/𝑚²

d) Cálculo do acréscimo de tensão vertical devido à residência

Calculado de acordo com a solução proposta por Poulos e Davis (1974) para
um carregamento distribuído em uma faixa retangular:

𝑝 𝑙𝑏 𝑙𝑏𝑧 1 1
𝜎𝑣 = (𝑡𝑎𝑛−1 ( )+ ( 2 + 2 ))
2𝜋 𝑧𝑅3 𝑅3 𝑅1 𝑅2

Onde:

𝑅1 = (𝑙 2 + 𝑧 2 )1/2

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

52
𝑅2 = (𝑏 2 + 𝑧 2 )1/2

𝑅3 = (𝑙 2 + 𝑏 2 + 𝑧 2 )1/2

z: profundidade do ponto de interesse

b: semi-largura da faixa carregada

l: distância horizontal entre o ponto de interesse e a extremidade posterior


da faixa carregada

De acordo com a seção de referência, l vale 10,75m, b vale 6m e as


profundidades de interesse 0, 1 e 2m. Destaca-se que o princípio da superposição
de tensões deve ser utilizado. Os resultados obtidos são os seguintes:

𝑧 = 0⁡𝑚⁡⁡⁡⁡⁡ → ⁡⁡⁡⁡⁡ 𝜎𝑣 = ⁡17𝑘𝑃𝑎

⁡⁡⁡⁡𝑧 = 1⁡𝑚⁡⁡⁡⁡⁡ → ⁡⁡⁡⁡⁡ 𝜎𝑣 = ⁡15,8𝑘𝑃𝑎⁡⁡⁡⁡

⁡𝑧 = 2⁡𝑚⁡⁡⁡⁡⁡ → ⁡⁡⁡⁡⁡ 𝜎𝑣 = ⁡14,65𝑘𝑃𝑎

e) Cálculo das tensões verticais efetivas

Basta somar as tensões verticais geostáticas com a sobrecarga, resultando


nos seguintes valores:

𝑧 = 0⁡𝑚⁡⁡⁡⁡⁡ → ⁡⁡⁡⁡⁡ 𝜎𝑣 = ⁡17𝑘𝑃𝑎

⁡⁡⁡⁡𝑧 = 1⁡𝑚⁡⁡⁡⁡⁡ → ⁡⁡⁡⁡⁡ 𝜎𝑣 = ⁡32,8𝑘𝑃𝑎⁡⁡⁡⁡

⁡𝑧 = 2⁡𝑚⁡⁡⁡⁡⁡ → ⁡⁡⁡⁡⁡ 𝜎𝑣 = ⁡48,65𝑘𝑃𝑎

f) Coeficiente de empuxo ao repouso

Calculado de acordo com a expressão simplificada de Jaky (1948) para solos


granulares:

𝑘0 = 1 − 𝑠𝑒𝑛∅′⁡⁡⁡

𝑘0 = 0,5⁡⁡⁡

g) Cálculo da tensão horizontal

A tensão horizontal é apenas uma parcela da tensão vertical, determinada


pela expressão:

𝜎𝐻 = 𝑘0 𝜎𝑣

Os valores calculados são os seguintes:

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

53
𝑧 = 0⁡𝑚⁡⁡⁡⁡⁡ → ⁡⁡⁡⁡⁡ 𝜎𝐻 = ⁡8,5𝑘𝑃𝑎

⁡⁡⁡⁡𝑧 = 1⁡𝑚⁡⁡⁡⁡⁡ → ⁡⁡⁡⁡⁡ 𝜎𝐻 = ⁡16,4𝑘𝑃𝑎⁡⁡⁡⁡

⁡𝑧 = 2⁡𝑚⁡⁡⁡⁡⁡ → ⁡⁡⁡⁡⁡ 𝜎𝐻 = ⁡24,325𝑘𝑃𝑎

h) Empuxo lateral

Supondo simplificadamente que o diagrama de tensões horizontais atuantes


na cortina segue uma distribuição linear, basta calcular a área do diagrama para a
obtenção do empuxo horizontal ao repouso.

𝐸0 = ⁡32,4⁡𝑘𝑁/𝑚

𝑋𝐸0 = ⁡0,84⁡𝑚

i) Tirante

Carga de incorporação

Fazendo o equilíbrio à translação horizontal, temos que:

𝐸0
𝑇 =⁡( )𝑆
𝑐𝑜𝑠𝜓 ℎ

Adotando um espaçamento horizontal de 2m entre cada tirante, instalados


com uma inclinação de 30° em relação à horizontal, a carga requerida de protensão
para que o equilíbrio horizontal seja atingido é de aproximadamente 75 kN.

Carga de trabalho

Embora os tirantes devam receber uma carga de protensão de 75 kN, a


resistência da barra deve ser majorada em 50% para que o fator de segurança
previsto na NBR 5629 seja contemplado. Assim, a carga de trabalho vale:

𝑇𝑡𝑟 = T × 1,5

𝑇𝑡𝑟 = 112,5⁡kN

Foram adotados tirantes com carga de trabalho igual a 114 KN.

Trecho livre

Tendo em vista a proximidade da residência, é necessário que a cunha


passiva formada pelo bulbo de ancoragem do tirante não atinja a residência, já que
poderia causar deformações na estrutura. Portanto, adotou-se um trecho livre de
11 m.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

54
Trecho ancorado

O comprimento do trecho ancorado do tirante é calculado de acordo com a


seguinte expressão:

𝑇𝑡𝑟 ∙ FS
𝐿𝑏 =
𝜋 ∙ ∅𝑓 ∙ 𝑞𝑠

O atrito lateral unitário 𝑞𝑠 pode ser calculado pelas expressões:

𝑞𝑠 = 2𝑁 + 40 + 𝜌𝑖

N
𝜌𝑖 = 50 +
12
Se o NSPT mínimo situa-se em torno de 2, como indicado pelas sondagens,
então 𝑞𝑠 = 94⁡𝑘𝑃𝑎. Considerando FS=1,75 e diâmetro de perfuração de 100 mm, o
comprimento de ancoragem calculado é de 6,75m. Assim, foram adotados grampos
com comprimento mínimo de ancoragem de 7,0 m.

Verificação do deslocamento da cortina

Verificou-se a possibilidade de deslizamento da cortina no contato cortina-


solo em função da aplicação das cargas de protensão.

Para a carga de trabalho 𝑇𝑡𝑟 = 114⁡𝑘𝑁, a decomposição da força em eixos


paralelos e perpendiculares à cortina resultam em:

𝑇𝑁 = 𝑇𝑡𝑟 ∙ cos 15° = 110⁡𝑘𝑁 (força normal/perpendicular à cortina)

𝑇𝜏 = 𝑇𝑡𝑟 ∙ cos 15° = 29,5⁡𝑘𝑁 (força cisalhante/paralela à cortina)

O ângulo de 15° utilizado na decomposição refere-se ao ângulo entre o


tirante e um eixo perpendicular à cortina.

As relações entre tensões de cisalhamento atuantes e resistentes devem


obedecer a seguinte relação:

𝜏𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒 > 𝜏𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒

⁡𝑇𝑁 ⁡𝑇𝜏
( ) ∙ tan(0,7 ∙ ∅) > ( )
𝐴𝑖𝑛𝑓𝑙𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑖𝑛𝑓𝑙𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎

110 ∙ tan(0,7 ∙ 30°) > 29,5

42,22 > 29,5

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

55
Assim, a relação é satisfeita para a carga de trabalho. Para as cargas de
incorporação e de ensaio, as relações apresentam-se com valores diferentes, mas
sempre com a mesma proporção, ou seja, sempre com 𝜏𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒 > 𝜏𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 .

Fundações da cortina

Para a determinação das dimensões das fundações inferior e superior da


cortina, deve ser determina a capacidade de carga do solo. Apresenta-se a seguir
a formulação de Terzaghi (Terzaghi e Peck, 1948) modificada por Cernica (1995):

1
 ult  S c  c  N c  qo  N q   S     B  N
2

Os fatores de forma Sc e Sγ são iguais a unidade porque as fundações são


contínuas. Os fatores de capacidade de carga Nc, Nq e Nγ podem ser calculados
pelas seguintes expressões:

 3  
a2   tan
Nq  onde a  e  4 2
 
2 cos2  45   
 2

 N q  1
1
Nc 
tan 

N 
1  k p
 tan   

 1

onde k p  3  tan 2 45 
  33

 cos   
2
2 2

Na formulação, a sobrecarga q0 significa a pressão vertical efetiva acima do


nível da fundação e pode ser considerada como:

qo    D

Os fatores de capacidade de carga calculados são os seguintes:

N q  16,6

N c  27

N  19,74

Como o embutimento das fundações é zero, obtém-se a expressão:

 ult  432  168 B

A adoção de um fator de segurança igual a 3, previsto pela NBR 6122,


conduz finalmente à equação:

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

56
432  168 B
 ult 
3

Realizando o equilíbrio à translação vertical entre a componente vertical do


tirante e a reação nas fundações inferior e superior, e considerando ainda que estas
reações possuem módulo de igual valor, chega-se ao seguinte sistema de 4
incógnitas e 4 equações:

432  168 B
 ult 
3

RS  Ri

RS
 ult 
B

T sin  RS  Ri

O dimensionamento, efetuado levando em conta a carga de trabalho dos


tirantes (114 kN) , assim resulta:

RS  Ri  14,75kN

B  0,1m

 ult  147,5kPa

Adota-se como largura da base de cada fundação o valor de 30 cm por


questões construtivas.

10.7. Análise de estabilidade do Setor 3

As análises de estabilidade do setor 3 foram realizadas através dos


programas computacionais Slope/W e GawaWin 2003 da empresa Maccaferri. Nas
análises não se conta com o empuxo passivo na frente do muro promovido pelo
reaterro. Os parâmetros utilizados nas análises estão apresentados na Tabela 10.5.
Tabela 10.5 – Parâmetros geotécnicos adotados.
Camada γ (kN/m³) c (kPa) ϕ (°) ru
Solo mais poroso 17 16 30 0,1
Solo menos poroso 18 25 32 0,1
Pavimento 18 10 40 0,1
Gabião 20 100 45 0
Rachão 19 0 45 0
Reaterro 17 4 32 0,05

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

57
A coesão do elemento “Gabião” não tem sentido real no software Slope/W,
sendo considerada somente para que a superfície de ruptura crítica não intercepte
o muro.

Os resultados das análises para a geometria do muro de contenção definido


são apresentados a seguir.

É possível observar que a análise crítica é a de estabilidade interna, uma vez


que o material do reaterro apresenta parâmetros inferiores ao de um reaterro
granular. Assim, o muro precisa ser alto o suficiente para que não ocorra ruptura
do reaterro.

a) Estabilidade global

A análise de estabilidade global foi realizada com software Slope/W por


possibilitar melhor precisão no desenho da geometria do problema, além de utilizar
métodos de cálculos mais precisos com possibilidade de consideração da razão de
poropressão.

A representação gráfica da análise pode ser visualizada na Figura 10-5.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

58
Name: Gabião Name: Solo mais poroso
Unit Weight: 19 kN/m³ Unit Weight: 17 kN/m³
Cohesion': 100 kPa Cohesion': 16 kPa
Phi': 45 ° Phi': 30 °
Ru: 0 Ru: 0,1
Name: Solo menos poroso
Name: Reaterro
Unit Weight: 18 kN/m³
Unit Weight: 17 kN/m³
Cohesion': 25 kPa
Cohesion': 4 kPa
Phi': 32 °
Phi': 32 °
Ru: 0,1
Ru: 0,05
Name: Pavimento
Unit Weight: 18 kN/m³
Cohesion': 5 kPa
Phi': 40 °
Ru: 0,1
Name: Rocha
Ru: 0,1

1,637

Reaterro Solo mais poroso

Gabião

Pavimento

Solo menos poroso

Rocha

Figura 10-5 – Análise de estabilidade global na seção crítica do setor 3.

b) Estabilidade interna

A análise de estabilidade interna também foi realizada com software


Slope/W.

A representação gráfica da análise pode ser visualizada na Figura 10-6.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

59
Name: Gabião Name: Solo mais poroso
Unit Weight: 19 kN/m³ Unit Weight: 17 kN/m³
Cohesion': 100 kPa Cohesion': 16 kPa
Phi': 45 ° Phi': 30 °
Ru: 0 Ru: 0,1
Name: Solo menos poroso
Name: Reaterro
Unit Weight: 18 kN/m³ 1,511
Unit Weight: 17 kN/m³
Cohesion': 25 kPa
Cohesion': 4 kPa
Phi': 32 °
Phi': 32 °
Ru: 0,1
Ru: 0,05
Name: Pavimento
Unit Weight: 18 kN/m³
Cohesion': 5 kPa
Phi': 40 °
Ru: 0
Name: Rocha
Ru: 0,1

Reaterro Solo mais poroso

Gabião

Pavimento

Solo menos poroso

Rocha

Figura 10-6 – Análise de estabilidade interna na seção crítica do setor 3.

c) Estabilidade como muro de contenção

A análise de estabilidade como muro de contenção, com verificações quanto


ao deslizamento, ao tombamento e a pressões excessivas na fundação, foi
realizada com software GawacWin 2003.

A máxima pressão disponível na fundação foi calculada a partir da Teoria de


Terzaghi, em que a capacidade de carga última da fundação (qult) é regida pela
equação:

𝐵
𝑞𝑢𝑙𝑡 = 𝑐 ∙ 𝑁𝑐 + 𝛾 ∙ 𝐷 ∙ 𝑁𝑞 + 𝛾 ∙ ∙ 𝑁𝛾
2
Adotou-se γ=17kN/m³, ϕ=30, c=16kPa, B=5,0m, D=0. Os fatores de
capacidade de carga calculados valem Nc=30,14, Nq=18,40 e Nγ=22,40.

Assim, qult=1434kPa, e de acordo com a NBR 6122/2010, a capacidade de


carga admissível qadm=qult/3. Logo qadm=478kPa.

O relatório gerado pelo software para a geometria do muro de contenção


definido é apresentado a seguir.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

60
PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

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63
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64
PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

65
11. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL

A presente memoria de cálculo estrutural trata do dimensionamento de


cortina atirantada inclinada.

11.1. Geometria e Modelos Adotados

A obtenção das solicitações da superestrutura da ponte foi feita com a


modelagem numérica computacional através de elementos finitos. Para tanto foi
utilizado o programa computacional STRAP 2011.

A seguir é apresentada a geometria do modelo adotado.

Figura 11-1 – Geometria do Modelo

Nas figuras a seguir são apresentados os modelos em elementos finitos com


as cargas de trabalho.

Figura 11-2 – Modelo numérico com cargas

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66
O modelo é elaborado como grelha. Nele a cortina é modelada em elementos
de placa.

A cortina foi definida com 15cm de espessura.

A cortina será protendida contra o solo que será simulado com a utilização
de molas elásticas unidirecionais. A seguir são definidas suas propriedades.

11.2. Propriedades dos Materiais

Segundo os critérios de durabilidade estabelecidos pela NBR6118 a obra de


arte se localiza em um ambiente com classe de agressividade ambiental moderada
(Classe II) caracterizado pelo ambiente urbano e pequeno risco de deterioração.

Dentro deste conceito os concretos utilizados deverão ter uma relação de


água/cimento na massa ≤0,60 e uma classe de resistência ≥25MPa.

Será adotado um concreto de 25 MPa com as seguintes características.

 Resistência à compressão característica fck = 25MPa

 Resistência de cálculo à compressão fcd=17,86MPa

 Módulo de Elasticidade Ec = 23.800MPa

 Resistência à tração fctm=2,6MPa

 Coeficiente de Poisson  = 0,2

 Coeficiente de dilatação térmica  = 1x10-5 /°C

O cobrimento nominal das armaduras correspondente à classe de


agressividade classificada é o seguinte: Lajes 30mm para a face em contato com o
solo

As armaduras são do tipo CA-50 com as seguintes características:

 Resistência a Tração característica fyk=500MPa

 Resistência a Tração de cálculo fyd=434,8MPa

 Módulo de Elasticidade Es = 210 GPa

 Coeficiente de dilatação térmica = 1x10-5 /°C

O solo foi simulado como molas unidirecionais cujo coeficiente de recalque


adotado, referente a um solo de argila arenosa de 3 golpes foi de 10.000kN/m³

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67
11.3. Carregamentos e Combinações

A presente cortina apresenta tirantes com carga de trabalho de 114 kN que


serão ensaiados um a um até um carregamento de 199,5 kN, representando 1,75
vezes a carga de trabalho.

As cargas foram aplicadas de forma distribuída na placa de ancoragem de


14x14cm que resultou na seguinte carga distribuída na cortina:
 Carga de trabalho: 114/(0,14*0,14) = 5816,33kN/m²
 Carga de ensaio: 199,5/(0,14*0,14) = 10.178,57kN/m²

A cortina será dimensionada para três condições de carregamento:


 Todos tirantes atuando com a carga de trabalho;
 Aplicação da carga de ensaio em um tirante de cada vez;
 Todos tirantes com carga de trabalho com a falha de 1 dos tirantes.

As protensões dos tirantes serão tratadas como cargas variáveis com os


seguintes coeficientes de ponderação:
 Todos tirantes atuando com a carga de trabalho: Ação normal q=1,4
 Aplicação da carga de ensaio em um tirante de cada vez: Ação
excepcional q=1,0
 Todos tirantes com carga de trabalho com a falha de 1 dos tirantes.
Ação Especial q=1,2

11.4. Dimensionamento da Cortina (ELU)

A seguir são presentados os resultados para cada um dos casos estudados,


finalizando com apresentação das envoltórias de todas as combinações que será
utilizada para o dimensionamento último da cortina.

Figura 11-3 – Momentos na direção x – Combinação carga de trabalho

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

68
Figura 11-4 – Momentos na direção y – Combinação carga de trabalho

Figura 11-5 – Momentos na direção x – Combinação falha de 1 tirante

Figura 11-6 – Momentos na direção y – Combinação falha de 1 tirante

Figura 11-7 – Momentos na direção x – Combinação carga de ensaio

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

69
Figura 11-8 – Momentos na direção y – Combinação carga de ensaio

Figura 11-9 – Momentos na direção x: envoltória de combinações mínimas

Figura 11-10 – Momentos na direção x: envoltória de combinações máximas

Figura 11-11 – Momentos na direção y: envoltória de combinações mínimas

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

70
Para a face externa foi adorada armadura geral que atende o momento
máximo e a armadura mínima de pele respectivamente:
Tabela 11.1 – Dimensionamento da armadura da face externa e interna da cortina
respectivamente

Md= 1020 KN.cm/m Aço 50 Md= 5460 KN.cm/m Aço 50


fck= 25 Mpa E 2380,00 KN/cm² fck= 25 Mpa E 2380,00 KN/cm²
b= 100 cm fctm= 0,26 KN/cm² b= 100 cm fctm= 0,26 KN/cm²
h= 15 cm fctk= 0,18 KN/cm² h= 15 cm fctk= 0,18 KN/cm²
c= 3 cm fyd= 43,48 KN/cm² c= 3 cm fyd= 43,48 KN/cm²
d= 12 cm d= 12 cm
Asmin= 2,25 cm²/m Asmin= 2,25 cm²/m
x= 0,717143 cm As= 2,00 cm²/m x= 4,38924 cm As= 12,26 cm²/m

Armadura de pele: 𝐴𝑠𝑝𝑒𝑙𝑒 = 0,10% × 𝐴𝑐,𝑎ç𝑚𝑎 = 0,001 × 15 × 100 = 1,5𝑐𝑚2

Armadura externa: Adotado 8c/20 (2,51cm²/m).

Armadura interna máxima: Adotado 12,5c/20 (12,28cm²/m).

Para a armadura da interna da cortina (junto ao solo) foram adotados


reforços junto aos tirantes e faixas de armadura de 8c/20 e 12,5c/20.

Foram determinados os momentos resistentes de 3 níveis de amaduras afim


de determinar as faixas de reforço.

A seguir é apresentado o resultado da solução.

Figura 11-12 – Definição de faixas de armadura

 Faixa 1: 8c/20 (2,51cm²/m)


 Faixa 2 :12,5c/20 (6,14cm²/m)
PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

71
 Faixa 3 :12,5c/10 (12,28cm²/m) (reforços com armaduras de 1,0m de
comprimento
Tabela 11.2 – Cálculo dos momentos resistentes das faixas 1 e 2

Md= 1270,335 KN.cm/m Aço 50 Md= 2968,531 KN.cm/m Aço 50


fck= 25 Mpa E 2380,00 KN/cm² fck= 25 Mpa E 2380,00 KN/cm²
b= 100 cm fctm= 0,26 KN/cm² b= 100 cm fctm= 0,26 KN/cm²
h= 15 cm fctk= 0,18 KN/cm² h= 15 cm fctk= 0,18 KN/cm²
c= 3 cm fyd= 43,48 KN/cm² c= 3 cm fyd= 43,48 KN/cm²
d= 12 cm d= 12 cm
Asmin= 2,25 cm²/m Asmin= 2,25 cm²/m
x= 0,898722 cm As= 2,51 cm²/m x= 2,198313 cm As= 6,14 cm²/m

Faixa 8c/20 e Faixa 12,5c/20.

11.5. Verificação da Punção

Verificado conforme prescrição da NBR6118:2014:


a) Verificação da tensão de compressão diagonal do concreto no
contorno crítico

 sd   rd 2  0,27   v  fcd
b) Verificação da tensão resistente na superfície do contorno crítico

 
 sd   rd 1  0,13 1  20 d  100    fck 
1
3

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

72
Tabela 11.3 – Verificação da Punção

Verificação da punção

Vd= 199,5 KN fctm= 0,256 KN/cm²


fck= 25 Mpa fcd= 1,79 KN/cm²
Perimetro Crítico fctd= 0,128 KN/cm²
u0= 56 cm Lado/raio
u= 206,8 cm placa quadrada 14 cm
d= 12 cm placa cicular 0 cm

a) verificação da tensão de compressão diagonal do concreto no contorno crítico C

sd= 0,297 KN/cm²


rd2= 0,434 KN/cm²
VERIFICAÇÃO OK!

b) verificação da tensão resistente na superfície do contorno crítico C'


sd= 0,080 KN/cm²
rd1= 0,093 KN/cm²
área de armadura
frente= 2,51 cm²
fundo = 12,28 cm²
= 0,0123
VERIFICAÇÃO OK!

11.6. Verificação dos Estados Limites de Serviço

Os estados limites de serviço serão verificados apenas para a condição de


carga de trabalho.

Figura 11-13 – Momento na direção x: Combinação de serviço para a carga de trabalho

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

73
Figura 11-14 – Momento na direção Y: Combinação de serviço para a carga de trabalho

Verificação a Abertura de Fissuras

Classe de agressividade ambiental CAII: W≤0,3mm.

A grandeza abertura de fissuras, W, é a menor entre as obtidas pelas


expressões que seguem:

i  si 3 si i  si  4 
w1    w2      45 
12,5i E si fctm 12,5i E si   ri 

Onde:

 Acri é a área de região de envolvimento protegida pela barra Øi;

 Esi é o módulo de elasticidade do aço;

 Øi é o diâmetro da barra;

 cri é a taxa de armadura em relação à área de região de envolvimento


(Acri)

 si é a tensão de tração do aço considerada, calculada no estádio II.

Serão verificadas as três faixas de armadura:


 Faixa 1: M=9,8kN.m
 Faixa 2: M=20,0kN.m
 Faixa 3: M=32,7kN.m

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

74
Tabela 11.4 – Verificação do estado limite de fissuração de cada uma das faixas de
armadura.

b= 100 cm M= 980 KN.cm b= 100 cm M= 2000 KN.cm


s= 8,82 fck= 25 MPa s= 8,82 fck= 25 MPa
As= 2,51 cm² fctm= 0,26 KN/cm² As= 6,14 cm² fctm= 0,26 KN/cm²
d= 12 cm Ec= 2380,00 KN/cm² d= 12 cm Ec= 2380,00 KN/cm²
A B C X1= 2,09 A B C X1= 3,10
50 22 -266 X2= -2,54 50 54 -650 X2= -4,19
X= 2,09 cm Ø= 0,8 cm X= 3,10 cm Ø= 1,25 cm
4 4
I2= 2479 cm Acr= 150 cm² I2= 5284 cm Acr= 150 cm²
3 3
W i= 250,30 cm Es = 21000 KN/cm² W i= 594,05 cm Es = 21000 KN/cm²
3 3
W s= 1183,66 cm  r= 0,003351 W s= 1702,11 cm  r= 0,008181
s = 34,55 KN/cm² s = 34,55 KN/cm² s = 29,71 KN/cm² s = 29,71 KN/cm²
c = 0,83 KN/cm² i= 2,25 c = 1,18 KN/cm² i= 2,25
ABERTURA DE FISSURAS ABERTURA DE FISSURAS
Limite de Fissuração Limite de Fissuração
W max = 0,3 mm W max = 0,3 mm
W 1= 0,19 mm FISSURÇÃO OK! W 1= 0,22 mm FISSURÇÃO OK!
W 2= 0,58 mm W 2= 0,34 mm

b= 100 cm M= 3270 KN.cm


s= 8,82 fck= 25 MPa
As= 12,28 cm² fctm= 0,26 KN/cm²
d= 12 cm Ec= 2380,00 KN/cm²
A B C X1= 4,13
50 108 -1300 X2= -6,30
X= 4,13 cm Ø= 1,25 cm
4
I2= 9059 cm Acr= 75 cm²
3
W i= 1151,08 cm Es = 21000 KN/cm²
3
W s= 2193,62 cm  r= 0,016362
s = 25,07 KN/cm² s = 25,07 KN/cm²
c = 1,49 KN/cm² i= 2,25
ABERTURA DE FISSURAS
Limite de Fissuração
W max = 0,3 mm
W 1= 0,16 mm FISSURÇÃO OK!
W 2= 0,15 mm

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

75
12. TABELA DE QUANTIDADES

Neste item apresenta-se a tabela de quantidades.

QUADRO DE QUANTIDADES
RODOVIA: ERS-122
TRECHO: São Sebastião do Caí - Portão
SUB-TRECHO: km 7+600
EXTENSÃO: 150m
REFERÊNCIA: Projeto de Estabilização e Reconstrução de Talude de Corte

DMT
ITEM CÓDIGO SERVIÇO ESPECIFICAÇÃO UND QUANT.
(km)

1.0 MOBILIZAÇÃO E INSTALAÇÃO DE CANTEIRO


MOBILIZAÇÃO, DESMOBILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS,
1.1 ***** DAER-ES-COMPLEM 03/91 % 4.0%
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE CANTEIRO DE OBRAS

2.0 SERVIÇOS PRELIMINARES


DESMATAMENTO, DESTOCAMENTO C/D<30cm E LIMPEZA
2.1 1 DAER-ES-T 01/91 m² 3,797.00
ÁREAS
2.2 2 DESTOCAMENTO ÁRVORES C/ D>30cm DAER-ES-T 01/91 und 24.00

2.3 2511 DEMOLIÇÃO CONCRETO SIMPLES DAER-ES-COMPLEM 07/91 m³ 24.68

2.4 2671 REMOÇÃO TUBOS D=0,40m DAER-ES-D 13/91 m 7.20


2.5 2673 REMOÇÃO TUBOS D=0,60m DAER-ES-D 13/91 m 137.70
REMOÇÃO MANUAL REVESTIMENTO - INCLUSIVE
2.6 547 DAER-ES-COMPLEM 09/91 m³ 35.29
TRANSPORTE
TRANSPORTE CAMINHÃO BASCULANTE 10,00m³
2.7 8002 - 100.0 m³ 45.88
Y=2,77Xs+1,18Xr+0,82Xp+1,73(Xp =1,00 Km )
DISPOSIÇÃO DE MATERIAL BETUMINOSO REMOVIDO EM
2.8 ***** - m³ 35.29
ATERRO INDUSTRIAL
2.9 546 REMOÇÃO MECÂNICA PAVIMENTO - INCLUSIVE TRANSPORTE DAER-ES-COMPL 09/91 m³ 176.47

2.10 1000 ESCAVAÇÃO MECÂNICA VALAS 1ª CAT DRENAGEM DAER-ES-T 03/91 m³ 5,708.14
2.11 7040 ENLEIVAMENTO DAER-ES-OC 04/91 m² 603.50
2.12 CCU-001 TRANSPORTE BOTA-FORA PARA 3,000KMR - m³ 6,352.49
2.13 CCU-029 LASTRO BRITA - inclusive transporte EC-05 18.8 m³ 108.96
2.14 1081 REATERRO C/TRATOR C/MATERIAL VALA DAER-ES-T 05/91 m³ 506.85

3.0 DRENAGEM
3.1 1360 SARJETA TRAPEZOIDAL CONCRETO - SZC02 DAER-ES-D 01/91 m 124.40
3.2 1240 SARJETA TRIANGULAR CONCRETO - STC02 DAER-ES-D 01/91 m 152.50
3.3 1220 VALETA PROTEÇÃO ATERRO - VPA04 DAER-ES-D 01/91 m 142.86
3.4 2610 BOCA BSTC D=0,80m DAER-ES-D 11/91 und 1.00
3.5 1030 ESCAVAÇÃO MECÂNICA VALAS 1ª CAT BUEIROS DAER-ES-T 03/91 m³ 1,540.23
3.6 1080 REATERRO VALAS BUEIROS DAER-ES-T 05/91 m³ 1,425.57
3.7 2530 BSTC D=0,80m DAER-ES-D 11/91 m 132.00
3.8 2263 CAIXA COLETORA SARJETA E TALVEGUE - CCS10 DAER-ES-D 07/91 und 5.00
3.9 2267 CAIXA COLETORA SARJETA E TALVEGUE - CCS14 DAER-ES-D 06/91 und 1.00

3.10 1893 DISSIPADOR ENERGIA APLICÁVEL EM SAÍDA BUEIRO - DEB04 DAER-ES-D 06/91 und 1.00

3.11 2274 GRELHA CONCRETO CAIXA COLETORA SARJETA - TCC01 DAER-ES-D 07/91 und 6.00
CONCRETO fck=15 MPa P/DRENAGEM E OAC - INCLUSIVE
3.12 6020 DAER-ES-OA 01/91 m³ 23.91
TRANSPORTE
FORMAS COMPENSADO (aproveitamento=3) - INCLUSIVE
3.13 6100 DAER-ES-OA 03/91 m² 184.89
TRANSPORTE
3.14 1083 COMPACTAÇÃO ÁREAS CONFINADAS DAER-ES-T 05/91 m³ 40.89
3.15 1000 ESCAVAÇÃO MECÂNICA VALAS 1ª CAT DRENAGEM DAER-ES-T 03/91 m³ 78.64
DAER-ES-OA 01/91 e
3.16 CCU-020 CONCRETO FCK=25MPA - INCLUSIVE TRANSPORTE m³ 1.24
DAER-ES-OA 04/91
3.17 6080 AÇO CA-50 - fornec dobr coloc - inclusive transporte DAER-ES-OA 02/91 32 kg 221.14

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

76
QUADRO DE QUANTIDADES
RODOVIA: ERS-122
TRECHO: São Sebastião do Caí - Portão
SUB-TRECHO: km 7+600
EXTENSÃO: 150m
REFERÊNCIA: Projeto de Estabilização e Reconstrução de Talude de Corte

DMT
ITEM CÓDIGO SERVIÇO ESPECIFICAÇÃO UND QUANT.
(km)

4.0 OBRAS DE CONTENÇÃO


SOLO REFORÇADO COM MALHA HEXAGONAL DE DUPLA
4.1 CCU-002 EC-01 18.8 m² 92.00
TORÇÃO - H=0,50 L=5,00m - INCLUSO TRANSPORTE
SOLO REFORÇADO COM MALHA HEXAGONAL DE DUPLA
4.2 CCU-003 EC-01 18.8 m² 56.00
TORÇÃO - h=1,00m, l=5,00m - INCLUSO TRANSPORTE
SOLO REFORÇADO COM MALHA HEXAGONAL DE DUPLA
4.3 CCU-004 EC-01 18.8 m² 24.00
TORÇÃO - h=1,00m, l=6,00m - INCLUSO TRANSPORTE
SOLO REFORÇADO COM MALHA HEXAGONAL DE DUPLA
4.4 CCU-005 EC-01 18.8 m² 148.00
TORÇÃO - h=0,50m, l=7,00m - INCLUSO TRANSPORTE
SOLO REFORÇADO COM MALHA HEXAGONAL DE DUPLA
4.5 CCU-006 EC-01 18.8 m² 148.00
TORÇÃO - h=1,00m, l=8,00m - INCLUSO TRANSPORTE
SOLO REFORÇADO COM MALHA HEXAGONAL DE DUPLA
4.6 CCU-007 EC-01 18.8 m² 132.00
TORÇÃO - h=1,00m, l=9,00m - INCLUSO TRANSPORTE
4.7 CCU-008 EXECUÇÃO GABIÃO CAIXA H=0,50m - INCLUSO TRANSPORTE EC-02 18.8 m³ 1,522.00

4.8 CCU-009 EXECUÇÃO GABIÃO CAIXA H=1,00m - INCLUSO TRANSPORTE EC-02 18.8 m³ 627.00

ESC CARGA E TRANSP MAT 1ª CAT C/ESCAVADEIRA


4.9 CCU-010 EC-03 0.5 m³ 6,905.32
400<DMT<=600mcs (com indenização)
4.10 151 COMPACTAÇÃO ATERROS 100% P.N. EC-03 m³ 6,149.99
4.11 1083 COMPACTAÇÃO ÁREAS CONFINADAS EC-03 m³ 755.32
MANTA GEOTÊXTIL RT>26kN/m - FORNECIMENTO MATERIAL
4.12 CCU-011 EC-04 m² 3,049.83
PREPARO E COLOCAÇÃO
4.13 CCU-012 CAMADA DRENANTE AREIA - INCLUSIVE TRANSPORTE EC-05 23.8 m³ 568.19
4.14 CCU-013 PEDRA JOGADA - INCLUSIVE TRANSPORTE EC-02/EC-07 18.8 m³ 1,456.24
4.15 840 EXECUÇÃO RACHÃO - EXCLUSIVE MAT E TRANSPORTE EC-02/EC-07 m³ 1,456.24
4.16 7189 DRENO PVC D=150MM - OAE EC-06 und 154.00
4.17 CCU-014 GABIÃO FALSO (APENAS TELA METÁLICA) - 1,0X0,5X1,0 EC-02 18.8 m³ 127.00
MANTA GEOTÊXTIL RT>14kN/m - FORNECIMENTO MATERIAL
4.18 CCU-015 EC-04 m² 1,066.80
PREPARO E COLOCAÇÃO
4.19 CCU-016 FORNECIMENTO E LANÇAMENTO DE COMPOSTO ORGÂNICO DAER-ES-OC 04/91 m³ 140.50

4.20 CCU-017 PLANTIO MUDAS ARVORES E ARBUSTOS h>=0,50m DAER-ES-OC 04/91 und 202
4.21 CCU-018 PLANTIO AMENDOIM FORRAGEIRO - m² 1220
4.22 7060 PLANTIO MUDAS ARVORES E ARBUSTOS 0,30m<h<0,50m DAER-ES-OC 04/91 und 1,778.00
4.23 7040 ENLEIVAMENTO DAER-ES-OC 04/91 m² 2,073.46
TIRANTES Ø25MM, Ttrab=114KN - INCLUSO PERFURAÇÃO 1ª
4.24 CCU-019 EC-08 m 144.00
OU 2ª CAT., INSTALAÇÃO E INJEÇÃO
DAER-ES-OA 01/91 e
4.25 CCU-020 CONCRETO FCK=25MPA - INCLUSIVE TRANSPORTE m³ 7.38
DAER-ES-OA 04/91
4.26 6080 AÇO CA-50 - fornec dobr coloc - inclusive transporte DAER-ES-OA 02/91 32 kg 581.26
FORMAS COMPENSADO (aproveitamento=3) - INCLUSIVE
4.27 6100 DAER-ES-OA 03/91 26.2 m² 45.18
TRANSPORTE
4.28 CCU-021 DRENO BARBACÃ DIÂMETRO 50MM – FORN. E INST. - 18.8 und 7.00
4.29 6004 CONCRETO MAGRO - inclusive transporte DAER-ES-OA 01/91 m³ 2.25

5.0 RECONSTRUÇÃO DO PAVIMENTO


SUB-BASE OU BASE DE BRITA GRADUADA - exclusive
5.1 861 DAER-ES-P 08/91 m³ 273.46
transporte
TRANSPORTE BRITA BASE OU SUB-BASE
5.2 8010 - 18.8 m³ 273.46
Y=4,43Xcs+1,89Xr+1,31Xp+2,76
5.3 881 IMPRIMAÇÃO - exclusive asfalto DAER-ES-P 12/91 m² 683.65
5.4 9201 CM-30 (sem BDI) DAER-ES-P 22/91 ton 0.82
5.5 8003 TRANSPORTE ASFALTO FRIO (com BDI=15%) Y=0,23Xp+9,09 - 39.9 ton 0.82
CONCRETO BETUMINOSO USINADO QUENTE SOBRE BASE
5.6 8082 DAER-ES-P 18/91 ton 128.53
GRANULAR - exclusive asfalto e transporte
TRANSPORTE MASSA ASFÁLTICA
5.7 8001 DAER-ES-P 18/91 39.6 ton 128.53
Y=2,41Xs+1,02Xr+0,71Xp+3,01
5.8 9200 CAP-50/70 (sem BDI) DAER-ES-P 22/91 ton 7.07
TRANSPORTE ASFALTO QUENTE (com BDI=15%)
5.9 8004 - 39.9 ton 7.07
Y=0,26Xp+10,10

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

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QUADRO DE QUANTIDADES
RODOVIA: ERS-122
TRECHO: São Sebastião do Caí - Portão
SUB-TRECHO: km 7+600
EXTENSÃO: 150m
REFERÊNCIA: Projeto de Estabilização e Reconstrução de Talude de Corte

DMT
ITEM CÓDIGO SERVIÇO ESPECIFICAÇÃO UND QUANT.
(km)

6.0 OBRAS COMPLEMENTARES

6.1 2512 DEMOLIÇÃO CONCRETO ARMADO DAER-ES-COMPLEM 07/91 m³ 1.50

6.2 CCU-022 REMOÇÃO E RECOLOCAÇÃO DE TELHAS CERÂMICAS - m² 6.00


TRANSPLANTE VEGETAIS PORTE PEQUENO (JERIVÁ,
6.3 7054 BUTIAZEIRO ATÉ ALTURA TRONCO DE 3,0m) - inclusive - und 4.00
transporte
DEMOLICAO DE REVESTIMENTO DE ARGAMASSA DE CAL E
6.4 CCU-023 - m² 580.80
AREIA
CHAPISCO RUSTICO TRACO 1:3 (CIMENTO E AREIA GROSSA),
6.5 CCU-024 - m² 498.80
ESPESSURA 2CM, PR
MASSA ÚNICA, PARA RECEBIMENTO DE PINTURA, EM
ARGAMASSA TRAÇO 1:2:8, PREPARO MECÂNICO COM
BETONEIRA 400L, APLICADA MANUALMENTE EM FACES
6.6 CCU-025 - m² 498.80
INTERNAS DE PAREDES DE AMBIENTES COM ÁREA MENOR
QUE 10M2, ESPESSURA DE 20MM, COM EXECUÇÃO DE
TALISCAS. AF_06/2014
APLICAÇÃO DE FUNDO, MASSA CORRIDA E PINTURA
6.7 CCU-026 - m² 498.80
PVA/ACRÍLICA
PISO CIMENTADO TRACO 1:3 (CIMENTO E AREIA)
6.8 CCU-027 ACABAMENTO LISO ESPESSURA 3,5CM, PREPARO MANUAL - m² 91.20
DA ARGAMASSA
REVESTIMENTO CERÂMICO PARA PISO COM PLACAS TIPO
6.9 CCU-028 GRÊS DE DIMENSÕES 35X35 CM APLICADA EM AMBIENTES - m² 91.20
DE ÁREA MAIOR QUE 10 M2. AF_06/2014
6.10 ***** MOVIMENTAÇÃO TEMPORÁRIA DE POSTES DE MADEIRA - und 2

6.11 2684 REMOÇÃO MEIO-FIO DAER-ES-COMPLEM 10/91 m 89.50

6.12 1530 MEIO-FIO CONCRETO PRÉ-MOLDADO - MFC05 DAER-ES-D 04/91 m 89.50


DAER-ES-OA 01/91 e
6.13 CCU-020 CONCRETO FCK=25MPA - INCLUSIVE TRANSPORTE m³ 1.50
DAER-ES-OA 04/91
6.14 6080 AÇO CA-50 - fornec dobr coloc - inclusive transporte DAER-ES-OA 02/91 32 kg 79.50
FORMAS COMPENSADO (aproveitamento=3) - INCLUSIVE
6.15 6100 DAER-ES-OA 03/91 26.2 m² 9.20
TRANSPORTE
6.16 1080 REATERRO VALAS BUEIROS DAER-ES-T 05/91 m³ 63.50

7.0 OBRAS COMPLEMENTARES - BOTA-FORA


7.1 9230 ROÇADA MECÂNICA DAER-ES-CON 018.0/07 ha 0.37
7.2 131 ESPALHAMENTO BOTA-FORA DAER-ES-T 05/91 m³ 6,352.49
7.3 7040 ENLEIVAMENTO DAER-ES-OC 04/91 m² 3,725.00
7.4 151 COMPACTAÇÃO ATERROS 100% P.N. EC-03 m³ 600
7.5 2480 DRENO SUBSUPERFICIAL - DSS02 DAER-ES-D 09/91 m 318.2
7.6 2500 DRENO SUBSUPERFICIAL - DSS04 DAER-ES-D 09/91 m 215
7.7 1240 SARJETA TRIANGULAR CONCRETO - STC02 DAER-ES-D 01/91 m 215

8.0 SINALIZAÇÃO PROVISÓRIA


8.1 7288 PLACA TODA REFLETIVA TIPO II DAER-ES-OC 03/91 m² 23.71
EC-11 e DAER-ES-OC
8.2 CCU-030 CONFECÇÃO DE BARREIRAS DE SINALIZAÇÃO TIPO II und 26.00
03/91
EC-11 e DAER-ES-OC
8.3 CCU-031 CONFECÇÃO DE BARREIRAS DE SINALIZAÇÃO TIPO III und 2.00
03/91
EC-11 e DAER-ES-OC
8.4 7741 CONE DE BORRACHA COM FAIXA REFLETIVA 75cm und 1.00
03/91
EC-11 e DAER-ES-OC
8.5 7315 SINAL LUMINOSO INTERMITENTE EM ALUMÍNIO und 2.00
03/91

9.0 SINALIZAÇÃO DEFINITIVA


SINALIZAÇÃO HORIZONTAL TERMOPLÁSTICA HOT SPRAY
9.1 7278 DAER-ES-OC 03/91 m² 30.28
1,50mm

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

78
PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

79
13. ESPECIFICAÇÕES DE SERVIÇOS

13.1. Introdução

Para a execução da obra de contenção da ERS-122 no km 7+600, foram


utilizadas e elaboradas especificações técnicas de execução.

Independentemente das especificações técnicas adotadas, os serviços a


realizar deverão atender, ainda, o que está especificado nas plantas do Projeto
Final de Engenharia.

Independentemente do que consta no item relativo às medições e


pagamentos em todas as especificações técnicas, os preços unitários propostos
para cada serviço deverão incluir, de forma direta e indireta, todos os insumos
(materiais e mão-de-obra), os custos de todos os equipamentos e aparelhagens a
serem empregados e as despesas com as atividades especializadas ou não,
necessárias para executar os serviços correspondentes.

13.2. Especificações prevalentes

Os trabalhos de execução das obras de estabilização deverão obedecer à


ordem de prevalência, a seguir apresentada, toda a vez que houver conflitos de
Especificações:
 1º Especificações Técnicas constantes das Plantas dos Projetos;

 2º Especificações Técnicas Complementares, constantes do


Relatório de Projeto;

 3º Normas da ABNT;

 4º Especificações Técnicas do DAER/RS.

As especificações do DAER são válidas para as atividades desta obra, à


exceção de especificidades de serviços não constante, ou seja, mérito de
especificações particulares.

As especificações técnicas de execução do DAER utilizadas neste projeto


são:

TERRAPLENAGEM

 DAER-ES-T 01/91 - Serviços Preliminares

 DAER-ES-T 03/91 - Cortes

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

80
 DAER-ES-T 05/91 - Aterros

PAVIMENTAÇÃO

 DAER-ES-P 08/91 - Base Granular

 DAER-ES-P 12/91 - Imprimação

 DAER-ES-P 18/91 - Pré-Misturado a Quente

 DAER-ES-P 22/91 - Materiais Asfálticos

DRENAGEM

 DAER-ES-D 01/91 - Valetas e Sarjetas

 DAER-ES-D 04/91 - Meios-Fios

 DAER-ES-D 05/91 - Entradas e Descidas D'Água em Taludes

 DAER-ES-D 06/91 - Dissipadores de Energia

 DAER-ES-D 07/91 - Caixas Coletoras

 DAER-ES-D 09/91 - Drenos Sub-Superficiais

 DAER-ES-D 11/91 - Bueiros

 DAER-ES-D 13/91 - Remoção de Bueiros Existentes

OBRAS DE ARTE

 DAER-ES-OA 01/91 - Concretos e Argamassas

 DAER-ES-OA 02/91 - Armadura para Concreto Armado

 DAER-ES-OA 03/91 - Formas e Cimbres

 DAER-ES-OA 04/91 - Estruturas de Concreto Armado

OBRAS COMPLEMENTARES

 DAER-ES-OC 03/91 - Sinalização

 DAER-ES-OC 04/91 - Proteção Vegetal

COMPLEMENTARES DE SERVIÇO

 DAER-ES-COMPLEM 03/91 - Controle Tecnológico dos Serviços pela


Empreiteira

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

81
 DAER-ES-COMPLEM 07/91 - Remoção de Estruturas de Madeira,
Concreto e Alvenaria

 DAER-ES-COMPLEM 09/91 - Remoção de Pavimento

SERVIÇOS DE CONSERVAÇÃO

 DAER-ES-CON 018.0/07 – Roçada Mecânica

As especificações particulares são apresentadas a seguir.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

82
13.2.1. EC-01 – SISTEMA DE CONTENÇÃO EM SOLO REFORÇADO

OBJETIVO E CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

Apresentar a sistemática utilizada na construção das estruturas de


contenção de taludes do tipo terramesh.

DEFINIÇÃO

Para os efeitos desta especificação, são adotadas as definições


seguintes:

 Gabiões - elementos de forma prismática, constituídos por uma rede metálica


de malha hexagonal preenchida por pedras de mão.
 Sistema de contenção em solo reforçado - onde a tela de aço com malha
hexagonal duplo-trançada constitui-se no reforço e o faceamento da estrutura
é conformado por um gabião.

CONDIÇÕES GERAIS

A utilização deste tipo de solo reforçado é indicada em função dos estudos


geotécnicos e hidrológicos que definirão o tipo de dispositivo adequado a cada
situação. Como o sistema de solo reforçado é uma associação de reforços e de
um faceamento de Gabião Caixa, este último deve ser mais bem definido,
preliminarmente.

Gabiões Caixa

Os gabiões tipo caixa são elementos com a forma de prisma retangular


constituídos por uma rede metálica de malha hexagonal e dupla torção.

Em todas as extremidades a rede é reforçada com fios de diâmetro maior


que aquele usado na rede, para robustecer a armação metálica e facilitar a sua
colocação na obra.

Os gabiões podem ser subdivididos em celas mediante a inserção de


diafragmas com a função de fortalecer a estrutura e de facilitar as operações de
enchimento. Tais diafragmas possuem as mesmas características da rede que
constitui os gabiões e são unidos diretamente à tela de base durante a sua
fabricação.

Contenção em solo reforçado

Normalmente, o paramento ou faceamento consiste de um gabião tipo


caixa com 1 metro de largura, a partir do qual prolonga-se a mesma tela
hexagonal que constitui o gabião, desta feita atuando como reforço do sistema.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

83
Face ao caráter estrutural, a referida tela acima, deve ser revestida de
PVC, de forma a garantir a permanência da galvanização sem maiores lesões
após a instalação.

A modulação dos módulos é de 0,5 metros e 1 metro de altura, em função


dos níveis de tensão.

O material de preenchimento do aterro estrutural deve ser pouco plástico


e, conforme o nível de tensões, deve ser granular.

Filtros

Como o gabião caixa enseja vazios de grande dimensão, o contato entre


o mesmo e o aterro estrutural deve dispor de um elemento de filtração de forma
a impedir fuga de finos. Essa filtração é obtida pela inserção de um geotêxtil não
tecido.

CONDIÇÕES ESPECÍFICAS

Material

Os materiais utilizados deverão obedecer aos seguintes critérios:

a) Malha Galvanizada

A malha utilizada será do tipo 8 x 10 de arame fortemente zincado com


revestimento de PVC. A resistência à tração de curto prazo da tela deverá ser
de, no mínimo, 47kN/m. O diâmetro mínimo do fio deve ser de 2,7mm (da alma
de aço) e o diâmetro externo do revestimento de PVC deverá ser de 3,7mm. A
conformação da malha deverá ser de dupla torção.

b) Pedra de mão

A pedra de mão utilizada deverá ser originária de rocha sã e estável,


apresentando os mesmos requisitos qualitativos exigidos para a pedra britada
destinada à confecção de concreto com granulometria uniforme. Excluem-se
materiais friáveis e aconselha-se a utilização de material resistente e de elevado
peso específico. Para o presente caso, o material aceitável é a pedra britada do
primário (rachão), de basalto ou dacito. A granulometria deve ser entre 10 e 20
cm de diâmetro equivalente.

c) Filtros

Os filtros deverão ser de geotêxtil não tecido de poliéster ou polipropileno.


A gramatura mínima ou a resistência à tração no ensaio de faixa larga deverá
estar indicada em projeto.

d) Solo para o aterro estrutural

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

84
O solo para o aterro estrutural deverá ser argiloso, proveniente de jazidas
licenciadas para a extração. Não deve ser utilizado saibro pela presença de
minerais expansivos em sua composição, considerando os solos residuais de
arenito presentes em larga escala na região. O material, após destorroado e
lançado sobre o solo reforçado, não deverá apresentar grãos com diâmetro
maior do que 7,5 cm (3”). A compactação em energia equivalente ao Proctor
normal, deverá produzir um maciço com ângulo de atrito superior a 32° e coesão
mínima de 4 kPa para amostra compactada de forma semelhante ao executado
em campo ou a partir de amostra indeformada.

e) Areia grossa

Areia grossa limpa e/ou lavada com granulometria entre 2,0mm e 4,8mm
destinada a garantir uma drenagem de contato entre o aterro estrutural e o solo
natural. O material não deverá possuir mais do que 2% de material pulverulento.

Equipamento

Os equipamentos necessários à execução destes dispositivos


compreendem os manuais e os mecânicos, sendo os seguintes:

a) manuais - pá, picareta, enxada e carrinho de mão;

b) mecânicos - pá carregadeira dotada, retroescavadeira, trator de


esteiras, compactador de percussão mecânico (sapo), rolo pé-de-carneiro, placa
vibratória ou rolo vibratório leve.

Execução

Os elementos do solo reforçado são despachados da fábrica dobrados e


reunidos em pacotes. Cada elemento possui o comprimento indicado nas seções
do projeto e a extensão longitudinal de 2 metros.

Na obra, os elementos são posicionados e abertos em uma superfície


plana, conforme a definição da topografia e respeitadas às notas de serviço do
projeto.

As dobras do painel frontal definem o formato da face externa da estrutura,


a qual é definida como perfeitamente vertical (aprumada) para cada elemento.

Antes da dobra do painel, as extremidades da tela de reforço devem ser


fixadas através de grampos no aterro estrutural, de forma a não ocorrer
distorções durante a montagem. O grampo deve ser metálico, com comprimento
não superior a 10 cm e dotado de um elemento de proteção (plástico ou
borracha) que impeça o dano ao revestimento de PVC da malha hexagonal.

Fixado o painel, procede-se a abertura do elemento ao longo de suas


dobras, levantando-se o painel posterior. Posiciona-se o diafragma centra e

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

85
costurando-se todas as arestas do elemento, ajusta-se a sua posição e costura-
se também o novo elemento aos elementos já instalados.

Procede-se o enchimento do gabião caixa frontal com a pedra de mão, o


qual é efetuado manualmente ou com qualquer meio mecânico, utilizando-se
pedras de porte maior ou ligeiramente superiores à da malha de modo a obter a
mínima porcentagem de vazios. Para garantir o alinhamento, é exigido o uso de
uma forma descontínua (grelha) na face frontal durante o enchimento.

No interior dos gabiões, os tirantes são inseridos durante o enchimento


para tornar solidas entre si as paredes opostas. Isto facilita o alinhamento das
paredes à vista na obra e evita a deformação dos gabiões durante o enchimento.
São previstos tirantes com espaçamento horizontal de 50cm (entre a face e o
diafragma) e com espaçamento vertical de 33cm (nos terços da altura).

O fio adotado para os tirantes, bem como, aquele adotado para as


amarrações apresenta as mesmas características do fio dos gabiões. Durante a
montagem e nas operações para a amarração, é necessário utilizar pinças com
pontas alongadas e de superfície lisa, pois o revestimento plástico não deve ser
danificado.

Após o enchimento, a tampa do elemento pode ser fechada e costurada.

Realizado o enchimento com pedra de mão, coloca-se o filtro de geotêxtil


na face anterior. A extremidade de ancoragem do geotêxtil repousa,
temporariamente, sobre o solo reforçado.

O aterro estrutural deverá ser realizado em camadas com espessura


máxima de 20 cm. A seqüência de compactação é descrita em especificação
pertinente, mas, para cada camada, são recomendáveis o nivelamento da
camada com trator de esteiras e a densificação efetiva com compactador de
percussão mecânico (sapo) até 1 m de distância do gabião caixa e o restante
com rolo pé-de-carneiro.

A cada camada de aterro estrutural, o dreno de contato com areia grossa


deve ser garantido com uma espessura mínima indicada em projeto com
variação de no máximo 10% da medida.

Nivelada a terraplenagem, faz-se o posicionamento do elemento


consecutivo, observando-se o recuo, indicado em projeto, entre uma camada e
outra (exceto nos elementos duplos).

INSPEÇÃO

Controle Geométrico e de Acabamento

O controle geométrico consistirá de medida a trena, ou com o auxílio de


equipamentos topográficos auxiliares. O controle das condições de acabamento
será feito em bases visuais.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

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Controle da Execução

O controle da pedra-de-mão será feito visualmente e por testes expedidos


de sua resistência, efetuados “in situ”. O controle das redes metálicas será
efetuado por certidões de qualidade fornecidas pelo fabricante, a razão de um
certificado para cada carregamento que chegar à obra.

Aceitação

O serviço será considerado como aceito desde que as dimensões


externas dos dispositivos atendam os indicados no projeto com tolerâncias de
5% em pontos isolados.

CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO

O sistema será medido por elemento, conforme a sua dimensão,


devidamente concluído e aceito. O geotêxtil, a brita e o aterro estrutural serão
medidos em item específico.

13.2.2. EC-02 – ESTRUTURAS DE ARRIMO COM GABIÃO

OBJETIVO E CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

Esta especificação tem por objetivo estabelecer os requisitos básicos


essenciais exigíveis para a construção de muros de arrimo do tipo gabião.

A utilização de gabiões é recomendada para situações onde, em função dos


estudos geotécnicos e hidrológicos, seja indicada a utilização de estruturas
monolíticas, flexíveis, permeáveis e com a possibilidade de integração com
vegetação circundante.

DEFINIÇÃO

Para os efeitos desta especificação, são adotadas as definições


seguintes:

 Gabiões são elementos de forma prismática ou cilíndrica, constituídos por


uma rede metálica de malha hexagonal de dupla torção, fabricada com arame
de baixo teor de carbono (BTC), com zincagem pesada, revestidos com
cloreto de polivinil (PVC) e preenchidos com pedras de mão.

CONDIÇÕES GERAIS

A utilização de gabiões é recomendada para situações onde, em função dos


estudos geotécnicos e hidrológicos, seja indicada a utilização de estruturas
monolíticas, flexíveis, permeáveis e com a possibilidade de integração com
vegetação circundante.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

87
Gabiões do tipo caixa

Os gabiões do tipo caixa são dispositivos em forma de paralelepípedo


retângulo, construídos com tela metálica de malha hexagonal, de dupla torção,
confeccionada com arame de aço de baixo teor de carbono (BTC), com zincagem
pesada, recoberto com material plástico.

Todas as arestas da caixa são ligadas e reforçadas com fios de diâmetro


maior que aquele usado na fabricação da malha, para robustecer a armação
metálica e facilitar a sua colocação na obra.

As caixas dos gabiões podem ser subdivididas em células, mediante a


inserção de diafragmas, com as funções de fortalecer a estrutura e de facilitar as
operações de enchimento. Tais diafragmas possuem as mesmas características da
malha que constitui os gabiões e são unidos diretamente à tela de base durante a
sua fabricação.

Filtros

Como o gabião caixa enseja vazios de grande dimensão, o contato entre o


mesmo e o aterro estrutural de solo deve dispor de um elemento de filtração de
forma a impedir fuga de finos. Essa filtração é obtida pela inserção de um geotêxtil
não tecido.

CONDIÇÕES ESPECÍFICAS

Material

Os materiais utilizados deverão obedecer aos seguintes critérios:

a) Malha Galvanizada

A malha utilizada será do tipo 8 x 10 de arame fortemente zincado com


revestimento de PVC. A resistência à tração de curto prazo da tela deverá ser
de, no mínimo, 47kN/m. O diâmetro mínimo do fio deve ser de 2,7mm (da alma
de aço) e o diâmetro externo do revestimento de PVC deverá ser de 3,7mm. A
conformação da malha deverá ser de dupla torção.

b) Pedra de mão

A pedra de mão utilizada deverá ser originária de rocha sã e estável,


apresentando os mesmos requisitos qualitativos exigidos para a pedra britada
destinada à confecção de concreto com granulometria uniforme. Excluem-se
materiais friáveis e aconselha-se a utilização de material resistente e de elevado
peso específico. Para o presente caso, os materiais aceitáveis são a pedra
britada do primário (rachão), ambos de basalto ou dacito. A granulometria deve
ser entre 10 e 20 cm de diâmetro equivalente.

c) Filtros

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

88
Os filtros deverão ser de geotêxtil não tecido de poliéster ou polipropileno.
A gramatura mínima ou a resistência à tração no ensaio de faixa larga deverá
estar indicada em projeto.

d) Reaterro de rachão

A pedra de mão utilizada deverá ser originária de rocha sã e estável,


apresentando os mesmos requisitos qualitativos exigidos para a pedra britada
destinada à confecção de concreto com granulometria uniforme. Excluem-se
materiais friáveis e aconselha-se a utilização de material resistente e de elevado
peso específico. Para o presente caso, os materiais aceitáveis são a pedra
britada do primário (rachão), ambos de basalto ou dacito. Deverão ser atendidas
as seguintes condições gerais para o agregado rachão ou pedra de mão:

• Deverão ser constituídos de fragmentos tenazes, não friável, limpos


de argilas ou outros contaminantes, sem nenhum grau de alteração, pouco
lamelares ou alongadas.

• A lamelaridade deve ser inferior a 20%. Já o desgaste no ensaio de


Abrasão Los Angeles não deverá ser superior a 50%, bem como devem
apresentar tensão de ruptura superiores a 100MPa.

• O diâmetro máximo recomendado deverá estar compreendido entre


1/3 e 2/3 da espessura final de camada individual executada, não devendo
superar a 200 mm (8″). Enquanto que o diâmetro mínimo recomendado deve ser
de 50 mm.

e) Solo para o aterro estrutural

O solo para o aterro estrutural deverá ser argiloso, proveniente de jazidas


licenciadas para a extração. Não deve ser utilizado saibro pela presença de
minerais expansivos em sua composição, considerando os solos residuais de
arenito presentes em larga escala na região. O material, após destorroado e
lançado sobre o solo reforçado, não deverá apresentar grãos com diâmetro
maior do que 7,5 cm (3”). A compactação em energia equivalente ao Proctor
normal, deverá produzir um maciço com ângulo de atrito superior a 32° e coesão
mínima de 4 kPa para amostra compactada de forma semelhante ao executado
em campo ou a partir de amostra indeformada.

f) Areia grossa

Areia grossa limpa e/ou lavada com granulometria entre 2,0mm e 4,8mm
destinada a garantir uma drenagem de contato entre o aterro estrutural e o solo
natural. O material não deverá possuir mais do que 2% de material pulverulento.

Equipamento

Os equipamentos necessários à execução destes dispositivos


compreendem os manuais e os mecânicos, sendo os seguintes:

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

89
a) manuais - pá, picareta, enxada e carrinho de mão;

b) mecânicos - pá carregadeira, retroescavadeira, trator de esteiras, placa


vibratória e rolo vibratório leve.

Execução

Os gabiões do tipo caixa devem ser entregues pelas fábricas no local das
obras, dobrados e reunidos em pacotes.

Na obra, as caixas dos gabiões devem ser abertas e montadas, costuradas


pelas arestas e fixados os diafragmas às paredes laterais. Os fios devem ser
metálicos, com comprimento não superior a 10 cm e dotado de um elemento de
proteção (plástico ou borracha) que impeça o dano ao revestimento de PVC da
malha hexagonal.

Agrupam-se mais gabiões vazios, lado a lado e sucessivamente, amarrados


àqueles vizinhos pelas arestas, formando uma estrutura contínua no sentido
horizontal, antes do enchimento.

Procede-se o enchimento do gabião caixa frontal com a pedra de mão, o


qual é efetuado manualmente ou com qualquer meio mecânico, utilizando-se
pedras de porte maior ou ligeiramente superiores à da malha de modo a obter a
mínima porcentagem de vazios. Para garantir o alinhamento, é exigido o uso de
uma forma descontínua (grelha) na face frontal durante o enchimento.

No interior dos gabiões, os tirantes são inseridos durante o enchimento para


tornar solidas entre si as paredes opostas. Isto facilita o alinhamento das paredes
à vista na obra e evita a deformação dos gabiões durante o enchimento. São
previstos tirantes com espaçamento horizontal de 50cm (entre a face e o diafragma)
e com espaçamento vertical de 33cm (nos terços da altura).

O fio adotado para os tirantes, bem como, aquele adotado para as


amarrações apresenta as mesmas características do fio dos gabiões. Durante a
montagem e nas operações para a amarração, é necessário utilizar pinças com
pontas alongadas e de superfície lisa, pois o revestimento plástico não deve ser
danificado.

Após o enchimento, a tampa do elemento pode ser fechada e costurada.

Realizado o enchimento com pedra de mão, coloca-se o filtro de geotêxtil na


face anterior quando o reaterro estrutural for de solo. A extremidade de ancoragem
do geotêxtil repousa, temporariamente, sobre o gabião caixa.

O aterro estrutural deverá ser realizado em camadas com espessura máxima


de 20 cm. A seqüência de compactação é descrita em especificação pertinente,
mas, para cada camada, são recomendáveis o nivelamento da camada com trator
de esteiras e a densificação efetiva com compactador de percussão mecânico
(sapo) até 1 m de distância do gabião caixa e o restante com rolo pé-de-carneiro.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

90
No caso do aterro com rachão (particular para alguns segmentos da estrutura), a
compactação dá-se apenas pela passagem de placa ou rolo vibratório.

A cada camada de aterro estrutural, o dreno de contato com areia grossa


deve ser garantido com uma espessura mínima indicada em projeto com variação
de no máximo 10% da medida.

Nivelada a terraplenagem, faz-se o posicionamento do elemento


consecutivo, observando-se o recuo, indicado em projeto, entre uma camada e
outra (exceto nos elementos duplos).

INSPEÇÃO

Controle Tecnológico dos Materiais

Este controle abrange os ensaios e determinações para verificar se as


condições dos materiais estão sendo atendidas.

Serão procedidos os seguintes ensaios:

• Ensaio de granulometria do material de enchimento;

• Ensaio de abrasão Los Angeles da pilha britada, ou quando


visualmente observadas alterações que possam influir na qualidade do agregado.

Controle Geométrico e de Acabamento

O controle geométrico consistirá de medida a trena, ou com o auxílio de


equipamentos topográficos auxiliares. O controle das condições de acabamento
será feito em bases visuais.

Controle da Execução

O controle da pedra-de-mão será feito visualmente e por testes expedidos


de sua resistência, efetuados “in situ”, a qual deverá ser aplicada em todas as
etapas, ou seja:

• Nos estoques de agregados;

• Na operação de carregamento;

• Nas operações de pista como espalhamento, compactação, e


acabamento.

O controle das redes metálicas será efetuado por certidões de qualidade


fornecidas pelo fabricante, a razão de um certificado para cada carregamento que
chegar à obra.

Controle de Recebimento Baseado no Controle Tecnológico

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

91
Os serviços executados serão aceitos, sob o ponto de vista tecnológico,
desde que sejam atendidas as seguintes tolerâncias:

• As granulometrias dos materiais utilizados obedeçam a uma das


faixas granulométricas preconizadas;

• Os valores individuais obtidos nos ensaios de Abrasão Los Angeles,


durabilidade e equivalente de areia atendam aos limites especificados.

Controle de Recebimento Baseado no Controle de Execução

Para que o serviço seja aceito, deverão ser obedecidos os seguintes


aspectos, avaliados em bases visuais, pela fiscalização:

• As condições de estocagem dos agregados deverão ser consideradas


satisfatórias, tendo em vista a não contaminação com materiais estranhos; a
adequada separação entre os depósitos de agregados correspondentes.

• A operação de carregamento dos materiais estocados, deverá ser


procedida de forma criteriosa, em particular para o rachão que contenham alguma
presença de contaminação com finos. Com relação a este aspecto, deverão ser
evitadas as zonas do depósito de agregado graúdo que contenham tais partículas.

• A compactação, nos casos de aterros de rachão compactados será


julgada eficiente, e consequentemente será aceita, se com a passagem do rolo liso
compactador constatar-se que não houve penetração de uma pedra de tamanho
razoável, colocada sobre a camada.

• Os materiais deverão ser depositados em locais protegidos de aguas


correntes, transito sobre este, ou qualquer outro fator que possa modificá-lo.

Aceitação

O serviço será considerado como aceito desde que as dimensões externas


dos dispositivos atendam os indicados no projeto com tolerâncias de 5% em pontos
isolados.

CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO

O sistema será medido por elemento, conforme a sua dimensão,


devidamente concluído e aceito. O geotêxtil, a brita e o aterro estrutural serão
medidos em item específico.

13.2.3. EC-03 – FORNECIMENTO E COMPACTAÇÃO DE ATERRO DE


ARGILA

GENERALIDADES

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

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Aterros são segmentos, cuja implantação requer o depósito de materiais,
quer proveniente de corte, quer de empréstimos, no interior dos limites das seções
de projetos (“off-sets”), que definem o corpo estradal.

No presente caso, o aterro faz parte de um sistema de contenção e, por isso,


o controle de compactação enseja cuidados maiores do que o trivialmente utilizado
em terraplenagens convencionais.

As operações de aterro compreendem:


 A indenização das jazidas utilizadas;
 A escavação, seleção, carga e o transporte do material até a obra;
 A descarga e o espalhamento;
 A correção da umidade por secagem ou umedecimento;
 A compactação do aterro.

MATERIAIS

Os solos para os aterros provirão de empréstimos ou de cortes existentes,


devidamente licenciados.

O solo para o aterro estrutural deverá ser argiloso, proveniente de jazidas


licenciadas para a extração. Não deve ser utilizado saibro pela presença de
minerais expansivos em sua composição, considerando os solos residuais de
arenito presentes em larga escala na região. O material, após destorroado e
lançado, não deverá apresentar grãos com diâmetro maior do que 7,5 cm (3”). A
compactação em energia equivalente ao Proctor normal, deverá produzir um
maciço com ângulo de atrito superior a 32° e coesão mínima de 4 kPa para amostra
compactada da mesma forma que em campo. A critério da fiscalização pode ser
solicitado a determinação dos parâmetros de resistência.

Após pulverizado, o material resultante deve ser isento de matéria orgânica


e apresentar expansão inferior a 2%.

EQUIPAMENTOS

A execução dos aterros deverá prever a utilização racional de equipamento


apropriado, atendidas as condições locais e a produtividade exigida.

Na construção dos aterros poderão ser empregados tratores de lâmina,


escavo transportadores, caminhões basculantes, rolos pé-de-carneiro e
compactadores de impacto (sapo).

EXECUÇÃO

A execução dos aterros subordinar-se-á aos elementos técnicos fornecidos


ao Executante e constantes das notas de serviço elaboradas de conformidade com
o projeto.

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93
A operação será precedida de execução dos serviços de escavação,
desmatamento, destocamento e limpeza. Preliminarmente à execução dos aterros,
deverão estar concluídas as obras necessárias à drenagem, desde que em
confronto com estas.

No caso de aterros assentes sobre o talude rodoviário original, a superfície


do talude deverá ser previamente escarificada pela passagem da lâmina do trator
de esteiras, de forma a garantir um melhor travamento entre as estruturas.

O lançamento do material para a construção dos aterros deve ser feito em


camadas sucessivas, em toda a largura da seção transversal, e, em extensões tais
que permitam seu umedecimento e compactação de acordo com o previsto nestas
especificações.

Para o corpo dos aterros, tanto quanto para as camadas finais, a espessura
da camada compactada não deverá ultrapassar 0,20 m.

Todas as camadas deverão ser convenientemente compactadas na umidade


ótima, até se obter a massa específica aparente seca correspondente a 100% ou
mais da massa específica aparente máxima seca, do Ensaio AASHTO Proctor
Normal (T-99).

Os trechos que não atingirem as condições mínimas de compactação e


máxima de espessura, deverão ser escarificados, homogeneizados, levados à
umidade adequada e novamente compactados, até atingir a massa específica
aparente seca exigida.

Caberá à fiscalização verificar os resultados do controle da compactação de


acordo com o que determinam os Métodos de Ensaios usuais da prática de
engenharia.

CONTROLE

Controle Tecnológico

A Fiscalização reserva-se o direito de proceder um ensaio de compactação,


segundo o Método AASHTO NORMAL (T99-57) e dois ensaios para a
determinação da massa específica seca “in situ” para cada 1.000 m 3 de um mesmo
material de corpo de aterro.

A Fiscalização reserva-se o direito de proceder um ensaio de granulometria,


do limite de liquidez, do limite de plasticidade e um ensaio do Índice Suporte
Califórnia, com energia do Método AASHTO NORMAL (T99-57) para cada amostra
submetida ao ensaio de compactação, bem como o teor de material orgânica.

Controle Geométrico

O acabamento da plataforma de aterro será procedido mecanicamente, de


forma a alcançar-se a conformação da seção transversal do projeto, admitidas as
seguintes tolerância:
PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

94
 variação da altura máxima de  0,05 m;
 variação máxima da largura de + 0,30 m.

O controle será efetuado por nivelamento.

O acabamento, quanto a declividade transversal e inclinação dos taludes,


será verificado pela Fiscalização, de acordo com o projeto.

MEDIÇÃO

A medição do serviço será realizada pelo volume efetivamente compactado,


tomando-se o método das áreas médias para o cálculo.

PAGAMENTO

Os serviços serão pagos pelos preços unitários contratuais, em


conformidade com a medição referida no item anterior.

13.2.4. EC-04 – FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO DE GEOTÊXTIL

GENERALIDADES

Esta especificação refere-se ao fornecimento e instalação de geotêxtil não


tecido como elemento filtrante ou drenante.

MATERIAIS

Os geotêxteis devem ser do tipo não tecido, empregando fibras de poliéster


ou polipropileno, com resistência à tração especificada em projeto, conforme
indicação em prancha.

EQUIPAMENTOS

Apenas os equipamentos de transporte e manuseio da bobina e ferramentas


manuais para corte (tesoura).

EXECUÇÃO

A aplicação das mantas geotêxteis ocorre em dispositivos de drenagem,


gabiões, drenos, enrocamentos, canais entre outras situações, deve atender ao
especificado em projeto, e as recomendações dos fabricantes quanto aos cuidados
necessários na aplicação do material.

Durante o desenvolvimento das obras deve ser evitado o tráfego


desnecessário de pessoal ou equipamentos sobre a manta geotêxtil aplicada,
evitando sua danificação.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

95
Antes da instalação dos geotêxteis o terreno deve ser regularizado e devem
ser evitados corpos estranhos pontiagudos que possam perfurar o geotêxtil.

O traspasse entre os panos de geotêxtil transversal ou longitudinal deve ser


de 30,0cm ou conforme especificação do fabricante. Durante as aberturas dos
panos, estes devem ser fixados nas extremidades permitindo sua ancoragem na
camada superior de reaterro.

A estocagem do material, previamente à sua instalação, deve garantir sua


proteção à radiação solar.

Deve-se utilizar geotêxteis não tecidos com resistência à tração faixa larga
não inferior a 14kN/m, resistência ao puncionamento CBR não inferior a 3kN, bem
como apresentar permeabilidade superior à 0,3cm/s para compor os sistemas de
drenagens.

Quando existir a necessidade de utilização de geotêxtil em base de muro de


arrimo, cavas de chaves granulares, aterros de enrocamento, ou em locais cujo
material apresenta contato direto com solos com granulometria uniforme e superior
a de brita 1, o geotêxtil deve apresentar resistência a tração faixa larga não inferior
a 26kN/m.

O geotêxtil será cortado nas medidas indicadas no projeto e disposto nos


locais igualmente indicados. A fixação temporária pode ser realizada com presilhas
metálicas ou âncoras de blocos de rocha de até 20 cm de diâmetro. O trespasse
longitudinal deverá ser de 20 cm.

Filtros danificados deverão ser substituídos, de acordo com a determinação


da fiscalização.

CONTROLE

O controle será visual e qualitativo, exercido pela Fiscalização da


CONTRATANTE.

Os trespasses devem ser conferidos esporadicamente, exigindo-se um


mínimo de 20,0 e 30,0 cm, conforme citado anteriormente. Não serão aceitos panos
de geotêxteis com a presença de rasgos ou perfurações. A superfície final dos
geotêxteis não deve apresentar rugas ou dobras.

MEDIÇÃO

A medição e o pagamento serão realizados pela metragem quadrada de


geotêxtil empregado, conforme as medidas indicadas no projeto.

PAGAMENTO

O pagamento será feito pelo preço unitário contratual, devendo incluir todas
as despesas diretas ou indiretas previstos para execução deste serviço.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

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13.2.5. EC-05 – DRENO DE AREIA OU PEDRISCO

GENERALIDADES

Esta especificação corresponde aos serviços referentes a execução da


drenagem interna com areia ou pedrisco em obra de contenção.

Poderá ser utilizado dreno sem tubulação interna, onde o material filtrante é
o próprio sistema de drenagem. Em circunstâncias especiais, definidas em projeto,
poderão ser utilizadas mantas geotêxteis não tecidas, com um mínimo de
densidade igual a 200 g/m².

MATERIAIS

A areia a ser utilizada deverá ser média a grossa limpa e lavada,


preferencialmente de jazida fluvial, não devendo apresentar mais do que 2% de
argila, silte ou material pulverizado. A areia deve possuir coeficiente de
permeabilidade k≥10-4m/s por ensaio de permeabilidade realizado de acordo com
a norma ABNT NBR 13292/1995.

A brita deve ter granulometria de brita 0/pedrisco, sendo que este material
não pode conter argila, silte ou material pulverizado de britagem em proporções
maiores que 2%.

O material drenante/filtrante deve ser especificado nas pranchas de projeto.

EQUIPAMENTOS

Serão necessários equipamentos de carga (carregadeira) e de transporte


(caminhões caçamba), além das ferramentas manuais corriqueiras.

EXECUÇÃO

A camada de areia deverá envolver o tubo de drenagem e percorrer o


contato entre o aterro estrutural e os solos pré-existentes. A espessura da camada
deverá estar indicada em projeto podendo variar no máximo 5%. Para garantir uma
camada homogênea, a construtora deverá utilizar-se de uma forma temporária de
compensado ou madeira (uma guia de 20 cm é usualmente empregada).

Quando lançado, o material drenante deverá ser apiloado e ter o cuidado


para manter a espessura mínima indicada em projeto. Em condições restritas de
acesso, em cavas profundas que o operador não possa efetuar o apiloamento, o
material pode ser simplesmente lançado a seco em camadas de 10cm e umedecido
com lançamento de água na sua superfície.

CONTROLE

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

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O controle será, visual e qualitativo, exercido pela Fiscalização da
CONTRATANTE.

A Fiscalização reserva-se o direito de proceder com os seguintes ensaios:

 análise granulométrica por peneiramento (NBR 7181/1984);


 determinação do equivalente de areia (NBR 12052:1992);
 teor de matéria orgânica (NBR 13600:1996 / NBR-NM 49:2001);
 ensaio de permeabilidade (NBR 13292/1995).

MEDIÇÃO

Será medido por metro cúbico de areia, considerando a extensão da


drenagem e uma espessura constante de 0,3 metros.

PAGAMENTO

O pagamento será feito pelo preço unitário contratual, devendo incluir todas
as despesas diretas ou indiretas previstos para execução deste serviço.

13.2.6. EC-06 – TUBOS PERFURADOS

GENERALIDADES

Esta especificação trata da execução de tubulação perfurada, contabilizando


a necessidade de execução dos furos.

MATERIAIS

 Tubos pré-moldados de concreto ou PEAD com diâmetro


especificado em projeto;

 Argamassa, resina epóxi ou cola para a conexão da tubulação.

 Concreto Ciclópico

 Formas de compensado

EQUIPAMENTOS

Ferramentas manuais corriqueiras e furadeira elétrica.

EXECUÇÃO

Os tubos pré-moldados devem ser perfurados com espaçamento de furos


definidos em projeto. Após a realização da perfuração, monta-se a tubulação com
a extensão também definida no projeto na posição indicada e realiza-se a conexão

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

98
entre as unidades. Os procedimentos de montagem seguem os mesmo daqueles
descritos na especificação DAER-ES-OC 04/91.

É indispensável o preparo da base para assentamento do tubo. Este serviço


deve seguir os critérios de especificação própria.

CONTROLE

O controle será visual e qualitativo, exercido pela Fiscalização da


CONTRATANTE.

A aceitação dar-se-á através da conferência do local de assentamento, que


deve ser em material filtrante ou drenante.

A aceitação também passará pela conferência do material especificado.

Onde ocorrer partes danificadas (esmagadas) de tubo por eventual incidente


em obra, deve-se cortá-lo e realizar uma emenda com conexão apropriada, ficando
sujeito a aceitação da fiscalização.

MEDIÇÃO

Será medido por metro de tubo instalado.

PAGAMENTO

O pagamento será feito pelo preço unitário contratual, devendo incluir todas
as despesas diretas ou indiretas previstos para execução deste serviço.

13.2.7. EC-07 – EXECUÇÃO DE CHAVES GRANULARES DRENANTES

DESCRIÇÃO E DEFINIÇÕES

Este documento especifica o fornecimento, carga, transporte e descarga dos


materiais, mão-de-obra e equipamentos adequados, necessários à execução e o
controle de qualidade de camadas de rachão e material britado de preenchimento
ou proteção para a execução de chave granular.

Entende-se por lançamento de material britado (o simples ato do


lançamentode uma seleção de material pétreo, normalmente em cavas, leitos ou
valas, onde o efeito de confinamento, dispensam a compactação, sendo necessário
apenas a passagem com a própria esteira do equipamento de escavação.

MATERIAIS

Rachão ou pedra de mão

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

99
Os agregados deverão ser constituídos por produtos da britagem de rocha
sã, de origem vulcânica ou de elevado grau de metamorfismo. Deverão ser
atendidas as seguintes condições gerais para o agregado rachão ou pedra de mão:

 Deverão ser constituídos de fragmentos tenazes, não friável, limpos


de argilas ou outros contaminantes, sem nenhum grau de alteração,
pouco lamelares ou alongadas.

 A lamelaridade deve ser inferior a 20%. Já o desgaste no ensaio de


Abrasão Los Angeles não deverá ser superior a 50%, bem como
devem apresentar tensão de ruptura superiores a 100Mpa.

 O diâmetro máximo recomendado deverá estar compreendido entre


1/3 e 2/3 da espessura final de camada individual executada, não
devendo superar a 200 mm (8″). Enquanto que o diâmetro mínimo
recomendado deve ser de 50 mm.

Pedra britada de preenchimento

A pedra britada deverá ser utilizada nas seguintes situações:

 Nos aterros de enrocamento a serem compactados, sendo utilizado como


material de preenchimento de vazios nas camadas finais, ou de
regularização para assentamento. Neste caso poderá ser exigida camada
compactada indicada em projeto.

 Como material drenante nos fundos de cavas preenchidas com rachão ou


no contato direto com solos. Nesta última ocasião, o material deve ser
antecedido de uma zona filtrante de granulometria britada mais fina
(somente pedrisco) em espessuras não inferiores a 30cm ou através de
geotêxteis.

O material de preenchimento de camadas deverá ser constituído por material


de britagem, com as mesmas características físicas especificadas para o agregado
de rachão (forma, resistência ao desgaste e isenção de pureza).

O material é constituído por pedras do britador secundário de dimensões


variadas entre 5 a 20mm, representando granulometria de pedrisco a brita 1.

O material também tem a função de proteção mecânica de dispositivos de


drenagem tubulares de fundo.

Todos os materiais britados (rachão ou britas) deve apresentar no máximo


2% de material pulverizado, podendo ser necessário serem lavados.

EQUIPAMENTOS

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

100
Todo equipamento deverá ser inspecionado pela fiscalização, devendo dela
receber aprovação. O conjunto de equipamentos que poderão ser utilizados para a
execução da camada de rachão compreende:

 Retroescavadeira ou escavadeira hidráulica;


 Trator de esteiras com lâmina;
 Rolo compactador liso vibratório para compactação de camada final, quando
exigido;
 Caminhão basculante;
 Equipamentos e ferramentas complementares: pás, carrinhos de mão,
marretas, vassourões ou vassouras mecânicas, etc.;
 Equipamentos de compactação manual para locais restritos.
 Outros equipamentos, a critério da fiscalização, poderão ser utilizados.

No simples lançamento de material em cava, vala ou chave granular, os


equipamentos de compactação e espalhamento são desnecessários.

EXECUÇÃO

Os serviços que antecedem o serviço aqui especificado são: realização da


escavação e instalação do geotêxtil de envelopamento, quando especificado em
projeto.

A execução da chave granular inicia-se pelo carregamento do material nos


depósitos ou pátios de estocagem da instalação de britagem. A operação de carga
do material deverá ser procedida de forma criteriosa.

Anterior ao lançamento do rachão deve-se verificar se a cava está


envelopada com geotêxtil, quando este envelope é especificado.

Anterior ao lançamento do rachão deve-se verificar a existência de tubos


perfurados e corrugados no fundo da cava. Se especificado estes tubos em projeto,
deve-se previamente a instalação destes executar uma camada de proteção. Para
isso, lança-se uma camada de pelo menos 5cm no fundo da cava com material
britado fino (pedrisco). Após, instala-se o tubo e preenche-se a vala com material
britado de dimensão inferior a brita 2 até o cobrimento total do tubo.
Finalizado o leito de proteção do tubo, o lançamento de camadas sucessivas
de rachão poderá ser através do tombo direto do caminhão basculante quando não
especificado o envelopamento. No entanto, quando especificado envelopamento
da chave com geotêxtil, o material deve ser colocado no fundo através da concha
da retroescavadeira ou escadeira hidráulica evitando que o geotêxtil seja
danificado.

Finalizado o lançamento do material de preenchimento, executa-se uma


última camada de material de preenchimento composta por brita 2 a pedrisco com
espessura de 10cm. Esta camada de material mais fino servirá como plataforma de
trabalho e base de assentamento.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

101
Quando da indicação de necessidade de compactação do material, esta será
executada através de passadas do rolo liso vibratório leve. A camada será
considerada apta quando o rolo compactador não causar mais deformação. Trata-
se de um procedimento visual, no entanto, recomenda-se pelo menos 4 passadas
com o rolo no mesmo local. Em cada passada, o equipamento utilizado deverá
recobrir, ao menos, a metade da faixa anteriormente comprimida.

Se junto ao tardoz de contenções como enrocamento reforçado, muros de


gabiões e ainda em situações de proximidade com geossintéticos, recomenda-se a
utilização de placas vibratórios (compactação manual), na largura de um metro,
para evitar deformações da estrutura, esmagamento, ou qualquer outro dano
mecânico possível no elemento solicitado.

Execução de preenchimentos e camadas de drenos

A execução das camadas de preenchimento e drenos de contato também


inicia pelo carregamento do material nos depósitos ou pátios de estocagem da
instalação de britagem.

Nas camadas finais de aterro em plataformas, após a operação de


carregamento e o transporte por meio de caminhões basculantes, faz-se o
espalhamento em uma camada de espessura homogênea, uniformemente solta.

Efetuadas as correções necessárias de regularização, e previamente ao


lançamento do material de enchimento, poderá ser obtida uma melhor acomodação
da camada final através de compressão com rolo liso sem vibração.

A execução de camadas de preenchimento deve ser realizada para o


assentamento da estrutura de contenção após a finalização de leitos ou chave
granular. Também, esta camada é executada logo a cima da última camada de
aterro de rachão, em especial, quando sobrejacente a esta, será executado aterro
de solo.
A aplicação do material de enchimento deverá ser feita em uma ou mais
vezes, até se obter um bom preenchimento, evitando-se o excesso superficial.

CONTROLE

Controle Tecnológico dos Materiais

Este controle abrange os ensaios e determinações para verificar se as


condições dos materiais estão sendo atendidas.

Serão procedidos os seguintes ensaios:

 Ensaio de granulometria do material de enchimento;


 Ensaio de abrasão Los Angeles da pilha britada, ou quando visualmente
observadas alterações que possam influir na qualidade do agregado.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

102
Controle de Execução

Controle Genérico

A principal atividade de controle, para o serviço de rachão, será a inspeção


visual, a qual deverá ser aplicada em todas as etapas, ou seja:

 Nos estoques de agregados;


 Na operação de carregamento;
 Nas operações de pista como espalhamento, compactação e acabamento.

Controle Geométrico e de Acabamento

Controle de Espessura: Após a execução da camada, proceder-se-á a


verificação da seção transversal através de nivelamento topográfico.

Controle de Acabamento da Superfície: As condições de acabamento da


superfície serão apreciadas pela fiscalização, em bases visuais.

Controle de Recebimento

Recebimento Baseado no Controle Tecnológico

Os serviços executados serão aceitos, sob o ponto de vista tecnológico,


desde que sejam atendidas as seguintes tolerâncias:

 As granulometrias dos materiais utilizados obedeçam a uma das


faixas granulométricas preconizadas;

 Os valores individuais obtidos nos ensaios de Abrasão Los Angeles,


durabilidade e equivalente de areia atendam aos limites especificados
anteriormente.

Recebimento com Base no Controle de Execução Genérico

Para que o serviço seja aceito, deverão ser obedecidos os seguintes


aspectos, avaliados em bases visuais, pela fiscalização:

As condições de estocagem dos agregados deverão ser consideradas
satisfatórias, tendo em vista a não contaminação com materiais estranhos; a
adequada separação entre os depósitos de agregados correspondentes.

A operação de carregamento dos materiais estocados, deverá ser procedida
de forma criteriosa, em particular para o rachão que contenham alguma presença
de contaminação com finos. Com relação a este aspecto, deverão ser evitadas as
zonas do depósito de agregado graúdo que contenham tais partículas.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

103
A compactação, nos casos de aterros de rachão compactados será julgada
eficiente, e consequentemente será aceita, se com a passagem do rolo liso
compactador constatar-se que não houve penetração de uma pedra de tamanho
razoável, colocada sobre a camada.

Os materiais deverão ser depositados em locais protegidos de águas


correntes, transito sobre este, ou qualquer outro fator que possa modificá-lo.

MEDIÇÃO

A medição e o pagamento serão realizados pela metragem cúbica de pedra


britada empregada, conforme as medidas indicadas no projeto.

PAGAMENTO

O pagamento será feito pelo preço unitário contratual, devendo incluir todas
as despesas diretas ou indiretas previstos para execução deste serviço.

13.2.8. EC-08 – FORNECIMENTO, BENEFICIAMENTO E INSTALAÇÃO DE


TIRANTE PERMANENTE, INCLUSIVE INJEÇÕES

DEFINIÇÃO

Esta especificação contempla os serviços de fornecimento, montagem e


instalação de tirante permanente.

Além dos quesitos aqui apresentados, os tirantes deverão atender, no que


for mais restritivo, às prescrições da NBR5629.

A perfuração para a introdução dos tirantes será remunerada em serviço


específico, de forma que esta especificação orienta as demais atividades
pertinentes à construção de tirantes, incluindo as injeções de nata de cimento em
suas etapas primária, secundária e terciária, bem como todos os ensaios de
qualificação, recebimento e fluência.

Recomenda-se que a injeção primária seja realizada pelo fabricante do


tirante, que, neste caso, atestará o controle tecnológico dela. Sendo assim, a
fabricação pode ser programada à medida que vão sendo definidos os
comprimentos de perfuração de cada tirante. No entanto, se executada no campo,
o controle deve ser rigoroso e realizado pela Fiscalização, atestando cada tirante e
garantindo que a nata de cimento preencheu todo o espaço vazio entre a bainha
metálica corrugada e a barra de aço.

Todas as peças metálicas devem ser recebidas em obra com galvanização


a fogo com espessura mínima de 120 micras.

EQUIPAMENTO

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

104
Para a realização dos serviços o executante deverá dispor, pelo menos, os
seguintes equipamentos:

 Misturador de alta turbulência para nata de cimento;


 Agitador de nata de cimento;
 Bomba de injeção de nata de cimento, inclusive mangueiras, válvulas,
manômetros e outros dispositivos necessários para as atividades de injeção;
 Bomba d’água para limpeza de tubulações e reservatório d’água compatível;
 Conjunto bomba e cilindro hidráulico de eixo vazado para protensão com
capacidade nominal igual ou superior a 750kN;
 Conjunto de medição de cargas e de deslocamento para a realização de
ensaios durante a protensão;
 No caso de trabalhos em altura reduzida, andaimes tubulares metálicos para
a realização de ensaios de protensão e injeção terciária (podendo ser
especificado a parte), quando necessário;
 No caso de trabalhos em grande altura, deverá ser utilizado guindaste com
capacidade e lança em comprimento adequados.

MATERIAIS

Os materiais para a construção dos tirantes são os seguintes:

Vergalhão de aço e peças acessórias

O vergalhão de aço para tirante deve possuir superfície corrugada. Suas


características devem ser tais que, para o diâmetro utilizado, a barra possua a carga
de trabalho (conforme definido na NBR5629) estipulada em projeto. Ainda, o
vergalhão deve possuir roscas que o possibilitem receber porcas ou luvas
compatíveis com a carga de trabalho estipulada e proteção anticorrosiva à base de
galvanização a fogo com espessura não inferior a 120 micra.

As placas de ancoragem devem fazer parte de um sistema de ancoragem


comercial com dimensões maiores que o diâmetro de perfuração e conforme
indicação nas pranchas de projeto, devidamente galvanizadas de forma idêntica ao
vergalhão do tirante.

 Luvas para emenda, anel de compensação angular, batoques, bainha


metálica (quando especificado em projeto) do mesmo fabricante do
vergalhão;
 Mangueiras ou tubulação de injeção e suas válvulas de acordo com a técnica
escolhida pelo executor em acordo com o Projeto;
 Tubo ou mangueira de PVC/PEAD para a confecção do trecho livre;
 Centralizadores poliméricos do tipo carambola para o trecho ancorado e para
o trecho livre;
 Graxa sintética a base de silicone (quando especificado em projeto);
 Fita de vedação resistente à graxa sintética (quando especificado em
projeto).
PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

105
Cabeça de ancoragem

A cabeça de ancoragem será composta por:

 Placa de ancoragem;
 Porca sextavada ou hexagonal, de acordo com o projeto;
 Anel de compensação angular, se exigido no projeto.

As peças componentes da cabeça de ancoragem devem ser compatíveis


com o tirante, tanto nos quesitos de conexão quanto de resistência mecânica. Desta
forma é recomendado que tais peças sejam fornecidas pelo mesmo fornecedor do
tirante.

Após a instalação, as peças metálicas expostas intempéries (elementos


externos, sujeitos a corrosão), precisam ser recobertas por pintura de proteção
galvânica instantânea a frio. Devem ser aplicadas duas demãos, conforme
orientações do fabricante.

Especial atenção deve ser dada a possíveis danos a proteção galvânica a


fogo (de espessura não inferior a 120 micra) durante o manuseio das peças
metálicas. Caso sejam verificados danos, esses devem ser criteriosamente
reparados com a pintura de proteção galvânica instantânea a frio.

Nata de cimento

A nata deve ser preparada com Cimento Portland (Comum ou de Alta


Resistência Inicial) com resistência à compressão característica mínima de 25MPa
e fator água/cimento igual a 0,45. Para melhorar a viscosidade da pasta é aceito o
uso de aditivos fluidificantes, desde que estes não contenham cloretos ou quaisquer
outros agentes agressivos ao aço.

EXECUÇÃO

Os tirantes deverão ser montados de acordo com o arranjo e as disposições


contidas nos documentos de projeto.

Todo o vergalhão, independente do trecho livre ou ancorado, deverá ser


envolvido por uma bainha metálica corrugada e o espaço entre os dois preenchidos
por pasta de cimento, cuja injeção primária deve vir de fábrica. De qualquer forma,
esta injeção deverá ser executada certificando-se de que não fique vazio de ar no
interior do conjunto, o que deverá ser garantido por circulação ou recirculação
contínua da pasta de cimento. Caso executado pelo fabricante, deve-se exigir
certificação de qualidade. As características desse serviço, bem como as
características mecânicas exigidas para a pasta de cimento deverão estar
coerentes com o previsto no Projeto.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

106
Caso necessário, as barras poderão ser moduladas em segmentos e
emendadas por luvas desde que tais módulos não tenham comprimento menor do
que 6 metros. Esses módulos só poderão ser manuseados após a maturidade de
7 dias.

As luvas (quando necessário) e o conjunto de vergalhão com bainha


corrugada deverão ser besuntados com graxa a base de silicone antes da
introdução da bainha lisa (no trecho livre). A eventual necessidade de emenda da
bainha lisa deverá ser realizada com luvas estanques, garantindo-se que o
diâmetro interno não seja reduzido.

Opcionalmente, o executor poderá optar pela injeção de graxa de menor


viscosidade, de forma análoga à injeção da pasta de cimento. Caso exista esse
interesse, isto deverá ser previamente comunicado à fiscalização.

O trecho livre deverá ser vedado com fita de vedação apropriada para que a
graxa não escoe.

Os centralizadores serão montados de acordo com o espaçamento previsto


em projeto, devendo ser fixados com arame apropriado para que resistam aos
esforços tangenciais que ocorrem durante a introdução dos tirantes no furo.

O tempo entre o preparo da nata e a sua injeção não deve ser superior a 40
minutos.

A preparação da pasta deverá ser realizada em misturadores de pás ou de


alta turbulência, preferencialmente duplos, de forma que a homogeneização possa
ser realizada em câmara independente da câmara de injeção. A câmara de injeção,
por sua vez, deverá estar equipada com agitador lento para evitar a segregação.

Em caso de perda excessiva de pasta durante os procedimentos de injeção,


é admitida a paralisação e a complementação do furo, desde que com intervalo
inferior a 12 horas entre uma e outra injeção.
A maturidade mínima da pasta de cimento para que seja realizada a
protensão é de sete dias, desde que a resistência à compressão seja superior a
estipulada em projeto.

A injeção secundária deve ser realizada de forma ascendente através de


tubulação fixa independente ou através da manchete de extremidade do sistema
de reinjeção, se tal sistema for empregado. O fator água cimento deve ser no
máximo 0,5, sendo aceitos aditivos fluidificantes.

As protensões deverão ser realizadas na forma de ensaios de recebimento,


conforme orientações da NBR 5629/2006 e das pranchas de projeto. A executante
deverá executar os ensaios de qualificação e fluência em pelo menos 1 (um) tirante
devido ao pequeno número de ancoragens a serem instalados neste caso isolado.
Os ensaios deverão ser conduzidos por técnico devidamente treinado e sob

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

107
supervisão da Fiscalização. Os relatórios dos ensaios deverão ser montados pela
executora e remetidos à Fiscalização antes da fase de injeção terciária.

As cargas de incorporação dos tirantes devem ser indicadas no projeto,


podendo ser alteradas se a Fiscalização julgar pertinente, desde que justificado.
Neste caso isolado, a Fiscalização deve acompanhar seja topográfica ou
visualmente os deslocamentos gerados na residência a montante de cortina,
principalmente a abertura ou fechamento de trincas existentes. Se deslocamentos
foram percebidos pela Fiscalização durante as protensões, as aplicações de carga
devem cessar até reavalização da carga de incorporação pela Fiscalização.

Além disso, os deslocamentos da cortina devem ser medidos através de


deflectômetros ou pinos superficiais, não podendo ultrapassar 0,5% de deformação
em relação à altura da cortina. Ou seja, é admitido deslocamento máximo de 1 cm
da cortina para dentro do terreno durante a incorporação da carga.

As peças metálicas da cabeça receberão, após a carga de incorporação,


uma pintura de proteção galvânica instantânea a frio contra as ações de
intempéries. Todas as peças metálicas do tirante que estão expostas ao ar livre,
receberão esta pintura, que deve ser atestada visualmente pela Fiscalização e
como o critério de aprovação, o recobrimento total das superfícies metálicas
expostas. Para aplicação desta pintura devem-se seguir as recomendações do
fabricante.

CONTROLE

A resistência dos vergalhões e demais componentes metálicos devem ser


certificados pelo fabricante. A Fiscalização resguarda o direito de solicitar ensaios
de tração no vergalhão para verificação dos lotes de fornecimento.

A nata de cimento deverá ser controlada pelo executor, moldando-se pelo


menos quatro corpos de prova de dimensões reduzidas a cada fase de injeção
secundária de cada tirante. Dois desses corpos de prova deverão ser ensaiados a
14 e 28 dias e dois deverão ser guardados para comprovação pela Fiscalização.

Os ensaios de pasta de cimento deverão ser realizados pela executora em


laboratório certificado pelo INMETRO.

O controle dos tirantes é realizado através de ensaios de protensão


realizados segundo especificado na norma NBR 5629.

Deve ser verificado se os comprimentos de perfuração e barras condizem


com os projetos e se a nata de cimento preenche completamente o furo, além de
possuir as características mecânicas indicadas no projeto.

Tirantes com desempenho insuficiente definido pelos ensaios de protensão


ou aqueles cuja nata de cimento não atender a resistência característica de projeto

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

108
deverão ser mérito de avaliação da Fiscalização que poderá exigir a implantação
de reforços sem ônus ao contratante.

MEDIÇÃO

Os tirantes serão medidos por metro de comprimento, independente do


trecho livre ou ancorado, desde que com desempenho garantido pelos ensaios de
protensão. Portanto a medição só será realizada quando da finalização e validação
desses ensaios.

PAGAMENTO

O pagamento será realizado pelo valor do preço unitário proposto,


considerando o comprimento medido segundo os critérios aqui estabelecidos.

13.2.9. EC-09 – PERFURAÇÃO PARA ELEMENTOS DE ANCORAGEM

DEFINIÇÃO

A perfuração para elementos de ancoragem é uma atividade que consiste


na destruição de solos e rochas para a execução de reforço com diâmetro nominal
variado, conforme indicações do projeto de engenharia.

EQUIPAMENTO

O equipamento de perfuração deverá ser do tipo roto-percussivo com


possibilidade de emprego de martelo de fundo ou tricone, sendo possível a
instalação de revestimentos a partir do emprego de brocas excêntricas ou pela
superfície, se necessário. O equipamento pode ser acionado por ar comprimido,
por fluido hidráulico ou por outra técnica de rotação e destruição, podendo a
limpeza do furo ser realizada por circulação de ar (não deve ser utilizada circulação
de água).

EXECUÇÃO

A perfuração deverá ser executada, observando-se os comprimentos e os


diâmetros previstos em projeto. Cada perfuração deverá ser controlada por técnico
capacitado que elaborará um boletim de perfuração específico indicando as
profundidades de ocorrência de rochas e suas alterações.

CONTROLE

As perfurações deverão seguir o posicionamento e a inclinação indicados


em projeto.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

109
Erros de posicionamento da extremidade dos furos serão aceitos até um
limite de 10cm em qualquer direção. Os erros de inclinação serão aceitos até um
limite de 5° em qualquer profundidade.

Perfurações que não atenderem aos limites construtivos deverão ser


informadas à fiscalização que poderá requerer reforço da estrutura ou a introdução
de elementos complementares, sem ônus ao contratante.

No entanto, a Fiscalização deve orientar os serviços de perfuração de forma


e evitar a perfuração de fundações da residência próxima à cortina. Assim, regiões
com presença de pilares e paredes devem ser evitadas pela maior probabilidade
de existência de fundações próximas. As perfurações que, porventura, atingirem
fundações, devem ser imediatamente interrompidas, devendo ser informadas à
Fiscalização para avaliação das medidas a serem tomadas.

MEDIÇÃO

A perfuração será medida por metro efetivamente realizado, medido


segundo o eixo do próprio, e dependentemente do material que vier a ser perfurado.

PAGAMENTO

O pagamento será realizado pelo valor do preço unitário proposto,


considerando os comprimentos medidos segundo os critérios aqui estabelecidos.

13.2.10. EC-10 – DRENO TIPO BARBACÃ

GENERALIDADES

O dreno barbacã é um tipo de dispositivo de drenagem de paramento em


obras de estabilização ou contenção. Este dispositivo tem o objetivo de aliviar as
pressões de água no paramento da estrutura de contenção, bem como direcionar
os caminhos de drenagem.

O geotêxtil pode ser divido nas seguintes partes:

Tubo de saída: O tubo de saída pode ter comprimento variável, dependo da


situação necessária, em média este comprimento é de 40cm, constituído de tubo
plástico com diâmetro de 50mm. O primeiro terço deste tubo deve ser perfurado.

Bolsa drenante: A bolsa drenante representa o elemento de captação de


água, pois trata-se de um volume de material drenante, geralmente pedra britada
com diâmetros inferiores a 1”, sem a presença de material pulverizado. Este volume
de material, em torno de 120 a 200 cm³, é envolto por um tecido filtrante
geosintético, com gramatura não inferior a 200g/m² e capacidade de resistência a
tração não inferior a 14kN/m².

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

110
MATERIAIS

Para a execução do dreno tipo barbacã são utilizados os seguintes materiais:

 Tubo de PVC rígido D=50mm;


 Geotêxtil não Tecido agulhado RT-14 ou superior;
 Arame recozido n°18;
 Pedra britada brita 1 e pedrisco;
 Ferramentas manuais.

EQUIPAMENTO

Para a execução do dreno tipo barbacã são utilizados os seguintes


equipamentos:

 Furadeira elétrica de impacto

SERVIÇOS

O dreno tipo barbacã pode ser montado em duas situações. Com ou sem a
execução de nichos. Os nichos correspondem à escavação de uma cova de volume
suficiente para o encaixe da bolsa drenante. Quando a obra de contenção
apresenta reaterro em seu tardoz, pode não ser necessária a escavação do nicho.

A primeira etapa é a realização do corte no tamanho necessário do tubo


plástico com dimensão adequada para o encaixe deste na bolsa drenante. Após,
realiza-se 4 perfurações, diâmetro médio de 5mm, a cada 5cm de tubo, utilizando
furadeira manual. Estas perfurações devem ser realizadas no primeiro terço do tubo
e espaçadas uniformemente.

A bolsa drenante é montada paralelamente com um pano geotêxtil de 1,5 a


2m². Este pano é esticado em superfície plana, onde posiciona-se o tubo em pé, no
seu centro e lança-se o material britado em uma pequena pilha envolvendo o terço
perfurado do tubo. Após, envelopa-se o geotêxtil amarrando-o com firmeza (uso de
alicate) ao tubo.

O conjunto tubo e bolsa drenante devem ter consistência suficiente para


poder ser transportado manualmente e posicionado no local especificado.

A extremidade lisa do tubo, no final da obra deve ficar livre de obturação por
concretagem, nata de cimento, solo, ou qualquer outro material. No caso de
execução de paredes em concreto projetado, recomenda-se que a parte saliente
do tubo seja protegida com bucha de tecido ou papel e ao final dos trabalhos de
projeção, possa ser removido sem prejuízo da vazão do barbacã.

A quantidade e distância entre drenos tipo barbacã deve constar em projeto


executivo, bem como maiores detalhes construtivos em situações específicas.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

111
MEDIÇÃO E PAGAMENTO

A medição dos serviços será realizada por unidade de dreno executado e


instalado. Os pagamentos serão efetuados considerando o número de unidades de
barbacãs e os preços unitários correspondentes propostos.

13.2.11. EC-11 – SINALIZAÇÃO TEMPORÁRIA DA OBRA

GENERALIDADES

A presente especificação tem por objetivo fixar as condições técnicas a


serem observadas na execução dos serviços de implantação, manutenção e
operação de sinalização temporária para desvio de tráfego durante a execução
obras na rodovia BR-459/SP.

A sinalização temporária deverá atender o Código de Transito Brasileiro, o


“Manual de Sinalização Rodoviária” – DNIT - IPR-743/2010, e as Resoluções
599/82 e 666/86 do Conselho Nacional de Trânsito, amparados pelo código de
trânsito, através da lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1999, e resolução 561/80
aprovado pelo Decreto 62.127 de 16 de janeiro de 1968 do CONTRAN e no “Manual
de Sinalização de Obras e Emergências em Rodovias” – DNIT - IPR-738/2010.

MATERIAIS

Serão utilizados os seguintes materiais:

 Cones de sinalização;
 Iluminação de advertência – sinalizador intermitente e bateria;
 Balizador de sinalização (canalizadores de tráfego);
 Madeira;
 Película refletiva.

EQUIPAMENTOS

Na execução da barreira serão utilizados os seguintes equipamentos:

 Serra Circular;
 Gerador de energia.

SERVIÇOS

Barreiras tipo II e III

São utilizadas para delimitar a área dos serviços das obras e para bloquear
o tráfego em toda a extensão da área interditada. As barreiras são confeccionadas
com tábuas de madeira ou material plástico com 0,30 m de largura, com tarjas
PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

112
oblíquas nas cores laranja e branca refletivas, alternadas. Os suportes podem ser
fixos, dobráveis ou desmontáveis e não devem ser confeccionados com materiais
demasiadamente rígidos (ferro, concreto).

Para apoio do suporte deve-se colocar saco de areia ou outro peso.

A barreira do tipo II é composta de duas tábuas de dois metros (2,00m) de


comprimento, sobrepostas, com afastamento de quinze centímetros (0,15m), entre
as mesmas. A altura da barreira não deve ultrapassar a 1,20 metros do nível do
pavimento ao topo.

A barreira do tipo III é composta de três tábuas de dois metros (2,00m) de


comprimento, sobrepostas, com afastamento de quinze centímetros (0,20m), entre
as mesmas. A altura da barreira deve ser de 1,80 metros do nível do pavimento ao
topo.

Balizador (canalizador de tráfego) e cones

São dispositivos portáteis utilizados para canalizar o tráfego e proteção do


canteiro de obras, indicou-se o uso de balizador com altura mínima de 1m e cones
de sinalização.

Sinalizador intermitente

As lâmpadas devem ser amarelas e pisca 60 vezes por segundo, deve ser
instalada sobre os balizadores, com finalidade de canalizar o fluxo de tráfego.

MEDIÇÃO E PAGAMENTO

O serviço de confecção de barreiras de sinalização tipo II, tipo III, instalação


de cones e balizadores de sinalização com sinalizador serão medidos pelas
unidades executadas.

O pagamento é realizado pelos preços unitários propostos, incluindo o


fornecimento dos materiais, equipamentos e mão-de-obra necessária para a
correta execução dos serviços.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

113
14. PLANO DE EXECUÇÃO DAS OBRAS

14.1. Fatores condicionantes

As obras estão situadas em locais relativamente de fácil acesso, podendo


ser inicialmente acessadas através da própria rodovia RS-122. As intervenções
estão dentro da faixa de domínio.

Será importante contar com sinalização eficaz de obra, bem como esclarecer
os objetivos da obra e os cuidados que devem ser tomados pelas partes: motoristas
usuários da rodovia, operadores de equipamentos de obra, operários,
encarregados, etc. Poderão ocorrer eventuais reduções de produtividade,
decorrentes das diversas condições de trabalho ou de dias de chuvas.

As condições de trafegabilidade na rodovia RS-122 e nas vias necessárias


à busca dos materiais que serão utilizados nas obras encontram-se plenas
condições de utilização.

14.2. Resumo das distâncias de transporte

Neste item apresenta-se as distâncias de transporte a serem utilizadas nas


estimativas de custo.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

114
QUADRO RESUMO DAS DISTÂNCIAS BÁSICAS DE TRANSPORTE
RODOVIA: ERS-122
TRECHO: São Sebastião do Caí - Portão
SUB-TRECHO: km 7+600
EXTENSÃO: 150m
REFERÊNCIA: Projeto de Estabilização e Reconstrução de Talude de Corte
PERCURSO TRANSP. COMERCIAL
SERVIÇO MATERIAL
ORIGEM DESTINO NP P TOTAL
DEPÓSITO DE AREIA SÃO CANTEIRO - SÃO
CAMADA DRENANTE AREIA 0.0 23.8 23.8
PEDRO LTDA. - MONTENEGRO SEBASTIÃO DO CAÍ
JAZIDA TONIOLO BUSNELLO CANTEIRO - SÃO
ACESSO E DRENO DE FUNDO BRITA 0.0 18.8 18.8
S/A - PORTÃO SEBASTIÃO DO CAÍ
JAZIDA TONIOLO BUSNELLO CANTEIRO - SÃO
RACHÃO 0.0 18.8 18.8
S/A - PORTÃO SEBASTIÃO DO CAÍ
ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO JAZIDA CAHY CONSTRUÇÕES E
CANTEIRO - SÃO
ARGILA TERRAPLANAGEM LTDA. - SÃO 0.0 0.5 0.5
SEBASTIÃO DO CAÍ
SEBASTIÃO DO CAÍ
DISPOSITIVOS DE COMÉRCIO - SÃO SEBASTIÃO CANTEIRO - SÃO
CIMENTO 0.0 26.2 26.2
DRENAGEM/CORTINA DO CAÍ SEBASTIÃO DO CAÍ
COMÉRCIO - SÃO SEBASTIÃO CANTEIRO - SÃO
MADEIRA 0.0 26.2 26.2
DO CAÍ SEBASTIÃO DO CAÍ
CORTINA
CANTEIRO - SÃO
AÇO GERDAU - NOVO HAMBURGO 0.0 32.0 32.0
SEBASTIÃO DO CAÍ
MATERIAIS COMÉRCIO - SÃO SEBASTIÃO CANTEIRO - SÃO
DIVERSOS 0.0 26.2 26.2
INDUSTRIALIZADOS DO CAÍ SEBASTIÃO DO CAÍ
CANTEIRO - SÃO SEBASTIÃO BOTA-FORA - SÃO
BOTA-FORA RESÍDUOS SÓLIDOS 0.0 3.0 3.0
DO CAÍ SEBASTIÃO DO CAÍ
DEPÓSITO DE AREIA SÃO USINA GRECA ASFALTOS
AREIA 0.0 49.4 49.4
PEDRO LTDA. - MONTENEGRO - ESTEIO
JAZIDA TONIOLO BUSNELLO USINA GRECA ASFALTOS
BRITA 0.0 30.9 30.9
S/A - PORTÃO - ESTEIO
USINA GRECA ASFALTOS
FILLER COMÉRCIO - ESTEIO 0.0 3.3 3.3
- ESTEIO
MAT.BETUMINOSO USINA GRECA ASFALTOS
RECONSTRUÇÃO PAVIMENTO REFINARIA REFAP - CANOAS 0.0 2.3 2.3
A QUENTE - ESTEIO
USINA GRECA ASFALTOS - CANTEIRO - SÃO
CBUQ 0.0 39.6 39.6
ESTEIO SEBASTIÃO DO CAÍ
MAT. BETUMINOSO CANTEIRO - SÃO
REFINARIA REFAP - CANOAS 0.0 39.9 39.9
A FRIO SEBASTIÃO DO CAÍ
MAT. BETUMINOSO CANTEIRO - SÃO
REFINARIA REFAP - CANOAS 0.0 39.9 39.9
A QUENTE SEBASTIÃO DO CAÍ

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

115
14.3. Cronograma físico

Neste item apresenta-se o cronograma físico proposto para a obra.

CRONOGRAMA FÍSICO
MÊS
ITEM ATIVIDADE
1 2 3 4
MOBILIZAÇÃO E INSTALAÇÃO DE
1.0
CANTEIRO

2.0 SERVIÇOS PRELIMINARES

3.0 DRENAGEM

4.0 OBRAS DE CONTENÇÃO

5.0 RECONSTRUÇÃO DO PAVIMENTO

6.0 OBRAS COMPLEMENTARES

OBRAS COMPLEMENTARES - BOTA-


7.0
FORA

8.0 SINALIZAÇÃO DEFINITIVA

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

116
14.4. Plano de ataque

Para a execução da solução concebida, o plano de ataque básico deve estar


em função da demanda de serviços e da frente de trabalho. As principais frentes
de trabalho são constituídas pelas seguintes equipes de trabalho:

- Equipe de terraplenagem;

- Equipe de fornecimento de material;

- Equipe de execução de gabiões, solo reforçado e instalação de mantas


geotêxteis;

- Equipe de execução de perfurações, injeções e atirantamento;

- Equipe de execução de concreto;

- Equipe de execução de formas de madeira e escoras;

- Equipe de armação de aço;

- Equipe de produção e lançamento de concreto estrutural;

- Equipe de execução do sistema de drenagem;

- Equipe de execução do plantio de vegetação.

Inicialmente deve ser instalada a sinalização de obra, com bloqueio do


acesso e parcial da pista dupla somente no lado da intervenção. Em seguida, deve
ser realizada limpeza (desmatamento e destocamento) nos trechos de execução
do acesso e da cortina atirantada. Dispositivos de drenagem existentes, como
sarjeta, bueiro e caixa coletora deverão ser removidos.

Após, os trabalhos de escavação e terraplenagem para execução do acesso


devem ser realizados. Deve ser lançado lastro de brita sobre o acesso para permitir
que o maquinário trafegue de forma adequada. Em seguida, as escavações para a
execução da cortina atirantada devem ser realizadas. As escavações dessa região
devem ser cuidadosas, devendo ser preenchidas com solo compactado as
irregularidades que porventura venham a ocorrer. É imprescindível que esta
estrutura seja construída previamente à execução do muro de gabião/solo
reforçado, pois objetiva evitar o agravamento das patologias verificadas na
residência lindeira ao talude.

Quanto à perfuração dos tirantes, a sequência fica a cargo da empresa


executora. É ideal que a instalação do tirante e a injeção de nata de cimento sejam
realizados logo após a perfuração para evitar colapso do furo. Da mesma forma, os
tirantes deverão receber proteção provisória adequada na sua cabeça (em PVC,
por exemplo) para evitar contaminação com outros materiais, especialmente
concreto. Em seguida, parte-se para a execução dos drenos barbacãs.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

117
As irregularidades normais à escavação mecanizada devem ser corrigidas
com camada de concreto magro. Após, deverão ser executados os serviços de
montagem e posicionamento das formas e das armaduras da cortina. Assim, ela
está apta ao lançamento de concreto. Para a incorporação da carga nos tirantes e
a realização de ensaios, os prazos de execução devem ser observados nas
especificações de serviço.

Para a execução do muro de gabião/solo reforçado, o restante da área a


receber intervenção deverá ser limpa (desmatamento e destocamento). As
escavações do muro deverão ocorrer em nichos de no máximo 10 m (Figura 14-1),
de modo que tanto a execução da estrutura quanto as escavações avancem
concomitantemente. Este procedimento visa dar maior segurança aos trabalhos.
Além disso, em dias chuvosos e nos dias subsequentes as escavações devem ser
paralisadas. Nichos que não puderem ser estabilizados rapidamente (com
preenchimento e execução das contenções), não devem ser escavados.

Figura 14-1 – Sequência de execução esquemática da chave e do muro de gabiões.

Finalizando uma etapa de escavação (nicho), instala-se a manta geotêxtil e


inicia-se a execução do dreno de fundo. Os trespasses longitudinais e transversais,
quando necessários, devem possuir no mínimo 30 cm. A cava formada deve ser
preenchida com pedra primária de britador (rachão). Na base sobre a qual estará
assente o muro, podem ser usadas cargas com diâmetros menores (brita 2) para
facilitar a regularização na declividade da base do muro.

As camadas de lançamento do rachão devem possuir espessura máxima de


50 cm, e devem ser devidamente compactadas com três ou mais passadas de rolo
vibratório liso, até que não haja mais deformação da superfície. Junto à face do
gabião, e com espaçamento mínimo de 1 metro, a compactação deve ser
processada através do uso de placas vibratórias, para evitar dano pela proximidade
do rolo compactador. Os gabiões seguem um plano de montagem modular
estabelecido, com definição de suas cotas. Apresentam geometria variável, com
menor altura nas extremidades e maior altura no centro do problema. Em algumas

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

118
seções serão executados contrafortes espaçados em 20 m. De qualquer forma, os
manuais do fabricante devem ser observados.

Antes de iniciar a execução do reaterro, na interface deste com o rachão


também haverá manta geotêxtil. As bobinas devem subir gradualmente com o
avanço da terraplenagem. Já no contato do reaterro com o solo local, executa-se
um dreno tipo francês de areia concomitante com a compactação do reaterro ao
tardoz. De forma geral, todos os contatos de solo local ou de reaterro com rachão
devem possuir geotêxtil não tecido.

O reaterro deve ser executado em camadas com espessura máxima de


20cm e até que seja atingido grau de compactação de 100% em relação à energia
normal de compactação. Junto à face do gabião ou solo reforçado, e com
espaçamento mínimo de 1 metro, a compactação deve ser processada através de
sapos mecânicos, para evitar dano pela proximidade do rolo compactador. Para
execução do solo reforçado devem ser observados os manuais do fabricante.

Ao final da execução do muro e do reaterro, executa-se uma rede de


drenagem superficial contemplando valas de proteção, sarjetas, descidas em
degraus e caixas coletoras.

Os dispositivos de drenagem (bueiros, caixas, bocas de ala e dissipadores


de energia), obras complementares e outros elementos não relacionados
diretamente à obra de contenção podem ser executados em momentos oportunos
a serem definidos pelo executor e pela fiscalização. A reconstrução dos meios-fios
e a reconstrução do pavimento devem ser executadas logo após a execução dos
bueiros, de forma a permitir o tráfego de acesso local.

Como medida de composição estética, instalam-se floreiras em gabião-falso


na face do muro. Elas deverão receber o plantio de mudas de espécies ornamentais
bem como vegetação pendente ou trepadeira. Já a face do reaterro deverá receber
o plantio de placas de leiva e amendoim forrageiro.

Em seguida, a sinalização definitiva pode ser executada, contemplando


apenas a pintura das faixas que foram removidas ou danificadas durante a obra.
Além disso, o restante das obras complementares pode ser executado, como a
reconstrução da parada de ônibus demolida para execução da drenagem,
movimentação dos postes para a posição original, enleivamento nos
passeios/canteiros. Em seguida, a sinalização provisória pode ser removida.

As patologias ocorridas em decorrência da ruptura ocorrida ou da execução


da obra causadas às propriedades lindeiras devem ser devidamente corrigidas. É
importante que esta etapa seja tardia (após a finalização de todas as etapas de
terraplenagem) para que todas as eventuais movimentações do terreno já tenham
ocorrido.

O material de sobra deve ser disposto em bota-fora específico durante toda


a execução da obra, devendo, ao final, receber os tratamentos indicados. Devem

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

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ser realizadas compensações dos cortes de árvores e arbustos na região da obra
com plantio de mudas na faixa de domínio, preferencialmente nos bota-foras.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

120
15. COMPONENTE AMBIENTAL

15.1. Introdução

É bastante comum que obras de contenções já serem caracterizadas como


passivos ambientais. Não é diferente para a obra citada aqui que constitui a
estabilização de um talude na ERS-122.

Face ao pequeno porte da obra em questão e à inexistência de exigência de


EIA/RIMA, o Plano Básico Ambiental se limitará a indicar ações de cunho ambiental
a serem implementadas antes, durante e depois da execução do empreendimento,
com vistas ao atendimento aos preceitos de preservação ambiental e
desenvolvimento sustentável.

Recomenda-se que, a despeito das orientações aqui apresentadas, sejam


mantidos contatos e consultas com órgãos e entidades ambientais, tais como
FEPAM, IBAMA, etc., para o pleno cumprimento do trato ambiental do
empreendimento.

A necessidade de compensação ambiental por eventual supressão vegetal


complementará o projeto em volume complementar.

15.2. Ações Ambientais

A Tabela a seguir apresenta as ações de cunho ambiental a serem


implementadas antes, durante e após o empreendimento, indicando-se, inclusive,
a competência de cada uma delas.

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Item Descrição Competência

1 SERVIÇOS PRELIMINARES

1.1 Obter autorizações para desmatamento do IBAMA ou órgão Empreiteira e


correspondente Contratante

1.2 Evitar o desmatamento e limpeza dos terrenos fora dos limites Empreiteira
estritamente necessários

1.3 Preservar as árvores de grande porte ou de interesse paisagístico Empreiteira e


e biológico Contratante

1.4 O material do desmatamento e da limpeza do terreno não pode Empreiteira


ser lançado dentro de talvegues e de corpos d´água.

1.5 Não devem ser utilizados explosivos, agentes químicos, Empreiteira


processos mecânicos não controlados ou queimadas para a
realização de desmatamento e limpeza de terrenos.

1.6 Utilizar os solos orgânicos para recobrimento de áreas estéreis Empreiteira


exploradas e/ou áreas adjacentes, caso possam receber a
aplicação de tais tipos de material

2 TERRAPLANAGEM

2.1 Dispor preferencialmente o material de bota-fora como Empreiteira


alargamento dos aterros do corpo estradal ou como bermas, ou
em áreas já degradas.

2.2 Não depositar nenhum material de bota-fora em terreno de Empreiteira


propriedade privada, sem autorização do proprietário e somente
após da fiscalização da obra.

2.3 Não depositar nenhum material de bota-fora em mananciais, Empreiteira


talvegues e áreas de preservação ecológica

2.4 Executar compactação em todo o volume de bota-fora e procurar Empreiteira


reconformar a superfície da área de deposição, providenciando a
cobertura vegetal à paisagem local.

2.5 Cobrir a superfície dos taludes de corte em 1ª ou 2ª categoria Empreiteira


com vegetação ou outro método de proteção, controlando a pega
e avaliando a necessidade de repasse. O revestimento deve ser
complementado por biomantas quando da ocorrência de
declividades muito acentuadas ou de solos de alto potencial
erosivo ou aquilo que consta em projeto.

2.6 Combater a adequação dos dispositivos de drenagem quando à Empreiteira


proteção de erosões ou ocorrências de instabilidades nos taludes
de cortes e aterros.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

122
Item Descrição Competência

2.7 Harmonizar os taludes com a topografia. Empreiteira

2.8 Deixar as cristas de taludes sem arestas vivas, fazendo uma Empreiteira
concordância por meio de um arco de circunferência.

2.9 Se existirem aterros de encontro de pontes e aterros que Empreiteira


apresentem faces de contato com o corpo hídrico, estes serão
realizados contemplando medidas de proteção contra processos
erosivos e desmoronamento até a cota de cheia máxima.

2.9 Priorizar o uso de materiais para aterro provenientes de jazidas Empreiteira


comerciais, devidamente licenciadas, ou de escavações inerentes
à própria obra.

2.10 Remover as camadas de lama no trajeto dos equipamentos, Empreiteira


quando ocorrer.

2.11 Aspergir água nos trechos poeirentos, quando da ocorrência de Empreiteira


nuvens de poeira com perigo de acidentes.

2.12 Cobrir as caçambas com lona ou tela durante o trajeto dos


caminhões e remover eventual material que venha a tombar Empreiteira
sobre a pista.

2.13 As operações de corte em rocha, com uso de explosivos, deverão


ser executados segundo plano de fogo previamente aprovado, de Empreiteira
acordo com a legislação específica do Ministério da Defesa.

3 DRENAGEM

3.1 Respeitar a linha natural de drenagem, a fim de evitar obstruções


Empreiteira
e desvio das águas.

3.2 Construir e desobstruir valetas de proteção de cortes e aterros, a


Empreiteira
fim de garantir o fluxo normal das águas.

3.3 Executar sarjetas revestidas ou não, com objetivo de evitar danos


Empreiteira
à obra, tais como erosão, etc.

3.4 Executar descidas de água em cortes e aterro, quando Empreiteira


necessárias, visando a condução das águas superficiais para
locais que não danifiquem o corpo estradal e áreas adjacentes.
Verificar comportamento podendo prolongá-las caso necessário.

3.5 Executar dissipadores de energia. Empreiteira

3.6 Executar valas de escoamento. Empreiteira

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

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Item Descrição Competência

3.7 Todo material excedente de escavação deverá ser removido das


proximidades dos dispositivos de drenagem, cuidando-se ainda Empreiteira
que este material não seja conduzido para os cursos d´água.

3.8 Proteger as entradas e saídas de bueiros com o plantio de


Empreiteira
árvores ou gramíneas.

3.9 Depois de cada período de chuva, ou diariamente em caso de Empreiteira


período prolongado, inspecionar os dispositivos de drenagem,
controle de erosão e assoreamento, para corrigir possíveis
deficiências.

4 SINALIZAÇÃO

4.1 Executar a sinalização adequada na fase de construção, Empreiteira


seguindo projeto específico.

4.2 Quando existir vegetação de porte ou de interesse paisagístico e Empreiteira


biológico no local previsto para implantação de sinalização, esta
deverá ser deslocada para posição mais próxima possível, sem
prejuízo da emissão da mensagem.

5 RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS DE APOIO E ENTREGA DA


OBRA

5.1 Reconformar a topografia de todas as áreas utilizadas durante a Empreiteira


construção, conforme os terrenos adjacentes, mediante
atenuação dos taludes e reordenação das linhas de drenagem.

5.2 Recuperar mediante reposição de solo orgânico, as áreas Empreiteira


utilizadas na fase de obras.

5.3 Remover todas as sobras de materiais abandonados, demolir e Empreiteira


remover os remanescentes de estruturas.

5.4 No caso de uso de áreas de apoio fora da faixa de domínio, ao Empreiteira


final da sua utilização solicitar vistoria pelos técnicos dos órgãos
ambientais competentes para devolução ao seu titular, através de
“Termo de Encerramento e Devolução ou Recebimento”.

5.5 Ao final da obra, proceder Vistoria envolvendo todos os entes Empreiteira e


envolvidos, inclusive da área ambiental, e gerar Termo de Contratante
Recebimento Definitivo da Obra.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

124
15.3. Áreas de Bota-fora

Os materiais rejeitos das obras de escavação serão dispostos em locais de


bota-fora, de preferência próximo à obra. Dar-se-á preferência à disposição de
rejeitos em locais dentro da faixa de domínio.

Todas as áreas de disposição apresentarão um levantamento topográfico


anterior e posterior à deposição a ser realizado pela Fiscalização. A Figura 15-1 e
a Figura 15-2 apresentam uma seção e uma planta baixa típicas, respectivamente.
Os desenhos são apenas ilustrativos para estimativas de custos de execução.

Os locais de aterro para material de bota-fora serão preparados para receber


o volume de material. Dependendo das condições topográficas locais será
necessário a execução de sistema de drenagem interno e ou superficial. Ao final
da capacidade limite do aterro, ou ao final das obras, a disposição final receberá
vegetação com plantio de grama e espécies vegetais.

Ainda, a indicação de repovoamento vegetal, fruto de supressões por


necessidade construtiva da obra, a empreiteira tem a opção de alocar as mudas
dentro da área de áreas de bota-fora como medida harmônica de recuperação da
área ora degradada.

Figura 15-1 – Seção típica da disposição de um aterro de bota-fora.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

125
Figura 15-2 – Planta baixa típica da disposição de um aterro de bota-fora.

Como recomendação e para levantamento de custos de execução, foram


definidos dois locais de bota-fora próximos à obra. O bota-fora 1 pode ser
observado na Figura 15-3, com coordenadas UTM aproximadas E:469.078 e
S:6.723.124. O bota-fora 2 pode ser observado na Figura 15-4, com coordenadas
UTM aproximadas E:468.151 e S:6.723.586.

Figura 15-3 – Vista aérea do bota-fora 1 (Google Earth).

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

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Figura 15-4 – Vista aérea do bota-fora 2 (Google Earth).

O bota-fora 1 apresenta capacidade máxima de aproximadamente 4.180m³


e o bota-fora 2 de 2.670m³. A capacidade total dos dois bota-foras é de 6.850m³.
Recomenda-se, portanto, que os volumes de materiais sejam divididos entre os
dois bota-foras.

15.4. Concepções de cunho ambiental nos projetos geotécnicos

No projeto executivo prevê-se a execução de serviços de revegetação. Tais


serviços contemplam a reconstituição da vegetação através da fixação reforçada
de vegetação nos taludes de escavação e taludes desnudados das áreas que
contemplam as obras de engenharia. Além disso, sugere-se a realização de um
trabalho de paisagismo vinculado ao muro a ser construído, semelhante ao indicado
nas pranchas de projeto.

Os serviços de revegetação contemplam o plantio de mudas e semeação. A


recomposição vegetal na faixa de domínio será abordada com detalhes no projeto
executivo.

A revegetação está inserida nos projetos geotécnicos e de drenagem, pois


integram o sistema de contenção como um todo, principalmente no que tange a
proteção contra erosão dos taludes.

O laudo de cobertura vegetal e de reposição florestal pode ser visualizado


em volume complementar ao projeto.

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

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16. ARTS DA EQUIPE TÉCNICA

COORDENAÇÃO DOS TRABALHOS

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PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

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PROJETOS

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ANEXO A – ENSAIOS DE CAMPO (SONDAGENS SPT)

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136
ANEXO B – ENSAIOS DE LABORATÓRIO – AMOSTRA INDEFORMADA

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PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

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ANEXO C – ENSAIOS DE LABORATÓRIO – AMOSTRA DEFORMADA

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17. TERMO DE ENCERRAMENTO

A Azambuja Engenharia e Geotecnia Ltda. apresenta o relatório referente à


elaboração do projeto de estabilização e reconstrução do talude de corte localizado
na ERS-122 km 7+600 (lado esquerdo). Este volume contém 165 páginas
numeradas sequencialmente.

Eng. Eduardo Azambuja


Coordenador Geral CREA\RS: 79032-D
Azambuja Engenharia e Geotecnia

PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO TALUDE DE CORTE ERS-122 KM 7+600

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