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Você é um ministro Hupereta?

Que os homens nos considerem como ministros de Cristo... 1Co 4:1

Parece que todos desejam ser reconhecidos como ministros. Até ministro de

louvor inventaram, para que o que canta não seja apenas músico, cantor ou

adorador, mas "ministro", e por conta disso, digno de reconhecimento. Numa leitura

rápida do texto em epígrafe parece que estão seguindo o exemplo de Paulo em suas

reinvidicações, pois ao que tudo indica ele está exigindo que "os homens nos

considerem como ministros de Cristo". Será?

Primeiro, devemos considerar o termo usado por Paulo para "ministro". A palavra

grega usada é hupereta. A palavrinha esquisita significa, literalmente, "remador

inferior" ou "remador subordinado". É um termo de origem militar que servia para

distinguir, numa embarcação de guerra, o soldado dos que ficavam no andar de

baixo, remando sob o comando de um líder, ao som de um tambor. A ideia, pois, não

é de alguém à frente ou acima de outros, mas ao contrário, de pessoas que fazem

um trabalho invisível, num nível inferior aos demais tripulantes. Sendo Corinto uma

cidade portuária, o termo era bem conhecido dos leitores originais de Paulo.

Tendo compreendido o significado do termo, podemos considerar o motivo pelo qual

Paulo o escolheu (ele tinha outras opções, como doulos, diakonos, therapon, etc.).

Em suas próprias palavras, ele explica: "apliquei estas coisas, por semelhança, a mim
e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está

escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro" (1Co 4:6). Prossegue

o apóstolo em sua repreensão dizendo "quem te faz diferente? E que tens tu que não

tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras

recebido" (1Co 4:7).

Os crentes de Corinto pareciam muito senhores de si mesmos, julgando-se melhores

que os outros. "Já estais fartos! já estais ricos! sem nós reinais!" (1Co 4:8) foram as

palavras duras de Paulo para os membros daquela igreja. Para mostrar o absurdo do

orgulho deles é que o apóstolo escolhe um termo que indica uma posição servil e não

de destaque. A indireta paulina fica explícita quando ele diz "Nós somos loucos por

amor de Cristo, e vós sábios em Cristo; nós fracos, e vós fortes; vós ilustres, e nós

vis" (1Co 4:10). Ao invés de gritar palavras de ordem diante das pessoas, o

ministério de Paulo consistia de trabalho servil: "E nos afadigamos, trabalhando com

nossas próprias mãos"(1Co 4:12).

Charlton Heston como hupereta no filme Ben Hur

A esta altura, fica claro que a idéia que Paulo fazia de ministério vai muito longe da

idéia moderna. Ao pretender ser reconhecido como ministro de Cristo, Paulo esperava

que os homens o vissem não sob o brilho de palco, mas no andar inferior e mal

iluminado de um navio. Ao invés de estar "fazendo ministração durante o louvor",

ele se via como um remador subordinado ao ritmo monótono de comando "remem,

remem, remem". Em vez de comandar o exército de Deus, ele se colocava num nível
abaixo até mesmo do recruta menos qualificado. E queria ser reconhecido pelos

demais tripulantes como pertencendo a essa classe inferior.

Será que Paulo estava apenas fazendo um discurso com o fim de chocar seus leitores,

mas que na realidade ele considerava que sua condição de ministro de Cristo o

posicionava acima de outros irmãos? Não é o caso, uma vez que ele declara "porque

tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados

à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens" (1Co

4:9) e "até ao presente temos chegado a ser como o lixo deste mundo, e como a

escória de todo" (1Co 4:13). Se um apóstolo é visto assim, que dizer de um ministro

moderno?

Será que os que buscam ser reconhecidos como ministros disso ou daquilo, estão

dispostos a descer ao andar de baixo? Estariam dispostos a ser reconhecidos, não

como a elite do culto ou da igreja, mas como aqueles aos quais o Senhor escolheu

para humilhá-los para o bem da igreja? Somente os que assumem a posição de

servos e não de senhores da igreja, que trocam o estrelismo pelo serviço anônimo e

desinteressado é que são, de fato, ministros de Cristo.

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