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Livro Eletrônico

Aula 00

Noções de Direito Processual Penal p/ PRF - Policial - 2018 (Com videoaulas)

Professores: Renan Araujo, Time Renan Araujo

00000000000 - DEMO
D. PROCESSUAL PENAL PARA PRF (2017-2018) Ð POLICIAL
Ô Teoria e quest›es
Aula DEMONSTRATIVA Ð Prof. Renan Araujo

AULA DEMONSTRATIVA
PRINCêPIOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL. CONCEITO E
FONTES. DISPOSI‚ÍES CONSTITUCIONAIS APLICçVEIS. SISTEMAS
PROCESSUAIS. APLICA‚ÌO E INTERPRETA‚ÌO DA LEI PROCESSUAL
PENAL.

SUMçRIO
1. APLICA‚ÌO DA LEI PROCESSUAL PENAL ............................................................ 6
1.1 Lei processual penal no espa•o............................................................................. 6
1.2 Lei processual penal no tempo ............................................................................. 8
2 PRINCêPIOS PROCESSUAIS PENAIS ................................................................. 10
2.1 Princ’pio da inŽrcia ........................................................................................... 10
2.2 Princ’pio do devido processo legal ....................................................................... 11
0
2.3 Princ’pio da presun•‹o de n‹o culpabilidade (ou presun•‹o de inoc•ncia) ................. 14
2.4 Princ’pio da obrigatoriedade da fundamenta•‹o das decis›es judiciais...................... 16
2.5 Princ’pio da publicidade ..................................................................................... 17
2.6 Princ’pio da isonomia processual......................................................................... 19
2.7 Princ’pio do duplo grau de jurisdi•‹o ................................................................... 19
2.8 Princ’pio do Juiz Natural .................................................................................... 20
2.9 Princ’pio da veda•‹o ˆs provas il’citas ................................................................. 21
2.10 Princ’pio da veda•‹o ˆ autoincrimina•‹o ........................................................... 22
2.11 Princ’pio do non bis in idem ............................................................................ 23
3 DISPOSI‚ÍES CONSTITUCIONAIS RELEVANTES............................................... 24
3.1 Direitos constitucionais do preso......................................................................... 24
3.2 Tribunal do Jœri ................................................................................................ 25
3.3 Menoridade Penal ............................................................................................. 26
3.4 Disposi•›es referentes ˆ execu•‹o penal ............................................................. 26
3.5 Outras disposi•›es constitucionais referentes ao processo penal ............................. 27
4 INTERPRETA‚ÌO E INTEGRA‚ÌO DA LEI PROCESSUAL .................................... 28
5 CONCEITO, FINALIDADE E FONTES DO DPP ..................................................... 29
6 SISTEMAS PROCESSUAIS ................................................................................. 30
7 LEGISLA‚ÌO PERTINENTE ................................................................................ 31
8 SòMULAS PERTINENTES ................................................................................... 34
8.1 Sœmulas vinculantes ......................................................................................... 34
8.2 Sœmulas do STF ............................................................................................... 35
8.3 Sœmulas do STJ ............................................................................................... 35
9 JURISPRUDæNCIA CORRELATA ......................................................................... 36
10 RESUMO ........................................................................................................... 37
11 EXERCêCIOS DA AULA ...................................................................................... 42
12 EXERCêCIOS COMENTADOS .............................................................................. 49
13 GABARITO ........................................................................................................ 64

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Aula DEMONSTRATIVA Ð Prof. 0 Renan Araujo

Ol‡, meus amigos!

ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATƒGIA
CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprova•‹o de
voc•s no concurso da PRF (2017-2018). N—s vamos estudar teoria e comentar
exerc’cios sobre DIREITO PROCESSUAL PENAL, para o cargo de POLICIAL
RODOVIçRIO FEDERAL.
E a’, povo, preparados para a maratona?
O edital ainda n‹o foi publicado, mas estima-se que seja realizado em
breve. A expectativa Ž de que a Banca organizadora seja o CESPE.
Bom, est‡ na hora de me apresentar a voc•s, n‹o Ž?
Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pœblico
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de Janeiro,
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes,
porŽm, fui servidor da Justi•a Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de
TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e p—s-
graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama Filho.
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos Pœblicos.
Desde o come•o da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferen•a! Algumas pessoas me perguntam
como consegui sucesso nos concursos em t‹o pouco tempo. Simples: Foco +
For•a de vontade + Disciplina. N‹o h‡ f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente
secreto! Basta querer e correr atr‡s do seu sonho! Acreditem em mim, isso
funciona!
ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro,
poder colaborar para a aprova•‹o de outros tantos concurseiros, como um dia eu
fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprova•‹oÓ, n‹o estou falando apenas
por falar. O EstratŽgia Concursos possui ’ndices alt’ssimos de aprova•‹o
em todos os concursos!
Neste curso voc•s receber‹o todas as informa•›es necess‡rias para que
possam ter sucesso no concurso da PRF. Acreditem, voc•s n‹o v‹o se
arrepender! O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua
aprova•‹o, com sua vaga, ou seja, com voc•!
Mas Ž poss’vel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc• ainda
n‹o esteja plenamente convencido de que o EstratŽgia Concursos Ž a melhor
escolha. Eu entendo voc•, j‡ estive deste lado do computador. Ës vezes Ž dif’cil
escolher o melhor material para sua prepara•‹o. Contudo, alguns colegas de
caminhada podem te ajudar a resolver este impasse:

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Esse print screen acima foi retirado da p‡gina de avalia•‹o do curso de


Direito Processual Penal para Delegado da PC-PE. Vejam que, dos 62 alunos
que avaliaram o curso, 61 o aprovaram. Um percentual de 98,39%.
Ainda n‹o est‡ convencido? Continuo te entendendo. Voc• acha que
pode estar dentro daqueles 1,61%. Em raz‹o disso, disponibilizamos
gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que voc• possa analisar o
material, ver se a abordagem te agrada, etc.
Acha que a aula demonstrativa Ž pouco para testar o material? Pois
bem, o EstratŽgia concursos d‡ a voc• o prazo de 30 DIAS para testar o
material. Isso mesmo, voc• pode baixar as aulas, estudar, analisar detidamente
o material e, se n‹o gostar, devolvemos seu dinheiro.
Sabem porque o EstratŽgia Concursos d‡ ao aluno 30 dias para
pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso n‹o vai acontecer! N‹o
temos medo de dar a voc• essa liberdade.
Neste curso estudaremos todo o conteœdo de Direito Penal estimado
para o Edital. Estudaremos teoria e vamos trabalhar tambŽm com exerc’cios
comentados.
Abaixo segue o plano de aulas do curso todo:
! ! ! !

AULA CONTEòDO DATA


Princ’pios do Direito Processual
Aula 00 Penal. Aplica•‹o da Lei processual 20.10
penal.
Aula 01 InquŽrito Policial 30.10
Aula 02 A•‹o Penal 09.11
Aula 03 Jurisdi•‹o e compet•ncia 19.11
Aula 04 Sujeitos processuais 29.11
Aula 05 Provas (parte I) 09.12
Aula 06 Provas (parte II) 19.12

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Pris‹o e liberdade provis—ria (parte


Aula 07 29.12
I). Pris‹o tempor‡ria (Lei 7.960/89)
Pris‹o e liberdade provis—ria (parte
Aula 08 08.01
II)
Processo e julgamento dos crimes de
Aula 09 responsabilidade dos funcion‡rios 18.01
pœblicos.
Aula 10 Habeas Corpus e seu processo 28.01

As aulas ser‹o disponibilizadas no site conforme o cronograma


apresentado. Em cada aula eu trarei algumas quest›es que foram cobradas
em concursos pœblicos, para fixarmos o entendimento sobre a matŽria.
Como a Banca do œltimo concurso foi o CESPE, vamos usar,
primordialmente, quest›es desta Banca. Caso seja escolhida outra Banca,
nosso curso sofrer‡ as adapta•›es necess‡rias.
AlŽm da teoria e das quest›es, voc•s ter‹o acesso a duas ferramentas
muito importantes:
¥! RESUMOS Ð Cada aula ter‡ um resumo daquilo que foi estudado,
variando de 03 a 10 p‡ginas (a depender do tema), indo direto ao
ponto daquilo que Ž mais relevante! Ideal para quem est‡ sem
muito tempo.
¥! FîRUM DE DòVIDAS Ð N‹o entendeu alguma coisa? Simples: basta
perguntar ao professor Vinicius Silva, que Ž o respons‡vel pelo
F—rum de Dœvidas, exclusivo para os alunos do curso.

Outro diferencial importante Ž que nosso curso em PDF ser‡


complementado por videoaulas. Nas videoaulas ser‹o apresentados
alguns pontos considerados mais relevantes da matŽria, seja atravŽs da
apresenta•‹o da teoria seja atravŽs da resolu•‹o de exerc’cios anteriores, como
forma de ajudar na assimila•‹o da matŽria.

No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos!


Prof. Renan Araujo

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E-mail: profrenanaraujo@gmail.com

Periscope: @profrenanaraujo

Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia

Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br
Youtube:
www.youtube.com/channel/UClIFS2cyREWT35OELN8wcFQ

Observa•‹o importante: este curso Ž protegido por direitos autorais


(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a
legisla•‹o sobre direitos autorais e d‡ outras provid•ncias.

Grupos de rateio e pirataria s‹o clandestinos, violam a lei e prejudicam os


professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe
adquirindo os cursos honestamente atravŽs do site EstratŽgia Concursos. ;-)

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1.! APLICA‚ÌO DA LEI PROCESSUAL PENAL

1.1! Lei processual penal no espa•o


O estudo da aplicabilidade da Lei Processual Penal est‡ relacionado ˆ sua
aptid‹o para produzir efeitos. Essa aptid‹o para produzir efeitos est‡ ligada a
dois fatores: espacial e temporal.
Assim, a norma processual penal (como qualquer outra) vigora em
determinado lugar e em determinado momento. Nesse sentido, devemos
analisar onde e quando a lei processual penal brasileira se aplica.
O art. 1¡ do CPP diz o seguinte:
Art. 1o O processo penal reger-se-‡, em todo o territ—rio brasileiro, por este C—digo,
ressalvados:
I - os tratados, as conven•›es e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da Repœblica, dos ministros de
Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da Repœblica, e dos ministros do
Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constitui•‹o, arts. 86, 89,
¤ 2o, e 100);
III - os processos da compet•ncia da Justi•a Militar;
IV - os processos da compet•ncia do tribunal especial (Constitui•‹o, art. 122, no 17);
V - os processos por crimes de imprensa. Vide ADPF n¼ 130
Par‡grafo œnico. Aplicar-se-‡, entretanto, este C—digo aos processos referidos nos nos.
IV e V, quando as leis especiais que os regulam n‹o dispuserem de modo diverso.

Assim, podemos perceber que o CPP adotou, como regra, o princ’pio da


territorialidade. O que seria esse princ’pio? Esse princ’pio determina que a
lei produzir‡ seus efeitos dentro do territ—rio nacional1. Simples assim!
Desta maneira, o CPP Ž a lei aplic‡vel ao processo e julgamento das infra•›es
penais no Brasil. As regras de aplica•‹o da Lei Penal brasileira est‹o no C—digo
Penal, mas isso n‹o nos interessa aqui. O que nos interessa Ž o seguinte: Se for
caso de aplica•‹o da Lei Penal brasileira, as regras do processo ser‹o aquelas
previstas no CPP, em todo o territ—rio nacional.
Portanto, n‹o se admite a exist•ncia de C—digos Processuais
estaduais, atŽ porque compete privativamente ˆ Uni‹o legislar sobre direito
processual, nos termos da Constitui•‹o Federal:
Art. 22. Compete privativamente ˆ Uni‹o legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agr‡rio, mar’timo, aeron‡utico,
espacial e do trabalho;

1
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execu•‹o penal. 12.¼ edi•‹o. Ed. Forense. Rio de
Janeiro, 2015, p. 92

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Como disse a voc•s, esta Ž a regra! Mas toda regra possui exce•›es2. S‹o
elas:
⇒! Tratados, conven•›es e regras de Direito Internacional Ð Neste
caso, a aplica•‹o do CPP pode ser afastada, pontualmente, em raz‹o
de alguma norma espec’fica prevista em tratado ou conven•‹o
internacional.
⇒! Jurisdi•‹o pol’tica Ð ƒ o caso das prerrogativas constitucionais do
Presidente da Repœblica, dos ministros de Estado, nos crimes conexos
com os do Presidente da Repœblica, e dos ministros do Supremo
Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade. Neste caso, ser‹o
julgados de acordo com procedimentos pr—prios, previstos na
Constitui•‹o Federal.
⇒! Processos de compet•ncia da Justi•a Eleitoral Ð Tais processos
seguir‹o, como regra, o C—digo Eleitoral, e apenas subsidiariamente,
o CPP.
⇒! Processos de compet•ncia da Justi•a Militar - Tais processos
seguir‹o, como regra, o C—digo de Processo Penal Militar, e apenas
subsidiariamente, o CPP.3
⇒! Legisla•‹o especial Ð No caso de haver rito espec’fico para o
processo e julgamento de determinado crime, como ocorre na Lei de
Drogas, dever‡ ser utilizado, primordialmente, o rito espec’fico,
cabendo ao CPP atuar de forma subsidi‡ria.

Assim, o CPP Ž aplic‡vel aos processos de natureza criminal que tramitem


no territ—rio nacional, com as ressalvas feitas anteriormente.
AlŽm do que atŽ aqui foi dito, Ž importante destacar tambŽm que o CPP s—
Ž aplic‡vel aos atos processuais praticados no territ—rio nacional.
Desta forma, se por algum motivo o ato processual tiver de ser praticado no
exterior, por meio de carta rogat—ria ou outro instrumento de coopera•‹o jur’dica
internacional, ser‹o aplicadas as regras processuais do pa’s em que o ato for
praticado.

EXEMPLO: JosŽ est‡ sendo processado, no Brasil, pelo crime X. Todavia,


uma das testemunhas de JosŽ, Paula, reside na Fran•a. Neste caso, para
que Paula seja ouvida dever‡ ser expedida carta rogat—ria, que Ž um
instrumento por meio do qual o Judici‡rio brasileiro solicita coopera•‹o
jur’dica ao Judici‡rio franc•s, a fim de que Paula seja ouvida na Fran•a e os
termos de seu depoimento sejam enviados posteriormente ao Brasil, por
escrito, a fim de serem anexados ao processo. Neste caso, Paula ser‡ ouvida
na Fran•a, e o seu depoimento ser‡ regulado de acordo com as regras

2
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 85-92
3
H‡ uma pequena diverg•ncia doutrin‡ria quanto a este ponto, mas este Ž o entendimento que prevalece,
ou seja, o CPP Ž aplic‡vel subsidiariamente nos processos por crime militar.

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processuais previstas na Lei francesa, e n‹o de acordo com as regras


processuais brasileiras.

1.2! Lei processual penal no tempo


Quando duas ou mais leis processuais penais se sucedem no tempo, surge
a necessidade de definir qual delas ser‡ aplic‡vel a determinado processo
criminal. Nesse sentido, existem basicamente tr•s teorias para tentar explicar a
aplicabilidade da lei processual penal nova:
⇒! Teoria da unidade processual Ð Uma lei processual penal nova n‹o
poderia ser aplicada a processos criminais j‡ em curso, somente sendo
aplic‡vel aos processos que viessem a ser instaurados no futuro.
Assim, para esta teoria, um processo criminal somente poderia ser
regido, do in’cio ao fim, por uma œnica lei.
⇒! Teoria das fases processuais Ð Uma lei processual penal nova pode
ser aplicada a um processo em curso, mas s— seria aplic‡vel na fase
processual seguinte (fase postulat—ria, fase instrut—ria, fase decis—ria,
etc.). Isso significa, portanto, que num mesmo processo poderiam ser
aplicadas diversas leis, mas cada fase processual somente poderia ser
regida por uma œnica lei.
⇒! Teoria do isolamento dos atos processuais Ð Para esta teoria a lei
processual penal nova pode ser aplicada imediatamente aos processos
em curso, mas somente ser‡ aplic‡vel aos atos processuais futuros,
ou seja, n‹o ir‡ interferir nos atos processuais que j‡ foram
validamente praticados sob a vig•ncia da lei antiga. Para esta teoria,
portanto, um processo pode ser regido por diversas leis que se
sucederam no tempo. AlŽm disso, dentro de uma mesma fase
processual Ž poss’vel que haja a aplica•‹o de mais de uma lei
processual penal.

Mas, qual foi a teoria adotada pelo CP? Nos termos do art. 2¡ do CPP:
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-‡ desde logo, sem preju’zo da validade dos
atos realizados sob a vig•ncia da lei anterior.

Por este artigo podemos extrair o princ’pio do tempus regit actum,


tambŽm conhecido como princ’pio do efeito imediato ou aplica•‹o imediata
da lei processual. Este princ’pio significa que a lei processual regular‡ os atos
processuais praticados a partir de sua vig•ncia, n‹o se aplicando aos atos j‡
praticados.4

4
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 96. No mesmo sentido, Eug•nio Pacelli. PACELLI, Eug•nio. Curso
de processo penal. 16¼ edi•‹o. Ed. Atlas. S‹o Paulo, 2012, p. 24.

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Esta Ž a regra de aplica•‹o temporal de toda e qualquer lei, meus caros, ou


seja, produ•‹o de efeitos somente para o futuro.
Assim, voc•s devem ter muito cuidado! Ainda que o processo tenha se
iniciado sob a vig•ncia de uma lei, sobrevindo outra norma, alterando o CPP
(ainda que mais gravosa ao rŽu), esta ser‡ aplicada aos atos futuros. Ou
seja, a lei nova n‹o pode retroagir para alcan•ar atos processuais j‡
praticados, mas se aplica aos atos futuros dos processos em curso.
EXEMPLO: Imaginemos que uma pessoa responda a processo criminal pelo
crime de homic’dio. Nesse caso, a Lei prev• dois recursos, ÒAÓ e ÒBÓ. Durante
o processo surge uma lei alterando o CPP e excluindo a possibilidade de
interposi•‹o do recurso ÒBÓ, ou seja, Ž uma norma prejudicial ao rŽu, pois
retira do rŽu a possibilidade de manejo de um recurso. Nesse caso, trata-se
de norma puramente processual, e a aplica•‹o da lei nova ser‡ imediata.
Entretanto, se o acusado j‡ tiver interposto o recurso ÒBÓ, a lei nova n‹o ter‡
o cond‹o de fazer com que o recurso deixe de ser julgado, pois se trata de
ato processual j‡ praticado (interposi•‹o do recurso), devendo o Tribunal
apreci‡-lo. A doutrina entende, inclusive, que mesmo se o recurso ainda n‹o
foi interposto, mas o prazo recursal j‡ est‡ em curso, a lei nova n‹o Ž
aplic‡vel.

Assim, sem grande esfor•o, podemos concluir que, no que se refere ˆs


normas de direito processual penal, sua aplica•‹o Ž imediata, inclusive aos
processos em curso, mas somente aos atos processuais futuros, n‹o afetando os
atos processuais j‡ praticados validamente sob a vig•ncia da lei anterior. Isso
consagra a ado•‹o da teoria do isolamento dos atos processuais.
Tudo o que foi dito anteriormente, quanto ˆ aplica•‹o da lei processual penal
nova, se aplica exclusivamente ˆ hip—tese de leis puramente processuais5.
Ocorre, porŽm, que dentro de uma lei processual pode haver normas de natureza
material. Como assim? Uma lei processual pode estabelecer normas que, na
verdade, s‹o de Direito Penal, pois criam ou extinguem direito do indiv’duo,
relativos ˆ sua liberdade, etc., como Ž o caso das normas relativas ˆ prescri•‹o,
ˆ extin•‹o da punibilidade em geral, e outras. Nesses casos de leis materiais,
inseridas em normas processuais (e vice-versa), ocorre o fen™meno da
heterotopia.
Em casos como este, o dif’cil Ž saber identificar qual regra Ž de direito
processual e qual Ž de direito material (penal). PorŽm, uma vez identificada a
norma como sendo uma regra de direito material, sua aplica•‹o ser‡ regulada
pelas normas atinentes ˆ aplica•‹o da lei penal no tempo, inclusive no que se
refere ˆ possibilidade de efic‡cia retroativa para benef’cio do rŽu.
EXEMPLO: Imagine que JosŽ esteja sendo processado pelo crime X, que
prescreve em 10 anos. Surge, porŽm, uma Lei nova, que possui conteœdo
eminentemente processual, tratando sobre quest›es relativas ao processo

5
Normas puramente processuais s‹o aquelas que se referem a quest›es meramente relativas ao processo,
ao procedimento em geral, como as normas relativas ˆ comunica•‹o dos atos processuais (cita•›es e
intima•›es), aos prazos para manifesta•‹o das partes, aos recursos, etc.

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em geral. Todavia, essa lei nova contŽm um dispositivo que estabelece que
a prescri•‹o em rela•‹o ao crime X ocorrer‡ em 20 anos. Tal norma, apesar
de estar inserida numa lei processual, possui conteœdo de direito penal,
pois Ž relativa ˆ prescri•‹o (que Ž causa de extin•‹o da punibilidade). Assim,
essa norma n‹o ser‡ aplic‡vel ao caso de JosŽ, por ser uma norma penal
nova mais gravosa. Aplica-se aqui a regra do Direito Penal da irretroatividade
da lei penal nova mais gravosa.

Diferentemente das normas heterot—picas (que s‹o ou de direito


material ou de direito processual, mas inseridas em lei de natureza diversa),
existem normas mistas, ou h’bridas, que s‹o aquelas que s‹o, ao mesmo
tempo, normas de direito processual e de direito material.
No caso das normas mistas, embora haja alguma diverg•ncia doutrin‡ria,
vem prevalecendo o entendimento de que, por haver disposi•›es de
direito material, devem ser utilizadas as regras de aplica•‹o da lei penal no
tempo, ou seja, retroatividade da lei mais benŽfica e impossibilidade de
retroatividade quando houver preju’zo ao rŽu.6

CUIDADO! No que se refere ˆs normas relativas ˆ execu•‹o


penal (cumprimento de pena, sa’das tempor‡rias, etc.), a Doutrina diverge
quanto ˆ sua natureza. H‡ quem entenda tratar-se de normas de direito
material, h‡ quem as considere como normas de direito processual. Entretanto,
para n—s, o que importa Ž o que o STF e o STJ pensam! E eles entendem que
se trata de norma de direito material. Assim, se uma lei nova surge,
alterando o regime de cumprimento da pena, beneficiando o rŽu, ela ser‡
aplicada aos processos em fase de execu•‹o, por ser considerada norma de
direito material.

2! PRINCêPIOS PROCESSUAIS PENAIS

2.1! Princ’pio da inŽrcia


Alguns doutrinadores n‹o consideram este um princ’pio do processo penal
com base constitucional, embora seja un‰nime que Ž aplic‡vel ao processo penal
brasileiro.
Este princ’pio diz que o Juiz n‹o pode dar in’cio ao processo penal, pois isto
implicaria em viola•‹o da sua imparcialidade, j‡ que, ao dar in’cio ao processo, o
Juiz j‡ d‡ sinais de que ir‡ condenar o rŽu. Trata-se de uma das materializa•›es

6
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 96

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da ado•‹o do sistema acusat—rio, ou seja, a clara separa•‹o entre as


fun•›es de acusar e julgar.
Um dos dispositivos constitucionais que d‡ base a esse entendimento Ž o
art. 129, I da Constitui•‹o Federal:
Art. 129. S‹o fun•›es institucionais do MinistŽrio Pœblico:
I - promover, privativamente, a a•‹o penal pœblica, na forma da lei;

Percebam que a Constitui•‹o estabelece como sendo privativa do MP a


promo•‹o da a•‹o penal pœblica. Assim, diz-se que o MP Ž o Òtitular da a•‹o
penal pœblicaÓ.
Mas e a a•‹o penal privada? Mais ˆ frente voc•s ver‹o que a a•‹o penal
privada Ž de titularidade do ofendido. Assim, o Juiz j‡ n‹o poderia a ela dar
in’cio por sua pr—pria natureza, j‡ que a lei considera que, nesses casos, o
interesse do ofendido em processar ou n‹o o infrator se sobrep›e ao interesse
do Estado na persecu•‹o penal.
Este princ’pio Ž o alicerce m‡ximo daquilo que se chama de sistema
acusat—rio, que Ž o sistema adotado pelo nosso processo penal7. No sistema
acusat—rio existe uma figura que acusa e outra figura que julga, diferentemente
do sistema inquisitivo, no qual acusador e julgador se confundem na mesma
pessoa, o que gera parcialidade do julgador, ofendendo inœmeros outros
princ’pios.
Entretanto, este princ’pio n‹o impede que o Juiz determine a
realiza•‹o de dilig•ncias que entender necess‡rias para elucidar quest‹o
relevante para o deslinde do processo. Isso porque no Processo Penal,
diferentemente do que ocorre no Processo Civil, vigora o princ’pio da busca pela
verdade real ou material, n‹o da verdade formal. Assim, no processo penal
n‹o h‡ presun•‹o de veracidade das alega•›es da acusa•‹o em caso de aus•ncia
de manifesta•‹o em contr‡rio pelo rŽu, pois o interesse pœblico pela busca da
efetiva verdade impede isto.
AlŽm disso, este princ’pio ir‡ embasar diversas outras disposi•›es do sistema
processual penal brasileiro, como aquela que impede que o Juiz julgue um fato
n‹o contido na denœncia (seria uma viola•‹o indireta ao princ’pio da inŽrcia), que
caracteriza o princ’pio da congru•ncia8 entre a senten•a e a inicial
acusat—ria.

2.2! Princ’pio do devido processo legal


Esse princ’pio Ž o que se pode chamar de base principal do Direito Processual
brasileiro, pois todos os outros, de uma forma ou de outra, encontram nele seu

7
Alguns sustentam que se adotou um sistema misto (entre acusat—rio e inquisitivo), pois h‡ caracteres de
ambos. NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p.71
8
TambŽm chamado de princ’pio da adstri•‹o ou princ’pio da corre•‹o entre acusa•‹o e senten•a. NUCCI,
Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 608

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fundamento. Este princ’pio est‡ previsto no art. 5¡, LIV da CRFB/88, nos
seguintes termos:
Art. 5¼ (...) LIV - ninguŽm ser‡ privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;

Assim, a Constitui•‹o estabelece que ninguŽm poder‡ sofrer priva•‹o de sua


liberdade ou de seus bens sem que haja um processo prŽvio, em que lhe seja
assegurada toda a sorte de instrumentos de defesa.
Desta maneira, especificamente no processo penal, esse princ’pio norteia
algumas regras, como o Direito que o acusado possui de ser ouvido pessoalmente
(Sim, o interrogat—rio Ž um direito do rŽu), a fim de expor sua vers‹o dos fatos,
bem como o direito que o acusado possui de arrolar testemunhas, contradizer
todas as provas e argumentos da acusa•‹o etc. Todos eles tiram seu fundamento
do Princ’pio do Devido Processo Legal.
A obedi•ncia ao rito previsto na Lei Processual (seja o rito ordin‡rio ou
outro), bem como ˆs demais regras estabelecidas para o processo Ž que se chama
de Devido Processo Legal em sentido formal.
Entretanto, existe outra vertente deste princ’pio, denominada Devido
Processo Legal em sentido material. Nessa œltima acep•‹o, entende-se que
o Devido Processo Legal s— Ž efetivamente respeitado quando o Estado age
de maneira razo‡vel, proporcional e adequada na tutela dos interesses
da sociedade e do acusado.
O princ’pio do Devido Processo Legal tem como corol‡rios os
postulados da Ampla Defesa e do Contradit—rio, ambos tambŽm previstos
na Constitui•‹o Federal, em seu art. 5¡, LV:
Art. 5 (...)
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
s‹o assegurados o contradit—rio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;

2.2.1!Dos postulados do contradit—rio e da ampla defesa


O princ’pio do Contradit—rio estabelece que os litigantes em geral e, no nosso
caso, os acusados, tem assegurado o direito de contradizer os argumentos
trazidos pela parte contr‡ria e as provas por ela produzidas.
Entretanto, este princ’pio sofre limita•›es, notadamente quando a decis‹o
a ser tomada pelo Juiz n‹o possa esperar a manifesta•‹o do acusado ou
a ci•ncia do acusado pode implicar a frustra•‹o da decis‹o.
EXEMPLO: Imagine que o MP aju’za a•‹o penal em face de JosŽ,
requerendo seja decretada sua pris‹o preventiva, com base na
ocorr•ncia de uma das circunst‰ncias previstas no art. 312 do CPP. O
Juiz, ao receber a denœncia, verificando estarem presentes os requisitos
que autorizam a decreta•‹o da pris‹o preventiva, a decretar‡ sem ouvir

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o acusado, pois aguardar a manifesta•‹o deste acerca da pris‹o


preventiva pode acarretar na frustra•‹o desta (fuga do acusado).

J‡ o postulado da ampla defesa prev• que n‹o basta dar ao acusado ci•ncia
das manifesta•›es da acusa•‹o e facultar-lhe se manifestar, se n‹o lhe forem
dados instrumentos para isso. Ampla Defesa e Contradit—rio caminham juntos
(atŽ por isso est‹o no mesmo inciso da Constitui•‹o), e retiram seu fundamento
no Devido Processo Legal.
Entre os instrumentos para o exerc’cio da defesa est‹o a previs‹o legal de
recursos em face das decis›es judiciais, direito ˆ produ•‹o de provas, bem como
a obriga•‹o de que o Estado forne•a assist•ncia jur’dica integral e gratuita,
primordialmente atravŽs da Defensoria Pœblica. Vejamos:
Art. 5¼ (...) LXXIV - o Estado prestar‡ assist•ncia jur’dica integral e gratuita aos que
comprovarem insufici•ncia de recursos;

Portanto, ao acusado que n‹o possuir meios de pagar um advogado, deve


ser garantida a defesa por um Defensor Pœblico, ou, em n‹o havendo sede da
Defensoria Pœblica na comarca, ser nomeado um defensor dativo (advogado
particular pago pelos cofres pœblicos), a fim de que lhe seja prestada defesa
tŽcnica.
AlŽm da defesa tŽcnica, realizada por profissional habilitado (advogado
particular ou Defensor Pœblico), h‡ tambŽm a autodefesa, que Ž realizada pelo
pr—prio rŽu, especialmente quando do seu interrogat—rio, oportunidade na qual
pode, ele mesmo, defender-se pessoalmente, sem a intermedia•‹o de
procurador. Assim, se o Juiz se recusar a interrogar o rŽu, por exemplo,
estar‡ violando o princ’pio da ampla defesa, por estar impedindo o rŽu de
exercer sua autodefesa.
A autodefesa se desdobra em tr•s:
⇒! Direito de audi•ncia Ð Tal direito se materializa durante o
interrogat—rio, oportunidade na qual o acusado pode apresentar ao
Juiz, pessoalmente, a sua defesa, ou seja, sua vers‹o acerca dos fatos.
⇒! Direito de presen•a Ð ƒ assegurado ao acusado o direito de
acompanhar os atos da instru•‹o processual, auxiliando o seu defensor
na realiza•‹o da defesa. Ex. Acompanhar a realiza•‹o da
Òreconstitui•‹oÓ (reprodu•‹o simulada dos fatos).
⇒! Capacidade postulat—ria aut™noma excepcional Ð Ao acusado Ž
conferido o direito de postular diretamente ao Ju’zo em determinados
casos. Ex.: O acusado tem legitimidade recursal, ou seja, ele pode
recorrer mesmo que seu defensor n‹o recorra (art. 577 do CPP).

Ao contr‡rio da defesa tŽcnica, que n‹o pode faltar no processo criminal, sob
pena de nulidade absoluta, o rŽu pode recusar-se a exercer a autodefesa,
ficando em sil•ncio, por exemplo, pois o direito ao sil•ncio Ž um direito
expressamente previsto ao rŽu.

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Este princ’pio n‹o impede, porŽm, que o acusado sofra as consequ•ncias de


sua inŽrcia em rela•‹o aos atos processuais (n‹o-interposi•‹o de recursos,
aus•ncia injustificada de audi•ncias, etc.). Entretanto, o princ’pio da ampla
defesa se manifesta mais explicitamente quando o rŽu, embora citado, deixe de
apresentar Resposta ˆ Acusa•‹o. Nesse caso, dada a import‰ncia da pe•a de
defesa, dever‡ o Juiz encaminhar os autos ˆ Defensoria Pœblica, para que atue
na qualidade de curador do acusado, ou, em n‹o havendo Defensoria no local,
nomear defensor dativo para que patrocine a defesa do acusado.

2.3! Princ’pio da presun•‹o de n‹o culpabilidade (ou presun•‹o de


inoc•ncia)
A Presun•‹o de inoc•ncia Ž o maior pilar de um Estado Democr‡tico de
Direito, pois, segundo este princ’pio, nenhuma pessoa pode ser considerada
culpada (e sofrer as consequ•ncias disto) antes do tr‰nsito em julgado se
senten•a penal condenat—ria. Nos termos do art. 5¡, LVII da CRFB/88:
LVII - ninguŽm ser‡ considerado culpado atŽ o tr‰nsito em julgado de senten•a penal
condenat—ria;

O que Ž tr‰nsito em julgado de senten•a penal condenat—ria? ƒ a


situa•‹o na qual a senten•a proferida no processo criminal, condenando o rŽu,
n‹o pode mais ser modificada atravŽs de recurso. Assim, enquanto n‹o houver
uma senten•a criminal condenat—ria irrecorr’vel, o acusado n‹o pode ser
considerado culpado e, portanto, n‹o pode sofrer as consequ•ncias da
condena•‹o.
Este princ’pio pode ser considerado:
⇒! Uma regra probat—ria (regra de julgamento) - Deste princ’pio decorre
que o ™nus (obriga•‹o) da prova cabe ao acusador (MP ou ofendido,
conforme o caso). O rŽu Ž, desde o come•o, inocente, atŽ que o acusador prove
sua culpa. Assim, temos o princ’pio do in dubio pro reo ou favor rei, segundo o
qual, durante o processo (inclusive na senten•a), havendo dœvidas acerca da
culpa ou n‹o do acusado, dever‡ o Juiz decidir em favor deste, pois sua culpa
n‹o foi cabalmente comprovada.

CUIDADO: Existem hip—teses em que o Juiz n‹o decidir‡ de acordo com


princ’pio do in dubio pro reo, mas pelo princ’pio do in dubio pro societate. Por
exemplo, nas decis›es de recebimento de denœncia ou queixa e na decis‹o de
pronœncia, no processo de compet•ncia do Jœri, o Juiz decide contrariamente
ao rŽu (recebe a denœncia ou queixa no primeiro caso, e pronuncia o rŽu no
segundo) com base apenas em ind’cios de autoria e prova da materialidade. Ou
seja, nesses casos, mesmo o Juiz tendo dœvidas quanto ˆ culpabilidade do rŽu,
dever‡ decidir contrariamente a ele, e em favor da sociedade, pois destas
decis›es n‹o h‡ consequ•ncias para o rŽu, permitindo-se, apenas, que seja

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iniciado o processo ou a fase processual, na qual ser‹o produzidas as provas


necess‡rias ˆ elucida•‹o dos fatos.

⇒! Uma regra de tratamento - Deste princ’pio decorre, ainda, que o rŽu


deve ser, a todo momento, tratado como inocente. E isso tem uma dimens‹o
interna e uma dimens‹o externa:
a)! Dimens‹o interna Ð O agente deve ser tratado, dentro do processo, como
inocente. Ex.: O Juiz n‹o pode decretar a pris‹o preventiva do acusado
pelo simples fato de o rŽu estar sendo processado, caso contr‡rio, estaria
presumindo a culpa do acusado.
b)! Dimens‹o externa Ð O agente deve ser tratado como inocente FORA do
processo, ou seja, o fato de estar sendo processado n‹o pode gerar reflexos
negativos na vida do rŽu. Ex.: O rŽu n‹o pode ser eliminado de um concurso
pœblico porque est‡ respondendo a um processo criminal (pois isso seria
presumir a culpa do rŽu).

Desta maneira, sendo este um princ’pio de ordem Constitucional,


deve a legisla•‹o infraconstitucional (especialmente o CP e o CPP)
respeit‡-lo, sob pena de viola•‹o ˆ Constitui•‹o. Portanto, uma lei que
dissesse, por exemplo, que o cumprimento de pena se daria a partir da senten•a
em primeira inst‰ncia seria inconstitucional, pois a Constitui•‹o afirma que o
acusado ainda n‹o Ž considerado culpado nessa hip—tese.

CUIDADO! A exist•ncia de pris›es provis—rias (pris›es


decretadas no curso do processo) n‹o ofende a presun•‹o de inoc•ncia,
pois nesse caso n‹o se trata de uma pris‹o como cumprimento de pena, mas
sim de uma pris‹o cautelar, ou seja, para garantir que o processo penal seja
devidamente instru’do ou eventual senten•a condenat—ria seja cumprida. Por
exemplo: Se o rŽu est‡ dando sinais de que vai fugir (tirou passaporte
recentemente), e o Juiz decreta sua pris‹o preventiva, o faz n‹o por consider‡-
lo culpado, mas para garantir que, caso seja condenado, cumpra a pena. Voc•s
ver‹o mais sobre isso na aula sobre Pris‹o e Liberdade Provis—ria! J
Ou seja, a pris‹o cautelar, quando devidamente fundamentada na
necessidade de evitar a ocorr•ncia de algum preju’zo (risco para a instru•‹o ou
para o processo, por exemplo), Ž v‡lida. O que n‹o se pode admitir Ž a
utiliza•‹o da pris‹o cautelar como Òantecipa•‹o de penaÓ.

Vou transcrever para voc•s agora alguns pontos que s‹o pol•micos e a
respectiva posi•‹o dos Tribunais Superiores, pois isto Ž importante.
¥! Processos criminais em curso e inquŽritos policiais em face do
acusado podem ser considerados maus antecedentes? Segundo
o STJ e o STF n‹o, pois em nenhum deles o acusado foi condenado de
maneira irrecorr’vel, logo, n‹o pode ser considerado culpado nem

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sofrer qualquer consequ•ncia em rela•‹o a eles (sœmula 444 do


STJ).
¥! Regress‹o de regime de cumprimento da pena Ð O STJ e o STF
entendem que NÌO Hç NECESSIDADE DE CONDENA‚ÌO PENAL
TRANSITADA EM JULGADO para que o preso sofra a regress‹o do
regime de cumprimento de pena mais brando para o mais severo (do
semiaberto para o fechado, por exemplo). Nesses casos, basta que o
preso tenha cometido novo crime doloso ou falta grave, durante
o cumprimento da pena pelo crime antigo, para que haja a regress‹o,
nos termos do art. 118, I da Lei 7.210/84 (Lei de Execu•›es Penais),
n‹o havendo necessidade, sequer, de que tenha havido condena•‹o
criminal ou administrativa. A Jurisprud•ncia entende que esse artigo
da LEP n‹o ofende a Constitui•‹o.
¥! Revoga•‹o do benef’cio da suspens‹o condicional do processo
em raz‹o do cometimento de crime Ð Prev• a Lei 9.099/95 que em
determinados crimes, de menor potencial ofensivo, pode ser o
processo criminal suspenso por determinado, devendo o rŽu cumprir
algumas obriga•›es durante este prazo (dentre elas, n‹o cometer novo
crime), findo o qual estar‡ extinta sua punibilidade. Nesse caso, o STF
e o STJ entendem que, descoberta a pr‡tica de crime pelo acusado
beneficiado com a suspens‹o do processo, este benef’cio deve ser
revogado, por ter sido descumprida uma das condi•›es, n‹o havendo
necessidade de tr‰nsito em julgado da senten•a condenat—ria
do crime novo.

CUIDADO MASTER! Recentemente, no julgamento do HC 126.292 o STF


decidiu (entendimento confirmado posteriormente) que o cumprimento da
pena pode se iniciar com a mera condena•‹o em segunda inst‰ncia por
um —rg‹o colegiado (TJ, TRF, etc.). Isso significa que o STF relativizou o
princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia, admitindo que a ÒculpaÓ (para fins de
cumprimento da pena) j‡ estaria formada nesse momento (embora a CF/88
seja expressa em sentido contr‡rio). Isso significa que, possivelmente, teremos
(num futuro breve) altera•‹o na jurisprud•ncia consolidada do STF e do STJ, de
forma que a•›es penais em curso passem a poder ser consideradas como maus
antecedentes, desde que haja, pelo menos, condena•‹o em segunda inst‰ncia
por —rg‹o colegiado (mesmo sem tr‰nsito em julgado), alŽm de outros reflexos
que tal relativiza•‹o provoca (HC 126292/SP, rel. Min. Teori Zavascki,
17.2.2016).

2.4! Princ’pio da obrigatoriedade da fundamenta•‹o das decis›es


judiciais
Este princ’pio est‡ previsto no art. 93, IX da Constitui•‹o:
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, dispor‡ sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princ’pios:

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(...)
IX todos os julgamentos dos —rg‹os do Poder Judici‡rio ser‹o pœblicos, e
fundamentadas todas as decis›es, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presen•a, em determinados atos, ˆs pr—prias partes e a seus advogados, ou somente
a estes, em casos nos quais a preserva•‹o do direito ˆ intimidade do interessado no
sigilo n‹o prejudique o interesse pœblico ˆ informa•‹o;

Como voc•s podem ver, Ž a pr—pria Constitui•‹o quem determina que os


atos decis—rios proferidos pelo Juiz sejam fundamentados. Desta maneira, pode-
se elevar esse princ’pio (motiva•‹o das decis›es judiciais) ˆ categoria de princ’pio
constitucional, por ter merecido a aten•‹o da Lei M‡xima.
Portanto, quando o Juiz indefere uma prova requerida, ou prolata a
senten•a, deve fundamentar seu ato, dizendo em que fundamento se baseia para
indeferir a prova ou para tomar a decis‹o que tomou na senten•a (condenando
ou absolvendo).
Esse princ’pio decorre da l—gica do sistema jur’dico p‡trio, em que a
transpar•ncia deve vigorar. Assim, a parte (seja o acusado ou o acusador) saber‡
exatamente o que se baseou o Juiz para proferir aquela decis‹o e, assim, poder
examinar se o Magistrado agiu dentro da legalidade.
Ali‡s, esse princ’pio guarda estrita rela•‹o com o princ’pio da Ampla
Defesa, eis que a aus•ncia de fundamenta•‹o ou a fundamenta•‹o deficiente de
uma decis‹o dificulta e por vezes impede a sua impugna•‹o, j‡ que a parte
prejudicada n‹o tem elementos para combat•-lo, j‡ que n‹o sabe seus
fundamentos.
Alguns pontos controvertidos merecem destaque:
¥! A decis‹o de recebimento da denœncia ou queixa, apesar de
possuir forte carga decis—ria, n‹o precisa de fundamenta•‹o
complexa (STF entende que isso n‹o fere a Constitui•‹o).
¥! A fundamenta•‹o referida Ž constitucional Ð Fundamenta•‹o
referida Ž aquela na qual um —rg‹o do Judici‡rio se remete ˆs raz›es
expostas por outro —rg‹o do Judici‡rio (Ex.: O Tribunal, ao julgar a
apela•‹o, mantendo a senten•a, pode fundamentar sua decis‹o
referindo-se aos argumentos expostos na senten•a de primeira
inst‰ncia, sem necessidade de reproduzi-los no corpo do Ac—rd‹o).
¥! As decis›es proferidas pelo Tribunal do Jœri n‹o s‹o
fundamentadas, pois os julgadores (jurados) n‹o possuem
conhecimento tŽcnico, proferindo seu voto conforme sua percep•‹o de
Justi•a indicar.

2.5! Princ’pio da publicidade


Este princ’pio estabelece que os atos processuais e as decis›es judiciais
ser‹o pœblicas, ou seja, de acesso livre a qualquer do povo. Essa Ž a regra
prevista no art. 93, IX da CRFB/88:

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Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, dispor‡ sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princ’pios:
(...)
IX- todos os julgamentos dos —rg‹os do Poder Judici‡rio ser‹o pœblicos, e
fundamentadas todas as decis›es, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presen•a, em determinados atos, ˆs pr—prias partes e a seus advogados, ou somente
a estes, em casos nos quais a preserva•‹o do direito ˆ intimidade do interessado no
sigilo n‹o prejudique o interesse pœblico ˆ informa•‹o;

Percebam que a Constitui•‹o determina que os julgamentos dos —rg‹os do


Poder Judici‡rio ser‹o pœblicos, mas entende-se ÒjulgamentosÓ como qualquer
ato processual.
Entretanto, essa publicidade NÌO ƒ ABSOLUTA, podendo sofrer restri•‹o,
quando a intimidade das partes ou interesse pœblico exigir. A isso se chama de
publicidade restrita.
Essa possibilidade de restri•‹o est‡ prevista, ainda, no art. 5¡, LX da
CRFB/88:
Art. 5¼ (...) LX - a lei s— poder‡ restringir a publicidade dos atos processuais quando
a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

Ressalto a voc•s que essa publicidade pode ser restringida apenas ˆs partes
e seus procuradores, ou somente a estes. O que isso significa? Que alguns atos
podem n‹o ser pœblicos nem mesmo para a outra parte! Sim! Imaginem que,
numa audi•ncia, a ofendida pelo crime de estupro n‹o queira dar seu depoimento
na presen•a do acusado. Nada mais natural. Assim, o Juiz poder‡ mandar que
este se retire da sala, permanecendo, porŽm, o seu advogado. Aos
procuradores das partes (advogado, membro do MP, etc.) nunca se pode
negar publicidade dos atos processuais! Gravem isso!
Essa impossibilidade de restri•‹o da publicidade aos procuradores das partes
Ž decorr•ncia natural do princ’pio do contradit—rio e da ampla defesa, pois s‹o os
procuradores quem exercem a defesa tŽcnica, n‹o podendo ser privados do
acesso a nenhum ato do processo, sob pena de nulidade.9

9
Por fim, vale registrar que no Tribunal do Jœri (que tem regras muito espec’ficas) o voto dos jurados Ž
sigiloso, por expressa previs‹o constitucional, caracterizando-se em mais uma exce•‹o ao princ’pio. Nos
termos do art. 5¡, XVIII, b, da Constitui•‹o:
Art. 5¼ (...)
XXXVIII - Ž reconhecida a institui•‹o do jœri, com a organiza•‹o que lhe der a lei, assegurados:
(...)
b) o sigilo das vota•›es;
Assim, nesse caso, n‹o h‡ publicidade do voto proferido pelo jurado, mas a sess‹o secreta onde ocorre o
julgamento pelos jurados (dep—sito dos votos na urna) Ž acess’vel aos procuradores.

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2.6! Princ’pio da isonomia processual


O princ’pio da isonomia processual (ou par conditio ou paridade de
armas) decorre do princ’pio da isonomia, genericamente considerado, segundo
o qual as pessoas s‹o iguais perante a lei, sendo vedadas pr‡ticas
discriminat—rias. Est‡ previsto no art. 5¡ da Constitui•‹o:
Art. 5¼ Todos s‹o iguais perante a lei, sem distin•‹o de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pa’s a inviolabilidade do direito ˆ
vida, ˆ liberdade, ˆ igualdade, ˆ seguran•a e ˆ propriedade, nos termos seguintes:

No campo processual este princ’pio tambŽm irradia seus efeitos, devendo a


lei processual tratar ambas as partes de maneira igualit‡ria, conferindo-lhes os
mesmos direitos e deveres. Por exemplo: Os prazos recursais devem ser os
mesmos para acusa•‹o e defesa, o tempo para sustenta•‹o oral nas sess›es de
julgamento tambŽm devem ser id•nticos, etc.
0
Entretanto, Ž poss’vel que a lei estabele•a algumas situa•›es aparentemente
anti-ison™micas, a fim de equilibrar as for•as dentro do processo.10
Boa parte da Doutrina sustenta que na a•‹o penal pœblica o princ’pio da
paridade de armas fica mitigado, pois o MP desempenha dupla fun•‹o (atua
como acusador e como fiscal da Lei). Na a•‹o penal privada haveria uma paridade
de armas mais evidente, j‡ que ter’amos dois particulares litigando, um de cada
lado (o querelante e o querelado, ou seja, v’tima e infrator), e o MP atuando
como fiscal da Lei.

2.7! Princ’pio do duplo grau de jurisdi•‹o


Este princ’pio estabelece que as decis›es judiciais devem estar sujeitas ˆ
revis‹o por outro —rg‹o do Judici‡rio. Embora n‹o esteja expresso na
Constitui•‹o, grande parte dos doutrinadores o aceita como um princ’pio
constitucional impl’cito11, fundamentando sua tese nas regras de compet•ncia
dos Tribunais estabelecidas na Constitui•‹o, o que deixaria impl’cito que toda
decis‹o judicial deva estar sujeita a recurso, via de regra. A despeito de n‹o
estar expl’cito na Constitui•‹o, tem previs‹o expressa no Pacto de San
JosŽ da Costa Rica (Conven•‹o Americana de Direitos Humanos),
ratificado pelo Brasil.
Entretanto, mesmo aqueles que consideram ser este um princ’pio de ’ndole
constitucional entendem que h‡ exce•›es, que s‹o os casos de compet•ncia
origin‡ria do STF, a•›es nas quais n‹o cabe recurso da decis‹o de mŽrito (—bvio,
pois o STF Ž a Corte Suprema do Brasil). Assim, essa exce•‹o n‹o anularia o fato

10
Por exemplo, quando a lei estabelece que a Defensoria Pœblica possui prazo em dobro para recorrer, n‹o
est‡ ferindo o princ’pio da isonomia, mas est‡ apenas corrigindo uma situa•‹o de desequil’brio. Isso porque
a Defensoria Pœblica Ž uma Institui•‹o absolutamente assoberbada, que n‹o pode escolher se vai ou n‹o
patrocinar uma demanda. Caso o assistido se enquadre como hipossuficiente, a Defensoria Pœblica deve
atuar. Um escrit—rio de advocacia pode, por exemplo, se recusar a patrocinar uma defesa alegando estar
muito atarefado.
11
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 52.

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de que se trata de um princ’pio constitucional, apenas n‹o lhe permite ser
absoluto.

2.8! Princ’pio do Juiz Natural


A Constitui•‹o estabelece em seu art. 5¡, LIII que:
Art. 5¼ (...) LIII - ninguŽm ser‡ processado nem sentenciado sen‹o pela autoridade
competente;

Assim, desse dispositivo constitucional podemos extrair o princ’pio do Juiz


Natural.
O princ’pio do Juiz Natural estabelece que toda pessoa tem direito de ser
julgada por um —rg‹o do Poder Judici‡rio brasileiro, devidamente investido na
fun•‹o jurisdicional, cuja compet•ncia fora previamente definida12. Assim, est‡
vedada a forma•‹o de Tribunal ou Ju’zo de exce•‹o, que s‹o aqueles
criados especificamente para o julgamento de um determinado caso. Isso n‹o Ž
tolerado no Brasil!
Trata-se de princ’pio que remonta ao Direito anglo-sax‹o, fundado na
ideia b‡sica de veda•‹o ˆ exist•ncia de Tribunais de Exce•‹o. Este princ’pio viria
a ser, posteriormente, mais bem trabalhado pelo Direito norte-americano, ao
exigir-se a fixa•‹o prŽvia da compet•ncia jurisdicional.
PorŽm, voc•s n‹o devem confundir Ju’zo ou Tribunal de exce•‹o com varas
especializadas. As varas especializadas s‹o criadas para otimizar o trabalho
do Judici‡rio, e sua compet•ncia Ž definida abstratamente, e n‹o em raz‹o de
um fato isolado, de forma que n‹o ofendem o princ’pio. O que este princ’pio
impede Ž a manipula•‹o das Òregras do jogoÓ para se ÒescolherÓ o Juiz que ir‡
julgar a causa.13
Assim, proposta a a•‹o penal, ela ser‡ distribu’da para um dos Ju’zes com
compet•ncia para julg‡-la.
Boa parte da Doutrina sustenta14, ainda, a exist•ncia do princ’pio do
Promotor Natural. Tal princ’pio estabelece que toda pessoa tem direito de ser
acusada pela autoridade competente. Assim, Ž vedada a designa•‹o pelo
Procurador-Geral de Justi•a de um Promotor para atuar especificamente num
determinado caso. Isso seria simplesmente um acusador de exce•‹o, alguŽm que
n‹o estava previamente definido como o Promotor (ou um dos Promotores) que
poderia receber o caso, mas alguŽm que foi definido como o acusador de um rŽu
ap—s a pr‡tica do fato, cuja finalidade Ž fazer com que o acusado seja processado
por alguŽm que possui determinada caracter’stica (Promotor mais brando ou mais
severo, a depender do infrator).

12
PACELLI, Eug•nio. Op. cit., p. 37
13
Outra situa•‹o que tambŽm NÌO VIOLA o princ’pio do Juiz Natural Ž a atra•‹o, por conex‹o ou contin•ncia,
do processo do corrŽu ao foro por prerrogativa de fun•‹o de um dos denunciados (sœmula 704 do STF).
Veremos mais sobre isso na aula sobre jurisdi•‹o e compet•ncia.
14
Ver, por todos, NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 52

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Entretanto, a defini•‹o de atribui•›es especializadas (Promotor para crimes


ambientais, crimes contra a ordem financeira, etc.) n‹o viola este princ’pio, pois
n‹o se est‡ estabelecendo uma atribui•‹o casu’stica, apenas para determinado
caso, mas uma atribui•‹o abstrata, que se aplicar‡ a todo e qualquer caso
semelhante. ƒ exatamente o mesmo que ocorre em rela•‹o ˆs Varas
especializadas.

2.9! Princ’pio da veda•‹o ˆs provas il’citas


No nosso sistema processual penal vige o princ’pio do livre convencimento
motivado do Juiz, ou seja, o Juiz n‹o est‡ obrigado a decidir conforme
determinada prova (confiss‹o, por exemplo), podendo decidir da forma que
entender, desde que fundamente sua decis‹o em alguma das provas produzidas
nos autos do processo.
Em raz‹o disso, ˆs partes Ž conferido o direito de produzir as provas que
entendam necess‡rias para convencer o Juiz a acatar sua tese. Entretanto, esse
direito probat—rio n‹o Ž ilimitado, encontrando limites nos direitos
fundamentais previstos na Constitui•‹o. Essa limita•‹o encontra-se no art. 5¡,
LVI da Constitui•‹o. Vejamos:
Art. 5¼ (...) LVI - s‹o inadmiss’veis, no processo, as provas obtidas por meios il’citos;

Vejam que a Constitui•‹o Ž clara ao dizer que n‹o se admitem no processo


as provas que tenham sido obtidas por meios il’citos. Mas o que seriam meios
il’citos? Seriam todos aqueles meios em que para a obten•‹o da prova tenha
que ser violado um direito fundamental de alguŽm.
A Doutrina divide as provas ilegais em provas il’citas (quando violam
normas de direito material) e provas ileg’timas (quando violam normas de
direito processual), mas isso n‹o Ž assunto para esta aula especificamente.

ATEN‚ÌO! A Doutrina dominante admite a utiliza•‹o de


provas il’citas quando esta for a œnica forma de se obter a absolvi•‹o
do rŽu.

Veda-se, tambŽm, a utiliza•‹o de provas il’citas por deriva•‹o, que s‹o


aquelas provas obtidas licitamente, mas que derivam de uma prova il’cita,
adotando-se aqui a teoria dos frutos da ‡rvore envenenada.
EXEMPLO: Imagine que Paulo Ž indicado como testemunha de um fato
criminoso. Durante a investiga•‹o, Paulo, mediante tortura, acaba
mencionando que Maria presenciou o fato criminoso. Maria Ž devidamente
ouvida no processo criminal e seu depoimento Ž utilizado para a condena•‹o
do rŽu. Neste caso, o depoimento de Maria, em si, n‹o Ž il’cito, pois foi
realizado validamente. Todavia, s— se chegou atŽ Maria em raz‹o da tortura

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realizada sobre Paulo, motivo pelo qual o v’cio contido no depoimento de


Paulo contamina o depoimento de Maria.

2.10! Princ’pio da veda•‹o ˆ autoincrimina•‹o


Tal princ’pio, tambŽm conhecido como nemo tenetur se detegere, tem por
finalidade impedir que o Estado, de alguma forma, imponha ao rŽu (ou ao
indiciado) alguma obriga•‹o que possa colocar em risco o seu direito de n‹o
produzir provas prejudiciais a si pr—prio. O ™nus da prova incumbe ˆ acusa•‹o,
n‹o ao rŽu.
Este princ’pio pode ser extra’do da conjuga•‹o de tr•s dispositivos
constitucionais:
¥! Direito ao sil•ncio
¥! Direito ˆ ampla defesa
¥! Presun•‹o de inoc•ncia

Assim, em raz‹o deste princ’pio, o acusado n‹o Ž obrigado a praticar


qualquer ato que possa ser prejudicial ˆ sua defesa, como realizar o teste do
baf™metro (trata-se de uma fase prŽ-processual, mas o resultado seria utilizado
posteriormente no processo), fornecer padr›es gr‡ficos para realiza•‹o de exame
grafotŽcnico, etc. AlŽm disso, o sil•ncio n‹o pode ser considerado como
confiss‹o e nem pode ser interpretado em preju’zo da defesa, sob pena
de esvaziar-se a l—gica de tal garantia.
Podemos dizer, ent‹o, que o princ’pio da veda•‹o ˆ autoincrimina•‹o possui
alguns desdobramentos:
⇒! Direito ao sil•ncio Ð Trata-se do direito de n‹o responder ˆs
perguntas que lhe forem formuladas.
⇒! Inexigibilidade de dizer a verdade Ð Toler‰ncia quanto ˆs
informa•›es inver’dicas prestadas pelo rŽu. Como o Brasil n‹o
criminaliza o ÒperjœrioÓ (mentira realizada pelo rŽu em ju’zo), o
processo penal tolera a conduta do rŽu de mentir em ju’zo, da’ n‹o
resultando qualquer preju’zo para a defesa.
⇒! Direito de n‹o ser compelido a praticar comportamento ATIVO
Ð O rŽu n‹o pode ser obrigado a participar ATIVAMENTE da produ•‹o
de qualquer prova, podendo se recusar a participar sempre que
entender que isso pode prejudica-lo. Ex.: N‹o est‡ obrigado a fornecer
padr›es gr‡ficos para exame de caligrafia, n‹o est‡ obrigado a
participar da reconstitui•‹o (reprodu•‹o simulada dos fatos), etc.
Todavia, o rŽu pode ser obrigado a participar da audi•ncia de
reconhecimento (pois n‹o se trata de um comportamento ativo, e sim
passivo. O rŽu s— vai ficar l‡, parado, a fim de que a v’tima o
reconhe•a, ou n‹o, como o infrator.
⇒! Direito de n‹o se submeter a procedimento probat—rio invasivo
Ð Trata-se do direito de n‹o se submeter a qualquer procedimento que

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seja realizado por meio de penetra•‹o no corpo humano (Ex.: exame


de sangue, endoscopia, etc.).

A Doutrina, todavia, entende que Ž poss’vel submeter o acusado a situa•›es


nas quais n‹o se exija uma participa•‹o ativa na produ•‹o probat—ria (ex.:
obrigatoriedade de comparecer ao local indicado a fim de que se proceda ao
reconhecimento pela v’tima).

2.11!Princ’pio do non bis in idem


Por este princ’pio entende-se que uma pessoa n‹o pode ser punida
duplamente pelo mesmo fato. AlŽm disso, estabelece que uma pessoa n‹o possa,
sequer, ser processada duas vezes pelo mesmo fato. Da’ podermos dizer que n‹o
h‡, no processo penal, a chamada Òrevis‹o pro societateÓ.

EXEMPLO: JosŽ foi processado pelo crime X. Todavia, como n‹o havia provas,
foi absolvido. Tal decis‹o transitou em julgado, tornando-se imut‡vel. Todavia,
dois meses depois, surgiram provas da culpa de JosŽ. Neste caso, JosŽ n‹o
poder‡ ser processado novamente.

CUIDADO! Uma pessoa n‹o pode ser duplamente processada pelo mesmo fato
quando j‡ houve decis‹o capaz de produzir coisa julgada material, ou seja, a
imutabilidade da decis‹o (condena•‹o, absolvi•‹o, extin•‹o da punibilidade,
etc.). Quando a decis‹o n‹o faz coisa julgada material, Ž poss’vel novo
processo (Ex.: Extin•‹o do processo pela rejei•‹o da denœncia, em raz‹o do
descumprimento de uma mera formalidade processual).

Tal princ’pio veda, ainda, que um mesmo fato, condi•‹o ou circunst‰ncia


seja duplamente considerado para fins de fixa•‹o da pena.

EXEMPLO: JosŽ est‡ sendo processado pelo crime de homic’dio qualificado pelo
motivo torpe. JosŽ Ž condenado pelo jœri e, na fixa•‹o da pena, o Juiz aplica a
agravante genŽrica prevista no art. 61, II, a do CP, cab’vel quando o crime Ž
praticado por motivo torpe. Todavia, neste caso, o Òmotivo torpeÓ j‡ foi
considerado como qualificadora (tornando a pena mais gravosa Ð de 06 a 20 anos
para 12 a 30 anos), ent‹o n‹o pode ser novamente considerada no mesmo caso.
Ou seja, como tal circunst‰ncia (motivo torpe) j‡ qualifica o delito, n‹o pode
tambŽm servir como circunst‰ncia agravante, sob pena de o agente ser
duplamente punido pela mesma circunst‰ncia.

Assim:

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VEDAÇÃO À DUPLA CONDENAÇÃO


PELO MESMO FATO

VEDAÇÃO AO DUPLO PROCESSO


NON BIS IN IDEM PELO MESMO FATO

VEDAÇÃO À DUPLA
CONSIDERAÇÃO DO MESMO
FATO/CONDIÇÃO/CIRCUNSTÂNCIA
NA DOSIMETRIA DA PENA

3! DISPOSI‚ÍES CONSTITUCIONAIS RELEVANTES

Vamos sintetizar, neste t—pico algumas disposi•›es constitucionais relativas


ao Direito Processual Penal que, embora relevantes, n‹o podem ser consideradas
princ’pios.

3.1! Direitos constitucionais do preso


A CRFB/88 prev• uma sŽrie direitos que s‹o assegurados ao preso. Vejamos:
Art. 5¼ (...)
LXI - ninguŽm ser‡ preso sen‹o em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judici‡ria competente, salvo nos casos de transgress‹o
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a pris‹o de qualquer pessoa e o local onde se encontre ser‹o comunicados
imediatamente ao juiz competente e ˆ fam’lia do preso ou ˆ pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso ser‡ informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assist•ncia da fam’lia e de advogado;
LXIV - o preso tem direito ˆ identifica•‹o dos respons‡veis por sua pris‹o ou por seu
interrogat—rio policial;
LXV - a pris‹o ilegal ser‡ imediatamente relaxada pela autoridade judici‡ria;
LXVI - ninguŽm ser‡ levado ˆ pris‹o ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provis—ria, com ou sem fian•a;
(...)

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LXVIII - conceder-se-‡ habeas corpus sempre que alguŽm sofrer ou se achar


amea•ado de sofrer viol•ncia ou coa•‹o em sua liberdade de locomo•‹o, por
ilegalidade ou abuso de poder;

Vejam que temos uma sŽrie de direitos assegurados ao preso. Tenho um


quadrinho abaixo que pode facilitar a compreens‹o:

GARANTIAS CONSTITUCIONAIS APLICçVEIS AO PRESO


ADMISSIBILIDADE DEPOIS DE EFETUADA A PARA EVITAR A
DA PRISÌO PRISÌO PRISÌO
¥! Flagrante delito ¥! Comunica•‹o da ¥! Liberdade
(sem necessidade de pris‹o e do local em que provis—ria (quando
ordem judicial) se encontra o preso presentes os
¥! Por ordem escrita e IMEDIATAMENTE ao requisitos)
fundamentada de juiz competente e ˆ ¥! Habeas corpus, no
autoridade fam’lia do preso ou ˆ caso de ilegalidade ou
judici‡ria pessoa por ele indicada. abuso de poder
competente, salvo ¥! Informa•‹o ao preso
nos casos de sobre seus direitos,
transgress‹o militar entre os quais o de
ou crime permanecer calado,
propriamente militar, sendo-lhe assegurada a
definidos em lei assist•ncia da fam’lia e
de advogado.
¥! Identifica•‹o dos
respons‡veis pela
pris‹o e/ou
interrogat—rio policial.
¥! Relaxamento da
pris‹o que seja ilegal
¥! Direito de ser colocado
em liberdade, se
estiverem presentes os
requisitos para
concess‹o da liberdade
provis—ria.

3.2! Tribunal do Jœri


A Constitui•‹o Federal reconhece a institui•‹o do Jœri, e estabelece algumas
regrinhas. Vejamos:
Art. 5¼ (...)

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XXXVIII - Ž reconhecida a institui•‹o do jœri, com a organiza•‹o que lhe der a lei,
assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das vota•›es;
c) a soberania dos veredictos;
d) a compet•ncia para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

Sem maiores considera•›es a respeito deste tema, apenas ressaltando que


o STF entende que em havendo choque entre a compet•ncia do Jœri e uma
compet•ncia de foro por prerrogativa de fun•‹o prevista na Constitui•‹o,
prevalece a œltima.
EXEMPLO: JosŽ, Deputado Federal, pratica crime doloso contra a vida
em face de Mariana. Neste caso, h‡ um aparente conflito entre a
compet•ncia prevista par ao Jœri (crime doloso contra a vida) e a
compet•ncia do STF (crime praticado por deputado federal). Neste caso,
o STF entende que prevalece a compet•ncia por prerrogativa de fun•‹o,
sendo competente, portanto, o pr—prio STF.

3.3! Menoridade Penal


A Constitui•‹o prev•, ainda, que os menores de 18 anos s‹o inimput‡veis.
Vejamos:
Art. 228. S‹o penalmente inimput‡veis os menores de dezoito anos, sujeitos ˆs
normas da legisla•‹o especial.

Isso quer dizer que eles n‹o respondem penalmente, estando sujeitos ˆs
normas do ESTATUTO DA CRIAN‚A E DO ADOLESCENTE.

3.4! Disposi•›es referentes ˆ execu•‹o penal


A Constitui•‹o traz, ainda, algumas disposi•›es referentes ˆ execu•‹o da
pena privativa de liberdade, de forma a garantir, tambŽm ao condenado,
condi•›es de cumprimento da pena que preservem sua dignidade:
Art. 5¼ (...)
XLVIII - a pena ser‡ cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a
natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - Ž assegurado aos presos o respeito ˆ integridade f’sica e moral;
L - ˆs presidi‡rias ser‹o asseguradas condi•›es para que possam permanecer com
seus filhos durante o per’odo de amamenta•‹o;

Vale ressaltar que o inciso XLVIII Ž uma espŽcie de materializa•‹o do


princ’pio da individualiza•‹o da pena, pois busca uma execu•‹o da pena mais

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racional, evitando-se que presos de perfis distintos venham a cumprir pena


juntos.

3.5! Outras disposi•›es constitucionais referentes ao processo penal


A Constitui•‹o nos traz, ainda, algumas outras disposi•›es relevantes.
Vejamos:
Art. 5¼ (...)
XII - Ž inviol‡vel o sigilo da correspond•ncia e das comunica•›es telegr‡ficas, de dados
e das comunica•›es telef™nicas, salvo, no œltimo caso, por ordem judicial, nas
hip—teses e na forma que a lei estabelecer para fins de investiga•‹o criminal ou
instru•‹o processual penal; (Vide Lei n¼ 9.296, de 1996)
(...)
LVI - s‹o inadmiss’veis, no processo, as provas obtidas por meios il’citos;
(...)
LVIII - o civilmente identificado n‹o ser‡ submetido a identifica•‹o criminal, salvo nas
hip—teses previstas em lei; (Regulamento).
LIX - ser‡ admitida a•‹o privada nos crimes de a•‹o pœblica, se esta n‹o for intentada
no prazo legal;
(...)
LXXV - o Estado indenizar‡ o condenado por erro judici‡rio, assim como o que ficar
preso alŽm do tempo fixado na senten•a;

Vamos tecer breves considera•›es:


¥! INTERCEPTA‚ÌO TELEFïNICA (inciso XII) Ð Atualmente est‡
regulamentada pela Lei 9.296/96. Constitucionalmente s— se admite
para instru•‹o processual penal ou investiga•‹o criminal, sempre por
ordem JUDICIAL (Chamada Òcl‡usula de RESERVA DE JURISDI‚ÌOÓ).
¥! PROVAS ILêCITAS (inciso LVI) Ð Tais provas s‹o vedadas no
processo penal (e em qualquer processo), estando regulamentadas no
CPP (art. 157), que veda, inclusive as provas que sejam derivadas das
il’citas. A Doutrina, contudo, vem admitindo a utiliza•‹o destas provas
quando for a òNICA maneira de provar a inoc•ncia do acusado.
¥! VEDA‚ÌO Ë IDENTIFICA‚ÌO CRIMINAL (inciso LVIII) Ð A
identifica•‹o criminal (registro datilosc—pico, fotografia em sede
policial, e outros registros biomŽtricos, etc.) Ž meio deveras vexat—rio,
n‹o sendo admitido para aquele que for civilmente identificado, bem
como nos demais casos previstos em Lei (Para esta aula n‹o nos
aprofundaremos no tema).
¥! A‚ÌO PRIVADA SUBSIDIçRIA DA PòBLICA (inciso LIX) Ð Trata-
se de uma modalidade de a•‹o penal na qual o ofendido oferece a
queixa (a•‹o penal privada) em crime de a•‹o pœblica (No qual n‹o
caberia a•‹o privada) em raz‹o da inŽrcia do MP. Est‡ regulamentada
no CPP, em seu art. 29 e seguintes.

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¥! INDENIZA‚ÌO AO CONDENADO POR ERRO E AO QUE CUMPRIR


PENA ALƒM DO PRAZO (inciso LXXV) Ð Com rela•‹o a este inciso,
apenas uma observa•‹o: O preso provis—rio n‹o tem direito ˆ
indeniza•‹o caso, posteriormente, seja considerado inocente.
Isto porque a pris‹o provis—ria tem natureza cautelar, e n‹o se
fundamenta na culpa do indiciado/acusado. Assim, a posterior
senten•a absolut—ria n‹o representa assun•‹o, pelo Estado, de um
ÒerroÓ anterior.

4! INTERPRETA‚ÌO E INTEGRA‚ÌO DA LEI PROCESSUAL

O art. 3¡ do CPP diz:


Art. 3o A lei processual penal admitir‡ interpreta•‹o extensiva e aplica•‹o anal—gica,
bem como o suplemento dos princ’pios gerais de direito.

Vamos explicar, assim, o que seriam interpreta•‹o extensiva, aplica•‹o


anal—gica e princ’pios gerais do Direito.
A interpreta•‹o extensiva Ž uma atividade na qual o intŽrprete estende
o alcance do que diz a lei, em raz‹o de sua vontade (vontade da lei) ser esta.
No crime de extors‹o mediante sequestro, por exemplo, Ž l—gico que a lei quis
incluir, tambŽm, extors‹o mediante c‡rcere privado. Assim, faz-se uma
interpreta•‹o extensiva, que pode ser aplicada sem que haja viola•‹o ao princ’pio
da legalidade, pois, na verdade, a lei diz isso, s— que n‹o est‡ expresso em seu
texto. A Doutrina processualista diverge um pouco com rela•‹o a isso. Embora o
CPP admita expressamente sua possibilidade de aplica•‹o, h‡ doutrinadores
que entendem que no caso de se tratar de norma mista, ou norma puramente
material inserida em lei processual, n‹o caber‡ interpreta•‹o extensiva em
preju’zo do rŽu.
A aplica•‹o anal—gica, por sua vez, Ž bem diferente. Como o nome diz,
decorre da analogia, que Ž o mesmo que compara•‹o. Assim, essa forma de
integra•‹o da lei penal somente ser‡ utilizada quando n‹o houver norma
disciplinando determinando caso. Nesta situa•‹o, utiliza-se uma norma
aplic‡vel a outro caso, considerado semelhante.
Na aplica•‹o anal—gica (analogia), o Juiz aplica a um caso uma norma que
n‹o foi originariamente prevista para tal, e sim para um caso semelhante.
A grande quest‹o Ž saber o que se enquadra como Òcaso semelhanteÓ. Para
isso, a Doutrina elenca tr•s fatores que devem ser respeitados:
¥! Semelhan•a essencial entre os casos (previsto e n‹o previsto pela
norma). Desprezam-se as diferen•as n‹o essenciais.
¥! Igualdade de valora•‹o jur’dica das hip—teses
¥! Igualdade de circunst‰ncias ou igualdade de raz‹o jur’dica de
ambos os institutos

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A Doutrina entende, ainda, que no caso de aplica•‹o anal—gica (analogia) in


malam partem, n‹o pode haver les‹o a conteœdos de natureza material (penal),
pois n‹o se admite analogia in malam partem no Direito Penal.
J‡ os princ’pios gerais do Direito s‹o regras de integra•‹o da lei, ou seja,
de complementa•‹o de lacunas. Assim, quando n‹o se vislumbrar uma lei que
possa reger adequadamente o caso concreto, o CPP admite a aplica•‹o dos
princ’pios gerais do Direito. Esses princ’pios gerais do Direito s‹o inœmeros, e s‹o
aqueles que norteiam a atividade de aplica•‹o do Direito.
Como exemplo, imaginemos que uma lei estabele•a a participa•‹o das
partes (autor e rŽu) em determinado ato processual. Se a lei nada disser em
rela•‹o a ordem de participa•‹o das partes no ato processual, deve-se permitir
que a defesa atue por œltimo, pois Ž de conhecimento geral daqueles que aplicam
o Direito que a defesa deve falar por œltimo no processo, a fim de que possa se
defender plenamente dos fatos que lhe s‹o imputados.

5! CONCEITO, FINALIDADE E FONTES DO DPP


Conceitualmente, podemos conceber o Direito Processual Penal Ž o ramo
do Direito que tem por finalidade a aplica•‹o, no caso concreto, da Lei Penal
outrora violada. Nos dizeres de JOSƒ FREDERICO MARQUES:
ÒO conjunto de princ’pios e normas que regulam a aplica•‹o jurisdicional do Direito
Penal, bem como as atividades persecut—rias da Pol’cia Judici‡ria, e a estrutura•‹o
dos —rg‹os da fun•‹o jurisdicional e respectivos auxiliaresÓ15.

Do ponto de vista pr‡tico, ou seja, da materializa•‹o do processo, pode ser


definido como:
Ò(...) conjunto de atos cronologicamente concatenados (procedimentos), submetido a
princ’pios e regras jur’dicas destinadas a compor as lides de car‡ter penal. Sua
finalidade Ž, assim, a aplica•‹o do direito penal objetivoÓ16.

No que tange ˆs finalidades do Direito Processual Penal, elas podem ser


basicamente divididas em duas:
⇒! Finalidade IMEDIATA (direta) Ð Fazer valer o jus puniendi do
Estado, com a aplica•‹o, em concreto, da Lei penal, respeitando os
direitos fundamentais do indiv’duo.
⇒! Finalidade MEDIATA (indireta) Ð A obten•‹o da paz social, da
restaura•‹o da ordem violada pela pr‡tica do delito, por meio da
aplica•‹o concreta do Direito Penal ao caso.

15
MARQUES, JosŽ Frederico. Elementos de Direito Processual Penal. Ed. Forense. Rio de Janeiro. 1961, p‡g.
20
16
MIRABETE, Jœlio Fabbrini. Processo Penal. Ed. Atlas, S‹o Paulo. 2004, p‡g. 31

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Mas como surge o Direito Processual Penal? Estudar a origem do Direito


Processual Penal pressup›e a an‡lise das FONTES do Direito Processual
Penal.
No que tange ˆs FONTES do Direito Processual Penal, elas podem ser
materiais ou formais. Estas œltimas se dividem em imediatas e mediatas.

1.! Fonte formal (ou de cogni•‹o) Ð Meio pelo qual a norma Ž lan•ada no
mundo jur’dico. Podem ser imediatas (tambŽm chamadas de diretas ou
prim‡rias) mediatas (tambŽm chamadas de indiretas, secund‡rias ou
supletivas).
a)! IMEDIATAS Ð S‹o as fontes principais, aquelas que devem ser aplicadas
primordialmente (Constitui•‹o, Leis, tratados e conven•›es
internacionais). Basicamente, portanto, os diplomas normativos
nacionais e internacionais17.
b)! MEDIATAS Ð S‹o aplic‡veis quando h‡ lacuna, aus•ncia de
regulamenta•‹o pelas fontes formais imediatas (costumes, analogia e
princ’pios gerais do Direito).

2.! Fonte material (ou de produ•‹o) Ð ƒ o —rg‹o, ente, entidade ou


Institui•‹o respons‡vel pela produ•‹o da norma processual penal. No
Brasil, em regra, Ž a Uni‹o (por meio do processo legislativo federal), por
for•a do art. 22, I da Constitui•‹o, podendo os Estados legislarem sobre
quest›es espec’ficas. Sobre Direito Penitenci‡rio a compet•ncia Ž
concorrente entre Uni‹o, estados e DF.

6! SISTEMAS PROCESSUAIS
Os sistemas processuais s‹o basicamente tr•s:
¥! Inquisitivo Ð O poder se concentra nas m‹os do julgador, que
acumula fun•›es de Juiz e acusador. Neste sistema predomina o sigilo
procedimental, a confiss‹o Ž tida como prova m‡xima e o
contradit—rio e a ampla defesa s‹o quase inexistentes. N‹o h‡
possibilidade de recusa do Julgador e o processo Ž eminentemente
escrito (e sigiloso).
¥! Acusat—rio Ð Neste sistema h‡ separa•‹o clara entre as figuras do
acusador e do julgador, vigorando o contradit—rio, a ampla defesa e
a isonomia entre as partes. A publicidade impera e h‡ possibilidade
de recusa do Juiz (suspei•‹o, por exemplo). H‡ restri•‹o ˆ atua•‹o
do Juiz na fase investigat—ria, sendo esta atua•‹o bastante limitada
(ex.: impossibilidade de decreta•‹o da pris‹o preventiva Òde of’cioÓ).
¥! Misto Ð Neste sistema s‹o mesclados determinados aspectos de cada
um dos outros dois sistemas. Geralmente a primeira fase

17
H‡ quem inclua tambŽm, dentre as fontes imediatas, as SòMULAS VINCULANTES, pois s‹o verdadeiras
normas de aplica•‹o vinculada. Lembrando que a jurisprud•ncia e a Doutrina n‹o s‹o consideradas,
majoritariamente, como FONTES do Direito Processual Penal, pois representam, apenas, formas de
interpreta•‹o do Direito Processual Penal.

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(investiga•‹o) Ž predominantemente inquisitiva e a segunda fase


(processo judicial) Ž eminentemente acusat—ria.

A Doutrina n‹o Ž un‰nime, mas prevalece o entendimento de que o


Brasil adotou um sistema predominantemente acusat—rio (para alguns,
MISTO), por diversas raz›es, dentre elas:
¥! Existe uma etapa genuinamente inquisitiva Ð InquŽrito policial
¥! O Juiz pode, de of’cio, produzir provas (sem requerimento de ninguŽm)
¥! O Juiz pode julgar com base em provas colhidas na investiga•‹o (etapa
inquisitiva)
¥! O Juiz pode, de of’cio, decretar a pris‹o do acusado

Todas estas circunst‰ncias conduzem ˆ interpreta•‹o de que o Brasil adotou


um sistema predominantemente acusat—rio (para alguns, MISTO18).

7! LEGISLA‚ÌO PERTINENTE
CîDIGO DE PROCESSSO PENAL
Ä Art. 1¡ do CPP - Aplicabilidade territorial do CPP, principal e subsidi‡ria:
Art. 1o O processo penal reger-se-‡, em todo o territ—rio brasileiro, por este C—digo,
ressalvados:
I - os tratados, as conven•›es e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da Repœblica, dos ministros de
Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da Repœblica, e dos ministros do
Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constitui•‹o, arts. 86, 89,
¤ 2o, e 100);
III - os processos da compet•ncia da Justi•a Militar;
IV - os processos da compet•ncia do tribunal especial (Constitui•‹o, art. 122, no 17);
V - os processos por crimes de imprensa. Vide ADPF n¼ 130
Par‡grafo œnico. Aplicar-se-‡, entretanto, este C—digo aos processos referidos nos nos.
IV e V, quando as leis especiais que os regulam n‹o dispuserem de modo diverso.

Ä Art. 2¡ do CPP - Aplicabilidade espacial do CPP (tempus regit actum):


Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-‡ desde logo, sem preju’zo da validade dos
atos realizados sob a vig•ncia da lei anterior.

CONSTITUI‚ÌO FEDERAL

Ä Art. 129, I da CF/88 - Titularidade privativa do MP para ajuizar a a•‹o penal.


Correla•‹o com o princ’pio da inŽrcia:
Art. 129. S‹o fun•›es institucionais do MinistŽrio Pœblico:

18
Alguns se referem a um sistema de apar•ncia acusat—ria ou inquisitivo garantista.

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I - promover, privativamente, a a•‹o penal pœblica, na forma da lei;

Ä Art. 5¼, LIV e LV da CF/88 - Devido processo legal, ampla defesa e


contradit—rio:
Art. 5¼ (...) LIV - ninguŽm ser‡ privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
s‹o assegurados o contradit—rio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;

Ä Art. 5¼, LXXIV da CF/88 Ð Previs‹o de obrigatoriedade de o Estado prestar


assist•ncia jur’dica integral e gratuita, como forma de promover a ampla defesa:
Art. 5¼ (...) LXXIV - o Estado prestar‡ assist•ncia jur’dica integral e gratuita aos que
comprovarem insufici•ncia de recursos;

Ä Art. 5¼, LVII da CF/88 Ð Princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia (ou presun•‹o


de n‹o culpabilidade):
Art. 5¼ (...) LVII - ninguŽm ser‡ considerado culpado atŽ o tr‰nsito em julgado de
senten•a penal condenat—ria;

Ä Art. 93, IX da CF/88 Ð Estabelece o princ’pio da publicidade e da


obrigatoriedade de fundamenta•‹o das decis›es judiciais:
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, dispor‡ sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princ’pios:
(...) IX todos os julgamentos dos —rg‹os do Poder Judici‡rio ser‹o pœblicos, e
fundamentadas todas as decis›es, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presen•a, em determinados atos, ˆs pr—prias partes e a seus advogados, ou somente
a estes, em casos nos quais a preserva•‹o do direito ˆ intimidade do interessado no
sigilo n‹o prejudique o interesse pœblico ˆ informa•‹o;

Ä Art. 5¼, LX da CF/88 Ð Autoriza a restri•‹o da publicidade dos atos


processuais, quando necess‡rio ˆ preserva•‹o da intimidade ou ao interesse
social:
Art. 5¼ (...) LX - a lei s— poder‡ restringir a publicidade dos atos processuais quando
a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

Ä Art. 5¼, caput, da CF/88 Ð Estabelece o princ’pio da isonomia:


Art. 5¼ Todos s‹o iguais perante a lei, sem distin•‹o de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pa’s a inviolabilidade do direito ˆ
vida, ˆ liberdade, ˆ igualdade, ˆ seguran•a e ˆ propriedade, nos termos seguintes:

Ä Art. 5¼, LIII, da CF/88 Ð Estabelece o princ’pio do Juiz natural e do Promotor


Natural (majorit‡rio):

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Art. 5¼ (...) LIII - ninguŽm ser‡ processado nem sentenciado sen‹o pela autoridade
competente;

Ä Art. 5¼, LVI, da CF/88 Ð Trata da inadmissibilidade das provas il’citas:


Art. 5¼ (...) LVI - s‹o inadmiss’veis, no processo, as provas obtidas por meios il’citos;

Ä Art. 5¼, LXI a LXVI e LXVIII, da CF/88 Ð Estabelecem os direitos da pessoa


presa:
Art. 5¼ (...)
LXI - ninguŽm ser‡ preso sen‹o em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judici‡ria competente, salvo nos casos de transgress‹o
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a pris‹o de qualquer pessoa e o local onde se encontre ser‹o comunicados
imediatamente ao juiz competente e ˆ fam’lia do preso ou ˆ pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso ser‡ informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assist•ncia da fam’lia e de advogado;
LXIV - o preso tem direito ˆ identifica•‹o dos respons‡veis por sua pris‹o ou por seu
interrogat—rio policial;
LXV - a pris‹o ilegal ser‡ imediatamente relaxada pela autoridade judici‡ria;
LXVI - ninguŽm ser‡ levado ˆ pris‹o ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provis—ria, com ou sem fian•a;
(...)
LXVIII - conceder-se-‡ habeas corpus sempre que alguŽm sofrer ou se achar
amea•ado de sofrer viol•ncia ou coa•‹o em sua liberdade de locomo•‹o, por
ilegalidade ou abuso de poder;

Ä Art. 5¼, XXXVIII, da CF/88 Ð Estabelece o Tribunal do Jœri e sua


compet•ncia:
Art. 5¼ (...)
XXXVIII - Ž reconhecida a institui•‹o do jœri, com a organiza•‹o que lhe der a lei,
assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das vota•›es;
c) a soberania dos veredictos;
d) a compet•ncia para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

Ä Art. 228, da CF/88 Ð Trata da inimputabilidade penal em raz‹o da


menoridade:
Art. 228. S‹o penalmente inimput‡veis os menores de dezoito anos, sujeitos ˆs
normas da legisla•‹o especial.

Ä Art. 5¼, XLVIII a L da CF/88 Ð Tratam dos direitos do condenado:

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Art. 5¼ (...)
XLVIII - a pena ser‡ cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a
natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - Ž assegurado aos presos o respeito ˆ integridade f’sica e moral;
L - ˆs presidi‡rias ser‹o asseguradas condi•›es para que possam permanecer com
seus filhos durante o per’odo de amamenta•‹o;

Ä Art. 5¼, XII, LVI, LVIII, LIX e LXXV da CF/88 Ð Estabelecem outras
disposi•›es relevantes correlatas ao processo penal:
Art. 5¼ (...)
XII - Ž inviol‡vel o sigilo da correspond•ncia e das comunica•›es telegr‡ficas, de dados
e das comunica•›es telef™nicas, salvo, no œltimo caso, por ordem judicial, nas
hip—teses e na forma que a lei estabelecer para fins de investiga•‹o criminal ou
instru•‹o processual penal; (Vide Lei n¼ 9.296, de 1996)
(...)
LVI - s‹o inadmiss’veis, no processo, as provas obtidas por meios il’citos;
(...)
LVIII - o civilmente identificado n‹o ser‡ submetido a identifica•‹o criminal, salvo nas
hip—teses previstas em lei; (Regulamento).
LIX - ser‡ admitida a•‹o privada nos crimes de a•‹o pœblica, se esta n‹o for intentada
no prazo legal;
(...)
LXXV - o Estado indenizar‡ o condenado por erro judici‡rio, assim como o que ficar
preso alŽm do tempo fixado na senten•a;

8! SòMULAS PERTINENTES
8.1!Sœmulas vinculantes
Ä Sœmula Vinculante 45: Consolidou o entendimento no sentido de que a
compet•ncia do Tribunal do Jœri prevalece sobre a compet•ncia de foro por
prerrogativa de fun•‹o que esteja prevista, apenas, na Constitui•‹o ESTADUAL
(se estiver prevista na CF/88, tal compet•ncia prevalecer‡ sobre a do Jœri).
Sœmula vinculante 45: A compet•ncia constitucional do Tribunal do Jœri prevalece sobre
o foro por prerrogativa de fun•‹o estabelecido exclusivamente pela constitui•‹o estadual.

Ä Sœmula Vinculante 11: Restringe a utiliza•‹o de algemas a casos


excepcionais, notadamente quando risco de fugo ou perigo ˆ integridade f’sica do
preso ou de terceiros, devendo a utiliza•‹o se dar de maneira fundamentada:
Sœmula vinculante 11 - ÒS— Ž l’cito o uso de algemas em casos de resist•ncia e de fundado
receio de fuga ou de perigo ˆ integridade f’sica pr—pria ou alheia, por parte do preso ou de
terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da pris‹o ou do ato
processual a que se refere, sem preju’zo da responsabilidade civil do Estado.Ó

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8.2!Sœmulas do STF
Ä Sœmula 453: Veda a aplica•‹o do instituto da mutatio libelli na segunda
inst‰ncia (correla•‹o com o princ’pio da inŽrcia):
Sœmula 453 - ÒN‹o se aplicam ˆ segunda inst‰ncia o art. 384 e par‡grafo œnico do C—digo
de Processo Penal, que possibilitam dar nova defini•‹o jur’dica ao fato delituoso, em virtude
de circunst‰ncia elementar n‹o contida, expl’cita ou implicitamente, na denœncia ou queixa.Ó

Ä Sœmula 704: Consolida entendimento no sentido de n‹o haver viola•‹o ao


princ’pio do Juiz natural na atra•‹o, por conex‹o ou contin•ncia, de processo de
corrŽu ao foro por prerrogativa de fun•‹o. A princ’pio, o corrŽu que n‹o detŽm
foro por prerrogativa de fun•‹o deveria ser julgado pela primeira inst‰ncia.
Contudo, em havendo conex‹o ou contin•ncia com infra•‹o praticada por pessoa
detentora de foro por prerrogativa de fun•‹o, na grande maioria dos casos dever‡
haver a jun•‹o dos processos para que sejam conjuntamente julgados. Isso n‹o
viola o princ’pio do Juiz natural:
Sœmula 704 - "N‹o viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo
legal a atra•‹o por contin•ncia ou conex‹o do processo do corrŽu ao foro por prerrogativa
de fun•‹o de um dos denunciados."

8.3!Sœmulas do STJ
ÄSœmula n¼ 09 do STJ Ð Assentava a aus•ncia de viola•‹o ao princ’pio da
presun•‹o de inoc•ncia no que toca ˆ exig•ncia de pris‹o cautelar (recolhimento
ˆ pris‹o) para apelar. Encontra-se SUPERADA. Hoje n‹o se exige mais o
recolhimento ˆ pris‹o como requisito de admissibilidade recursal.
Sœmula n¼ 09 do STJ - A EXIGENCIA DA PRISÌO PROVISORIA, PARA APELAR, NÌO
OFENDE A GARANTIA CONSTITUCIONAL DA PRESUN‚ÌO DE INOCENCIA.

ÄSœmula n¼ 64 do STJ Ð Um dos pilares do devido processo legal Ž a


razoabilidade da dura•‹o do processo, motivo pelo qual o prolongamento
excessivo da instru•‹o processual pode caracterizar constrangimento ilegal,
notadamente quando o rŽu estiver preso. Contudo, se tal excesso de prazo
decorreu de culpa da pr—pria defesa, n‹o h‡ que se falar em constrangimento
ilegal:
Sœmula 64 do STJ - NÌO CONSTITUI CONSTRANGIMENTO ILEGAL O EXCESSO DE
PRAZO NA INSTRU‚ÌO, PROVOCADO PELA DEFESA.

ÄSœmula n¼ 444 do STJ Ð Em homenagem ao princ’pio da presun•‹o de


inoc•ncia (ou presun•‹o de n‹o culpabilidade), o STJ sumulou entendimento no
sentido de que inquŽritos policiais e a•›es penais em curso n‹o podem ser
utilizados para agravar a pena base (circunst‰ncias judiciais desfavor‡veis), j‡
que ainda n‹o h‡ tr‰nsito em julgado de senten•a penal condenat—ria. Este
entendimento fica prejudicado pelo novo entendimento adotado pelo STF no

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julgamento do HC 126.292 (no qual se entendeu que a presun•‹o de inoc•ncia


fica afastada a partir de condena•‹o em segunda inst‰ncia).
Sœmula n¼ 444 do STJ - ƒ VEDADA A UTILIZA‚ÌO DE INQUƒRITOS POLICIAIS E
A‚ÍES PENAIS EM CURSO PARA AGRAVAR A PENA-BASE.

ÄSœmula n¼ 522 do STJ Ð O direito ˆ autodefesa, uma das vertentes da ampla


defesa, n‹o engloba o direito de atribuir-se falsa identidade perante autoridade
policial, configurando, tal conduta, o crime de falsa identidade (art. 307 do CPP):
Sœmula 522 do STJ - A CONDUTA DE ATRIBUIR-SE FALSA IDENTIDADE PERANTE
AUTORIDADE POLICIAL ƒ TêPICA, AINDA QUE EM SITUA‚ÌO DE ALEGADA
AUTODEFESA.

ÄSœmula n¼ 533 do STJ Ð O reconhecimento da pr‡tica de falta grave durante


a execu•‹o penal deve ocorrer ap—s o devido processo administrativo disciplinar,
no qual Ž INDISPENSçVEL a defesa tŽcnica, por meio de advogado ou defensor
pœblico, em homenagem ao princ’pio da ampla defesa:
Sœmula 533 do STJ - PARA O RECONHECIMENTO DA PRçTICA DE FALTA
DISCIPLINAR NO åMBITO DA EXECU‚ÌO PENAL, ƒ IMPRESCINDêVEL A INSTAURA‚ÌO
DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PELO DIRETOR DO ESTABELECIMENTO
PRISIONAL, ASSEGURADO O DIREITO DE DEFESA, A SER REALIZADO POR
ADVOGADO CONSTITUêDO OU DEFENSOR PòBLICO NOMEADO.

9! JURISPRUDæNCIA CORRELATA
ÄSTF - HC 93782Ð Possibilidade de regress‹o de regime em raz‹o da pr‡tica
de novo crime. Desnecessidade de tr‰nsito em julgado. STF entendeu n‹o haver
ofensa ao princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia:
(...) I - A pr‡tica de falta grave pode resultar, observado o contradit—rio e a ampla
defesa, em regress‹o de regime. II - A pr‡tica de "fato definido como crime
doloso", para fins de aplica•‹o da san•‹o administrativa da regress‹o, n‹o
depende de tr‰nsito em julgado da a•‹o penal respectiva. III - A natureza
jur’dica da regress‹o de regime lastreada nas hip—teses do art. 118, I, da Lei de
Execu•›es Penais Ž sancionat—ria, enquanto aquela baseada no incido II tem por
escopo a correta individualiza•‹o da pena. IV - A regress‹o aplicada sob o fundamento
do art. 118, I, segunda parte, n‹o ofende ao princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia
ou ao vetor estrutural da dignidade da pessoa humana. V - Incid•ncia do teor
da Sœmula vinculante n¼ 9 do Supremo Tribunal Federal quando ˆ perda dos dias
remidos. VI - Ordem denegada.
(HC 93782, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em
16/09/2008, DJe-197 DIVULG 16-10-2008 PUBLIC 17-10-2008 EMENT VOL-02337-03
PP-00520 RTJ VOL-00207-01 PP-00369)

ÄSTF - HC 126.292 Ð O STF decidiu que o cumprimento da pena pode se iniciar


com a mera condena•‹o em segunda inst‰ncia por um —rg‹o colegiado (TJ, TRF,
etc.). Isso significa que o STF relativizou o princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia,
admitindo que a ÒculpaÓ (para fins de cumprimento da pena) j‡ estaria formada
nesse momento (embora a CF/88 seja expressa em sentido contr‡rio):

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(...) A execu•‹o provis—ria de ac—rd‹o penal condenat—rio proferido em grau


de apela•‹o, ainda que sujeito a recurso especial ou extraordin‡rio, n‹o
compromete o princ’pio constitucional da presun•‹o de inoc•ncia afirmado
pelo artigo 5¼, inciso LVII da Constitui•‹o Federal. 2. Habeas corpus denegado.
(HC 126292, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em
17/02/2016, PROCESSO ELETRïNICO DJe-100 DIVULG 16-05-2016 PUBLIC 17-05-
2016)

10! RESUMO
Para finalizar o estudo da matŽria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugest‹o Ž a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao in’cio da aula seguinte, como forma de
ÒrefrescarÓ a mem—ria. AlŽm disso, segundo a organiza•‹o
de estudos de voc•s, a cada ciclo de estudos Ž fundamental
retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em
compreender alguma informa•‹o, n‹o deixem de retornar ˆ
aula.
APLICA‚ÌO DA LEI PROCESSUAL PENAL

Lei processual penal no espa•o


Princ’pio da territorialidade Ð A Lei processual penal brasileira s— produzir‡ seus
efeitos dentro do territ—rio nacional. O CPP, em regra, Ž aplic‡vel aos
processos de natureza criminal que tramitem no territ—rio nacional.
EXCE‚ÍES:
Ø! Tratados, conven•›es e regras de Direito Internacional
Ø! Jurisdi•‹o pol’tica Ð Crimes de responsabilidade
Ø! Processos de compet•ncia da Justi•a Eleitoral
Ø! Processos de compet•ncia da Justi•a Militar
Ø! Legisla•‹o especial
OBS.: Em rela•‹o a estes casos, a aplica•‹o do CPP ser‡ subsidi‡ria. Com rela•‹o
ˆ Justi•a Militar, h‡ certa diverg•ncia, mas prevalece o entendimento de que
tambŽm Ž aplic‡vel o CPP de forma subsidi‡ria.
OBS.: S— Ž aplic‡vel aos atos processuais praticados no territ—rio nacional. Se,
por algum motivo, o ato processual tiver de ser praticado no exterior, ser‹o
aplicadas as regras processuais do pa’s em que o ato for praticado.

Lei processual penal no tempo


REGRA Ð Ado•‹o do princ’pio do tempus regit actum: o ato processual ser‡
realizado conforme as regras processuais estabelecidas pela Lei que vigorar no
momento de sua realiza•‹o (ainda que a Lei tenha entrado em vigor durante o
processo).

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Obs.: A lei nova n‹o pode retroagir para alcan•ar atos processuais j‡ praticados
(ainda que seja mais benŽfica), mas se aplica aos atos futuros dos processos em
curso.
Obs.: Tal disposi•‹o s— se aplica ˆs normas puramente processuais.
Ø! Normas materiais inseridas em Lei Processual (heterotopia) Ð
Devem ser observadas as regras de aplica•‹o da lei PENAL no tempo
(retroatividade benŽfica, etc.).
Ø! Normas h’bridas (ou mistas) Ð H‡ controvŽrsia, mas prevalece que
tambŽm devem ser observadas as regras de aplica•‹o da lei PENAL no
tempo.
Ø! Normas relativas ˆ execu•‹o penal Ð H‡ controvŽrsia, mas prevalece
que s‹o normas de direito material (logo, devem ser observadas as regras
de aplica•‹o da lei PENAL no tempo).
PRINCêPIOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL

Princ’pio da inŽrcia
O Juiz n‹o pode dar in’cio ao processo penal, pois isto implicaria em viola•‹o da
sua imparcialidade. Este princ’pio fundamenta diversas disposi•›es do sistema
processual penal brasileiro, como aquela que impede que o Juiz julgue um fato
n‹o contido na denœncia, que caracteriza o princ’pio da congru•ncia (ou
correla•‹o) entre a senten•a e a inicial acusat—ria.
OBS.: Isso n‹o impede que o Juiz determine a realiza•‹o de dilig•ncias que
entender necess‡rias (produ•‹o de provas, por exemplo) para elucidar quest‹o
relevante para o deslinde do processo (em raz‹o do princ’pio da busca pela
verdade real ou material, n‹o da verdade formal).

Princ’pio do devido processo legal


NinguŽm poder‡ sofrer priva•‹o de sua liberdade ou de seus bens sem que haja
um processo prŽvio, em que lhe sejam assegurados instrumentos de defesa.
Ø! Sentido formal - A obedi•ncia ao rito previsto na Lei Processual (seja o
rito ordin‡rio ou outro), bem como ˆs demais regras estabelecidas para o
processo.
Ø! Sentido material - O Devido Processo Legal s— Ž efetivamente respeitado
quando o Estado age de maneira razo‡vel, proporcional e adequada na
tutela dos interesses da sociedade e do acusado.

Dos postulados do contradit—rio e da ampla defesa


Contradit—rio Ð As partes devem ter assegurado o direito de contradizer os
argumentos trazidos pela parte contr‡ria e as provas por ela produzidas.
Obs.: Pode ser limitado, quando a decis‹o a ser tomada pelo Juiz n‹o possa
esperar a manifesta•‹o do acusado ou a ci•ncia do acusado pode implicar a
frustra•‹o da decis‹o (Ex.: decreta•‹o de pris‹o, intercepta•‹o telef™nica).

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Ampla defesa - N‹o basta dar ao acusado ci•ncia das manifesta•›es da


acusa•‹o e facultar-lhe se manifestar, se n‹o lhe forem dados instrumentos para
isso. Principais instrumentos:
§! Produ•‹o de provas
§! Recursos
§! Direito ˆ defesa tŽcnica
§! Direito ˆ autodefesa

Presun•‹o de inoc•ncia (ou presun•‹o de n‹o culpabilidade) Ð NinguŽm


pode ser considerado culpado se ainda n‹o h‡ senten•a penal condenat—ria
transitada em julgado.
⇒! Uma regra probat—ria (regra de julgamento) - Deste princ’pio decorre
que o ™nus (obriga•‹o) da prova cabe ao acusador (MP ou ofendido,
conforme o caso).
⇒! Uma regra de tratamento - Deste princ’pio decorre, ainda, que o rŽu
deve ser, a todo momento, tratado como inocente.
Dimens‹o interna Ð O agente deve ser tratado, dentro do processo, como
inocente.
Dimens‹o externa Ð O agente deve ser tratado como inocente FORA do
processo, ou seja, o fato de estar sendo processado n‹o pode gerar reflexos
negativos na vida do rŽu.

OBS.: O STF decidiu, recentemente, que o cumprimento da pena pode se iniciar


com a mera condena•‹o em segunda inst‰ncia por um —rg‹o colegiado
(TJ, TRF, etc.), relativizando o princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia (HC
126292/SP, rel. Min. Teori Zavascki, 17.2.2016).
Desse princ’pio decorre que o ™nus da prova cabe ao acusador. O rŽu Ž, desde o
come•o, inocente, atŽ que o acusador prove sua culpa.
Pontos importantes:
Ø! A exist•ncia de pris›es provis—rias (pris›es decretadas no curso do
processo) n‹o ofende a presun•‹o de inoc•ncia
Ø! Processos criminais em curso e inquŽritos policiais em face do acusado NÌO
podem ser considerados maus antecedentes (nem circunst‰ncias judiciais
desfavor‡veis) Ð Sœmula 442 do STJ
Ø! N‹o se exige senten•a transitada em julgado (pelo novo crime) para que o
condenado sofra regress‹o de regime (pela pr‡tica de novo crime)
Ø! N‹o se exige senten•a transitada em julgado (pelo novo crime) para que
haja revoga•‹o da suspens‹o condicional do processo.

Princ’pio da obrigatoriedade da fundamenta•‹o das decis›es judiciais


Os —rg‹os do Poder Judici‡rio devem fundamentar todas as suas decis›es.
Guarda rela•‹o com o princ’pio da Ampla Defesa.
Pontos importantes:

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§! A decis‹o de recebimento da denœncia ou queixa n‹o precisa de


fundamenta•‹o complexa (posi•‹o do STF e do STJ).
§! A fundamenta•‹o referida Ž constitucional
§! As decis›es proferidas pelo Tribunal do Jœri n‹o s‹o fundamentadas (n‹o
h‡ viola•‹o ao princ’pio).

Princ’pio da publicidade
Os atos processuais e as decis›es judiciais ser‹o pœblicas, ou seja, de acesso livre
a qualquer do povo.
Essa publicidade NÌO ƒ ABSOLUTA, podendo sofrer restri•‹o, quando a
intimidade das partes ou interesse pœblico exigir (publicidade restrita). Pode
ser restringida apenas ˆs partes e seus procuradores, ou somente a estes.
Impossibilidade de restri•‹o da publicidade aos procuradores das partes.

Princ’pio da isonomia processual


Deve a lei processual tratar ambas as partes de maneira igualit‡ria, conferindo-
lhes os mesmos direitos e deveres.
EXCE‚ÌO: ƒ poss’vel que a lei estabele•a algumas situa•›es aparentemente
anti-ison™micas, a fim de equilibrar as for•as dentro do processo (ex.: prazo em
dobro para a Defensoria Pœblica).

Princ’pio do duplo grau de jurisdi•‹o


As decis›es judiciais devem estar sujeitas ˆ revis‹o por outro —rg‹o do Judici‡rio.
N‹o est‡ expresso na Constitui•‹o.
EXCE‚ÌO: Casos de compet•ncia origin‡ria do STF, a•›es nas quais n‹o cabe
recurso da decis‹o de mŽrito.

Princ’pio do Juiz Natural


Toda pessoa tem direito de ser julgada por um —rg‹o do Poder Judici‡rio
brasileiro, devidamente investido na fun•‹o jurisdicional, cuja compet•ncia fora
previamente definida. Vedada a forma•‹o de Tribunal ou Ju’zo de exce•‹o.
OBS.: N‹o confundir Ju’zo ou Tribunal de exce•‹o com varas especializadas. As
varas especializadas s‹o criadas para otimizar o trabalho do Judici‡rio, e sua
compet•ncia Ž definida abstratamente, e n‹o em raz‹o de um fato isolado, de
forma que n‹o ofendem o princ’pio.
Obs.: Princ’pio do Promotor natural - Toda pessoa tem direito de ser acusada
pela autoridade competente (admitido pela Doutrina majorit‡ria).

Princ’pio da veda•‹o ˆs provas il’citas


N‹o se admitem no processo as provas que tenham sido obtidas por meios il’citos,
assim compreendidos aqueles que violem direitos fundamentais. A Doutrina

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divide as provas ilegais em provas il’citas (quando violam normas de direito


material) e provas ileg’timas (quando violam normas de direito processual).
ATEN‚ÌO! A Doutrina dominante admite a utiliza•‹o de provas il’citas quando
esta for a œnica forma de se obter a absolvi•‹o do rŽu.

Princ’pio da veda•‹o ˆ autoincrimina•‹o


TambŽm conhecido como nemo tenetur se detegere, tem por finalidade impedir
que o Estado, de alguma forma, imponha ao rŽu alguma obriga•‹o que possa
colocar em risco o seu direito de n‹o produzir provas prejudiciais a si pr—prio. O
™nus da prova incumbe ˆ acusa•‹o, n‹o ao rŽu. Pode ser extra’do da conjuga•‹o
de tr•s dispositivos constitucionais:
§! Direito ao sil•ncio
§! Direito ˆ ampla defesa
§! Presun•‹o de inoc•ncia

Princ’pio do non bis in idem Ð NinguŽm pode ser punido duplamente pelo
mesmo fato. NinguŽm poder‡, sequer, ser processado duas vezes pelo mesmo
fato. N‹o se pode, ainda, utilizar o mesmo fato, condi•‹o ou circunst‰ncia duas
vezes (como qualificadora e como agravante, por ex.).

CONCEITO E FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL

Conceito - Ramo do Direito que tem por finalidade a aplica•‹o, no caso concreto,
da Lei Penal outrora violada.

Fontes Ð Origem do direito processual penal. Podem ser:


Ø! Fontes formais (ou de cogni•‹o) Ð Meio pelo qual a norma Ž lan•ada no
mundo jur’dico. Podem ser imediatas (tambŽm chamadas de diretas ou
prim‡rias) mediatas (tambŽm chamadas de indiretas, secund‡rias ou
supletivas).
§! IMEDIATAS Ð S‹o as fontes principais, aquelas que devem ser
aplicadas primordialmente (Constitui•‹o, Leis, tratados e
conven•›es internacionais). Basicamente, portanto, os diplomas
normativos nacionais e internacionais19.
§! MEDIATAS Ð S‹o aplic‡veis quando h‡ lacuna, aus•ncia de
regulamenta•‹o pelas fontes formais imediatas (costumes,
analogia e princ’pios gerais do Direito).
Ø! Fontes materiais (ou de produ•‹o) Ð ƒ o —rg‹o, ente, entidade ou
Institui•‹o respons‡vel pela produ•‹o da norma processual penal. No
Brasil, em regra, Ž a Uni‹o, podendo os Estados legislarem sobre quest›es
espec’ficas.

19
H‡ quem inclua tambŽm, dentre as fontes imediatas, as SòMULAS VINCULANTES, pois s‹o verdadeiras
normas de aplica•‹o vinculada. Lembrando que a jurisprud•ncia e a Doutrina n‹o s‹o consideradas,
majoritariamente, como FONTES do Direito Processual Penal, pois representam, apenas, formas de
interpreta•‹o do Direito Processual Penal.

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Bons estudos!
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11! EXERCêCIOS DA AULA

01.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð DELEGADO Ð ADAPTADA)


O princ’pio da verdade real vigora de forma absoluta no processo penal brasileiro.

02.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð DELEGADO Ð ADAPTADA)


O sistema processual acusat—rio n‹o restringe a inger•ncia, de of’cio, do
magistrado antes da fase processual da persecu•‹o penal.

03.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð DELEGADO Ð ADAPTADA)


No sistema processual inquisitivo, o processo Ž pœblico; a confiss‹o Ž elemento
suficiente para a condena•‹o; e as fun•›es de acusa•‹o e julgamento s‹o
atribu’das a pessoas distintas.

04.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð DELEGADO Ð ADAPTADA)


Na a•‹o penal pœblica, o princ’pio da igualdade das armas Ž mitigado pelo
princ’pio da oficialidade.

05.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð DELEGADO Ð ADAPTADA)


Lei processual nova de conteœdo material, tambŽm denominada h’brida ou mista,
dever‡ ser aplicada de acordo com os princ’pios de temporalidade da lei penal, e
n‹o com o princ’pio do efeito imediato, consagrado no direito processual penal
p‡trio.

06.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS Ð ADAPTADA)
A lei processual penal brasileira adota o princ’pio da absoluta territorialidade em
rela•‹o a sua aplica•‹o no espa•o: n‹o cabe adotar lei processual de pa’s
estrangeiro no cumprimento de atos processuais no territ—rio nacional.

07.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS Ð ADAPTADA)
A lei processual penal n‹o admite o uso da analogia ou da interpreta•‹o
extensiva, em estrita observ‰ncia ao princ’pio da legalidade.

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08.! (CESPE Ð 2016 Ð TJ-AM Ð JUIZ - ADAPTADA)


O princ’pio do juiz natural tem origem no direito anglo-sax‹o, constru’do
inicialmente com base na ideia da veda•‹o do tribunal de exce•‹o.
Posteriormente, por obra do direito norte-americano, acrescentou-se a exig•ncia
da regra de compet•ncia previamente estabelecida ao fato, fruto, provavelmente,
do federalismo adotado por aquele pa’s. O direito brasileiro adota tal princ’pio
nessas duas vertentes fundamentais.

09.! (CESPE Ð 2016 Ð TJ-AM Ð JUIZ - ADAPTADA)


O direito ao sil•ncio ou garantia contra a autoincrimina•‹o derrubou um dos
pilares do processo penal tradicional: o dogma da verdade real, permitindo que
o acusado permane•a em sil•ncio durante a investiga•‹o ou em ju’zo, bem como
impedindo de forma absoluta que ele seja compelido a produzir ou contribuir com
a forma•‹o da prova ou identifica•‹o pessoal contr‡ria ao seu interesse,
revogando as previs›es legais nesse sentido.

10.! (CESPE Ð 2015 Ð DPE-RN Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


De acordo com o CPP, a analogia equivale ˆ norma penal incriminadora, protegida
pela reserva legal, raz‹o pela qual n‹o pode ser usada contra o rŽu.

11.! (CESPE Ð 2015 Ð DPE-RN Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


No sistema inquisitivo, a confiss‹o Ž considerada a rainha das provas e
predominam nele procedimentos exclusivamente escritos.

12.! (CESPE Ð 2015 Ð DPE-RN Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


A lei processual penal veda a interpreta•‹o extensiva para prejudicar o rŽu.

13.! (CESPE Ð 2015 Ð DPE-RN Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


A interpreta•‹o extensiva Ž um processo de integra•‹o por meio do qual se aplica
a uma determinada situa•‹o para a qual inexiste hip—tese normativa pr—pria um
preceito que regula hip—tese semelhante.

14.! (CESPE Ð 2015 Ð DPE-RN Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Para o uso da analogia, Ž importante considerar a natureza do diploma de onde
se deve extrair a norma reguladora.

15.! (CESPE Ð 2015 Ð TJDFT Ð JUIZ - ADAPTADA)


No Estado democr‡tico moderno n‹o h‡ espa•o para a aplica•‹o do princ’pio
processual denominado favor rei, que contraria o jus libertatis do acusado.

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16.! (CESPE Ð 2013 Ð TJ-RN Ð JUIZ Ð ADAPTADA)


Dado o princ’pio da territorialidade, o CPP Ž aplicado em todo territ—rio nacional,
inclusive no que se refere aos processos da compet•ncia da justi•a militar.

17.! (CESPE Ð 2013 Ð TJ-RN Ð JUIZ Ð ADAPTADA)


O julgador poder‡ aplicar por analogia uma lei processual, para a solu•‹o de
quest‹o pendente no curso da a•‹o penal.

18.! (CESPE Ð 2013 Ð TJ-RN Ð JUIZ Ð ADAPTADA)


Nova lei que altere as regras de intima•‹o no processo penal tem aplica•‹o
imediata, tornando automaticamente inv‡lidas, nos processos em curso, todas as
intima•›es j‡ realizadas sob a forma da lei revogada.

19.! (CESPE Ð 2013 Ð TJ-BA Ð TITULAR NOTARIAL - ADAPTADA)


Aplica-se a lei processual penal desde logo, sem preju’zo da validade dos atos
realizados sob a Žgide de lei anterior.

20.! (CESPE Ð 2013 Ð TJ-ES Ð TITULAR NOTARIAL - ADAPTADA)


Dado o princ’pio da busca da verdade real, que rege o processo penal, o juiz do
processo pode esclarecer pontos obscuros, desde que circunscritos ˆs provas
apresentadas pela acusa•‹o e pela defesa, ˆ qual se atribui o ™nus probat—rio,
n‹o sendo admitida, conforme a jurisprud•ncia dos tribunais superiores, a
atividade instrut—ria do juiz no processo penal.

21.! (CESPE Ð 2013 Ð TJ-ES Ð TITULAR NOTARIAL - ADAPTADA)


A recusa do acusado em se manifestar durante seu interrogat—rio poder‡ gerar
presun•‹o do reconhecimento do crime a ele imputado, em face do livre
convencimento do juiz.

22.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ-BA Ð JUIZ - ADAPTADA)


A lei processual aplica-se de imediato, devendo-se respeitar, entretanto, a data
em que o crime foi praticado e observar a pretens‹o punitiva j‡ estabelecida.

23.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ-BA Ð JUIZ - ADAPTADA)


Aplica-se ˆs normas processuais penais o princ’pio da extraterritorialidade, visto
que s‹o consideradas extens‹o do territ—rio nacional as embarca•›es e aeronaves
pœblicas a servi•o do governo brasileiro, onde quer que se encontrem.

24.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ-AC Ð JUIZ Ð ADAPTADA)


Em rela•‹o ˆ aplica•‹o da lei no espa•o, vigora o princ’pio da absoluta
territorialidade da lei processual penal.

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25.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ-AC Ð JUIZ Ð ADAPTADA)


De acordo com o princ’pio da aplica•‹o imediata da lei processual penal, os atos
j‡ realizados sob a vig•ncia de determinada lei devem ser convalidados pela lei
que a substitua.

26.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/SE Ð TƒCNICO)


Julgue os itens subsequentes, ˆ luz do disposto no C—digo de Processo Penal
(CPP) e do entendimento dominante dos tribunais superiores acerca da a•‹o
penal, do processo comum, do MinistŽrio Pœblico, das cita•›es e das intima•›es.
O princ’pio do promotor natural, expresso na CF, visa assegurar o exerc’cio pleno
e independente das atribui•›es do MinistŽrio Pœblico, repelindo-se a figura do
promotor por encomenda.

27.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð TƒCNICO)


Com rela•‹o ˆ aplica•‹o da lei processual no tempo, assinale a op•‹o correta.
A) Lei processual penal anterior ˆ nova lei continuar‡ a ser aplicada nos processos
que se iniciaram sob a sua vig•ncia.
B) Nova lei processual penal retroage para alcan•ar os atos praticados na vig•ncia
da lei processual penal anterior.
C) Nova lei processual penal tem incid•ncia imediata nos processos j‡ em
andamento.
D) Atos processuais realizados sob a vig•ncia de lei processual penal anterior ˆ
nova lei ser‹o considerados inv‡lidos.
E) Nova lei processual penal ser‡ aplicada apenas aos processos que se iniciarem
ap—s a sua publica•‹o.

28.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð TƒCNICO)


Lei processual penal
A) n‹o admite interpreta•‹o sistem‡tica.
B) n‹o admite aplica•‹o anal—gica.
C) n‹o admite o suplemento dos princ’pios gerais de direito.
D) n‹o deve ser interpretada sempre restritivamente.
E) n‹o admite interpreta•‹o extensiva.

29.! (CESPE Ð 2014 Ð CåMARA DOS DEPUTADOS Ð ANALISTA


LEGISLATIVO)
Ë luz dos princ’pios fundamentais de direito constitucional positivo brasileiro,
julgue o item a seguir.

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Intercepta•›es telef™nicas Ñ comumente chamadas de grampos Ñ e grava•›es


ambientais realizadas por autoridade policial, sem autoriza•‹o judicial, ainda que
em situa•›es emergenciais, constituem viola•›es aos princ’pios estruturantes do
estado democr‡tico de direito e da dignidade da pessoa humana.

30.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð TƒCNICO)


Com base no disposto na Constitui•‹o Federal de 1988 acerca do processo penal,
assinale a op•‹o correta.
A) O contradit—rio e a ampla defesa s‹o assegurados apenas aos litigantes em
processos judiciais.
B) A pr‡tica de racismo configura crime imprescrit’vel, para o qual se admite a
concess‹o de fian•a.
C) As provas obtidas por meios il’citos, desde que produzidas durante inquŽrito
policial, poder‹o ser admitidas no processo.
D) Os crimes hediondos, a pr‡tica de tortura, o terrorismo e o tr‡fico il’cito de
entorpecentes s‹o crimes inafian•‡veis.
E) A institui•‹o do jœri ter‡ compet•ncia para julgar os crimes dolosos contra a
vida e o latroc’nio.

31.! (CESPE Ð 2015 Ð DPE-PE Ð DEFENSOR PòBLICO)


Acerca de aspectos diversos do processo penal brasileiro, o pr—ximo item
apresenta uma situa•‹o hipotŽtica, seguida de uma assertiva a ser julgada.
Alberto e Adriano foram presos em flagrante delito. O juiz que analisou a pris‹o
em flagrante concedeu a Alberto a liberdade provis—ria mediante o recolhimento
de fian•a arbitrada em um sal‡rio m’nimo. Quanto a Adriano, foi-lhe decretada a
pris‹o preventiva. Antes que o autuado Alberto recolhesse o valor da fian•a e que
a DP impetrasse habeas corpus em favor de Adriano, entrou em vigor lei
processual penal nova mais gravosa, que tratou tanto da fian•a quanto da pris‹o
preventiva. Nessa situa•‹o, a lei processual penal nova que tratou da fian•a
aplicar-se-‡ desde logo, sem preju’zo da validade dos atos realizados sob a
vig•ncia da lei anterior. Entretanto, ˆ pris‹o preventiva aplicar-se-‹o os
dispositivos que forem mais favor‡veis ao interessado.

32.! (CESPE Ð 2015 Ð TJDFT Ð TƒCNICO)


Acerca da aplicabilidade da lei processual penal no tempo e no espa•o e dos
princ’pios que regem o inquŽrito policial, julgue os itens a seguir.
Em rela•‹o ˆ aplica•‹o da lei processual penal no espa•o, vigora o princ’pio da
territorialidade.

33.! (CESPE Ð 2015 Ð TJDFT Ð TƒCNICO)


Acerca da aplicabilidade da lei processual penal no tempo e no espa•o e dos
princ’pios que regem o inquŽrito policial, julgue os itens a seguir.

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Nova lei processual que modifique determinado prazo do recurso em processo


penal ter‡ aplica•‹o imediata, a contar da data de sua vig•ncia, aplicando-se
inclusive a processo que esteja com prazo recursal em curso quando de sua
edi•‹o.

34.! (CESPE Ð 2011 Ð STM Ð ANALISTA JUDICIçRIO- EXECU‚ÌO DE


MANDADOS)
Os efeitos causados pelo princ’pio constitucional da presun•‹o de inoc•ncia no
ordenamento jur’dico nacional incluem a invers‹o, no processo penal, do ™nus da
prova para o acusador.

35.! (CESPE Ð 2011 Ð STM Ð ANALISTA JUDICIçRIO- EXECU‚ÌO DE


MANDADOS)
Entende-se por devido processo legal a garantia do acusado de n‹o ser privado
de sua liberdade em um processo que seguiu a forma estabelecida na lei; desse
princ’pio deriva o fato de o descumprimento de qualquer formalidade pelo juiz
ensejar a nulidade absoluta do processo, por ofensa a esse princ’pio.

36.! (CESPE Ð 2011 Ð STM Ð ANALISTA JUDICIçRIO- EXECU‚ÌO DE


MANDADOS)
N‹o se admite, por caracterizar ofensa ao princ’pio do contradit—rio e do devido
processo legal, a concess‹o de medidas judiciais inaudita altera parte no processo
penal.

37.! (CESPE Ð 2011 Ð STM Ð ANALISTA JUDICIçRIO- EXECU‚ÌO DE


MANDADOS)
O princ’pio da inoc•ncia est‡ expressamente previsto na Constitui•‹o Federal de
1988 e estabelece que todas as pessoas s‹o inocentes atŽ que se prove o
contr‡rio, raz‹o pela qual se admite a pris‹o penal do rŽu ap—s a produ•‹o de
prova que demonstre sua culpa.

38.! (CESPE Ð 2011 Ð STM Ð ANALISTA JUDICIçRIO- EXECU‚ÌO DE


MANDADOS)
A ado•‹o do princ’pio da inŽrcia no processo penal brasileiro n‹o permite que o
juiz determine, de of’cio, dilig•ncias para dirimir dœvida sobre ponto relevante
dos autos.

39.! (CESPE Ð 2008 Ð PC-TO Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Impera no processo penal o princ’pio da verdade real e n‹o da verdade formal,
pr—prio do processo civil, em que, se o rŽu n‹o se defender, presumem-se
verdadeiros os fatos alegados pelo autor.

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40.! (CESPE Ð 2011 Ð STM Ð ANALISTA JUDICIçRIO- EXECU‚ÌO DE


MANDADOS)
O dispositivo constitucional que estabelece serem inadmiss’veis as provas obtidas
por meios il’citos, bem como as restri•›es ˆ prova criminal existentes na
legisla•‹o processual penal, s‹o exemplos de limita•›es ao alcance da verdade
real.

41.! (CESPE Ð 2013 Ð PRF Ð POLICIAL RODOVIçRIO FEDERAL)


Tratando-se de lei processual penal, n‹o se admite, salvo para beneficiar o rŽu,
a aplica•‹o anal—gica.

42.! (CESPE Ð 2013 Ð DEPEN Ð AGENTE PENITENCIçRIO)


Aos crimes militares aplicam-se as mesmas disposi•›es do C—digo de Processo
Penal, exclu’das as normas de conteœdo penal que tratam de matŽria espec’fica
diversa do direito penal comum.

43.! (CESPE Ð 2013 Ð DEPEN Ð AGENTE PENITENCIçRIO)


A compet•ncia do Senado Federal para o julgamento do presidente da Repœblica
nos crimes de responsabilidade constitui exce•‹o ao princ’pio, segundo o qual
devem ser aplicadas as normas processuais penais brasileiras aos crimes
cometidos no territ—rio nacional.

44.! (CESPE Ð 2013 Ð DEPEN Ð AGENTE PENITENCIçRIO)


Em regra, a norma processual penal prevista em tratado e(ou) conven•‹o
internacional, cuja vig•ncia tenha sido regularmente admitida no ordenamento
jur’dico brasileiro, tem aplica•‹o independentemente do C—digo de Processo
Penal.

45.! (CESPE Ð 2013 Ð DEPEN Ð AGENTE PENITENCIçRIO)


Considere que, diante de uma senten•a condenat—ria e no curso do prazo
recursal, uma nova lei processual penal tenha entrado em vigor, com previs‹o de
prazo para a interposi•‹o do recurso diferente do anterior. Nessa situa•‹o, dever‡
ser obedecido o prazo estabelecido pela lei anterior, porque o ato processual j‡
estava em curso.

46.! (CESPE Ð 2013 Ð PC/BA Ð INVESTIGADOR)


Julgue os itens subsequentes no que concerne ˆ legisla•‹o processual penal.
A lei processual penal tem aplica•‹o imediata, raz‹o por que os atos processuais
j‡ praticados devem ser refeitos de acordo com a legisla•‹o que entrou em vigor.

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12!EXERCêCIOS COMENTADOS

01.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð DELEGADO Ð ADAPTADA)


O princ’pio da verdade real vigora de forma absoluta no processo penal
brasileiro.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o princ’pio da verdade real (ou verdade
material) n‹o Ž absoluto, ou seja, n‹o pode ser adotado qualquer procedimento
com base na finalidade de alcan•ar a verdade real. O processo penal brasileiro
apresenta limita•›es ˆ busca pela verdade real, como a impossibilidade de o Juiz
dar in’cio ao processo Òex officioÓ (sem iniciativa das partes), o direito ao sil•ncio
conferido ao acusado, etc.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

02.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð DELEGADO Ð ADAPTADA)


O sistema processual acusat—rio n‹o restringe a inger•ncia, de of’cio, do
magistrado antes da fase processual da persecu•‹o penal.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a ado•‹o do sistema acusat—rio traz, como
consequ•ncia, uma sŽrie de limita•›es ˆ atua•‹o ÒproativaÓ do Juiz, inclusive
quanto ˆ inger•ncia na fase investigat—ria, que Ž bastante limitada (n‹o pode o
Juiz decretar a pris‹o preventiva, de of’cio, durante a investiga•‹o, por exemplo).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

03.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð DELEGADO Ð ADAPTADA)


No sistema processual inquisitivo, o processo Ž pœblico; a confiss‹o Ž
elemento suficiente para a condena•‹o; e as fun•›es de acusa•‹o e
julgamento s‹o atribu’das a pessoas distintas.
COMENTçRIOS: Item errado, pois no sistema inquisitivo o processo Ž,
geralmente, sigiloso. AlŽm disso, as fun•›es de acusa•‹o e julgamento s‹o
atribu’das a um mesmo —rg‹o. Este NÌO foi o sistema adotado pelo nosso
ordenamento jur’dico.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

04.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð DELEGADO Ð ADAPTADA)


Na a•‹o penal pœblica, o princ’pio da igualdade das armas Ž mitigado
pelo princ’pio da oficialidade.
COMENTçRIOS: Item correto. Alguns autores sustentam que o princ’pio da
igualdade processual (ou paridade de armas ou par conditio) Ž mitigado na a•‹o
penal pœblica, pois nela o MP atua em duas frentes, como acusador imparcial e
como fiscal da lei (custos legis), criando um descompasso entre acusa•‹o e

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defesa, o que n‹o ocorre na a•‹o penal privada, em que a fun•‹o de acusar Ž
atribu’da ao ofendido, atuando o MP apenas como fiscal da lei.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

05.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð DELEGADO Ð ADAPTADA)


Lei processual nova de conteœdo material, tambŽm denominada h’brida
ou mista, dever‡ ser aplicada de acordo com os princ’pios de
temporalidade da lei penal, e n‹o com o princ’pio do efeito imediato,
consagrado no direito processual penal p‡trio.
COMENTçRIOS: Item correto, pois em se tratando de lei processual HêBRIDA
(que possui conteœdo de direito processual e de direito material) a Doutrina
entende que devam ser aplicados os princ’pios referentes ˆ aplica•‹o da lei PENAL
no tempo, e n‹o os princ’pios que regem as leis puramente processuais.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

06.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS Ð ADAPTADA)
A lei processual penal brasileira adota o princ’pio da absoluta
territorialidade em rela•‹o a sua aplica•‹o no espa•o: n‹o cabe adotar
lei processual de pa’s estrangeiro no cumprimento de atos processuais
no territ—rio nacional.
COMENTçRIOS: O nosso ordenamento processual adota o princ’pio da absoluta
territorialidade em rela•‹o ˆ aplica•‹o da lei processual penal brasileira no
espa•o, ou seja, n‹o cabe adotar lei processual de pa’s estrangeiro no
cumprimento de atos processuais no territ—rio nacional.
Todavia, Ž importante ressaltar a possibilidade de utiliza•‹o de normas previstas
em tratados internacionais ratificados pela Brasil. Entretanto, isso n‹o configura
aplica•‹o de lei estrangeira (pois o tratado passou a fazer parte do nosso
ordenamento jur’dico).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

07.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS Ð ADAPTADA)
A lei processual penal n‹o admite o uso da analogia ou da interpreta•‹o
extensiva, em estrita observ‰ncia ao princ’pio da legalidade.
COMENTçRIOS: A Lei processual penal admite, por expressa previs‹o no art.
3¼ do CPP, a interpreta•‹o extensiva, a aplica•‹o anal—gica (analogia), ainda que
desfavor‡veis ao rŽu, e o suplemento dos princ’pios gerais de Direito. Vejamos:
Art. 3o A lei processual penal admitir‡ interpreta•‹o extensiva e aplica•‹o anal—gica,
bem como o suplemento dos princ’pios gerais de direito.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

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08.! (CESPE Ð 2016 Ð TJ-AM Ð JUIZ - ADAPTADA)


O princ’pio do juiz natural tem origem no direito anglo-sax‹o, constru’do
inicialmente com base na ideia da veda•‹o do tribunal de exce•‹o.
Posteriormente, por obra do direito norte-americano, acrescentou-se a
exig•ncia da regra de compet•ncia previamente estabelecida ao fato,
fruto, provavelmente, do federalismo adotado por aquele pa’s. O direito
brasileiro adota tal princ’pio nessas duas vertentes fundamentais.
COMENTçRIOS: O princ’pio do Juiz Natural, adotado pelo nosso ordenamento
jur’dico, congrega as duas concep•›es apontadas, ou seja, a veda•‹o ˆ exist•ncia
de tribunais de exce•‹o e a exig•ncia de exist•ncia de regras abstratas e prŽvias
determinando a compet•ncia jurisdicional.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

09.! (CESPE Ð 2016 Ð TJ-AM Ð JUIZ - ADAPTADA)


O direito ao sil•ncio ou garantia contra a autoincrimina•‹o derrubou um
dos pilares do processo penal tradicional: o dogma da verdade real,
permitindo que o acusado permane•a em sil•ncio durante a investiga•‹o
ou em ju’zo, bem como impedindo de forma absoluta que ele seja
compelido a produzir ou contribuir com a forma•‹o da prova ou
identifica•‹o pessoal contr‡ria ao seu interesse, revogando as previs›es
legais nesse sentido.
COMENTçRIOS: Item errado, pois apesar de a veda•‹o ˆ autoincrimina•‹o ser
uma garantia do acusado, a Doutrina entende que Ž poss’vel submeter o acusado
a situa•›es nas quais n‹o se exija uma participa•‹o ativa na produ•‹o probat—ria
(ex.: obrigatoriedade de comparecer ao local indicado a fim de que se proceda
ao reconhecimento pela v’tima).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

10.! (CESPE Ð 2015 Ð DPE-RN Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


De acordo com o CPP, a analogia equivale ˆ norma penal incriminadora,
protegida pela reserva legal, raz‹o pela qual n‹o pode ser usada contra
o rŽu.
COMENTçRIOS: A Lei processual penal admite, por expressa previs‹o no art.
3¼ do CPP, a interpreta•‹o extensiva, a aplica•‹o anal—gica (analogia), ainda que
desfavor‡veis ao rŽu, e o suplemento dos princ’pios gerais de Direito. Vejamos:
Art. 3o A lei processual penal admitir‡ interpreta•‹o extensiva e aplica•‹o anal—gica,
bem como o suplemento dos princ’pios gerais de direito.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

11.! (CESPE Ð 2015 Ð DPE-RN Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


No sistema inquisitivo, a confiss‹o Ž considerada a rainha das provas e
predominam nele procedimentos exclusivamente escritos.

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COMENTçRIOS: Uma das caracter’sticas do sistema inquisitivo, n‹o adotado


pelo nosso ordenamento processual, Ž a utiliza•‹o da confiss‹o como Òprova
m‡ximaÓ, ou a Òrainha das provasÓ. Ou seja, uma vez tendo havido confiss‹o,
seriam desnecess‡rias quaisquer outras provas para que o acusado pudesse ser
condenado.
AlŽm disso, no sistema inquisitivo, como regra, h‡ predom’nio de procedimentos
escritos (e sigilosos), n‹o havendo espa•o para debates orais.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

12.! (CESPE Ð 2015 Ð DPE-RN Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


A lei processual penal veda a interpreta•‹o extensiva para prejudicar o
rŽu.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a Lei processual penal admite, por expressa
previs‹o no art. 3¼ do CPP, a interpreta•‹o extensiva, ainda que prejudicial ao
rŽu:
Art. 3o A lei processual penal admitir‡ interpreta•‹o extensiva e aplica•‹o anal—gica,
bem como o suplemento dos princ’pios gerais de direito.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

13.! (CESPE Ð 2015 Ð DPE-RN Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


A interpreta•‹o extensiva Ž um processo de integra•‹o por meio do qual
se aplica a uma determinada situa•‹o para a qual inexiste hip—tese
normativa pr—pria um preceito que regula hip—tese semelhante.
COMENTçRIOS: Item errado, pois esta Ž a exata defini•‹o da ANALOGIA. A
interpreta•‹o extensiva n‹o Ž processo de integra•‹o, e sim de INTERPRETA‚ÌO
da norma processual.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

14.! (CESPE Ð 2015 Ð DPE-RN Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Para o uso da analogia, Ž importante considerar a natureza do diploma
de onde se deve extrair a norma reguladora.
COMENTçRIOS: A Lei processual penal admite, por expressa previs‹o no art.
3¼ do CPP, a interpreta•‹o extensiva, a aplica•‹o anal—gica (analogia), ainda que
desfavor‡veis ao rŽu, e o suplemento dos princ’pios gerais de Direito. N‹o Ž
relevante, aqui, a natureza do diploma legal de onde se ir‡ extrair a norma
reguladora.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

15.! (CESPE Ð 2015 Ð TJDFT Ð JUIZ - ADAPTADA)


No Estado democr‡tico moderno n‹o h‡ espa•o para a aplica•‹o do
princ’pio processual denominado favor rei, que contraria o jus libertatis
do acusado.

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COMENTçRIOS: Item errado, pois o favor rei, princ’pio que determina a decis‹o
favor‡vel ao rŽu em caso de dœvida, Ž adotado pelo nosso ordenamento jur’dico,
e n‹o contraria em nada o ius libertatis do acusado, muito pelo contr‡rio.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

16.! (CESPE Ð 2013 Ð TJ-RN Ð JUIZ Ð ADAPTADA)


Dado o princ’pio da territorialidade, o CPP Ž aplicado em todo territ—rio
nacional, inclusive no que se refere aos processos da compet•ncia da
justi•a militar.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o CPP, em rela•‹o aos processos da
compet•ncia da Justi•a Militar, s— Ž aplic‡vel de forma subsidi‡ria, nos termos
do art. 1¼, III do CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

17.! (CESPE Ð 2013 Ð TJ-RN Ð JUIZ Ð ADAPTADA)


O julgador poder‡ aplicar por analogia uma lei processual, para a solu•‹o
de quest‹o pendente no curso da a•‹o penal.
COMENTçRIOS: A Lei processual penal admite, por expressa previs‹o no art.
3¼ do CPP, a aplica•‹o anal—gica (analogia), ainda que prejudicial ao rŽu.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

18.! (CESPE Ð 2013 Ð TJ-RN Ð JUIZ Ð ADAPTADA)


Nova lei que altere as regras de intima•‹o no processo penal tem
aplica•‹o imediata, tornando automaticamente inv‡lidas, nos processos
em curso, todas as intima•›es j‡ realizadas sob a forma da lei revogada.
COMENTçRIOS: Pelo princ’pio do tempus regit actum, adotado pelo nosso
ordenamento jur’dico, a lei processual penal aplica-se desde logo, ou seja,
inclusive aos processos EM CURSO (o que significa que pode, portanto, ser
aplicada a crimes cometidos antes de sua entrada em vigor), seja ela mais
gravosa ou mais benŽfica, n‹o importa. Todavia, os atos j‡ praticados na vig•ncia
da lei anterior s‹o PRESERVADOS, ou seja, s‹o VçLIDOS, conforme art. 2¼ do
CPP:
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-‡ desde logo, sem preju’zo da validade dos
atos realizados sob a vig•ncia da lei anterior.

Assim, os atos j‡ praticados NÌO devem ser refeitos, pois quando foram
realizados estavam sendo regidos pela Lei vigente ˆ Žpoca, n‹o havendo qualquer
irregularidade.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

19.! (CESPE Ð 2013 Ð TJ-BA Ð TITULAR NOTARIAL - ADAPTADA)


Aplica-se a lei processual penal desde logo, sem preju’zo da validade dos
atos realizados sob a Žgide de lei anterior.

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COMENTçRIOS: Item correto, pois, pelo princ’pio do tempus regit actum,


adotado pelo nosso ordenamento jur’dico, a lei processual penal aplica-se desde
logo, ou seja, inclusive aos processos EM CURSO. Todavia, os atos j‡ praticados
na vig•ncia da lei anterior s‹o PRESERVADOS, ou seja, s‹o VçLIDOS, conforme
art. 2¼ do CPP:
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-‡ desde logo, sem preju’zo da validade dos
atos realizados sob a vig•ncia da lei anterior.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

20.! (CESPE Ð 2013 Ð TJ-ES Ð TITULAR NOTARIAL - ADAPTADA)


Dado o princ’pio da busca da verdade real, que rege o processo penal, o
juiz do processo pode esclarecer pontos obscuros, desde que
circunscritos ˆs provas apresentadas pela acusa•‹o e pela defesa, ˆ qual
se atribui o ™nus probat—rio, n‹o sendo admitida, conforme a
jurisprud•ncia dos tribunais superiores, a atividade instrut—ria do juiz no
processo penal.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o Juiz pode produzir provas no processo
penal, com vistas ˆ elucida•‹o de fato relevante (art. 156, II do CPP). Assim, o
princ’pio da busca pela verdade real n‹o limita o Juiz a apenas esclarecer pontos
obscuros com base nas provas produzidas, mas autoriza o Juiz a determinar (de
of’cio) a produ•‹o de provas que considere importantes para sanar dœvida sobre
ponto relevante.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

21.! (CESPE Ð 2013 Ð TJ-ES Ð TITULAR NOTARIAL - ADAPTADA)


A recusa do acusado em se manifestar durante seu interrogat—rio poder‡
gerar presun•‹o do reconhecimento do crime a ele imputado, em face do
livre convencimento do juiz.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o sil•ncio Ž um direito do acusado, e n‹o
pode ser considerado como confiss‹o e nem pode ser interpretado em preju’zo
da defesa, sob pena de esvaziar-se a l—gica de tal garantia.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

22.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ-BA Ð JUIZ - ADAPTADA)


A lei processual aplica-se de imediato, devendo-se respeitar, entretanto,
a data em que o crime foi praticado e observar a pretens‹o punitiva j‡
estabelecida.
COMENTçRIOS: Pelo princ’pio do tempus regit actum, adotado pelo nosso
ordenamento jur’dico, a lei processual penal aplica-se desde logo, ou seja,
inclusive aos processos em curso, independentemente da data em que o crime
foi praticado.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

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23.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ-BA Ð JUIZ - ADAPTADA)


Aplica-se ˆs normas processuais penais o princ’pio da
extraterritorialidade, visto que s‹o consideradas extens‹o do territ—rio
nacional as embarca•›es e aeronaves pœblicas a servi•o do governo
brasileiro, onde quer que se encontrem.
COMENTçRIOS: Item errado, pois nesse caso haver‡ extraterritorialidade da lei
PENAL brasileira, e n‹o da lei PROCESSUAL brasileira.
Todavia, isso n‹o impede a aplica•‹o da lei penal brasileira a crimes cometidos
fora do territ—rio nacional. PorŽm, em rela•‹o ao PROCESSO referente a tais
crimes, que tramitar‡ no Brasil, ser‡ aplicada a lei brasileira (e n‹o a
estrangeira), embora o crime tenha ocorrido fora do Brasil.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

24.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ-AC Ð JUIZ Ð ADAPTADA)


Em rela•‹o ˆ aplica•‹o da lei no espa•o, vigora o princ’pio da absoluta
territorialidade da lei processual penal.
COMENTçRIOS: O nosso ordenamento processual adota o princ’pio da absoluta
territorialidade em rela•‹o ˆ aplica•‹o da lei processual penal brasileira no
espa•o, ou seja, n‹o cabe adotar lei processual de pa’s estrangeiro no
cumprimento de atos processuais no territ—rio nacional.
Todavia, Ž importante ressaltar a possibilidade de utiliza•‹o de normas previstas
em tratados internacionais ratificados pela Brasil. Entretanto, isso n‹o configura
aplica•‹o de lei estrangeira (pois o tratado passou a fazer parte do nosso
ordenamento jur’dico).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

25.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ-AC Ð JUIZ Ð ADAPTADA)


De acordo com o princ’pio da aplica•‹o imediata da lei processual penal,
os atos j‡ realizados sob a vig•ncia de determinada lei devem ser
convalidados pela lei que a substitua.
COMENTçRIOS: Pelo princ’pio do tempus regit actum, adotado pelo nosso
ordenamento jur’dico, a lei processual penal aplica-se desde logo, e os atos j‡
praticados na vig•ncia da lei anterior s‹o PRESERVADOS, ou seja, s‹o VçLIDOS,
conforme art. 2¼ do CPP:
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-‡ desde logo, sem preju’zo da validade dos
atos realizados sob a vig•ncia da lei anterior.

Assim, os atos j‡ praticados NÌO devem ser refeitos, pois quando foram
realizados estavam sendo regidos pela Lei vigente ˆ Žpoca, n‹o havendo qualquer
irregularidade. A lei nova, portanto, s— se aplica aos atos futuros, n‹o atingindo
os atos que j‡ foram validamente realizados sob o regramento da lei anterior.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

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26.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/SE Ð TƒCNICO)


Julgue os itens subsequentes, ˆ luz do disposto no C—digo de Processo
Penal (CPP) e do entendimento dominante dos tribunais superiores
acerca da a•‹o penal, do processo comum, do MinistŽrio Pœblico, das
cita•›es e das intima•›es.
O princ’pio do promotor natural, expresso na CF, visa assegurar o
exerc’cio pleno e independente das atribui•›es do MinistŽrio Pœblico,
repelindo-se a figura do promotor por encomenda.
COMENTçRIOS: O item est‡ correto. Embora haja vozes em contr‡rio, a
doutrina majorit‡ria entende que o princ’pio do Promotor natural existe e est‡
materializado no art. 5¼, LIII da Constitui•‹o:
Art. 5¼ (...)
LIII - ninguŽm ser‡ processado nem sentenciado sen‹o pela autoridade competente;

Quando a CF utiliza o termo ÒprocessadoÓ, h‡ quem entenda que se refere ˆ


==0==

figura do membro do MP. Tal princ’pio visa a evitar que haja escolha de Promotor
(mais r’gido ou menos r’gido) de acordo com o ÒclienteÓ (o infrator).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

27.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð TƒCNICO)


Com rela•‹o ˆ aplica•‹o da lei processual no tempo, assinale a op•‹o
correta.
A) Lei processual penal anterior ˆ nova lei continuar‡ a ser aplicada nos
processos que se iniciaram sob a sua vig•ncia.
B) Nova lei processual penal retroage para alcan•ar os atos praticados
na vig•ncia da lei processual penal anterior.
C) Nova lei processual penal tem incid•ncia imediata nos processos j‡
em andamento.
D) Atos processuais realizados sob a vig•ncia de lei processual penal
anterior ˆ nova lei ser‹o considerados inv‡lidos.
E) Nova lei processual penal ser‡ aplicada apenas aos processos que se
iniciarem ap—s a sua publica•‹o.
COMENTçRIOS: A Lei processual penal tem sua aplica•‹o regida pelo princ’pio
tempus regit actum. Assim, ela Ž aplicada apenas enquanto vigora. Uma vez
revogada, a lei nova Ž IMEDIATAMENTE aplicada aos processos em curso, para
os atos processuais futuros, obviamente, n‹o afetando, portanto, os atos
processuais que j‡ foram validamente praticados sob a Žgide da lei antiga.
Vejamos:
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-‡ desde logo, sem preju’zo da validade dos
atos realizados sob a vig•ncia da lei anterior.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

28.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð TƒCNICO)

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Lei processual penal


A) n‹o admite interpreta•‹o sistem‡tica.
B) n‹o admite aplica•‹o anal—gica.
C) n‹o admite o suplemento dos princ’pios gerais de direito.
D) n‹o deve ser interpretada sempre restritivamente.
E) n‹o admite interpreta•‹o extensiva.
COMENTçRIOS: A Lei processual penal admite, por expressa previs‹o no art.
3¼ do CPP, a interpreta•‹o extensiva, a aplica•‹o anal—gica e o suplemento dos
princ’pios gerais de Direito. Vejamos:
Art. 3o A lei processual penal admitir‡ interpreta•‹o extensiva e aplica•‹o anal—gica,
bem como o suplemento dos princ’pios gerais de direito.

Assim, de plano, erradas as alternativas B, C e E.


A alternativa A est‡ errada porque a lei processual penal tambŽm admite
interpreta•‹o sistem‡tica, como qualquer outra lei, pois ela deve ser interpretada
ˆ luz das demais normas que formam o ordenamento jur’dico p‡trio.
A alternativa correta Ž a letra D, pois nem sempre a lei processual dever‡ ser
interpretada restritivamente, embora haja casos em que isso seja poss’vel. A
interpreta•‹o a ser utilizada ir‡ variar caso a caso, para a melhor extra•‹o do
sentido da norma.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

29.! (CESPE Ð 2014 Ð CåMARA DOS DEPUTADOS Ð ANALISTA


LEGISLATIVO)
Ë luz dos princ’pios fundamentais de direito constitucional positivo
brasileiro, julgue o item a seguir.
Intercepta•›es telef™nicas Ñ comumente chamadas de grampos Ñ e
grava•›es ambientais realizadas por autoridade policial, sem
autoriza•‹o judicial, ainda que em situa•›es emergenciais, constituem
viola•›es aos princ’pios estruturantes do estado democr‡tico de direito
e da dignidade da pessoa humana.
COMENTçRIOS: Item correto, pois o sigilo das comunica•›es telef™nicas Ž
inviol‡vel, salvo, por ordem judicial, para fins de investiga•‹o criminal ou
instru•‹o processual penal, nos termos do art. 5¼, XII da Constitui•‹o:
Art. 5¼ (...)
XII - Ž inviol‡vel o sigilo da correspond•ncia e das comunica•›es telegr‡ficas, de dados
e das comunica•›es telef™nicas, salvo, no œltimo caso, por ordem judicial, nas
hip—teses e na forma que a lei estabelecer para fins de investiga•‹o criminal ou
instru•‹o processual penal; (Vide Lei n¼ 9.296, de 1996)

Assim, a viola•‹o a tal direito constitui-se em verdadeira viola•‹o aos princ’pios


basilares do Estado Democr‡tico de Direito.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

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30.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð TƒCNICO)


Com base no disposto na Constitui•‹o Federal de 1988 acerca do
processo penal, assinale a op•‹o correta.
A) O contradit—rio e a ampla defesa s‹o assegurados apenas aos
litigantes em processos judiciais.
B) A pr‡tica de racismo configura crime imprescrit’vel, para o qual se
admite a concess‹o de fian•a.
C) As provas obtidas por meios il’citos, desde que produzidas durante
inquŽrito policial, poder‹o ser admitidas no processo.
D) Os crimes hediondos, a pr‡tica de tortura, o terrorismo e o tr‡fico
il’cito de entorpecentes s‹o crimes inafian•‡veis.
E) A institui•‹o do jœri ter‡ compet•ncia para julgar os crimes dolosos
contra a vida e o latroc’nio.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: O contradit—rio e a ampla defesa s‹o assegurados aos litigantes em
processo judicial ou administrativo, bem como aos acusados em geral. Vejamos:
Art. 5¼ (...)
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
s‹o assegurados o contradit—rio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;

B) ERRADA: Trata-se de crime inafian•‡vel e imprescrit’vel. Vejamos:


Art. 5¼ (...)
XLII - a pr‡tica do racismo constitui crime inafian•‡vel e imprescrit’vel, sujeito ˆ pena
de reclus‹o, nos termos da lei;

C) ERRADA: S‹o inadmiss’veis no processo as provas obtidas por meios il’citos,


independentemente da fase em que tenham sido produzidas. Vejamos:
Art. 5¼ (...)
LVI - s‹o inadmiss’veis, no processo, as provas obtidas por meios il’citos;

D) CORRETA: O item est‡ correto, conforme previs‹o contida no art. 5¼, XLIII da
CRFB/88:
Art. 5¼ (...)
XLIII - a lei considerar‡ crimes inafian•‡veis e insuscet’veis de gra•a ou anistia a
pr‡tica da tortura , o tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores
e os que, podendo evit‡-los, se omitirem;

E) ERRADA: O item est‡ errado, pois apesar de o Jœri, de fato, possui compet•ncia
para o processo e julgamento dos crimes dolosos contra a vida, o LATROCêNIO,
ou seja, roubo com resultado morte, n‹o Ž crime doloso contra a vida, mas crime
contra o patrim™nio, motivo pelo qual n‹o Ž julgado pelo Tribunal do Jœri.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

31.! (CESPE Ð 2015 Ð DPE-PE Ð DEFENSOR PòBLICO)

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Acerca de aspectos diversos do processo penal brasileiro, o pr—ximo item


apresenta uma situa•‹o hipotŽtica, seguida de uma assertiva a ser
julgada.
Alberto e Adriano foram presos em flagrante delito. O juiz que analisou
a pris‹o em flagrante concedeu a Alberto a liberdade provis—ria mediante
o recolhimento de fian•a arbitrada em um sal‡rio m’nimo. Quanto a
Adriano, foi-lhe decretada a pris‹o preventiva. Antes que o autuado
Alberto recolhesse o valor da fian•a e que a DP impetrasse habeas corpus
em favor de Adriano, entrou em vigor lei processual penal nova mais
gravosa, que tratou tanto da fian•a quanto da pris‹o preventiva. Nessa
situa•‹o, a lei processual penal nova que tratou da fian•a aplicar-se-‡
desde logo, sem preju’zo da validade dos atos realizados sob a vig•ncia
da lei anterior. Entretanto, ˆ pris‹o preventiva aplicar-se-‹o os
dispositivos que forem mais favor‡veis ao interessado.
COMENTçRIOS: O item est‡ errado. A Doutrina n‹o Ž un‰nime, mas prevalece
o entendimento de que as normas relativas ˆ liberdade do infrator (normas
relativas ˆ pris‹o, liberdade provis—ria, fian•a, etc.) s‹o normas Òprocessuais-
materiaisÓ. Neste caso, n‹o seria aplic‡vel o princ’pio do tempus regit actum, e
sim as normas de direito penal acerca da aplica•‹o da lei no tempo.
Desta maneira, a lei nova n‹o seria aplicada aos fatos criminosos praticados antes
de sua entrada em vigor, pois Ž lei mais processual-material mais gravosa (lei
processual com conteœdo de direito material).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

32.! (CESPE Ð 2015 Ð TJDFT Ð TƒCNICO)


Acerca da aplicabilidade da lei processual penal no tempo e no espa•o e
dos princ’pios que regem o inquŽrito policial, julgue os itens a seguir.
Em rela•‹o ˆ aplica•‹o da lei processual penal no espa•o, vigora o
princ’pio da territorialidade.
COMENTçRIOS: A lei processual penal vigora em todo territ—rio nacional, nos
termos do art. 1¼ do CPP, com as ressalvas ali delineadas, o que configura a
aplica•‹o do princ’pio da territorialidade da lei processual penal.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

33.! (CESPE Ð 2015 Ð TJDFT Ð TƒCNICO)


Acerca da aplicabilidade da lei processual penal no tempo e no espa•o e
dos princ’pios que regem o inquŽrito policial, julgue os itens a seguir.
Nova lei processual que modifique determinado prazo do recurso em
processo penal ter‡ aplica•‹o imediata, a contar da data de sua vig•ncia,
aplicando-se inclusive a processo que esteja com prazo recursal em
curso quando de sua edi•‹o.
COMENTçRIOS: Item errado. No processo penal vigora o princ’pio do tempus
regit actum, ou seja, a lei nova ser‡ aplicada aos processos em curso, mas apenas

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em rela•‹o aos ATOS PROCESSUAIS FUTUROS, nos termos do art. 2¼ do CPP. No


que tange ˆ lei nova que altera prazo recursal, ela s— ser‡ aplicada aos recursos
futuros. Se j‡ est‡ fluindo o prazo recursal, n‹o se aplica a lei nova, pois este
prazo j‡ come•ou a correr sob a vig•ncia da lei anterior.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

34.! (CESPE Ð 2011 Ð STM Ð ANALISTA JUDICIçRIO- EXECU‚ÌO DE


MANDADOS)
Os efeitos causados pelo princ’pio constitucional da presun•‹o de
inoc•ncia no ordenamento jur’dico nacional incluem a invers‹o, no
processo penal, do ™nus da prova para o acusador.
CORRETA: Da presun•‹o de inoc•ncia (ou n‹o-culpabilidade) decorre que aquele
que acusa dever‡ provar suas alega•›es acusat—rias, a fim de demonstrar a culpa
do acusado que, de in’cio, Ž considerado inocente. Assim, n‹o cabe ao rŽu provar
sua inoc•ncia, pois esta Ž presumida.
GABARITO: CORRETA

35.! (CESPE Ð 2011 Ð STM Ð ANALISTA JUDICIçRIO- EXECU‚ÌO DE


MANDADOS)
Entende-se por devido processo legal a garantia do acusado de n‹o ser
privado de sua liberdade em um processo que seguiu a forma
estabelecida na lei; desse princ’pio deriva o fato de o descumprimento
de qualquer formalidade pelo juiz ensejar a nulidade absoluta do
processo, por ofensa a esse princ’pio.
ERRADA: Tendo sido obedecido o procedimento previsto em lei, n‹o h‡ viola•‹o
ao devido processo legal forma, podendo o acusado ser privado de sua liberdade
e de seus bens. AlŽm disso, o descumprimento de uma formalidade pelo Juiz s—
anular‡ o processo se trouxer preju’zo ˆs partes, pelo princ’pio do pas de nullitŽ
sans grief. Sim, pois, imagine que o Juiz tenha negado ao acusado o direito de
ouvir uma de suas testemunhas, mas ao final, tenha este sido absolvido. No caso,
a atitude do magistrado, aparentemente violadora do devido processo legal, n‹o
trouxe qualquer preju’zo ao rŽu.
GABARITO: ERRADA

36.! (CESPE Ð 2011 Ð STM Ð ANALISTA JUDICIçRIO- EXECU‚ÌO DE


MANDADOS)
N‹o se admite, por caracterizar ofensa ao princ’pio do contradit—rio e do
devido processo legal, a concess‹o de medidas judiciais inaudita altera
parte no processo penal.
ERRADA: Como estudamos, em alguns casos, o Juiz dever‡ decidir sem antes
ouvir a outra parte (no caso, o acusado), pois a efic‡cia da decis‹o pode ficar
prejudicada se este tomar ci•ncia prŽvia da medida, de forma que isto n‹o viola
o princ’pio do devido processo legal.

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GABARITO: ERRADA

37.! (CESPE Ð 2011 Ð STM Ð ANALISTA JUDICIçRIO- EXECU‚ÌO DE


MANDADOS)
O princ’pio da inoc•ncia est‡ expressamente previsto na Constitui•‹o
Federal de 1988 e estabelece que todas as pessoas s‹o inocentes atŽ que
se prove o contr‡rio, raz‹o pela qual se admite a pris‹o penal do rŽu ap—s
a produ•‹o de prova que demonstre sua culpa.
ERRADA: Embora a quest‹o afirme corretamente que o princ’pio da presun•‹o
de inoc•ncia est‡ previsto na Constitui•‹o, erra ao afirmar que a mera produ•‹o
de prova contr‡ria ao rŽu possa autorizar sua pris‹o. A pris‹o do rŽu, como
decorr•ncia de sua culpa, s— Ž admitida ap—s o tr‰nsito em julgado da senten•a
condenat—ria, nos termos do art. 5¡, LVII da CRFB/88.
GABARITO: ERRADA

38.! (CESPE Ð 2011 Ð STM Ð ANALISTA JUDICIçRIO- EXECU‚ÌO DE


MANDADOS)
A ado•‹o do princ’pio da inŽrcia no processo penal brasileiro n‹o permite
que o juiz determine, de of’cio, dilig•ncias para dirimir dœvida sobre
ponto relevante dos autos.
ERRADA: Como n—s vimos, embora vigore no Brasil o princ’pio da inŽrcia (ne
procedat iudex ex officio), isso n‹o impede que o Magistrado determine a
realiza•‹o de dilig•ncias que repute necess‡rias ˆ elucida•‹o de algum fato, em
raz‹o do princ’pio da verdade real, que tambŽm vigora no processo penal.
GABARITO: ERRADA

39.! (CESPE Ð 2008 Ð PC-TO Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Impera no processo penal o princ’pio da verdade real e n‹o da verdade
formal, pr—prio do processo civil, em que, se o rŽu n‹o se defender,
presumem-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor.
CORRETA: Conforme estudamos, no processo penal vigora o princ’pio da
verdade material, que, em resumo, determina que o Juiz deve buscar trazer para
os autos do processo a verdade dos fatos, esclarecendo pontos obscuros, atŽ
mesmo atravŽs de dilig•ncias determinadas de of’cio, sem que isso importe em
quebra de sua parcialidade.
GABARITO: CORRETA

40.! (CESPE Ð 2011 Ð STM Ð ANALISTA JUDICIçRIO- EXECU‚ÌO DE


MANDADOS)
O dispositivo constitucional que estabelece serem inadmiss’veis as
provas obtidas por meios il’citos, bem como as restri•›es ˆ prova
criminal existentes na legisla•‹o processual penal, s‹o exemplos de
limita•›es ao alcance da verdade real.

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CORRETA: Como vimos, a verdade real Ž o princ’pio pelo qual deve haver um
esfor•o no sentido de se obter a elucida•‹o das quest›es a fim de que a verdade
dos fatos seja alcan•ada. Entretanto, essa verdade n‹o pode ser obtida a
qualquer custo, encontrando limites na lei, notadamente quando a obten•‹o da
prova possa ofender direitos fundamentais.
GABARITO: CORRETA

41.! (CESPE Ð 2013 Ð PRF Ð POLICIAL RODOVIçRIO FEDERAL)


Tratando-se de lei processual penal, n‹o se admite, salvo para beneficiar
o rŽu, a aplica•‹o anal—gica.
COMENTçRIOS: A aplica•‹o anal—gica Ž perfeitamente admitida no processo
penal, independentemente de beneficiar ou n‹o o rŽu, nos termos do art. 3¼ do
CPP:
Art. 3o A lei processual penal admitir‡ interpreta•‹o extensiva e aplica•‹o anal—gica,
bem como o suplemento dos princ’pios gerais de direito.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

42.! (CESPE Ð 2013 Ð DEPEN Ð AGENTE PENITENCIçRIO)


Aos crimes militares aplicam-se as mesmas disposi•›es do C—digo de
Processo Penal, exclu’das as normas de conteœdo penal que tratam de
matŽria espec’fica diversa do direito penal comum.
COMENTçRIOS: O item est‡ errado, pois aos crimes militares aplica-se o C—digo
de Processo Penal Militar, n‹o sendo aplic‡vel o CPP nem mesmo de forma
subsidi‡ria, conforme art. 1¼, III do CPP:
Art. 1o O processo penal reger-se-‡, em todo o territ—rio brasileiro, por este C—digo,
ressalvados:
(...)
III - os processos da compet•ncia da Justi•a Militar;

Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

43.! (CESPE Ð 2013 Ð DEPEN Ð AGENTE PENITENCIçRIO)


A compet•ncia do Senado Federal para o julgamento do presidente da
Repœblica nos crimes de responsabilidade constitui exce•‹o ao princ’pio,
segundo o qual devem ser aplicadas as normas processuais penais
brasileiras aos crimes cometidos no territ—rio nacional.
COMENTçRIOS: De fato, em regra, aos crimes praticados no territ—rio nacional
aplicam-se as normas de direito processual penal brasileiras. Contudo, no caso
de crime de responsabilidade do Presidente da Repœblica, o julgamento compete
ao Senado Federal, de acordo com seu regimento interno, e n‹o de acordo com
o CPP.
Isso est‡ previsto, inclusive, no art. 1¼, II do CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

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44.! (CESPE Ð 2013 Ð DEPEN Ð AGENTE PENITENCIçRIO)


Em regra, a norma processual penal prevista em tratado e(ou)
conven•‹o internacional, cuja vig•ncia tenha sido regularmente
admitida no ordenamento jur’dico brasileiro, tem aplica•‹o
independentemente do C—digo de Processo Penal.
COMENTçRIOS: O item est‡ correto, pois as normas de direito processual penal
que estejam previstas em tratados internacionais e tenham sido devidamente
inseridas no nosso ordenamento jur’dico passam a ter validade imediata, n‹o
estando submetidas ao que prev• o CPP, que tem sua aplica•‹o afastada, nesta
hip—tese, conforme prev• o pr—prio art. 1¼, I do CPP:
Art. 1o O processo penal reger-se-‡, em todo o territ—rio brasileiro, por este C—digo,
ressalvados:
I - os tratados, as conven•›es e regras de direito internacional;

Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

45.! (CESPE Ð 2013 Ð DEPEN Ð AGENTE PENITENCIçRIO)


Considere que, diante de uma senten•a condenat—ria e no curso do prazo
recursal, uma nova lei processual penal tenha entrado em vigor, com
previs‹o de prazo para a interposi•‹o do recurso diferente do anterior.
Nessa situa•‹o, dever‡ ser obedecido o prazo estabelecido pela lei
anterior, porque o ato processual j‡ estava em curso.
COMENTçRIOS: As normas que alteram prazos recursais s‹o normas
meramente materiais, de forma que n‹o retroagem. Assim, se j‡ se iniciou o
curso do prazo recursal (sob a vig•ncia da lei antiga), o prazo permanece o
mesmo, de forma que a lei processual penal somente afetar‡ os atos futuros
(nunca os j‡ realizados nem os que estejam em andamento), conforme art. 2¼
do CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

46.! (CESPE Ð 2013 Ð PC/BA Ð INVESTIGADOR)


Julgue os itens subsequentes no que concerne ˆ legisla•‹o processual
penal.
A lei processual penal tem aplica•‹o imediata, raz‹o por que os atos
processuais j‡ praticados devem ser refeitos de acordo com a legisla•‹o
que entrou em vigor.
COMENTçRIOS: Pelo princ’pio do tempus regit actum, a lei processual penal
aplica-se desde logo, e os atos j‡ praticados na vig•ncia da lei anterior s‹o
preservados, conforme art. 2¼ do CPP:
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-‡ desde logo, sem preju’zo da validade dos
atos realizados sob a vig•ncia da lei anterior.

Assim, os atos j‡ praticados NÌO devem ser refeitos.

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Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

13!GABARITO

1.! ERRADA
2.! ERRADA
3.! ERRADA
4.! CORRETA
5.! CORRETA
6.! CORRETA
7.! ERRADA
8.! CORRETA
9.! ERRADA
10.! ERRADA
11.! CORRETA
12.! ERRADA
13.! ERRADA
14.! ERRADA
15.! ERRADA
16.! ERRADA
17.! CORRETA
18.! ERRADA
19.! CORRETA
20.! ERRADA
21.! ERRADA
22.! ERRADA
23.! ERRADA
24.! CORRETA
25.! ERRADA
26.! CORRETA
27.! ALTERNATIVA C
28.! ALTERNATIVA D
29.! CORRETA
30.! ALTERNATIVA D

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31.! ERRADA
32.! CORRETA
33.! ERRADA
34.! CORRETA
35.! ERRADA
36.! ERRADA
37.! ERRADA
38.! ERRADA
39.! CORRETA
40.! CORRETA
41.! ERRADA
42.! ERRADA
43.! CORRETA
44.! CORRETA
45.! CORRETA
46.! ERRADA

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