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Introdução
Considera-se deficiência auditiva quando há uma diferença entre o desempenho do
indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora de acordo com padrões
estabelecidos pela American National Standards Institute (ANSI - 1989). Considera-se,
em geral, que a audição normal corresponde à habilidade para detecção de sons até 20
dB N.A (decibéis, nível de audição).
Os principais fatores etiológicos da deficiência auditiva na infância incluem as causas
genéticas e neonatais, tais como prematuridade, baixo peso ao nascimento, anóxia,
hiperbilirrubinemia, uso de medicamentos ototóxicos, além das sequelas e/ou
complicações de doenças, como, por exemplo, as otites médias, rubéola, sarampo e
meningite. Na população adulta, por sua vez, a presbiacusia, seguida da perda auditiva
induzida por ruído (PAIR) apresentam-se como as causas mais comuns das alterações
auditivas.
Estudos da década de 90 verificaram que cerca de 70 milhões de pessoas no mundo
apresentavam deficiência auditiva maior que 55 decibéis (dB). Em 2005, de acordo com
a Organização Mundial de Saúde (OMS), havia 278 milhões de pessoas no mundo com
perda auditiva, com prevalências de 2,1% a 8,8% de deficiência auditiva incapacitante
em países em desenvolvimento
No Brasil há uma grande escassez de dados estatísticos específicos sobre a deficiência
auditiva, mas segundo dados do site do Grupo de Apoio à Triagem Auditiva Neonatal
Universal (GATANU) sugerem que a ocorrência de deficiência auditiva em recém-
nascidos, no país, seja de 30 para 10.000 nascidos vivos. Segundo a OMS, 1,5% da
população brasileira apresentaria algum grau de deficiência auditiva. Já de acordo com
censo demográfico realizado no Brasil pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em 2000, constatou-se que, dos 14,5% do total da população, da época, que
apresentava alguma deficiência, 3,4% declararam incapacidade, com alguma ou grande
dificuldade em ouvir.
No Brasil foram realizados, até 2012, dois estudos de base populacional seguindo os
padrões indicados pela OMS. O primeiro estudo foi realizado por Béria et al. (2007), no
município de Canoas, RS, evidenciando 26,1% da população com algum grau de
deficiência auditiva, sendo 19,3% com perda auditiva leve e 6,8% com perda auditiva
incapacitante (5,4% de grau moderado, 1,2% de grau grave e 0,2% de grau profundo).
Um segundo estudo foi realizado por Bevilacqua et al.(2006), em Monte Negro, RO,
detectando 16,5% da população com algum grau de deficiência auditiva, sendo 11,7%
com perda auditiva leve e 4,8% com perda auditiva incapacitante (3,7% de grau
moderado, 1,2% de grau grave e 0% de grau profundo).
O som é caracterizado através da frequência, da amplitude e do timbre. Dessa forma,
costuma-se medir a audição entre as frequências de 250 a 8.000 Hertz (Hz) e os limites
de amplitude de 0 a 110 decibéis (dB). Geralmente é nas frequências de 500, 1.000 e
2.000 Hz que se realizam os testes de avaliação da audição. (FERNANDES, 1990).
Na literatura, encontra-se variados níveis para classificar os graus de perda auditiva.
Para Davis & Silverman (1978), o grau de perda auditiva pode ser classificado em:
Outra tecnologia que o aluno do estudo de caso utiliza é uma espécie de microfone que
transmite para o aparelho auditivo do aluno aquilo que o professor estiver falando.
Normalmente o sinal acústico é diminuído em torno de 6 decibéis quando professor
dobra a sua distância do aluno. Este tipo de tecnologia pode utilizar sistemas
diferenciados como o FM e o MiniMic, entre outros. O sistema de frequência modulada
pessoal, como é conhecida tal tecnologia, O aparelho funciona como um microfone sem
fio, que leva a voz do professor direto para o aparelho de audição da criança.
Além do ruído, outro problema que pode atrapalhar o aprendizado é a distância entre o
professor e o aluno. O sistema de frequência modular reduz o ruído da sala de aula e
funciona como um microfone sem fio.
O equipamento foi testado durante seis meses com mais de 200 alunos entre 5 e 17
anos de escolas públicas de todo o país. “O que se observou foi que os alunos ficaram
mais focados na voz do professor e mais focadas e alertas, com respostas mais rápidas.
O aparelho ajuda no desenvolvimento de várias habilidades. Trabalha na detecção da
fala, ajuda na localização, na atenção, concentração, implicando em um melhor
desempenho escolar.
Considerações Finais
Embora a introdução de Leis especificas para a Educação Inclusiva tenha trazido avanços
importantes, o reconhecimento das necessidades dos portadores de deficiência auditiva
ainda não incorporou práticas educativas que possam garantir a estes alunos os recursos
necessários para garantir as melhores condições de aprendizagem. O uso da tecnologia
é certamente uma ferramenta vital para a garantia dessas condições, pois pode
minimizar deficiências e contribuir para a comunicação, inclusão, socialização e
aprendizado do aluno. Não basta só utilizar novas tecnologias sem garantir o avanço da
qualidade de ensino, proporcionando e disponibilizando tanto equipamentos em boas
condições quanto capacitando o professor para utilizá-lo de forma plena e
enriquecedora. A capacitação destes profissionais é essencial para a utilização da
tecnologia como um recurso que privilegie a inclusão e a aprendizagem.
Referências Bibliográficas
SACKS, Oliver. Vendo vozes: Uma jornada pelo mundo dos surdos.Rio de Janeiro,1989.
VALENTE, J. A. Liberando a mente: computadores na educação especial.Campinas – SP,
Graf. Central da UNICAMP, 1991.