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Sumário

Caro estudante de língua portuguesa, a figura de linguagem ou de estilo é um recurso


de expressão ao se empregar a palavra de modo não convencional. Isso é usado para
dar mais graça e mais força à expressão. Assim, procure antes entendê-la, para
saborear-lhe o sentido conotativo e decodificar o prazer da linguagem figurada.
As figuras de linguagem podem ser classificadas em três grupos:
1- Figuras de palavras;
2- Figuras de pensamento;
3- Figuras de construção.

I- FIGURAS DE PALAVRAS

Caracterizam-se por dar à palavra um sentido novo, diferente do convencional. Isso


ocorre sempre por meio de dois elementos: um termo REAL (denotativo) e outro IDEAL
(conotativo).
a) METÁFORA: consiste em comparar dois elementos (REAL – IDEAL),
implicitamente, sem a presença de qualquer conectivo comparativo (COMO,
QUAL, QUE...).
EXEMPLOS:
1. “Flor, és a virgem das campinas;
Virgem, és a flor da minha vida.” (Castro Alves)
2. “Que saudades que tenho da aurora da minha vida.” (Cassimiro de Abreu)

b) COMPARAÇÃO OU SÍMILE: consiste em estabelecer, diretamente uma


comparação entre dois elementos através de uma qualidade que é comum aos
dois. Esses elementos são ligados por conectivos comparativos (COMO, QUAL,
QUE...).

EXEMPLO:
A chuva caía como lágrimas de um céu entristecido.

c) CATACRESE: consiste em tomar por empréstimo o significado de uma, palavra,


por lhe faltar uma acepção própria. É uma invasão semântica.

EXEMPLOS:
1. Coloque mais um dente de alho na sopa.
2. Vai embarcar no voo das dez.
d) SINESTESIA: consiste em misturarem-se impressões sensoriais diferentes ao
mesmo tempo.

EXEMPLOS:
1. Quão doce é o seu olhar.
2. O peso da palavra pode tudo.

e) METONÍMIA: consiste em uma palavra ser empregada no lugar de outra, por


haver entre elas uma relação lógica: uma representa a outra.

São INÚMERAS essas representações:

 O AUTOR PELA OBRA


Exemplo: Os alunos já leram Machado de Assis.

 O EFEITO PELA CAUSA


Exemplo: Respeite as minhas cãs.

 O CONTINENTE PELO CONTEÚDO


Exemplo: Comi dois potes de sorvete.

 O SINGULAR PELO PLURAL


Exemplo: O brasileiro é pacífico.

 O INVENTOR PELO INVENTO


Exemplo: Édson ilumina a sala.

 O PRODUTO PELO LUGAR DE PRODUÇÃO


Exemplo: Fumava um cheiroso Havana.

 O INSTRUMENTO POR QUEM UTILIZA


Exemplo: Você é um excelente garfo.

 A PARTE PELO TODO (TAMBÉM CHAMADO DE SINÉDOQUE)


Exemplo: Mal colocou o pé na rua foi atropelado.

 O ABSTRATO PELO CONCRETO


Exemplo: A juventude é corajosa.

f) PERÍFRASE (ANTONOMÁSIA): consiste na palavra ou expressão usadas para


nomear um ser, por meio de uma característica ou um fato que o tornou notável.
Se a referência destina-se a pessoas, o termo adequado é ANTONOMÁSIA.
EXEMPLOS:
1. A VENEZA BRASILEIRA recebe bem os seus turistas.
(A Veneza brasileira = Recife)

2. O POETA DOS ESCRAVOS morreu muito moço.


(O poeta dos escravos = Castro Alves)
Questões
Vamos lá...chegou a hora de testar seus conhecimentos!!!

TEXTO I

Sonhos

Sonhar é como ir ao cinema. Seus olhos se fechando são como as luzes do cinema se
apagando, e seu sonho é como um filme projetado na tela. Só que... Só que, mesmo que
você não saiba exatamente o que vai ver no cinema, tem uma ideia. Leu uma sinopse do
filme no jornal, viu o cartaz. Sabe se vai ser um drama ou uma comédia. Sabe quem são
os atores. Sabe que, se for filme de horror, vai se assustar, se for um filme com o Silvester
Stallone, vai ter soco etc. Quer dizer: você entra no cinema preparado. Mas você nunca
dorme sabendo o que vai sonhar.
(Luís Fernando Veríssimo, fragmento)

QUESTÃO 01 (IBFC):
Nas duas primeiras frases, Veríssimo confere expressividade ao seu texto, ao fazer uso
da seguinte figura de linguagem:

a) metáfora
b) personificação
c) símile
d) eufemismo
_______________________________________________________________________

TEXTO II

Peste Alada

Mosquitos são criaturas terríveis. Estima-se que eles tenham sido responsáveis
por metade de todas as mortes de seres humanos ao longo da história. Ou seja, mataram
mais gente do que qualquer outra coisa. Isso acontece porque, como se multiplicam
rápido e em enormes quantidades, são excelentes transmissores de doenças - como a
dengue, que é causada por um vírus chamado DENV. O mosquito pica uma pessoa
infectada, adquire o vírus, e o espalha para outras pessoas ao picá-las também. A
dengue é uma doença séria, que pode matar, e um grande problema no Brasil: em 2013,
o Ministério da Saúde registrou 1,4 milhão de casos, mais que o dobro do ano anterior.
Tudo culpa do Aedes aegypti. Ele é um mosquito de origem africana, que chegou ao
Brasil via navios negreiros, na época do comércio de escravos. E hoje, impulsionado pela
globalização, levou a dengue a mais de cem países (na década de 1970, apenas nove
tinham epidemias da doença). Os números mostram que, mesmo com todos os esforços
de combate e campanhas de educação e prevenção, o mosquito está ganhando a guerra.
Entra em cena o 0X513A, que foi criado pela Universidade de Oxford, na
Inglaterra. Ele é idêntico ao Aedes aegypti - exceto por dois genes modificados,
colocados pelo homem. Um deles faz as larvas do mosquito brilharem sob uma luz
especial (para que elas possam ser identificadas pelos cientistas). O outro é uma espécie
de bomba-relógio, que mata os filhotes do mosquito. A ideia é que ele seja solto na
natureza, se reproduza com as fêmeas de Aedes e tenha filhotes defeituosos - que
morrem muito rápido, antes de chegar à idade adulta, e por isso não conseguem se
reproduzir. Com o tempo, esse processo vai reduzindo a população da espécie, até
extingui-la. Recentemente, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, um órgão do
Ministério da Ciência e Tecnologia, aprovou o mosquito. E o Brasil se tornou o primeiro
país do mundo a permitir a produção em grande escala do 0X513A- que agora só
depende de uma última liberação da Anvisa. A Oxitec, empresa criada pela Universidade
de Oxford para explorar a tecnologia, acredita que isso vai ocorrer. Tanto que acaba de
inaugurar uma fábrica em Campinas para produzir o mosquito.
O 0X513A já foi utilizado em testes na Malásia, nas Ilhas Cayman (no Caribe) e
em duas cidades brasileiras: Jacobina e Juazeiro, ambas na Bahia. Deu certo. Em
Juazeiro, a população de Aedes aegypti caiu 94% após alguns meses de tratamento com
os mosquitos transgênicos. Em Jacobina, 92%. As outras formas de combate, como
mutirões de limpeza, campanhas educativas e visitas de agentes de saúde, continuaram
sendo realizadas. “Nós não paramos nenhuma ação de controle. Adicionamos mais uma
técnica”, diz a bióloga Margareth Capurro, da USP, coordenadora técnica das
experiências. Há indícios de que o mosquito transgênico funciona. Mas ele também tem
seu lado polêmico.
[...]
Mas, e se o mosquito 0X513A sofresse uma mutação, e se tornasse imune ao
gene letal? Afinal, é assim que a evolução funciona. Mutações são inevitáveis. [...] A
Oxitec diz que não há risco. Ela estima que até 5% dos filhotes transgênicos poderão
sobreviver ao gene letal, e chegar à idade adulta. Mas eles serão menores e mais fracos
do que os mosquitos “selvagens”, e por isso não conseguirão se reproduzir. Mesmo se
conseguirem, em tese não terão nenhuma característica que os torne mais perigosos
que o Aedes comum. Além disso, como eles são criados em laboratório, seu DNA pode
ser monitorado. “Os dois genes [que foram] inseridos são muito estáveis. A linhagem
0X513A foi criada em 2002, e até agora teve mais de cem gerações em laboratório, sem
nenhuma mudança nos genes inseridos”, afirmou a empresa em nota enviada à SUPER.

Revista Superinteressante, edição 337, set de 2014

QUESTÃO 2 (FUNCAB):
Assinale a figura de linguagem que se identifica em: “Entra em cena o 0X513A, que foi
criado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra.”

a) metonímia
b) eufemismo
c) metáfora
d) antítese
e) catacrese
_______________________________________________________________________
TEXTO III

Respeito e autoridade

Certa vez, eu ia dar uma palestra sobre educação. Ainda no hotel, conversei com
alguns jornalistas. O primeiro deles a falar, um rapaz simpático, perguntou qual seria o
tema da minha apresentação. Respondi: “Educação e autoridade". Ele piscou os claros
olhos e disse, espontaneamente: “Autoridade? Aquilo que diz isso pode, isso não pode?"
Achei graça e confirmei: “Isso mesmo".
O assunto me voltou à lembrança nestes dias em que tanto se fragilizam o
conceito e a instituição “autoridade" no país varado de manifestações e greves. Não
quero analisar se elas são justas: geralmente têm sido. Há miséria, omissão, desencanto
e injustiça demais por aqui. Mas eu falo na questão da autoridade: quando se baseia no
respeito, encontra eco. Quando mal fundamentada, vem a confusão, como nesta fase
em que a inquietação pipoca em tantos pontos e momentos, em toda sorte de protesto.
[...]
Não sou do tipo severo, não sou rigorosa demais, porém me preocupa esse
singular sentimento de mal‐estar, expresso por tanta gente quando diz: “Tem algo
esquisito no Brasil, algo estranho paira no ar, não consigo definir bem". Muitas coisas
inquietantes acontecem, talvez tantas que não se possam qualificar com uma expressão
só. Mas um dos fatores dessa situação é a quebra da autoridade, e de seu irmão, o
respeito: isso se conquista. Respeito é essencial para que qualquer coisa funcione: tem
a ver com hierarquia, com cuidados, como na família – organização em que tudo
começa. Quem ama cuida e, em certos momentos, precisa exercer autoridade,
sobretudo com relação a crianças e adolescentes. Pois, se os adultos não conseguem
ter, e impor, um mínimo de ordem no ambiente familiar, na compostura dos filhos (e de
si próprios), não haverá uma família, mas um grupo desordenado, possivelmente
belicoso, e de pouca ajuda na preparação para os embates da vida lá fora. Talvez, nesse
território pessoal, fosse bom deixar um pouco de lado os psicologismos (não falo da
verdadeira psicologia, que pode ajudar a minimizar graves problemas individuais ou de
convivência), que nos sugerem exercer quase zero de autoridade, e nada de severidade,
tentando sempre “o diálogo". Nem sempre é possível dialogar com uma criança
enfurecida ou um adolescente confuso, e uma dose amorosa de rigor pode pôr as coisas
de novo em ordem, aliviando a situação. [...]
Se não somos iguais – nem devemos ser, pois cada indivíduo é único, cada grupo,
região, país e cultura são únicos – o essencial é que todos tenham a máxima dignidade
para se sentir respeitados, e as melhores condições para que possam se desenvolver.
Segurança, tranquilidade, educação, saúde, moradia, transporte deveriam ser bens
óbvios de cada pessoa. Copa ou não Copa, é bom rever nossos valores em todos os
níveis. Pois, se continuar a generalizada inquietação social cada dia mais grave,
desmoronam as instituições que nos orientam, amparam e nos tornam (ainda) uma
democracia.
(Lya Luft, Revista Veja. Junho de 2014. Adaptado.)
“Mas um dos fatores dessa situação é a quebra da autoridade, e de seu irmão, o
respeito: isso se conquista.” (3º§).

QUESTÃO 3 (IDECAN):
O excerto anterior contém um recurso de linguagem denominado

a) perífrase.
b) hipérbole.
c) catacrese.
d) prosopopeia.
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TEXTO IV

Já ia para três anos, ou mais qualquer coisa, que as lâmpadas feriavam. Mas até
que as ruas estavam claras naquela noite. Era uma Lua bonita!... Palha de Arroz,
tranquila, parecia um arraial antigo dentro da madrugada. Lá no meio do céu, redonda
e bonita, a Lua parecia um disco. Um disco cantando uma canção. Uma canção que
poetas não escreveram nem músicos compuseram. Canção de luar de lua cheia por cima
duma capital sem luz elétrica. Do tamanho mesmo da lua cheia em pleno e bruto sertão
bravio. Daí aqueles pensamentos dançando nos corredores da cabeça do negro Pau de
Fumo. Uma canção de luar com a mesma poesia de paragem que nunca sequer ao
menos alguém sonhou com eletricidade.
Madrugada madura. Palha de Arroz tranquila mesma, serena. Calma. Dava-se que
o movimento agora estava passando uns dias lá no outro lado do rio – bem ali em Timon.
Canoeiros atravessando o pessoal para o festejo. Novenas de S. José. Outrora a
cidade se chamava S. José das Flores. Mais conhecida mesmo só por Flores, nome que
aliás o povo ainda chamava mesmo depois de mudado o nome para Timon.

(Fontes Ibiapina: Palha de Arroz. Teresina: Corisco, 2002, p. 52-3)

QUESTÃO 04 (FUNRIO):
Duas vezes o narrador usa o adjetivo “tranquila” quando se refere a Palha de Arroz. Na
verdade uma cidade ou um bairro só pode ser chamado de “tranquilo” quando se faz um
deslocamento na atribuição do adjetivo, pois “tranquilo” é a rigor uma qualidade
humana e não poderia do ponto de vista lógico se relacionar com o nome do lugar, Palha
de Arroz. Esse recurso se enquadra nas características de uma figura de linguagem
denominada

a) eufemismo.
b) hipérbole.
c) metáfora.
d) metonímia.
e) zeugma.
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TEXTO V

A PRECISÃO DOS CLICHÊS


Por: Chico Viana. Disponível em: http://hom.gerenciadordeconteudo.com.br/produtos/ESLP/textos/blog-
ponta/a-precisao-dos- cliches-301498-1.asp Acesso em 17 de dezembro de 2013

Os manuais de redação dizem que escrever bem é evitar lugares comuns. Nada
compromete mais o estilo do que o uso de expressões batidas, do feijão com arroz
linguístico, que nada acrescenta à expressão. Mas não é fácil fugir ao clichê (acabei de
usar um no período anterior: "feijão com arroz").
Por que é tão difícil escapar dessas fórmulas? Em parte, porque a língua tem um
estoque limitado de imagens; não se pode a todo momento criar uma metáfora e,
menos ainda, fazê-la atraente ao leitor. O público às vezes leva tempo para se afeiçoar
tanto à semântica quanto à sonoridade de uma imagem nova.
Nelson Rodrigues dizia que seu maior achado era a repetição. Fiel a isso,
recheava seus textos com expressões que os leitores já sabiam de cor. Tanto nas
crônicas quanto nos romances, deparamo-nos a todo momento com referências à
"ricaça das narinas de cadáver", ao Narciso às avessas, que cospe na própria imagem",
ao sol de rachar catedrais". São imagens criadas pelo próprio Nelson, é certo, mas que
perderam a novidade de tanto ser repetidas.
Nem por isto a sua prosa é menos sedutora. Pelo contrário, lemos o autor de
"Vestido de noiva" com um prazer oposto ao que nos propicia, por exemplo, um
Guimarães Rosa. Lemos para nos deparar com o mesmo, o conhecido, o quase-igual.
Para gozar daquele "prazer de reencontro", de que nos fala Freud.
Uma boa explicação para o sucesso dos clichês encontro na página 199 de "O
caçador de pipas", de Khaled Hosseini. Vale a pena transcrever a passagem:
"Um professor de redação que tive na San Jose State sempre dizia, referindo-se
aos clichês: 'Tratem de evitá-lo como se evita uma praga.' E ria da própria piada. A turma
toda ria junto com ele, mas sempre achei que aquilo era uma tremenda injustiça.
Porque, muitas vezes, eles são de uma precisão impressionante. O problema é que a
adequação das expressões-clichês é ofuscada pela natureza da expressão enquanto
clichê."
Não deixa de ser irônico: ao orientar os alunos a rejeitar os clichês, o professor
não escapa de produzir um deles ("como se evita uma praga"). Isso mostra que o clichê
parece mesmo inevitável; funciona porque é preciso, exato. A precisão faz com que
muitas vezes o escolhamos a despeito da sua natureza de lugar-comum. Servimo-nos
dele não por preguiça mental, ou carência vocabular, mas por em dado momento não
nos ocorrer nada mais expressivo.
Chico Viana é professor de português e redação.
www.chicoviana.com

QUESTÃO 05 (IESES):
Assinale a alternativa correta. Na primeira frase do texto: “Os manuais de redação dizem
que escrever bem é evitar lugares comuns”, o autor emprega um recurso estilístico
denominado:

a) Personificação. b) Metáfora. c) Comparação. d) Catacrese.


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Gabarito

01. C
02. A
03. C
04. D
05. B

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