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Resumo
A construção civil avança a passos largos na direção dos conceitos de qualidade, busca fazer mais rápido,
melhor e com mínimo custo. Nesta tríade o item melhor é de fundamental importância, muitas edificações
sofrem com patologias precoces que causam prejuízos financeiros. Estes custos não são computados na
viabilização dos empreendimentos, mas existem e são bastante significativos.
Em conformidade com esta nova visão a nova norma brasileira de concreto NBR 6118 (2003) incorpora ao
seu texto vários itens visando à durabilidade das estruturas em concreto armado.
O último item do capítulo 6, item 6.4, trata da agressividade do ambiente. A agressividade do meio é a
responsável pela velocidade e intensidade da corrosão do concreto e da armadura, em função desta
agressividade é que as novas exigências serão impostas à estrutura de concreto. Este artigo faz
comentários sobre a classificação da agressividade na cidade de Fortaleza e cita a necessidade de
pesquisas específicas para o correto mapeamento desta agressividade.
Palavras-Chave: Durabilidade; Concreto Armado; Corrosão.
Abstract
The new Brazilian code NBR 6118 (2003) adds some requirements to increase the reinforced concrete
structures durability.
The majority of these requests are based on the agressivity of the environment, the chapter 6 of the
Brazilian code, NBR 6118 (2003), deals with the environment classification and in this article some remarks
are made about the specific agressivity of the city of Fortaleza and some recomendations are made about
the necessity of a specific study for the correct classification of the environment.
Keywords: Durability; Reinforced Concrete; Corrosion.
1 – Introdução
Em conformidade com esta nova visão a nova norma brasileira NBR 6118 – Projeto de
estruturas de concreto (2003) incorpora ao seu texto vários itens visando a durabilidade
das estruturas em concreto.
Segundo a nova NBR 6118 (2003), no seu capítulo 6 – item 6.1, as estruturas de concreto
devem ser projetadas e construídas de modo que sob as condições ambientais previstas
na época do projeto e quando utilizadas conforme preconizado em projeto conservem
suas segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante o período correspondente à
sua vida útil.
Define ainda em seu item 6.2.1 como vida útil de projeto o período de tempo durante o
qual se mantém as características das estruturas de concreto, desde que atendidos os
requisitos de uso e manutenção prescritos pelo projetista e pelo construtor, bem como de
execução dos reparos necessários decorrentes dos danos acidentais.
O último item deste capítulo, item 6.4, trata da agressividade do ambiente (Tabela 1). A
agressividade do meio é a responsável pela velocidade e intensidade da corrosão do
concreto e da armadura. Em função desta agressividade é que as novas exigências
(cobrimento, fck , relação a/c, grau de protensão e limites de abertura de fissuras) serão
impostas às estruturas de concreto.
Industrial 1,2
IV Muito Forte Industrial 1,3 Elevado
Respingo de maré
1)
Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (um nível
acima) para ambientes internos secos ou ambientes com concreto revestido com
argamassa e pintura.
2)
Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) em obras
em regiões de clima seco, com umidade relativa do ar menor ou igual a 65%, partes da
estrutura protegidas de chuva em ambientes predominantemente secos, ou regiões onde
chove raramente.
Em artigo datado da década de 80, os engenheiros Celso Renaldo Lima Verde Leal e
Afrodízio Durval Gondim Pamplona (1982) alertavam para a agressividade ambiental da
cidade de Fortaleza devido à salinidade do mar do Ceará apresentar valores acima da
média aliada aos ventos alíseos incidentes normais à costa que levam as gotículas de
água salgada a vários quilômetros do litoral.
Para as medições de cloretos foi feita, nas estações, monitoração mensal da vela úmida
segundo norma ABNT-01.033, para as medições de sulfatos monitoração mensal da vela
de dióxido de chumbo também segundo ABNT-01.033 e para as medições de partículas
Acontece que por falta de dados e de informações da real área de influência da névoa
salina na cidade não se pode demarcar estes limites. Segundo GUIMARÃES et al. (2003),
“pesquisas têm demonstrado que a zona de névoa apresenta uma intensidade de ataque
que varia com a distância da água do mar”.
Inicialmente, seria feita uma bateria de pontos de investigação (ver linha 2 na figura 1)
distando, por exemplo, 500 m da linha costeira. Caso os resultados obtidos fossem
inferiores a 500 mg/L, seria feita uma nova bateria mais próxima à linha costeira (linha 1).
Em caso contrário, isto é, os resultados encontrados fossem maiores que 500 mg/L, então
novos pontos de investigação seriam realizados mais afastados da orla (linha 3) e assim
por diante, até que se encontrasse a linha limite. Pretende-se, dessa forma, identificar
através da obtenção de isolinhas que representem os índices de cloretos, faixas
características das diversas zonas de agressividade ambiental, a partir da orla marítima
da cidade de Fortaleza.
(1)
(2)
(3)
5 – Considerações Finais
Fica a sugestão, até que se realizem as pesquisas, que para estruturas em concreto
aparente serão adotados os critérios da classe III, para as estruturas revestidas com
argamassa e pintura serão utilizados os critérios da classe II. Mesmo nas estruturas que
estiverem sendo orientadas pelos critérios da classe II, o cobrimento dos pilares será
fixado em 35 mm por se tratarem de peças que estatisticamente mais apresentam
problemas de deterioração.
Essa iniciativa da ACEE busca tornar melhor o produto da indústria da construção civil,
com isso os construtores alcançam melhores resultados e os usuários uma maior
satisfação. Com certeza as edificações ficarão melhores, terão um pequeno aumento nos
custos diretos e uma grande economia nos custos indiretos (reparos e indenizações).
6 - Referências Bibliográficas