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Parece que todos desejam ser reconhecidos como ministros. Até ministro de
louvor inventaram, para que o que canta não seja apenas músico, cantor ou
adorador, mas "ministro", e por conta disso, digno de reconhecimento. Numa leitura
rápida do texto em epígrafe parece que estão seguindo o exemplo de Paulo em suas
reinvidicações, pois ao que tudo indica ele está exigindo que "os homens nos
Primeiro, devemos considerar o termo usado por Paulo para "ministro". A palavra
baixo, remando sob o comando de um líder, ao som de um tambor. A ideia, pois, não
um trabalho invisível, num nível inferior aos demais tripulantes. Sendo Corinto uma
cidade portuária, o termo era bem conhecido dos leitores originais de Paulo.
Paulo o escolheu (ele tinha outras opções, como doulos, diakonos, therapon, etc.).
Em suas próprias palavras, ele explica: "apliquei estas coisas, por semelhança, a mim
e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está
escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro" (1Co 4:6). Prossegue
o apóstolo em sua repreensão dizendo "quem te faz diferente? E que tens tu que não
que os outros. "Já estais fartos! já estais ricos! sem nós reinais!" (1Co 4:8) foram as
palavras duras de Paulo para os membros daquela igreja. Para mostrar o absurdo do
orgulho deles é que o apóstolo escolhe um termo que indica uma posição servil e não
de destaque. A indireta paulina fica explícita quando ele diz "Nós somos loucos por
amor de Cristo, e vós sábios em Cristo; nós fracos, e vós fortes; vós ilustres, e nós
vis" (1Co 4:10). Ao invés de gritar palavras de ordem diante das pessoas, o
ministério de Paulo consistia de trabalho servil: "E nos afadigamos, trabalhando com
A esta altura, fica claro que a idéia que Paulo fazia de ministério vai muito longe da
idéia moderna. Ao pretender ser reconhecido como ministro de Cristo, Paulo esperava
que os homens o vissem não sob o brilho de palco, mas no andar inferior e mal
remem, remem". Em vez de comandar o exército de Deus, ele se colocava num nível
abaixo até mesmo do recruta menos qualificado. E queria ser reconhecido pelos
Será que Paulo estava apenas fazendo um discurso com o fim de chocar seus leitores,
mas que na realidade ele considerava que sua condição de ministro de Cristo o
posicionava acima de outros irmãos? Não é o caso, uma vez que ele declara "porque
tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados
à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens" (1Co
4:9) e "até ao presente temos chegado a ser como o lixo deste mundo, e como a
escória de todo" (1Co 4:13). Se um apóstolo é visto assim, que dizer de um ministro
moderno?
Será que os que buscam ser reconhecidos como ministros disso ou daquilo, estão
como a elite do culto ou da igreja, mas como aqueles aos quais o Senhor escolheu
servos e não de senhores da igreja, que trocam o estrelismo pelo serviço anônimo e