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Paula Carolei
1. Introdução
Há um uma relação importante que precisa ser pensada entre competência, ação e
estratégia pedagógica e avaliação e essas quatro dimensões de uma ação pedagógica
intencional são interligadas e precisam ser pensadas juntas.
Assim, para superar essa dicotomia e dar formações mais eficientes não se pode
ensinar coisas apenas de forma mecânica e sim trabalhar teoria e prática juntas na qual
as ações provocadas e realizadas sejam acompanhadas de reflexões conceituais e
discussões e provocações éticas. É o conhecimento em movimento para ampliar e
transformar a atuação dos profissionais.
Para entender um pouco dos movimentos educacionais , é preciso conhecer
algumas abordagens e teorias, não para aplicá-las, pois cada ação educativa é única, por
que cada contexto é único, mas para partirmos de referenciais teóricos que vai nos
ajudar a escolher nossas ações e as direções dos nossos movimentos.
2. Movimentos Educacionais
Que tipo de ação pedagógica você faz que está alinhada com esse movimento? Ela
produz resultados? É importante estar sempre focado nos resultados?
Hoje essa teria ganha uma nova importância com o estudo da neurociência e o
foco no estudo do cérebro.
Nietzsche, desde suas primeiras obras, trata da tensão entre as forças apolíneas e
dionisíacas que causavam o movimento necessário à vida. Era a organização e a
desorganização. Para Nietzsche (1989), o vitalismo vem do lado dionisíaco, que
mobiliza em busca do novo, do desconhecido, do mergulho inconsciente, da
embriaguez, mas que precisa do apolíneo para desenhar formas e contornos.
Jung (1991) diz que a psique tem quatro funções: Sensação, Sentimento,
Pensamento e Intuição. Por isso, o desenvolvimento do ser integral é trabalhar com
todas essas funções. A partir dessas funções ele definiu uma tipologia de interação do
indivíduo com o mundo a partir das funções mais ou menos importantes no indivíduo.
Por exemplo uma pessoa muito intuitiva em geral têm a função sensação menos
desenvolvida e, quando toma uma decisão acaba valorizando apenas as suas relações
dedutivas abstratas e menos as evidência concretas.
O que o educador pode considerar não é a classificação, mas a possibilidade de
que as atividades e desafios propostos estimulem todas as quatro funções, pois todas
elas nos são importantes e precisamos aproveitar o que elas nos trazem de melhor.
Nesse caso, para trabalhar com a abordagem simbólica, o educador deve abrir
espaço para diversas formas de expressão, tentando oferecer ao aprendiz possibilidades
de externalizar imagens inconscientes e depois possibilitar o compartilhamento dessas
vivências.
Você trabalha com técnicas expressivas? Que tipo de movimento ou impacto isso
poderia causar na sua equipe?
Não há movimento certo e errado, mas cada um dele tem limites e tem coerência
ao tipo de competência que pretendemos desenvolver. Se queremos ações mais pontuais
de treinamento e procedimento podemos usar movimentos comportamentais ou
cognitivos, mas muitas vezes, ao separar e controlar as tarefas perdemos as dimensão
múltipla, e que é mais próxima dos problemas reais que são multifacetados.
3. Estratégias pedagógicas
Tendo as atividades como ponto de partida, podemos dizer que elas mobilizam em
partes, dependendo do que se exige do aluno. Não há atividade melhor ou pior, e sim
adequada ao objetivo proposto. Cada atividade tem suas potencialidades e limites, por
isso temos que tomar consciência e escolher as melhores atividades para cada momento,
público e objetivo educacional.
Segundo Bordenave & Pereira (2007, p. 123), os fatores que afetam a escolha de
atividades são: objetivos educacionais (grifados como os mais importantes); experiência
didática do professor; etapa do processo de ensino; tempo disponível; estrutura do
assunto e tipo de aprendizagem envolvida; tipos de alunos; aceitação e experiência dos
alunos; e facilidades físicas.
Pergunta e resposta: Atividades que o aluno responde aquilo que foi perguntado
pelo professor. Essas podem ser corrigidas automaticamente se forem objetivas ou
necessitarem da correção do professor, mas elas são claramente direcionadas e reativas;
Produção: Atividades nas quais os alunos produzem textos, imagens ou outros
produtos midiáticos a partir de uma orientação dada ou roteiro esperado;
3.1.Atividades mobilizadoras
Um aluno que responde perguntas sempre do mesmo jeito não é despertado para
elaborar as suas próprias perguntas. Por isso, as atividades do tipo pergunta-resposta,
tão marcadas pelos antigos questionários, devem ser evitadas, pois elas não deseolvem
autonomia do aluno e, mas apenas, reatividade. Em alguns cursos, eles ganham uma
cara nova e uma roupagem mais lúdica e são chamados de quiz, mas a essência é a
mesma.
3.1.1.Dinâmicas de grupo
3.1.1.Atividades de reflexão
O movimento de reflexão não é algo simples. É fazer o aluno realmente olhar para
as suas projeções e perceber o que ele encontra dele naquilo que é proposto.
O mapeamento dos processos por meio de diários e portfólios ajuda muito o aluno
a pensar no percurso e identificar o que ele conseguiu transformar em si e fora de si ao
longo do seu processo.
Essa dica pode (e deve) ser dada ao aluno para que ele perceba que participar do
fórum não é apenas responder à pergunta mecanicamente, e sim buscar nas respostas
dos colegas, no material do curso e nas suas vivências pessoais links e aberturas para
enriquecer a discussão.
- Uso de outras linguagens mais “abertas”: Você pode propor um fórum em que o
aluno só possa responder com imagens ou sons. Isso quebra o conforto do verbal e abre
a possibilidade de o aluno pensar de outra forma;
- Posições fechadas: Você pode propor aos alunos que cada grupo defenda um
ponto de vista já determinado. Assim, a discussão será um embate entre argumentos
marcados propositalmente como opostos. Num segundo momento, deve haver uma
discussão sem os argumentos obrigatórios. É interessante escolher os grupos de acordo
com as opiniões contrárias àquelas que costumam ter na sua vida cotidiana.
3.1.4 Apresentação
Por que a apresentação é uma atividade que causa movimento? Porque há uma
elaboração prévia que tem como objetivo comunicar algo para o outro. Há a
possibilidade de o outro também se manifestar e comentar algo. Quando se produz algo
pensando em mostrar para o outro, geralmente deixamos de considerar apenas nosso
próprio ponto de vista e tentamos considerar outros referenciais.
Deve-se tomar cuidado com esse tipo de atividade para não virar uma
apresentação na qual ninguém presta atenção nem participa, e se tornar apenas uma
desculpa para apresentar um determinado conteúdo. Se a proposta for um seminário, os
alunos devem apresentar a investigação e expor ao outro o que acham que é comum.
Quanto mais complexo for o jogo, quanto mais variáveis ele apresentar, mais
chance ele terá de se aproximar de situações reais e poderá ser utilizado como um
“simulador de experiências”.
O ato de criar um jogo ou vivência, mesmo que seja produzir apenas o roteiro,
trabalha a capacidade de problematização no aluno. Ele terá que pensar nas questões de
conteúdo buscando contextualizar e criar modelos para interação. Para isso, ele deverá
pensar nas variáveis envolvidas nessa situação.
Esse processo não é simples, pois as pessoas tentam reduzir a situação a causa e
efeito. Por isso, quem aplica o jogo ou a vivência deve ser orientado a questionar o
aluno durante essa produção para que se criem diversos cenários, personagens e
obstáculos que tentem dar conta da complexidade do conteúdo trabalhado.
Toda atividade produz algo que pode ser um ato criativo e mobilizador: textos,
slides, imagens, filmes, histórias em quadrinhos, sons, mapas conceituais etc.
Se a produção for coletiva, é mais complicado ainda. A maioria dos alunos não
aprendeu a produzir nem sozinho nem em grupo.
Administrar uma produção em grupo exige abrir mão das ideias próprias e
compartilhar. Quando o grupo tem maturidade e consegue atingir este objetivo, o
trabalho é muito mobilizador.
4. Conclusão
Referências
SMITH, P. RAGAN,T. Instructional design, New York: John Wiley & Sons, 2004