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Primeira Edição
Fortaleza
Imagine Publicações
2018
c
Copyright
2018 da 1ª edição pela Imagine Publicações Ltda.
ISBN: 978-85-54337-00-1
Capa: Talitha Lobato
Coordenação: Felipe Leite
Edição: Roberto Leite
Revisão: Felipe Leite, Hernando Borges, Roberto Leite, João Pedro Ma-
galhães
Projeto gráfico e editoração eletrônica: João Pedro Magalhães
2018
Todos os direitos em lingua portuguesa reservados pela
IMAGINE PUBLICAÇÕES LDTA.
Rua Doutor Gilberto Studart, 55 - Sala 1502 - T1
CEP: 60192-105 - Cocó - Fortaleza - CE
Telefone: (85) 3246-1706
Email: imaginepublica@gmail.com
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produção, na qual o autor sintetiza a produção da área de modo completo
e didático, com uma humilde ênfase em informar e educar, e não mostrar
erudição. Algo que, às vezes, falta em produções acadêmicas pautadas em
personalismo.
A primeira parte da obra traça uma visão geral do tema e vai afu-
nilando até uma apresentação de uma postura analítico-comportamental
geral da criatividade, passando aí por apresentação de outras aborda-
gens psicológicas do tema. Já a segunda parte aprofunda as investigações
analítico-comportamentais sobre criatividade, partindo de relacionar o tó-
pico com processos básicos, modelos diversos analítico-comportamentais
para lidar com comportamentos novos e/ou emergentes e, por fim, um
capítulo que fecha de forma exitosa, abordando inovação, cultura, ética e
educação e suas relações com criatividade.
Este livro tem um sabor especial como primeiro lançamento da Imagine
Publicações, tanto por cumprir nosso objetivo de dar espaço para jovens
analistas do comportamento que se destacam em linhas de pesquisa emer-
gentes no país, como por ser uma obra do Hernando, que é uma pessoa
dedicada, humilde e que, creio eu, deixará sua marca como um grande
cientista do comportamento brasileiro. Além disso, este livro é produto
de um sonho dele e meu, de nossa geração tomar as rédeas da produção
científica e buscarmos fazer as coisas também do nosso jeito, mas nunca
esquecendo o que aprendemos sobre rigor científico e preocupação com
qualidade de produção de conhecimento.
Espero que vocês, leitores, apreciem a obra, estudem o tema e que
possam usar o conhecimento aqui apresentado no dia-a-dia acadêmico
e/ou profissional de vocês.
Nos vemos na estrada!
Introdução à Obra 5
I 9
1 Criatividade: definições e medidas 11
1.1 Criatividade: do mito ao processo . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2 Como medir a criatividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.3 Criatividade e inovação: a criatividade com “c” minúsculo
e a Criatividade com “C” maiúsculo . . . . . . . . . . . . . 23
1.4 Questões de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.5 Notas do capítulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
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Introdução à Obra
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sempre que um tema é em alguma medida controverso, ou passível de crí-
ticas bem fundamentadas. Nesse sentido, o texto dos capítulos pretende
ser agradável e palatável a leitores de diferentes origens, como estudantes
de psicologia, analistas do comportamento, pessoas interessadas em arte
e criatividade, e leitores de ciência em geral.
Apesar do foco principal do livro ser uma análise operante da cria-
tividade, os Capítulos 1 e 2 fazem uma breve apresentação de diversas
metodologias de investigação do fenômeno. Em diversos capítulos especí-
ficos sobre tópicos da Análise do Comportamento, os pontos apresentados
nos Capítulos 1 e 2 são retomados, na tentativa de situar a pesquisa ope-
rante sobre a criatividade no panorama de investigação do tema. Uma das
maneiras de estimular a criatividade é se expor a diferentes estímulos e
recombiná-los, assim, o diálogo com outras áreas e outras metodologias é
tanto uma fonte valiosa de ideias de pesquisa como também uma maneira
certeira de não produzir um conhecimento isolado e alienado. Assim, a
Parte I do livro dedica-se a apresentar o que é a criatividade, as principais
abordagens psicológicas que investigam o tema e como é possível uma
análise operante de comportamentos novos. Na Parte II são apresentados
em detalhes os processos comportamentais responsáveis pela origem e
manutenção da criatividade. O último capítulo (Capítulo 7), é um esboço
dos tópicos aos quais o autor pretende se dedicar com mais atenção nos
próximos anos, tópicos estes que versam sobre o papel da criatividade na
cultura e educação.
Leitores e leitoras astutos podem acusar o autor de um abuso de
longas citações de outras obras. Tal acusação é real e valida. Como
este trabalho pretende ser uma apresentação de diferentes tradições de
pesquisa, optou-se por mostrar o que expoentes e referências dessas áreas
expuseram, comentaram e argumentaram. A apresentação deste material
de terceiros, em sua maioria de originais em inglês, com tradução livre do
autor (que desde já pede perdão pelo papel inescapável e autoconcebido
de traduttore, traditore), é uma tentativa de aguçar a curiosidade do leitor
ou leitora, que pode eventualmente se interessar em ler a obra referenciada
em sua completude. Além disso, todas estas citações são explicadas,
detalhadas e recombinadas umas com as outras, a fim de tentar buscar
semelhanças e diferenças entre estas, principal meta deste livro.
Dito isto, o autor gostaria de agradecer à Imagine Editora, nas pessoas
de Felipe Leite e Lidiane Lins que incentivaram e tornaram possível a
publicação e livre acesso desta obra. Agradeço também os colegas Paulo
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Henrique Módena Coutinho e Nicolau Chaud pela revisão e feedback de
capítulos específicos. O autor também agradece Yulla Christoffersen Knaus
pela confecção das figuras 2.4, 2.5, 3.2, 4.3 e 4.4, e Tom Machnik, do Harold
Cohen Trust, que gentilmente cedeu o direito de reprodução da figura 2.11.
O autor é também grato a seus ex-orientadores e supervisores, hoje
colegas de profissão, Olavo de Faria Galvão (que também gentilmente ce-
deu o direito de reprodução das figuras 2.7 e 2.9), Marcus Bentes de
Carvalho Neto, Miriam Garcia-Mijares, Alex Taylor e Lauro Nalini. O autor
agradece também às agências de fomento FAPESPA, CNPq, CAPES e FAPEG,
responsáveis pelo auxílio e fomento às pesquisas realizadas nestes últi-
mos dez anos debruçados sobre as origens da criatividade. Curiosamente,
alguns pesquisadores estimam que são necessários dez anos de trabalho
e acumulo de conhecimento para que uma pessoa tenha boas chances
de produzir uma ideia ou produto novo socialmente relevante (Ericsson,
Krampe & Tesch-Römer, 1993; Martindale, 2009a). Espero que este livro
contenha ao menos um exemplo que corrobore esta estimativa.
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Parte I
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Capítulo 1
Criatividade: definições
e medidas
do latim creare
sf (criativo+i+dade)
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Capítulo 1. Criatividade: definições e medidas
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Capítulo 1. Criatividade: definições e medidas
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1.1. Criatividade: do mito ao processo Capítulo 1. Criatividade: definições e medidas
são nenhuma, caso fosse feita no século XIX. Hoje em dia, século XXI, a
resposta é sim, e se houver algum psicólogo ou psicóloga por perto, a
resposta virá repleta de dados empíricos. Com os avanços da Psicologia
no século XX, hoje a criatividade é um tema comum em estudos de labo-
ratório, e muito se produziu acerca de seus determinantes. Apesar disso,
ainda persiste uma forte visão mítica, indeterminista (i.e. anticientífica),
sobre a criatividade na sociedade em geral. Neste sentido, para melhor
entendermos a criatividade como um processo ordenado e determinado,
precisamos primeiro entender a história da criatividade.
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Capítulo 1. Criatividade: definições e medidas 1.1. Criatividade: do mito ao processo
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1.1. Criatividade: do mito ao processo Capítulo 1. Criatividade: definições e medidas
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Capítulo 1. Criatividade: definições e medidas 1.1. Criatividade: do mito ao processo
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1.1. Criatividade: do mito ao processo Capítulo 1. Criatividade: definições e medidas
Figura 1.2: A inspiração de São Mateus (1602), quadro de Michelangelo Merisi - Ca-
ravaggio (1571-1610), hoje exposto na capela de Contarelli em Roma, Itália. O qua-
dro mostra um anjo, um típico mensageiro do deus cristão, instruindo o evange-
lista, que registra em um livro (com uma aparente pressa) o que ouve do envi-
ado. Um exemplo de inspiração divina produzindo comportamento. Reprodução de
domínio público, disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:
The_Inspiration_of_Saint_Matthew_by_Caravaggio.jpg.
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Capítulo 1. Criatividade: definições e medidas 1.1. Criatividade: do mito ao processo
e ricas (?). Basta uma breve incursão na lista de biografias de gênios das
artes e ciências anteriores ao século XIX para observamos que a sociedade
ocidental não foi nada igualitária, mas sim pouco democrática na sua
seleção de gênios, na medida em que destacaram-se somente homens em
alguma medida envolvidos com a aristocracia da época (Simonton, 2002).
Campbell (1960) comenta que boa parte do encantamento que gênios
propiciam se dá de acordo com a tendência humana de buscar relações
causais de igual intensidade entre eventos (e. g. Heider & Simmel, 1944). De
acordo com Campbell (1960, p.390) nós humanos teríamos “uma tendência
a enxergar eventos fantásticos com bases em antecedentes igualmente
fantásticos”, mas que, entretanto:
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1.1. Criatividade: do mito ao processo Capítulo 1. Criatividade: definições e medidas
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Capítulo 1. Criatividade: definições e medidas 1.2. Como medir a criatividade
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1.2. Como medir a criatividade Capítulo 1. Criatividade: definições e medidas
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Capítulo 1. Criatividade: definições e medidas 1.3. Criatividade e Inovação
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1.3. Criatividade e Inovação Capítulo 1. Criatividade: definições e medidas
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Capítulo 1. Criatividade: definições e medidas 1.3. Criatividade e Inovação
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1.4. Questões de estudo Capítulo 1. Criatividade: definições e medidas
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Capítulo 1. Criatividade: definições e medidas 1.5. Notas do capítulo
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1.5. Notas do capítulo Capítulo 1. Criatividade: definições e medidas
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