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INSTALAÇÕES

ESPECIAIS

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO


PROF. GERALDO PURRI

2018
SUMÁRIO

Unidade 1 - PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO E PÂNICO


1 – OBJETIVO Pág 2
2 - PEQUENO HISTÓRICO Pág 2
3 - AS EXIGENCIAS Pág 4
4 – TERMINOLOGIAS Pág 5
5 - A LEGISLAÇÃO Pág 5
5.1 - DECRETO 46.595/2014 Pág 7
5.2 - IT-01 - Procedimentos Administrativos Pág 8
5.3 - IT-08 - Saídas de Emergências em Edificações Pág 9
5.4 - IT-16 - Sistema de Proteção por Extintores de Incêndio Pág 18
5.5 - IT-17 - Sistema de Hidrantes e Mangotinhos Pág 19
5.6 - IT-18 - Sistema de Chuveiros Automáticos (Sprinklers) Pág 21
6.0 – ESTUDO DE DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE PREVENÇÃO E
COMBATE DE INCÊNDIO Pág 22

Unidade 2 - CIRCULAÇÃO VERTICAL EM EDIFICAÇÕES


ELEVADORES Pág 30
1 – INTRODUÇÃO Pág 30
2 – CONCEITO Pág 30
3 – NORMAS Pág 30
4 – MODELOS Pág 30
5 – TIPOS Pág 31
5.1 – Elevadores Hidráulicos Pág 31
5.2 - Elevadores a vácuo Pág 31
5.3 - Elevadores Elétricos Pág 32
6.0 - CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DOS ELEVADORES Pág 33
7.0 - OBRAS CIVIS Pág 34
8.0 – DIMENSIONAMENTO DAS CAIXAS Pág 35
9.0 – CÁLCULO DE TRÁFEGO Pág 37
MONTA CARGAS Pág 44
ESCADAS ROLANTES Pág 45
ESTEIRAS ROLANTES Pág 46

Unidade 3 - CONDICIONAMENTO DE AR
1 – CONCEITO Pág 47
2 – PRINCIPAIS USOS Pág 47
3 – HISTÓRICO Pág 47
4 – CONTEXTO ATUAL Pág 48
5- SISTEMAS DE CONDICIONAMENTO DE AR Pág 49
5.1 – Classificação Pág 49
5.1.2 - Grupo de Expansão Direta Pág 50
5.1.3 - Grupo de Expansão Indireta Pág 52
Bibliografia Pág 54

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Unidade 1

PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO E PÂNICO

1 - OBJETIVO:
O objetivo desta Unidade da disciplina não é ensinar ao aluno a fazer um “projeto de
incêndio”, mas ressaltar pontos e questões importantes da legislação que afetam
diretamente na concepção de um projeto arquitetônico de qualquer natureza.
Desta forma, vamos ensinar como consultar pontos da legislação do Corpo de Bombeiros
(mais precisamente as Its - Instruções técnicas) que são necessários na hora de iniciar
um projeto arquitetônico, pois nos remetem a perguntas do tipo:
- Quando é necessário fazer um Projeto de Incêndio?
- Para que tipo de Projeto Arquitetônico é exigido o Projeto de Incêndio?
- Quais os tipos e as exigências de um Projeto de Incêndio?

2 - PEQUENO HISTÓRICO:
A partir dos famosos incêndios ocorridos em São Paulo; do Edifício Andraus em 1972 e
do Edifício Joelma em 1974; despertou-se para necessidade de se elaborar regras claras
e uma fiscalização rígida do cumprimento destas regras para a prevenção e o combate de
incêndio, mas somente 25 anos depois, alguma providência realmente começou a ser
tomada.

Em 1999, o CBM do estado de São Paulo através de equipe multidisciplinar composta de


membros do CBM e Profissionais Graduados em Engenharia de Segurança Contra
Incêndio da Faculdade da USP iniciou os trabalhos de normalização tomando como base
as Normas da ABNT, afins aos Projetos de Incêndio.
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Em abril de 2001 este trabalho foi concluído e implantado no estado de São Paulo.
A qualificação “PROJETO DE INCÊNDIO” deixa de existir e passa a ser denominada
PROJETO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO E PÂNICO” – PPCIP.
Notadamente, o “projeto de Incêndio” assume um caráter mais humano devido à presença
da denominação “PREVENÇÃO AO PÂNICO”.
A implementação do PPCIP, através das Instruções Técnicas (as ITs são cópias de
Normas da ABNT), deu certo em São Paulo e possibilitou organizar e padronizar o
sistema de análise e aprovação de Projetos.
Com isto, os demais estados da Federação começaram a “adotar” também estas normas,
copiadas do CBM de São Paulo.

Em Minas Gerais também não existia uma Legislação “específica” para elaboração de
PPCIP. Um mesmo projeto apresentado e aprovado em Governador Valadares poderia
não ser aprovado em Belo Horizonte ou qualquer outra cidade do Estado porque a
legislação era de âmbito municipal. Apenas as NBR nacionais deviam ser observadas.

Esta situação começou a mudar a partir


de 1999, quando através de uma
Emenda Constitucional Estadual, o
CBMMMG torna-se uma instituição militar
autônoma. Com isto, a Corporação
começa a passar por uma série de
mudanças e reestruturações.
Em 2005 foi criada a Diretoria de
Atividades Técnicas – DAT e a Portaria
004/05, que orientava a respeito dos
Parâmetros normativos para a
apresentação de PPCIP e da
necessidade dos novos Projetos serem
elaborados em conformidade com as
Instruções Técnicas – ITs.
Com isto, a situação em Minas Gerais mudou radicalmente.
Esta mesma Portaria também delegou ao CBM, o poder de policiamento quanto a
regularidade das edificações.
Em 2006, a Portaria vira lei através do Decreto 44270/06.
Em 2008, outro Decreto (44476/08) revogou o anterior e estabeleceu novos critérios para
implementação de sistemas de incêndio.
As mudanças básicas deste novo decreto se referem aos procedimentos com construções
existentes e transferem os “Procedimentos Administrativos” e as tabelas de “Medidas de
segurança contra incêndio e pânico” para a IT-01.
Desta forma, o CBM ganhou agilidade no caso de mudanças e adequações nas normas,
pois as ITs são medidas técnicas e não necessitam de aprovação parlamentar para se
adequarem como os Decretos e Leis.
Recentemente, em 2014 um novo decreto substituiu o anterior, o Decreto 46.595-2014
com alterações referentes as construções a adequação das construções existentes e
modernizou algumas procedimentos.

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Entre 2013 e 2014 houve também a criação de novas ITs e a reedição de ITs existentes
com o estabelecimento de novas normas, simplificação de algumas classificações e
supressão de algumas tabelas.
Recentemente, no final de 2016 e inicio de 2017 foram criadas mais duas ITs e foi
elaborada uma 2ª edição na IT-8.

3 - AS EXIGENCIAS
O PPCIP (Projeto de prevenção e combate a incêndio e pânico) é exigido para:
- Residências unifamiliares tombadas pelo Patrimônio Histórico;
- Edifícios de Uso Misto,
- Edifícios Uso Coletivo em geral.

OBS: Nestas edificações, quando a área construída é menor do que 750,00 m2 o Projeto
é chamado simplificado (com o uso apenas de extintores) e quando ultrapassa esta área,
faz-se necessário o Projeto Técnico com medidas de segurança específica para cada tipo
de construção.

Apesar de todo este rigor, poder de policia e dezenas de Instruções Técnicas, muito ainda
tem que ser feito.
O mais importante é a conscientização das pessoas de modo geral e principalmente dos
arquitetos, que ao projetarem, tenham o conhecimento das necessidades mínimas de
dimensionamento de escadas e saídas de emergência, zonas de escape, rotas de fuga,
aplicação de materiais, exaustão de ambientes fechados, e outros procedimentos e
conhecimentos técnicos.
Somente desta forma poderemos ter edifícios mais seguros e preparados para
emergências e “fatalidades”. Fatalidades nunca deixarão de acontecer, mas se tivermos
preparados, podemos minimizar os riscos ou até neutralizar suas consequências fatais.
Fatalidade foi o que ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013 em Santa Maria
no Rio Grande do Sul, na Boate Kiss, onde um incêndio iniciado a partir de fogos de
artifício da banda que fazia um show naquela noite vitimou centenas de jovens.
O resultado da tragédia naquela noite era 235 jovens mortos asfixiados e queimados e
127 pessoas internadas. Alguns internados morram. O resultado depois de um mês era
239 mortos e 37 internados. O resultado final 242 mortos.

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4 - TERMINOLOGIAS
Alguns conceitos e terminologias são importantes quando falamos de Prevenção e
Combate a Incêndio e Pânico.
Todos esses termos se encontram na IT-02.
Abaixo alguns exemplos que ilustram estes termos:
- Carga de incêndio: Soma das energias caloríficas possíveis de serem liberadas pela
combustão completa de todos os materiais combustíveis contidos em um espaço,
inclusive o revestimento das paredes, divisórias, pisos e tetos. (Classificação dos
Incêndios).
- Medidas de proteção contra incêndio e pânico: Conjunto de ações e dispositivo a serem
instalados nas edificações e áreas de risco, necessários a evitar o surgimento de incêndio
e pânico, limitar sua propagação, possibilitar sua extinção e ainda propiciar a proteção ao
salvamento das pessoas, ao meio ambiente e ao patrimônio.
- Rota de fuga: Caminho contínuo proporcionado por portas, corredores, “halls”, escadas,
rampas ou outros dispositivos de saída ou combinações destes, a ser percorrido pelo
usuário, para acesso e descarga.
- Saída de emergência: Caminho contínuo, devidamente protegido e sinalizado,
proporcionado por portas, corredores, “halls”, passagens externas, balcões, vestíbulos,
escadas, rampas ou outros dispositivos de saída ou combinações destes, a ser percorrido
pelo usuário em caso de incêndio e pânico, que conduzam o usuário de qualquer ponto
da edificação até atingir a via pública ou espaço aberto, protegido do incêndio ou pânico,
em comunicação com o logradouro.
- Segurança contra incêndio: Conjunto de ações e recursos internos e externos à
edificação ou área de risco, que permitem controlar a situação de incêndio e pânico e
remoção das pessoas do local do sinistro em segurança.
- Pânico: Susto ou pavor repentino, que provoca nas pessoas, reação desordenada,
individual ou coletiva, de propagação rápida;
- Sprinkler: o mesmo que chuveiro automático. Dispositivo destinado a projetar água, em
forma de chuva, dotado de elemento sensível à elevação de temperatura.
- Risco: Acontecimento possível, futuro e incerto, seja quanto a sua realização, seja
quanto à época em que poderá ocorrer, independente da vontade humana ou não e de
cuja ocorrência decorrem prejuízos de qualquer natureza.

5 - A LEGISLAÇÃO
São vários os tipos de classificação das edificações e de parâmetros que envolvem as
edificações.
As edificações se classificam pelo uso e ocupação, pela área construída, pela altura,
pelas características, pelo risco quanto ao nível de segurança (4 níveis e para cada nível,
risco baixo, médio e alto) e pelo risco quanto a segurança contra incêndio na edificação
(carga de incêndio). Estas classificações são fornecidas na Its.
A legislação do CBM é normatizada, a partir do Decreto 46.595/2014 e das 41 Instruções
Técnicas.
Elas instruem sobre tudo relacionado a normas e tabelas, desde procedimentos
administrativos, passando por terminologias, saídas, sinalização e iluminação de

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emergência, hidrantes, gás, heliponto, subestações elétricas, coberturas de sapé, eventos
temporários, etc.
Para obter este decreto e as ITs podemos baixar os arquivos em pdf no site do Corpo de
Bombeiros de minas Gerais: www.bombeiros.mg.com.br Segurança contra Incêndio (a
esquerda) e procurar Legislação.

As 41 Its são:

IT-01 - Procedimentos Administrativos e 15 anexos (de A à R) - 2017


IT-02 - Terminologia de Proteção Contra Incêndio e Pânico - 2017
IT 03 - Símbolos Gráficos para Projetos de Segurança Contra Incêndio e Pânico.
IT 04 - Acesso de Viatura nas Edificações e Áreas de Risco
IT 05 - Separações entre Edificações (Isolamento de Risco)
IT 06 - Segurança Estrutural das Edificações
IT 07 - Compartimentação Horizontal e Compartimentação Vertical
IT 08 - Saídas de Emergências em Edificações – 2º edição 2017
IT 09 - Carga Incêndio nas Edificações e Áreas de Risco
IT 10 - Pressurização de Escada de Segurança
IT 11 - Plano de Intervenção de Incêndio
IT 12 - Brigada de Incêndio
IT 13 - Iluminação de Emergência
IT 14 - Sistema de Detecção e Alarme de Incêndio - 2017
IT 15 - Sinalização de Emergência - 2017
IT 16 - Sistema de Proteção por Extintores de Incêndio - 2017
IT 17 - Sistema de Hidrantes e Mangotinhos p/ Combate a Incêndio
IT 18 - Sistema de Chuveiros Automáticos (Sprinklers)
IT 19 - Sistema de Resfriamento para Líquidos e Gases Inflamáveis e Combustíveis
IT 20 - Sistema de Proteção por Espuma
IT 21 - Sistema Fixo de Gases para Combate a Incêndio
IT 22 - Armazenamento de Líquidos Inflamáveis e Combustíveis
IT 23 - Manipulação, Armazenamento, Comercialização e Utilização de Gás Liquefeito de
Petróleo (GLP)
IT 24 - Comercialização, Distribuição e Utilização de Gás Natural
IT 25 - Fogos de Artifícios e Pirotecnia
IT 26 - Heliponto e Heliporto
IT 27 - Medidas de Segurança para Produtos Perigosos
IT 28 - Cobertura de Sapê, Piaçava e Similares
IT 29 - Hidrante Público
IT 30 - Subestações Elétricas
IT 31 - Pátio de Contêineres
IT 32 - Proteção Contra Incêndio em Cozinhas Profissionais
IT 33 - Eventos Temporários
IT 34 - Cadastramento de Empresas e Responsáveis Técnicos - 2016
IT 35 - Segurança Contra Incêndio em Edificações que compõem o Patrimônio Cultural
2017 -2ª Edição
IT 36 - Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
IT 37 – Centros Esportivos e de Exibição
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IT 38 – Controle e materiais de acabamento e revestimento
IT 39 – Blocos de carnaval – 2016
IT 40 - Adequação de Medidas de Segurança para Edificações Existentes e Edificações
Construídas - 2016
IT 41 – Controle de Fumaça - 2017

No caso específico desta disciplina, nós vamos nos ater à:


- Em parte do decreto 46.595/2014 (tabela de classificação das edificações),
- Ao anexo A da IT-01 (medidas de segurança para edificações),
- IT-08 (saídas de emergência),
- IT-16 (extintores de incêndio),
- IT-17 (hidrantes e mangotinhos),
- IT-18 (chuveiros automáticos),

5.1 - DECRETO 46.595/2014


A parte importante do decreto 46.595/2014 para nosso estudo é a Tabela de classificação
das edificações. Esta tabela define os Grupos e as Divisões em que as edificações se
enquadram, de acordo com o uso, a descrição do tipo de ocupação e exemplos de
edificações para cada grupo. Esta classificação é o ponto de partida para avaliação do
dimensionamento de qualquer sistema de proteção e prevenção de incêndio.

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Os grupos são:
A- Residencial H- Serviço de saúde e institucional
B- Hospedagem I- Indústria
C- Comércio J- Depósito
D- Serviço profissional L- Explosivos
E- Educação e cultura M- Especial (tuneis, tanques, centrais
F- Local de reunião pública energ. Processamento de lixo.
G- Serviço Automotivo

5.2 - IT-01 - PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS


A IT-01 tem como objetivo atender o Regulamento de Segurança Contra Incêndio e
Pânico do Estado de Minas Gerais, estabelecendo as medidas de segurança contra
incêndio e pânico nas edificações e áreas de risco, critérios e procedimentos para
apresentação de processo de segurança contra incêndio e pânico no Corpo de Bombeiros
Militar de Minas Gerais (CBMMG). Ela possui diversos anexos, mas para nosso estudo
devemos observar apenas o Anexo A. Este anexo apresenta várias tabelas que indicam
quais as medidas de segurança serão obrigatórias em uma edificação, de acordo com sua
classificação quanto à ocupação, a área e a altura.
Observe o exemplo a seguir:

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5.3 - IT-08 - SAÍDAS DE EMERGÊNCIAS EM EDIFICAÇÕES
A IT 08 estabelece critérios mínimos necessários para o dimensionamento das “Saídas de
Emergência em Edificações”, para que a população possa abandoná-las em caso de
incêndio ou pânico completamente protegida em sua integridade física e permitir o acesso
de guarnições de bombeiros para o combate ao fogo ou retirada de pessoas. Além disso,
esta IT também tem o objetivo de padronizar critérios para análise de projetos de
Segurança Contra Incêndio e pânico e vistoria de edificações em Minas Gerais e orientar
os profissionais que atuam na elaboração de projetos e execução de obras submetidas à
aprovação do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.

As saídas de emergências são formadas pelo acesso (podem ser constituídos por
corredores, passagens ou halls), pelas portas corta-fogo, pelas escadas e rampas e pela
descarga (saída da edificação para a rua).
Esta IT é a que mais interfere na concepção de um Projeto Arquitetônico.
Para dimensionar a saída de emergência recorremos ao anexo do Decreto 46.595, na
tabela de classificação das Edificações quanto à ocupação e uso. Cada uso possui várias
divisões com descrição e exemplos. É indispensável também conhecer a altura total da
edificação (rua/piso do último pavimento) e a área do pavimento.
Elas são dimensionadas em função da maior população dos pavimentos de uma
edificação. O cálculo da população de cada pavimento da edificação é de acordo com os
coeficientes da tabela 4, da IT-8 considerando sua ocupação/uso.

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O dimensionamento das saídas de emergência se faz com a definição da largura das
saídas que é dada pela formula N=P/C e a tabela 4 onde:
N = Número de unidades de passagem, arredondando para o maior número inteiro;
P = População (do pavimento)
C = Capacidade da unidade de passagem (tabela 4) – é uma constante
OBS: uma unidade de passagem equivale a 55 cm.
Exemplo – P (população) Boate 700 pessoas– Classificação F-6
C (capacidade da unidade passagem) – 100
N= 700/100= 7 7x0,55=3,85 m (largura da porta de saída)

Observações importantes:
- Existem critérios que definem que os acessos (corredores e passagens) e portas são
dimensionados em função dos pavimentos que sirvam à população, isto é, podem
variar de acordo com o uso do pavimento, e as escadas, rampas e descargas são
dimensionadas em função do pavimento de maior população, o qual determinam as
larguras mínimas para os lances correspondentes aos demais pavimentos, considerando-
se o sentido da saída.
Ex: Um salão de festa no último pavimento de um edifício teria que ter o corredor e porta
de acesso à escada, bem largos (de acordo com a população daquele pavimento) e
definiriam uma escada e saída (descarga) igualmente largas do último pavimento ao
térreo. Já um salão nos Pilotis, definiria uma escada larga somente deste pavimento ao
térreo, ou duas escadas que somando as larguras suprissem as unidades de passagens
necessárias.
- Apesar do dimensionamento através da
população e ocupação existe a largura
mínima de saída que deve ser adotada
como 1,10 m, correspondente a duas
unidades de passagem de 55 cm, para
as ocupações em geral.

- A largura da saída deve ser medida em sua parte mais estreita e portas que abrem para
dentro de rotas de saída, em ângulo de 180º, não podem diminuir a largura efetiva desta
em valor menor que a metade, sempre mantendo uma largura mínima livre de 1,10 m
para as ocupações em geral.

Portas de saídas de emergência


As portas das rotas de saída e aquelas de recintos com capacidade acima de 50 pessoas,
em comunicação com os acessos e descargas devem abrir no sentido do trânsito de
saída. Nas edificações com população inferior a 100 pessoas as portas de acesso a rua
estão isentas desta obrigação.
As dimensões mínimas de luz das portas devem ser as especificadas abaixo,
considerando o resultado do cálculo das unidades de passagem: (tabela 1)
a) 0,80m valendo por uma unidade de passagem, com N ≤ 1.
b) 1,00 m ,valendo por duas unidades de passagem, com 1 ≤ N ≤ 2;
c) 1,5 m, em duas folhas, valendo por 3 unidades de passagem, com 2 ≤ N ≤ 3;
d) 2,0 m, em duas folhas, valendo por 4 unidades de passagem, com 3 ≤ N ≤ 4.
10
- Porta com dimensão maior ou igual a 2,20 m, exige-se coluna central.
- Porta com dimensão maior que 1,20 m deverá ter duas folhas.
- Em locais com capacidade acima de 200 pessoas será exigido barra antipânico.

Número de saídas nos pavimentos


O número de saídas exigido para os diversos tipos de ocupação, em função da altura,
dimensões em planta e características construtivas de cada edificação, encontra-se na
tabela 6.
No caso de 2 (duas) ou mais escadas, a distância mínima de trajeto entre suas portas
devem ser de 10,0 m, exceto quando as escadas estiverem na área central do pavimento
e com acessos em lados opostos.

Escadas
Existem três tipos principais de escadas e seu modelo e quantidade é definido na tabela
6, de acordo com :
- NE – Escadas não enclausuradas (escada comum aberta para hall)
- EP – Escada enclausurada protegida (escada protegida)
- PF – Escada enclausurada à prova de fumaça
A escada enclausurada à prova de fumaça pode ter algumas variações no seu acesso
(antecâmara ou balcão) ou ainda ser pressurizada.
Existe ainda a AE – Escada Aberta Externa, mas que é pouco usual no Brasil.

As distâncias máximas a serem percorridas para atingir as portas de acesso às


edificações e o acesso às escadas ou às portas das escadas (nos pavimentos) constam
da tabela 5 e variam de acordo com o tipo da edificação (características construtivas), o
grupo e divisão de ocupação, a existência ou não do sistema de chuveiros automáticos e
a quantidade de saídas. Estas distancias podem variar de 25 metros no pior caso a 95
metros nos casos de mais segurança.

A tabela 6, a seguir define o tipo e a quantidade de escadas exigidas para cada caso de
acordo com a classificação quanto a ocupação e uso, a área do pavimento e a altura da
edificação:

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As distâncias máximas a serem percorridas para atingir as portas de acesso às
edificações e o acesso às escadas ou às portas das escadas (nos pavimentos) constam
da tabela 5 e variam de acordo com o tipo da edificação (características construtivas), o
grupo e divisão de ocupação, a existência ou não do Sistema de chuveiros automáticos e
a quantidade de saídas. Estas distancias podem variar de 25 metros no pior caso a 95
metros nos casos de maior segurança.

- As escadas devem ser dotadas de corrimãos nos dois lados e de guarda-corpos em


seus lados abertos.

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- A terminação da escada no piso da descarga (pavimento térreo) não deve ter
comunicação direta com o outro lance da mesma prumada (que leva ao subsolo).

- As larguras das escadas devem ser proporcionais ao número de pessoas que por elas
devam transitar em caso de emergência (tabela 1).
- As larguras devem ser medidas no ponto mais estreito da escada ou patamar, excluindo
os corrimãos (mas não os guarda-corpos), que se podem projetar até 10 cm de cada lado,
sem obrigatoriedade de aumento na largura das escadas.
- Os degraus devem ter altura h compreendida entre 16,0 cm e 18,0 cm, com tolerância
de 0,5 cm e a largura b dimensionada pela fórmula de Blondel: 63 cm ≤ (2h + b) ≤ 64 cm.
- O lance mínimo deve ser de três degraus (espelhos) e o lanço máximo, entre dois
patamares consecutivos, não deve ultrapassar 3,70 m de altura.

As escadas de acesso restrito (privativas e população máxima 20 pessoas) podem ter


largura mínima de 80 cm e espelhos que variam de 19 a 23 cm dependendo da ocupação.

TIPOS DE ESCADAS

 Escada não enclausurada (NE)


As escadas não enclausuradas (NE) são as escadas comuns que podem ser construídas
em edificações até 12,0 m e não necessitam de nenhum fechamento para os corredores e
quando utilizadas para saídas de emergências poderão ser construídas com lances
curvos.

 Escada enclausurada protegida (EP)

As escadas enclausuradas protegidas


(EP) são aquelas que a caixa de escada
isolada por porta corta-fogo.
Elas devem ser dotadas de janelas
abrindo para o espaço livre exterior, em
todos os pavimentos (exceto no da
descarga, onde isto é facultativo).

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 Escada enclausuradas à prova de fumaça (PF)
- As escadas enclausuradas à prova de fumaça (PF) devem ter suas caixas
enclausuradas por paredes resistentes a 4 h de fogo, e ter ingresso por antecâmaras
ventiladas através de dutos de ventilação.
- Ser providas de portas corta-fogo (PCF)

- Antecâmaras
- São cômodos (halls) para ingressos nas escadas enclausuradas e devem ter
comprimento mínimo de 1,80 m e pé-direito mínimo de 2,50 m.
- Elas devem ser dotadas de porta corta-fogo (PCF) na entrada e na comunicação da
caixa da escada;
- Devem ser ventiladas por dutos de entrada e saída de ar;
- Devem ter a abertura de entrada de ar do duto respectivo situado junto ao piso ou, no
máximo, a 15 cm deste, com área mínima de 0,84 m² e, quando retangular, obedecendo à
proporção máxima de 1:4 entre suas dimensões;
- Devem ter a abertura de saída de ar do duto respectivo situado junto ao teto ou no
máximo, a 15 cm deste, com área mínima de 0,84 m² e, quando retangular, obedecendo à
proporção máxima de 1:4 entre suas dimensões;
- As aberturas de entrada e de saída de ar, devem ter a distância vertical mínima de
2,00m, medida eixo a eixo;
- As aberturas dos dutos de entrada e saída de ar das antecâmaras deverão ser
guarnecidas por telas de arame, com espessura dos fios superior ou igual a 3 mm e
malha com dimensões mínimas de 2,5 cm por 2,5 cm ou veneziana.

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Os dutos de ventilação natural devem formar um sistema integrado:
Os dutos de saída de ar (gases e
fumaça) devem:
- ter aberturas somente nas paredes que
dão para as antecâmaras;
- ter secção mínima calculada pela
seguinte expressão: s = 0,105 x n , onde:
s = secção mínima, em m²
n = número de antecâmaras ventiladas
pelo duto;
- ter, em qualquer caso, área não inferior
a 0,84 m² e, quando de secção
retangular, obedecer à proporção
máxima de 1:4 entre suas dimensões;
- elevar-se no mínimo a 3,00 m acima do
eixo da abertura da antecâmara do último
pavimento servido pelo duto, devendo
seu topo situar-se a 1,00 m acima de
qualquer elemento construtivo existente
sobre a cobertura;
- não serem utilizados para a instalação
de quaisquer equipamentos ou
canalizações;
- ser fechados na base.

Os dutos de entrada de ar devem:


- ter aberturas somente nas paredes que
dão para as antecâmaras;
- ter secção mínima calculada pela
seguinte expressão: s = 0,105 x n, onde:
s = secção mínima, em m² e n = número
de antecâmaras ventiladas pelo duto;
- ter, em qualquer caso, área não inferior
a 0,84 m² e, quando de secção
retangular, obedecer à proporção
máxima de 1:4 entre suas dimensões;
- ser totalmente fechados em sua
extremidade superior;
- ter abertura em sua extremidade inferior
ou junto ao teto do 1º pavimento,
possuindo acesso direto ao exterior; que
assegure a captação de ar fresco
respirável, devendo esta abertura ser
guarnecidas por telas de arame, com
espessura dos fios superior ou igual a 3
mm e malha com dimensões mínimas de
2,5 cm por 2,5 cm; que não diminua a
área efetiva de ventilação, isto é, sua
secção deve ser aumentada para
compensar a redução;

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- Balcão
Como dito anteriormente, existe a escada enclausurada a prova de fumaça acessada por
“balcão” ou varanda.
Basicamente este tipo de solução seria como se houvesse uma varanda aberta entre a
circulação e a escada, que pudesse dissipar a fumaça no caso de incêndio, impedindo
sua entra na caixa de escada. Neste caso também teríamos duas portas corta fogo (PCF).

Outras exigências para a solução de ventilação por balcão:


- Ter guarda corpo de material incombustível e não vazado com altura mínima de 1,30 m;
- Ter piso praticamente nivelado (desnível máximo 3 cm) com a circulação e a caixa de
escada;
- Possuir área mínima de ventilação de 1,5 m2, podendo ser janela desde que assegure a
ventilação permanente;
- No caso de janela, ela deve possuir aletas (veneziana) com espaçamento de no mínimo
15 cm com ângulo mínimo de 45º;
- Ter distância de no mínimo 3,0 m de outras aberturas.
- A distancia horizontal do guarda corpo as divisas do lote, devem ser no mínimo, iguais a
um terço da altura da edificação, mas nunca a menos de 3,00 m. Existem algumas
ressalvas que reduzem esta distancia para 1/6 (quando a edificações possuem chuveiros
automáticos), o que torna este tipo de solução de pouquíssimo uso.

Escada a Prova de Fumaça Pressurizada - (PFP)


O outro tipo de escada enclausurada à prova de fumaça é a pressurizada (PFP).
Este tipo de escada é desprovido de antecâmara e possui apenas um duto de ventilação.
O sistema de pressurização é mecânico e requer uma série de outros itens de segurança
como sensores de fumaça, alarme, etc.
Este sistema é bem mais caro que o convencional e mais usado em construções
existentes que necessitam se adequar a lei.
Possui Instrução Técnica separada (IT-10)
16
Escada Aberta Externa – (AE)
Este tipo de escada é pouco usado no Brasil. Ela deve ter seu acesso provido por porta
corta fogo, deve ter estrutura independente e atender somente aos pavimentos acima do
piso de descarga, terminando obrigatoriamente no nível da via pública (descarga).

Guarda-corpos e corrimãos
- Toda saída de emergência, corredores, balcões, terraços, mezaninos, galerias,
patamares, escadas, rampas e outros, devem ser protegidos de ambos os lados por
paredes ou guarda-corpos contínuos, sempre que houver qualquer desnível maior de 19
cm, para evitar quedas.
- A altura dos guarda-corpos, medida internamente, deve ser no mínimo, de 1,05 m ao
longo dos patamares, escadas, corredores, mezaninos e outros, podendo ser reduzida
para até 92 cm nas escadas internas, quando medida verticalmente do topo da guarda a
uma linha que una as pontas dos bocéis ou quinas dos degraus.
- A altura dos guarda-corpos em escadas externas, de seus patamares, de balcões e
assemelhados, deve ser de no mínimo 1,30 m.
- Os corrimãos também deverão ser adotados em ambos os lados das escadas ou
rampas, devendo estar situados entre 80 cm e 92 cm acima do nível do piso, sendo em
escadas, esta medida tomada como nos guarda-corpos.
- Os corrimãos devem ser projetados de forma a poderem ser agarrado fácil e
confortavelmente, permitindo um contínuo deslocamento da mão ao longo de toda a sua
extensão, sem encontrar quaisquer obstruções, arestas ou soluções de continuidade. No
caso de secção circular, seu diâmetro varia entre 38 mm e 65 mm.
-Os corrimãos devem estar afastados 40 mm no mínimo, das paredes ou guardas às
quais forem fixados.
- Para auxílio dos deficientes visuais, os corrimãos das escadas deverão ser contínuos,
sem interrupção nos patamares, prolongando-se, sempre que for possível, pelo menos
0,20 m (vinte centímetros) do início e término da escada.
- Escadas com mais de 2,20 m de largura devem ter corrimão intermediário, no máximo, a
cada 1,80 m. Os lances determinados pelos corrimãos intermediários devem ter, no
mínimo, 1,10 m de largura.

Rampas
As rampas são dimensionadas em função do pavimento de maior população e de acordo
com os parâmetros da tabela 4. Elas devendo ser precedidas e sucedidas sempre por
patamares planos e nivelados, tendo comprimento mínimo de 1,10 m, medidos na direção
do trânsito, sendo obrigatórios sempre que houver mudança de direção ou quando a
altura a ser vencida ultrapassar 3,70 m.
As rampas devem ser dotadas de guardas e corrimãos de forma análoga e de ambos os
lados, sendo que a altura dos guarda-corpos deve ser em torno de 1,05 m e a do corrimão
pode variar entre 80 cm e 92 cm medida verticalmente acima do nível do piso.
Para o CB a declividade máxima das rampas externas à edificação deve ser de 10% e
com variação de 10 a 12,5% para rampas internas, dependendo do tipo de ocupação da
edificação. Já a Lei de Acessibilidade recomenda que as inclinações não devam ser
superiores a 8%.

17
5.4 - IT-16 - SISTEMA DE PROTEÇÃO POR EXTINTORES DE INCÊNDIO

- Extintor é um equipamento de
segurança que tem a finalidade extinguir
ou controlar incêndios em casos de
emergência.
- Ele é em geral um cilindro que pode ser
carregado até o local do incêndio, por isto
a necessidade de estar bem localizado e
com o acesso desimpedido.

- A distância máxima a ser percorrida por uma pessoa do incêndio até o extintor varia com
o risco de incêndio ao qual a construção está exposta. Em locais de risco alto não pode
passar de 10 metros, e em locais de risco baixo pode chegar até a 20 metros.
- Existem 6 tipos de agentes de extinção: Água, CO2 (gás carbônico),Pó BC (dióxido de
carbono), Pó ABC (multiuso), Espuma e Hidrocarbonetos Halogenados.
- Cada tipo é apropriado para uma “Classe do Fogo”.

- Os extintores necessitam ter sua carga renovada regularmente, em intervalos


estabelecidos pelos fabricantes ou após seu uso.
- Cada pavimento deve possuir no mínimo uma unidade extintora adequada às classes de
risco existentes no local, o que na maioria dos casos resulta em dois extintores por
pavimento.
- Eles devem ser instalados no máximo a
5 m da entrada principal das edificações
e das escadas nos demais pavimentos.
Nunca nas escadas.
- O extintor deve estar afixado na parede
ou no chão, desde que esteja apoiado
em um suporte apropriado. O local onde
o extintor está instalado necessita ser
sinalizado adequadamente com uma
placa.

18
5.5 - IT-17 - SISTEMA DE HIDRANTES E MANGOTINHOS P/ COMBATE A INCÊNDIO
- Esta instrução técnica fixa as condições necessárias exigidas para dimensionamento,
instalação, manutenção, aceitação e manuseio, bem como as características dos
componentes para uso exclusivo de Combate a Incêndio, ou seja, hidrantes, tubulação,
mangueiras, esguicho, bombas de recalque, etc.
- Este sistema é um conjunto de dispositivos de combate a incêndio composto por reserva
de incêndio, bombas de incêndio (quando necessário), rede de tubulação, hidrantes ou
mangotinhos e outros acessórios.

- Os hidrantes são pontos de tomada de


água simples ou duplos, contendo
válvulas, tampões, mangueiras e demais
acessórios.
- Eles devem ser posicionados nas
proximidades das portas externas,
escadas e/ou acesso principal a ser
protegido, no máximo a 10 m, em
posições centrais, mas fora das escadas
ou antecâmaras.

- O Sistema de Mangotinhos é muito


semelhante ao sistema de proteção por
Hidrantes. A diferença é que os
mangotinhos são constituídos de
mangueiras semirrígidas, diâmetro de 25
mm e esguicho regulável na ponta que
produz jato neblinado, mais eficaz no
combate de incêndio. Ele é de fácil
manuseio e já está montado.
Porém, sua instalação é mais cara e
exige mais pressão de água por isto é
pouco usado.

- Os hidrantes devem ser distribuídos de tal forma que qualquer ponto da área a ser
protegida seja alcançado por um esguicho, considerando-se o comprimento da(s)
mangueira(s) de incêndio através de seu trajeto real e desconsiderando-se o alcance do
jato. Para sistemas de hidrantes, deve-se preferencialmente utilizar lances de mangueiras
de 15 m, não sendo permitido lance superior a 20 m (vinte metros). Admite-se em alguns
casos, a união de duas mangueiras para ampliar a área de cobertura.
- Ambos os sistemas devem ser dotados de dispositivos de recalque, que pode ser
instalado na fachada principal da edificação, no muro da divisa com a rua ou no piso, com
a introdução voltada para a rua e para baixo em um ângulo de 45º e a uma altura entre
0,60m e 1,00m em relação ao piso do passeio da propriedade.

19
- Este hidrante de recalque ou válvula de
recalque deve ser instalado em local que
permita a aproximação da viatura
apropriada para o recalque da água, a
partir do logradouro público, para o livre
acesso dos bombeiros.

- Todo edifício deve ser dotado de “Reservatório de incêndio” que é um volume de água
destinado exclusivamente ao combate a incêndio. Este reserva deve ser prevista para
permitir o primeiro combate durante determinado tempo.
- O volume de água exigido exclusivamente para o combate de incêndio será de acordo
com a classificação da edificação pela ocupação e pela área total do edifício. (tabela 4 da
IT 17), mostrada a seguir.

Assim como os extintores, os hidrantes necessitam estar em locais com acesso


desimpedido para o caso de uma emergência.

20
5.6 - IT-18 - SISTEMA DE CHUVEIROS AUTOMÁTICOS (SPRINKLERS)
- Este sistema é formado por um conjunto integrado de tubulações, acessórios,
abastecimento de água, válvulas e dispositivos sensíveis à elevação de temperatura, de
forma a processar água sobre o foco de incêndio em uma densidade adequada para
extingui-lo ou controlá-lo em seu estágio inicial.

- Ele é formado por uma série de


chuveiros automáticos que são
dispositivos destinados a projetar água,
em forma de chuva e dotados de
elemento termo-sensíveis que são
acionados com a elevação de
temperatura.

- Por ser automático, ele tem demonstrado ser o melhor sistema de proteção de incêndio
disponível e que obteve maior êxito no combate ao incêndio em edificações.
- No Brasil a maioria se abre a uma temperatura de 68°C.
- São exigidos em edificações de grupo B para frente (comercial, serviço, etc.) quase
sempre em edificações com altura superior a 30 m, menos edifícios residenciais.
- Eles são compostos basicamente por:
 Corpo: parte do chuveiro automático que contém rosca, para fixação na tubulação;
 Defletor: componente destinado a quebrar o jato sólido;
 Obturador: componente destinado à vedação do orifício de descarga;
 Elemento Termo Sensível: componente destinado a liberar o obturador e com isso
fazer a água fluir contra o foco de incêndio.
- Os chuveiros automáticos podem ser instalados em várias posições, e para cada uma
delas tem um formato de defletor adequado. As posições mais encontradas nas
instalações podem ser classificadas em:
 Pendente: quando o chuveiro é projetado para baixo;
 Para cima: quando o jato é projetado para cima;
 Lateral: quando o jato é projetado para frente e para os lados.

- Os chuveiros automáticos são


acionados em temperaturas que variam
de 57˚C a 343˚C.
- A coloração do liquido do bulbo é
relacionada com a temperatura do
acionamento do dispositivo.
- No Brasil a maioria se abre a uma
temperatura de 68°C, bulbo vermelho.

- A área de abrangência de cada de cada chuveiro, depende do tipo de risco em que se


enquadra a construção, podendo variar de 8,00 a 12,00 m2.
- Ao contrário do que se imagina, cada chuveiro pode ser acionado independentemente
dos outros.

21
6.0 – ESTUDO DE DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE PREVENÇÃO E COMBATE
DE INCÊNDIO

Estudo de Caso 1:
• Terreno de 1.200,00 m2 (2 lotes de 15x40) numa ZC-1.
• Cliente quer fazer um Edifício Residencial com ocupação máxima.
• Para ZC temos coeficiente aproveitamento 7 ou seja, podemos construir
7x1200=8.400 m2
• Taxa de ocupação: T = 80% = 960,00 m2
D = 60% = 720,00 m2
- Poderíamos ter 4 apartamentos de 160,00 m2 aproximadamente (de 60,00 a 80,00 m2
para circulação vertical e horizontal)
- Com apartamento de 160,00 m2 é possível ter quatro quartos.
-Imaginemos 2 pavimentos de garagens no subsolo (não entra coeficiente de
aproveitamento), Térreo com Pilotis/lazer (não entra coeficiente de aproveitamento) e 12
pavimentos de apartamentos (tipo).
- 48 unidades (12 andares com 4 apartamentos por andar).

Definir:
1 - Quais as medidas de segurança deverão ser adotadas e dimensionadas para esta
edificação?
2 - Qual a largura útil do acesso e descarga final, das portas e das escadas?
3 - Que tipo e quantas escadas de emergência deverão ter a edificação?
4 - Haverá necessidade de antecâmara? Qual a dimensão mínima da antecâmara?
5 - Se houver dutos quais as suas dimensões e as dimensões das aberturas dos dutos
para a antecâmara?
6 - Quais as dimensões da caixa d`água incluindo a reserva de consumo (RC) e a reserva
de incêndio (RTI)?

Dados:
- Pavimento tipo com 700,00 m2 (4 unidades por pavimento de 4 quartos) = população de
36 pessoas p/pavimento (9 p/ unidade).
- A área máxima de ocupação do edifício seria: 2 subsolos garagem com 100% ocupação
(2.400,00 m2), pilotis com 80% ocupação (960,00 m2) e 12 pavimentos tipo (8.400,00
m2), totalizando 11.760,00 m2 de construção.
- Altura pé direito estrutural (piso a piso) de 3,00 m
- Altura da edificação para dimensionamento do sistema de incêndio é igual a altura do
térreo até o piso do último pavimento = 36,00 m (13 pavimentos – 1 – piso a piso).

Resolução:
Primeiro passo: Classificar a edificação pela tabela de “Classificação das edificações e
áreas de risco quanto à ocupação” do Decreto 46.595/2014
Grupo A – Residencial
Divisão A2 – Habitação Multifamiliar

22
1- As medidas de segurança a serem adotadas nesta edificação são tiradas da IT 01,
anexo A, tabela 2:
- Edificações do grupo a com área
superior a 1200 m2 ou altura superior a
12 m, - 30 < H ≤ 54:
- Acesso da viatura do corpo de
bombeiros até a edificação;
- Segurança Estrutural;
- Compartimentação Vertical
- Saídas de Emergência (largura e
posições de abertura e fechamento);
- Iluminação de Emergência;
- Alarme de Incêndio;
- Sinalização de Emergência;
- Extintores;
- Hidrantes e mangotinhos
- Controle de Materiais de acabamento e
de Revestimento

2) A largura útil do acesso e descarga final, das portas e das escadas? A partir da IT 08,
tabela 04, temos:
Para Edificação A-2, população p/ pavimento = 36 pessoas:
- O coeficiente de acessos e descargas (na rota de fuga) = 60
N=(P/C) = 36/60 = 0,6 = 1 unidade de passagem de 55cm, mas larguras mínimas de
saídas que devem ser adotadas como 1,10 m
- O coeficiente de Escadas e rampas (na rota de fuga) = 45; N=(P/C) = 36/45 = 0,8
unidade de passagem de 55cm, mas larguras mínimas de saídas que devem ser
adotadas como 1,10 m
- O coeficiente de Portas (na rota de fuga) = 60
N=(P/C) = 36/60 = 0,6 = 1unidade de passagem de 55cm = largura = 0,80m por uma
unidade de passagem, com N ≤ 1.

23
3 - Que tipo e quantas escadas de emergência deverão ter a edificação?
- Tirado da Tabela 6 da IT-8

O edifício em estudo possui 36 m e área do pavimento de 700,00 m2.


Pela tabela verificamos que altura maior ou igual a 30 m define o tipo de escada (PF) =
Escada enclausurada protegida de Fumaça.
Pela tabela verificamos: A2, área pavimento 700 m2 (< ou = 750 m2) altura 36 m
(30<H<54) = temos 1 escada PF = Escada enclausurada protegida de Fumaça.

4 - Haverá necessidade de antecâmara? Qual a dimensão mínima da antecâmara?


- Também tirado da IT-8
- Escada enclausurada a prova de fumaça pode ser acessada por antecâmara ou balcão
Caso usarmos antecâmara será necessário dutos de ventilação.
- A dimensão de uma antecâmara dependerá do projeto, mas deverá ter comprimento
mínimo de 1,80 m e ter as aberturas de entrada e saída de ar (dos dutos de ventilação)
situadas no máximo, a uma distância horizontal de 3,00 m, medida em planta, da porta de
entrada da escada e da porta de entrada da antecâmara respectivamente.
Caso optemos por balcão temos que observar principalmente a área mínima de ventilação
de 1,5 m2, podendo ser janela desde que assegure a ventilação permanente e a distancia
horizontal do guarda corpo a qualquer abertura do prédio ou as divisas do lote, de no
mínimo 5,00 m.

5 - As suas dimensões dos dutos de entrada e de saída e as dimensões das aberturas


dos dutos para a antecâmara são calculados da seguinte forma: Item 5.5.4 (Portas de
saídas de emergência) da IT-8
- Os dutos devem ter secção mínima calculada pela seguinte expressão: s = 0,105 x n,
onde: s = secção mínima, em m² e n = número de antecâmaras ventiladas pelo duto;
Desta forma S = 0,105x12 (12 pavtos tipo para o duto de saída, pois ele é fechado no
pilotis/térreo). S = 1,26 m2. Sua forma dependerá do projeto. Pode ser, por exemplo,
1,00x1,26 ou 0,60x2,10.

24
A dimensão das aberturas de entrada e saída de ar dos dutos para a antecâmara devem
ter área mínima de 0,84 m2 e quando retangular, obedecendo à proporção máxima de 1:4
entre suas dimensões.
- A dimensão das aberturas também depende do projeto, pois sua maior dimensão será
de acordo com a medida do duto que está encostado na antecâmara.

6 - Para dimensionar a caixa d`água incluindo a reserva de consumo (RC) e a reserva de


incêndio (RI) temos que calcular a população do edifício = 36 pessoas x 12 pavimentos =
432 pessoas.
- O consumo diário é de 200 litros/dia por pessoa.
Teremos 200x432=86.400 litros ou 86,4 m3, reserva para dois dias e teremos 86,4x2
=172,8 m3.
No reservatório superior podemos ter 40% deste volume = 69 m3. O restante no
reservatório inferior.
- O volume da reserva de incêndio é tirado na IT17, tabela 4 e definido de acordo com a
área total da construção. Observar o “Tipo 2” (Hidrantes)
Como a área da construção é de aproximadamente 12.000,00 m2 (intervalo de 10.001 a
15.000) a tabela define uma reserva de incêndio de 20 m3. Teremos então 69+20=89 m3
no reservatório superior.

Reservatório com volume e dimensões bastante significativos que influenciam


consideravelmente na volumetria do edifício. Naturalmente sua forma dependerá do
projeto, mas deverá levar em com a área disponível (geralmente da caixa de escada) pela
altura necessária.

25
Estudo de Caso 2

Dados da construção
• Edifício Medical Center
• Características da Edificação:
- 19 pavimentos, sendo um subsolo/garagem com 1.100,00 m2, pavimento térreo
com lojas, portaria e garagens com 959,00 m2, pilotis com garagem (imediatamente
acima do pavimento térreo) com 889,00 m2 e 16 pavimentos com 527,00 m2;
- Pavimento tipo com 4 salas comerciais de 105,00 m2;
- Pé direito estrutural – 3,50 m em todos os pavimentos.
Definir:
1 - Quais as medidas de segurança deverão ser adotadas e dimensionadas para esta
edificação?
2 - Qual a largura útil do acesso e descarga final, das portas e das escadas?
3 - Que tipo e quantas escadas de emergência deverão ter a edificação?
4 - Haverá necessidade de antecâmara? Qual a dimensão mínima da antecâmara?
5 - Se houver dutos quais as suas dimensões e as dimensões das aberturas dos dutos
para a antecâmara?
6 - Quais as dimensões da caixa d`água incluindo a reserva de consumo (RC) e a reserva
de incêndio (RTI)?

Primeiro passo: Classificar a edificação pela tabela de “Classificação das edificações e


áreas de risco quanto à ocupação” do Decreto 46.595/2014

Calcular dados:

- População por pavimento =


Tabela 4 da IT-8 D-1
Pavimento tipo com 4 salas
comerciais de 105,00 m2 cada.
(105/7) x 4 = 60 pessoas/pavto

26
- Área total da edificação – Subsolo 1100,00, térreo 959,00, pilotis 889,00, tipo 527,00x16
= área total 11.380,00 m2 de construção.
- Altura pé direito estrutural (piso a piso) de 3,50 m
Altura da edificação para dimensionamento do sistema de incêndio é igual a altura do piso
térreo até o piso do último pavimento (18 pavimentos – 1) 17x3,50 = 59,5 metros.

1) As medidas de segurança a serem adotadas nesta edificação são tiradas da IT 01,


anexo A, tabela 5 - Ver D-1, altura acima de 54 (59,5 m)

2) A largura útil do acesso e descarga final, das portas e das escadas? A partir da IT 08,
tabela 01, temos:
Para Edificação D-1, população p/ pavimento = 60 pessoas:
- O coeficiente de acessos e descargas (na rota de fuga) = 100
N=(P/C) = 60/100 = 0,6 = 1 unidade de passagem de 55cm, mas larguras mínimas de
saídas que devem ser adotadas como 1,10 m
- O coeficiente de Escadas e rampas (na
rota de fuga) = 45; N=(P/C) = 60/60 = 1,0
unidade de passagem de 55cm, mas
larguras mínimas de saídas que devem
ser adotadas como 1,10 m
- O coeficiente de Portas (na rota de
fuga) = 100
N=(P/C) = 60/100 = 0,60 = 1unidade de
passagem de 55cm =
largura = 0,80m por uma unidade de
passagem, com N ≤ 1.

27
3 - Que tipo de escada de emergência deverá ter a edificação?
Tirado da Tabela 6 da IT-8
Cruzamos as informações de classificação, área do pavimento e altura da edificação.
Ocupação D, área do pavimento 527< 750 m2 e altura 59,5 acima de 54 m define o tipo
de escada (PF) = Escada enclausurada protegida de Fumaça.

4) Haverá necessidade de antecâmara? Qual a dimensão mínima da antecâmara?


Também tirado da IT-8.
- Escada enclausurada a prova de fumaça pode ser acessada por antecâmara ou balcão
Quando usamos antecâmara serão necessários dutos de ventilação.
- A dimensão de uma antecâmara dependerá do projeto, mas deverá ter comprimento
mínimo de 1,80 m e ter as aberturas de entrada e saída de ar (dos dutos de ventilação)
situadas no máximo, a uma distância horizontal de 3,00 m, medida em planta, da porta de
entrada da escada e da porta de entrada da antecâmara respectivamente.
Quando se opta por balcão temos que observar principalmente a área mínima de
ventilação de 1,5 m2, podendo ser janela desde que assegure a ventilação permanente, a
distância horizontal do guarda corpo a qualquer abertura do prédio de no mínimo 3,00 m e
a distancia de 1/3 da altura (20 m) das divisas do lote. Neste caso pode-se usar a
ressalva que reduz esta distancia para 1/6 (10 m) porque a edificações possui chuveiros
automáticos.

5) As suas dimensões dos dutos e as dimensões das aberturas dos dutos para a
antecâmara são calculados da seguinte forma:
- Os dutos devem ter secção mínima calculada pela seguinte expressão: s = 0,105 x n ,
onde: s = secção mínima, em m² e n = número de antecâmaras ventiladas pelos dutos.
Desta forma S = 0,105x17 (16 pavtos tipo + pilotis) tanto para o duto de entrada quanto
para o duto de saída. S = 1,785 m2. Sua forma dependerá do projeto. Pode ser, por
exemplo, 1,00x1,80 ou 1,20x1,50.
- A dimensão das aberturas de entrada e saída de ar dos dutos para a antecâmara devem
ter área mínima de 0,84 m2 e quando retangular, obedecendo à proporção máxima de 1:4
entre suas dimensões.
- A dimensão das aberturas também depende do projeto, pois sua maior dimensão será
de acordo com a medida do duto que está encostado na antecâmara.
28
Por exemplo, num duto de 1,80x1,00 com o lado de 1,80 encostado na antecâmara
poderá ter uma abertura de 1,80x0,47 ou 1,60x0,525. Ambas mantém a proporção
máxima de 1:4 .
Quando o lado encostado na antecâmara é 1,00 poderíamos ter abertura de 1,00x0,84 ou
0,85x0,85. Proporções de 1:1,2 ou 1:1, ambas abaixo de 1:4.

6) Para dimensionar a caixa d`água incluindo a reserva de consumo (RC) e a reserva de


incêndio (RI) temos que calcular a população do edifício = 60 pessoas x 16 pavimentos (+
60 pessoas pelas lojas térreo-240 m2/4)= 1020 pessoas.
- O consumo diário é de 50 litros/dia por pessoa (comercio e escritórios)
temos 50x1020=51.000 litros ou 51,0 m3 . Calcular reserva para dois dias
temos 51x2 =102,0 m3. No reservatório superior podemos ter 40% deste volume = 40,8
m3. O restante no reservatório inferior.
- O volume da reserva de incêndio é tirado na IT17, tabela 4 e definido de acordo com a
área total da construção.
Observar os “Tipos 2 e 3” são para Hidrantes e o “Tipo 1” para mangotinho.
Como a área da construção é de aproximadamente 11.500,00 m2 (intervalo de 10.001 a
15.000) e carga de incêndio > 300MJ/m2 (IT-9), a tabela define uma reserva de incêndio
de 30 m3. Teremos então 40,8+30=70,8 m3 no reservatório superior. Reservatório com
volume e dimensões bastante significativos que influenciam consideravelmente na
volumetria do edifício. Naturalmente sua forma dependerá do projeto, mas deverá levar
em com a área disponível (geralmente da caixa de escada) pela altura necessária.

29
Unidade 2

CIRCULAÇÃO VERTICAL EM EDIFICAÇÕES

ELEVADORES

1 - INTRODUÇÃO:
Em 1800, os novos processos de produção de ferro e aço revolucionaram o mundo da
construção. Com vigas de metal como material de construção, os arquitetos e
engenheiros podiam levantar arranha-céus monumentais.
Mas essas torres seriam basicamente inúteis se não fosse por outra inovação da
tecnologia que veio ao mesmo tempo.
O elevador é o elemento crucial que torna prático viver e trabalhar dezenas de andares
acima do chão. As cidades modernas em todo o mundo dependem totalmente dos
elevadores.
Mesmo em prédios com poucos andares, os elevadores são essenciais para fazer os
escritórios e apartamentos acessíveis para pessoas com necessidades especiais.

2 - CONCEITO
O conceito de um elevador é incrivelmente simples: compõe-se apenas de um
compartimento ligado a um sistema de subida. Amarre um pedaço de barbante a uma
caixa e você terá um elevador básico.
Claro que a realidade e os elevadores de transporte são muito mais elaborados que isso.
Eles precisam de sistemas mecânicos avançados para lidar com o peso considerável do
carro do elevador e sua carga. Além disso, eles precisam de mecanismos de controle -
assim, os passageiros podem operar o elevador, e necessitam de dispositivos de
segurança para manter tudo correndo bem.

3 - NORMAS
As normas referentes aos equipamentos de transporte vertical são:
- NBR-5666: Elevadores Elétricos –Terminologia
- NBR NM-207: Elevadores de passageiros – requisitos de segurança para construção e
instalação
- NBR-5665: Cálculo de Tráfego nos Elevadores – Procedimento
- NBR-NM 195: Projeto, Fabricação e Instalação de Escadas Rolantes e Esteiras Rolantes

4 - MODELOS:
Além de elevadores de passageiros que conhecemos, existem outros equipamentos de
transporte vertical, tais como:
- Elevadores de carga - Monta cargas;
- Elevadores de Automóveis;
- Elevadores de maca
- Elevadores de deficientes- Plataforma Elevatória
- Elevadores para residências unifamiliares
- Elevadores panorâmicos de passageiros
Para o dimensionamento desses elevadores, diferentes cálculos e estudos são
realizados, sempre em função das características específicas de cada projeto.

30
5 - TIPOS:
Existem dois tipos principais de elevadores usados hoje
- Elevadores hidráulicos
- Elevadores elétricos
A poucos anos surgiu no mercado os Elevadores a vácuo.

5.1 - ELEVADORES HIDRÁULICOS


Nos sistemas de elevadores hidráulicos um carro é levantado usando uma bomba
hidráulica, um pistão dirigido por fluidos montados dentro de um cilindro.
5.1.1 - Vantagens deste sistema:
A principal vantagem dos sistemas hidráulicos é que eles podem facilmente multiplicar a
força relativamente fraca da bomba ao gerar mais força necessária para levantar o carro
do elevador.
5.1.2 - Desvantagens dos sistemas:

O principal problema é o tamanho do


equipamento. Para o carro do elevador
ser capaz de alcançar os andares mais
altos, você tem que fazer o pistão mais
longo e naturalmente um poço mais
profundo.
Devido estas desvantagens este sistema
tem sido pouco usado atualmente,
limitando a elevadores de carga, macas e
em edificações baixas.

5.2 - ELEVADORES A VÁCUO

Os elevadores a vácuo são uma invenção mais recente, sendo que os primeiros
exemplares começaram a ser comercializados apenas no final da década de 90. É usado
praticamente em residências. Esse tipo de equipamento realiza sucção do ar para causar
uma diferença de pressão e fazer o equipamento subir, lembrando o funcionamento de
uma seringa. Já a descida é normalmente realizada utilizando apenas a força gravidade e
aliviando a saída de ar.

5.2.1 - Vantagens deste sistema:


A grande vantagem destes equipamentos
é o fato de a própria câmara de vácuo do
equipamento servir como caixa de
corrida, além da rapidez na instalação.

5.2.2 - Desvantagens dos sistemas


A maior limitação desses equipamentos
é seu tamanho e capacidade
extremamente reduzidos. A maioria dos
modelos tem capacidade para uma única
pessoa, mas alguns possuem dimensões
de cabina que comportam 3 pessoas ou
uma cadeira de rodas. Outro problema é
que são extremamente barulhentos,
devido ao uso de compressores.
31
5.3 - ELEVADORES ELÉTRICOS
O design de elevador mais popular é o elevador elétrico. Nos elevadores elétricos, o carro
é levantado e abaixado pela tração dos cabos de aço em vez de ser empurrado de baixo
para cima. Os cabos são ligados ao carro do elevador e presos a uma roldana, que é
conectada em um motor elétrico.
Os cabos que levantam o carro também estão conectados a um contrapeso, que fica no
outro lado da roldana.
Tanto o carro do elevador quanto o contrapeso andam em trilhos dos lados do cabo do
elevador.

5.3.1 - Esquema Básico de Funcionamento do Elevador Elétrico

- Eles são compostos então por perfis e


painéis metálicos e componentes
eletrônicos.
Estes são instalados:
- na casa de máquinas do edifício;
- na caixa de corrida que possui
fechamento de alvenaria ou concreto por
onde é realizado o transporte vertical;
- no poço que é o espaço embaixo do
primeiro piso atendido pelo elevador.

Recentemente os elevadores passaram


por uma pequena mudança, mas gerou
grandes modificações. Foi desenvolvido
uma fita de material emborrachado com
centenas de cabinhos internos que
substituiu os cabos de aço. Com isto foi
possível diminuir a polia de tração e
consequentemente ganhar espaço na
caixa.
A mudança tornou os elevadores mais
espaçosos internamente, com menos
desgaste, menor ruído e produziu uma
enorme redução da casa de máquinas.

32
Na Casa de Máquina são instalados:
- Máquina de tração: responsável pelo
movimento de subida e descida do
elevador;
- Limitador de velocidade: mecanismo no
piso da casa de máquina, constituído
basicamente de polia, cabo de aço e
interruptor e travas
- Painel de controle: responsável por
estabelecer a prioridade e o sentido do
atendimento
A Caixa de Corrida é composta por:
- carro: união entre plataforma
(armação em aço), constituídas por
duas longarinas e cabeçote (superior e
inferior), e uma cabina montada sobre
esta plataforma em armação metálica.
- contrapeso: Formado por longarinas e
cabeçotes, onde são fixados pesos de
concreto, polias e cabos.
- guias: por onde deslizam a cabina e o
contrapeso
- Portas, boteiras de chamadas,
indicadores eletrônicos
No Poço (ou fosso) são instaladas:
- Molas pára-choques: servem para
amortecer o impacto do elevador no poço
no caso de acidente. Elas são instaladas
sobre bases de concreto, executadas no
fundo do poço.
Os elevadores mais modernos estão
substituindo os cabos de aço pela fita.
Vantagem: menos desgaste, menor ruído
e redução sensível da casa de máquinas.

6.0 - CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DOS ELEVADORES


As características básicas que definem o elevador de passageiro são:
- velocidade nominal
- lotação da cabina
A determinação da velocidade e da capacidade dos elevadores de um edifício é feita
através do seu cálculo de tráfego
A grande maioria dos edifícios residenciais são bem atendidos por elevadores com:
- velocidade situada na faixa de 0,75-1,00m/s;
- capacidade de 6 ou 8 pessoas.

33
7.0 - OBRAS CIVIS - Exigências da NBR NM-207:
7.1 - Casa de Máquinas

- Não devem conter dutos, cabos ou


dispositivos que não sejam relacionados
com elevadores;
- Devem ser providas de ganchos
instalados no teto para levantamento de
equipamentos pesados durante a
montagem e manutenção do elevador;
- Devem ter ventilação natural cruzada ou
forçada;
- Sua área deve ser sempre maior que o
dobro da área da Caixa.

7.2 – Caixa
- As paredes devem ser constituídas de elevador, acrescido do espaço livre
material incombustível, formando uma superior e inferior.
superfície lisa;
- Quando houver distancia superior a 11
m entre paradas consecutivas, devem
existir portas de emergência na Caixa;
- Iluminação a cada 7m ao longo do
percurso;
- Na parte superior deve existir abertura
de ventilação, com área igual a 1% da
área de seção horizontal da Caixa.
- Cuidado especial deve ser tomado com
a prumada do edifício.
- Quanto mais alto for o prédio, maior
cuidado deverá existir por parte do
construtor, pois a possibilidade de
desvios aumenta com a altura. É
aceitável desvio de 1,5cm de cada lado,
considerando todo o percurso do

7.3 – Poço
- Deve existir acesso ao fundo do Poço; - A profundidade é variável de acordo
- Entre os Poços de elevadores com o equipamento instalado.
adjacentes deve existir parede divisória,
ou proteção de chapa metálica ou tela de
arame;
- Em cada Poço deve existir um ponto de
luz, de forma a assegurar a iluminação
mínima;
- Não deve existir no Poço qualquer
equipamento que não faça parte do
elevador;
- O poço deverá ser impermeável,
fechado e aterrado, e nele não deverá
existir qualquer obstáculo que dificulte a
instalação dos parelhos do elevador;
34
8.0 – DIMENSIONAMENTO DAS CAIXAS
O dimensionamento da caixa do elevador tem relação direta com o tipo de porta.
8.1 – Tipos de Portas
Os tipos de portas para elevadores de passageiros são as seguintes:
- Pavimento : Eixo Vertical (EV) – usado em prédios resididenciais
Abertura Lateral (AL)
Abertura Central (AC)
- Cabine : Abertura Lateral (AL)
Abertura Central (AC)
Por exigência da NBR-7192, as dimensões mínimas para as portas são 0,80m de largura
por 2,00m de altura.
A porta da cabina é acionada por um operador elétrico, instalado sobre a mesma. As
portas de pavimento AL e AC abrem e fecham simultaneamente com a da cabina, através
de um engate mecânico. A porta EV é aberta manualmente e fecha-se automaticamente.
OBS: Atualmente, a porta de Eixo Vertical (EV) não está sendo mais usada
8.2 – Combinações de Portas
As combinações possíveis são as seguintes:
- Porta da cabine: AL
- Porta do pavimento:EV
Esta combinação é usada em prédios residências, onde o fluxo de pessoas é
relativamente pequeno.
O sentido de abertura da porta EV tem de ser o mesmo em todos os andares, pois os
trincos devem estar na mesma prumada.
- Porta da cabine: AL
- Porta do pavimento: AL
O tempo de abertura e fechamento da combinação de portas AL-AL é inferior ao da
combinação AL-EV. Além disso, essa combinação faz que se torne mais difícil que
pessoas fiquem segurando a porta do pavimento com perda de tempo. Por esses motivos,
é utilizada em prédios onde há grande fluxo de tráfego.
A área exigida para a caixa é maior que a combinação anterior (AL-EV).
- Porta da cabine: AC
- Porta do pavimento: AC
Os mesmos comentários feitos para a combinação AL-AL servem para AC-AC.
Esta possui a vantagem de proporcionar um tempo de abertura e fechamento ainda mais
rápido, melhor aproveitamento da área da Caixa e maior beleza estética ao Hall.
Entretanto, exige dimensão de frente da Caixa superior a combinação AL-AL, para portas
com a mesma largura.
Em edifícios residenciais, a largura usual das portas é de 0,80m, entretanto os edifícios
comerciais e de serviço devem ter portas com largura superior que esta, visando dar
maior velocidade à entrada e saída de passageiros.
O dimensionamento das Caixas dos elevadores é feita em função da capacidade, da
velocidade, do tipo de portas e da localização do contrapeso.
A Tabela abaixo nos fornece as medidas das caixas de acordo com as medidas das
cabinas e o tipo e dimensão das portas.
Esta tabela foi obtida de um fabricante de elevador, podendo haver pequenas variações
nas medidas de um fabricante para outro.

35
8.3 – Localização e posicionamento dos elevadores
Tão essencial quanto a sua boa localização dentro do prédio é a posição relativa de cada
um dos elevadores dentro do grupo.
Os elevadores devem ser colocados de tal forma que a distância entre eles seja mínima.
Distância excessiva entre os carros de um grupo resulta em um maior tempo na parada
do elevador, pela maior demora dos passageiros em alcançá-lo, reduzindo a eficiência da
instalação.
O arranjo lado ao lado é sempre o melhor, independente da quantidade. Os passageiros
vendo todos os dois carros ao mesmo tempo, reagem imediatamente à chegada de um
deles. È certo que nem sempre é possível este posicionamento, principalmente para uma
grande quantidade de elevadores.
A solução de carros frente a frente pode ser considerada satisfatória, mas implicará
sempre em corredores mais largos.
As larguras mínimas para as diversas combinações são:
2 carros em linha – 1,5 m
2 carros frente a frente – 1,8 m
3 carros em linha – 2,00 m
3 carros frente a frente (2 de frente a1) – 2,20 m
4 carros em linha – 2,60 m
4 carros, 2 de frente para 2 – 2,80 m
5 ou 6 carros – 3 de frente para 2 ou 3 – 3,00 m
7 a 8 carros – 4 de frente para 3 ou 4 – 3,30 a 5,00 m
Deve-se sempre evitar situações de afunilamento dos halls que dificultem a circulação ou
movimentação dos passageiros.
36
9.0 – CÁLCULO DE TRÁFEGO

Calculo de tráfego é a sistemática de


cálculo que permite avaliar se a
quantidade de elevadores e a área das
Caixas previstas durante o
desenvolvimento de um projeto serão
satisfatórias para proporcionarem um
transporte vertical adequado ao fluxo de
pessoas do edifício. É indispensável para
a fixação as especificações básicas do
elevador e o número de unidades.
A norma NBR-5665 – Cálculo de Tráfego nos Elevadores, da ABNT, estabelece as
condições mínimas a serem observadas no tráfego das instalações de elevadores de
passageiros.
A sistemática de cálculo permite avaliar:
- A quantidade e capacidade dos elevadores.
- A velocidade mínima para atender ao tráfego do edifício.
Para que se possa efetuar o cálculo, as seguintes variáveis deverão ser conhecidas:
- População do prédio (número total de pessoas)
- Número de paradas dos elevadores (nº pavtos)
- Percurso dos elevadores (distancia em metros)
- Tipos de portas dos elevadores (lateral, central)
- Capacidade das cabinas (nº pessoas p/ cabine)
- Velocidade dos elevadores (metros por segundos)
- Quantidade de elevadores (número de elevadores)
“O objetivo de qualquer cálculo de tráfego é saber se os elevadores podem
transportar uma porcentagem mínima da população do edifício (tabela item 5.2 da
NBR-5665) em 5 minutos.”

EXEMPLO DE CÁLCULO DE TRÁFEGO / INTERVALO DE TRÁFEGO


(EXERCÍCIO)
Quando vamos fazer um calculo de tráfego e intervalo de tráfego temos que separar:
- os dados do prédio que iremos fazer o cálculo
- os dados do elevador que estamos pretendendo usar
- cruzar estes dados, definindo tempos. A soma destes tempos será o tempo total de
viagem. Quando dividimos cinco minutos pelo tempo total de viagem teremos quantas
viagens o elevador fará nestes cinco minutos e cruzando com a capacidade da cabine do
elevador teremos a “Capacidade de Transporte”. A “Capacidade de Tráfego” será a soma
das capacidades de transporte da bateria de elevadores que o edifício possui.
O “Intervalo de Tráfego” é o tempo máximo que devemos esperar por um elevador.
Edifício Residencial (igual ao estudo casos prevenção de incêndio).
Composição:
- 2 pavimentos de subsolo para garagem, térreo com portaria salão de festas, área de
lazer e 17 pavimentos residenciais = 20 paradas, distância de piso a piso 3,00m, 4
apartamentos por andar, cada um com 4 dormitórios e 1 de serviçal.
- Pretende-se especificar 2 elevadores com lotação da cabina de 8 pessoas e porta com
0,8m de largura, abertura lateral (AL) e velocidade de 1,5 m/s.
37
9.1 - Cálculo da População do prédio
Para calcular a população usamos a seguinte tabela 1 (tirada da NBR- 5665)
Composição :
a) escritório de uma única entidade - 1 pessoa por 7m2 de sala
b)escritórios em geral e consultório - 1 pessoa por 7m2 de sala
c) apartamentos - 2 pessoas por 1 dormitório;
- 4 pessoas por 2 dormitórios;
- 5 pessoas por 3 dormitórios;
- 6 pessoas por 4 dormitórios ou mais;
- e 1 pessoa por dormitório de serviçal
d) hotéis - 2 pessoas por dormitório
e) hospitais - 2,5 pessoas por leito
f) restaurantes - 1 pessoa por 1,5m2 de salão de refeições
g) escolas, salas de aula - 1 pessoa por 2 m2
sala de administração - 1 pessoa por 7m2
h) edifícios garagem com
rampas e sem manobristas - 1,4 pessoas por vaga
i) lojas e centros comerciais - 1 pessoa por 4m2 de loja
Obs.: Podem ser computados 50% da população do pavimento acima ou abaixo do
pavimento de acesso, desde que estes estejam situados no máximo a 5m em
relação ao pavimento de acesso.

No nosso caso, Edifício Residencial, a relação será a letra c apartamentos.


- Temos 6 pessoas p/ 4 dormitórios + 1 serviçal = 6+1=7 pessoas por apartamento;
- 4 apartamentos por andar e 17 andares – 7x4x17=476
- Obs: no andar acima do acesso computar 50% pessoas
- População Total = (7x4x16) + (1/2x7x4) = 462 pessoas
O nosso exercício tem dois objetivos:
- O Cálculo de Tráfego
- O Intervalo de Tráfego

1º OBJETIVO - CÁLCULO DE TRÁFEGO


Transportar no mínimo uma determinada porcentagem da população total em cinco
minutos.
Esta porcentagem é definida na tabela a seguir, (pela mesma NBR 6556) de acordo com
o tipo de edifício ou seja, sua ocupação.

a) escritório de uma única entidade - 15%


b)escritórios em geral e consultório - 12%
c) apartamentos - 10%
d) hotéis - 10%
e) hospitais
-quando houver tubo de queda para roupa e lixo
e monta-carga para serviço de nutrição - 8%
-quando não houver estas condições - 12%
f) restaurantes - 6%
g) escolas - 12%
h) edifícios garagem com rampas e sem
Manobristas - 10%
i) lojas e centros comerciais - 10%

38
2º OBJETIVO - INTERVALO DE TRÁFEGO
O Intervalo de tráfego admissível é o tempo máximo que um passageiro deve esperar por
um elevador.
OBS: Em edifícios de apartamentos (Residenciais) não existe a exigência de intervalo de
trafego admissível (NBR 5665)
Em outras edificações ver tabela abaixo:

RESUMO DE DADOS DO PRÉDIO E OBJETIVOS


- População total- 462 pessoas
- Número de Paradas – total andares – 20 paradas
- Percurso – 3,00 (PE)x 19 pavtos (piso/piso) – 57 m
- Mínimo a ser transportado em 5 minutos = 10% (para edifícios residenciais) = 462 x 0.10
= 46,2 = 47 pessoas
- Intervalo de tráfego = Para edifícios residenciais não existe exigência

9.2 - Dados dos Elevadores


-Unidades do grupo: é a qtde de elevadores prevista - (2)
- Capacidade: é a lotação máxima de passageiro da cabina, subtraída uma pessoa se
houver ascensorista – (8)
- Tipos de portas: é a indicação do tipo de porta de pavimento escolhida: AL (abertura
lateral)
- Abertura livre - (m): é a indicação da dimensão da largura da porta (80 cm)
- Paradas prováveis: o nº de paradas prováveis que o elevador pode efetuar em uma
viagem. Ela é definida em função da capacidade da cabina e quantidade de pavimentos.
A formula usada para este cálculo é N = P – (P - 1) x (P – 2 / P - 1) elevado a “c”
Onde: N = no de paradas prováveis;
P = no de paradas do elevador;
c = lotação da cabina, excluindo ascensor.
Mas a NBR nos indica uma tabela que pode ser usada no lugar desta fórmula:

39
- O número de paradas prováveis usando a tabela será: capacidade cabine - 8 pessoas e
20 paradas = (7,67)
- Velocidade (m/s) é a velocidade do elevador. Esta velocidade é um dado do problema,
mas podemos verificar se esta indicação é coerente para o tipo de edificação e pela altura
da edificação na tabela abaixo:

Velocidade recomendadas para Velocidade recomendadas para


edifícios residenciais edifícios não residenciais

Percurso (m) Velocidade (m/s) Percurso (m) Velocidade (m/s)


Até 29 De 0,75 s 1,00 Até 17 De 0,50 a 1,00
De 30 a 44 De 1,00 a 1,50 De 18 a 29 De 1,00 a 1,75
De 45 a 59 De 1,25 a 2,00 De 30 a 44 De 1,75 a 2,50
De 60 a 74 De 1,75 a 2,50 De 45 a 59 De 2,50 a 3,50
De 75 a 90 De 2,50 a 3,50 De 60 a 74 De 3,50 a 4,00
De 75 a 89 De 4,00 a 5,00
De 90 a 150 De 5,00 a 6,00
Acima de 150 De 6,00 a 8,00
Desta forma podemos verificar que a velocidade definida no problema está compatível
com a altura do Edifício.
40
RESUMO DE DADOS DO ELEVADOR
- 2 elevadores
- Capacidade 8 pessoas
- Tipo de porta – AL abertura lateral
- Abertura Livre – 80 cm
- Número de paradas prováveis é dado pela fórmula - 7,67
- Velocidade - 1,50 m/s (velocidade recomendada para edifícios de altura de 45 a 59 m

9.3 - Tempos Adotados (em segundos)


Os tempos adotados são tempos relacionados com os dados dos elevadores.
Quanto tempo um elevador demora em parar e arrancar em um determinado andar,
quanto tempo uma porta demora em abrir e fechar e quanto tempo os passageiros
demoram em entrar e sair de um elevador. Eles são 3 e definidos da forma abaixo:
9.3.1 - TA-1 - Aceleração e retardamento: é obtida em função da velocidade do elevador:
Velocidade (m/s) Tempo por parada
0,75 2,5
1,00 3,0
1,25 3,0
1,50 3,5
1,75 4,0
2,00 4,5
2,50 5,5
Acima de 2,50 6,0
9.3.2 - TA-2 - Abertura e fechamento de portas: é definido em função do tipo de porta.
- Abertura Central: 3,9 s;
- Abertura Lateral: 5,5 s;
- Abertura de Eixo vertical: 6,0 s (fora de uso)
9.3.3 – TA-3 - Entrada e saída de passageiros: é definido em função da abertura livre da
porta.
-Abertura menor que 1,10m: 2,4s;
- Abertura maior ou igual a 1,10m: 2,0
RESUMO DE TEMPOS ADOTADOS
TA1- O tempo de aceleração e de retardamento - 3,5 segundos
TA2 - O tempo de abertura e fechamento da porta – 5,5 segundos
TA3 - O tempo de entrada e saída de passageiro – 2,4 segundos

9.4 - Tempos Totais Calculados


Os tempos calculados são tempos do cruzamento dos tempos adotados (dados do
elevador) com os dados do edifício. Eles são 4 e definidos pelas formulas abaixo:
9.4.1 - T1-: Percurso total é o tempo gasto pela cabina para percorrer o percurso, de ida e
volta, sem parar em nenhum pavimento.
- Sendo S o percurso (em metros) e V a velocidade do elevador (em metros por seg.)
- T1 = 2S / V = tempo de percurso total
T1 = 2x57m:1,5 m/s= 76 segundos
9.4.2 – T2 - Aceleração e retardamento é o tempo gasto nas operações de aceleração e
desaceleração durante todo o percurso.
- T2 = ½ x [número de paradas prováveis x tempo de aceleração e retardamento de cada
parada (TA1)]
T2 = ½ (7,67 x 3,5 s) = 13,42 segundos

41
9.4.3 – T3 - Abertura e fechamento de portas é o tempo gasto nas operações de abertura
e fechamento em todo o percurso.
- T3 = (número de paradas prováveis) x [tempo de abertura e fechamento das portas de
cada parada (TA2)]
T3 = (7,67 x 5,5 s) = 42,19 segundos
9.4.4 – T4 - Entrada e saída de passageiro é o tempo gasto para a entrada e saída de
passageiros da cabina durante todo o percurso
- T4 = capacidade da cabina (excluído o ascensorista) x [tempo de entrada e saída de
cada passageiro (TA3)]
T4 = (8 x 2,4s) = 19,2 segundos
RESUMO DOS TEMPOS TOTAIS CALCULADOS
- T1 = 2S / V = 2xPercurso/Velocidade - T1= 76 s
- T2 = ½ (7,67 x 3,5) = 13,42 s
- T3 = (7,67 x 5,5) = 42,19 s
- T4 = (8 x 2,4) = 19,2 s
9.5 – Tempo total de viagem (T)
Para se obter o tempo total de viagem devemos somar os tempos totais calculados e
acrescer a esta soma 10% da soma de T3 e T4. Desta forma teremos:
9.5.1- Soma total parcial - é a soma dos tempos totais calculados: Percurso total (T1);
aceleração e retardamento (T2), abertura e fechamento de portas (T3) e entrada e saída
de passageiros (T4) = (T1+T2+T3+T4) = (76+13,42+42,19+19,2) = 150,81 s
9.5.2 – Adicional - 0,1x(T3 + T4) é igual a 10% da soma dos tempos de abertura e
fechamento de portas (T3) e de entrada e saída de passageiros.
(T4) = 0.1x(42,19+19,2) =6,14 s
Tempo total de viagem = (150,81+6,14) = 156,95 s
9.6 - Capacidade de transporte (Ct)
A capacidade de transporte é a
quantidade de pessoas que serão
transportadas em 5min (300s) por um
elevador.
- Ct = (300 x C : T) = C1;
onde: Ct é a capacidade de transporte;
C = capacidade da cabina
(excluindo ascensorista);
T = tempo total da viagem (em
seg.)
- Ct = 300s x 8 :156,95s = 15,29 = 16
pessoas

9.7 - Capacidade de Tráfego (CT)

A capacidade de tráfego será a soma da


capacidade de transporte de cada
elevador, ou seja, será a quantidade de
pessoas transportadas em 5 minutos por
toda a bateria de elevadores.
- CT= n x Ct (desde que os elevadores
possuírem as mesmas características)
- CT=2 x 16 = 32 pessoas
42
9.8 – Intervalo de tráfego ( I )

O Intervalo de tráfego é o tempo total de


viagem (T), dividido pelo nº de carros:
I = T/n onde:
I é o intervalo de tráfego;
T = tempo total de viagem ( seg.)
e n = n° de elevadores do grupo.
I = 157/2 = 78,5 segundos

9.9 – Conclusão:
De acordo com o nosso dimensionamento devemos verificar se a capacidade de tráfego
pode retirar a porcentagem exigida de pessoas em 5 minutos. – 1º Objetivo
No nosso caso o percentual era de 47 pessoas. Verificamos que os elevadores tem a
capacidade de retirar apenas 32 pessoas em 5 minutos, logo não atendeu a exigência.

O 2º Objetivo é verificar se o intervalo de tráfego é coerente com o estipulado na tabela 4


apresentada no início (no nosso caso não existe exigência – Edifícios Residenciais).

Assim concluímos que dois elevadores com capacidade de 8 pessoas e velocidade 1,50
não atende ao nosso caso. Teríamos então que aumentar a capacidade do elevador ou a
velocidade, ou ambos e repetir todos os cálculos.
Na maioria dos casos aumenta-se a velocidade, para não aumentar as dimensões da
caixa.

43
MONTA CARGAS
- O Monta carga é um equipamento para
o transporte vertical, específico de
cargas, sendo proibido para transportar
pessoas.
- É um equipamento apropriado para o
transporte de pequenas cargas com
máquinas que podem transportar de 30
até 300 kg, dependendo do fabricante.
- São ideais para o transporte de
pequenas cargas em lojas, restaurantes
e residências.
- Sua velocidade é relativamente
reduzida, podendo variar de 13 a 33
m/min, ou 0,22 a 0,55 m/seg dependendo
do fabricante e da capacidade.
-As dimensões máximas da cabine,
permitidas pela norma são
1,00x1,00x1,20 (l / p / a).
- A norma empregada na fabricação de
monta cargas é a NBR 14712.
- Geralmente eles podem ser montados
em caixa de alvenaria ou torre metálica.

- Seu sistema de funcionamento é semelhante ao de um elevador comum, com trilhos


guias, contrapeso e motor a tração.
- Como se caracteriza por apresentar medidas compactas, pode ser utilizado facilmente
em projetos novos ou instalá-los em prédios existentes com adaptações mínimas dos
locais. Tem a peculiaridade de poder instalar o motor no nível inferior do sistema ou na
parte superior, como é mais comum. Outra vantagem é que podem ser desenvolvidos
para entradas na mesma prumada ou instalações de entradas opostas, sem modificações
de medidas.

- Suas portas podem ser do sistema eixo


vertical ou do tipo guilhotina.
- Como os elevadores, os fabricantes
fornecem tabela com as medidas das
caixas de acordo com as medidas das
cabinas, o tipo e dimensão das portas e a
velocidade.

44
ESCADAS ROLANTES
Introdução:
- A escada rolante é uma das maiores e mais caras máquinas que as pessoas usam de
forma regular, contudo é também uma das mais simples.
- A escada rolante é um sistema de transporte de pessoas no qual uma corrente de
degraus, movidos por um motor elétrico de alta velocidade, transporta uma série de
degraus de metal ao redor de um plano inclinado.
- As primeiras escadas rolantes eram conhecidas por uma variedade de nomes, incluindo
"escadaria viajante", "elevador inclinado" e "escada mágica".
- O primeiro projeto de escada rolante foi apresentado por Charles Seeberger por volta de
1900 e foi instalado na cidade de Nova York .

- Com velocidade controlada e uniforme,


a escada rolante moderna proporciona
um método de transporte bastante
eficiente, para um grande número de
pessoas, entre dois pavimentos de um
edifício.
- A velocidade da escada rolante varia de
27 a 55 metros por minuto. Uma escada
rolante se movendo a 44 m por minuto
pode transportar mais de 10 mil pessoas
por hora, muito mais do que um elevador
comum.

- Consiste, em sua forma mais simples,


de uma série de degraus individuais
montados entre duas correntes sem fim
que se movimentam para cima ou para
baixo dentro de uma rígida estrutura de
aço.
- O componente principal de uma escada
rolante é o par de correntes que
envolvem os dois pares de engrenagens.
Um motor elétrico movimenta as
engrenagens de tração na parte de cima,
que, por sua vez, movimentam as
correntes.

- O conjunto do motor e das correntes fica acondicionado dentro da armação, uma


estrutura de metal entre dois assoalhos.
- Em vez de movimentar uma superfície plana, como em uma correia transportadora, as
correntes deslocam uma série de degraus. O que é mais interessante é o modo como
esses degraus se movem. À medida que as correntes se movimentam, os degraus estão
sempre nivelados. Na parte superior e inferior da escada rolante, os degraus se
encaixam, criando uma plataforma plana. Isso facilita subir ou descer da escada.
- Cada degrau na escada rolante tem dois conjuntos de rodas, que se movem em dois
trilhos separados. O conjunto superior (as rodas perto da parte de cima do degrau) é
conectado às correntes e é puxado pela engrenagem de tração na parte de cima da

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escada rolante. O outro conjunto de rodas simplesmente desliza ao longo do trilho,
seguindo o primeiro conjunto.
- Os trilhos são posicionados de forma que cada degrau sempre irá manter o mesmo
nível. Cada degrau tem uma série de ranhuras usadas para se encaixar com os degraus
que estão atrás e à frente dele à medida que a escada fica plana.
- Os corrimões móveis são feitos de camadas de lona e recobertos com capa de borracha
ou plástico. Cada corrimão é montado em anel contínuo, sobre guias em forma de T, ao
longo da parte superior da balaustrada, e se movimenta com a mesma velocidade dos
degraus

- A largura dos degraus pode variar de


0,60 m a 1,20 m (dependendo do
fabricante). Mais comuns são 60,80 e
100 cm.
- O ângulo de ascensão que, geralmente,
varia de 30 a 35 graus, e o desnível
máximo da maioria dos modelos é de 6m.
- As escadas rolantes são muito usadas
em Shoppings Center, Estações de
Metros, etc.
- São comuns também em áreas
externas.

Tecnologia:
Atualmente já existe no Japão escadas
rolantes para cadeirantes.
Acionasse um mecanismo que mantem
três degraus juntos formando uma
pequena plataforma que sobe na mesma
velocidade dos outros degraus.

ESTEIRAS ROLANTES
- São sistemas de transporte muito parecidas com as das escadas rolantes, exceto pelo
fato de não possuírem degraus. Podem ser planas ou inclinadas.

- As esteiras foram desenvolvidas para


facilitar o transporte de pessoas em
shopping centers, supermercados,
aeroportos e estações de metro.
- Podem ser completamente planas ou
inclinadas.
- Aceitam inclinação de 10 até 12%
- Desnível máximo mais comum é de
7,5m.
- Assim como as escadas rolantes podem
ser usadas em ambientes internos ou
externos

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Unidade 3

CONDICIONAMENTO DE AR
1 - CONCEITO
Climatização ou condicionamento do ar é o processo de tratamento do ar por meio de
aparelhos, buscando um controle simultâneo de temperatura, umidade, pureza e
distribuição, com o objetivo de criar condições adequadas ao bem estar, para satisfazer
as necessidades e o conforto em um determinado espaço ou ambiente fechado.
2 - USOS PRINCIPAIS:
- Para conforto – usado para satisfazer as necessidades de conforto em ambientes
ocupados pelos seres humanos ou animais;
- Condicionamento de ar industrial – usado para satisfazer as necessidades de um
processo ou de um produto.
- Controle bactericida – usado em UTIs hospitalares visando controle de assepsia e
controle de agentes infecciosos.

3 - HISTORICO:
Durante séculos, o homem tentou livrar-se do calor utilizando ventiladores, gelo e vários
outros métodos em tentativas inúteis.
Enquanto muitos reclamavam do calor e poucos pensavam em uma solução, Willys
Carrier um jovem engenheiro norte-americano inventou um sistema que controlava o
clima.
Em 1902, Willys Carrier desenvolveu esse mecanismo para ajudar uma indústria de
publicações de Nova York que estava tendo problemas na impressão de trabalhos
durante os verões. O papel absorvia a umidade do ar e se dilatava. As cores impressas
em dias úmidos não se alinhavam, gerando imagens borradas e obscuras.
Carrier teorizou que poderia retirar a umidade da fábrica pelo resfriamento do ar.
Desenhou, então, uma máquina que fazia circular o ar por dutos artificialmente resfriados.
Este processo, que controlava a temperatura e a umidade, foi o primeiro exemplo de
condicionamento de ar contínuo por processo mecânico, ou seja, a primeira aplicação
prática do ar condicionado atual. O ar-condicionado tirava a umidade do ar, mas também
refrescava as pessoas.
Em 1914 Carrier instalou o primeiro ar-condicionado residencial em uma mansão em
Minneapolis. Carrier também instalou o mecanismo em um hospital que ajudou reduzir a
morte de bebês prematuros.
A partir da década de 1920, o ar condicionado começou a se popularizar nos Estados
Unidos. Foi colocado em diversos prédios públicos, tais como a Câmara dos Deputados, o
Senado Americano, os escritórios da Casa Branca.
Os proprietários de cinemas perceberam que o ar-condicionado também poderia ajuda-
los, pois nos verões as salas ficavam tão quentes que ficava impraticável seu
funcionamento, obrigando-os até o fechamento de muitas delas durante esta estação.

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4 – CONTEXTO ATUAL:
Naquele inicio Século XX, o condicionamento de ar era quase uma exclusividade da área
industrial.
A princípio ele foi desenvolvido
prioritariamente para melhorar a
operação de equipamentos. Depois se
percebeu que ele também melhorava o
conforto ambiental dos trabalhadores e
nestes locais os erros na produção
diminuíam e a produtividade aumentava
significativamente. Esta observação foi o
impulso que faltava para alavancar o uso
comercial do condicionamento de ar.

O ar condicionado residencial só começou a ter uso significativo no final do Século XX,


com o aumento da produção e baixa dos preços.
Nas construções de grandes edifícios ½ do custo da obra é devido às instalações prediais
(eletricidade, hidráulica, telefonia, ar, etc.). Deste custo, 1/3 é dedicado às instalações de
condicionamento.
O princípio do conforto humano foi determinado por um higienista alemão “Frugee” em
1905 e é aceito até hoje como: “As pessoas podem ser comparadas a motores térmicos
de combustão interna”, ou seja, elas rejeitam calor na produção de trabalho. Se este calor
não puder ser dissipado devido aos efeitos da alta temperatura ambiente, resultará em
desconforto.
O condicionamento de ar está intimamente ligado ao conforto térmico e este à incidência
luz. Atualmente com as atenções voltadas para a sustentabilidade na arquitetura,
energias limpas e a otimização do custo das construções, temos que ter em mente nos
nossos projetos, a “eficiência energética”.
Na arquitetura, o estudo das possibilidades de eficientização energética em um projeto
estará necessariamente atrelado a ações que contemplem o aproveitamento ou o
bloqueio da luz e do calor solares, em função das necessidades de conforto térmico e
visual dos futuros usuários da edificação

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Desta forma, tanto as pessoas, aparelhos eletrônicos, lâmpadas assim como o a
transmissão de calor pelo sol direto, paredes ou vidros, geram uma carga térmica.
“Carga Térmica” é a quantidade de calor que deverá ser extraída (ou introduzida) em um
ambiente para mantê-lo em condições desejáveis de temperatura e umidade. Geralmente
este é o parâmetro central adotado nos dimensionamentos de sistemas de climatização e
depende desta série de fatores relacionados a geração e transmissão do “fluxo térmico”.
Estes fatores são:
- o calor gerado internamente (por luzes, aparelhos e pessoas);
- o calor transferido do exterior para o interior (através das paredes por condução
térmica);
- o calor introduzido por meio da radiação solar (fechamentos transparentes);
- e o calor introduzido por meio de infiltração de ar (frestas, portas e entradas não
controladas)
A carga térmica é o termo que expressa a quantidade de calor por hora e pode ser
expressa em BTU/hora, Kcal/hora, TR/hora ou kJ/hor

5- SISTEMAS DE CONDICIONAMENTO DE AR
Atualmente os condicionadores de ar estão disponíveis em vários tamanhos, modelos,
capacidades de resfriamento e preços. Um modelo mais comum é o ar condicionado de
janela que vem sendo substituído por aparelhos mais modernos.
Hoje é muito comum vermos em prédios de escritório, unidades condensadoras nos
telhados. Shoppings Centers bem como Aeroportos podem ter de 10 a 20 unidades
condensadoras escondidas no telhado e torres de resfriamento conectadas a sistemas de
ar condicionado.
Mesmo que cada uma destas máquinas tenha uma aparência distinta, todas funcionam
sob os mesmos princípios.

5.1 - Classificação
Podemos classificar os sistemas de condicionamento de ar em dois grandes grupos:
- os de expansão direta e
- os de expansão indireta (água gelada)
A idéia básica:
Um ar condicionado é basicamente uma geladeira sem seu gabinete. Ele usa a
evaporação de um fluido refrigerante para fornecer refrigeração. O diagrama de um ar
condicionado seria como no esquema abaixo:

Na parte azul ele está em forma gasosa e na vermelha ele está em forma líquida.
O compressor comprime o gás frio, fazendo com que ele se torne gás quente de alta
pressão (em vermelho no diagrama acima).
- Este gás quente corre através de um trocador de calor para dissipar o calor e se
condensa para o estado líquido.
- O líquido escoa através de uma válvula de expansão e no processo ele vaporiza para se
tornar gás frio de baixa pressão (em azul claro no diagrama acima).
- Este gás frio corre através de trocador de calor que permite que o gás absorva calor do
ambiente e esfrie o ar de dentro do prédio.

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- Quando o sistema conduz “ar resfriado” diretamente para dentro do ambiente para
refrigerar o espaço, chamamos Grupo de Expansão Direta.
- Quando o sistema conduz “água gelada” e esta resfria o ar que passa entre suas
serpentinas para refrigerar o ambiente, chamamos de Grupo de Expansão Indireta

5.1.2 - GRUPO DE EXPANSÃO DIRETA temos:


- Aparelhos de janela
- Conjuntos tipo split-system
- Equipamentos centrais tipo self-contained ou ar condicionado central.
5.1.2.1 – Aparelho de Janela
Um aparelho de ar condicionado de janela constitui um sistema completo de
condicionamento de ar para locais pequenos.
Estas unidades são fabricadas em
tamanhos suficientemente pequenos,
para que se encaixem em vãos quase
que padronizados.
O ar condicionado de janela contém no
mesmo aparelho, o compressor, a válvula
de expansão, o condensador (que fica
voltado para o lado de fora), o
evaporador (voltado para o lado de
dentro), dois ventiladores e a unidade de
controle.

Os ventiladores sopram ar sobre os trocadores de calor para melhorar a sua capacidade


de dissipar calor (para o ar exterior) e frio (para o ambiente ser resfriado).
Atualmente, os aparelhos de janela estão sendo substituídos por aparelhos mais versáteis
como o split ou os portáteis.
Um dos principais problemas dos aparelhos de janela é o consumo de energia.
Novos aparelhos com baixo consumo de energia têm surgido no mercado, mas algumas
preocupações e soluções básicas podem ser tomadas na concepção dos projetos
procurando minimizar este consumo.
Soluções básicas de projeto que podem minimizar o impacto do consumo de energia
elétrica:
- Não colocar o Condensador (que fica na parte de trás do aparelho de janela) localizado
em Ambiente Interno.
- Tentar evitar a incidência de insolação direta sobre o condensador (nem sempre é
possível).
- Posicionamento corretamente os aparelhos de janela. A altura mínima recomendada
para a instalação é de 1,50 a 1,80 m a partir do nível do piso, tomando-se como
referência a base do aparelho. Para a instalação de um único aparelho em um ambiente,
deve ser escolhido, sempre que possível, o centro da parede de menor largura.
- Evitar vazamentos de ar resfriado através de frestas e janelas / portas abertas.
A maioria dos condicionadores de ar tem a sua capacidade classificada em Unidade de
Calor Britânica (BTU).
A grosso modo, para calcular a carga térmica de um determinado ambiente, lançamos
750 BTUs/m2

5.1.2.2 – CONJUNTOS TIPO “SPLIT-SYSTEM”


Um ar condicionado tipo split separa o lado quente do sistema, do lado frio.
Os conjuntos do tipo “Split” são, na realidade, variações dos aparelhos de janela.

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Nesses equipamentos a Evaporadora
situa-se no interior do recinto a refrigerar,
e possui ventilador próprio e sopra o ar
frio no ambiente. Ela necessita também
de um dreno para escoar a água
condensada do aparelho.
A condensadora é instalada em um
gabinete metálico situado normalmente
em um ambiente externo. Ela é a parte
quente e barulhenta do sistema.

Atualmente este conjunto apresenta modelos com estética mais arrojada e tecnicamente
mais sofisticados, principalmente quanto ao evaporador, podendo ser dotados de
aparelho de controle remoto portátil para a regulagem da temperatura, para o comando de
direcionamento do ar resfriado por meio do ajuste de posicionamento das grelhas de
insuflamento e temporizadores.
Existe o modelo deste sistema é o ar condicionado Split Piso Teto que é um aparelho que
traz a possibilidade de ser instalado no piso ou no teto e conta com um forte desempenho
para refrigeração. A capacidade de refrigeração do ar condicionado piso teto pode variar
de 18.000 BTU a 80.000 BTU
O modelo de ar condicionado Split de Teto também chamado “Cassete” tem sido bastante
usado, principalmente em ambientes desprovidos de paredes que possam distribuir
melhor o ar, como halls, recepções, salas de estar, etc.

O modelo que vem crescendo no mercado e está no topo do gênero é o ar- condicionado
Split Inverter, que possui recursos avançados e funcionalidades superiores ao
convencional. O aparelho consome até 60% menos de energia em relação a outros
modelos. O compressor da linha Inverter trabalha de forma constante, mantendo a
temperatura estipulada pelo usuário. Como não precisa desarmar e religar o sistema,
ação que provoca picos de energia, podemos dizer que é o modelo com maior eficiência.

5.1.2.3 – APARELHOS PORTATEIS

Estes aparelhos são uma variação tem o


funcionamento muito similar aos de
janela, mas com a flexibilidade de poder
ser colocados em locais diferentes. Mas
o algumas pessoas desconhecem é que
eles também necessitam de conexão
com meio externo para troca de calor

5.1.2.4 - EQUIPAMENTOS CENTRAIS TIPO “SELF-CONTAINED” OU DUTADOS

São equipamentos cuja faixa de


potências disponível no mercado pode
atingir valores superiores aos dos
aparelhos de janela e dos conjuntos
“split-system”, podendo resfriar o ar de
um só ambiente ou distribuir ar resfriado
para vários ambientes ao mesmo tempo,
por meio de dutos de condução de ar e
difusores convenientemente
posicionados.
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5.1.3 - GRUPO DE EXPANSÃO INDIRETA
A diferença básica que caracteriza um sistema de condicionamento de ar de expansão
indireta consiste na presença de um subsistema intermediário que se destina à produção
de água gelada.
O Sistema de Expansão Indireta é também chamado de Sistema Fan-coil/Chiller e é
formado basicamente por:
- Chiller
- Torre de resfriamento ou arrefecimento
- BAG – Bombas de água gelada
- Fain-coil
- Depósito térmico de água
Um sistema Fan-coil Chiller utiliza-se de um fluido intermediário (água gelada misturada
com etileno-glicol) para climatizar os ambientes. A água é gelada no chiller situado numa
casa de máquinas. A água gelada circula no sistema através das bombas de água gelada
(BAG). No chiller, geralmente a condensação do fluido refrigerante é realizada através do
uso de água que circula por uma torre de arrefecimento. Os fan-coils recebem a água
gelada a aproximadamente 7ºC e a devolve a cerca de 12ºC para o chiller.
O chiller é como se fosse uma grande
condensadora de um Split, ou seja, a
parte quente do sistema.
Os Chillers produzem água gelada, que é
transportada através de tubos para os
Fancoils. Os Chillers são indicados para
grandes edificações, pois todo seu
sistema é instalado no telhado, no
subsolo ou atrás do prédio, não havendo
um limite para a tubulação de
refrigeração, se ela for bem isolada. O
Chiller resfria a água que é canalizada
por todo o prédio para os sistemas de
distribuição de ar com a ajuda das
bombas (BAG).
Dependendo da dimensão do prédio, podemos ter um conjunto de vários chillers.

Nos sistemas de expansão direta, o ar é


usado para dissipar o calor da serpentina
externa (condensador). Em sistemas
maiores, a eficiência pode ser melhorada
de forma significativa se usarmos uma
torre de resfriamento ou arrefecimento.
Esta torre cria uma corrente de água com
temperatura mais baixa, que corre
através de um trocador de calor e resfria
a serpentina quente do chiller
(condensador).

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Existem torres de resfriamento de todos os tamanhos e tipos. Todas elas funcionam da
mesma maneira:
Uma torre de resfriamento sopra ar através da corrente de água que escoa através de
uma malha com folhas espessas de plástico na forma de colmeia.
Esta água não se mistura a água gelada produzida pelo chiller.
Dependendo da dimensão do prédio, podemos ter um conjunto de várias torres de
arrefecimento.

Dependendo da dimensão do sistema ou


devido à falta de espaço pode-se
encontrar no mercado, aparelhos que
conciliam o chiller e a torre de
arrefecimento num mesmo equipamento.

- O Fan-coil é como se fosse a


evaporadora de um Split.
Ele utiliza-se da água gelada para
climatizar os ambientes. Pode ser
instalado nas paredes ou no piso.
O Fain-coil é uma caixa com um filtro
frontal que puxa o ar quente do ambiente,
passa pelas serpentinas com água
gelada, resfria este ar e o devolve ao
ambiente. Dependendo da dimensão do
ambiente o fan-coil pode ficar em um
canto ou armário (ventilado) e tubular o
ar para melhor distribuí-lo.
Em muitos casos, em função da
dimensão da construção, a água do
sistema é resfriada na madrugada,
quando o preço da energia elétrica é bem
mais baixo, e armazenada em um tanque
térmico, para utilização durante o período
em que o condicionamento do sistema
estiver sendo mais exigido. Isto torna o
sistema mais eficaz e econômico. Este
processo tem o nome de
“termoacumulação”.
Outro aspecto que merece ser citado refere-se à recuperação de calor em sistemas de
expansão indireta de médio / grande porte. E possível utilizar o calor extraído dos fluidos
frigoríficos nos condensadores, e utilizá-lo para pré-aquecimento de água em “boilers” ou
até mesmo para pré-aquecer a água em sistemas por energia solar. Dependendo das
condições, essa integração pode ser vantajosa do ponto de vista energético.

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BIBLIOGRAFIA

- ELEVADORES ATLAS SCHINDLER S/A. Manual de Transporte Vertical em


Edifícios. 18 ed. São Paulo: Editora PINI, 2001.
- CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE MINAS GERAIS - Lesgilação de
Segurança Contra Incêndio e Pânico nas Edificações e Áreas de Risco do Estado
de Minas Gerais – Belo Horizonte, 2006.
- YANANE, Eitaro; SAITO, Heizo. Tecnologia do Condicionamento de Ar – São Paulo:
Editora Blucher, 1986. 357 p.
- PREFEITURA MUNICIPAL DE GOVERNADOR VALADARES – Código de Obras do
Município de Governador Valadares – Governador Valadares, PMGV, 2015.
- NEUFERT, ERNST. Arte de projetar em arquitetura: princípios, normas e prescrições
sobre contrução. 14ª edição. Barcelona [Espanha]: Gustavo Gili, 2000. xvi,432p.
CREDER, Hélio. Instalações de Ar condicionado . 6 ed. São Paulo: LTC Editora, 2004.

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