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Família, trab alho com fam ílias e Serviço Social

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famílias enquanto sujeitos singulares. Isso implica no redimensionamento


da intervenção
profissional, a partir d a per spectiva d a i ntegralidade das ações
articuladas em diferentes
níveis. Esses níveis seriam: pr oposição, articulação e avalia ção de po
líticas sociais,
organização e a articulação de serviços e atendimento a situações
singulares (MIOTO,
2000).
A avaliação e prop osição d e políticas públicas consiste em estabelecer
mecanismos
de sistematização e estudo de info rmações sobre as famílias em,
basicamente, dois
aspectos. O primeiro vincula-se à s necessidades das f amílias que podem
ser id entificadas
nas unidades de serviços, através das demandas de seus usuários. O
segundo, sobre
elementos que possam subsidi ar a avaliação dos impactos que as p
olíticas públicas têm
no cotidiano da vida das famílias. Esse conhecimento é que torna
possível, não só a
avaliação das polít icas, mas também o encaminhamento de pro posições,
através de ações
coletivas e de controle social.
A organ ização e a articulação de se rviços é um aspecto fundamental
para at ender
as ne cessidades das fam ílias e garantir eficaz mente uma estrutura de
cuidado e proteção.
Isso só se torna possível quando a organização do s serviços é
estruturada de forma a
permitir e f acilitar o acesso das famílias. Recobre u m arco bastante
grande de questões,
que vai desde os horários de fun cionamento dos serviços at é os níveis
de exigências
direcionados às famílias. A avaliação dessas exigências é fundamental
para que o serviço
não se transforme também em mais uma fonte d e e stresse para as
famílias. Para tanto, a
criação d e espaços de gestão democrática, com participação d as
famílias enqu anto
sujeitos d e direitos, torna -se u m mecanismo necessár io, interessante e
salutar. O
atendimento de famílias em situaçõe s sin gulares refere-se ao trabalho
desenvolvido
diretamente com as famílias. Acontece, através de um processo
compartilhado entre
famílias e profissionais mediante o qual a autonomia das famílias se
constrói, se re-
constrói e se p reserva. De forma geral, o ob jetivo principal é identificar
as fon tes d e
dificuldades famili ares, as suas possibilidades d e mudanças e os re
cursos necessários par a
que as famíli as con sigam art icular respostas compatíveis com uma
melhor q ualidade de
vida. Tais mu danças p ressupõem t ransformações tanto no s padrões
de relações i nternas
da f amília, como dos padrões de relações entre ela e as outras esferas
da sociedade. Isto
implica n o desenvolvimento da cap acidade de discernir as mudanças
possíveis de serem
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e xigem o
engajamento em processos sociais mais amplos p ara q ue ocor ram
transformaçõe s de
ordem estrutural.
A a rticulação n esses diferentes níveis requer o en caminhamento d e
diferentes
ações profissionais que se estruturam em três grandes processos:
processos político-
organizativos, processos de gestão e p lanejamento e pro cessos sócio-
assisten ciais
(MIOTO; NOGUEIRA, 2006; MIOTO; LIMA, 2 009). Resumidamente, os
processos político-
organizativos no trabalho com famílias implicam em ações que privilegiem
e
incrementem a discussão da relação família e proteção social na e sfera
pública, visando o
rompimento com a ideologia vigente da f amília como responsável da
proteção social,
buscando a garantia e ampliação do s d ireitos sociais. Ações que con
siderem não só as
necessidades imediatas, mas prospectam, a médio e a longo prazos, a
con strução de
novos padrões de sociabilid ade entre os sujeitos. A s ações nesse âmbito
possuem caráter
coletivo e dentre e las destacam-se as de assessoria e mobilização junto
às famílias, ao s
conselhos de direitos e ao s movimentos sociais organizados. Os
processos de
planejamento e gestão vincula m o conjunto de ações prof issionais
desenvolvid as com
enfoque no planejamento inst itucional como instru mento de gestão e
gerência de
políticas e serviços. Buscam o deslocamento do f oco do atendimento do
s o bjetivos
institucionais p ara o atendimento das necessidades d as famílias. Nesse
sent ido é
fundamental a interferência no sentido de con struir práticas ef etivas de
intersetorialidade, o u de gerir as relações interinstitucion ais na busca d
e aliviar a car ga de
trabalho impingida pe los serviços à s famílias. Ou seja, para reverter o
pro cesso de
responsabilização da família pelo cu idado, prática tão naturalizada no
âmbito de equipes
multidisciplinares. Finalmente os p rocessos sócio-assistenciais
correspondem as ações
profissionais desenvolvidas diretamente com as famí lias. Sua lógica
reside em atendê- las
enquanto sujeitos e não como objeto s terapêuticos. Assim , busca-se
responde r às suas
demandas/necessidades numa perspectiva de construção da autonomia.
Aut onomia que
lhes permitam um engajamento ativo no contexto da participação política.
Partindo dessas indicações para o trabalho com famílias é que se torna
possível a
construção de metodologias de trabalho. Metodologias entendidas como
opções
realizadas pelos profissionais por determinadas formas de condução da
s ações
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profissionais em det erminado momento tendo em vista a ef etivação de


d eterminados
objetivos e finalidade s. Portanto elas não podem ser construídas à priori,
mas no
processo. Enfim, uma construção que depende da definição dos
fundamentos teórico-
metodológicos e ét ico-políticos que sustentam as ações prof issionais,
das finalidades qu e
orientam tal ação, além do conhecimento/investigação necessários sobre
o objeto da
ação e dos objetivos que se qu er alcançar. São estas d efinições q ue
vão orientar e exigir
outras defin ições t ais como os sujeitos de stinatários das ações, as
formas de abordagem,
os instrumentos técnico-operativos, bem como os recursos n ecessários.
Portanto, t odo
esse processo não acontece de forma aleatória, mas de forma planejada
e ancorada
numa documentação que alimenta o próprio processo. Como afirma
Campos (2008, 117),
ao discutir metodologia do trabalho social, a consist ência interna das
metodologias de
trabalho profissional exigem: “a) seu teste operativo, configurad o na
capacidad e traduzir
em atos e po sturas os conceitos e objetivos q ue postula . b) sua respost
a definida,
adaptada ao t empo e ao espaço em que se d esenvolve, condicionantes
de sua
configuração. c) sua precisão qu anto aqueles que busca atingir e à part
icipação deles no
desenvolvimento do caminho metodológico. d) sua previsão de recursos
de todas as
ordens, existentes e disponíveis em determinados prazos; incluem-se aí
as pessoas que
desenvolvem ações paut adas numa metodologia. e) seu sistema de contr
ole das
informações, monitoramento e avaliação.”
Concluindo, que ro enfatizar que a discussão e a indicaçõe s p ropostas
devem ser
entendidas como contribu ições para o debate. Par a um debate que
precisa ser
fortalecido e aprofundado para que se p ossa con struir um camp o e
struturado de
conhecimento,. que permita sustentar o exercício profissional dos
assistentes so ciais com
famílias numa lógica protetiva e que, de fato, possa materializar o projeto
ético-político
do Serviço Social.
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