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ENERGIA ELÉTRICA:
Introdução
ENG.° EDERSON ZANCHET
Introdução
▸ Há alguns sistemas de transmissão em alta-tensão CC (ou HVDC) que também são utilizados
para transportar grandes quantidades de potência por grandes distâncias.
▸ Quando uma linha é energizada, cargas elétricas originam campos elétricos, e o movimento
delas dá origem a campos magnéticos que se propagam do gerador ao receptor — a uma velocidade
v, que é dada por:
𝑙
𝑣=
𝑇
▸ Em que L é o comprimento da linha (km), e T (s) é o tempo decorrido até que a tensão no
receptor alcance o valor da fonte de geração.
▸ Em uma linha com corrente elétrica L, se não mudarmos o valor da tensão V de geração,
podemos definir a impedância em sua entrada por:
𝑉
𝑍=
𝐼
Classificação das Linhas de Transmissão
▸ A evolução histórica dos sistemas de energia elétrica (tanto de forma regional quanto nacional)
não permitiu uma padronização das tensões. Atualmente, o IEC (International Electrotechnical
Commission) recomenda (para tensão nominal/tensão máxima) os valores de:
▸ Há as chamadas linhas de ultra-alta-tensão, de valores acima de 765 kV, mas que ainda não
estão presentes no Brasil.
Classificação das Linhas de Transmissão
▸ Os subgrupos A1 e A2 são a rede básica (ou SIN – Sistema Interligado Nacional), já que esta é
definida pela Aneel como instalações de transmissão de energia elétrica que integram o SIN, de
propriedade das concessionárias de serviço público de transmissão.
▸ As instalações de redes com tensões abaixo de 230 kV, denominadas como demais instalações
da transmissão (DIT), também são operadas pelas empresas transmissoras.
Classificação das Linhas de Transmissão
▸ O Brasil tem um território de mais de 8,5 milhões de km2 — são dimensões continentais, do
porte da Europa. No Brasil, ainda temos o assunto não resolvido da geração e transmissão de
grandes blocos de energia para a região amazônica.
▸ Com aproximadamente 102 mil km de linhas, o Brasil tem um dos maiores sistemas de
transmissão de energia elétrica do planeta.
▸ Em 2010, tínhamos:
▹ 44,5% de linhas em 230 kV e
▹ 34,5% em linhas de 500 kV.
▹ Dos 142,2 mil km estimados para 2020 pelo Plano Decenal de Expansão de Energia da EPE, prevê-se
que 39% são de linhas de 500 kV e 38% de linhas de 230 kV.
As Linhas de Transmissão
no Brasil
O mapa da Figura 4.2 mostra
brevemente o Sistema Interligado
Nacional (SIN), com as linhas de
transmissão no Brasil.
As Linhas de Transmissão no Brasil
▸ As linhas de transmissão do Brasil, em sua maioria, têm amplas extensões, porque as grandes
hidrelétricas geralmente estão instaladas a distâncias relevantes dos centros consumidores.
▸ O país é quase totalmente interligado, com apenas seis estados (Amazonas, Roraima, Acre,
Amapá, Rondônia e parte do Pará) ainda não fazendo parte do sistema integrado. Neles, o
abastecimento é feito por pequenas termelétricas ou por hidrelétricas próximas às suas capitais.
▸ A estrutura interligada do sistema permite que as diferentes regiões troquem energia entre si,
fato que pode ocorrer quando uma hidrelétrica apresenta queda no nível de seu reservatório.
Histórico da Transmissão em CA
▸ O primeiro uso prático das linhas de transmissão foi relacionado ao contexto do telégrafo. Por
volta de 1837, já havia um sistema comercial de telégrafo cobrindo distâncias de até 20 km. Em 1912,
entrou em operação a primeira linha de transmissão de 11 kV, e, em 1923, a primeira de 220 kV. Nos
Estados Unidos, em 1953, entrou em operação a primeira linha de 345 kV, pela American Electric
Power. A partir de 1967, na Rússia e também nos Estados Unidos e Canadá, foram construídas linhas
de 765 kV.
▸ A Tabela 4.1 e a Figura 4.3 mostram dados da evolução mundial dos sistemas de transmissão
em CA.
Histórico da Transmissão em CA
Início da instalação do sistema de 345 kV da norte-americana American Electric Power (AEP). Um sistema de 380
1952
kV estava sendo construído na Suécia neste mesmo período.
1957 Implantação de uma linha de 420 kV na Rússia.
1959 Implantação de uma linha de 525 kV na Rússia.
1965 Desenvolvimento do primeiro sistema de 735 kV pela canadense Hydro-Québec.
1967 Implantação de uma linha de 787 kV na Rússia.
1969 Instalação da linha de transmissão de 765 kV pela norte-americana AEP nos EUA.
1973 Início da transmissão em 500 kV pela empresa japonesa Tokyo Electric Power Company (Tepco).
1981 Comissionamento de linhas de 500 kV na China.
1985 Implantação de uma linha de 1200 kV na Rússia.
1988-1989 Início da construção do circuito duplo de 1100 kV pela Tepco.
Finalização da primeira etapa da construção do circuito duplo de 1100 kV pela Tepco, composta por dois trechos
1992-1993
(190 km).
Finalização da segunda etapa da construção do circuito duplo de 1100 kV pela Tepco, composta por dois trechos (de
1999
240 km cada).
2008 Linha de 1100 kV entra em operação na China.
2010 Início da operação do circuito duplo de 1100 kV pela Tepco (operava em 500 kV até 2010) no Japão.
2012-2013 Linha com compacidade de 1200 kV planejada para entrar em operação na Índia.
Histórico da Transmissão em CA
Histórico da Transmissão em CA
▸ Esses sistemas espalharam-se, desde então, pelos Estados Unidos, África do Sul, Brasil, Coreia
e China.
▸ Diversas pesquisas sobre linhas de 1100 kV foram feitas no início da década de 1970 pela
italiana Enel em conjunto com a Tepco e com o Centro de Pesquisa CESI.
▸ O Brasil implantou linhas de transmissão de 345, 440, 500 e 750 kV, respectivamente, nos anos
de 1963, 1971, 1971 (novamente) e 1982.
▸ Caracterizada por não ter fases, ela tem um polo negativo e outro positivo.
▸ A frequência em uma linha de transmissão CC é zero, portanto não há com que se preocupar em relação às
variações de frequência entre os sistemas interconectados.
▸ A transmissão CC voltou à cena a partir da década de 1960, embora haja praticamente um predomínio de
CA nas transmissões trifásicas de energia elétrica.
▸ Links de alta-tensão são usados para transmitir elevada quantidade de energia ao longo de grandes
distâncias. Neste caso, conversores e inversores são usados para fazer a conversão CA-CC e CC-CA.
▸ No Brasil, link CC: uma das linhas de transmissão que parte da Hidrelétrica Binacional de Itaipu com destino
a Ibiúna (SP).
▸ Na Índia, há uma linha de transmissão de 500 kV, com 814 km entre Rihand e Deli.
Transmissão em CC: Vantagens & Desvantagens
a. A energia elétrica não pode ser gerada em altos valores de tensão, devido a problemas de conversão;
b. A tensão não pode ser elevada para transmissão de potência em altas-tensões;
c. Os disjuntores e interruptores têm suas próprias limitações.
Transmissão em CA: Vantagens & Desvantagens
▸ Transmissão em CA: opção que predominou em praticamente todos os sistemas, incluindo a geração e a
distribuição de energia elétrica.
▸ Diversos fatores influenciam na escolha da tensão de transmissão. Obviamente, a tensão que apresentar o
melhor custo-benefício será, em tese, a empregada.
▸ É importante considerar as tensões já instaladas nos sistemas vizinhos, atentando para os problemas
inerentes à interconexão de linhas com tensões distintas.
a. critério de Still;
b. critério da potência natural.
Escolha da Tensão de Transmissão
a. O critério de Alfred Still, dado pela Equação 4.3, apresenta resultados satisfatórios para linhas de
transmissão com dimensões superiores a 30 km.
𝑃
𝑉 ≅ 5,5 0,62𝑙 +
100
▸ Em que V (kV) é a tensão entre fases, l (km) é o comprimento da linha de transmissão, e P (kW) é a
potência média que se deseja transmitir.
Escolha da Tensão de Transmissão
b. O critério da potência natural é mais usado no caso de linhas de transmissão de alto comprimento, em
que, para cada tensão, há um valor ótimo de energia que é transmitido (e vice-versa), podendo não ser
aquele no qual as perdas seriam mínimas.
c. De acordo com esse critério, a potência a ser transmitida P (MW) é indicada pela tensão V (kV), que varia
com Z, a impedância natural da linha:
𝑉 = 𝑃+𝑍
▸ A impedância (Z) não depende do comprimento da linha de transmissão, apenas da configuração dos
condutores.
Escolha Econômica da Tensão de Transmissão
▸ Inicialmente, é necessário ter alguns dados para que se possa fazer uma escolha econômica da tensão de
transmissão. Três deles são básicos:
a. Tensão de geração;
b. Potência a ser transmitida;
c. Comprimento da linha de transmissão.
▸ Uma linha em CC, por exemplo, pode ter vantagens econômicas em relação a uma CA.
▸ O custo total para construir e operar uma linha em CC, incluindo as estações de conversão, pode ser menor
do que o equivalente com uma linha em CA.
Escolha Econômica da Tensão de Transmissão
▸ A tendência atual é seguir certas fórmulas empíricas para encontrar a tensão de transmissão mais
economicamente viável.
▸ Dessa maneira, nos Estados Unidos, a tensão econômica de transmissão para uma linha trifásica é
geralmente dada por:
3𝑃
𝑉 ≅ 5,5 0,62𝑙 +
150
a. Econômicos para transmissão de longas distâncias, já que o custo com condutores é reduzido, uma vez
que o sistema necessita apenas de dois condutores (ou, até mesmo, de um, se o terra for usado como
retorno), consequentemente, o custo das torres de sustentação é também reduzido;
b. Não há problemas de instabilidade na linha;
c. Uma maior transmissão de potência por condutor é possível com o sistema DC;
d. As perdas por efeito corona são baixas, e a radiointerferência é menor;
e. Há fácil reversibilidade e controlabilidade do fluxo de potência;
f. A estabilidade transitória do fluxo de potência pode ser melhorada ao se fazer uma conexão paralela de
linhas HVAC (high-voltage alternating current) e HVDC;
g. Ao acontecer uma falta, o controle da rede do conversor diminui significativamente a corrente dela;
h. Estações intermediárias não são necessárias.
Desvantagens do sistema HVDC (High-Voltage Direct Current)
▸ Atualmente, há linhas em CC de até 800 kV em operação no mundo, como a inaugurada entre 2009 (primeiro polo) e
2010 (segundo polo) na China, entre Yunnan e Guangdong, com 1418 km e 5 GW de capacidade de transmissão a partir das
hidrelétricas em Yunnan. Esta construção chinesa é considerada o primeiro link HVDC de 800 kV do mundo.
▸ Em maio de 2012, a China começou os trabalhos para a edificação da maior linha de transmissão do planeta, com 2210
km e 800 kV em CC. A China ainda tem mais 12 projetos de linhas em CC de 800 kV para serem inauguradas até 2025.
▸ A Índia está, atualmente, construindo uma linha de 800 kV e 1.825 km para transportar 6 GW a partir de hidrelétricas da
bacia do Rio Bramaputra até Agra, no sul do país. Há estudos de projetos em 800 kV em CC no Brasil e na África.
▸ Com 2071 km, 6400 MW e ±800 kV, a linha entre a barragem de Xiangjiaba e Xangai, na China, é considerada o mais
longo link HVDC em operação no planeta (2012). Com a inauguração (prevista para 2013) do link HVDC de 2.420 km entre as
usinas do rio Madeira (Jirau e Santo Antônio), conectando Porto Velho (RO) à subestação coletora de Araraquara (SP), o
Brasil terá a maior linha em CC (em extensão) do mundo.2
http://patrocinados.estadao.com.br/siemens/infraestrutura/transmitindo-grandes-quantidades-de-energia-por-longas-distancias/
BIBLIOGRAFIA - BÁSICA
[1] MAMEDE Fº, J. Instalações elétricas industriais. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,
2002.
[2] COTRIM, Ademaro, Instalações Elétricas- Editora Prentice Hall - 4ª Edição, São Paulo - 2003.
[3] KAGAN, Nelson. Introdução aos Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica. São Paulo:
Edgar Blücher, 2005.
[4] NORMAS Técnicas. NBR 5111: Fios de Cobre Nus, de seção circular, para fins elétricos –
Especificações. Rio de Janeiro, 1997.
[5] NORMAS Técnicas. NBR 5419: Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas. Rio de
Janeiro, 2005.
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EDERSON ZANCHET
Especialista em docência no ensino superior - FAG
Engenheiro de Controle e Automação - FAG
Departamento de Engenharia – FAG
Docente Disciplina de Eletrônica Industrial e de Potência
ezanchet@fag.edu.br
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