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Processos de
Manutenção
Mecânica
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
Sérgio Moreira
Diretor Adjunto
Série metalmecânica - eletromecânica
Processos de
Manutenção
Mecânica
© 2014. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ-
nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por
escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de
Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por
todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
FICHA CATALOGRÁFICA
_ _ _ _ ____ __ _ __ __ _
S491
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Processos de manutenção mecânica / Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília : SENAI/DN,
2014.
58 p. : il. color. (Série metalmecânica. Eletromecânica)
CDD 621.816
CDU 62-7
SENAI – DN Sede
3 Lubrificação......................................................................................................................................................................31
3.1 Função do lubrificante................................................................................................................................31
3.2 Tipos de óleos básicos................................................................................................................................34
3.3 Noções de lubrificação de engrenagens industriais........................................................................38
3.3.1 Tipos de engrenagens mais comuns .................................................................................39
3.3.2 Requisitos dos lubrificantes ..................................................................................................42
3.3.3 Lubrificantes para mancais.....................................................................................................44
4 REFERÊNCIAS....................................................................................................................................................................51
5 MINICURRÍCULO DO AUTOR.......................................................................................................................................53
6 Índice...................................................................................................................................................................................55
Introdução
O termo inovação certamente está na agenda de um número cada vez maior de organiza-
ções, preocupadas em gerar importantes diferenciais para a sua própria sobrevivência em um
ambiente globalmente competitivo. A inovação, naturalmente, acontece pela ação de pesso-
as, que com muita criatividade e apoiadas em um ambiente favorável, passam a desenvolver
novos produtos, serviços e processos.
Assim, nesta unidade curricular, você perceberá a importância dos procedimentos de mon-
tagem e desmontagem de conjuntos mecânicos, a importância dos lubrificantes para os com-
ponentes, formas para eliminação de atritos, tipos de lubrificantes e aditivos, seleção e arma-
zenagem dos lubrificantes.
No capítulo 2, você terá oportunidade de conhecer os procedimentos de desmontagem e
montagem de conjuntos mecânicos. Você perceberá que esses procedimentos servem tam-
bém como forma de organizar as etapas da manutenção e ajudar a finalizar a revisão, caso não
seja o mesmo profissional que execute os procedimentos do início ao fim. Assim, uma função
fundamental para os procedimentos de desmontagem e montagem é garantir uma padroniza-
ção do serviço, independentemente se o profissional tenha muita ou pouca experiência.
Já no capítulo 3, você estudará que a lubrificação nos equipamentos é de fundamental im-
portância, pois evita o contato entre metais facilitando o deslizamento. No caso de rolamentos,
por exemplo, ela garante o aumento da vida útil do equipamento.
Muito bem! É hora de iniciar mais uma jornada de estudos! Seja muito bem- vindo à uni-
dade curricular de Processos de Manutenção Mecânica e esteja preparado para libertar-se de
paradigmas e ideias preconcebidas.
Desmontagem e montagem de conjuntos
mecânicos
Atente para algumas ações que devem ser seguidas em procedimentos de desmon-
tagem:
• Para retirar os parafusos que estão travados ou oxidados utilize óleo desoxidante ou desen-
gripante. Esse fluido penetra entre as roscas das porcas e dos parafusos atuando sobre a
ferrugem e fazendo alívio nos apertos. Se, mesmo assim, você não conseguir soltar, pode
usar um aquecedor ou maçarico a gás no parafuso para retirar a cola entre as roscas.
• Para apertos múltiplos de parafusos utilize o manual do fabricante; para soltá-los deve-se
somente seguir a sequência inversa. Caso não tenha manual com foto ou sequência, é
importante fazer um croqui ou tirar fotos da parte que será desmontada.
• Retire as peças e coloque-as de forma ordenada sobre a bancada, isso facilitará a monta-
gem.
• Efetue marcações que registrem informações úteis para posterior montagem.
Processos de Manutenção Mecânica
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CASOS E RELATOS
Desmontagem de um motorredutor
Um bom exemplo a ser seguido na prática pode ser a desmontagem de
um motorredutor. Antes da desmontagem e revisão, é preciso que você
verifique no manual do fabricante quais são os componentes que deverão
ser providenciados. A compra antecipada dos componentes fará com que
você ganhe agilidade e reduza o tempo de manutenção. A manutenção de
um motorredutor sem planejamento poderá deixar o equipamento parado
caso seja desmontado sem a compra dos reparos antecipadamente.
Para garantir a qualidade da revisão dos conjuntos mecânicos, você terá que
identificar a existência de possíveis anormalidades e efetuar a recuperação antes
da montagem. Portanto, antes de iniciar o processo de montagem, atente para
alguns itens que devem ser observados:
• ajuste e usinagem de novas peças ou parte delas;
• recuperação de roscas externas ou internas;
• troca de elementos de fixação danificados;
• substituição de peças ou conjuntos sem condições de utilização;
• verificação da limpeza das peças;
• aplicação de uma fina camada de óleo nas peças antes da montagem.
Feitas essas observações, pode-se iniciar a etapa de montagem de conjuntos
mecânicos que é o processo inverso da desmontagem. Note que se a desmon-
tagem foi realizada de forma organizada, ou substituindo os componentes da-
nificados, a qualidade do trabalho realizado atenderá as expectativas do nosso
cliente (produção).
Existem dois tipos de procedimento de montagem no ambiente industrial:
2 Desmontagem e montagem de conjuntos mecânicos
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Terminal de saída
Selo
mecânico
Conjunto acoplamento
deslizante curto
Componentes da junta
universal
Terminal
Capa de
rolamento
Parafusos
Vale ressaltar que com o crescimento da tecnologia nos tempos de hoje, mui-
tos profissionais têm certa resistência na implantação desse novo conjunto. Po-
rém, a instalação desses conjuntos de eixo cardan trará robustez para qualquer
aplicação desde que seja avaliado por um profissional capacitado.
De acordo com o manual de manutenção da Meritor, para desmontagem do
eixo cardan, atente para alguns cuidados:
1. utilize uma bancada ou outra superfície plana para desmontar o sistema de
transmissão;
2. as capas dos rolamentos do terminal estão presas por parafusos. Solte e
remova-as com cuidado;
3. utilize um extrator de rolamentos para retirar o primeiro rolamento do ter-
minal;
Observe a figura a seguir.
Processos de Manutenção Mecânica
18
Bucha
Martelo
Punção
2. use uma chave de fenda para forçar o selo para fora do sulco no terminal
deslizante;
CASOS E RELATOS
Diâmetro
grande
Diâmetro
pequeno
Protetor
Marcas de referência
Parafusos
linha de “A”
diâmetro da Especificações de
transmissão polegadas
rosca polegadas torque ib-ft (nm)
Séries (mm)
Mostrado sem os
terminais para facilitar
a visualização
2. Solte os parafusos de rolamento e adicione graxa até que ela vaze pelos se-
los.
3. Aperte os parafusos.
Se a graxa ainda não purgar de todos os quatro selos de munhão e se
você não encontrar o problema, então substitua a junta universal.
2 Desmontagem e montagem de conjuntos mecânicos
27
linha de
transmissão volume de graxa número de bombas
Séries
Recapitulando
Anotações:
Lubrificação
O contato por rolamento faz com que os dois blocos de aços deslizem um so-
bre o outro com menor atrito e, em consequência disso, diminuem os esforços de
deslocamento, conforme figura a seguir.
Observe na próxima figura que os metais são separados pela película de fluído
(óleo) que também reduz os esforços em caso de movimento.
Corpo 1
Corpo 2
Corpo 1
fluído
Corpo 2
Neste segundo caso, perceba que ocorre o deslizamento com fluido, em que
deve existir entre as superfícies uma película de espessura maior que a soma das
alturas das maiores rugosidades das duas superfícies a serem lubrificadas. As
principais vantagens do uso de uma lubrificação fluida são:
• redução de desgaste;
• diminuição das perdas por atrito;
• aumento da segurança de operação.
Perceba que a lubrificação é uma parte extremamente importante da manu-
tenção preventiva. Mas o excesso de lubrificação pode ser prejudicial. Ele gera
desperdício de lubrificante, sujeira e alguns tipos de lubrificantes podem corroer
materiais como borracha e plástico.
Para evitar desperdício na lubrificação, consulte o manual do fabricante, pois
nele deverá conter a quantidade de graxa ou óleo a ser aplicada e a maneira cor-
reta de aplicação.
Agora que você entendeu o processo de atrito e o papel dos lubrificantes, veja
os tipos de óleos existentes.
Segundo Moura (1978, p. 443), os lubrificantes podem ser divididos em: óleos
minerais, graxos, compostos, sintéticos e graxas. Conheça as principais caracterís-
ticas de cada um deles.
Minerais
Graxos
Compostos
Sintéticos
Produto Final
Óleos Básicos Aditivo Óleo Petróleo
1 aditivos:
Você sabia que, na antiguidade, o petróleo foi usa-
São produtos químicos do para fins medicinais? Ele era conhecido como
que, adicionados aos óleos, CURIOSIDADE óleo de pedra, óleo mineral ou óleo de nafta. Já o
aumentam a eficiência dos lubrificante para rodas de carruagens e suporte de
mesmos reforçando-lhes vela dos navios era a gordura animal.
ou mesmo conferindo-lhes
características necessárias
às exigências das máquinas
modernas.
Graxas
Sabão
Produto Final
(Graxa)
Óleo Mineral Aditivo
Dispersantes / Detergentes
Os dispersantes são aditivos1 sem cinzas com alto poder de remover e disper-
sar resíduos sólidos. Os dispersantes também são capazes de manter em suspen-
são uma gama limitada de tamanhos de partículas.
Já os detergentes, com menor poder dispersante, possuem cinzas devido à
presença de metais em sua composição. São capazes de manter em suspensão
3 Lubrificação
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partículas de vários tamanhos, tendo sob este ponto de vista maior eficácia em
relação aos dispersantes.
Observe, no quadro a seguir, os tipos de dispersantes, seu mecanismo e sua
estrutura.
dispersante mecanismo estrutura
METÁLICO Um filme adsorvido de moléculas do
Partículas Pequenas dispersante evita a coagulação das
(0-200 A) Micelas.
Quadro 3 - Dispersantes
Fonte: Chevron (2005)
CASOS E RELATOS
Existe uma ação para reduzir o contato entre os dentes do eixo sem fim,
em que será acoplado o motor para fazer o movimento da coroa (engrenagem
maior), com tendência de remover a película produzida pelo lubrificante e em
que as engrenagens funcionem em temperaturas elevadas e sofrem desgastes
consideráveis.
3 Lubrificação
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Hipoides
Mancais planos
São constituídos de metais mais macios que o dos eixos, que são de maior cus-
to e de mais difícil substituição. Os metais geralmente empregados nos mancais
são o metal patente, o bronze e as ligas de ferro ou cobre com chumbo. Podem
subdividir de acordo com sua forma em semimancais, mancais de bucha de duas
partes e quatro partes.
Semimancais
Segundo Moura (1978), semimancais são peças que não envolvem o eixo na
totalidade de sua circunferência. Uma aplicação típica desse mancal está nos ei-
xos de vagões ferroviários.
Figura 34 - Semimancais
Fonte: http://www.silc.ind.br/products.php?product=Cavalete-Dianteiro-do-Mancal-%28-SC%252d01.160-%29
De bucha
Formados por duas seções unidas por parafusos, são muito usados nas bielas
de motores. Encontram-se geralmente nas máquinas a vapor, suportando o eixo
do volante.
Mancais de rolamentos
Mancais de rolamentos são fabricados com uma precisão muito grande, de-
vendo ser colocados na máquina de tal forma que se mantenham as condições
ideais de operação desse componente.
A deformação nas pistas e nos roletes pode ocorrer com cargas de serviço mui-
to altas; o calor gerado por esse fato, acrescido do calor gerado pelo atrito, tem
que ser dissipado em parte pelo lubrificante.
Os mancais de rolamentos são compostos de quatro partes:
I. pista interna;
II. pista externa;
III. elementos rolantes (esferas, cilindros);
IV. separador dos elementos rolantes (gaiola).
Recapitulando
A
Ar comprimido 12, 13, 16
D
Desengraxantes 12, 21
Desmontagem 9, 11, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 21, 22, 28
Dispersantes 36, 37, 38
E
Eixo cardan 16, 17, 22, 24, 27
Engrenagens 31, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 49
I
Instalação 13, 15, 16, 17, 22, 26
L
Linha de Transmissão 16, 17, 18, 24, 25, 27
Lubrificação 9, 13, 16, 26, 27, 28, 31, 33, 34, 35, 36, 38, 39, 42, 47, 48
Lubrificante 9, 26, 31, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 42, 43, 44, 46, 47, 48, 49
M
Mancais 19, 37, 44, 45, 46, 47, 48, 49
Montagem 9, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 21, 22, 23, 24, 27, 28
Munhões 19, 26
O
OHSAS 12
Óleo 11, 12, 14, 27, 31, 32, 34, 35, 36, 43, 47, 48
S
Secagem 12, 13
V
Viscosidade 35, 42, 43, 47
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET
Selma Kovalski
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional
Tatiane Hardt
Ilustrações e Tratamento de Imagens
Diagramação
Roseli Müller Izolan
CRB-14/472
Ficha Catalográfica
i-Comunicação
Projeto Gráfico
Jaqueline Tartari
Contextuar
Revisão Ortográfica e Gramatical
Jaqueline Tartari
Contextuar
Normalização