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1.

NOÇÕES DE SOLOS

1.1Terminologia de solos e rochas

1.1.1 Engenharia Civil


a. Terra: é empregado em construção civil para designar material natural não
consolidado, possível de ser escavado por meio de ferramentas tais como a enxada, pá,
picareta ou equipamentos comuns de escavação, tais como o motor escraiper, moto
escavadeira;
b. Rocha: utilizado geralmente para designar maciços de materiais naturais
consolidados, cuja escavação exige o emprego de explosivos e ferramentas ou
equipamentos especiais de escavação como, por exemplo, os escarificadores pesados,
ou as perfuratrizes.
c. Solos: designa porções de terra estudadas pelos processos desenvolvidos pela
mecânica dos solos e especialidades afins.
Para a mecânica dos solos, os termos terra e solo são utilizados como sinônimos,
conforme a definição apresentada de terra.

1.1.2 Geologia
Rocha: agregados naturais de minerais (podendo conter matéria vítrea e orgânica
naturais) que constituindo a parte essencial da crosta terrestre, possam ser claramente
individualizados. Podem ser não consolidados como as areias, as argilas, as cinzas
vulcânicas, ou consolidados, quando são denominados de bedrock.

1.1.3 Pedologia (ciência do solo)


Solos: parte superficial da crosta terrestre eu possui vida (nasce, cresce e morre),
adaptada especialmente a vida animal e vegetal.

1.1.4 Geologia de engenharia ou geotécnica


Utiliza a terminologia básica adotada em engenharia civil, acrescentando as
particularidades genéticas dos materiais em consideração.
Solos: matérias ou camadas constituintes do manto do intemperismo (regolito) e dos
sedimentos não consolidados;
Rochas: constituída pelo bedrock.

1.2. Origem e Formação


O solo deve sua origem a decomposição das rochas pela ação das intempéries. Quando
o produto do processo em decomposição permanece no próprio local é chamado solo
residual. No caso desse produto ser transportado pela água da chuva, rio, pelos ventos,
gravidade ou vários agentes transportadores, é denominado de solo transportado.
Existem também solos transportados nos quais são misturados elementos de
decomposição orgânica; as terras diatomáceas constituídas por carapaças de algas ou
infusórios solos resultantes da evolução pedogenética, os quais geralmente se encontram
em camadas superficiais.
No mecanismo da formação dos solos, o processo pode ocorrer fisicamente ou
quimicamente.

1.2.1 Processo ou alteração Física


A decomposição da rocha se dá por processos físicos, geralmente a expansão diferencial
por alívio de tensões, o crescimento de cristais estranhos a rocha e contração e expansão
por variação de temperatura (Bjornberg et alii, 1975).
Rita Moura Fortes
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a) expansão diferencial por alívio de tensões: como as rochas foram formadas sob
pressões elevadas quando comparadas com as que ocorrem na superfície terrestre, a
ocorrência de um processo geológico qualquer, poderá provocar um alívio nas pressões
atuantes sobre a rocha, ocasionando o seu fraturamento em blocos dos mais diversos
tamanhos, com o aparecimento de juntas ou diaclases que permitirão o ataque de outros
agentes do intemperismo;
b) crescimento de cristais estranhos à rocha: nas fendas das rochas, a existência de sais
que se expandem quando cristalizados, aumentando as dimensões destas fendas devido
às tensões geradas por esse crescimento;
c) contração e expansão térmica alternada: leva ao fraturamento mecânico, sendo
importante nas regiões áridas onde esta variação é pronunciada.

1.2.2. Processo ou alteração Química


É o processo de formação dos solos mais comum no nosso país de clima tropical (clima
úmido, quente), que se caracteriza por reações químicas entre os minerais constituintes
de uma rocha e soluções aquosas de diferentes teores.
A oxidação e o ataque pela água acidulada, por ácidos orgânicos, soam os principais
agentes da decomposição química. A amplitude da alteração além de depender dos
minerais constituintes da rocha que podem ser mais ou menos resistentes (estáveis), da
sua estrutura e textura, depende sobre tudo do clima da região (tempo de duração das
chuvas e temperatura), da topografia e cobertura vegetal.
A decomposição das rochas geralmente processa-se por fases:
- ataque químico aos minerais com alteração na cor, conservando, no entanto a textura
original.
- os minerais estão decompostos, mas a textura original ainda é perceptível.
- Fase final: a textura inicial desaparece.
O quartzo dentro os minerais, é um dos mais estáveis, ou seja, é
resistente ao ataque químico, sendo geralmente carregado pela água. Os compostos
estáveis, na maior parte argilo-minerais, dão origem às argilas.
De acordo com a natureza predominante do processo, os agentes do
inteperismo químico estão classificados como: oxidação, carbonatação, hidrólise,
hidratação, troca de bases e quelação.

a) oxidação: ocorre na superfície exposta das rochas, e é indicada por uma camada de
materiais de cor geralmente vermelha ou amarela, devido à reação do oxigênio do ar com
o ferro, dando origem a compostos mais estáveis;
b) carbonatação: reação de um mineral da rocha com o ácido carbônico em água. O corre
principalmente em rochas calcárias, dando origem a cavernas (ex: caverna diabo);
c) hidrólise: decomposição de um mineral pela água, que além de atuar como portadora
dos reagentes dissolvidos, atua também como um dos reagentes;
d) hidratação: adição de moléculas de água na estrutura do mineral, causando expansão
e fraturamento, sendo por alguns autores considerados mais um processo físico que
químico;
e) troca de bases: é uma permuta de cátions entre uma solução aquosa rica em um tipo
de cátion e um mineral rico em outro tipo;
f) quelação: processo no qual cátions metálicos são incorporados ás moléculas de
compostos orgânicos complexos.
1.3 Formação de solos tropicais
1.3.1 Considerações Sobre Solos Tropicais
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O solos das regiões tropicais apresentam uma série de peculiaridades decorrentes das
condições climáticas, sendo portanto necessário se conceituar os solos de peculiaridades
tropicais, ou seja, os tipos genéticos de solos encontrados em regiões tropicais. Os
seguintes solos são encontrados em regiões tropicais: lateríticos, saprolíticos e
transportados. A Figura 1.1 ilustra um perfil esquemático da ocorrência destes tipos de
solos.

4 1 - SOLO LATERÍTICO
6 2 - SOLO SAPROLÍTICO
2 3 3 - SOLO TRANSPORTADO
4 - SOLO TRANSPORTADO
NEOCENOZÓICO
5 - ROCHA SÃ
6 - LAGOS, RIOS, MAR
5

FIGURA 1.1: Perfil Esquemático de Ocorrência de Solos em Ambiente Tropical.

Dentro da classificação dos solos, aqueles que apresentam propriedades peculiares e de


comportamento em decorrência da atuação de processo geológico e/ou pedológico típicos
das regiões tropicais úmidas são denominados de solos tropicais. Dentre os solos
tropicais destacam-se duas grandes classes: os solos lateríticos e os solos
saprolíticos.
• Solos lateriticos
Correspondentes aos solos lateriticos na terminologia adotada pelo comitê de solos
tropicais da ISSMFE (1985), ou seja: solos superficiais cujo horizonte correspondem aos
horizontes pedológicos A e B, sendo que nas regiões tropicais é difícil distinguir onde
termina um e começa outro. É um solo zonal, pois está de acordo com as condições
climáticas.
Sua formação se dá pela atuação dos processos de alteração pedológicos que envolvem
os mecanismos de desagregação e decomposição provocados pelos processos
geológicos (processos mecânicos e químicos), com a atuação mais intensa dos
processos químicos. A esses processos vão se formar os processos, mas
especificamente pedológicos denominados de laterização ou latossolização, com a
intensa migração de partículas sob a ação das infiltrações e evaporação, dando origem a
um horizonte superficial poroso, permanecendo quase que exclusivamente os minerais
mais estáveis (quartzo, magnetita, ilmelita e caolinita).
O processo de laterizalção é muito lento, atuando nas camadas superficiais bem
drenadas, situadas acima do nível da água.Grande parte desse solo pé constituído por
coluvio, sendo solos antigos ou maduros.

• Solos Saproliticos
Segundo os mesmos autores (1988), constituem os solos saproliticos e os solos
transportados.
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a)O termo “solo saprolitico” foi proposto no tropicais 85. Sua peculiaridade morfológica é a
presença da estrutura reliquiar da rocha matriz embora possa desenvolver outras
estruturas com o intemperismo;é um solo resultante da meteorização da rocha, contendo
geralmente, minerais não totalmente modificados pela ação das intempéries e processos
pedológicos, como por exemplos os minerais feldspatos e a mica. Muitas vezes apresenta
anisotropia devido à estratificação ou xistosidade herdada da rocha matriz.
A presença de mica e da caolinita na fração silte são responsáveis pela diminuição do
índice de plasticidade e aumento do limite de liquidez.
Quanto à cor, a presença de manchas, listras, mosqueamentos e outras
heterogeneidades, é uma das peculiaridades mais destacadas. A presença de certas
cores predominantes como: verde, roxo, róseo, violeta, azul e branco, pouco freqüentes
nos solos superficiais, é outra peculiaridade que permite identificar muitas de sua
variedades.
Na Figura 1.2 está ilustrado o perfil típico de um solo tropical, com as principais
características e na Figura 1.3 (a) e (b), a micro estrutura observada com o auxílio de um
microscópio de varredura.

Solos lateríticos (later = tijolo):


camadas superficiais,
coloração geralmente
vermelha ou amarela devido à
presença de óxidos de ferro e
alumínio hidratados e mi-
nerais estáveis, homogêneo e
pouco erodível. Espessura da
camada da ordem de alguns
metros.

Solos saprolíticos (sapro =


decomposição): camada de
solo proveniente da decom-
posição da rocha matriz,
herdando suas feições, com
presença de minerais não
estáveis. Heterogêneos e
suceptíveis à erosão. Espes-
sura da camada da ordem de
dezenas de metros.

Figura 1.2 Corte em solo saprolítico de basalto (parte inferior).

Figura 1.3 (a) – Latossolo vermelho- Figura 1.3 (b) – Solo saprolítico de
micaxisto, com macrocristais de caolinita (
amarelo, argiloso ( l µm)
3,3 µm)

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1.4 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
Os ensaios de caracterização de solos é realizado com amostra deformadas e são os
seguintes:
• Ensaio de granulometria;
• Ensaio de limites de Atterberg (limite de liquidez e limite de plasticidade);
• Densidade real
Na figura 1.4 está apresentado o esquema com os ensaios de caracterização.

1.4.1 GRANULOMETRIA E ÍNDICES DE ATTERBERG


Textura: É o tamanho relativo dos grãos que formam a fase sólida dos solos.
1.4.1.1 Granulometria: É a medida da textura. O ensaio de análise granulométrica do
solo esta normalizado pela NBR 7181.
Materiais Granulares (Solos grossos: ex: areias e pedregulhos): Simples peneiramento
de uma amostras seca em estufa, utilizando-se uma série padronizada de peneiras,
sendo que o material retido possui diâmetro equivalente, maior ou igual ao diâmetro da
peneira.
Materiais ou solos finos (ex.: silte e argila): utiliza-se da sedimentação dos sólidos em
meio líquido.
Solos com fração grossa e fração fina: Para estes solos a distribuição granulométrica é
obtida utilizando-se simples peneiramento para a fração grossa e sedimentação para a
fração fina.
Diâmetro equivalente: como as partículas de um solo não são esféricas, para a
fração grossa do solo, o diâmetro equivalente será igual ao diâmetro da menor esfera
que circunscreve a partícula. Para a fração fina, este diâmetro é calculado utilizando-
se a fração de Stokes.
Peneiramento: Utiliza-se o conjunto de peneiras normalizado pela NBR 5734, que é
formado por 52 peneiras de malhas quadradas e com aberturas variando de 0,037 mm
a 108 mm (figura 1.5), mantendo uma progressão geométrica de razão de
aproximadamente 4√2. A amostra seca é colocada na peneira de maior abertura da
série escolhida e o peneiramento pode ser manual ou utilizando-se um vibrador de
peneiras por cerca de 15 minutos - 60hz. Em seguida é determinada a massa retida
em cada peneira, calculando-se a percentagem correspondente.
Peneiramento grosso: 50,00 mm (2”); 38,00 mm (1 1/2"); 25,4 mm (1”); 19,10 mm (¾”);
12,70 mm (1/2”); 9,51 mm (3/8”); 4,76 (no. 4); 2,00 mm (no. 10).
Peneiramento fino: 1,20 mm (no. 16); 0,6 mm (no. 30); 0,42 mm (no. 40); 0,30 mm (no.
50); 0,15 (no. 100); 0,075 mm (no. 200).
Na tabela 1.1 está apresentada a divisão dos solos segundo a ABNT.

Tabela 1.1 – Divisão dos solos segundo a ABNT


Pedregulho Areia grossa Areia média Areia fina silte argila
> 4,8 mm > 2,0 mm > 0,4 mm > 0,05 mm > 0,005 mm ≤ 0,005 mm

A curva granulométrica é representada em papel mono-log, onde no eixo das abscissas


estão representados os diâmetros equivalentes e no eixo das ordenadas, as
percentagens retidas e acumuladas (ou passadas e acumuladas), conforme gráfico da
figura 1.6.

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5/5
AMOSTRA

SECAGEM AO AR

ALMOFARI Z COM
MĀO DE BORRACHA

REPARTIÇĀO OU
QUARTEAMENTO

1500 g SOLOS FINOS


2000 g SOLOS GROSSOS

PENEIRA DE 2,00 mm

< 2,00 mm > 2,00 mm

CERCA DE 250 g

PENEI RA DE
0,42 mm

GRANULOMETRIA
GRANULOMETRI A + SEDIMENTAÇĀO
UMIDADE HIGROSCÓPICA (50g)

> 0,42 mm < 0,42 mm


DENSIDADE REAL (10g)
(100g)
LIMITE DE CONTRAÇĀO (50g)
LIMITE DE PLASTI CIDADE (50g)
DESPREZADA

LIMITE DE LIQUIDEZ (70g)

Figura 1.4 – Ensaios de caracterização. Rita Moura Fortes


6/6
Figura 1.5 - Série de peneira utilizada no ensaio de granulometria.
1
%
Passada 2

1 – solos bem graduado


(não uniforme)
2 – Solo mal graduado
30%
(uniforme)

10%

φ10 φ30 φ (mm)


Figura 1.6 – Curva granulométrica.

• Diâmetro efetivo (φe ou φ10): é o diâmetro correspondente a 10 % que passa


• Coeficiente ou Grau de Não uniformidade (desuniformidade) (Cu ou Du) é igual a

φ60
Cu =
φ10

φ60 é o diâmetro correspondente a 60% que passa.


Este parâmetro fornece a inclinação média da curva. Se Du ou Cu ~1 significa que a
curva granulométrica é quase vertical.
• Coeficiente de curvatura (Cc) é igual a

φ302
Cc =
φ10 x φ60
φ30 é o diâmetro correspondente a 30% que passa.
Fornece uma idéia da forma e simetria da curva granulométrica.

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Sedimentação: Para a fração fina do solo (siltes e argila) com diâmetro equivalente
menor que 0.075 mm, o cálculo do diâmetro equivalente é feito através do resultado
obtido no ensaio de sedimentação de uma massa de sólidos em um meio líquido. O
diâmetro equivalente é obtido utilizando-se a lei de Stokes que afirma que as
partículas caem sob a ação da gravidade, em um meio resistente, com velocidade
uniforme proporcional a massa e dependente da forma das partículas. Admite-se que
as partículas possuem formas esféricas (quando na maioria das vezes são laminares,
suas massas específicas variam conforme o tipo de mineral e pode ocorrer influência
das paredes do recipiente) e a velocidade de queda para uma distancia vertical z em
um tempo t será:

z δ - γa D2
v= =
t 1800 µ

onde:
δ = massa especifica dos grãos do solo;
γa = massa especifica da água;
µ = viscosidade do líquido (água);
D = diâmetro da esfera cuja massa é equivalente á da partícula da queda.
Portanto:

D = √(1800 µ z )
δ - γa t

A uma profundidade z, depois do t, todas as partículas acima terão diâmetro menor que
D, dado pela fórmula. Como γa e µ dependem da temperatura, deve-se procura mantê-la
constante, utilizando-se para esse fim o tanque de sedimentação (figura 1.7 (a)).
A velocidade de queda de uma partícula de diâmetro equivalente D é obtida
indiretamente, pois uma dada partícula no instante zero está situada no topo da
suspensão e após decorrido um tempo t ela terá percorrido uma distância z, com
velocidade uniforme v = z/t. Partículas com diâmetro menor que D terão percorrido
distância menor que z e as de diâmetros maior, distancias maiores, com velocidades
diferentes, independente de suas posições iniciais. Portanto acima da partícula em
questão, todas as partículas terão diâmetros menores do que D.
A quantidade de grãos em suspensão acima da profundidade z poderá ser determinada
pela medida da densidade da suspensão, utilizando-se um hidrômetro calibrado. Lendo-
se a medida do hidrômetro num certo tempo t e tem-se a densidade da suspensão.
Como a massa especifica do fluido e a viscosidade é variável com a temperatura, deve-se
procurar mantê-la constante durante o ensaio ou efetuar as devidas correções.
Ao material passado na peneira de 2,00 mm (no. 10) é adicionado o agente defloculante
ou antifloculante Hexametafosfato de sódio diluído em água, de tal maneira que o solo
mais a água com o defloculante perfaçam 1000 ml. Este material é colocado no dispersor
(figura 1.7 (b)) e depois de descansar, é colocado na proveta que é agitada, procedendo-
se as leituras do (vide figura 1.7 (c)) no densímetro (em detalhe na figura 1.7 (d)) em
função do tempo, registrando-se a temperatura da água.

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Figura 1.7 Ensaio de sedimentação (a) tanque de imersão para provetas; (b) dispersor; c)
provetas, da esquerda para a direita, com água e termômetro, com solo e para descanso
do densímetro; (d) densímetro.

1.4.1.2 Limites de Atterberg


O solo pode se apresentar nos seguintes estados físicos (vide figura 1.8) :
• Estado Líquido: quando não possui forma definida. A resistência ao cisalhamento
(corte) é nula;
• Estado Plástico: o material possui comportamento plástico (deformável);
• Estado Semi-Sólido: tem a aparência de um sólido, mas com a secagem ocorre
variação do volume;
• Sólido: quando qualquer secagem do solo não implica em uma variação de volume.

LC LP LL

ESTADO ESTADO ESTADO ESTADO


SÓLIDO SEMI PLÁSTICO LÍQUIDO
SÓLIDO

∆V

LC LP LL h (%)

Figura 1.8 – Variação do volume do solo em função do teor de umidade.

Este limites foram definidos pelo engenheiro sueco Atterberg, com a finalidade de serem
utilizados em materiais cerâmicos. Em 1908, A. Casagrande, tendo conhecimento desse
trabalho, padronizou o ensaio.

• Determinação do limite de liquidez (LL ou Ll): o método de ensaio está


apresentado na NBR 6459. Antes de realizar o ensaio é necessário calibrar o aparelho
de Casagrande, verificando-se a altura de queda da concha e as condições da base

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9/9
de ebonite. A amostra seca é passada na peneira de abertura nominal de 0,42 mm.
Adiciona-se água à amostra de maneira a obter uma pasta.

Figura 1.9 (a) aparelhagem para ensaio de limite de liquidez; (b) placa de vidro com face
esmerilhada; (c) cinzéis; (d) detalhe da ranhura no início do ensaio.

Na figura 1.9 (a) observa-se da esquerda para a direita, a placa de vidro esmerilhada, a
vasilha de porcelana utilizada para espatulação e homogeneização da amostra, aparelho
de Casagrande manual e automático. Na figura 1.9 (b) e (c) têm-se o detalhe da placa de
vidro esmerilhada, sendo que os “apetrechos” são da esquerda para a direita, o gabarito
utilizado no ensaio de LP com diâmetro de 3 mm, o cinzel curvo e o chato, gabarito para
ajuste da altura de queda da concha e esfera para verificação das condições da base de
ebonite do aparelho de Casagrande.
Espatula-se a amostra na cápsula de porcelana (figura 1.9), homogeneizando-a e coloca-
a na concha do aparelho de Casagrande e procedendo a ranhura conforme mostrado na
figura 1.9 (d). Gira-se a manivela do aparelho a razão de 2 rotações/segundo, causando
devido a um excêntrico, uma queda da concha sobre a base de ebonite, anotando-se os
número de golpes para fechar a ranhura mais ou menos 10 mm. Retira-se uma amostra
da região onde ocorreu o fechamento da ranhura para determinação do teor de umidade.
O ensaio é repetido para outros teores de umidade, partindo-se geralmente do ponto mais
seco para o mais úmido, de maneira a se obter dois pontos com mais de 25 golpes e dois
pontos com menos de 25 golpes.
Com os valores obtidos do número de golpes e teor de umidade, plota-se os pontos e
traça-se a linha média, conforme apresentado na figura 1.10.
O valor do LL é o correspondente ao número de golpes igual a 25.

h (%)

LL

25 Número de golpes
(escala logarítmica

Figura 1.10 – Gráfico do teor de umidade versus número de golpes em papel monologo,
para determinação do LL.
Através do ensaio de LL é possível correlacionar a resistência ao cisalhamento do solo
para um dado teor de umidade com o número de golpes necessários para que ocorra o
deslizamento dos “taludes” da amostra da concha. Casagrande (1932) encontrou valores
muito baixos próximos a 2,5 kPa.
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• Determinação do Limite de Plasticidade: o método de ensaio está apresentado na
NBR 7180. A amostra seca é passada na peneira de abertura nominal de 0,42 mm.
Coloca-se a amostra na cápsula de porcelana e adiciona-se água à amostra de
maneira a obter uma massa (consistência maior que o do ensaio de LL), espatulando-
a e homogeneizando-a. Toma-se uma esfera de solo e rola-a sobre a placa de vidro
esmerilhada (vide figura1.11) até que se obtenha um cilindro com diâmetro de 3 mm e
este comece a apresentar fissuras. Determina-se o teor de umidade. Repete-se o
ensaio mais quatro vezes (cinco determinações) e o valor do LP será o valor médio
das determinações:

h1 + h2 + h3 + h4 + h5
LP =
5

Figura 1.11 Ensaio de limite de plasticidade.

• Índice de Plasticidade (IP ou Ip): é o intervalo entre o teor de umidade


correspondente ao LL e ao LP ou seja:

LP LL
IP = LL - LP

IP

A areia não apresenta plasticidade (Não plástico – NP) e a argila apresenta IP elevado.

• Índice de Consistência:

LL - h LL - h
IC = =
IP LL - LP
Tabela 1.2 – Consistência dos solos.
IC CONSISTÊNCIA
<0 de vaza
0 a 0,50 Plástica mole
0,50 a 0,75 Plástica média
0,75 a 1,00 Plástica rija
> 1,00 dura

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2. CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS

2.1 Generalidades
O solo tem sido estudado por diversos ramos da ciência e tecnologia como a
agricultura, a geologia, a engenharia; sendo que cada uma dessas áreas tem
desenvolvido classificações próprias para finalidades científicas ou pragmáticas.
Na área de Engenharia civil, objetivando-se uma otimização na utilização do solo, tem-
se aproveitado classificações que podem ser divididas em genéticas e geotécnicas.
No que se refere às classificações genéticas, pedológicas e geológicas, pode-se dizer
que são essencialmente científicas, preocupando-se com a origem e evolução dos
solos.
Entre as classificações geotécnicas, destacam-se o Sistema Unificado de Classificação
dos Solos (U.S.C.S. – Unified Soil Classification System) e a classificação para
finalidades rodoviárias, mais conhecida como HRB (Highway Research Board).
No entanto, ao se utilizar esta ou aquela classificação, é importante que se conheça as
suas limitações para não incorrer em interpretações e aplicações errôneas. Com essa
finalidade, dar-se-á uma rápida visão de algumas dessas classificações, bem como
suas limitações quando empregadas para solos tropicais.
2.2 Classificações Tradicionais
2.2.1 Classificações Genéticas
2.2.1.1 Generalidades
São as classificações pedológicas e geológicas, empregadas pela geotecnia visando
melhor orientar na localização de ocorrências promissoras, e no plano de sondagem e
amostragem.
2.2.1.2 Classificações Pedológicas
Os mapas e dados pedológicos tem sido utilizados sobretudo para orientar o emprego
das camadas de solos superficiais (ou pedogenéticas) no estado natural. No entanto,
para camadas mais profundas (horizonte C e subjacentes) de natureza transportada ou
residual, muitas vezes não trazem informações suficientes.
Os mapas pedológicos do Brasil ainda são insuficientes tanto na escala (menor que
1:100.000), como nas características dos horizontes superficiais A e B, nas quais se
baseiam, pois essa camada é quase totalmente removida nas obras civis. Uma das
maiores dificuldades é ressaltada por Nogami e Villibor (1988) e consiste em que um
solo que integra um perfil pedologicamente laterítico pode apresentar comportamento
geotécnico não laterítico e vice-versa.
2.2.1.3 Classificações Geológicas
Os mapas geológicos existentes no Brasil são essencialmente do bedrock, o que cria
dificuldade quanto a sua utilização para fins geotécnicos pois que, além de não
existirem mapas com escala apropriada, muitas camadas de solos residuais ou
transportados nem constam dos mapas. Há ainda a dificuldade de se identificar os
solos saprolíticos, pois que uma mesma rocha matriz, sob a ação do intemperismo
tropical, pode dar origem a grande variedade de tipos geotécnicos de solos que se
apresentam de maneira complexa e características mecânicas e hidráulicas diversas.
2.2.2 Classificações Geotécnicas
2.2.2.1 Generalidades
Das classificações geotécnicas, duas são as que mais se salientam: a classificação
HRB - AASHTO e o Sistema Unificado de Classificação de Solos (USCS), que se
baseiam nos limites de Atterberg (LL e LP) e na granulometria.

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2.2.2.2 Classificação Highway Research Board (HRB)
Essa classificação tem sido mais empregada em finalidade rodoviárias, sendo ela
adotada pela maioria dos órgãos públicos nacionais.
Além de se basear nas propriedades índice do solo: limites de Atterberg (LL e LP) e
granulometria, a classificação HRB-AASHTO utiliza o índice de grupo (IG) onde entram
os valores de porcentagem passada na peneira de malha de 0,074 mm, do LL e do IP
(índice de plasticidade), podendo assumir qualquer valor positivo inteiro, inclusive o
zero, no que difere do proposto originalmente, quando sua amplitude ia de 0 a 20.
Como o IG atribui um valor ao solo, o qual varia inversamente à capacidade de suporte
do subleito, sob boas condições de drenagem e compactação, se um solo possuir IG
igual a zero, será considerado bom material e, quanto mais elevado for seu valor, pior
material.
Os solos são divididos de A1 a A8 (solos altamente orgânicos): A-1-a, A-1-b, A-2-4, A-
2-5, A-2-6, A-2-6, A-2-7, A3, A4, A5, A6, A-7-5, A-7-6, sendo que o comportamento
como camada para composição da estrutura do pavimento dos solos A-1-a, A-1-b, A-2-
4, A-2-5, A3 é considerado de excelente a bom, e os restantes, de regular a mau.
2.2.2.3 Sistema Unificado de Classificação de Solos (SUCS) ou Unified Soil
Classification System (USCS)
Essa classificação que se utiliza de propriedades-índice LL, LP e granulometria foi
desenvolvida por Arthur Casagrande, e apresentada num simpósio (Casagrande,
1948), tendo sofrido várias revisões, sendo que a última ocorreu em 1983 (Horward,
1984).
Os limites de Atterberg são determinados com a fração menor que 0,42 mm, servindo
essencialmente para classificar a fração fina de solo, através da carta de plasticidade
(LL x IP).
Os solos são representados por duas letras, a primeira relativa à granulometria e a
segunda à plasticidade. Assim, tem-se para os solos que mais de 50% da fração fina
fica retida na peneira de 0,075 mm as seguintes letras: G (pedregulho), S (areia) que
pode ser bem graduados e designados pela letra W e caso contrário com a letra P.
Para os solos cuja fração fina passa mais que 50% na peneira de malha 0,075 mm,
têm-se as letras M (silte) e C (argila) que recebem os sufixos L (baixa) e H (alta)
plasticidade. Ainda a letra O representa os solos orgânicos.
2.2.2.4 Limitações das Classificações Geotécnicas : HRB e USCS quando
aplicadas a solos tropicais
Diversos autores entre eles Lumb (1962), Moh e Mazhar (1969), Lyon Associates
(1971), Gidigasu (1980), Nogami e Villibor (1979(a) (b)), Mitchell e Sittar (1982), têm
investigado e discutido as limitações das classificações geotécnicas comumente
denominadas de ortodoxas, as quais se baseiam nas propriedades-índices, conforme
foi anteriormente citado.
Algumas limitações ocorrem principalmente em razão das diferenças existentes entre a
natureza das frações de argila e areias, de solos de regiões tropicais e regiões
temperadas, para as quais tais classificações foram desenvolvidas.
A fração de argila dos solos lateríticos possuem óxidos de ferro e/ou alumínio
hidratados, bem como argilos-minerais que conferem baixa expansibilidade e alta
capacidade de suporte quando compactados, não sendo encontrados em solos não
lateríticos.
A fração arenosa dos solos lateríticos pode conter elevada porcentagem de concreções
de resistência inferior à da areia tradicional (essencialmente quartzo). A presença de
mica e/ou de feldspato nos solos saprolíticos reduz a densidade seca, a capacidade de
suporte e o índice de plasticidade, aumentando o teor de umidade ótima e a expansão
do solo.

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2/2
As limitações quanto a essas classificações podem ser resumidas em:
a) Repetibilidade dos resultados dos ensaios;
b) Falta de correlação da classificação e o comportamento geotécnico (propriedades
mecânicas e hidráulicas) observado.
Referente a alínea a), Gidigasu (1980) já alertava para a elevada dispersão dos
resultados dos limites de Atterberg e a granulometria dos solos tropicais.
Na figura 2.1 observa-se o ocorrência de solos tropicais no Brasil.

Figura 2.1 – Ocorrência de solos lateríticos no Brasil ( Villibor et al, 2000).

2.3 Apresentação da Metodologia MCT


2.3.1 Generalidades
Conforme exposto, a metodologia tradicional apresenta uma série de limitações e
deficiências para o uso de solos na pavimentação, desde os aspectos de classificação
de solos até os critérios de escolha e dosagem de materiais para o emprego em bases.
Tendo em vista as dificuldades e deficiências apontadas no uso das classificações
tradicionais, desenvolvidas para solos de clima frio e temperado, quando empregadas
em solos de ambientes tropicais, Nogami e Villibor desenvolveram uma metodologia
designada MCT, específica para solos compactados tropicais. Essa metodologia
baseia-se numa série de ensaios e procedimentos, que reproduzem as condições reais
de camadas de solos tropicais compactadas aferindo propriedades geotécnicas que
espelham o comportamento “in situ” dos solos tropicais.
A sistemática MCT desenvolvida por Nogami e Villibor a partir da década de 70, deve-
se principalmente aos seguintes fatores:
- limitações dos procedimentos tradicionais em caracterizar e classificar os solos
com base na granulometria e limites de Atterberg (LL e IP). Estes índices são
incapazes e insuficientes para se distinguir os principais tipos de solos tropicais, de
Rita Moura Fortes
3/3
propriedades opostas, conhecidos como lateríticos e saprolíticos, inadequadamente
designados em outros países de “residuais”.
- constatação experimental de bom desempenho, de bases constituídas por solos
lateríticos de granulação fina e de solo agregado com grande porcentagem de finos
(passando freqüentemente quase que integralmente na peneira de 0,42 mm de
abertura) apesar de serem considerados inapropriados para base de pavimentos pelas
sistemáticas tradicionais.
A designação MCT (Miniatura Compactada Tropical) é proveniente da utilização de
ensaios de dimensões reduzidas (corpos de prova com 50 mm de diâmetro) com solos
tropicais compactados.
Esta Metodologia abrange dois grupos de ensaios a saber:
- Mini CBR e associados e
- Mini MCV e associados.
A partir dos ensaios de Mini CBR e associados pode-se obter as características dos
solos apropriados para bases de pavimentos. Geralmente, após a compactação dos
corpos de prova, determina-se uma série de propriedades, tais como: capacidade de
suporte (Mini CBR), expansão, contração, infiltrabilidade, permeabilidade, etc.
Os ensaios Mini MCV e associados fornecem parâmetros para a determinação dos
coeficientes c’ e e’, que por sua vez permitem a classificação dos solos de acordo com
a classificação MCT, além de permitirem a determinação de todas as propriedades
referidas nos ensaios Mini CBR e associados.
As propriedades obtidas através do grupo de ensaios Mini CBR e associados são
determinadas em corpos de prova compactados com energia constante (normal ou
intermediária) para vários teores de umidade.
Com relação ao grupo de ensaios Mini MCV e associados, com exceção do ensaio de
perda de massa por imersão, as demais propriedades são obtidas na máxima
densidade para vários teores de umidade (variação da energia de compactação).
As Figuras 2.2 e 2.3 ilustram os diferentes grupos de ensaios da Metodologia MCT.
2.3.2 Ensaio de Compactação
O ensaio de compactação é um dos principais ensaios da Metodologia MCT, pois a
partir de seus parâmetros básicos (teor de umidade ótima e massa especifica aparente
seca máxima) molda-se corpos de prova para a determinação de outras propriedades
geotécnicas da Metodologia MCT.
O ensaio de compactação integrante da sistemática MCT utiliza uma aparelhagem de
dimensões reduzidas podendo ser efetuado por dois métodos distintos de
compactação: mini proctor e mini MCV.
A seguir serão apresentados somente os ensaios classificatórios.
2.3.2.1 Ensaio de compactação Mini-MCV
Este ensaio foi desenvolvido para estudo de solos tropicais em dimensões reduzidas
por Nogami e Villibor em 1980, denominado de Mini MCV, foi baseado no método
proposto por Parsons (1976), conhecido como ensaio MCV (Moisture Condition Value).
Este ensaio consiste na aplicação de energias crescentes, até se conseguir um
aumento sensível de densidade para vários teores de umidade, obtendo-se uma família
de curvas de compactação. Essas curvas são denominadas de curvas de
deformabilidade ou de Mini MCV, pois a partir delas, pode-se determinar o Mini MCV.
Através da curva de deformabilidade correspondente ao Mini MCV igual 10, obtém-se o
coeficiente c’, utilizado na classificação geotécnica MCT.
O ensaio também pode ser utilizado no controle da compactação e na previsão da
erodibilidade.

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4/4
METODOLOGIA

MCT

GRUPO DE ENSAIOS GRUPO DE ENSAIOS GRUPO DE ENSAIOS

Mini CBR e Mini MCV e Ensaios


Associados Associados "in situ"

ENSAIO DE ENSAIO DE
COMPACTAÇÃO COMPACTAÇÃO Mini CBR Mini CBR Mini MCV
com Controle de
Mini Proctor Mini MCV Penectrômetro Convencional Umidade

ENSAIO DE
PERDA DE
MASSA POR
IMERSÃO

ENSAIOS ASSOCIADOS
Capacidade de Suporte Mini CBR,
Expanão, Contração, Infiltrabilidade,
Permeabilidade, Penetração de Imprimadura

Figura 2.2 - Grupos de Ensaios da Metodologia MCT (Villibor et al., 2000)

Figura 2.3 – Principais ensaios da metodologia MCT.


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5/5
O Quadro 2.1 ilustra o equipamento, as características e procedimentos do ensaio e
suas aplicações práticas.
Quadro 2.1 - Ensaio de Compactação.
APLICAÇÕES DOS
APARELHAGEM CARACTERÍSTICAS
RESULTADOS
RELÓGIO COMPACTADOR: Método de Ensaio
COMPARADOR Soquete de pé, com área igual do molde e com NBR – M 196/89
dispositivo que mede a altura do corpo de prova após DER – M 191/88
qualquer número de golpes do soquete. DNER – ME 228/94
Distinguem-se:
SOQUETE Preparo de corpos de prova
MOLDE MASSA ALTURA
TIPO E SIGLA ∅ (mm)
para ensaios diversos.
SOQUETE (g) DE QUEDA
Mini ou M 50 2270,4500 305 mm
MOLDE SubMini ou S 26 1000 200 mm Obtenção de dados para
classificação MCT de solos.
PÉ DO SOQUETE
PROCEDIMENTOS: Umidade ótima e massa
MINI-PROCTOR: Umidade variável, energia específica aparente seca
CORPO DE PROVA constante (normal, intermediária ou modificada). máxima para a energia de
MINI-MCV: Umidade e energia variáveis, massa compactação escolhida.
BASE úmida constante (200 g no MINI, 30 g no SUB-
MINI); obtém-se uma família de curvas de
compactação.

2.3.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água


Desenvolvido para distinguir os solos tropicais com comportamento laterítico daqueles
com comportamento não laterítico. É também utilizado para classificar os solos
tropicais (Classificação MCT), sendo empregado para o cálculo do coeficiente e’.
O Quadro 2.2 ilustra a aparelhagem, características de ensaio e aplicações dos
resultados.
Quadro 2.2 - Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água
APLICAÇÕES DOS
APARELHAGEM CARACTERÍSTICAS
RESULTADOS

PROCEDIMENTO: Método de Ensaio


DER/SP – M 192
O corpo de prova (solo) compactado é DNER ME 254/89
parcialmente extraído de seu molde, de
maneira que fique saliente 10 mm (5 mm Classificação MCT de
para ∅ 26 mm) e, em seguida, submerso em solos.
água, em posição horizontal. Recolhe-se a
parte eventualmente desprendida e Avaliação da
determina-se a sua massa seca. A perda de erodibilidade de solos
massa por imersão Pi é expressa em em presença de lâmina
porcentagem relativamente à massa seca da d’água.
parte primitivamente saliente do corpo de
prova.

2.3.4 Ensaio para Identificação Expedita MCT – Ensaio das Pastilhas


Nogami e Cozzolino (1985), propuseram inicialmente um procedimento expedito para
atender a necessidade da identificação expedita de solos tropicais. Fortes (1990) e
Fortes & Nogami (1991) apresentaram uma proposta para o procedimento de ensaio e
identificação dos grupos MCT, que corresponde a uma série de determinações rápidas
e simples, baseada em índices empíricos e determinações qualitativas, utilizando
aparelhagem simples, podendo ser executada no campo, identificando-se com um

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6/6
baixo custo, os solos de comportamento laterítico, dos de comportamento não-
laterítico, conforme grupos da classificação MCT.
Nogami & Villibor (1994; 1996), apresentaram simplificações do método, conseguindo
obter a identificação dos grupos MCT através de um gráfico do valor da contração
diametral versus penetração. Assim sendo, o método baseia-se em determinações
efetuadas em pastilhas que são moldadas em anéis de inox, secadas, verificando-se a
contração diametral, e submetidas a reabsorção de água, quando se observa o
surgimento de trincas, expansão, e resistência a penetração de uma agulha padrão.
Em 1997, Fortes apresentou uma proposta de normalização na 1ª Câmara Permanente
de Desenvolvimento Tecnológico ocorrida na Universidade Mackenzie. Desde então
este procedimento para investigação expedita geotécnica segundo a metodologia MCT
tem sido utilizado, com sucesso, em todo o país, em locais onde ocorrem solos
tropicais, tais como no estado de São Paulo pelo Departamento de Estradas de
Rodagem de São Paulo (DER-SP), no projeto de duplicação de 120 km da Rodovia
Raposo Tavares – SP 270, trecho Assis-Prudente, EMURB, em Brasília, pela
NOVACAP e que está em processo de normalização no DER-SP (Fortes, Zuppolini &
Merighi (2002).
Na figura 2.3 está apresentada a seqüência para execução do ensaio e na figura 2.4
algumas ilustrações do mesmo.

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7/7
Preparação da amostra Preparação da aparelhagem

Espatulação da pasta e ajustagem de sua consistência

Moldagem e Secagem das Pastilhas

Determinação da Plasticidade da Pasta

Determinação da Contração das


Pastilhas

Embebição e Determinação da
Penetração

Valores de
penetração
efetuados nas
CLAS
pastilhas
SIFI-
submetidas a
CA-
embebição (ou
NÃO

ÇÃO
reabsorção) for
MCT
próximo ou igual
a 2 mm?
SIM

Determinações Complementares
Figura 2.3 – Seqüência de execução do ensaio.
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8/8
(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)

Figura 2.4 - Método da Pastilha. (a) aparelhagem; (b) espatulação da amostra; (c)
moldagem das pastilhas; (d) medida da contração; (e) reabsorção d`água; (f)
penetração

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9/9
2.4 Aplicações Práticas da Metodologia MCT
As principais aplicações desta metodologia são:
− Classificação dos solos;
− Propriedades geotécnicas;
− Critérios de escolha e priorização de solos para bases;
− Dosagem de misturas com solos lateríticos e
− Dosagem de imprimaduras asfálticas.
2.5 Classificação dos Solos com uso da Metodologia MCT
2.5.1 Metodologia MCT “Tradicional”
A classificação dos solos com uso da Metodologia MCT foi desenvolvida especialmente
para o estudo de solos tropicais, baseada em propriedades mecânicas e hídricas,
obtidas de corpos de prova compactados de dimensões reduzidas. Essa classificação
não utiliza a granulometria, o limite de liquidez e o índice de plasticidade, como
acontece no caso das classificações geotécnicas tradicionais, separando os solos
tropicais em duas grandes classes, os de comportamento laterítico e os de
comportamento não laterítico.
Os solos lateríticos e saprolíticos, segundo a classificação MCT, podem pertencer aos
seguintes grupos:
− Solos de comportamento laterítico, designado pela letra L, sendo subdivididos em 3
grupos:
LA - areia laterítica quartzosa;
LA’ - solo arenoso laterítico; e
LG’ - solo argiloso laterítico.
− Solos de comportamento não laterítico (saprolítico), designados pela letra N, sendo
subdivididos em 4 grupos:
NA – areias, siltes e misturas de areias e siltes com predominância de grão de
quartzo e/ou mica, não laterítico;
NA’– misturas de areias quartzosas com finos de comportamento não laterítico (solo
arenoso);
NS’– solo siltoso não laterítico e
NG’– solo argiloso não laterítico.
Para se classificar os solos lateríticos e saprolíticos, através da Metodologia MCT,
utiliza-se o gráfico da Figura 2.5, onde a linha tracejada separa os solos de
comportamento laterítico dos de comportamento não laterítico.

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10/10
Figura 2.5 - Classificação MCT

Este gráfico foi elaborado a partir do conhecimento dos coeficientes c’ (eixo das
abscissas) e e’ (eixo das ordenadas). O coeficiente c’, denominado de coeficiente de
deformabilidade, é obtido através do ensaio mini MCV.
Os resultados obtidos neste ensaio também podem ser utilizados no controle da
compactação e na previsão da erodibilidade.
O coeficiente c’ indica a argilosidade do solo, ou seja, um c’ elevado (acima de 1,5)
caracteriza as argilas e solos argilosos, enquanto que valores baixos (abaixo de 1,0)
caracterizam as areias e os siltes não plásticos ou pouco coesivos. No intervalo entre
1,0 e 1,5 se situam diversos tipos de solos, tais como: areias siltosas, areias argilosas,
argilas arenosas e argilas siltosas.
O coeficiente e’ é calculado a partir do coeficiente d’ (inclinação da parte retilínea do
ramo seco da curva de compactação, correspondente a 12 golpes do ensaio de mini
MCV) e da perda de massa por imersão Pi (porcentagem da massa desagregada em
relação à massa total do ensaio quando submetida à imersão em água), expresso pela
expressão:
 20   Pi 
e' = 3   +  
 d '   100 
Detalhes dos procedimentos de cálculo dos coeficientes c’ e e’ e ensaios associados
se encontram no livro “Pavimentação de Baixo Custo com Solos Lateríticos” dos
autores Nogami e Villibor, 1995.
2.5.2 Classificação MCT - Pastilhas
Uma vez obtidos os valores da contração diametral e da penetração, locá-los na carta
apresentada na Figura 2.6, obtendo-se o grupo de solo da metodologia MCT. No
quadro 2.3 estão apresentadas as propriedades dos solos de acordo com a
classificação MCT.

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11/11
Figura 2.6 - Carta de Classificação do Método das Pastilhas (Nogami e Villibor, 1994).

Quadro 2.3 – Propriedades e Utilização dos Grupos de Solos da MCT (Nogami e


Villibor, 1995)

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12/12
3. COMPACTAÇÃO
O estudo da técnica e controle da compactação é relativamente recente e tem sido
desenvolvido principalmente para a construção de aterros.
A compactação é um processo no qual se visa melhorar as propriedades do solo
garantindo certa homogeneidade, procedendo-se a eliminação do ar.

3. 1 – Introdução:
Porter desenvolveu a teoria de compactação para verificar a influência do teor de
umidade na qualidade final de um solo compactado.
Ralph Proctor, em 1933, publicou uma série de artigos, divulgando o seu método de
controle de compactação, baseado num novo método de projeto e construção de
barragens de terra compactadas que estava sendo empregado na Califórnia; onde é
apresentado que a densidade com que um solo é compactado, sob uma determinada
energia de compactação, dependo do teor de umidade no momento de compactação.

3. 2 – Ensaios de Compactação
3. 2.1 – Introdução Teórica
Proctor desenvolveu um ensaio dinâmico para determinação experimental da curva de
compactação (massa específica aparente seca (γs) versus teor de umidade (h)) (figura
3.1).

γs (g/cm³)

γs máx

ramo ramo
seco úmido

hot h (%)

Figura 3.1 – Curva de compactação

Na figura 3.1, no ponto de inflexão da curva determinamos o teor de umidade ótimo


(hot) que representa que se um solo for compactado com a energia do ensaio, nesse
teor de umidade ele apresentará a massa específica aparente seca máxima.
O ramo ascendente da curva de compactação é denominado ramo seco e o ramo
descendente, de ramo úmido. No ramo ascendente, a água lubrifica as partículas e
facilita o arranjo destas, ocorrendo por essa razão, o acréscimo da massa específica
aparente seca. Já no ramo descendente, a água amortiza a compactação e começa a
ter mais água do que sólidos, sendo por essa razão que a massa específica aparente
seca decresce.

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1/1
Para uma mesma energia, solos de granulometria diferente apresentam valores de
teor de umidade ótimos e massa específica aparente seca máxima na ordem de
grandeza da tabela 3.1, resultando em curva de compactação conforme estão
dispostas na figura 3.2.

Tabela 3.1. – valores médios de teor de umidade ótimo e da massa específica aparente
seca máxima dos solos, conforme sua granulometria.
Granulometria hot (%) γsmax. (kg/ m³) médios
Areias 7 a 12 2000
Siltes 18 a 25 1600
Argilas 30 a 40 1300

γs(g/cm³)
areia

silte

argila

h
Figura 3.2 – curvas de compactação de solos compactados com a mesma energia.

Já de acordo com a energia aplicada as curvas de compactação de um solo se dispõe


segundo a figura 3.3.

γs(g/cm³)

h (%)
Figura 3.3 – Curvas de compactação de um mesmo solo compactado com energias
diferentes.
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2/2
O ensaio de Proctor é normalizado pelo método de ensaio NBR 7182, sendo que as
energias especificadas na norma são: normal, intermediária e modificada, variando–
se para isso as dimensões do molde e soquete, número de camadas e golpes,
conforme pode ser observado na tabela 3.2.
Na figura 3.4 pode-se verificar a preparação da amostra para o ensaio de
compactação. Inicialmente a amostra é seca ao ar sobre uma lona, após, detorroa-se
com auxilio da mão de gral e borracha, depois armazena-se em caixas. Prepara-se 5
pontos com teores de umidade diferentes, adicionando-se água a amostra com
umidade higroscópica para se obter o ponto com um determinado teor de umidade,
mistura-se a amostra homogeneizando-a.

Tabela 3.2 – Características inerentes a cada energia (compilado da NBR 7182).

Cilindro Característica inerentes a Energia


cada energia de Normal Intermediária Modificada
compactação
Pequeno Soquete Pequeno Grande Grande
Número de camadas 3 3 5
Número de golpes por camada 26 21 27
grande Soquete grande grande grande
Número de camadas 5 5 5
Número de golpes por camada 12 26 55
Altura do disco espaçador (mm) 63,5 63,5 63,5

O ensaio pode ser realizado de cinco maneiras: com ou sem reuso de material, sobre
amostras preparadas com secagem prévia até a umidade higroscópica ou sobre
amostras preparadas a 5 % abaixo da umidade ótima presumível ou sem reuso de
material, sobre amostras preparadas a 3 % acima da umidade ótima presumível.

(a) (b) (c) (d) (e)

Figura 3.4 Amostra deformada secando ao ar livre (a); seca (umidade higroscópica) (b);
colocação em caixas (c); preparação da amostra com diferentes teores de umidade (5
teores) e (d) homogeneização (e).

Após a amostra ter sido homogeneizada, é realizada a compactação, utilizando-se o


molde pequeno ou o grande (vide figura 3.5) quando se compactar o solo para a
realização do ensaio CBR.

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3/3
(a) (b)
Figura 3.5 – Compactação Proctor (a) cilindro pequeno e soquete pequeno (b) cilindro
grande e soquete grande.
O molde é fixado na base, com o colarinho, coloca-se o disco espaçador e o papel filtro
(figura 3.6 (a) no caso da compactação do cilindro grande para o ensaio de índice de
suporte Califórnia ou somente o papel filtro no caso de cilindro pequeno. Lança-se a
quantidade de solo em camadas (vide esquema da figura 3.6 (b), conforme energia
especificada (energia, normal intermediária ou modificada), tomando-se o cuidado de
escarificar a face superior da camada compactada, antes de lançar a próxima, para
promover a aderência entre ambas. Na figura 3.6 (c) está apresentada a compactação
utilizando-se o cilindro grande. Após a compactação retira-se a base, o colarinho e o
disco espaçador (no caso do cilindro grande), rasa-se o corpo de prova que devido a
utilização do colarinho apresenta cerca de 2 cm ultrapassando a altura do molde. Leva-
se o conjunto solo mais molde para ser pesado (figura 3.6 (d) e caso seja somente
realizado o ensaio de compactação, retira-se o corpo de prova do molde (figura 3.6 (e)
e (f)) para tomar-se uma amostra para determinação do teor de umidade.

Soquete pequeno Soquete grande

Molde pequeno Molde grande

3 a 5 camadas de solo Cinco camadas de solo

disco espaçador

(a)

(a) (b) (c)

(d) (e) (f)

Figura 3.6 – (a) Colocação de papel filtro no molde; (b) esquema de compactação
(soquete leve e soquete pesado); (c) compactação cilindro grande; (d) pesagem do
corpo de prova após a compactação; (e) e (f) extração do corpo de prova.
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4/4
Com os resultados obtidos no ensaio de compactação são efetuados cálculos para
a:
a) determinação da massa específica aparente seca (γs), dada pela fórmula:

Mh x 100
γs = ------------------------------ (1)
V x (100 + h)

Onde:

γs = massa específica aparente seca, geralmente em g/cm³ ;

Mh = massa úmida do solo compactado, geralmente em g ;

V = volume útil do molde cilíndrico (interno), geralmente em cm³ ;

h = teor de umidade do solo compactado, em % .

b) determinação da curva de saturação, dada pela fórmula:

S
γs = --------------------------------
h S
( ------ + ------- )
γa δ

Onde:

γs = massa específica aparente seca, geralmente em g/cm³;

S = grau de saturação, considerado igual a 100% ;

h = teor de umidade em % ;

γa = massa específica da água, geralmente em g / cm ³ ( considerada igual a 1,00


g/cm³ ) ;

δ = massa específica dos grãos do solo (determinado de acordo com a NBR 6508 ou
6458, em g/cm³) ;

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5/5
São apresentados os seguintes resultados:

a) curva de compactação : é a curva resultante da representação gráfica dos


valores do teor de umidade em abcissas, versus os respectivos valores da
massa específica aparente seca, e deve possuir o formato aproximadamente
parabólico;
b) valor da massa específica aparente seca máxima, com aproximação de 0,01 g/
cm³, obtido através da leitura da massa específica aparente seca do ponto de
inflexão da curva de compactação;
c) valor do teor de umidade ótimo, obtido pela leitura do teor de umidade
correspondente ao de massa específica aparente seca máxima, obtido na alínea
b), na curva de compactação, com aproximação de 0,1 % ;
d) curva de saturação ( S = 100% ) ;
e) características do ensaio: processo de preparação da amostra, energia; cilindro
de compactação utilizados e processo de execução do ensaio.

3.2.2 – Moisture Condition Value ( MCV )

O MCV é um ensaio de compactação por impacto, apresentado por Parsons (1976) do


Transport and Road Research Laboratory – Departament of Enviroment do Governo
Britânico, que foi desenvolvido originalmente para:
a) Avaliar rapidamente as condições de umidade dos solos nas camadas compactadas.
b) O teor de umidade mais adequado para compactação do aterro.
c) Avaliação das condições mais propícias para maior eficiência dos equipamentos de
terraplenagem.
Com as seguintes vantagens sobre o método proposto por Proctor:
a) a energia é aplicada com soquete de seção plena, sendo portanto distribuída por
igual em toda a superfície a ser compactada.
b) têm-se uma família de curvas de compactação (teor de umidade versus massa
específica aparente seca ), referente aos diversos valores de energia.
O ensaio MCV consiste basicamente em determinar o número de golpes necessários
para compactação completa de uma amostra de solo. Como aqui entre nós, tem sido
utilizado o ensaio mini MCV, desenvolvido por Nogami e Villibor, e que apresenta uma
classificação para solos tropicais.

3.3. Tipos de compactação


3.3.1 pisoteamento
3.3.1.1 no campo : é uma compactação realizada com rolo pé–de– carneiro,
cuja massa com tambores vazios é de 5 a 12 tf, podendo ser enchido com lastro de
areia úmida, aumentando a sua massa para de 7 a 17 tf. Cada tambor possui de 96 a
120 patas, sendo a pressão máxima dos pés sobre o solo quando o compressor apoia–
se em uma única fileira de patas, de 10 a 20 MPa (figura 3.7(a)). Após a compactação,
o solo se apresenta como mostrado na figura 3.7 (b) e (c).
Nas especificações gerais são fornecidos dados tais como o peso do equipamento,
diâmetro do cilindro, número de patas, altura, área de contato, velocidade à frente e ré.
Rita Moura Fortes
6/6
O mecanismo de compactação se dá de baixo para cima (vide figura 3.8), em
camadas com espessura menor que altura da pata, devendo o solo estar com teor
de umidade próximo ao teor de umidade ótimo, com a finalidade de se obter a massa
específica aparente seca máxima. Se o solo estiver com o teor de umidade menor que
hot, deve-se umedecer a camada e caso contrário, deve-se revolver o solo com um
escarificador e esperar secar (figura 3.9).

(a) (b) (c)

Figura 3.7 (a) Rolo pé de carneiro (b) e (c) superfície após a compactação.

Figura 3.8 Esquema de compactação por camadas. Da esquerda para a direita,


caminhão basculante, trator de esteiras (dozer) e rolo de compactação.

Figura 3.9 – Revolvimento do solo com escarificador para secagem.

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7/7
É principalmente recomendado para solos argilosos e siltosos. A espessura média
da camada de solo solto é da ordem de 20 a 25 cm, sendo usual de 8 a 10
passadas, e a velocidade de compactação não ultrapasse 4 km/h.
Geralmente quando se interrompe a compactação de um aterro, é usual se selar a
camada, passa para esta finalidade o rolo liso procurando dar caimento para o
escoamento das águas pluviais. Antes de se iniciar ou reiniciar a compactação da
camada selada (lisa), deve-se escarificá-la com a finalidade de se obter uma melhor
aderência entre as camadas.
Percebe-se visualmente que o solo está compactado quando o rolo de pé de carneiro
não penetra mais no solo (anda na ponta dos pés).

3.3.1.2 No laboratório: foi desenvolvido em 1948 , na Universidade de Harward ,


compactando-se o solo em um cilindro de cerca de 10 cm² de área e 10 cm de altura,
em 10 camadas com o pisoteador constituído por uma haste de 12 mm de diâmetro
acionada por mola cujo esforço é geral de 9 kg e o número de golpes 25.
3.3.2 Impacto
É uma compactação dinâmica.
3.3.2.1 No campo: É realizada com o sapo ou soquete vibratório, podendo ser a
gasolina, com motor de 2 tempos ou a explosão diesel ou motor trifásico de
2CV, com massa de aproximadamente de 55 kg, compactando-se camadas
com profundidade de até 30 cm.
Existem os soquetes manuais de ar comprimido utilizados para compactar junto às
paredes onde é impossível utilizar-se de outros compactadores, que são usualmente
denominados de “sapo”, conforme mostrado na figura 3.10.

Figura 3.10 Soquete manual (sapo) (Dynapac).

Têm-se também utilizado grandes pesos de 10 a 40 tf que são erguidos através de


guindaste, caindo de 10 a 20 cm de altura, podendo compactar camadas com
espessura de 5 a 15 cm.

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8/8
3.3.2.2 no laboratório: temos os ensaios:
a) normal de compactação (Proctor padrão)
b) ensaio Proctor modificado: ensaio similar ao Proctor padrão, utilizando-se o solo
em 5 camadas com 55 golpes cada.

3.3.3 vibração
3.3.3.1 no campo: equipamentos que utilizem vibração além do peso próprio .
Placas e Rolos Vibratórios : são utilizados para compactar materiais granulares como
os solos grossos com menos de 12% passando na peneira de malha 0,075 mm (areia,
pedregulhos, britas), sendo também adequados para solos com 4 a 8% passando
nessa peneira. A espessura da camada compactada deve situar-se em torno de 20 a
25 cm, ou seja, a camada de solo é da ordem de 60 a 100 cm. O número de passadas
está geralmente na faixa de 2 a 4, com uma pressão de 8 kgf/cm² , sendo que sua
velocidade ultrapassa 8 km/h.
A vibração é geralmente causada pela ação de dois discos excêntricos movidos por um
motor a gasolina. O vibrador pode ser montado sobre um rolo compressor liso (ou
mesmo rolo pé de carneiro) sobre uma placa de aço lisa.
O controle de compactação é realizado visualmente, efetuando-se passadas suficientes
para que não haja abatimento visível da camada, além de efetuar os controles de praxe
(grau de compactação e desvio do teor de umidade).
Milton Vargas desaconselha a utilização de rolos compressores vibratórios pé de
carneiro, pois a vibração não pode produzir compactação alguma em solos que
possuem alguma coesão, sendo que o efeito da vibração só serviria para aumentar o
peso de pé de carneiro por efeito dinâmico, saindo, portanto, mais econômico
aumentar-lhe o peso estático.

3.3.4 estática
3.3.4.1 no campo: pode ser do tipo:

a) Rolo Liso: composto por um cilindro de aço oco , podendo ser enchido com areia
ou pedregulho, com a finalidade de aumentar a pressão aplicada. Podem ser de
apenas uma roda (rolo), duas em tandem, em três.
São indicados para compactação de pedregulhos, areia, pedra britada, com camadas
de espessura de 5 a 15 cm. Por causa de sua pequena superfície de contato são
utilizados na compactação do capeamento e em base de estrada (figura 3.11).

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9/9
Figura 3.11 Rolo liso (Dynapac).

Os rolos tipo tandem são utilizados na compactação de bases e subleitos de estradas


sendo encontrados com peso de um a vinte toneladas. Geralmente 4 passadas são
suficientes para compactar camadas de 15 a 20 cm de profundidade. Já os de 3 rodas
são utilizadas para compactar solos finos com pesos de 6 a 7 t para material de baixa
plasticidade e de 10 t para material de alta plasticidade, sendo 6 passadas suficientes
para compactar de 15 a 20 cm de espessura.
b) Rolo Pneumático: são indicados para a compactação de solos de granulação
fina arenosa (siltes ou areias finas), capas asfálticas, bases e sub-bases de
estradas. E caracterizado pela pressão de área de contato com o solo, que
dependem da pressão de área de contato com o solo, que dependem da
pressão de enchimento dos pneus e do peso do compressor. Os pesos
operacionais podem ir de 10 a 100 tf com pressões de 5 a 10 atm. Se de grande
peso, com pneus de grande área de contato, podem compactar espessuras de
30 a 50 cm de solo solto. Como deixa um acabamento superficial liso, para
aumentar a aderência entre a camada e a outra é preciso escarificar a superfície
antes de compactar a próxima camada. O mecanismo de compactação se dá de
cima para baixo. É usual dar-se de 4 a 6 passadas, sendo que sua velocidade
situa-se na faixa de 4 a 6 km/h.

3.3.4.2 No laboratório: O ensaio é realizado no molde Harvard Miniatura de


diâmetro interno igual a 3,5 e 9 cm de altura, sendo o corpo de prova (c.p.)
levado a romper numa prensa hidráulica, por compressão simples.

3.4 Controle da Compactação

Nos itens anteriores foram descritos vários controles “práticos” obrigatórios. Além dos
métodos mais complexos, deve-se observar:

a) Lançamento das camadas com espessuras não maiores que 30 cm de material


fofo, incluindo-se nesse 30 cm, a parte superficial fofa da camada anterior (2 a 5
cm) . Esta espessura das camadas deve ser rigorosamente controlada por meio de
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10/10
estacas (topografia) . Uma segunda condição será de que as camadas, depois
de compactadas, não devem ter mais de 20 cm de espessura média. A medida
dessa espessura média será feita por nivelamentos sucessivos da superfície do
aterro, por exemplo, a cada 10 camadas compactadas;
b) Manutenção do teor de umidade do solo próxima a ótima por meio manual: na
umidade ótima, o solo pode ser aglutinado em bolas por esforço da mão, sem sujar
as palmas. A correção da umidade é feita por secagem do solo acompanhada de
aeração por meio de arados de discos, ou pelo contrário, por meio de caminhões e
irrigadeiras;
c) Homogeneização das camadas a serem compactadas, tanto no que se refere à
umidade como ao material. Isso se obterá com o uso de escarificadores e arados
de disco;
d) Passagem do compressor pé de carneiro até que ele não consiga imprimir marcas
de suas patas, no solo, com mais de 5 cm de profundidade. Quando a
compactação é feita com compressor de pneus, ela será levada até a formação de
uma superfície lisa, porém, depois essa deve ser escarificada, numa profundidade
máxima de 5 cm, para se fazer a ligação das próximas camadas.
Além de se especificar a espessura da camada, equipamento de compactação e
número de passadas, é de suma importância a obtenção dos seguintes parâmetros de
compactação:

a) grau de compactação (GC) : é a relação entre a massa específica aparente seca a


ser medida no campo e massa específica aparente seca máxima obtida no ensaio
de laboratório.

γs ( campo )
GC = ---------------------------------------------- x 100 %
γsmáx. ( laboratório )

onde:

GC = grau de compactação, dado em porcentagem;


γs (campo) = massa específica aparente seca obtida no campo
γs máx (laboratório) = massa específica aparente seca máxima obtida no laboratório.
Para se obter a massa específica aparente seca do solo no campo, após a
compactação pode-se utilizar o método para determinação da massa específica
aparente com emprego do frasco de areia (figura 3.12) ou o da cravação do cilindro
(no caso do solo ser fino).

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11/11
Figura 3.12 – Ensaio para determinação da massa específica aparente com emprego
do frasco de areia.

Um dos maiores problemas está na obtenção do teor de umidade, no campo, através


de métodos simples e expeditos como: o da frigideira ou o do álcool, que apresentam o
perigo de queimar partículas do solo, o do Speedy, onde a utilização das cápsulas de
carbureto de cálcio levam à resultados pouco precisos com solos plásticos; o da estufa,
que é incompatível com a liberação imediata da camada compactada e por fim, a
utilização de outros métodos que apresentam custo elevado (estufa infra vermelho).
Visando contornar esse problema, Jack Hilf do Bureau of Reclamation, desenvolveu
uma teoria denominada método Hilf, através da qual é possível obter-se um controle
rápido aproximado.
O projetista geralmente especifica que o GC seja de no mínimo 95%.
b) desvio do teor de umidade (∆ h) : é a diferença entre o teor de umidade do solo
que foi compactado e o teor de umidade ótimo obtido no laboratório.

∆ h = |h campo - h ótimo|

O projetista geralmente especifica que ∆ h seja mais ou menos 2% do hot.

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4. ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA (ISC) OU CBR (CALIFÓRNIA)

Esse ensaio foi concebido pelo Departamento de Estradas de Rodagem da California


(USA) para avaliar a resistência dos solos.
No ensaio de CBR, é medida a resistência à penetração de uma amostra saturada
compactada segundo o método Proctor. Para essa finalidade, uma pistão com seção
transversal de 3 pol2 penetra na amostra à uma velocidade de 0,05 pol/min.
O valor da resistência à penetração é computado em porcentagem, sendo que 100% é
o valor correspondente à penetração em uma amostra de brita graduada de elevada
qualidade que foi adotada como padrão de referência.

4.1 Ensaio de Capacidade de Suporte CBR (Índice de Suporte Califórnia – ISC)

O ensaio de suporte Califórnia CBR, California Bearing Ratio, é padronizado no Brasil


pela norma ABNT 9895.
O ensaio é composto por três etapas:
compactação do corpo de prova: são compactados com cinco teores de
umidade uma amostra, segundo o método Proctor. Com esta finalidade, o molde
grande de bronze ou material tratado (banho eletrolítico ou ferro galvanizado) de
diâmetro de 6 polegadas - aproximadamente152 mm é fixado na base perfurada,
mostrada na figura 4.1 (a), sendo colocado no fundo do molde um disco espaçador de
63,5 mm de altura, cuja função é de que o solo a ser compactado não ocupe
totalmente o molde, promovendo um espaço para posterior colocação da sobrecarga a
ser utilizada na determinação da expansão. Coloca-se o colarinho (figura 4.1 (a) e o
papel filtro no fundo do molde (figura 4.1 (b)), o molde é apoiado sobre uma base rígida
preferencialmente de concreto (massa superior a 100 kg) e o solo compactado em
cinco camadas, com o soquete grande, sendo que o número de golpes depende da
energia de compactação (normal – 12, intermediária – 26 e modificada – 55 golpes)
(vide esquema da figura 4.1 (c) e figura 4.2 (a)). É importante que sempre antes de
lançar nova camada se faça a escarificação da camada compactada, de maneira a
promover a aderência entre as mesmas. Após a compactação, retira-se o molde da
base perfurada, inverte-o retirando o disco espaçador e pesa-o (molde mais o solo)
(vide figura 4.2 (b). Determinando-se o teor de umidade é possível obter-se a curva de
compactação (γs x h) (figura 4.2 (c).

Soquete grande

Molde grande

Cinco camadas de solo

disco espaçador

Figura 4.1 (a) Base perfurada, (b) colocação do papel filtro, (c) esquema da
compactação.

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1/1
areia
γ s(g/cm³)
silte

argila

h (%)

(a) (b) (c)

Figura 4.2 - (a) compactação do corpo de prova, (b) pesagem e (c) curvas típicas
de compactação.

obtenção da curva de expansão: após a compactação: sobre o corpo de prova


dentro do molde cilíndrico, no espaço deixado pelo disco espaçador, é colocado o
prato com haste perfurado e sobre este o disco anelar de aço que é dividido em duas
partes com aproximadamente 2270 g (10 lbs) (vide figura 4.3 (a) e (b)), sendo que
cada parte da carga anular (5 lbs) corresponde a sobrecarga de aproximadamente 2,5
polegadas de pavimento. Sobre a haste do prato perfurado, é apoiada a haste`do
relógio comparador fixado no porta-extensômetro, anotando-se a leitura inicial (figura
4.3 (c)). Coloca-se o corpo de prova imerso por 4 dias, medindo-se a expansão (figura
4.4 (a)), que é definida como a relação entre o aumento de altura do corpo de prova
(expansão) e a sua altura inicial, expresso em porcentagem .

Relógio comparador

Porta-extensômetro

Disco anelar de
sobrecarga

Prato perfurado com haste

Molde cilíndrico

Solo compactado

Figura 4.3 (a) Disco anelar de carga (b) e (c) montagem e esquema para determinação
da expansão.
.

Na figura 4.4 está apresentado corpos de prova imersos, sendo que na (c) e (d) tem-se
detalhes da medida para determinação da expansão.

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2/2
(a) (b) (c) (d)

Figura 4.4 – Determinação da expansão.

medida da resistência à penetração: Retira-se o corpo de prova da embebição


e de sobre ele o prato perfurado com a sobrecarga e deixa escorrer (drenar) por 15
minutos. Após, recoloca-se a sobrecarga e leva-se o corpo de prova à prensa para ser
rompido através da penetração do pistão a uma velocidade de 1,27 mm/min. São
anotadas as leituras para as penetrações de 0,63; 1,27; 1,90; 2,54; 3,17; 3,81; 4,44;
5,08; 6,35; 7,62; 8,89; 10,16; 11,43 e 12,70 mm, sendo que esta última leitura
corresponde ao tempo de 10 minutos. No caso de se utilizar de uma prensa com anel
dinamométrico (figura 4.5 (a)), anota-se as leituras do relógio comparador acoplado ao
mesmo, em mm, que medem encurtamentos diametrais provenientes da atuação das
cargas. e multiplicando-se este valor lido pela “constante do anel”, que é obtida quando
da sua calibração (curva da carga aplicada ao anel versus a leitura do relógio
comparador), obtém-se o valor da carga, que dividida pela seção transversal do pistão
resulta no valor da pressão aplicada. No caso de se utilizar de uma célula de carga, a
leitura é direta (figura 4.5 (b) e (c)). A velocidade de penetração do pistão é controlada
com o auxílio de um cronômetro e do acompanhamento dos valores da penetração
registrados no relógio comparador fixado no pistão e com a haste apoiada no molde
(vide esquema da figura 4.5 (d).
Com este valores traça-se a curva pressão versus penetração ou carga versus
penetração (vide figura 4.6).

Anel dinamométrico
ou célula de carga

pistão

relógio comparador

sobrecarga

molde
solo
macaco

manivela

Figura 4.5 – Prensa do ensaio do CBR.

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3/3
Pressão
(MPa)

P2’

P1’

P2

c
P1

c 2,54 5,08 Penetração (mm)


(0,1”) (0,2”)

P1 e P2 Pressões lidas para 2,54 e 5,08 mm


P1’ e P2’ Pressões corrigidas para 2,54 e 5,08 mm

Figura 4.6 - Curva pressão versus penetração – gráfico com correção.

A correção da curva apresentada na figura 4.6 é necessária quando ocorre ponto de


inflexão, sendo necessário traçar a tangente até sua intersecção com eixo das
abcissas, obtendo-se o valor do deslocamento c, sendo que a curva corrigida iniciaria
no ponto de intersecção da tangente com o eixo das abcissas. Assim sendo, as leituras
P1 e P2, correspondentes respectivamente à penetração de 2,54 mm (0,1” ou 1000
psi) e 5,08 (0,2”ou 1500 psi) deverão ser deslocadas de c, como mostrado na figura
4.6, obtendo-se os valores P1’ e P2’, que são os valores da pressões corrigidas.
Este tipo de curva ocorre principalmente quando se utiliza equipamento manual, devido
a sensibilidade do operador no início do ensaio em relação a resposta dada pelo solo à
aplicação da carga, sendo difícil manter-se a velocidade constante. Hoje já existem
disponíveis equipamentos automáticos que mantém a velocidade de aplicação de
carga constante e portanto fornecem curvas sem necessidade de correção.
Para o cálculo do valor do índice de suporte Califórnia é adotado o maior dos valores
obtidos para as pressões lidas (se a curva não apresenta inflexão) ou corrigidas nas
penetrações de 2,54 mm e de 5,08 mm. Geralmente o valor correspondente à
penetração de 5,08 mm é o maior e caso ocorra o inverso, costuma-se repetir o ensaio
para dirimir qualquer dúvida. O valor do CBR é dado pela equação:

Pressão calculada (lida) ou pressão corrigida


ISC ou CBR = X 100
Pressão padrão

Os valores correspondentes à pressão padrão para as penetrações de 2,54 e de 5,08


estão na tabela 4.6 e são aquelas obtidas para a amostra de brita graduada de alta
qualidade que foi utilizada como padrão de referência e apresenta CBR = 100%.

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4/4
Tabela 4.1 – Valores correspondentes à pressão padrão para penetrações de 2,54 e
5,08 mm
Penetração (mm) Pressão Padrão (MPa)
2,54 6,90
5,08 10,35

Na figura 4.7 estão apresentados os resultados do ensaio, que deverão ser


apresentados em uma única folha:
curva de compactação (massa específica aparente seca versus teor de umidade):
assinalando-se a massa específica aparente seca máxima e o respectivo teor de
umidade (teor de umidade ótimo);
curva de expansão versus teor de umidade: destacando-se o valor da expansão
correspondente ao teor de umidade ótimo obtido na curva de compactação;
curva do CBR ou ISC versus teor de umidade: anotando-se o valor correspondente
ao teor de umidade ótimo (obtido na curva de compactação).

CBR (%)

CBR hot
Massa específica aparente máxima = x,xx g/cm3

Teor de umidade ótimo = y, y %

CBR = zzz,z %

EXPANSÃO (%) Expansão = k,kk %

Expansãohot

γs (g/cm3)
γs máximo

hotimo TEOR DE UMIDADE (%)

Figura 4.7 Apresentação dos resultados do ensaio para determinação da capacidade


de suporte (ISC ou CBR).

Yoder & Witczak recomendam a utilização da fórmula de correlação entre o valor de


CBR e o Módulo de elasticidade do material, desenvolvida por Huekelom e Foster onde
E = 1500 CBR porém que se faça com muita cautela.
Como o ensaio de CBR é largamente utilizado como elemento de dimensionamento de
pavimento e, o ensaio “in situ” apresenta grandes dificuldades logísticas, é prática
comum a coleta de material da jazida ou da cota na profundidade onde deve ser o topo
Rita Moura Fortes
5/5
da camada de subleito e sem que haja perda do teor de umidade, o material é
transportado ao laboratório e o ensaio é conduzido com compactação na energia
normal caso se deseje saber a ordem de grandeza do CBR para camada de subleito e,
energia intermediária no caso de reforço ou sub-base

4.2 Ensaio de Capacidade de Suporte Mini CBR


4.2.1 Generalidades
Esse ensaio, aliado aos ensaios de expansão e contração, gera resultados que
possibilitam o dimensionamento de pavimentos e a escolha de solos para reforço do
subleito, sub-bases, bases e acostamentos. O ensaio pode ser realizado com ou sem
imersão e sobrecarga e dependendo da finalidade para a qual o solo estudado será
utilizado, emprega-se energia de compactação “normal”, “intermediária” ou
“modificada”.
O método de ensaio é normalizado pelo DNER – ME 254/89 e DER/SP – M 192

4.2.2 Execução do ensaio


Este ensaio foi desenvolvido na Iowa State University, sendo que o valor obtido foi
designado por IBV (Iowa Bearing Value). O mesmo caracteriza-se por utilizar corpos de
prova de dimensões reduzidas, com 50 mm de diâmetro, e pistão de penetração de 16
mm de diâmetro.
Nogami efetuou adaptações no método de ensaio de Iowa, a fim de poder
correlacionar seus resultados com o CBR obtido segundo a norma do DNER. Os
motivos que levaram ao desenvolvimento dessa adaptação foram as limitações dos
procedimentos tradicionais de previsão do CBR, sobretudo com base nas propriedades
índices dos solos (granulometria e limites de Atterberg), e a sugestão do prof. Carlos
de Souza Pinto, da EPUSP e IPT.
Mais tarde verificou-se que o ensaio Mini CBR permitia uma grande flexibilidade nas
variáveis que influenciam o valor de suporte. Assim, é possível se determinar a
capacidade de suporte, sem imersão em água, com vários tipos de sobrecarga, com
vários teores de umidade e energias de compactação, com lâmina d’água na ocasião
da penetração do pistão, etc. Com essas variações, foi possível se caracterizar melhor
as peculiaridades dos solos tropicais, sem contudo aumentar, proibitivamente, a
quantidade da amostra necessária, o esforço físico para a execução dos ensaios e o
seu custo.
Muitas das peculiaridades dos solos tropicais, penosamente determinadas com uso do
CBR tradicional, foram facilmente confirmadas com o uso do Mini CBR. Observe-se
que o Mini CBR pode ser determinado utilizando-se corpos de prova compactados
segundo o procedimento Mini MCV, de amostras indeformadas (tanto de solos naturais
como compactados) e, inclusive, através de ensaios “in situ” (ou de campo).
Uma correlação do Mini CBR com o CBR foi desenvolvida empiricamente por Nogami
em 1972, considerando os solos mais típicos do Estado de São Paulo e a condição de
teor de umidade ótima e massa específica aparente máxima da energia normal.
Em 1987, verificou-se, no Laboratório de Tecnologia de Pavimentação da EPUSP, que
essa correlação poderia ser substituída pelo uso da carga padrão. Para o Mini CBR,
utilizam-se as mesmas cargas padrões adotadas para o CBR tradicional (72,6 e 108,9
kgf/cm2, respectivamente para penetrações de 2,54 e 5,08mm. Devido à menor
dimensão do pistão do Mini CBR, contudo, essas cargas devem corresponder a 1/3
dessas penetrações, isto é, respectivamente 0,84 e 1,7 mm.

Rita Moura Fortes


6/6
Analogamente ao procedimento CBR tradicional, constitui rotina a determinação da
expansão, nos corpos de prova submetidos à imersão em água. O procedimento
adotado no caso do ensaio Mini CBR é similar ao tradicional, menos o tempo de
imersão, que é reduzido para 20 horas, e outras adaptações decorrentes do uso de
corpos de prova de pequenas dimensões.
A figura 4.8 ilustra a penetração do corpo de prova.

Figura 4.8 – Penetração do ensaio mini CBR.


O ensaio Mini CBR apresenta uma dispersão menor de valores de capacidade de
suporte em relação ao ensaio convencional.
A capacidade de suporte dos solos pode ser aferida “in situ” através do penetrômetro
Sul-Africano e da utilização de equipamentos portáteis acoplados a veículos (prensa
Mini CBR). Os resultados “in situ” apresentam valores de capacidade de suporte
superiores aos obtidos nos corpos de prova moldados na umidade ótima em
laboratório. Este fato reforça a constatação de que as bases e camadas do substrato,
em ambientes tropicais, trabalham numa umidade inferior à umidade ótima de
compactação.

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7/7
5. ENSAIO DE RESILIÊNCIA
5.1 Definição
O termo resiliência significa energia armazenada em um corpo deformado
elasticamente, que é desenvolvida quando cessam as tensões causadoras das
deformações; ou seja, é a energia potencial de deformação. (Medina, 1997)
5.2 Ensaios de cargas repetidas
A força aplicada atua sempre no mesmo sentido de compressão, de um valor zero até
um máximo, voltando a anular-se ou atingir um valor mínimo definido para voltar a
atuar após pequeno intervalo de repouso (fração de segundo), de maneira a reproduzir
as condições de campo.
A amplitude e o tempo de pulso dependem da velocidade do veículo e da profundidade
em que são calculadas as tensões e deformações produzidas. A freqüência representa
o volume ou fluxo de veículos (Medina, 1997).
O estado de tensões em um elemento do subleito ou de camada do pavimento varia
com a posição da carga móvel P. A aplicação de uma carga vertical leva ao surgimento
de uma tensão vertical (σv) e uma tensão horizontal(σh), conforme mostrado na figura
5.1.

P
x

PAVIMENT

SUBLEITO σV
τv
τh
σh σh
τh
τvh
σV

Figura 5.1 – Tensões normais e tangenciais (Medina, 1997).


Os ensaio drenados são comumentes usados por simularem melhor as condições de
campo . No entanto é difícil medir a pressão negativa da água nos poros (sucção) e
obter-se as pressões efetivas, pois os materiais costumam ficar parcialmente
saturados, assim sendo os resultados são expressos em termos de pressões totais
(Medina, 1997).
O módulo resiliente no ensaio triaxial de cargas repetidas é definido com a tensão
desvio σd = (σ1 - σ3 ) dividido pela deformação resiliente axial (vertical) ε1 ou εr.

MR = σd / ε1
com ε1 = ∆h/ ho
onde ∆h é o deslocamento vertical máximo e ho é o comprimento inicial de referência
do corpo de prova cilíndrico.
Verifica-se na figura 7 que a cada aplicação de tensão desvio, a deformação axial tem
uma parcela pequena de natureza plástica ou permanente (εp), sendo:
εt = εr + εp

Rita Moura Fortes


1/1
Tempo de 1s; freq. de 1 0,1 s

δr
δr
δp
δp Σδp
Referência inicial do ensaio
δr = deslocamento resiliente (recuperável);
δp = deslocamento permanente ou plástico
Σδp = deslocamento permanente acumulado

Figura 5.2 – Registro oscilográfico do ensaio de cargas repetidas (Medina, 1997).

Na determinação do módulo resiliente somente a parcela εr (recuperável) é


considerada.
O ensaio é realizado com corpos de prova não saturados, geralmente em condições de
drenagem livre.
Na figura 5.3 está apresentado o equipamento de ensaio
O ensaio é realizado com corpo de prova obtido de bloco de amostra indeformada ou
compactada em laboratório, sendo que o diâmetro do molde deve ser superior ou igual
a 4 vezes o diâmetro máximo das partículas de solo e sua altura guardar uma relação
de aproximadamente 2 vezes o diâmetro (DNER-ME 131/94).
O equipamento é constituído de uma célula triaxial, sistema de controle e registro das
deformações e um sistema pneumático de carregamento. A força vertical axial é
aplicada de modo alternado no topo da amostra através de um pistão, de maneira que
a passagem do ar comprimido pelo regulador de pressão atua diretamente sobre uma
válvula ligada a um cilindro de pressão. A abertura da válvula permite a pressão do ar
no corpo de prova que está envolto por uma membrana impermeável. Fechando-se a
válvula, a pressão do ar cessa. O tempo de abertura da válvula e a freqüência desta
operação podem ser controlados por um dispositivo mecânico digital. As deformações
resilientes são medidas através dos LVDTs (linear variable diferential transducers – par
de transdutores mecânico-eletromagnéticos) que estão acoplados ao corpo de prova
(Pinto & Preussler, 2001).
No Brasil os módulos têm sido determinados com repetição do carregamento de
aproximadamente 200; freqüência de 20 a 60 solicitações por minuto; duração de 0,10
a 0,15 segundos e freqüência entre 1 e 3 Hz (Pinto & Preussler, 2001; Medina, 1997).
Os resultados são apresentados na forma gráfica, sendo que na ordenada, em escala
logarítmica estão os valores dos módulos de resiliência (MR) e no eixo das abcissas,
também em escala logarítmica, os valores das tensões confinantes. Através da análise
de regressão obtêm-se equações do tipo:
MR = k1 - σ3k2 (vide figura 5.4 (a)) para solos arenosos ou pedregulhosos ou
MR = k2 + k3 (k1 - σd) k1 > σd

Rita Moura Fortes


2/2
MR = k2 + k4 (σd – k1)k1 < σd para solos argilosos ou siltosos (figura 5.4(b).
onde k1, k2, k3 e k4 são parâmetros do solo ensaiado.

Figura 5.3 – Equipamento de ensaio de resiliência (ELE, 1999)

MR = k2 + k3 (k1 - σd) k1 >σd


MÓDULO DE RESILIÊNCIA (kPa)

MÓDULO DE RESILIÊNCIA (kPa)

MR = k2 + k4 (σd – k1) k1<σd


1

k3

k2
k2
1 MR = k1 σ3k2 1
k
k1
TENSÃO CONFINANTE σ3 (kPa) TENSÃO DESVIO σd (kPa)

(a) (b)
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3/3
Figura 5.4 – Módulo de resiliência versus tensão confinante (a) solo arenoso ou
pedregulhoso e (b) solos argiloso ou siltoso (Medina, 1997).
Na figura 5.5 está apresentada a variação do módulo de resiliência em função do Mini-
CBR de alguns solos lateríticos e saprolíticos.
Fatores que afetam o módulo resiliente dos solos granulares:
a) número de repetições da tensão-desvio: depende do índice de vazios, da
densidade do material, do grau de saturação e do valor da tensão repetida aplicada;
b) história de tensões: deformações permanente iniciais. Os solos não coesivos
adquirem rigidez através da repetição do carregamento. Em um dado momento o solo
apresenta comportamento quase elástico com MR constante;
c) duração e freqüência do carregamento: a duração é função da velocidade dos
veículos. A freqüência é função das condições de tráfego. Até 40 aplicações por minuto
tem pouca influência;
d) nível de tensão aplicada: varia muito com a pressão confinante em solos não
coesivos e pouco com a pressão de desvio.
Fatores que afetam o módulo resiliente dos solos finos coesivos:
a) número de repetição da tensão-desvio e história das tensões: com o
carregamento repetido ocorre o rearranjo estrutural levando a um acréscimo do peso
específico;
b) duração e freqüência de aplicação das cargas: para freqüências entre 20 e 60
aplicações por minuto e duração entre 0,86 e 2,86 segundos não exerce influência;
c) umidade e massa específica de moldagem: quanto maior o teor de umidade,
menor é o módulo resiliente;
d) tixotropia dos solos argilosos: após algumas repetições de carga o ganho de
rigidez não é significativo;
e) nível de tensão: no caso de solos coesivos varia muito pouco com a pressão
confinante e muito com a de desvio.

Rita Moura Fortes


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Figura 5.5 – Variação do módulo de resiliência em função do Mini-CBR de alguns solos
lateríticos e saprolíticos (Franzoi, 1990)

Rita Moura Fortes


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Classificação dos solos finos quanto à resiliência
Os solos finos coesivos que com freqüência é encontrado em subleito ou em camadas
de reforço do subleito são classificados, de acordo com os parâmetros de resiliência
determinados em ensaios triaxiais em:
• solos tipo I: solos com baixo grau de resiliência – apresentam bom comportamento
como subleito. Sua utilização como reforço de subleito requer estudos e ensaios
especiais;
• solos tipo II: solos com grau de resiliência intermediário – apresentam
comportamento regular como subleito. Sua utilização como reforço de subleito requer
estudos e ensaios especiais;
• solos tipo III: solos com grau de resiliência elevado – não é aconselhável seu
emprego em camadas de pavimentos. Como subleito requerem cuidados e estudos
especiais.
No quadro 5.1 está apresentada a classificação do solo em função da porcentagem de
silte na fração fina (S), ou seja, da fração que passa na peneira de abertura nominal
0,075 mm e o valor da capacidade de suporte (CBR) correspondente (Pinto &
Preussler, 2001).
Quadro 5.1 – Classificação do solo em função da fração passada na peneira nº 200
(pinto & Preussler, 2001)
S (%)
CBR (%) < 35 35 a 65 > 65
> 10 I II III
6a9 II II III
2a5 III III III

Onde:
S = 100 – (P1/P2) x 100

S = porcentagem de silte na fração fina que passa na peneira número 200 (0,075 mm);
P1 = porcentagem em peso, de material cujas partículas tenham diâmetro inferior a
0,05 mm determinada na curva de distribuição granulométrica;
P2 = porcentagem em peso, de material cujas partículas tenham diâmetro inferior a
0,075 mm, determinada na curva de distribuição granulométrica.
Na figura 5.6 está apresentado o modelo de comportamento resiliente de solos fiinos,
de acordo com a classificação I, II e III.

MR I
4000
3000 II
2000
1000
III

0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 σd

Figura 5.6 - Modelo de comportamento resiliente de solos finos (Pinto & Preussler,
2001).

Rita Moura Fortes


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Características resilientes dos solos
É a parcela da deformabilidade resiliente das camadas do pavimento e do subleito que
condiciona a vida de fadiga das camadas superficiais mais rijas, como o revestimento
de concreto asfáltico, base de solo cimento, etc., sujeitas a flexões sucessivas.
O módulo de resiliência de solos depende de sua natureza (constituição mineralógica,
textura, plasticidade da fração fina) umidade, densidade e estado de tensões.
Na figura 5.7 estão apresentados alguns modelos de comportamento resiliente de solos
(observados no Brasil)

Figura 5.7 – Modelos de comportamento resiliente de solos observados no Brasil


(Medina, 1997).
Os solos saprolíticos siltosos micáceos e/ou caolínicos caracterizam-se por baixos
valores de MR, independentemente da tensão de confinamento e da tensão de desvio.
Valores de MR menores que 500 kgf/cm2 são comuns nesse solos quando ensaiados
nas condições de teor de umidade ótimo e massa específica aparente máxima da
energia normal. (Nogami e Viilibor, 1995).
Devido à complexidade do ensaio para determinação do módulo de resiliência, são
utilizadas diversas correlações com o valor da capacidade de suporte (CBR).
A proposta por Henukelon e Foster (1960) é a mais utilizada quando os valores de CBR
são menores que 10%.
MR = 100 x CBR (em kgf/cm2)
Medina e Mota (1989) apresentaram várias fórmulas que permitem avaliar as
constantes de alguns modelos de comportamento resiliente de solos brasileiros.
O PRO 269/94 – Tecnapav foi desenvolvido para considerar o módulo de resiliência na
avaliação estrutural de pavimentos flexíveis, assim como no dimensionamento de
reforço dos mesmos.

Rita Moura Fortes


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Rita Moura Fortes


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