Vous êtes sur la page 1sur 5

TRABALHO SOBRE O USO DA TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA – ESTUDO DE

CASO CRIANÇA COM DEFICIENCIA AUDITIVA


Professor Orlando
Grupo: Regina, Erika Fadul, Larissa Passos, Júlio Cesar Gabriel, Mariana Dias, Gisele
Viegas

Introdução
Considera-se deficiência auditiva quando há uma diferença entre o desempenho do
indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora de acordo com padrões
estabelecidos pela American National Standards Institute (ANSI - 1989). Considera-se,
em geral, que a audição normal corresponde à habilidade para detecção de sons até 20
dB N.A (decibéis, nível de audição).
Os principais fatores etiológicos da deficiência auditiva na infância incluem as causas
genéticas e neonatais, tais como prematuridade, baixo peso ao nascimento, anóxia,
hiperbilirrubinemia, uso de medicamentos ototóxicos, além das sequelas e/ou
complicações de doenças, como, por exemplo, as otites médias, rubéola, sarampo e
meningite. Na população adulta, por sua vez, a presbiacusia, seguida da perda auditiva
induzida por ruído (PAIR) apresentam-se como as causas mais comuns das alterações
auditivas.
Estudos da década de 90 verificaram que cerca de 70 milhões de pessoas no mundo
apresentavam deficiência auditiva maior que 55 decibéis (dB). Em 2005, de acordo com
a Organização Mundial de Saúde (OMS), havia 278 milhões de pessoas no mundo com
perda auditiva, com prevalências de 2,1% a 8,8% de deficiência auditiva incapacitante
em países em desenvolvimento
No Brasil há uma grande escassez de dados estatísticos específicos sobre a deficiência
auditiva, mas segundo dados do site do Grupo de Apoio à Triagem Auditiva Neonatal
Universal (GATANU) sugerem que a ocorrência de deficiência auditiva em recém-
nascidos, no país, seja de 30 para 10.000 nascidos vivos. Segundo a OMS, 1,5% da
população brasileira apresentaria algum grau de deficiência auditiva. Já de acordo com
censo demográfico realizado no Brasil pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em 2000, constatou-se que, dos 14,5% do total da população, da época, que
apresentava alguma deficiência, 3,4% declararam incapacidade, com alguma ou grande
dificuldade em ouvir.
No Brasil foram realizados, até 2012, dois estudos de base populacional seguindo os
padrões indicados pela OMS. O primeiro estudo foi realizado por Béria et al. (2007), no
município de Canoas, RS, evidenciando 26,1% da população com algum grau de
deficiência auditiva, sendo 19,3% com perda auditiva leve e 6,8% com perda auditiva
incapacitante (5,4% de grau moderado, 1,2% de grau grave e 0,2% de grau profundo).
Um segundo estudo foi realizado por Bevilacqua et al.(2006), em Monte Negro, RO,
detectando 16,5% da população com algum grau de deficiência auditiva, sendo 11,7%
com perda auditiva leve e 4,8% com perda auditiva incapacitante (3,7% de grau
moderado, 1,2% de grau grave e 0% de grau profundo).
O som é caracterizado através da frequência, da amplitude e do timbre. Dessa forma,
costuma-se medir a audição entre as frequências de 250 a 8.000 Hertz (Hz) e os limites
de amplitude de 0 a 110 decibéis (dB). Geralmente é nas frequências de 500, 1.000 e
2.000 Hz que se realizam os testes de avaliação da audição. (FERNANDES, 1990).
Na literatura, encontra-se variados níveis para classificar os graus de perda auditiva.
Para Davis & Silverman (1978), o grau de perda auditiva pode ser classificado em:

Audição Normal – Limiares entre 0 a 25 dB.


Deficiência Auditiva Leve – Limiares entre 26 a 40 dB.
Deficiência Auditiva Moderna – Limiares entre 41 e 70 dB nível de audição.
Deficiência Auditiva Severa – Limiares entre 71 e 90 dB nível de audição.
Deficiência Auditiva Profunda – Limiares acima de 90 dB.

A deficiência auditiva moderada é a incapacidade de ouvir sons com intensidade menor


que 50 decibéis e costuma ser compensada com a ajuda de aparelhos e
acompanhamento terapêutico. Em graus mais avançados, como na perda auditiva
severa (quando a pessoa não consegue ouvir sons abaixo dos 80 decibéis, em média) e
profunda (quando não escuta sons emitidos com intensidade menor que 91 decibéis),
aparelhos e órteses ajudam parcialmente, mas o aprendizado de Libras e da leitura
orofacial, sempre que possível, é recomendado. Perdas auditivas acima desses níveis
são consideradas casos de surdez total. Quanto mais agudo o grau de deficiência
auditiva, maior a dificuldade de aquisição da língua oral e maior a barreira para a
aprendizagem escolar.
A deficiência auditiva também pode ser classificada pelo tipo de comprometimento:

- condutiva: quando há qualquer interferência na transmissão do som desde o conduto


auditivo externo até a orelha interna;
- sensório-neural: quando há uma impossibilidade de recepção do som por lesão das
células ciliadas da orelha interna ou do nervo auditivo;
- mista: Quando há uma alteração na condução do som até o órgão terminal sensorial
associada à lesão do órgão sensorial ou do nervo auditivo.
- central ou surdez central: este tipo de deficiência auditiva pode não ser acompanhada
de diminuição da sensitividade auditiva, mas manifesta-se por diferentes graus de
dificuldade na compreensão das informações sonoras. Ocorrem alterações nos
mecanismos de processamento da informação sonora no Sistema Nervoso Central.
Cada grau de perda auditivo envolve características e desafios diferenciados na tabela a
seguir.

Classificação Perda Características


Dificuldade para perceberem
todos os sons. Embora
consigam adquirir linguagem de
Leve 20 a 40 dB forma natural, podem
confundir alguns fonemas e
trocar as letras que tem sons
semelhantes.
Apresentam dificuldades em
compreenderem frases
complexas, e que ainda, para
compreenderem a fala,
Média a Moderada 20 a 70 dB
necessitam de uma voz forte.
Apresentam, Também atraso de
linguagem e alterações na
articulação das palavras.
Somente voz muito forte é
percebida, e a compreensão
Severa 70 a 90dB verbal depende do apoio visual
e da compreensão da situação
com orientação.
Por não possuírem informações
auditivas, não identificam a voz
Profunda Superior a 90dB
humana e não adquirem fala
para se comunicarem.

O principal objetivo da Educação Inclusiva é o de oferecer uma educação de qualidade


na qual se atenda às necessidades básicas de aprendizagem, promovendo o
desenvolvimento de competências fundamentais necessárias para a participação na
vida econômica, social, política e cultural.
O fato de alunos surdos, frequentar a mesma sala de aula de ensino regular com outros
alunos ouvintes, exige que o professor tenha mais sensibilidade ao elaborar as
estratégias e métodos de ensino, que sejam apropriadas e favoreçam nessa
ambientação, a utilização das práticas educativas adequadas, devem acompanhar o
ritmo de cada aluno e suprir às expectativas de saber dos alunos, e principalmente dos
alunos com deficiência auditiva, sem diferenças. Quanto ao crescimento significativo da
inserção de alunos surdos em classes regulares pode ser comprovado pelo censo escolar
divulgado pela SNJ (2009, p. 14);

O censo realizado pelo Ministério da Educação (MEC), em


parceria com o Instituo Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), revela que, em 2006, cerca
de 70 mil alunos com surdez ou deficiência auditiva estavam
matriculados no ensino básico, enquanto em 1996, pouco mais
de 30 mil estudantes.

As tecnologias, juntamente com o professor em sua função de mediador do


conhecimento, tornam possível aos alunos com deficiência auditiva a comunicação com
o mundo, uma aprendizagem com qualidade e colabora no intuito de fornecer as
condições favoráveis para suprir as dificuldades existentes.
Estudo de Caso
O estudo de caso apresentado a seguir envolve o uso da tecnologia para beneficiar a
aprendizagem de um aluno de doze anos, estudante do sétimo ano do ensino
fundamental que apresenta uma deficiência auditiva moderada e faz uso de aparelho
auditivo de amplificação sonora individual bilateral. A aprendizagem desta criança é pela
oralidade, não faz uso da língua de sinais (LIBRAS) e compreende um pouco a leitura
labial.
Uma das tecnologias que foi escolhida pela escola beneficiar sua aprendizagem consiste
em uma lousa digital interativa (tipo iboard), na qual tudo que o professor fala aparecerá
em forma de legenda (closed caption). Este mesmo quadro será usado para buscar
imagens, vídeos que ilustrem e o que está sendo dito e aprofundem a informação,
permitindo uma maior interatividade e um apoio visual à informação auditiva.
O uso deste tipo de recurso tecnológico também é fundamental para transformar a aula em
algo próximo da realidade do aluno do século XXI, que navega na internet em busca das
informações de seu interesse e está familiarizado com esta tecnologia.
De acordo com Valente (1991, p. 63);

Além do uso pedagógico do computador na educação especial,


o computador tem sido usado como recurso para administrar os
diferentes objetivos e necessidades educacionais de alunos
portadores de deficiência, como meio de avaliar a capacidade
intelectual destes alunos, e como meio de comunicação,
tornando possível, indivíduos portadores de diferentes tipos de
deficiência como física ou auditiva, usarem o computador para
se comunicar com o mundo. (VALENTE, 1991, p. 63).

Outra tecnologia que o aluno do estudo de caso utiliza é uma espécie de microfone que
transmite para o aparelho auditivo do aluno aquilo que o professor estiver falando.
Normalmente o sinal acústico é diminuído em torno de 6 decibéis quando professor
dobra a sua distância do aluno. Este tipo de tecnologia pode utilizar sistemas
diferenciados como o FM e o MiniMic, entre outros. O sistema de frequência modulada
pessoal, como é conhecida tal tecnologia, O aparelho funciona como um microfone sem
fio, que leva a voz do professor direto para o aparelho de audição da criança.
Além do ruído, outro problema que pode atrapalhar o aprendizado é a distância entre o
professor e o aluno. O sistema de frequência modular reduz o ruído da sala de aula e
funciona como um microfone sem fio.
O equipamento foi testado durante seis meses com mais de 200 alunos entre 5 e 17
anos de escolas públicas de todo o país. “O que se observou foi que os alunos ficaram
mais focados na voz do professor e mais focadas e alertas, com respostas mais rápidas.
O aparelho ajuda no desenvolvimento de várias habilidades. Trabalha na detecção da
fala, ajuda na localização, na atenção, concentração, implicando em um melhor
desempenho escolar.

Considerações Finais
Embora a introdução de Leis especificas para a Educação Inclusiva tenha trazido avanços
importantes, o reconhecimento das necessidades dos portadores de deficiência auditiva
ainda não incorporou práticas educativas que possam garantir a estes alunos os recursos
necessários para garantir as melhores condições de aprendizagem. O uso da tecnologia
é certamente uma ferramenta vital para a garantia dessas condições, pois pode
minimizar deficiências e contribuir para a comunicação, inclusão, socialização e
aprendizado do aluno. Não basta só utilizar novas tecnologias sem garantir o avanço da
qualidade de ensino, proporcionando e disponibilizando tanto equipamentos em boas
condições quanto capacitando o professor para utilizá-lo de forma plena e
enriquecedora. A capacitação destes profissionais é essencial para a utilização da
tecnologia como um recurso que privilegie a inclusão e a aprendizagem.
Referências Bibliográficas

CENSO ESCOLAR SNJ (2009,p.14 – disponível em


: http://download.inep.gov.br/download/censo/2009/TEXTO_DIVULGACAO_EDUCACE
NSO_20093.pdf
DAVIS H, Silverman RS. Hearing and Deafness, 4a. ed. New York: Holt, Rinehart &
Winston;
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA "Regras Padrões sobre Equalização de Oportunidades
para Pessoas com Deficiências" Conferência Mundial de Educação Especial, 07 A 1,
1994.
RIOS, N.V.F.; NOVAES, B.C.A. O processo de inclusão de crianças com deficiência auditiva na
escola regular: vivências de professores. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v. 15,
n. 1, p. 81-98, 2009.

SACKS, Oliver. Vendo vozes: Uma jornada pelo mundo dos surdos.Rio de Janeiro,1989.
VALENTE, J. A. Liberando a mente: computadores na educação especial.Campinas – SP,
Graf. Central da UNICAMP, 1991.

Vous aimerez peut-être aussi