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DESVELANDO ORGANIZAÇÕES DA ECONOMIA CRIATIVA NO MUNICÍPIO

DE SÃO FRANCISCO DO SUL


REVEALING ECONOMY CRIATIVE ORGANIZATIONS IN THE COUNTY OF
SÃO FRANCISCO DO SUL

Autores: Djessy SEBASTIÃO1, Jair Pereira JÚNIOR2; Adalto Aires PARADA3;


Identificação autores: 1Bolsista Pesquisa IFC - São Francisco do Sul, Tecnólogo em Logística; 2Aluno
colaborador, Tecnólogo em Logística, IFC – São Francisco do Sul Francisco do Sul; 3Orientador IFC-Campus
São Francisco do Sul;

RESUMO

A pesquisa teve como objetivo identificar, mapear e caracterizar a gestão e trabalho das
organizações culturais no município de São Francisco do Sul, considerando as possibilidades
dessas organizações, sob a perspectiva da Economia Criativa. A partir dos resultados,
observou-se que não diferentemente de outros cenários apresentados pela literatura sobre
organizações culturais, o que predomina é a informalidade no trabalho e nos baixos resultados
financeiros das atividades, fazendo com que muitos desempenhem mais de uma profissão. No
entanto, foi possível visualizar potencialidade dessas atividades para o desenvolvimento
econômico, tendo em vista a quantidade de pessoas envolvidas com a economia criativa.

Palavras-chave: organizações culturais; economia criativa; desenvolvimento econômico.

ABSTRACT

The research aimed to identify, map and characterize the management and work of cultural
organizations in the city of São Francisco do Sul, considering the possibilities of these
organizations, from the perspective of Creative Economy. From the results, it was observed
that, like other scenarios presented in the literature on cultural organizations, what
predominates is the informality at work and the low financial results of the activities, causing
many to perform more than one profession. However, it was possible to visualize the potential
of these activities for economic development, considering the number of people involved with
the creative economy.
Keywords: cultural organizations; creative economy; economic development.

INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

Nos anos de 1990 surge uma nova proposta para o desenvolvimento econômico dos
países, baseada em atividades que têm sua origem na criatividade, na habilidade e no talento,
vislumbradas como potencialmente capazes de gerar riqueza e emprego, denominada de
economia criativa ou indústria criativa (BENDASSOLLI et al., 2009; MIGUEZ, 2009).
Essa possibilidade de desenvolvimento se revela interessante para o município de São
Francisco do Sul, que apesar de ocupar a 13ª posição no PIB do Estado e o 6º PIB per capta
conforme IBGE (2016) apresenta problemas de distribuição de renda. De acordo com o Mapa
de Desigualdade dos Municípios Brasileiros 2003, produzido pelo IBGE em 2008, o
município possui um índice de pobreza de 34,75%, superior ao do Estado que é de 27,19%
(IBGE, 2016).
As organizações culturais podem representar uma oportunidade para auxiliar na
superação de tais índices, no entanto, alguns desafios se impõe ao se pensar nessas
organizações e suas possibilidades econômicas. Dentre esses desafios está inicialmente a
própria caracterização dessas organizações, considerando-se que existe uma profusão de tipos
possíveis (LARAIA, 2001; THROSBY, 2003; KNOPP et al., 2010).
Nesse contexto, essa pesquisa objetivou identificar, mapear e, no seu desdobramento,
caracterizar a gestão e trabalho das organizações culturais de São Francisco do Sul.

METODOLOGIA

A pesquisa, de abordagem qualitativa, descritiva, caracterizada como de estudo de


multicasos (MERRIAM, 1988; TRIVIÑOS, 1987; STAKE, 1994; YIN, 2005), teve início com
a realização de pesquisa documental (MARCONI E LAKATOS, 1999), utilizando-se de
informações que foram disponibilizadas pela Fundação Cultural Ilha de São Francisco do Sul.
Na sequência foram realizadas pesquisas nas mídias sociais, visitas e entrevistas livres ou não
estruturadas, (ALVES-MAZZOTTI; GEWANDSZNEJDER, 2001; MARCONI; LAKATOS,
1999; RICHARDSON, 1999; YIN, 2005), com personagens locais de notório conhecimento
sobre as atividades culturais do município.
Efetuado o levantamento inicial, realizou-se o cruzamento de informações a fim de se
excluir lacunas e sobreposições, compilando-se os dados em uma listagem final, que resultou
na identificação de 125 organizações culturais atuantes no município de São Francisco do Sul.
A partir dessa listagem, as organizações foram categorizadas considerando-se dezoito setores
representantes da economia criativa, conforme definição do IBGE (2015) apresentada no
Perfil dos Estados e dos Municípios Brasileiros, Cultura, 2014.
Definidas as organizações, foram escolhidas, de maneira intencional, não aleatória,
julgando a acessibilidade aos entrevistados, 13 organizações para a realização de entrevistas
semiestruturadas, as quais foram realizadas pessoalmente ou com emprego de mídias sociais
ou aplicativos de mensagens de áudio. A partir das entrevistas, foi utilizada a análise de
conteúdo, (BARDIN, 2004), para identificação das características da gestão e trabalho nas
organizações culturais.
Para distribuição espacial das organizações no município, a partir dos endereços
coletados, foi empregado o aplicativo My Maps® do Google Maps®.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Observou-se uma diversidade de organizações culturais atuantes no município. Porém,


entre os entrevistados verificou-se a predominância da informalidade. Dentre todos os
entrevistados apenas uma artesã disse “sobreviver” unicamente do artesanato, os demais
afirmam que não há como se manter somente a partir do desenvolvimento da atividade criativa,
exigindo atividades paralelas.

Tabela 1: Distribuição organizações culturais de São Francisco do Sul


Tipo Atividades Qtde.
Associação de artes Reúne artistas e artesãos locais
1
e artesanatos
Museus, Cine Teatro, Biblioteca, Espaços de convivências e
Espaços Culturais 10
exposição, Mercado Público.
Produtores Culturais Ocupam os centros culturais com: oficinas de fotografias e áudio
7
e artistas - Mostra visual, artes plásticas, dança, venda de livros e mostras.
Produtores Culturais
e artistas - Artesanato em geral, patchwork, pintura em tecido, feltro e costura 4
Artesanato
Aulas e oficinas de música, violão e contrabaixo, oficinas de fibra de
Oficineiros banana, oficina de memórias ubuntu, cursos, dança, contação de 21
história, tecelagem, esculturas, bordados, exposições, ...
Produtores Culturais
Professores, compositores, cantores, produtores, músicos e bandas 11
e artistas - Música
Artesanato em geral, artesanato com fibra de banana, madeira, sisal,
tecido, couro, louça e reciclados pinturas em tela, tecido, gesso,
Artesãos e artes
madeira de demolição, carrancas africanas, cerâmica tapetes, 71
plásticas
tecelagem, tricô, crochê, bonecas de pano, mosaicos, pintura em
madeira, miniaturas de barcos de madeira.
Total 125
Fonte: Elaborada pelos autores.
Figura 1: Distribuição espacial organizações culturais São Francisco do Sul

Fonte: Elaborada pelos autores.

Sobre a gestão, o que foi observado é que em sua maioria ela se dá de maneira não
estruturada, sem considerar uma lógica gerencial, existindo controles, porém intuitivos e
práticos, sem o uso de técnicas mais aprimoradas. Os resultados indicam uma profusão de
atividades culturais que podem ser desenvolvidas de maneira a proporcionarem a geração de
trabalho e renda no município, mas que, de acordo com os relatos colhidos em entrevistas,
sofrem com a falta de maiores oportunidades no que se refere ao apoio financeiro e locais para
divulgação das atividades, que em conjunto com os outros pontos apresentados, revelam as
precariedades apontadas por Knopp et al. (2010) e Carreira (2002) no que se refere as
organizações culturais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da pesquisa realizada, observou-se que não diferentemente de outros cenários


apresentados pela literatura sobre organizações culturais, o que predomina é a informalidade
no trabalho e nos baixos resultados financeiros das atividades, o que faz com que muitos
desempenhem mais de uma profissão. No entanto, foi possível visualizar potencialidade
dessas atividades para o desenvolvimento econômico, tendo em vista a quantidade de pessoas
envolvidas com a economia criativa.
REFERÊNCIAS

ALVES-MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e


sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2.ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. 4 ed. Lisboa: Edições 70, 2004.

BENDASSOLLI, F. et al. Indústrias criativas: definição, limites e possibilidades. RAE −


Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 49, p. 10-18, jan./mar. 2009.

IBGE. Perfil dos estados e dos municípios brasileiros : cultura : 2014. Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística. Rio de Janeiro, 106p. 2015.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Sítio eletrônico oficial do governo.


Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 13 abr. 2016.

CARREIRA, A. L. A. N. Práticas de produção teatral em Santa Catarina. Florianópolis: UDESC, 2002.

KNOPP, G. D. C. et al. Cultura e desenvolvimento. In: VIEIRA, M. M. F.; SILVA, R. C. D.;


RODRIGUES, M. S. Cultura, mercado e desenvolvimento. Porto Alegre: Dacasa Editora,
2010. p. 41-63.

LARAIA, R. D. B. Cultura − um conceito antropológico. 14. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1999.

MERRIAM, S. B. Qualitative research and case study applications in education. San


Francisco: Jossey-Bass, 1988.

MIGUEZ, P. Os estudos em economia da cultura e indústrias criativas. In: WOOD JR., T., et
al. Indústrias criativas no Brasil. São Paulo: Atlas, 2009. Cap. 4, p. 57-68.

RICHARDSON, R. J. et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1999.

STAKE, R. E. Case studies. In: DENZIN, N. K.; LINCOLN(EDIT.), Y. S. Handbook of


qualitative research. Thousands Oaks: Sage, 1994. Cap. 16, p. 435-454.

THROSBY, D. Economics and culture. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em


educação. São Paulo: Atlas, 1987.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

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