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NOÇÕES DE SOLOS
1.1.2 Geologia
Rocha: agregados naturais de minerais (podendo conter matéria vítrea e orgânica
naturais) que constituindo a parte essencial da crosta terrestre, possam ser claramente
individualizados. Podem ser não consolidados como as areias, as argilas, as cinzas
vulcânicas, ou consolidados, quando são denominados de bedrock.
a) oxidação: ocorre na superfície exposta das rochas, e é indicada por uma camada de
materiais de cor geralmente vermelha ou amarela, devido à reação do oxigênio do ar com
o ferro, dando origem a compostos mais estáveis;
b) carbonatação: reação de um mineral da rocha com o ácido carbônico em água. O corre
principalmente em rochas calcárias, dando origem a cavernas (ex: caverna diabo);
c) hidrólise: decomposição de um mineral pela água, que além de atuar como portadora
dos reagentes dissolvidos, atua também como um dos reagentes;
d) hidratação: adição de moléculas de água na estrutura do mineral, causando expansão
e fraturamento, sendo por alguns autores considerados mais um processo físico que
químico;
e) troca de bases: é uma permuta de cátions entre uma solução aquosa rica em um tipo
de cátion e um mineral rico em outro tipo;
f) quelação: processo no qual cátions metálicos são incorporados ás moléculas de
compostos orgânicos complexos.
1.3 Formação de solos tropicais
1.3.1 Considerações Sobre Solos Tropicais
Rita Moura Fortes
2/2
O solos das regiões tropicais apresentam uma série de peculiaridades decorrentes das
condições climáticas, sendo portanto necessário se conceituar os solos de peculiaridades
tropicais, ou seja, os tipos genéticos de solos encontrados em regiões tropicais. Os
seguintes solos são encontrados em regiões tropicais: lateríticos, saprolíticos e
transportados. A Figura 1.1 ilustra um perfil esquemático da ocorrência destes tipos de
solos.
4 1 - SOLO LATERÍTICO
6 2 - SOLO SAPROLÍTICO
2 3 3 - SOLO TRANSPORTADO
4 - SOLO TRANSPORTADO
NEOCENOZÓICO
5 - ROCHA SÃ
6 - LAGOS, RIOS, MAR
5
• Solos Saproliticos
Segundo os mesmos autores (1988), constituem os solos saproliticos e os solos
transportados.
Rita Moura Fortes
3/3
a)O termo “solo saprolitico” foi proposto no tropicais 85. Sua peculiaridade morfológica é a
presença da estrutura reliquiar da rocha matriz embora possa desenvolver outras
estruturas com o intemperismo;é um solo resultante da meteorização da rocha, contendo
geralmente, minerais não totalmente modificados pela ação das intempéries e processos
pedológicos, como por exemplos os minerais feldspatos e a mica. Muitas vezes apresenta
anisotropia devido à estratificação ou xistosidade herdada da rocha matriz.
A presença de mica e da caolinita na fração silte são responsáveis pela diminuição do
índice de plasticidade e aumento do limite de liquidez.
Quanto à cor, a presença de manchas, listras, mosqueamentos e outras
heterogeneidades, é uma das peculiaridades mais destacadas. A presença de certas
cores predominantes como: verde, roxo, róseo, violeta, azul e branco, pouco freqüentes
nos solos superficiais, é outra peculiaridade que permite identificar muitas de sua
variedades.
Na Figura 1.2 está ilustrado o perfil típico de um solo tropical, com as principais
características e na Figura 1.3 (a) e (b), a micro estrutura observada com o auxílio de um
microscópio de varredura.
Figura 1.3 (a) – Latossolo vermelho- Figura 1.3 (b) – Solo saprolítico de
micaxisto, com macrocristais de caolinita (
amarelo, argiloso ( l µm)
3,3 µm)
SECAGEM AO AR
ALMOFARI Z COM
MĀO DE BORRACHA
REPARTIÇĀO OU
QUARTEAMENTO
PENEIRA DE 2,00 mm
CERCA DE 250 g
PENEI RA DE
0,42 mm
GRANULOMETRIA
GRANULOMETRI A + SEDIMENTAÇĀO
UMIDADE HIGROSCÓPICA (50g)
10%
φ60
Cu =
φ10
φ302
Cc =
φ10 x φ60
φ30 é o diâmetro correspondente a 30% que passa.
Fornece uma idéia da forma e simetria da curva granulométrica.
z δ - γa D2
v= =
t 1800 µ
onde:
δ = massa especifica dos grãos do solo;
γa = massa especifica da água;
µ = viscosidade do líquido (água);
D = diâmetro da esfera cuja massa é equivalente á da partícula da queda.
Portanto:
D = √(1800 µ z )
δ - γa t
A uma profundidade z, depois do t, todas as partículas acima terão diâmetro menor que
D, dado pela fórmula. Como γa e µ dependem da temperatura, deve-se procura mantê-la
constante, utilizando-se para esse fim o tanque de sedimentação (figura 1.7 (a)).
A velocidade de queda de uma partícula de diâmetro equivalente D é obtida
indiretamente, pois uma dada partícula no instante zero está situada no topo da
suspensão e após decorrido um tempo t ela terá percorrido uma distância z, com
velocidade uniforme v = z/t. Partículas com diâmetro menor que D terão percorrido
distância menor que z e as de diâmetros maior, distancias maiores, com velocidades
diferentes, independente de suas posições iniciais. Portanto acima da partícula em
questão, todas as partículas terão diâmetros menores do que D.
A quantidade de grãos em suspensão acima da profundidade z poderá ser determinada
pela medida da densidade da suspensão, utilizando-se um hidrômetro calibrado. Lendo-
se a medida do hidrômetro num certo tempo t e tem-se a densidade da suspensão.
Como a massa especifica do fluido e a viscosidade é variável com a temperatura, deve-se
procurar mantê-la constante durante o ensaio ou efetuar as devidas correções.
Ao material passado na peneira de 2,00 mm (no. 10) é adicionado o agente defloculante
ou antifloculante Hexametafosfato de sódio diluído em água, de tal maneira que o solo
mais a água com o defloculante perfaçam 1000 ml. Este material é colocado no dispersor
(figura 1.7 (b)) e depois de descansar, é colocado na proveta que é agitada, procedendo-
se as leituras do (vide figura 1.7 (c)) no densímetro (em detalhe na figura 1.7 (d)) em
função do tempo, registrando-se a temperatura da água.
LC LP LL
∆V
LC LP LL h (%)
Este limites foram definidos pelo engenheiro sueco Atterberg, com a finalidade de serem
utilizados em materiais cerâmicos. Em 1908, A. Casagrande, tendo conhecimento desse
trabalho, padronizou o ensaio.
Figura 1.9 (a) aparelhagem para ensaio de limite de liquidez; (b) placa de vidro com face
esmerilhada; (c) cinzéis; (d) detalhe da ranhura no início do ensaio.
Na figura 1.9 (a) observa-se da esquerda para a direita, a placa de vidro esmerilhada, a
vasilha de porcelana utilizada para espatulação e homogeneização da amostra, aparelho
de Casagrande manual e automático. Na figura 1.9 (b) e (c) têm-se o detalhe da placa de
vidro esmerilhada, sendo que os “apetrechos” são da esquerda para a direita, o gabarito
utilizado no ensaio de LP com diâmetro de 3 mm, o cinzel curvo e o chato, gabarito para
ajuste da altura de queda da concha e esfera para verificação das condições da base de
ebonite do aparelho de Casagrande.
Espatula-se a amostra na cápsula de porcelana (figura 1.9), homogeneizando-a e coloca-
a na concha do aparelho de Casagrande e procedendo a ranhura conforme mostrado na
figura 1.9 (d). Gira-se a manivela do aparelho a razão de 2 rotações/segundo, causando
devido a um excêntrico, uma queda da concha sobre a base de ebonite, anotando-se os
número de golpes para fechar a ranhura mais ou menos 10 mm. Retira-se uma amostra
da região onde ocorreu o fechamento da ranhura para determinação do teor de umidade.
O ensaio é repetido para outros teores de umidade, partindo-se geralmente do ponto mais
seco para o mais úmido, de maneira a se obter dois pontos com mais de 25 golpes e dois
pontos com menos de 25 golpes.
Com os valores obtidos do número de golpes e teor de umidade, plota-se os pontos e
traça-se a linha média, conforme apresentado na figura 1.10.
O valor do LL é o correspondente ao número de golpes igual a 25.
h (%)
LL
25 Número de golpes
(escala logarítmica
Figura 1.10 – Gráfico do teor de umidade versus número de golpes em papel monologo,
para determinação do LL.
Através do ensaio de LL é possível correlacionar a resistência ao cisalhamento do solo
para um dado teor de umidade com o número de golpes necessários para que ocorra o
deslizamento dos “taludes” da amostra da concha. Casagrande (1932) encontrou valores
muito baixos próximos a 2,5 kPa.
Rita Moura Fortes
10/10
• Determinação do Limite de Plasticidade: o método de ensaio está apresentado na
NBR 7180. A amostra seca é passada na peneira de abertura nominal de 0,42 mm.
Coloca-se a amostra na cápsula de porcelana e adiciona-se água à amostra de
maneira a obter uma massa (consistência maior que o do ensaio de LL), espatulando-
a e homogeneizando-a. Toma-se uma esfera de solo e rola-a sobre a placa de vidro
esmerilhada (vide figura1.11) até que se obtenha um cilindro com diâmetro de 3 mm e
este comece a apresentar fissuras. Determina-se o teor de umidade. Repete-se o
ensaio mais quatro vezes (cinco determinações) e o valor do LP será o valor médio
das determinações:
h1 + h2 + h3 + h4 + h5
LP =
5
LP LL
IP = LL - LP
IP
A areia não apresenta plasticidade (Não plástico – NP) e a argila apresenta IP elevado.
• Índice de Consistência:
LL - h LL - h
IC = =
IP LL - LP
Tabela 1.2 – Consistência dos solos.
IC CONSISTÊNCIA
<0 de vaza
0 a 0,50 Plástica mole
0,50 a 0,75 Plástica média
0,75 a 1,00 Plástica rija
> 1,00 dura
2.1 Generalidades
O solo tem sido estudado por diversos ramos da ciência e tecnologia como a
agricultura, a geologia, a engenharia; sendo que cada uma dessas áreas tem
desenvolvido classificações próprias para finalidades científicas ou pragmáticas.
Na área de Engenharia civil, objetivando-se uma otimização na utilização do solo, tem-
se aproveitado classificações que podem ser divididas em genéticas e geotécnicas.
No que se refere às classificações genéticas, pedológicas e geológicas, pode-se dizer
que são essencialmente científicas, preocupando-se com a origem e evolução dos
solos.
Entre as classificações geotécnicas, destacam-se o Sistema Unificado de Classificação
dos Solos (U.S.C.S. – Unified Soil Classification System) e a classificação para
finalidades rodoviárias, mais conhecida como HRB (Highway Research Board).
No entanto, ao se utilizar esta ou aquela classificação, é importante que se conheça as
suas limitações para não incorrer em interpretações e aplicações errôneas. Com essa
finalidade, dar-se-á uma rápida visão de algumas dessas classificações, bem como
suas limitações quando empregadas para solos tropicais.
2.2 Classificações Tradicionais
2.2.1 Classificações Genéticas
2.2.1.1 Generalidades
São as classificações pedológicas e geológicas, empregadas pela geotecnia visando
melhor orientar na localização de ocorrências promissoras, e no plano de sondagem e
amostragem.
2.2.1.2 Classificações Pedológicas
Os mapas e dados pedológicos tem sido utilizados sobretudo para orientar o emprego
das camadas de solos superficiais (ou pedogenéticas) no estado natural. No entanto,
para camadas mais profundas (horizonte C e subjacentes) de natureza transportada ou
residual, muitas vezes não trazem informações suficientes.
Os mapas pedológicos do Brasil ainda são insuficientes tanto na escala (menor que
1:100.000), como nas características dos horizontes superficiais A e B, nas quais se
baseiam, pois essa camada é quase totalmente removida nas obras civis. Uma das
maiores dificuldades é ressaltada por Nogami e Villibor (1988) e consiste em que um
solo que integra um perfil pedologicamente laterítico pode apresentar comportamento
geotécnico não laterítico e vice-versa.
2.2.1.3 Classificações Geológicas
Os mapas geológicos existentes no Brasil são essencialmente do bedrock, o que cria
dificuldade quanto a sua utilização para fins geotécnicos pois que, além de não
existirem mapas com escala apropriada, muitas camadas de solos residuais ou
transportados nem constam dos mapas. Há ainda a dificuldade de se identificar os
solos saprolíticos, pois que uma mesma rocha matriz, sob a ação do intemperismo
tropical, pode dar origem a grande variedade de tipos geotécnicos de solos que se
apresentam de maneira complexa e características mecânicas e hidráulicas diversas.
2.2.2 Classificações Geotécnicas
2.2.2.1 Generalidades
Das classificações geotécnicas, duas são as que mais se salientam: a classificação
HRB - AASHTO e o Sistema Unificado de Classificação de Solos (USCS), que se
baseiam nos limites de Atterberg (LL e LP) e na granulometria.
MCT
ENSAIO DE ENSAIO DE
COMPACTAÇÃO COMPACTAÇÃO Mini CBR Mini CBR Mini MCV
com Controle de
Mini Proctor Mini MCV Penectrômetro Convencional Umidade
ENSAIO DE
PERDA DE
MASSA POR
IMERSÃO
ENSAIOS ASSOCIADOS
Capacidade de Suporte Mini CBR,
Expanão, Contração, Infiltrabilidade,
Permeabilidade, Penetração de Imprimadura
Embebição e Determinação da
Penetração
Valores de
penetração
efetuados nas
CLAS
pastilhas
SIFI-
submetidas a
CA-
embebição (ou
NÃO
ÇÃO
reabsorção) for
MCT
próximo ou igual
a 2 mm?
SIM
Determinações Complementares
Figura 2.3 – Seqüência de execução do ensaio.
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8/8
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 2.4 - Método da Pastilha. (a) aparelhagem; (b) espatulação da amostra; (c)
moldagem das pastilhas; (d) medida da contração; (e) reabsorção d`água; (f)
penetração
Este gráfico foi elaborado a partir do conhecimento dos coeficientes c’ (eixo das
abscissas) e e’ (eixo das ordenadas). O coeficiente c’, denominado de coeficiente de
deformabilidade, é obtido através do ensaio mini MCV.
Os resultados obtidos neste ensaio também podem ser utilizados no controle da
compactação e na previsão da erodibilidade.
O coeficiente c’ indica a argilosidade do solo, ou seja, um c’ elevado (acima de 1,5)
caracteriza as argilas e solos argilosos, enquanto que valores baixos (abaixo de 1,0)
caracterizam as areias e os siltes não plásticos ou pouco coesivos. No intervalo entre
1,0 e 1,5 se situam diversos tipos de solos, tais como: areias siltosas, areias argilosas,
argilas arenosas e argilas siltosas.
O coeficiente e’ é calculado a partir do coeficiente d’ (inclinação da parte retilínea do
ramo seco da curva de compactação, correspondente a 12 golpes do ensaio de mini
MCV) e da perda de massa por imersão Pi (porcentagem da massa desagregada em
relação à massa total do ensaio quando submetida à imersão em água), expresso pela
expressão:
20 Pi
e' = 3 +
d ' 100
Detalhes dos procedimentos de cálculo dos coeficientes c’ e e’ e ensaios associados
se encontram no livro “Pavimentação de Baixo Custo com Solos Lateríticos” dos
autores Nogami e Villibor, 1995.
2.5.2 Classificação MCT - Pastilhas
Uma vez obtidos os valores da contração diametral e da penetração, locá-los na carta
apresentada na Figura 2.6, obtendo-se o grupo de solo da metodologia MCT. No
quadro 2.3 estão apresentadas as propriedades dos solos de acordo com a
classificação MCT.
3. 1 – Introdução:
Porter desenvolveu a teoria de compactação para verificar a influência do teor de
umidade na qualidade final de um solo compactado.
Ralph Proctor, em 1933, publicou uma série de artigos, divulgando o seu método de
controle de compactação, baseado num novo método de projeto e construção de
barragens de terra compactadas que estava sendo empregado na Califórnia; onde é
apresentado que a densidade com que um solo é compactado, sob uma determinada
energia de compactação, dependo do teor de umidade no momento de compactação.
3. 2 – Ensaios de Compactação
3. 2.1 – Introdução Teórica
Proctor desenvolveu um ensaio dinâmico para determinação experimental da curva de
compactação (massa específica aparente seca (γs) versus teor de umidade (h)) (figura
3.1).
γs (g/cm³)
γs máx
ramo ramo
seco úmido
hot h (%)
Tabela 3.1. – valores médios de teor de umidade ótimo e da massa específica aparente
seca máxima dos solos, conforme sua granulometria.
Granulometria hot (%) γsmax. (kg/ m³) médios
Areias 7 a 12 2000
Siltes 18 a 25 1600
Argilas 30 a 40 1300
γs(g/cm³)
areia
silte
argila
h
Figura 3.2 – curvas de compactação de solos compactados com a mesma energia.
γs(g/cm³)
h (%)
Figura 3.3 – Curvas de compactação de um mesmo solo compactado com energias
diferentes.
Rita Moura Fortes
2/2
O ensaio de Proctor é normalizado pelo método de ensaio NBR 7182, sendo que as
energias especificadas na norma são: normal, intermediária e modificada, variando–
se para isso as dimensões do molde e soquete, número de camadas e golpes,
conforme pode ser observado na tabela 3.2.
Na figura 3.4 pode-se verificar a preparação da amostra para o ensaio de
compactação. Inicialmente a amostra é seca ao ar sobre uma lona, após, detorroa-se
com auxilio da mão de gral e borracha, depois armazena-se em caixas. Prepara-se 5
pontos com teores de umidade diferentes, adicionando-se água a amostra com
umidade higroscópica para se obter o ponto com um determinado teor de umidade,
mistura-se a amostra homogeneizando-a.
O ensaio pode ser realizado de cinco maneiras: com ou sem reuso de material, sobre
amostras preparadas com secagem prévia até a umidade higroscópica ou sobre
amostras preparadas a 5 % abaixo da umidade ótima presumível ou sem reuso de
material, sobre amostras preparadas a 3 % acima da umidade ótima presumível.
Figura 3.4 Amostra deformada secando ao ar livre (a); seca (umidade higroscópica) (b);
colocação em caixas (c); preparação da amostra com diferentes teores de umidade (5
teores) e (d) homogeneização (e).
disco espaçador
(a)
Figura 3.6 – (a) Colocação de papel filtro no molde; (b) esquema de compactação
(soquete leve e soquete pesado); (c) compactação cilindro grande; (d) pesagem do
corpo de prova após a compactação; (e) e (f) extração do corpo de prova.
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4/4
Com os resultados obtidos no ensaio de compactação são efetuados cálculos para
a:
a) determinação da massa específica aparente seca (γs), dada pela fórmula:
Mh x 100
γs = ------------------------------ (1)
V x (100 + h)
Onde:
S
γs = --------------------------------
h S
( ------ + ------- )
γa δ
Onde:
h = teor de umidade em % ;
δ = massa específica dos grãos do solo (determinado de acordo com a NBR 6508 ou
6458, em g/cm³) ;
Figura 3.7 (a) Rolo pé de carneiro (b) e (c) superfície após a compactação.
3.3.3 vibração
3.3.3.1 no campo: equipamentos que utilizem vibração além do peso próprio .
Placas e Rolos Vibratórios : são utilizados para compactar materiais granulares como
os solos grossos com menos de 12% passando na peneira de malha 0,075 mm (areia,
pedregulhos, britas), sendo também adequados para solos com 4 a 8% passando
nessa peneira. A espessura da camada compactada deve situar-se em torno de 20 a
25 cm, ou seja, a camada de solo é da ordem de 60 a 100 cm. O número de passadas
está geralmente na faixa de 2 a 4, com uma pressão de 8 kgf/cm² , sendo que sua
velocidade ultrapassa 8 km/h.
A vibração é geralmente causada pela ação de dois discos excêntricos movidos por um
motor a gasolina. O vibrador pode ser montado sobre um rolo compressor liso (ou
mesmo rolo pé de carneiro) sobre uma placa de aço lisa.
O controle de compactação é realizado visualmente, efetuando-se passadas suficientes
para que não haja abatimento visível da camada, além de efetuar os controles de praxe
(grau de compactação e desvio do teor de umidade).
Milton Vargas desaconselha a utilização de rolos compressores vibratórios pé de
carneiro, pois a vibração não pode produzir compactação alguma em solos que
possuem alguma coesão, sendo que o efeito da vibração só serviria para aumentar o
peso de pé de carneiro por efeito dinâmico, saindo, portanto, mais econômico
aumentar-lhe o peso estático.
3.3.4 estática
3.3.4.1 no campo: pode ser do tipo:
a) Rolo Liso: composto por um cilindro de aço oco , podendo ser enchido com areia
ou pedregulho, com a finalidade de aumentar a pressão aplicada. Podem ser de
apenas uma roda (rolo), duas em tandem, em três.
São indicados para compactação de pedregulhos, areia, pedra britada, com camadas
de espessura de 5 a 15 cm. Por causa de sua pequena superfície de contato são
utilizados na compactação do capeamento e em base de estrada (figura 3.11).
Nos itens anteriores foram descritos vários controles “práticos” obrigatórios. Além dos
métodos mais complexos, deve-se observar:
γs ( campo )
GC = ---------------------------------------------- x 100 %
γsmáx. ( laboratório )
onde:
∆ h = |h campo - h ótimo|
Soquete grande
Molde grande
disco espaçador
Figura 4.1 (a) Base perfurada, (b) colocação do papel filtro, (c) esquema da
compactação.
argila
h (%)
Figura 4.2 - (a) compactação do corpo de prova, (b) pesagem e (c) curvas típicas
de compactação.
Relógio comparador
Porta-extensômetro
Disco anelar de
sobrecarga
Molde cilíndrico
Solo compactado
Figura 4.3 (a) Disco anelar de carga (b) e (c) montagem e esquema para determinação
da expansão.
.
Na figura 4.4 está apresentado corpos de prova imersos, sendo que na (c) e (d) tem-se
detalhes da medida para determinação da expansão.
Anel dinamométrico
ou célula de carga
pistão
relógio comparador
sobrecarga
molde
solo
macaco
manivela
P2’
P1’
P2
c
P1
CBR (%)
CBR hot
Massa específica aparente máxima = x,xx g/cm3
CBR = zzz,z %
Expansãohot
γs (g/cm3)
γs máximo
P
x
PAVIMENT
SUBLEITO σV
τv
τh
σh σh
τh
τvh
σV
MR = σd / ε1
com ε1 = ∆h/ ho
onde ∆h é o deslocamento vertical máximo e ho é o comprimento inicial de referência
do corpo de prova cilíndrico.
Verifica-se na figura 7 que a cada aplicação de tensão desvio, a deformação axial tem
uma parcela pequena de natureza plástica ou permanente (εp), sendo:
εt = εr + εp
δr
δr
δp
δp Σδp
Referência inicial do ensaio
δr = deslocamento resiliente (recuperável);
δp = deslocamento permanente ou plástico
Σδp = deslocamento permanente acumulado
k3
k2
k2
1 MR = k1 σ3k2 1
k
k1
TENSÃO CONFINANTE σ3 (kPa) TENSÃO DESVIO σd (kPa)
(a) (b)
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3/3
Figura 5.4 – Módulo de resiliência versus tensão confinante (a) solo arenoso ou
pedregulhoso e (b) solos argiloso ou siltoso (Medina, 1997).
Na figura 5.5 está apresentada a variação do módulo de resiliência em função do Mini-
CBR de alguns solos lateríticos e saprolíticos.
Fatores que afetam o módulo resiliente dos solos granulares:
a) número de repetições da tensão-desvio: depende do índice de vazios, da
densidade do material, do grau de saturação e do valor da tensão repetida aplicada;
b) história de tensões: deformações permanente iniciais. Os solos não coesivos
adquirem rigidez através da repetição do carregamento. Em um dado momento o solo
apresenta comportamento quase elástico com MR constante;
c) duração e freqüência do carregamento: a duração é função da velocidade dos
veículos. A freqüência é função das condições de tráfego. Até 40 aplicações por minuto
tem pouca influência;
d) nível de tensão aplicada: varia muito com a pressão confinante em solos não
coesivos e pouco com a pressão de desvio.
Fatores que afetam o módulo resiliente dos solos finos coesivos:
a) número de repetição da tensão-desvio e história das tensões: com o
carregamento repetido ocorre o rearranjo estrutural levando a um acréscimo do peso
específico;
b) duração e freqüência de aplicação das cargas: para freqüências entre 20 e 60
aplicações por minuto e duração entre 0,86 e 2,86 segundos não exerce influência;
c) umidade e massa específica de moldagem: quanto maior o teor de umidade,
menor é o módulo resiliente;
d) tixotropia dos solos argilosos: após algumas repetições de carga o ganho de
rigidez não é significativo;
e) nível de tensão: no caso de solos coesivos varia muito pouco com a pressão
confinante e muito com a de desvio.
Onde:
S = 100 – (P1/P2) x 100
S = porcentagem de silte na fração fina que passa na peneira número 200 (0,075 mm);
P1 = porcentagem em peso, de material cujas partículas tenham diâmetro inferior a
0,05 mm determinada na curva de distribuição granulométrica;
P2 = porcentagem em peso, de material cujas partículas tenham diâmetro inferior a
0,075 mm, determinada na curva de distribuição granulométrica.
Na figura 5.6 está apresentado o modelo de comportamento resiliente de solos fiinos,
de acordo com a classificação I, II e III.
MR I
4000
3000 II
2000
1000
III
Figura 5.6 - Modelo de comportamento resiliente de solos finos (Pinto & Preussler,
2001).