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EB60-MT-20.401
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
1ª Edição
2018
Grupo de Trabalho responsável pela elaboração do Manual Técnico
Condutas em Locais de Crime (EB60-MT-20.401), 1ª Edição, 2018.
1. Órgão Gestor
- DECEx: Gen Bda R1 João Henrique Carvalho de Freitas
TC Gustavo Daniel Coutinho Nascimento
2º Sgt QE Rodolfo Marques da Silva
2. Órgão Elaborador
- EsIE: Cel Paulo César Bessa Neves Júnior
3. Órgão Executor
- EsIE: Cap Maurício Bernardes Miguel
Cap Bruno de Andrade Almeida
1º Sgt Perterson Sepúlveda Lopes
2º Sgt Lenon Rodrigues
PORTARIA Nr 249/DECEx, de 06 de novembro de 2018.
Art 2° Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua publicação.
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CAPÍTULO I – GENERALIDADES
1.1 Finalidade .………………………………………...............................…...... 1-1
1.2 Objetivo..........................................................……...............................… 1-1
1.3 Pressupostos básicos …………………………………......….................… 1-1
CAPÍTULO I
GENERALIDADES
1.1 FINALIDADE
1.2 OBJETIVO
1-1
INTENCIONALMENTE EM BRANCO
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CAPÍTULO II
DEFINIÇÕES BÁSICAS
2-1
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2-2
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A grande maioria das pessoas interpreta que este tipo de exame é aquele realizado
em pessoas que sofreram lesões corporais, o que não é verdade.
Qualquer exame realizado em uma evidência deixada em um Local de Crime se
denomina “Exame de Corpo de Delito”. Desta forma, o exame realizado em uma arma,
em uma faca, em uma mancha ou em outro vestígio material que tenha sido
empregado ou produzido em uma ação delituosa será alvo de exames periciais. O que
se altera é, apenas, a modalidade (finalidade) do exame de corpo de delito.
O exame de corpo de delito poderá ser realizado de duas formas: direto, quando faz
diretamente no vestígio, ou indireto, quando é feito através de provas testemunhais.
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Os sacos de evidências são lacrados com etiquetas especiais, que não permitem a
abertura do mesmo sem a danificação do lacre, e são repassados à Autoridade Policial,
ou a seu representante legal, que realizará a ARRECADAÇÃO daqueles materiais, con-
feccionando o termo de apreensão e apresentação de material, conforme o Anexo.
2-4
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CAPÍTULO III
CONSIDERAÇÕES JURÍDICAS
GENERALIDADES
3-1
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3-2
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CAPÍTULO IV
CONDUTAS EM LOCAIS DE CRIME
Os crimes de homicídio são os que causam maior repercussão e exigem uma série
de providências da Autoridade Policial.
Podem ser de natureza Dolosa, quando o agente quis produzir o efeito, ou Culposa,
quando o agente não desejava produzir o efeito.
Em ambos os casos, o Auto de Prisão em Flagrante Delito deverá ser lavrado.
Até em situações em que o militar tenha cometido o homicídio em legítima defesa,
para evitar, por exemplo, uma invasão ao quartel, a lavratura do APFD poderá ser
realizada. Porém, nesta situação, aconselha-se a abertura de IPM e a consulta ao
Ministério Público Militar (MPM), a fim de verificar a possibilidade de o indiciado
responder ao inquérito em liberdade.
Quando um homicídio ocorrer em um PNR ocupado, não caberá à Justiça Militar
apurar o crime, uma vez que, quando ocupado, o PNR passa a ser de responsabilidade
do cessionário, e não da Administração Militar. Desta forma, o crime será de
competência da Justiça Comum, com exceção do homicídio que envolvam dois
militares dentro do referido imóvel.
PROCEDIMENTOS BÁSICOS
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Verificará se a vítima apresenta sinais vitais (somente isto). Caso positivo, iniciará as
medidas básicas de suporte à vida (proteger o ferimento, estancar a hemorragia e
evitar o choque). Em horários de expediente, deverá solicitar o acionamento imediato
da equipe de saúde da Unidade. A vítima é a MAIOR PRIORIDADE neste tipo de local.
Caso o homicídio ocorra em horários sem expediente, deverá analisar, rapidamente, se
possíveis ações de remoção da vítima poderão agravar ainda mais o estado de saúde
dela. SFC, acionar um socorro de emergência.
Caso verifique que a vítima não apresenta sinais vitais, retornará pelo mesmo
itinerário realizado anteriormente. Nesta ocasião, fará uma verificação visual nas
adjacências do local do crime, a fim de verificar a existência de outras evidências no
local, e deverá agir conforme o item acima.
Não se deve retirar o cadáver do local e nem limpar a cena do crime. Alguns
militares alegam terem lavado uma cena de crime no intuito de não impressionar o
restante da tropa. Isso é uma adulteração do local de crime e será relatado no laudo.
Se for o caso, deve-se aumentar a área de isolamento, de forma que ninguém tenha
contato visual com a vítima.
Não se deve manusear o armamento que efetuou o tiro. Deve-se deixá-lo sobre o solo,
da maneira como foi encontrado. Alguns militares realizam os procedimentos de seguran-
ça no armamento para evitar acidentes. Tal medida será desnecessária se o local estiver
isolado (sem a presença de curiosos) e guarnecido por uma sentinela. A posição dos regis-
tros de segurança do armamento é importante para a caracterização do crime cometido.
Deverá providenciar o isolamento do local do crime. Todos os acessos devem ser
interrompidos. Qualquer material poderá ser utilizado (cordas, bancos, tábuas, etc). O
importante é caracterizar a interdição do local.
Caso esteja chovendo, deve-se proteger o cadáver e a cena do crime da melhor
maneira possível (montar uma tenda ou estender uma lona sobre o local, por exemplo).
Não se deve permitir o trânsito de pessoas de maneira desordenada no local de
crime. Quando da chegada do médico para atestar o óbito, o acesso deve ser realizado
pelo mesmo itinerário realizado pelo primeiro militar que chegou na cena do crime. O
mesmo se aplica ao Comandante da OM, embora seja desaconselhável que o mesmo
adentre na área isolada.
A lavratura do APFD do autor da ação delituosa deve ser iniciada, caso ele tenha
sido encontrado na cena do crime. Caso não tenha sido identificado, iniciar a busca
pelo aquartelamento, uma vez que o autor ainda estará em situação de flagrante delito.
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Não permitir que o autor do delito tome banho ou lave as mãos até a chegada dos
peritos criminais, que deverão colher resíduos de pólvora na epiderme do mesmo. Tal
exame depende da autorização do preso para ser realizado.
Realizar a apreensão das vestes (farda) do autor do crime. Este material também
pode conter resíduos de pólvora e devem ser periciados.
Não permitir que os familiares da vítima, caso compareçam ao quartel, tenham
acesso à cena do crime. Isso poderá prejudicar a preservação do local e comprometer
a correta elucidação dos fatos
Solicitar a remoção do corpo da vítima para o serviço de medicina legal.
Os procedimentos descritos anteriormente iniciam com a chegada do primeiro militar
na cena do crime, porém, é fundamental que os Oficiais e Sargentos assumam a
condução dos trabalhos com a maior brevidade possível. O Oficial de Dia é o
representante legal do Poder de Polícia do Comandante da OM na ausência deste.
A sequência das ações descritas poderá sofrer pequenas alterações. Contudo, a
execução dos procedimentos, independentemente de uma sequência rígida, é o mais
importante.
As lesões corporais podem ter origens diversas. Um disparo ou tiro de arma de fogo,
um atropelamento no interior do quartel, uma luta corporal decorrente da discussão
entre dois militares, a queda de algum material sobre um militar ou, até mesmo, uma
lesão causada em uma partida de futebol.
Uma lesão corporal pode ter origem em outra ação delituosa (uma tentativa de
homicídio, por exemplo). As oitivas dos militares diretamente envolvidos e das
testemunhas são muito importantes para o entendimento do fato.
Como ressaltado anteriormente, poderá ocorrer uma lesão corporal em decorrência
de um atropelamento no interior da Unidade. Neste caso, a preservação do local
seguirá os procedimentos descritos no subitem 4.5.
Deve ser dada atenção aos “trotes” (castigos físicos) que são perpetrados por
militares em novatos que chegam aos aquartelamentos. Embora tal atitude seja
reprovada de maneira veemente pela Força Terrestre, tal fato poderá ocorrer.
Cassetete Unhas
Figura 4-3 Exemplos de lesão corporal
4-3
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PROCEDIMENTOS BÁSICOS
O primeiro militar a se deparar com uma cena de crime de Lesão Corporal deverá,
inicialmente, determinar que o agente da ação delituosa coloque o instrumento do crime
sobre o solo. Em caso de luta corporal entre militares, deverá separar os contendores
para, após isso, avaliar a extensão das lesões corporais produzidas em ambos.
Em muitas circunstâncias, a vítima abandonará o local do crime por iniciativa própria
ou será conduzida por militares que presenciaram o fato, visando a busca pelo
atendimento médico. O Ideal é que os militares que presenciaram o ocorrido iniciem os
procedimentos de preservação do local. Porém, se isso não ocorrer, a Autoridade
Policial deverá se dirigir até o local do crime e realizar a preservação do mesmo.
O local do crime poderá apresentar-se em desalinho, mostrando ter ocorrido uma
movimentação violenta, e não deve ser arrumado.
Instrumentos utilizados na produção das lesões devem ser encontrados e mantidos no
local. Encontrar o instrumento utilizado para perpetrar a ação delituosa é importante, pois
muitos deles deixam “assinaturas” características na epiderme da vítima. Isso permitirá que o
perito comprove, cientificamente, que o material se trata do instrumento do crime. Vários
exames poderão ser realizados nestes materiais com a finalidade de encontrar vestígios
biológicos da vítima ou do agressor, ou de ambos.
O Médico Legista, através da análise das feridas da vítima, poderá apontar as
características do instrumento do crime. Desta forma, a materialidade do instrumento
contribuirá para esclarecimento dos fatos.
O encaminhamento da vítima após o atendimento médico inicial para a realização de
exame de corpo de delito é fundamental. Este exame deve ser repetido após trinta dias do
fato que gerou a lesão corporal. Neste segundo exame, a autoridade policial militar deverá
se preocupar em verificar se a lesão ocasionada resultou em algum tipo de deficiência ou
incapacidade na vítima, e se é permanente ou não. Esta constatação implica na definição do
tipo de lesão corporal produzida.
Caso as vestes da vítima e do agressor estejam rasgadas, em caso de luta corporal
as mesmas devem ser apreendidas pela Autoridade Policial.
Caso a lesão corporal seja de natureza culposa, decorrente, por exemplo, do derramamen-
to de algum líquido quente sobre a vítima ou da queda de algum material pesado sobre os
pés da mesma, a preservação do local será importante para identificar possíveis falhas estru-
turais nos equipamentos ou recipientes que continham os materiais que geraram as lesões.
O suicídio não se caracteriza como um crime contra a pessoa, mas instigar, auxiliar
ou induzir alguém a cometê-lo corresponde ao tipo penal previsto no Art 207 do CPM,
se a vítima, de fato, põe fim à sua vida.
Por outro lado, poderá ser responsabilizado se, ao tentar o suicídio (sem sucesso),
ocasionar danos a outras pessoas ou a instalações do aquartelamento.
O perito criminal, até finalizar seus exames no local, não poderá afirmar que a
extinção de uma vida foi ocasionada por homicídio, suicídio, acidente ou morte natural,
e dependerá, em muitos casos, de exames laboratoriais complementares.
Os suicídios ocorridos no interior de PNR ocupado, da mesma forma como foi
explicado no crime de homicídio, são de competência da Justiça Comum, uma vez que
o imóvel está sob a administração do cessionário e não da Militar.
PROCEDIMENTOS BÁSICOS
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ERRADO
O instrumento utilizado para cometer o suicídio deve ser mantido no local (pode ser
uma arma, uma faca, uma corda, um veneno, um remédio de uso controlado, etc).
Tanto o perito de local quanto o Médico Legista analisarão as lesões e suas ligações
diretas com o instrumento utilizado, e ajudará na determinação da dinâmica do evento.
Em nenhuma hipótese, deve-se limpar os ferimentos existentes no cadáver. Tal
atitude, se realizada, poderá dificultar a visualização dos efeitos secundários do tiro,
que permitem que o perito possa avaliar a distância em que foi efetuado o disparo.
Geralmente, nos suicídios perpetrados com arma de fogo, os tiros são realizados com
a arma encostada ou a curta distância.
Em casos de enforcamento, uma das formas de asfixia, será necessário, caso a
vítima esteja viva, retirá-la da amarração realizada para prestar-lhe o socorro. Caso
seja preciso cortar a corda ou outro material utilizado à guisa de corda, as amarrações
superiores e o pedaço que estava asfixiando a vítima deverão ser guardados. Isso
permitirá que o perito analise a confecção do nó e que possa avaliar se a vítima estava
em suspensão total no momento do enforcamento. É natural neste tipo de morte que a
vítima, nos momentos que antecedem a ação, suba em uma escada ou cadeira e
depois a derrube a fim de que a amarração realizada comece o processo de asfixia. O
militar deve deixar estes objetos da forma como foram encontrados, salvo se necessitar
usá-los para socorrer a vítima. Caso a vítima esteja sem sinais vitais, deixá-la em
suspensão ou da maneira como a encontrou.
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A morte natural é decorrente de problemas patológicos da vítima. Poderá ser decorrente, por
exemplo, de um infarto, de uma arritmia cardíaca, de um acidente cardiovascular (AVC), etc.
Evidentemente, após apurados os fatos, nenhuma pessoa poderá ser responsabiliza-
da pelo acontecido, a não ser que tenha deixado de prestar o socorro devido à vítima.
Diferencia-se do homicídio e do suicídio pelo fato de a vítima não apresentar lesões
aparentes. Da mesma forma, não se encontram os instrumentos que normalmente
seriam utilizados nos homicídios e nos suicídios (armas, facas, etc).
Contudo, a vítima, quando em estado agonizante, poderá, de maneira involuntária,
causar desalinho na instalação que ocupava, aparentando ter ocorrido uma luta no recinto.
De maneira geral, os procedimentos serão executados conforme o que foi apresentado
para os casos de homicídios e suicídios.
O crime de furto está tipificado nos Artigos 240 e 241 do Código Penal Militar.
Por se tratar de um crime onde, em diversas ocasiões, torna-se difícil apontar a autoria
do delito, as apurações de tais infrações são, por muitas vezes, negligenciadas.
Evidentemente, todas as medidas preventivas executadas no sentido de incrementar
a segurança orgânica das instalações como, por exemplo, um monitoramento de vídeo
de áreas sensíveis e campanhas de conscientização do público interno da OM acerca
dos cuidados com os pertences particulares são louváveis, e devem ser realizadas.
Embora compreenda-se que a apuração deste tipo de infração penal possa ser
trabalhosa e, algumas vezes, infrutífera, a produção de provas materiais (objetivas) e
uma investigação eficiente servirão para inibir a ação de futuros infratores, contribuindo
para a diminuição do número de delitos desta natureza.
Se no decorrer das apurações o material do furto for recuperado, o mesmo deverá ser
apreendido pela Autoridade Policial, passando a se constituir em peça do processo
administrativo, devendo ser confeccionado um auto de apreensão e apresentação,
conforme Anexo.
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PROCEDIMENTOS BÁSICOS
Figura 4-6 Militar tocando equivocadamente na superfície onde estava o material furtado
Caso tenha que abrir um armário ou porta que estejam arrombados para constatar a
consumação do furto, deverá fazê-lo com as mãos calçadas (por luvas, sacos plásticos,
etc), a fim de evitar a sobreposição de impressões digitais. É importante, também, que
evite realizar tal procedimento da maneira como ele naturalmente seria executado,
agindo na maçaneta da porta, por exemplo.
4-7
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O militar responsável pelo isolamento do local deverá ter especial cuidado com
marcas e impressões de calçados. Muitas vezes, o desenho do solado do calçado do
infrator ou deformidades observadas na sola, visíveis nas marcas e nas impressões,
poderão contribuir decisivamente para a elucidação do fato.
Em algumas ocasiões, ao forçar sua entrada em alguma dependência, o autor da
infração poderá se ferir deixando no local vestígios biológicos (sangue, por exemplo).
Esse vestígio, além de permitir a identificação por intermédio de exames genéticos,
contribuirá para que o investigador possa procurar por militares que apresentam
ferimentos recentes, incluindo-os na lista de suspeitos.
Em relação a cadeados cortados, é possível, caso se encontre uma ferramenta de
corte na posse de algum suspeito, realizar exames comparativos no corte efetuado no
cadeado encontrado no local (questionado) com o corte produzido propositalmente em
outro cadeado do mesmo modelo e tamanho, utilizando a ferramenta encontrada na
posse do suspeito.
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4.4.2 DANO
O crime de Dano está previsto nos Artigos 259 ao 266 do Código Penal Militar.
São exemplos de crimes de dano:
a) um militar que, em área sob a administração militar, produz danos no carro de outro
militar (arranhar, quebrar para-brisas, incendiar o automóvel, etc) por vingança. Caso o de-
lito praticado tenha relação com as funções militares, será considerado como crime militar;
b) destruição, inutilização ou deterioração, intencional ou não, de algum material de
emprego militar;
c) a demolição, mesmo que parcial, de alguma edificação militar que foi atingida por uma
viatura conduzida por um motorista imprudente;
d) o sumiço de materiais que, estando sob a responsabilidade de alguém, desaparece,
não sendo possível comprovar sua destruição, inutilização ou deterioração;
e) outros.
PROCEDIMENTOS BÁSICOS
O local de crime de dano deve ser isolado, de maneira a evitar o trânsito de pessoas
e para impedir que as mesmas venham a sofrer ferimentos causados por materiais que
possam se desprender de instalações ou materiais danificados.
A perícia deve, evidentemente, ser acionada antes do reparo no material ou da
instalação danificada. O perito fará a constatação do dano e indicará a forma como o
mesmo foi perpetrado, não cabendo ao mesmo orçar o valor do dano causado.
Da mesma forma, não cabe ao perito definir se o material danificado foi destruído,
depreciado ou inutilizado. Dependendo do caso, somente o técnico daquele equipa-
mento poderá avaliar a extensão das avarias, também por parecer técnico.
Após realizada a perícia, a Unidade poderá, se for o caso, reparar a instalação ou mate-
rial danificado. Todos os comprovantes de despesas devem ser anexados aos autos.
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PROCEDIMENTOS BÁSICOS
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- Caso uma das UT tenha produzido uma marca de frenagem no pavimento, a sinali-
zação e o balizamento deverão proteger tais vestígios. Isso evitará que motoristas de-
satentos acionem o sistema de freio sobre as marcas de frenagem produzidas no mo-
mento do acidente, sobrepondo, desta forma, as referidas marcas.
- Dentro do possível, deverá controlar o fluxo de veículos na via, evitando, desta
forma, remover as UT do local. Nesta ocasião, poderá verificar a possibilidade de
desviar o trânsito para alguma rua paralela à via onde ocorreu o acidente, mantendo a
fluidez do trânsito.
- Quando da chegada dos policiais militares, informará sobre a necessidade do
comparecimento da Perícia Militar ao local, tendo em vista que a Viatura pertence ao
patrimônio da União. Caso seja orientado pelos policiais a remover as UT, deverá
marcar no pavimento a posição dos pneumáticos e fotografará, de vários ângulos, o
local do acidente. Isso facilitará o trabalho pericial.
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Vale ressaltar que diversos quartéis estão instalados em edificações antigas que, por
sua vez, foram dimensionadas para um consumo elétrico inferior às demandas atuais.
Estas edificações, em muitos casos, podem apresentar quadro de disjuntores obsoletos
e ineficazes que podem não atuar de maneira satisfatória sobre a rede elétrica.
Os incêndios podem ter origem em um ato premeditado. Algum militar, por motivos
diversos, pode desejar incendiar uma instalação a fim de beneficiar-se de tal sinistro.
Deve-se evitar o termo “incêndio criminoso” ao referir-se a um incêndio intencional. É
importante destacar que incêndios ocasionados por negligência, imprudência e imperícia,
mesmo que de natureza culposa (sem dolo), se incluem na categoria de incêndios
criminosos.
Identificar o foco do incêndio irá permitir a avaliação se a ação delituosa se constituiu
em um dano culposo ou doloso. Em algumas circunstâncias, poderá ter ocorrido um
fato imprevisível que não acarretará responsabilidades penais para nenhuma pessoa.
Os incêndios em viaturas militares, da mesma forma, se apresentam repletos de complexi-
dades, principalmente quando ocorre uma destruição de grandes proporções no referido auto.
Em função das características de cada tipo de viatura, que abrangem desde viaturas admi-
nistrativas até viaturas blindadas, o perito deverá dispor de um conhecimento apurado sobre
o funcionamento dos diversos sistemas automotivos. Neste ponto, o apoio de militares espe-
cializados em cada tipo de viatura será de grande valia para o esclarecimento da verdade.
Antes de se iniciar a perícia em uma viatura incendiada, é importante definir,
evidentemente, se a fonte de calor que causou o incêndio teve início na viatura. O
preparo de rações operacionais e o acendimento de fogueiras em áreas de
estacionamento podem comprometer a segurança dos veículos.
PROCEDIMENTOS BÁSICOS
a. Em Instalações
- A Autoridade Policial ou seu representante deverá, após controlar o incêndio e
socorrer as vítimas, restringir o acesso à área danificada em razão do sinistro. Isso irá
ajudar na preservação do local e evitar que pessoas sejam feridas por partes que se
desprendam das instalações.
- Determinar o corte de energia elétrica para a instalação afetada, caso ainda não
tenha sido realizado. De preferência, deverá realizar o corte de energia em uma chave
geral da Unidade, a fim de evitar que a caixa de disjuntores da instalação danificada
seja manipulada antes dos exames periciais pertinentes.
- Iniciar o processo de identificação e oitiva das testemunhas, a fim de nortear os
trabalhos periciais. Embora o perito não possa se prender a provas subjetivas, as
informações repassadas pelos militares que trabalhavam na repartição danificada e os
depoimentos das pessoas que participaram do combate inicial às chamas poderão ser
valiosos. Abaixo encontram-se alguns tipos de questionamentos importantes:
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PROCEDIMENTOS BÁSICOS
O local onde ocorreu o fato deve ser isolado, de maneira a evitar o trânsito de
pessoas e para impedir que as mesmas venham a sofrer ferimentos causados por
materiais que possam se desprender de instalações ou materiais danificados.
Deverá ser priorizado o socorro às vítimas e a segurança do local, ou seja,
primeiramente, deve-se verificar a situação dos feridos, realizando os primeiros
socorros, SFC, e acionar uma equipe médica.
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PROCEDIMENTOS BÁSICOS
Após ser constatada a presença de um material similar a entorpecente, a OM deverá
providenciar a realização do exame preliminar, normalmente utilizando um reagente
para entorpecentes, para a lavratura do APF.
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A computação forense pode ser definida como uma coleção e análise de dados de
um computador, rede ou dispositivos de armazenamento de forma que sejam admitidas
em juízo.
Dispositivo de armazenamento é um dispositivo capaz de gravar (armazenar)
informação (dados), processar informação, ou ambos.
A gravação de dados pode ser feita virtualmente, usando qualquer forma de energia.
Um dispositivo que somente guarda informação é chamado mídia de armazena-
mento.
São tipos de dispositivos de armazenamento:
a) dispositivos de armazenamento por meio magnético: discos rígidos;
b) dispositivos de armazenamento por meio óptico: CD-ROW, CD-RWS, DVD-
ROMS, DVD-RWS;
c) dispositivos de armazenamento por meio eletrônico: SSDs, Pen Drive;
d) Memória RAM.
A memória RAM é um dispositivo de armazenamento temporário de informações que
utiliza tecnologia de armazenamento temporária por meio eletrônico e possui alta
volatilidade de dados.
PROCEDIMENTOS BÁSICOS
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ANEXO
___________________________________________
(nome/posto/graduação - Enc IPM ou APF)
___________________________________________
(testemunha)
___________________________________________
(testemunha)
INTENCIONALMENTE EM BRANCO
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REFERÊNCIAS
GORRILHAS, Luciano Moreira e BRITTO, Cláudia Aguiar. A Polícia Judiciária Militar e seus
desafios: Aspectos Teóricos e Práticos. Porto Alegre, RS: Editora Nubia Fabris, 2016.
SANTIAGO, Elizeu. Criminalística Comentada. 1.ed. Campinas, SP: Editora Millenium, 2014.
INTENCIONALMENTE EM BRANCO
LISTA DE DISTRIBUIÇÃO
2. ÓRGÃOS EXTERNOS
- C Dout Ex ....................................................................... 01
- CMSE........................................................................... 01
- CMS............................................................................ 01
- CMO............................................................................. 01
- CMP............................................................................. 01
- CML............................................................................. 01
- CMNE........................................................................... 01
- CMN............................................................................ 01
- CMA............................................................................ 01
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COMANDO DO EXÉRCITO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO
Rio de Janeiro, RJ, 23 de novembro de 2018.
https://doutrina.decex.eb.mil.br