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PREFEITURA MUNICIPAL DE COIMBRA

Rua Álvaro de Barros, 401 - Centro - CEP: 36.550-000 - COIMBRA – MG


C.G.C.: 18.132.464/0001-17 - Telefax.: (32)3555-1152 / 3555-1214

PARECER JURÍDICO

De: Departamento Jurídico

Para: Setor de Tributação

Trata-se a presente consulta, encaminhada a este


Departamento, de solicitação de esclarecimentos acerca da
redução de ITBI ante a Lei 11.977/2009.

A referida norma legal dispõe sobre o Programa Minha


Casa, Minha Vida – PMCMV e a regularização fundiária de
assentamentos localizados em áreas urbanas

O Programa Minha Casa, Minha Vida - PMCMV tem por


finalidade criar mecanismos de incentivo à produção e
aquisição de novas unidades habitacionais ou requalificação de
imóveis urbanos e produção ou reforma de habitações rurais,
para famílias com renda mensal de até R$ 4.650,00 (quatro
mil, seiscentos e cinquenta reais).

A Lei 11.977/2009, nos arts. 42 e 43, prescreve a redução


nos valores de emolumentos referentes ao imóvel adquirido ou
financiado no âmbito do PMCMV. Vejamos:

Art. 42. Os emolumentos devidos pelos atos de


abertura de matrícula, registro de incorporação,
parcelamento do solo, averbação de construção,
instituição de condomínio, averbação da carta de
“habite-se” e demais atos referentes à construção de
empreendimentos no âmbito do PMCMV serão
reduzidos em: (Redação dada pela Lei nº 12.424, de
2011)
I - 75% (setenta e cinco por cento) para os
empreendimentos do FAR e do FDS; (Redação dada
pela Lei nº 12.424, de 2011)
II - 50% (cinquenta por cento) para os atos
relacionados aos demais empreendimentos do PMCMV.
(Redação dada pela Lei nº 12.424, de 2011)
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III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.424, de


2011)
§ 1o A redução prevista no inciso I será também
aplicada aos emolumentos devidos pelo registro da
transferência de propriedade do imóvel para o FAR e o
FDS. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
§ 2o No ato do registro de incorporação, o interessado
deve declarar que o seu empreendimento está
enquadrado no PMCMV para obter a redução dos
emolumentos previstos no caput. (Incluído pela Lei nº
12.424, de 2011)
§ 3o O desenquadramento do PMCMV de uma ou mais
unidades habitacionais de empreendimento que tenha
obtido a redução das custas na forma do § 2 o implica a
complementação do pagamento dos emolumentos
relativos a essas unidades. (Incluído pela Lei nº
12.424, de 2011)

Art. 43. Os emolumentos referentes a escritura


pública, quando esta for exigida, ao registro da
alienação de imóvel e de correspondentes garantias
reais e aos demais atos relativos ao imóvel residencial
adquirido ou financiado no âmbito do PMCMV serão
reduzidos em: (Redação dada pela Lei nº 12.424, de
2011)
I - 75% (setenta e cinco por cento) para os imóveis
residenciais adquiridos do FAR e do FDS; (Incluído
pela Lei nº 12.424, de 2011)
II - 50% (cinquenta por cento) para os imóveis
residenciais dos demais empreendimentos do
PMCMV. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)

Conforme transcrito, o referido dispositivo legal (Lei


11.977/2009) limita-se a prescrever a redução sobre
emolumentos cartorários, sem qualquer menção ao imposto
incidente sobre transmissão de bens imóveis (ITBI).

O ITBI tem como fato gerador a transmissão, ‘‘inter


vivos’’, a qualquer título, de propriedade ou domínio útil de
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bens imóveis; quando há a transmissão a qualquer título de


direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de
garantia; ou quando há a cessão de direitos relativos às
transmissões acima mencionadas.

O Código Tributário Nacional - CTN (Lei 5.172, de


25.10.1966), rege o ITBI em seus artigos 35 a 42. A
Constituição Federal de 1988 estipulou que o ITCMD (imposto
sobre a transmissão causa mortis ou doação) competiria aos
Estados e ao DF (art. 155, I), enquanto os municípios ficariam
com o ITBI (imposto sobre a transmissão de bens inter-vivos)
(art. 156).

A instituição e normatização do imposto sobre


transmissão de bens imóveis – ITBI é de competência dos
Municípios, visto a prescrição do art. 156, inciso II, da
Constituição Federal da República. Vejamos:

Art. 156. Compete aos Municípios instituir


impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título,
por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis,
exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição;

Competência é um termo com origem no latim, e jurídico,


significando precipuamente a faculdade que a lei concede a um
sujeito para decidir determinadas questões.
A competência tributária é a atribuição dada pela
Constituição Federal aos entes políticos do Estado (União,
Governos Estaduais e Municípios) da prerrogativa de instituir e
regulamentar os tributos.

A competência tributária é exclusiva, irrenunciável e


indelegável, ou seja:

 A Constituição estabeleceu a competência de cada


uma das pessoas políticas, de tal forma que uma
não pode invadir a esfera da outra quando criar ou
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regulamentar o tributo. Assim, só pode tributar os


fatos descritos na hipótese de incidência dos seus
impostos;
 A pessoa política não pode abrir mão da
competência tributária;
 Cada pessoa política tem a sua própria
competência tributária e esta não pode ser traslada
nem mesmo por meio de lei.

Lado outro, cumpre ressaltar que a Lei Complementar n°


101 de 04 de maio de 2000, estabelece, especialmente no art.
14 e seguintes, ao Ente Político as normas de finanças públicas
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e prescreve
que a concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de
natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá
estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-
financeiro.

Em outras palavras, o Ente político não pode “abrir mão”


de receita tributária devidamente estipulada por legislação, in
casu, municipal.

Em termos de legislação ordinária, o ITBI, sendo da


competência dos Municípios, tem legislação própria para cada
um deles. Neste sentir, o Município de Coimbra regulamentou
o lançamento e cobrança de imposto sobre transmissão “inter-
vivos” de bens imóveis por meio da Lei n° 530 de 22 de
fevereiro de 1989 (cópia em anexo), que prescreve:

Art. 1° - Fica o Poder Executivo autorizado


a regulamentar, por Decreto, o lançamento
e a cobrança de imposto sobre a
transmissão, onerosa, inter-vivos, a
qualquer título, de bens imóveis, exceto os
de garantia, bem como cessão de direitos à
sua aquisição.
Parágrafo único: a alíquota do imposto é
de 2,0% (dois por cento). A base de
cálculo do imposto é o valor dos bens no
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momento da transmissão ou cessão de


direitos a eles relativos, segundo estimativa
fiscal, ou a preço pago, se este for maior.

Em face do exposto, considerando os fundamentos


jurídicos do instituto ora analisados, conclui-se que a alíquota
do ITBI no Município de Coimbra é de 2,0% (dois por
cento) sobre qualquer transmissão de bens imóveis, visto
a ausência de normatização prevendo regulamentação diversa
para casos excepcionais.

É o parecer, sub censura.

Coimbra/MG, 02 de maio de 2012.

Anderson Brandão Milagres


Assessor Jurídico

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