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COLÉGIO ESTADUAL AUGUSTO ANTÔNIO DA PAIXÃO


ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
CERRO AZUL - PARANÁ

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Cerro Azul
2010
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1 MARCO SITUACIONAL

1.1 IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO

1.1.1 Nome do Estabelecimento de Ensino: Colégio Estadual Augusto Antônio da


Paixão – Código: 01188

1.1.2 Município: Cerro Azul PR - Código: 0520

1.1.3 Ato de autorização do Estabelecimento: Resolução nº 547/95, de


17/02/1995

1.1.4 NRE: Área Metropolitana Norte – Código: 02

1.1.5 Parecer do NRE de aprovação do Regimento Escolar: nº 164/03, de


23/06/2003

1.1.6 Entidade mantenedora: Governo do Estado do Paraná

1.1.7 Localização: rural

1.1.8 Histórico da Instituição

A Escola Estadual Augusto Antonio da Paixão - Ensino de 1º Grau foi autorizada


a funcionar pelo prazo de dois anos pela Resolução nº. 547/95 da Secretaria de Estado
da Educação, de 17 de fevereiro de 1995, mantida pelo Governo do Estado do Paraná.
Em 1995, foram matriculados aproximadamente 110 alunos, divididos em três turmas
de quinta série. No ano de 1996, a Escola contou com duas quintas séries e três
sextas. As outras séries foram sendo implantadas de forma gradual. Em 2007 foi
implantado o Ensino Médio, de forma simultânea, sendo nesse ano formada a primeira
turma desse nível de ensino. O Ensino Médio foi autorizado pela Resolução nº 4087 de
09/09/2008, desde o ano de 2007, sendo que a partir daí o estabelecimento passou a
ser denominado Colégio Estadual Augusto Antônio da Paixão – Ensino Fundamental e
Médio.
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Antes da criação da Escola Estadual Augusto Antônio da Paixão, em 1995, já


existia a Escola Municipal da Bomba, no mesmo prédio, o qual foi construído pela
Prefeitura Municipal de Cerro Azul, na gestão do então Prefeito Alternir Alves David, em
1982, em terreno doado pelo senhor Augusto Antônio da Paixão. Assim, o Colégio
funciona em dualidade administrativa com a Escola Municipal da Bomba – Ensino
Fundamental Séries Iniciais, a qual é mantida pela Prefeitura Municipal de Cerro Azul.
A primeira diretora da Escola Estadual Augusto Antônio da Paixão foi a
professora Luciane Mangger, nomeada pelo Prefeito, em 1995. No mesmo ano, o
professor Osny Henrique Chandelier assumiu o cargo de Diretor, permanecendo até o
ano de 2008, quando foi eleita a professora Maria da Conceição Amaral de Pontes,
através de voto direto, a qual assumiu a Direção do Estabelecimento no dia 1º de
janeiro de 2009. Atualmente a escola conta com aproximadamente 400 (Quatrocentos)
alunos.

1.1.9 Caracterização da comunidade

A comunidade onde o Colégio Estadual Augusto Antônio da Paixão está


inserido, em sua maioria, sobrevive da agricultura familiar, sendo que alguns são
agropecuaristas. Devido ao pouco contato que têm com os avanços tecnológicos,
tendo acesso apenas a alguns meios de comunicação como rádio, TV e telefone
público, os moradores têm grandes dificuldades de contato com outras manifestações
culturais.
A família é uma aliada da escola na formação do aluno. Para isso, procura-se
uma interação constante. Em muitas famílias, os filhos são os detentores do maior grau
de escolaridade e influenciam os demais membros. Valorizando a participação dos
pais, a escola estará estendendo a educação para fora dos seus muros e influenciando
de forma decisiva na formação de uma sociedade mais justa e mais participativa. É
preciso que se insira a família na escola, buscando uma aliança cooperativa que
beneficiará todos os segmentos. Afinal, “é direito dos pais ou responsáveis ter ciência
do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas
pedagógicas”. É nesse momento que a APMF assume um papel importante, fazendo
um elo entre a família e a escola.
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Os alunos, na sua maioria, são bem educados e respeitosos. Porém, alguns


apresentam problemas de indisciplina, os quais são resolvidos com o diálogo com os
mesmo e às vezes com a ajuda dos pais.
Por estar localizada em área rural, grande parte dos alunos trabalham para
ajudar no orçamento familiar. Como alguns alunos têm mais de 18 anos, há aqueles
que trabalham para o próprio sustento. De acordo com o relato deles, no horário em
que não estão na Escola, estão trabalhando: uns roçam ou capinam; outros colhem
citros, tiram leite, fabricam queijo ou ajudam nos afazeres da casa. Após conversa
com os pais dos alunos que têm faltado bastante, os mesmos afirmaram que o
motivo das faltas é a necessidade que têm da ajuda do filho no sustento da família.
“Eles sabem que não devem faltar, mas não dá para ficar sem comer”, alguns
argumentaram.
A maioria dos pais e avós dos alunos tem pouco grau de escolaridade, tendo
cursado, quando muito, até a 4ª série do Ensino Fundamental, o que dificulta o
acompanhamento dos pais na aprendizagem dos filhos. No intuito de resolver esse
problema, os professores têm tido cuidado para não enviar muito trabalho para casa.
Quando os alunos precisam realizar pesquisas, utilizam a Biblioteca Escolar ou a
internet, no Laboratório de informática, em contra turno. Além disso, nas reuniões de
pais é enfatizada a necessidade que os mesmos têm de acompanhar a vida escolar
de seus filhos.
Quase não existem empregos na localidade, sendo que os moradores, na sua
maioria, são autônomos. A maioria é composta por pequenos produtores rurais,
alguns são médios agropecuaristas e também existem alguns comerciantes. Os
poucos empregos existentes são os cargos da Prefeitura Municipal em órgãos que
oferecem atendimento ao público como Escolas, Postos de Saúde, Setor rodoviário
etc.
Além da escola, os alunos têm acesso à educação informal, através da Igreja
e de reuniões realizadas por associações de moradores, Sindicato Rural e pela
associação de Crédito ao pequeno agricultor, Cresol. Esta associação vem
oferecendo crédito aos pequenos agricultores, tornando o Município um dos que
mais cresceram no Estado do Paraná em 2008.
A religião Católica predomina entre os moradores, sendo que 80% das famílias
dos alunos pertencem à mesma. O restante, 20%, distribui-se entre as diversas igrejas
evangélicas. A religião católica e algumas igrejas evangélicas não proíbem as festas,
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os bailes, a dança e os esportes. No entanto, há algumas igrejas evangélicas que


proíbem os bailes, as danças e algumas até os esportes. Os adeptos dessas igrejas
são mais contidos em relação a todas as manifestações em que o corpo é mais exibido
e cultuado e em que a sensualidade aparece com mais evidência.
Mas entre os pais, independentemente de religião, há uma visível preocupação
de coibir qualquer atitude ou insinuação que contrarie os valores morais, em especial
os que se referem à sexualidade. Além da moralidade, a valorização do trabalho, a
preocupação com a honestidade e o respeito à família mantêm-se bastante arraigados
entre os pais dos alunos.
Quando o assunto é política, surgem muitas contradições. A impressão que se
tem é de que neste campo não valem as normas respeitadas no dia-a-dia. A política
ainda é vista como a arte do favorecimento por alguns. Para muitos moradores da
comunidade, político serve para ajudar a arranjar emprego público e conseguir favores
difíceis de serem atingidos pelas vias legais. No entanto, ultimamente essa maneira de
pensar tem mudado um pouco. As pessoas, embora cobrem ações que beneficiem a
coletividade, como uma estrada, uma escola, médico, farmácia, uma ponte, etc.,
buscam muito a cooperação do seu candidato para resolver pequenos problemas, que
vão da compra de um remédio a um rolo de mangueira para encanar água em sua
casa. Em época de campanha política vive-se um clima de intenso debate, em que os
candidatos se confrontam, renovando as promessas utópicas que muitas vezes
chegam ao absurdo. Os eleitores já sabem como tirar proveito da situação e sabem
votar em silêncio; “estou quieto”, diz o eleitor quando não quer se manifestar. Eles já
aprenderam também que manifestar-se contrário pode significar a perda do emprego
de um parente, a estrada mal conservada, o fim de favores e até dificuldades numa
consulta médica. A política do cabresto ainda é praticada na região.
É visível o apreço e a imagem positiva que a Escola possui perante a maioria na
comunidade. A educação é vista como um instrumento para garantir a melhoria da
qualidade de vida. Pesquisa realizada entre os estudantes revelou que poucos
pretendem continuar na profissão de agropecuaristas. Estudam porque almejam uma
profissão típica da cidade. Pretendem se tornar professores, motoristas, jogadores de
futebol, advogados, artistas, dentistas, engenheiros, auxiliares de escritório, telefonista
etc. A maioria gostaria de ir embora para capital do Estado.
No entanto, a participação da Escola, nos últimos três anos (2008, 2009 e
2010), nos Simpósios de Educação do Campo realizados pela SEED em Faxinal do
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Céu, permitiu que os educadores fossem despertados para uma educação mais
contextualizada à realidade dos alunos. Assim, os professores têm procurado partir de
problemáticas relacionadas à agricultura e à pecuária, para, a partir daí, ensinarem o
conhecimento científico envolvido nessas problemáticas. Dessa forma, os alunos estão
recuperando sua auto-estima e estão começando a se orgulhar de fazerem parte de
uma comunidade de pequenos agricultores. Isso significa que estão dando mais valor
à cultura local e estão enxergando que há vantagens no fato de serem camponeses.
Nas festas juninas realizadas pelo Colégio, não se ridiculariza a figura do agricultor.
Pelo contrário, se enaltece. Os alunos estão começando a ter orgulho de serem
agricultores. Algumas ações também foram planejadas para o ano de 2010, através do
Programa Viva a Escola, como a construção da Agenda 21 escolar, Preservação
Ambiental e Jornal Escolar. Através dessas três turmas do Programa Viva a Escola,
pretende-se trabalhar com os alunos e com a comunidade a importância da
preservação ambiental e da produção e do desenvolvimento sustentável. Em junho de
2010, foi realizada a 1ª Conferência do Meio Ambiente do Colégio. O Jornal Escolar,
além da complementação curricular, tem o objetivo de fomentar e divulgar as ações
empreendidas para a melhoria da qualidade da educação oferecida pelo
estabelecimento. Além disso, pretende-se criar a Horta na Escola, buscando elevar a
auto-estima dos alunos, mostrando que é possível ganhar dinheiro em um pequeno
pedaço de terra. Na horta, pretende-se trabalhar com a agricultura orgânica e a
agroecologia, começando com o estudo do solo. Pretende-se também mostrar que a
diversificação da produção é a saída para o fracasso de muitos agricultores. Com
relação à Preservação Ambiental, pretende-se incentivar os alunos a reaproveitarem
tudo o que pode ser reaproveitado, mostrando que é possível ganhar dinheiro com a
venda do lixo reciclável. A produção de adubo orgânico também está prevista, através
de um minhocário, o qual já foi construído. Portanto, a Escola está cumprindo seu
papel na comunidade, pois, ao mesmo em tempo que ensina os conteúdos científicos,
desenvolve um projeto de sociedade, valorizando a cultura local e o fortalecimento das
raízes dos moradores do campo.
Quanto ao lazer, os alunos aproveitam as folgas para jogar futebol, assistir TV,
ouvir música, passear em casa de amigos e parentes, irem à Igreja para suas
devoções ou em época de festa da padroeira. Esporadicamente, acontecem alguns
bailes, que são grandes acontecimentos sociais, visto que oportunizam a dança, a
mais importante arte popular local, e o encontro dos jovens para namorar. Alguns
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visitam a sede, principalmente no dia da padroeira da cidade ou na Festa da Laranja. A


escola é a instituição mais importante e o principal ponto de encontro da comunidade,
pois é nela que acontecem as principais atividades culturais da região.
A televisão e o rádio são, para a comunidade, as maiores fontes de informação,
pois jornais e revistas só chegam até ela depois de terem sido lidos por assinantes que
moram na sede do Município. Isso não quer dizer que os moradores da localidade não
tenham condições financeiras para comprarem jornal ou revista. Na verdade, a leitura
destes não é tida como muito importante, a ponto de o cidadão se preocupar em
investir nela. Pesquisa entre os alunos revelou que várias famílias possuem algum tipo
de veículo motorizado. Também não há comércio de livros, jornais ou revistas na
região e nem na cidade sede do Município.
O principal meio de transporte da localidade até a sede é uma linha particular de
ônibus, que faz o percurso diariamente.
Entre os alunos e seus familiares, a saúde é o setor que apresenta maior
precariedade. Ao lado da Escola, há um Posto de Saúde, que está equipado com
gabinete odontológico, onde são feitas obturações e em um dia da semana são feitas
extrações. Ao observar os dentes dos alunos, percebe-se que alguns não cuidam
muito bem dos mesmos. Meninos e meninas com dentes estragados pelas grandes
cáries têm sua auto-estima comprometida. Por isso, os educadores têm procurado
orientar os alunos sobre a importância de uma higiene bucal correta e feita
diariamente, pois além de melhorar a estética, faz parte da saúde corporal.
Quanto a médico, há somente clínico geral uma vez por semana. Quem
necessita de atendimento especializado precisa ir até a Sede do Município, porque lá
existe um hospital e um centro de saúde, onde são feitas as triagens. Em alguns
casos, os pacientes são enviados a Curitiba, geralmente ao hospital Angelina Caron,
em Campina Grande do Sul, com o qual a Prefeitura possui convênio.
A água utilizada na Escola e pela comunidade é oriunda de um pequeno riacho,
encanada pela comunidade e sem tratamento. Há um poço artesiano, o qual abastecia
a comunidade, mas o motor estragou e não foi consertado. Nas casas dos alunos
também ficou constatado, por pesquisa, que a grande maioria possui água encanada,
mas sem tratamento. Este Estabelecimento está envidando esforços para conseguir
água de melhor qualidade para os alunos e toda a comunidade escolar.
Os alunos recebidos no Colégio Estadual Augusto Antônio da Paixão são
provenientes de escolas rurais multisseriadas, em sua grande maioria. Apenas alguns
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deles fizeram as quatro primeiras séries em escolas unisseriadas. Em geral, os


professores que atuam em Escolas Municipais, principalmente as rurais, não possuem
formação superior, sendo que conseguiram seus diplomas em cursos Normais de nível
médio, a maioria à distância. Além de lecionarem em classes multisseriadas, alguns
professores acumulam as funções de merendeiro e faxineiro. Além disso, nessas
pequenas Escolas Rurais, não existe muito material que possa servir de subsídio ao
professor. Resulta daí que alguns alunos egressos de classes multisseriadas chegam
na 5ª série com lacunas de conhecimento nos programas básicos das disciplinas, pois
os professores não estão preparados para lidar com aqueles alunos que apresentam
alguma dificuldade de aprendizagem. As habilidades na leitura e escrita são precárias
em alguns alunos e demandam muita paciência e compreensão dos professores. Mas
a maior dificuldade desses alunos está na disciplina de Matemática. A disciplina de
Educação Física foi apontada pelos alunos como a mais prazerosa. Pode-se afirmar
que as aulas de Educação Física e os jogos na hora do recreio se constituem em
aliados para garantir da assiduidade dos alunos na Escola.
Com relação à região geográfica onde esta Escola está localizada, sabe-se que
os estados do Sul destacam-se por apresentar, individualmente, as maiores taxas no
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), comparadas com outros estados,
possuindo também o maior índice de alfabetização.
Em relação à renda média do chefe de família, a região sul fica em 2º lugar,
com índice 13% menor que a região sudeste, a 1ª colocada.
A região sul apresenta, também, os mais baixos coeficientes de mortalidade
infantil, os maiores gastos governamentais com saúde e educação, as maiores
parcelas da população com oito anos de estudos ou mais, os mais elevados índices
de envelhecimento populacional e as menores faixas de pobreza do país.
O Estado do Paraná é um estado privilegiado, pois está situado em uma
região central em relação aos países membros do Mercosul e também aos grandes
centros produtores e consumidores brasileiros.
Os paranaenses formam um povo trabalhador e organizado, formando um
Estado que é responsável por cerca de 25% da produção nacional de grãos e ocupa
o 5º lugar dentre os estados brasileiros exportadores para o Mercosul.
Em relação à educação, o atual governo vem se preocupando com a
qualidade educacional oferecida ao povo paranaense, demonstrando interesse
quanto à qualificação profissional dos educadores, estabelecendo um plano de
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carreira digno aos mesmos e investindo o suficiente em tecnologias, beneficiando


diretamente todos os envolvidos nesse processo.
A abertura às reivindicações passou a ser sentida. Agora há uma melhoria
física das escolas, da merenda escolar, dos materiais didáticos para os alunos, dos
salários dos professores, que são considerados os melhores da região Sul.
O governo, hoje, está mais participativo e mais preocupado com a qualidade
educacional de seu povo. Vale ressaltar o Festival de Arte da Rede Estudantil
(FERA) e a valorização do magistério.
Em relação à sociedade, sente-se uma maior participação da comunidade na
escola, em relação aos anos anteriores, nos quais a presença dos pais na escola
praticamente não existia.
Nos últimos anos, tem-se observada uma grande vontade de mudança em
todos os setores do Município de Cerro Azul causada, inicialmente, pelos
investimentos feitos pelo Governo do Estado a partir de 2003, o qual enxergou a
necessidade de valorização da região do Vale do Ribeira e passou a acreditar no
potencial da região. Esse momento positivo coincidiu com uma administração séria
demonstrada pela gestão municipal iniciada em 2005, a qual já tem realizado muitas
mudanças e elaborado projetos para melhorias em todos os setores municipais.
Diante dessa conjuntura, não somente local, mas nacional, há uma expectativa
para que a educação se posicione na linha de frente da luta contra a exclusão,
contribuindo para a promoção e para a integração de todos os brasileiros, voltando-se
à construção da cidadania, não como meta a ser atingida num futuro distante, mas
como prática efetiva.
A sociedade brasileira demanda uma educação de qualidade, que garanta as
aprendizagens essenciais para a formação de cidadãos autônomos, críticos e
participativos, capazes de atuar com autonomia, dignidade e responsabilidade na
sociedade em que vivem e na qual esperam ver atendidas as suas necessidades
individuais, sociais, políticas e econômicas.
Dentro desse contexto, o Colégio Estadual Augusto Antônio da Paixão se vê
privilegiado, pois apresenta um índice insignificante de evasão e reprovação. Sendo
uma escola pequena, toda a sua estrutura, tanto física, quanto pedagógica, fica de
fácil organização. Essa vantagem é aliada ao comprometimento dos profissionais
que atuam no Estabelecimento, que se dizem amantes do que fazem, fazendo de
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suas profissões um projeto de vida e de sociedade. Apesar de algumas dificuldades


e carências, vê-se que a aprendizagem ocorre de forma satisfatória.
O maior problema enfrentado pelos alunos é a distância entre suas casas e a
escola, pois necessitam do transporte escolar, que muitas vezes não funciona
devido à precariedade das estradas, que com as chuvas fortes se tornam
intrafegáveis, o que prejudica muitas vezes o andamento das aulas e o
desenvolvimento das crianças. No entanto, esse problema tem diminuído de forma
visível. A expectativa é de que em breve o problema seja sanado por completo.
Numa avaliação geral, a escola é tida como boa, pois procura fazer com que
seus alunos se sintam motivados a aprenderem e a serem sujeitos participativos da
sociedade da qual fazem parte.

1.2 ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

1.2.1 Modalidade de Ensino

O Colégio Estadual Augusto Antônio da Paixão oferta, no turno da manhã, o


Ensino Fundamental de 5ª a 8ª séries. Nesse turno, o prédio é compartilhado com a
Escola Municipal da Bomba, Ensino das Séries Iniciais, a qual é mantida pela
Prefeitura Municipal. No turno vespertino o Colégio oferta, além do Ensino
Fundamental, o Ensino Médio.
As turmas são num total de nove do Ensino Fundamental, sendo cinco no
turno da manhã e quatro no turno da tarde. O Ensino Médio funciona no turno da
tarde, com duas turmas de primeiro ano, duas turmas de segundo ano e duas
turmas de terceiro ano. Algumas salas estão super lotadas, principalmente as de
sexta série, pois no ano de 2009 não foi possível a criação da terceira quinta série,
problema que foi resolvido neste ano de 2010.

1.2.2 Organização do Trabalho Escolar

O Colégio Estadual Augusto Antônio da Paixão optou pela organização


curricular em forma de disciplinas, por acreditar que esta forma atende melhor as
necessidades dos alunos da zona rural, em função da existência de professores de
todas as áreas e pelo domínio que possui por esta forma de organização curricular.
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A concepção de educação do campo entende que a Escola deve estar inserida


nas comunidades, pois é um espaço de convívio social, onde acontecem reuniões,
festas, celebrações religiosas, atividades comunitárias, vacinações, etc., o que
possibilita a permanente reconstrução de uma identidade cultural.
Nesse sentido, alguns eixos se fazem necessários nas diretrizes educacionais
do Colégio Estadual Augusto Antônio da Paixão, sendo:
a) Valorização da cultura dos povos do campo: cultura entendida, aqui, como
toda produção humana que se constroi a partir das relações do ser humano com a
natureza, com o outro e consigo mesmo e compreendida como modos de vida, que
são os costumes, as relações de trabalho, familiares, religiosos, de lazer, etc. Por isso,
os conteúdos científicos devem sempre partir dessas problemáticas nas práticas
pedagógicas, gerando vínculos com a comunidade. Assim haverá, nos alunos, um
sentimento de pertencer ao lugar onde vivem, o que cria uma identidade cultural,
fazendo com que compreendam e transformem o mundo em sua volta.
b) Repensar a organização dos saberes escolares, ou seja, dos conteúdos que
devem estar contidos nas disciplinas da base, de forma que a mesma trabalhe
conhecimentos específicos e que a educação do campo não seja trabalhada somente
em disciplinas específicas, criadas na parte diversificada da Matriz Curricular.
Indica-se ainda o trabalho com temas geradores, os quais articulam as
disciplinas entre si e possibilitam um trabalho com a realidade do campo.
A pesquisa – observação, experimentação e reflexão – é outra prática
pedagógica exercida, para que a educação aconteça para além das quatro paredes da
sala de aula.
Nesse sentido, os espaços pedagógicos devem ser repensados, sendo que
todos os recursos disponíveis a serem usados fora da escola serão de grande
importância para o trabalho pedagógico.
Os conteúdos das disciplinas da grade curricular procuram contemplar tanto
os conhecimentos científicos universais, quanto as especificidades da realidade
local. Portanto, são voltados para a educação do campo.
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1.2.3 Tempo escolar

HORÁRIO
Turnos Início Término
Matutino 8:00 horas 12:30 horas
Vespertino 13:30 horas 18:00 horas

Com relação ao calendário escolar, geralmente no final do ano letivo a


Direção, Equipe Pedagógica, Equipe Docente e a comunidade escolar se reúnem
para analisar os calendários optativos da SEED e escolherem o que melhor atende à
realidade e às necessidades da Escola e dos alunos.
A grade disciplinar também é elaborada a partir dos parâmetros colocados
pela SEED, conforme a necessidade da comunidade, sendo que o trabalho com os
conteúdos são feitos a partir da necessidade de uma formação do homem do
campo. Assim, os conteúdos científicos partem de problemáticas relacionadas à
realidade dos alunos.
A escolha do inglês como Língua Estrangeira se justifica, principalmente, pela
existência de professores da área no Município e também pelo fato de a globalização
tê-la como língua principal. Assim, a universalização da Língua Inglesa tem bastante
contribuição na sua escolha como parte diversificada.
Além disso, atendendo à legislação vigente, o Estabelecimento enviou processo
à SEED para autorização da implantação do CELEM – Centro de Língua Estrangeira
Moderna – para que se possa oferecer o ensino de Espanhol, mas até o momento o
curso não foi autorizado, devido à demora no trâmite do processo. Porém, até o final
deste ano de 2010 ou em 2011, o curso será implantado

1.2.4 Organização Funcional

TURMAS DO ENSINO FUNDAMENTAL


Turnos Séries Nº de alunos
Matutino 5ª A 28
Matutino 5ª C 22
Matutino 6ª A 39
Matutino 7ª A 28
Matutino 8ª A 32
Vespertino 5ª B 40
Vespertino 6ª B 42
Vespertino 7ª B 33
Vespertino 8ª B 31
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TURMAS ENSINO MÉDIO


Turnos Séries Nº de alunos
Vespertino 1º A 24
Vespertino 1º B 23
Vespertino 2º A 22
Vespertino 2º B 21
Vespertino 3º A 18
Vespertino 3º B 20

QUADRO FUNCIONAL

DIREÇÃO E EQUIPE PEDAGÓGICA


Nome Função/Cargo Formação
Maria da Conceição Amaral de Diretora Licenciatura Plena em Letras –
Pontes Português e Inglês e
Especialização em Língua
Portuguesa e Literatura.
Andreyza Desplanches Diretora Auxiliar Licenciatura Plena em Química
e Especialização em
Metodologia do Ensino de
Química e Biologia.
Marcos da Costa Rosa Pedagogo Licenciatura Plena em Letras
(Português e Inglês) e
Pedagoria;
Especialização em Língua
Portuguesa e Literatura e
cursando Especialização em
Educação Especial.
Paola da Costa Rosa Pedagoga Licenciatura Plena em
Pedagogia e Especialização em
Gestão Escolar.

CORPO DOCENTE
Nome Disciplina Formação
Adenilson de Jesus Mangger Matemática Licenciatura Plena em
Matemática e Especialização
em Matemática.
Adriane de Fátima Agner Ciências/Biologia Licenciatura Plena em Ciências
Scremin Biológicas;
Especialização em Ciências
Biológicas e Gestão Ambiental.
Aguinalte Antônio Brine Português Licenciatura Plena em Letras –
Português e Inglês;
Especialização em Língua
Portuguesa e Literatura,
Educação Especial e Tutoria
EAD.
Amauri dos Santos Sala de Apoio à Aprendizagem Licenciatura Plena em Letras –
Português e Inglês e
Especialização em Língua
Portuguesa e Literatura.
André de Moura e Costa História Licenciatura Plena em História;
Especialização em História da
Cultura Afro-Brasileira e
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Africana.
Andreyza Desplanches Química Licenciatura Plena em Química;
Especialização em Metodologia
do Ensino de Química e
Biologia.
Ezilda Matias Português Licenciatura Plena em Letras –
Português e Inglês e
Especialização em Língua
Portuguesa e Literatura.
Francilene Tatislaine Sawada Arte/Filosofia Licenciatura Plena em Letras –
Português e Literatura.
Maria José de Freitas Madaloz Português/Inglês Licenciatura Plena em Letras –
Português e Inglês e
Especialização em Língua
Portuguesa e Literatura.
Nivo Nirval de Mattos Auffinger Física/Matemática Curso Superior em Medicina
Veterinária e cursando
Complementação Pedagógica
para Docência.
Rafael Fernandes Gouveia Educação Física Licenciatura Plena em
Educação Física e
Especialização em Educação
Física e Tutoria EAD.
Rosilda da Costa Rosa Inglês Licenciatura Plena em Letras –
Desplanches Português e Inglês e
Especialização em Língua
Portuguesa e Literatura.
Rosilei de Farias Martins História Acadêmica em História (conclui
em 2010.
Rosilene Vaz de Faria Matemática Acadêmica em Matemática e
em Pedagogia.
Samira Flores Blatner Geografia Licenciatura Plena em
Geografia;
Especialização em Geografia
do Brasil e Gestão Ambiental.
Solange Porfírio Arte Licenciatura Plena em Artes
Plásticas;
Especialização em Metodologia
do Ensino de Arte.
Valdir Braine Ciências/Biologia Licenciatura Plena em Ciências
Biológicas;
Especialização em Oficina de
Ciências Naturais.
Zaniele Chamberlain Ciências/Biologia Licenciatura Plena em Ciências
Desplanches Biológicas;
Especialização em Metodologia
do Ensino de Ciências.

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Nome Cargo/Função Formação
Ciléria Walquíria Frescha Secretária Acadêmica em Pedagogia.
Iara Rosner Auxiliar Administrativo Acadêmica em Pedagogia.

ASSISTENTE DE APOIO
Nome Cargo Função
Claudinéia de Fátima da Paixão Serviços Gerais Merendeira
Claudivino José Braine Serviços Gerais Limpeza
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Marlene Mariano do Serviços Gerais Limpeza


Nascimento Martins
Vanderli Faria Serviços Gerais Limpeza
Waldomiro Vega dos Santos Agente Educacional I Limpeza

Observação: Neste ano (2010), a funcionária Vanderli Faria está de licença para
tratamento de saúde.

1.2.5 Formação Continuada dos profissionais e Hora Atividade

No presente ano letivo, a maioria dos professores desta Escola é pós-


graduada, sendo que apenas uma professora é acadêmica. Todos têm procurado
seguir a na prática pedagógica a proposta pedagógica apresentada nas Diretrizes
Curriculares Estaduais do Ensino Fundamental e Médio e, portanto, se sentem
seguros com relação ao trabalho que todo docente deverá desenvolver dentro do
novo paradigma de escola.
Pelas características do mundo informatizado, no qual as mudanças se
processam de forma cada vez mais acelerada, os profissionais da educação
precisam estar em constante processo de formação, sob pena de frustrarem o
processo pedagógico. Daí a necessidade de a escola em manter um programa de
formação continuada para todos os agentes do processo de ensino e aprendizagem.
A reforma educacional no Brasil exige um novo professor. Novos
conhecimentos são necessários, sendo indispensável que os profissionais da
educação sejam preparados para isso. Trabalhar de forma interdisciplinar e
contextualizada, por exemplo, deve fazer parte da educação básica e,
consequentemente, da formação profissional dos professores.
Estudos sobre a capacitação docente têm revelado que projetos de formação
eficazes foram desenvolvidos a partir de demandas dos profissionais envolvidos no
trabalho escolar. Esse modelo de formação permanente nas escolas deverá ter as
seguintes características:

 Ter como eixo norteador a demanda concreta e contextualizada dos


profissionais que participam da educação;
 Ser realizada em horário de trabalho, pois faz parte da atuação docente;
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 Conceder um papel protagonista à equipe, no planejamento e na realização


das atividades de formação evitando ações estereotipadas e elaboradas
externamente;
 Reconhecer que as tarefas de formação são um instrumento básico para
garantir o desenvolvimento profissional;
 Reconhecer a relevância da autogestão da formação do professor,
estimulando o desenvolvimento de projetos pessoais de estudo.
Os professores têm sua formação continuada constantemente contemplada
pela Escola, através dos grupos de estudos oferecidos pela SEED/PR e através de
cursos de capacitação, como NRE Itinerante, Reuniões Técnicas Disciplinares e as
Semanas Pedagógicas realizadas duas vezes ao ano nas Escolas.
As duas funcionárias administrativas estão cursando Pedagogia e também
participam de cursos oferecidos pela SEED. Os funcionários de Serviços Gerais
possuem o Ensino Fundamental completo e também participam dos cursos de
capacitação oferecidos pela SEED.
Com relação à hora atividade, a mesma é cumprida na Escola, sendo que no
mínimo uma hora por semana é feita com o Pedagogo. Nessa ocasião, são
apresentados aos professores textos para leitura e discussão. Aproveita-se também
esse momento para dirimir as dúvidas do professor e fazer alguns comentários
sobre o processo de ensino aprendizagem.
As demais horas ficam a cargo do professor a sua distribuição, no sentido de
dispor, da melhor forma, desse tempo planejando suas aulas, corrigindo avaliações,
preenchendo Livros de Registro de Classe, participando de reuniões e fazendo
leituras.
Os professores têm, ainda, na hora atividade, acesso a textos diversos de sua
área e também a revistas, inclusive a revista “Escola”, muito divulgada e usada no
estabelecimento.
O professor registra a realização de sua hora atividade em um formulário
próprio, que fica a cargo da Equipe Pedagógica, em tempo real da realização da
mesma, sendo que não existe um local fixo para a permanência do professor no
instante em que se encontra no cumprimento dessa hora ficando livre, portanto, para
realizá-la na sala dos professores, em uma salinha ao lado da Equipe Pedagógica,
na biblioteca, no laboratório de informática ou em uma sala de aula.
18

Com relação às reuniões pedagógicas, as mesmas são sempre planejadas


pela Equipe Pedagógica, garantindo um espaço para discussão e reflexão de temas
diversos da educação, além de debates e, principalmente, a troca de experiências,
pois às vezes são feitas juntamente com outras escolas.
Diante dessas orientações, a Escola propõe organizar o seguinte programa:
 Participação em cursos oferecidos pela Secretaria de Estado da Educação;
 Organização de grupos de estudo e seminários sobre a legislação
educacional, com o objetivo de ler, analisar, interpretar e contextualizar as idéias ali
contidas para sua realidade;
 Organização de grupos de estudo sobre interdisciplinaridade,
contextualização, transposição didática e metodologias diversificadas;
 Visita a escolas onde se esteja realizando uma experiência interessante;
 Elaboração de projetos interdisciplinares entre os docentes;
 Apresentação das experiências pedagógicas para professores e alunos de
outras escolas;
 Preparação do material didático, bem como discussão das formas de como
utilizá-lo na sala de aula;
 Hora Atividade prevista em 50% de trabalho com a Equipe Pedagógica da
Escola.
É sabido que muito se tem a fazer para alcançar o ideal em todos os aspectos
da Escola e, para tanto, tem-se usado e consultado constantemente o instrumento
de avaliação institucional, usado no ano de 2005, como base para efetuar as
mudanças necessárias em todos os setores da escola.

1.2.6 Gestão Escolar e ensino-aprendizagem

O Colégio Augusto Antônio da Paixão vela pela gestão democrática, por


acreditar que o trabalho coletivo é a melhor forma de se obter bons resultados.
Os professores devem cumprir suas funções, pois têm seus deveres e direitos,
previstos no Estatuto do Magistério e garantidos em lei.
O professor, acima de tudo, deve ser o mediador da aprendizagem do aluno,
sendo comprometido com sua função, dedicando-se e doando-se todos os dias, a fim
de fazer da escola um espaço cada vez mais produtivo à formação do cidadão.
19

A secretaria deve ser o órgão de suporte, tanto ao professor como ao aluno, à


direção e a toda a comunidade, prestando um serviço de qualidade e um bom
atendimento ao público. Para tanto, deve manter toda a documentação escolar em
ordem e em dia, para que o serviço possa fluir e ser de boa qualidade.
Com relação aos órgãos colegiados, como o Conselho Escolar e a Associação
de Pais, Mestres e Funcionários (APMF), devem ser ativos e atuantes em todos os
aspectos da escola, fazendo um trabalho coletivo e conjunto com os demais
segmentos, para que toda a comunidade se sinta parte integrante da escola.
O Conselho Escolar deverá cumprir seu papel, principalmente no que diz
respeito à intervenção no processo pedagógico quando necessário, respaldando a
escola em seus atos.
A APMF deve, principalmente, monitorar a escola na parte financeira, não
deixando de intervir nos demais setores, quando convidada e quando se fizer
necessário.
O Colégio Estadual Augusto Antônio da Paixão, apesar das dificuldades
financeiras que encontra para realizar seus projetos, pois conta somente com as
verbas do fundo rotativo, que é mensal, consegue atender à maioria das necessidades
diárias, com a ajuda do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), que chega uma
vez por ano e é utilizado para adquirir material permanente.
A APMF quase não gera muito recurso para a escola, pois a comunidade não
possui condições suficientes para colaborarem quando da realização de festas e
eventos, a começar pela dificuldade no transporte das pessoas e também pelas
condições financeiras que não são muito boas.
Portanto, o desenvolvimento dos projetos acontece mais com “a cara e a
coragem” da comunidade escolar, do que realmente com a disponibilização de verbas
para a concretização dos mesmos.
A Escola conta com a existência de um Grêmio Estudantil bastante ativo e
organizado. Devido sua formação recente, seus membros são inexperientes e estão
em processo de aprendizagem; mesmo assim, são atuantes e participativos,
frequentando reuniões e congressos da UNE.
O Conselho Tutelar aparece na escola quando solicitado e responde às
expectativas da mesma.
20

Quanto aos aspectos pedagógicos, os pais frequentam a Escola para se


informarem sobre a situação de seus filhos. Alguns atendem ao chamado da
direção, quando esta solicita o comparecimento na Escola.
Mesmo assim, pode-se concluir que há um trabalho bastante significativo a
ser feito para que a comunidade participe mais ativamente e para que vejam a
escola como um espaço comunitário de socialização e até de lazer.
Os equipamentos de som, TV, vídeo e DVD, ficam sob a responsabilidade de
um funcionário administrativo e da Equipe Pedagógica, os quais são encarregados de
sua reserva, instalação e verificação de uso.
Os professores são sempre incentivados a fazerem uso da TV multimídia (TV
Pendrive) para apresentarem vídeos, fotos e apresentações diversas aos alunos,
buscando uma melhor apropriação dos conteúdos pelos alunos. Sabe-se que há vários
estilos de aprendizagem. Portanto, as imagens sempre acrescentam um entendimento
melhor àqueles que aprendem de forma visual. Os professores procuram, também,
usar o Laboratório de Informática para suas aulas, tanto para dowload de material
didático, como para introduzir os alunos às novas tecnologias e a novas fontes de
pesquisa.
Com relação aos espaços educativos, os líderes de turma são peças
fundamentais no seu uso e conservação, os quais desenvolvem um trabalho de
conscientização da turma, para que a mesma cuide e embeleze sua sala de aula,
ajudando a preservar todos os ambientes da escola.
A presença dos docentes é feita através do livro ponto, com o
acompanhamento da secretária da escola. As faltas e reposições de aulas são
acompanhadas pela Equipe Pedagógica, que em formulário próprio, para que o
professor preencha com seu plano de reposição de aula, ficando anexada uma cópia
dos eventuais trabalhos feitos pelos alunos.
Todas as reuniões ocorridas na escola são registradas em Livros Ata próprios
para o segmento ou setor, pois o registro de todas as ações feitas pela escola é visto
como algo muito importante pela direção da Escola.
Conforme instituído no Regimento Escolar do Colégio Estadual Augusto
Antônio da Paixão, a razão principal da existência da escola é o aluno. Por isso o
professor, dentro do processo ensino aprendizagem, tem a responsabilidade de
conduzir bem as atividades no sentido de fazer com que o aluno, efetivamente,
desenvolva as apropriações e os avanços cognitivos estabelecidos na Proposta
21

Pedagógica Curricular de cada disciplina. O professor será o mediador da


aprendizagem do aluno, o incentivador da estética da sensibilidade, o zelador da
política da igualdade e da ética da identidade. Zelar pela aprendizagem dos alunos
exige que o professor transforme sua relação com o saber, seu modo de ensinar e
sua identidade.
O professor educador deve trabalhar com uma boa relação com seus alunos,
baseada na honestidade e na solidariedade, para convencer os mesmos de que
possui real interesse que eles cresçam.
Portanto, o professor deve ser humano nas questões de avaliação, tendo uma
postura político-pedagógica voltada para as classes populares, usando metodologias
adequadas, que realmente levem o aluno à aprendizagem.
Além dos professores, todas as pessoas que trabalham na escola,
independente da função que exerçam são, de alguma forma, educadores e precisam
ter consciência dessa responsabilidade.
A esse respeito, Sacristan (1995, p.15) escreve novos modos de entender a
direção escolar afirmando que:
a gestão escolar constitui uma dimensão da educação institucional cuja prática põe
em evidência o cruzamento de intenções reguladoras e o exercício do controle por
parte da administração educacional, as necessidades sentidas pelos professores de
enfrentar seu próprio desenvolvimento profissional no âmbito mais imediato de seu
desempenho e as legítimas demandas dos cidadãos de terem interlocutor próximo
que lhes dê razão e garantia de qualidade na prestação coletiva desse serviço
educativo.

O processo democrático vive da ação coletiva. O Diretor integra e utiliza no


seu trabalho as ideias e contribuições dos professores e de todos os seus auxiliares.
Essa forma de direção implica acordo, discussão, participação na seleção da política
a seguir e nas decisões a tomar e a distribuição de tarefas e responsabilidades. A
gestão democrática da escola gera comprometimento de todos os que compartilham
do poder de decisão. Nada mais sábio, então, do que partilhar o poder de decisão
com todos os segmentos, para aglutinar maior participação. Esta forma de gestão,
além de descarregar parte da responsabilidade do Diretor, propicia oportunidade de
crescimento a todos os envolvidos.
A Equipe Pedagógica é a responsável pela implementação do Projeto
Pedagógico propriamente dito. Mais do que fiscalizar a ação dos professores, deve
acompanhá-los no planejamento e nas dificuldades do dia-a-dia da sala de aula.
Nesta instância é também o órgão responsável pela coordenação, implantação e
22

implementação, no estabelecimento de ensino, das diretrizes pedagógicas


emanadas da SEED. É também visto como órgão articulador de todos os segmentos
escolares numa direção da gestão democrática.
O técnico administrativo é o profissional que serve de suporte ao
funcionamento de todos os setores da escola, proporcionando condições para que
todos cumpram suas reais funções. Toda parte burocrática de organização e
documentação fica a cargo desse profissional.
Compete ao profissional de Serviços Gerais a manutenção, preservação,
segurança e merenda escolar, sendo que o mesmo deverá ser coordenado e
supervisionado pela direção da escola.
É de competência da merendeira, preparar e servir a merenda escolar,
controlando-a quantitativamente e qualitativamente, informando ao Diretor, quando
necessário, sobre necessidade de reposição da mesma. Compete também à
merendeira, conservar o local de preparação da merenda em boas condições de
trabalho, procedendo à limpeza e arrumação do mesmo.
Com relação ao inspetor de alunos, sua função é zelar pela segurança e
disciplina individual e coletiva, orientando os alunos sobre normas disciplinares para
manter a ordem e evitar acidentes na escola, percorrendo as diversas
dependências, observando os alunos para detectar irregularidades, necessidades de
orientação e auxílio, encaminhando ao setor competente os que apresentam
problemas. Cabe-lhe mais a função de auxiliar a direção no controle de horários,
acionando o sinal de início e término das aulas e observar a entrada e a saída dos
alunos nas dependências do Estabelecimento.
O caseiro é a pessoa que vai habitar diariamente na escola, a fim de
promover a sua segurança em geral, inclusive nos finais de semana, cuidando para
que o patrimônio seja preservado.

1.2.7 Atendimento educacional especializado

O Colégio possui dois alunos surdos, os quais estão incluídos nas salas
regulares, não tendo apoio especializado. No entanto, esses alunos têm encontros
semanais com uma professora de Educação Especial, na Sede do Município, cuja
professora faz parte do quadro de profissionais da Prefeitura Municipal. Os pais
reclamam da dificuldade para manterem de seus filhos nos referidos encontros, mas
23

são aconselhados a envidarem esforços para manterem os mesmos na Rede de Apoio


Especializado. Em sala de aula, os professores procuram passar atividades
diferenciadas a esses alunos, buscando a adaptação curricular necessária, para que
os mesmos tenham acesso ao conhecimento aos quais têm direito. Visando a dar uma
melhor assistência a esses alunos, um dos Pedagogos do Colégio está cursando uma
Especialização em Educação Especial, para que o mesmo possa dar um melhor
suporte aos docentes quanto às formas de trabalhar com esses alunos.

1.2.8 Ambientes Pedagógicos

O Colégio funciona no prédio da Escola Municipal da Bomba, construído em


alvenaria, em 1982, em um terreno de 8000 m2, sendo sua frente cercada por muro e
o restante por telas. O prédio principal possui seis salas de aula, uma sala para a
Secretaria, uma cozinha, um depósito para merenda e um refeitório. No entanto, uma
sala de aula está sendo usada como Biblioteca e Laboratório de Informática e outra
sala de aula está sendo usada como sala dos professores sala da diretora da Escola
Municipal da Bomba. Sobram, portanto, quatro salas de aula no prédio principal, para
serem usadas como salas de aula efetivamente. A Escola também conta com três
salas de madeira construídas pela Prefeitura Municipal do Município. Essas salas são
baixas e cobertas de telhas Eternit, o que as torna bastante abafadas no verão.
Infelizmente a Escola ainda não possui ventiladores de médio porte, para amenizem o
calor, mas está sendo planejada a compra dos mesmos com a verba do PDDE. Além
dessas salas construídas pela Prefeitura, há mais três salas emergenciais de madeira,
construídas com recursos do Estado, em 2007. Assim, o espaço físico da Escola é
organizado da seguinte forma:

PRÉDIO PRINCIPAL
- 04 salas de aula em alvenaria;
- 01 sala usada como Biblioteca e Laboratório de Informática (adaptada);
- 01 sala usada pelos professores e direção da Escola Municipal;
- 01 cozinha;
- 01 depósito de merenda;
- 01 sanitário para os professores e funcionários;
- 01 sanitário feminino para alunos;
24

- 01 sanitário masculino para alunos;


- 01 refeitório;

FORA DO PRÉDIO PRINCIPAL


- 01 quadra de esportes coberta, construída com recursos da Prefeitura do
Município;
- 01 sala de aula em alvenaria, construída fora do prédio principal, com
recursos da Prefeitura do Município, usada pela Escola Municipal da Bomba;
- 01 sala de direção;
- 01 sala da Equipe Pedagógica, contígua à sala da direção;
- 01 sala usada para almoxarifado (espaço insuficiente);
- 01 sala usada como cantina.
O prédio principal foi construído de maneira errada, pois tem sua construção no
sentido Norte/Sul. Assim, as salas não são bem ventiladas, apesar de terem ventilador
de teto, pois ficam expostas ao sol Leste/Oeste, tornando-as quase insuportáveis no
verão. Para amenizar essa dificuldade, foram plantadas árvores na frente das janelas,
as quais já estão fazendo um pouco de sombra. A iluminação das salas é boa, mas há
muito desgaste de lâmpadas devido a problemas na instalação elétrica, a qual precisa
urgentemente de uma revisão. As carteiras foram fornecidas pela Fundepar e atendem
ao fim a que se destinam.
Há um processo, em andamento, para a construção de salas definitivas, as
quais são aguardadas ansiosamente, pois ainda se tem carência de salas de aula para
o funcionamento da Sala de Apoio, a qual funciona em locais improvisados e espaço
para o Laboratório de Química, Física e Biologia, que é requisito básico para o
reconhecimento do Curso de Ensino Médio. Como o Colégio não possui espaço para o
Laboratório de Química Física e Biologia, as experiências são feitas em sala de aula, já
que as vidrarias existem. As salas da Direção e Equipe Pedagógica estão instaladas
em prédio emprestado do posto telefônico.
As salas de aula do prédio principal necessitam da colocação de piso de
cerâmica e manutenção, pois há alguns anos não são pintadas. No entanto, as
mesmas são mantidas limpas e bem organizadas.
Há um processo em andamento para a reforma do prédio principal, mas o
processo “não anda”. No final de 2007, teve-se a notícia de que iria ser feita a reforma
durante as férias de final de ano, mas nada foi feito.
25

A Quadra de Esportes coberta foi uma conquista importante, no ano de 2008,


pois durante muito tempo os alunos fizeram Educação Física sob o calor escaldante do
Sol.
O pátio do Colégio é arborizado e possui mesas e bancos, construídos em
concreto, para que os alunos tenham seus momentos de descanso, nos intervalos, de
forma mais agradável. Nos intervalos os alunos também costumam permanecer na
Quadra de Esportes, assistindo a jogos de futebol e outros esportes, promovidos em
forma de campeonato, pelos alunos, ou jogados como amistosos.
Os alunos têm acesso livre a todas as dependências da Escola, mas de forma
organizada e responsável. Quase tudo na Escola é utilizado em parceria com a Escola
Municipal da Bomba.

1.2.9 Recursos pedagógicos e tecnológicos

Os professores procuram usar, no dia-a-dia, recursos como vídeo,


retroprojetor, TV multimídia, Laboratório de Informática e equipamento de som, mas
não estão deixando de usar o livro didático e o quadro de giz.
Apesar de alguma carência de material didático, como Laboratório de
Química, Física e Biologia, o Colégio procura desenvolver um processo de ensino
aprendizagem de qualidade, procurando partir de problemáticas relacionadas ao
cotidiano dos alunos.

2 MARCO CONCEITUAL

Segundo Albuquerque (2004) “a escola é o palco dos conflitos e


contradições”. Portanto, dentro dessa ótica, podemos afirmar que os conflitos e as
contradições são elementos fundamentais na construção de uma proposta
pedagógica, porque é a partir dos confrontos e das discussões coletivas que se
buscam soluções para os problemas existentes.
Diante da diversidade que se apresenta o mundo atual, a educação não pode
reduzir-se a um único fim. Deve estar aberta à multiplicidade de funções e de papéis
que a necessidade social requer. Mas isso não pode levar a fugir de sua finalidade
principal que é a produção e a transmissão do conhecimento produzido pela
coletividade humana. A escola nasceu com essa finalidade e até hoje tem se mantido
26

insubstituível nessa função. Embora se tenha hoje diversos outros meios para a
transmissão do conhecimento formal, ainda é através do ensino escolar que a maioria
da população tem acesso aos conhecimentos elementares da leitura, da escrita, da
ciência e da matemática.
A escola, porém, tem outras finalidades que vão além da função produtora,
transmissora e reconstrutora do conhecimento. Cabe a ela, acima de tudo, lutar pela
preservação de princípios e valores que são imprescindíveis para o desenvolvimento
da sociedade. São valores e princípios de justiça, de igualdade, de liberdade, de
criatividade e do direito à manifestação e à expressão.
A escola é uma das instituições responsáveis por zelar pela preservação da
utopia da humanidade, fundada nesses princípios. Utopia que nasce, cresce e se
desenvolve pela ação criativa de sujeitos que mantêm o sonho da possibilidade de
uma sociedade mais justa e mais igualitária.
A missão que o Colégio Estadual Augusto Antônio da Paixão se propõe é a de
garantir o acesso, a permanência e o sucesso de todos os alunos vivem no entorno
do mesmo, no Município de Cerro Azul e, para tanto, o plano curricular e a
metodologia são reformulados constantemente, para que se consiga corresponder
aos anseios da comunidade escolar, oferecendo bons serviços educacionais,
através de conteúdos significativos, interessantes, contextualizados e produzindo a
cidadania necessária nos sujeitos do processo educativo. Pretende-se formar um
cidadão consciente, crítico e participativo.
Ainda que muitas sejam as concepções sobre a relação entre educação e
sociedade, educação e produção da existência ou educação e atividade econômica,
todas partilham de algumas questões indubitáveis a essa formação humana do
homem e da mulher em sua ampla dimensão, pessoal e profissional. São elas:
a) A escola oferece um tipo de formação que não é facilmente adquirida em outro
lugar;
b) A escola é uma instituição cujo papel consiste na socialização do saber
sistematizado, existindo para propiciar aquisição dos instrumentos que possibilitam o
acesso a esse saber (SAVIANI, 1991, p. 22);
c) Essa formação abarca as dimensões científica, técnica, ética e humana, que se
constituem de elementos cognitivos (aprendizagem, ensino, habilidades,
conhecimentos, capacitação e qualificação);
27

d) A passagem pela escola, assim como o desempenho desta com os alunos e


alunas, isto é, o êxito ou fracasso acadêmicos, tem influência relevante sobre o
acesso às oportunidades sociais da vida em sociedade. Vale dizer, da formação que
a escola propiciar e administrar dependerá a vida futura de todos que por ela
passarem;
e) A escola é “locus de produção de políticas, orientações e regras” (LIMA, 2002);
f) A escola está inserida na chamada “sociedade global”, onde violentas e profundas
transformações no mundo do trabalho e das relações sociais vêm causando
impactos desestabilizadores à humanidade e, consequentemente, exigindo novos
conteúdos de formação, novas formas de organização e gestão da educação,
ressignificando o valor da teoria e da prática da administração da educação.
(FERREIRA, 2002).
Daí decorre a imensa responsabilidade da escola quanto à formação que
propicia. Sabe-se que a escola não se encontra arbitrariamente desvinculada, mas
integrada a uma política educacional que lhe fornece direções. Através da gestão da
educação colocada em prática, concretiza diretrizes emanadas das políticas que, ao
fornecerem o norte, estabelecem parâmetros de ação e de forma dominante e
determinam o tipo de mulher e o tipo de homem que devem ser formados. Todavia, a
gestão da educação não só põe em prática as diretrizes emanadas, como também
interpreta e subsidia as políticas públicas na trama conturbada das relações
econômicas, políticas e sociais globais que se atravessa. Nesse sentido, a relação
entre sociedade, educação/formação, políticas educacionais e gestão da educação é
intrínseca e forte, necessitando ser ressignificada no contexto das determinações
sobre o papel fundamental na condução do ensino e da educação. Sua importância
torna-se cada vez maior na interdependência dessas relações, o que incita a
ressignificar seus conceitos, a fim de garantir as possibilidades de, efetivamente,
assegurar o “passaporte” para a cidadania.
Segundo Veiga (1995, p. 14) “isso significa resgatar a escola como espaço
público, como lugar do debate, do diálogo, fundado na reflexão coletiva”.
A Escola está inserida em uma sociedade, no caso a capitalista, e reflete no
seu interior as determinações e contradições dessa sociedade. Portanto, para a
organização do trabalho pedagógico é preciso que se funde nos princípios que
promoverão uma escola democrática, pública e gratuita.
28

Segundo Saviani (1982, p. 63) “só é possível considerar o processo educativo


em seu conjunto, sob a condição de se distinguir a democracia como possibilidade,
no ponto de partida e democracia como realidade, no ponto de chegada”.
Isso mostra que existe uma desigualdade entre os alunos quando ingressam
na escola, mas quando saem dela a igualdade deve ser alcançada, através da
mediação da escola, que deverá ser ofertada qualitativamente.
A qualidade para todos se constitui em um princípio a ser conquistado tanto
na técnica de manejo dos instrumentos, métodos e técnicas de ensino, quanto na
política de participação. Essa qualidade se reflete na busca de um número reduzido
ou a quase inexistência da evasão e da repetência, através de ações concretas e de
um trabalho árduo com o aluno, com a família e com a comunidade.
Dentro dessa perspectiva, e como está colocada dentro do instrumento da
avaliação institucional da educação básica do Paraná a qualidade só pode, então, se
referir à efetivação do atendimento às necessidades e objetivos da classe que
majoritariamente faz uso da escola pública, ou seja, a qualidade não pode se
restringir à preparação para aprovação em exames, nem para a preparação para o
mercado de trabalho, mas amplia-se para a apropriação do saber de forma a
constituir o educando como cidadão autônomo e sujeito crítico. A busca da qualidade
só se legitima se houver a capacidade de promover avanços no processo
democrático de construção da igualdade.
A gestão democrática é um princípio quase que obrigatório e já consagrado
pela constituição vigente, a qual exige a compreensão profunda dos problemas
pedagógicos, rompendo com a separação entre concepção e execução entre o
pensar e o fazer, a teoria e a prática, resgatando o controle do processo e do
produto do trabalho entre os educadores. A prática da participação coletiva e a
socialização do poder devem fazer parte da estrutura de poder da escola. A gestão
democrática prevê, portanto, a ampla participação dos representantes dos diferentes
segmentos da escola em todas as decisões, tanto administrativas quanto
pedagógicas.
A liberdade é outro princípio perseguido pela escola, no sentido de ensinar,
aprender, pesquisar e divulgar a arte e o saber, direcionado por uma coletividade. A
liberdade também deve ser pensada na relação entre administradores, professores,
funcionários e alunos, sendo que cada um deve assumir a sua parte de
responsabilidade na construção de uma escola de qualidade.
29

A valorização do magistério é um princípio que está relacionado à qualidade


do ensino como um todo e com o sucesso na formação de cidadãos capazes de
participar da vida política, cultural e sócio-econômica do país, pois a formação, as
condições de trabalho e a remuneração são elementos fundamentais na valorização
do magistério.
Dessa forma, questões como cidadania, gestão democrática, avaliação,
metodologia de pesquisa e ensino de novas tecnologias de ensino, deverão compor
um programa de formação continuada dos professores.
A gestão da educação, diante destas questões indubitáveis, defronta-se com
a responsabilidade de avançar na construção de seu estatuto teórico/prático, a fim
de garantir que a educação se faça com a melhor qualidade para todos,
possibilitando, dessa forma, que a escola cumpra sua função social e o seu papel
político institucional.
A gestão da educação na contemporaneidade necessita, pois, ser
compreendida a partir dos impactos e demandas econômicas, políticas, sociais,
culturais e tecnológicas.
A gestão da educação é responsável por garantir a qualidade da educação,
entendida como “processo de mediação no seio da prática social global” (SAVIANI,
1980, p. 120), por se constituir no único mecanismo de hominização do ser humano
e da formação humana dos cidadãos. Seus princípios são os princípios da educação
que a gestão assegura serem cumpridos: uma educação comprometida com o
domínio dos conteúdos, que habilitem ao mundo do trabalho, comprometido com a
“sabedoria” de viver junto respeitando as diferenças, comprometida com a
construção de um mundo mais justo e humano para todos os que nele habitam,
independentemente de raça, cor, credo ou opção de vida.
A administração da educação, no contexto destas transformações que se
operam no mundo do trabalho e das relações sociais, no mundo globalizado e na
chamada “sociedade do conhecimento”, atravessa também uma fase de profunda
transformação, que se constitui em um conjunto de diferentes medidas e
construções que objetivam alargar o conceito de escola, reconhecer e reforçar sua
autonomia, promovendo a associação entre escolas e a sua integração em territórios
educacionais mais vastos e adotar modalidades de gestão específicas e adaptadas
à diversidade das situações existentes. (BARROSO, 1998, p. 11).
Constata-se, pois, que:
30

...a gestão democrática da educação é, hoje, um valor já consagrado no Brasil e no


mundo, embora ainda não totalmente compreendido e incorporado à prática social
global e à prática educacional brasileira e mundial. É indubitável sua importância
como um recurso de participação humana e de formação para a cidadania. É
indubitável sua necessidade para a construção de uma sociedade mais justa e
igualitária. É indubitável sua importância como fonte de humanização. (FERREIRA,
2000, p. 167).

Todavia, muito ainda precisa ser feito para que a importância e a consciência
dessa verdadeira participação cidadã – que hoje transcende a cidadania local e
exige a possibilidade e a condição de cidadania mundial na construção da
democracia, do projeto político-pedagógico, da autonomia da escola e da própria
vida – seja uma realidade.
O Colégio Estadual Augusto Antônio da Paixão, assim como todas as escolas
públicas do Estado do Paraná, tem como princípio a escola pública, gratuita, laica e
democrática, a igualdade de condições para acesso e permanência na mesma.
Segundo Saviani (1982, p. 63) ‘’isto nos alerta para o fato de que a escola
deve mediar a desigualdade do ponto de partida, com a igualdade do ponto de
chegada, o que acontecerá com a igualdade de oportunidades, com a expansão de
ofertas e com a ampliação do atendimento de qualidade”.
Demo (1994, p.14) afirma que a qualidade formal “significa a habilidade de
manejar meios, instrumentos, formas, técnicas e procedimentos diante dos desafios
do desenvolvimento”.
A escola de qualidade requer baixíssimos índices de evasão e repetência.
Ainda segundo Demo (1994, p.19) “qualidade implica em consciência crítica e
capacidade de ação, de saber e de mudança”.
A análise das possibilidades da administração da educação como prática
educacional destinada não à manutenção, mas à construção coletiva e
organizacional da instituição educativa, vinculada ao projeto da escola, tendo como
referencial o contexto global e as teorias contemporâneas que a potencialidade e a
capacidade participativa do ser humano, ressignificam o valor dessa prática,
conferindo à gestão da educação uma práxis que tenderá a superar, nas
organizações educacionais, as fraquezas institucionais e humanas que resultam em
exclusão, desigualdades e injustiças.
Pensar e compreender, pois, a gestão da educação como realidade política,
como política educacional e como formação para a cidadania, exige que se discuta a
questão da cultura escolar e que se entenda o que é ser cidadão.
31

São vários os aspectos conflitantes e contraditórios no processo pedagógico.


Dentre eles pode-se citar, primeiramente, a questão da avaliação, a qual deve
sempre ser praticada de forma emancipadora, uma vez que deve ser um fim e não
um meio no processo de ensino aprendizagem. Assim, é importante que o tema seja
discutido insistentemente, buscando a transformação necessária, pois a avaliação
não raro tem sido praticada de forma tradicional e classificatória nas Escolas.
Outro aspecto a ser abordado é o Conselho de Classe que, segundo Dalben
(2004, p. 31-39), é um órgão colegiado, prioritário para a discussão pedagógica,
configurando-se como espaço interdisciplinar de estudos e de tomada de decisões
sobre o trabalho pedagógico da escola, deliberando sobre os objetivos de ensino
aprendizagem a serem alcançados, sobre o uso de metodologias e estratégias de
ensino, sobre critérios de seleção de conteúdos curriculares, sobre projeto coletivo
de ensino e atividades, formas, critérios e instrumentos de avaliação do aluno,
formas de acompanhamento, elaboração de fichas, propostas curriculares
alternativas para alunos com dificuldades especiais, etc. No entanto, o que muitas
vezes se vê, na prática, é o acontecimento de uma reunião que funciona como
oportunidade para o professor desabafar suas decepções e frustrações com relação
ao cotidiano em sala de aula. Buscando as mudanças necessárias a respeito desse
importante componente da educação, neste Colégio tem-se procurado praticar o
Conselho de Classe de forma participativa e democrática, buscando tornar um
momento indispensável para o processo pedagógico, onde são discutidos todos os
aspectos relevantes para o bom andamento da educação e para a qualidade
pretendida no processo educacional.
Mais um ponto conflitante diz respeito à hora atividade do professor que,
segundo o texto do artigo 67 da LDBEN 9394/96, sobre o aspecto do tempo escolar
os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação,
assegurando-lhes inclusive nos termos do estatuto e dos planos de carreira do
magistério público: (...)
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de
trabalho.

No entanto, o que se vê, cotidianamente, são professores boicotando esse


direito adquirido, não cumprindo toda a sua carga horária de Hora Atividade do
Professor (HTP) nos estabelecimentos de ensino. Buscando evitar esse tipo de
problema, os Pedagogos deste Estabelecimento acompanham, semanalmente, a
HTP dos professores, para que esse espaço seja bem aproveitado, utilizando-o para
32

estudos e aperfeiçoamento profissional, fazendo parte do processo pedagógico no


espaço escolar.
Pode-se citar ainda o grande conflito com relação à metodologia e ao
planejamento que, embora sejam bastante estudados e discutidos, para
acontecerem de forma crítica e contextualizada, ainda são bastante tradicionais,
tendo o livro didático, muitas vezes, como único instrumento didático para a
transmissão do conhecimento, sendo seguido do começo ao fim, enquanto os
planejamentos ficam sendo mero cumprimento burocrático, engavetados o ano todo,
servindo apenas de enfeite na gaveta da Equipe Pedagógica. Buscando resolver
essa dificuldade, os temas escolhidos nas Semanas Pedagógicas têm sido
relacionados a todas essas temáticas, como avaliação, Conselho de Classe e às
Tendências Pedagógicas defendidas pela SEED a partir de 2003, que é a Pedagogia
Histórico-Crítica e a Psicologia Histórico-Cultural.
Quando se quer planejar a ação educativa de forma consciente é preciso,
primeiramente, explicitar como se vê o mundo, a utopia, o ideal de sociedade, de
homem, como deve ser a escola nesse contexto e como se quer que sejam as
ações desenvolvidas pela escola.
Diante de tantos desafios, as políticas para a educação não podem deixar de
contribuir com uma reflexão sobre a transformação da sociedade. Por isso, as
discussões no ambiente escolar devem apontam para a resolução das tensões
consideradas centrais na sociedade e que merecem ser analisadas.
A tensão entre o global e o local, ou seja, entre tornar-se pouco a pouco cidadão
do mundo sem perder suas raízes, participando ativamente da vida de sua nação e de
sua comunidade. Num mundo marcado por um processo de mundialização cultural e
globalização econômica, os fóruns políticos internacionais assumem crescente
importância. No entanto, as transformações em curso parecem apontar para o
esvaziamento do Estado/Nação. É cada vez mais forte o reconhecimento de que a
diversidade étnica, regional e cultural continua a exercer um papel crucial e de que é
no âmbito do Estado/Nação que a cidadania pode ser exercida.
A tensão entre o universal e singular, isto é, ao mesmo tempo em que é preciso
considerar que a mundialização da cultura se realiza progressivamente, não se pode
esquecer as características particulares de cada pessoa: o direito de escolher seu
caminho na vida e de realizar suas potencialidades, na medida das possibilidades que
lhes são oferecidas e na riqueza de sua própria cultura.
33

A tensão entre a cultura local e a modernização dos processos produtivos:


apropriar-se da modernização dos processos produtivos, fruto da evolução científica e
tecnológica, assumindo papel tanto de usuário como de produtor de novas tecnologias,
sem renegar os valores e o cultivo de bens culturais locais.
A tensão entre o espiritual e o material: frequentemente as sociedades, mesmo
envolvidas cotidianamente com as questões materiais, desejam alcançar valores que
podem ser chamados de morais/espirituais; suscitar, em cada um, tais valores,
segundo suas tradições e convicções, é uma das tarefas para a educação.
Estabelecendo-se um paralelo entre a análise da conjuntura mundial
apresentada no item precedente e a conjuntura brasileira, pode-se dizer, em linhas
gerais, que:
* neste final de milênio a sociedade brasileira vive um momento de rápidas
transformações econômicas e tecnológicas, ao mesmo tempo em que os avanços na
cultura e na educação transcorrem de forma bastante lenta. Em função de uma
economia dependente, não se desenvolveu uma cultura e um sistema educacional que
pudesse fortalecer a economia, fazendo-a caminhar para a auto-suficiência;
* embora a “modernização” no Brasil tenha acontecido de forma surpreendente
rápida, pela importação de bens tecnológicos, ela não se fez acompanhar da
construção de uma consciência em torno de um desenvolvimento auto-sustentável;
* ao lado de um progresso material “milagroso”, a injusta distribuição de renda
aprofundou a estratificação social, fazendo com que parte considerável da população
não tenha condições de fazer valer seus direitos e seus interesses fundamentais,
tornando mais agudo o descompasso entre progresso econômico e desenvolvimento
social;
* situações conflituosas foram emergindo, como válvula de escape das
injustiças acumuladas nos planos econômico e social: violência no campo e na cidade,
segregação entre grupos sociais, preconceitos de vários tipos, consumo de drogas;
* ao lado de uma enorme ampliação dos recursos de comunicação e
informação, especialmente nos grandes centros, a solidariedade é pouco vivida nessas
comunidades, assim como são pouco cultivados os bens culturais locais;
* embora os recursos naturais brasileiros sejam de grande importância para
todo o planeta, levando-se em conta a existência de ecossistemas fundamentais, como
as florestas tropicais, o pantanal, o cerrado, os mangues e restingas e até de uma
grande parte da água doce disponível para o consumo humano, é preocupante a forma
34

como eles ainda são tratados. Produtores em geral pouco conhecem sobre a
importância de se valorizar o ambiente em que atuam. A extração de determinados
tipos de bens traz lucros para um pequeno grupo de pessoas, que muitas vezes nem
são habitantes da região e levam a riqueza para longe e até para fora do país,
deixando em seu lugar uma devastação que custará caro à saúde da população e aos
cofres públicos;
* por outro lado, a degradação está também nos ambientes intensamente
urbanizados, nos quais se insere a maior parte da população brasileira e nos quais a
fome, a miséria, a injustiça social, a violência e a baixa qualidade de vida estão
fortemente presentes;
* o exercício da cidadania, que pressupõe a participação política de todos na
definição de rumos que serão assumidos pela nação e que se expressa não apenas na
escolha de representantes políticos e governantes, mas também na participação em
movimentos sociais, no envolvimento com temas e questões da nação em todos os
níveis da vida cotidiana, é prática pouco desenvolvida entre as pessoas;
Como formadora de cidadãos, a Escola não interessa apenas à família
do aluno, mas a todos os segmentos da sociedade que, de alguma forma, deverão
participar de todas as etapas da elaboração do Projeto Político Pedagógico.
A comunidade pode ser excelente parceira da escola, oferecendo apoio
estratégico e contribuindo com seu saber espontâneo e recebendo em troca o saber
mais elaborado produzido pela escola elevando, assim, o seu nível de qualidade de
vida. Todos os problemas, interesses, preocupações e projetos da comunidade
devem ser abordados e sistematizados pela escola, através dos diversos
componentes disciplinares.
O homem vive em sociedade e, em função dessa relação social, desenvolve
características específicas, que lhe são peculiares e que possibilitam sua
singularidade enquanto espécie. A maturação do ser humano é decorrente de um
processo de sociabilidade e pode-se citar, por exemplo, a linguagem como
construção necessária a essa sociabilidade.
É possível afirmar que em função do estabelecimento da relação em
sociedade, o homem se humanizou. Essa humanização permite a cada nova
geração o conhecimento, a adaptação e a absorção do que a humanidade construiu,
possibilitando também a transformação e a reconstrução dessa geração e,
consequentemente, dessa sociedade.
35

A educação deve possibilitar ao homem o conhecimento e os instrumentos


necessários para interpretar e decifrar a realidade, para realizar escolhas e para agir
sobre o seu destino. Na ação educativa, o que deve estar implícito é o
aperfeiçoamento do próprio homem.
As novas gerações recebem uma herança social das gerações mais velhas,
herança essa que pode ser a solução dos problemas do passado. Por conseguinte,
recebem também como herança novos problemas sociais a serem enfrentados e
situações de vida ainda não resolvidas. A ação educativa consiste em oferecer ao
homem condições de discernimento e superação desses problemas, a fim de
estabelecer escolhas a partir dos próprios interesses, valores e ideais.
A escola se configura como um espaço definido para o desenvolvimento do
ensino, ou seja, como um espaço organizado, planejado e instituído para promover a
apropriação do conhecimento sistematizado e universalizado. É importante
considerar, ainda, que a escola possibilita, também, em função de uma condição
histórico-cultural, o desenvolvimento implícito e/ou explícito da ação educativa numa
abordagem mais ampla.
Princípios norteadores da educação como política da igualdade, ética da
identidade, estética da sensibilidade, autonomia e diversidade, uma vez instituídos
por uma proposta oficial, devem estar presentes na escola pela reflexão dos sujeitos
envolvidos na ação educativa.
A educação é um processo tipicamente humano que possui a especificidade
humana de formar cidadãos por meios de conteúdos “não materiais”, que são as
ideias, os valores e os conteúdos, os quais influirão decisivamente na vida de cada
um.
A educação supõe um processo tipicamente humano, que se realiza de forma
intencional e integradora, para a organização do comportamento mais conveniente
para o sujeito em seu entorno próprio e determinado pela aquisição de
conhecimentos, automatização das formas de atuação e a interiorização de atitudes
que lhe atribuem valor em seu conjunto e em suas peculiaridades. (GENTO, 1996, p.
67)
Dizer que a educação é um fenômeno próprio dos seres humanos significa
afirmar que ela é, ao mesmo tempo, uma exigência para o processo de trabalho
sendo, ela própria, um processo de trabalho, pois “para sobreviver, o homem
necessita extrair da natureza, ativa e intencionalmente, os meios de sua
36

subsistência. Ao fazer isso, ele inicia o processo de transformação da natureza,


criando um mundo humano (o mundo da cultura)”. (SAVIANI, 1991, p.19).
O entorno próprio de cada sujeito, hoje, em qualquer parte do mundo, mesmo
que em condições diferenciadas, se configura como um contexto mundial que
penetra cada vida, através dos meios de comunicação e das tecnologias, causando,
ao mesmo tempo, impactos, perplexidades e motivação fascinantes. Vive-se um
tempo de transformação sem precedentes na história da humanidade, que tem
recebido muitas denominações – sociedade do conhecimento, era do conhecimento,
sociedade em rede, sociedade da comunicação, sociedade global, aldeia global,
sociedade mundializada – para citar algumas, e que expressam as características
dos tempos atuais, configurando novos conceitos de tempo e de espaço, gerando
novas formas de pensar, de sentir e de agir em todas as pessoas. O elemento
comum entre esses diversos modos de nomear o cenário atual se refere ao papel
protagônico do conhecimento na organização social e econômica atual, o que tende
a definir a centralidade e a importância da educação e da sua gestão, assim como a
instituição escolar no processo de transmissão/assimilação do conhecimento
científico.
Sempre que a sociedade se defronta com mudanças significativas em suas
bases econômicas, sociais e tecnológicas, novas atribuições passam a ser exigidas
da escola, da educação e da sua gestão. Consequentemente, sua função social
necessita ser revista, seus limites e possibilidades questionados, pois a escola e as
diversas formas de se fazer educação estão inseridas na chamada “sociedade
global”, também considerada “sociedade do conhecimento”, onde as violentas e
profundas transformações no mundo do trabalho e nas relações sociais vêm
causando impactos desestabilizadores à humanidade e, consequentemente,
exigindo novos conteúdos de formação, novas formas de organização da gestão da
educação, ressignificando o valor da teoria e da prática da administração na
educação.
É sabido que, da formação que a escola propicia e administra dependerá a
vida futura de todos os que a ela tiverem acesso. É sabido, também, que a escola
está inserida na “sociedade global”, refletindo os impactos e exigindo novos
conteúdos de formação, novas formas de organização e gestão da educação,
ressignificando o valor da teoria e da prática da administração da educação
(FERREIRA, 2002).
37

Depreende-se, daí, que de uma boa ou má administração dependerá a vida


futura de todos os que passarem pela escola ou que tiverem acesso às novas
modalidades de ensino e formação. Uma boa ou má gestão da educação exercerá
uma influência decisiva sobre a possibilidade de acesso às oportunidades sociais da
vida em sociedade, pois a organização do trabalho pedagógico da escola e sua
gestão revelam seu caráter excludente ou inclusiva.
Um dos elementos para compreender o processo das profundas
transformações em que se vive é o aumento progressivo da interdependência dos
países, dos governos, das empresas e dos indivíduos em relação ao conhecimento.
A maneira como os seres humanos partilham o conhecimento, criando outros, é
facilitada pela rápida divulgação através dos meios de comunicação e pela
tecnologia da informação.
É nesse contexto que se deve ter uma concepção de homem levando em
consideração todos os seus aspectos, pois ele:
 É um ser que tem alma ou espírito;
 É livre;
 Elege valores e atua de acordo com eles;
 Tem uma inteligência teórica e sentimentos superiores;
 Vive em sociedade e tem uma história, porque é capaz de evoluir
constantemente;
 Cria bens culturais e faz uso de uma linguagem convencional.
Agrupando essas diferentes posições, pode-se afirmar que a linguagem
convencional, bem como as normas morais e valores que regem a conduta de um
indivíduo ou de um grupo são bens culturais e resultam da vida do homem em
sociedade. Toda cultura é histórica em sua origem e em suas projeções.
Pode-se afirmar que o homem é um ser pensante. Assim, não só é capaz de
tomar contato com a realidade exterior, transformando-a, se necessário, mas
também de se interessar pelo seu mundo interior, buscando continuamente
autoconhecimento e aperfeiçoamento.
Como ser racional e pensante, transcende os limites impostos pelo seu corpo
e cria novas realidades, novas coisas, bem como é capaz de se recriar, modificando-
se e aperfeiçoando-se. Por meio do pensamento, o homem se projeta no futuro em
38

busca do infinito. O pensamento impulsiona o homem à ação, o qual age melhor


porque é guiado pela razão.
O pensamento e a inteligência permitem ao homem ressaltar o passado, para
melhor compreender o presente e planejar o futuro de forma mais adequada e
promissora. Como ser inventivo e criativo que é, essa apropriação do passado não
se faz de maneira predeterminada e repetitiva. Os conhecimentos são
constantemente renovados, o que permite e garante o avanço e o progresso de
cada geração em relação aos seus antepassados. Assim, ao mesmo tempo em que
o homem reproduz o que já existe, é capaz de inovar por meio do uso inteligente e
criativo do pensamento.
O homem, à medida que procura ultrapassar os limites impostos pelo meio
físico e cultural em que vive e, em certo sentido, ultrapassar-se e lançar-se em
busca de outras realidades a que aspira, é movido por uma gama imensa e variada
de desejos e necessidades sensíveis, morais, racionais e espirituais que o
impulsionam na direção da sua plenitude.
O homem é o único ser que tem consciência de sua finalidade. Ele sabe que
sua vida tem começo, meio e fim: é um “ser para a mente”. Dessa maneira, ele não
se satisfaz com o que é ou com aquilo que possui. Está continuamente buscando
algo mais. Aspira ao infinito e deseja alcançá-lo. Ao mesmo tempo, está consciente
de seus limites: É um ser finito, que procura a perfeição e o absoluto.
Essa situação contraditória e paradoxal gera uma crise existencial, superada
em parte pela crença da imortalidade da alma e na existência de um Deus e de uma
vida após a morte. É a maneira encontrada pelo homem para transcender a
contingência e a limitação imposta pela matéria e alçar vôo rumo à espiritualidade.
Saindo do ciclo material animal e, mesmo, racional, ele se projeta no mundo
espiritual, na esfera do absoluto e do infinito. Assim, pode-se afirmar que o homem é
um ser religioso e espiritual: adora, cultua e reverencia divindades consideradas
entidades superiores e transcendentais. Diante de um mundo hostil e de uma
realidade indecifrável, ele reza, arrepende-se, pede perdão pelos erros cometidos e
envoca proteção e segurança a um Deus que condensa as ideias de infinitude,
perfeição e completude.
Entendendo o conhecimento como um valor de ordem maior, a maioria dos
pais procura propiciá-lo a seus filhos, até mais que os bens materiais, a fim de
39

garantir maneiras para poderem continuar adquirindo mais conhecimentos, em um


processo de produção permanente para enfrentar o presente e o futuro.
Essa nova relação das pessoas com o conhecimento traz duas
consequências para a escola e para a educação. A primeira delas é a importância
social, já que é a partir da educação e da escola que a maior parte da população
tem acesso ao conhecimento. Na verdade, vive-se em um tempo no qual a
informação está, a um só tempo, disponível como nunca esteve e,
contraditoriamente, inacessível a grandes parcelas da população brasileira e
mundial. Estudiosos da “era da informação” têm observado que a globalização
marginaliza povos e países que têm sido excluídos das redes de informação, pois há
uma tendência à concentração nas economias avançadas de produção e entre as
pessoas instruídas numa faixa de 20 a 40 anos. Segundo a Organização das
Nações Unidas (ONU), apenas 5% da população mundial está inserida no mundo
digital. A internet, mesmo com todas as possibilidades que acena (para quem a pode
acessar), está criando um abismo entre os mais ricos e os mais pobres.
(CASTELLS, 2000).
A segunda consequência é a necessidade que a escola tem de repensar
profundamente sua organização, sua gestão, sua maneira de definir os tempos, os
espaços, os conteúdos, os meios e as formas de ensinar, isto é, ensinar bem e
preparar todos os indivíduos para exercer a cidadania e o trabalho no contexto de
uma sociedade complexa, enquanto se realizam como pessoas. Isso vai exigir uma
construção coletiva da gestão da educação, por meio do projeto pedagógico da
escola que cumpre, dessa forma, sua função social e seu projeto político-
institucional.
O ato de educar envolve a tomada de decisão e a administração, ou seja,
exige plano, organização, execução, obedientes a meios e a técnicas. De modo
geral, o professor administra a lição à classe, ensina, ou seja, transmite, comunica o
conhecimento, função antes artística do que técnica e orienta ou aconselha o aluno,
função antes moral, envolvendo sabedoria, intuição e empatia humana. (TEIXEIRA,
1968, p. 17).
Refere-se, nesse sentido, ao compromisso político e pedagógico coletivo, à
disciplina, e à necessária de diretividade para o que foi planejado e organizado,
buscando sua concretização em sala de aula. Refere-se, também, à necessária
direção do processo educativo que se faz com os mesmos princípios e valores,
40

pressupostos teóricos e metodológicos postulados por todos, conteúdos científicos,


técnicos, éticos e humanos e “sabedoria”, desde a construção coletiva inicial do
projeto político-pedagógico, que continua sendo reconstruído a cada momento em
que se faz prática, quando a “idéia” se transforma em “ato” e possibilita um novo
“pensar” sobre todo esse processo de formação humana que se realiza na escola e
pelo qual a gestão da educação é responsável. A razão de ser da gestão da
educação consiste, portanto, na garantia de qualidade do processo de formação
humana expresso no Projeto Político-Pedagógico, que possibilitará ao educando
crescer e nos conteúdos do ensino, que são conteúdos da vida (FERREIRA, 2002).
Necessário se faz, também, construir uma pedagogia de esperança e uma
gestão democrática de tolerância, respeito e solidariedade que guie ao crítico
caminho da verdade – não ao dos mitos, não ao das mentiras – mas rumo à
reapropriação da dignidade, a uma administração da educação que propicie um
mundo mais harmonioso, menos discriminatório, mais justo e mais humano. Uma
pedagogia da esperança e uma gestão democrática da educação que rechace a
política do ódio, da intolerância, da competição, do orgulho e da vaidade, da divisão
da sociedade, enquanto elogia a diversidade dentro da unidade.
Para uma primeira aproximação do conceito de currículo, nada mais oportuno
que recorrer às preciosas palavras de Contreras (1991), para quem o currículo diz
respeito ao conjunto das decisões educativas para a escola. O currículo deve ser
entendido como uma ferramenta conceitual que supõe sempre, de forma explícita e
tácita, uma resposta às perguntas: o que ensinar, como e por que ensinar? Pensar
em currículo pressupõe pensar a educação tendo em vista a questão dos conteúdos.
Contreras (1991) afirma que as concepções curriculares variam em função dos
distintos valores educativos que lhes dão a vida. Há que se pensar também, que na
medida em que o currículo diz respeito às decisões educativas para a escola, acha-
se mediado por problemas institucionais e, por conseguinte, reflete sempre as
circunstâncias históricas e sociais sob as quais foi pensado. Da mesma maneira,
pelo fato de referir-se a problemas escolares, não se pode realizar abstrações sobre
o seu funcionamento real nas classes. Significa dizer que um currículo não nasce
apenas para ser formulado, nem é somente um problema acadêmico ou teórico. Ele
nasce para ser realizado, de um modo ou de outro.
Currículo, portanto, é uma construção social do conhecimento, pressupondo
sistematização dos meios que esta construção se efetive. A transmissão dos
41

conhecimentos historicamente produzidos e as formas de assimilá-los, portanto,


produção, transmissão e assimilação são processos que compõem uma metodologia
de construção coletiva do conhecimento escolar, ou seja, o currículo propriamente
dito. Neste sentido, o currículo se refere à organização do conhecimento escolar
(VEIGA, 1998 p. 11-35).
Quanto ao planejamento, primeiramente é necessária a conscientização de
que a Escola se compõe de diversos segmentos, os quais se encontram em
diversos estágios de desenvolvimento e que todos estão em processo de contínuo
de aprendizagem. Não há uma unanimidade sobre o papel da escola, seus
objetivos, fins e conteúdos a serem ensinados.
Essa diversidade, longe de se constituir em problema, representa uma
riqueza que não pode ser desperdiçada. É preciso apenas que todos sejam
convidados a participar de todo o processo de elaboração do Projeto Pedagógico. A
primeira premissa a ser estabelecida deve ser a de que todos são capazes de
colaborar na produção de um projeto, Se a tarefa de produção do projeto
pedagógico for delegada aos técnicos, é possível que se tenha um belo projeto, mas
com certeza estará fadado ao insucesso, porque mais uma vez se estará caindo no
erro de separar o fazer do saber fazer.
A elaboração do Projeto Pedagógico deve ser compreendida na perspectiva
da cidadania como exercício pleno e democrático dos direitos e deveres de todos os
membros da comunidade. O planejamento educacional e a organização do trabalho
escolar, pensados e acompanhados por todos e para todos, não serão atividades
meramente burocráticas, técnicas, mas um exercício de cidadania, porque envolverá
a participação e a tomada de decisões da população em relação a um serviço
público do qual ela é beneficiária. Esse planejamento socializado poderá se
constituir em um instrumento para a construção da educação para a cidadania, a
partir da integração das forças de todos os sujeitos, segmentos comunitários e
sociais que, direta ou indiretamente, atuam e se relacionam com a escola e com
todas as instâncias do governo.
Planejamento socializado pressupõe a valorização de todos os níveis de
participação da escola: alunos, direção, funcionários, professores, comunidade
escolar e comunidade extra-escolar, dividindo com eles o poder de decisão.
Outro pressuposto do planejamento socializado é a inexistência de momentos
estanques do ato de planejar, isto é, todos participam de todos os momentos da
42

atividade de planejar, entendendo esse processo participativo em seu dinamismo,


sentindo as tensões que precisam ser vividas e administradas como aspecto
importante na construção da cidadania.
A estratégia ascendente garantirá a participação de todos os segmentos
através da formação de grupos multi-segmentários, cujas decisões deverão ser
consolidadas e aprovadas pela maioria.
Para dar conta dessa nova realidade, a educação escolar deverá abandonar o
modelo conservador de saber fragmentado classificado nas diversas disciplinas e
partir para a interdisciplinaridade ou transdisciplinaridade, articulando saber,
conhecimento, vivência, escola, comunidade, meio ambiente, artes, etc. A
diversidade cultural é a riqueza da humanidade. Para cumprir sua tarefa, a escola
precisa mostrar aos alunos que existem outras culturas além da sua. A autonomia da
escola não significa isolamento ou fechamento em uma cultura particular. Escola
autônoma significa escola curiosa, ousada, buscando dialogar com todas as culturas
e concepções de mundo. O Projeto Pedagógico deverá partir da realidade do aluno,
da sua comunidade e do seu contexto cultural.
É uma reivindicação de pais e de alunos facilitar a aprendizagem dos mesmos,
em todos os componentes curriculares, a partir do conhecimento que já possuem como
agricultores.
Para que haja o envolvimento de todas as disciplinas nesse projeto
educacional, os conteúdos serão organizados em torno de temas geradores, de
acordo com as sugestões de pais, alunos e professores.
Os conteúdos das disciplinas da grade curricular procuram contemplar tanto
os conhecimentos científicos universais, quanto as especificidades da realidade.
Portanto, são voltados para a educação do campo. Os conteúdos a serem
trabalhados nas diferentes séries deverão estar contextualizados, ser significativos e
atender à comunidade escolar.
Ainda nesse sentido, os professores das diferentes disciplinas deverão elaborar
projetos usando a cultura local e desenvolvê-los durante o ano letivo.
Em função de se ter uma visão clara de como está se processando a
transmissão dos conhecimentos pelo professor em sala de aula, opta-se pelo
planejamento bimestral, sendo que as áreas se reúnem a cada final de bimestre para
discutir e planejar o bimestre seguinte.
43

A escola será avaliada a cada bimestre através de uma reunião e consulta direta
a todos os seus segmentos, para que se cumpra o propósito da gestão democrática.
A metodologia utilizada será a mais diversificada possível, abrangendo
projetos, aulas expositivas, pesquisas escolares, aulas práticas, aulas de campo,
dramatização, música, etc, utilizando os mais diferentes materiais, os quais prendam
a atenção dos alunos, de acordo com a faixa etária dos mesmos. A metodologia
pretendida é aquela que vem atender às diversidades de aprendizagens
apresentadas pelo aluno nas diferentes séries, e que deem conta do
desenvolvimento do conteúdo a ser trabalhado, de forma concreta e significativa
para o aluno.
Quanto à avaliação escolar, esta deve ser entendida como um dos aspectos do
ensino pelo qual o professor estuda e interpreta os dados da aprendizagem e de seu
próprio trabalho com a finalidade de acompanhar e aperfeiçoar o processo de
aprendizagem dos alunos, bem como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes valor.
Nos três parágrafos que seguem, enfoca-se especialmente a avaliação e sua
relação com o trabalho do professor e da escola:
“A avaliação deve dar condições para que seja possível ao professor tomar
decisões quanto ao aperfeiçoamento das situações de aprendizagem”.
“A avaliação deve proporcionar dados que permitam o estabelecimento de
ensino promover a reformulação do currículo com a necessária adequação dos
conteúdos e métodos de ensino.”
“A avaliação deve possibilitar novas alternativas para o planejamento do
estabelecimento de ensino e do sistema de ensino como um todo”.
Como parte constitutiva do processo ensino aprendizagem, a avaliação é um
processo contínuo e sistemático de obter informações, de diagnosticar processos, de
identificar dificuldades de aprendizagem com vistas à tomada de decisões a respeito
da continuidade do processo pedagógico.
Para ser competente, uma avaliação terá que, necessariamente, levar em
conta o mecanismo de processamento da aprendizagem. Para tanto, cada situação
de ensino exigirá uma estratégia diferente e adequada.
Ao professor que queira exercitar-se em tal prática, é recomendável que se
importe, sobretudo, em estabelecer críticas e paralelismos entre ação, avaliação e
diferentes manifestações pedagógicas.
44

Em estudo sobre avaliação e construção do conhecimento, Hoffmann (1991,


p. 4) vê a avaliação "como um monstro de várias cabeças''. No resultado de
pesquisa com vários professores, onde solicita aos mesmos que relacionem a
palavra "avaliação" a algum personagem, as respostas revelam imagens de
dragões, monstros de várias cabeças, guilhotina, túneis escuros, labirintos e
carrascos. Outras imagens evocam objetos-surpresa ou de controle: bolo de faz-de-
conta, embrulho de presente, radar, termômetro, balança. Raras vezes surgem
imagens de cunho positivo relacionadas à palavra.
Tais resultados sugerem que professores e alunos atribuem significados
diferentes à avaliação relacionados, principalmente, a elementos constituintes da
prática avaliativa tradicional, como prova, nota, conceito, boletim, aprovação,
reprovação e recuperação.
Na verdade, os professores têm dificuldade em relacionar a ação de educar e
a ação de avaliar, exercendo tais ações de forma diferenciada. Avaliação é essencial
à educação, inerente e indissociável enquanto concebida como problematização,
questionamento e reflexão sobre a ação.
Para fazer do processo de avaliação um aliado do processo educativo, o
professor deve ter uma concepção de criança, de jovem e de adulto como sujeitos
do seu próprio desenvolvimento, inseridos no contexto de sua realidade social e
política.
Sob esta ótica, a avaliação deixa de ser um momento terminal do processo de
aprendizagem, para se transformar na busca incessante da compreensão das
dificuldades do aluno, o que proporcionará novas oportunidades de conhecimento.
É possível afirmar que a avaliação, enquanto práxis democrática, é um dos
fundamentos da educação emancipadora, sendo que quaisquer mecanismos,
instrumentos ou estratégia política de avaliação que dificultem, neguem ou excluam
a possibilidade dos(as) educandos(as) de apreender e aprender criticamente o
conhecimento, de ressignificá-lo com autonomia e com liberdade, são transgressões
da ética e estão negando a cada criança, jovem ou adulto(a) o direito civilizatório de
uma educação de qualidade, substantivamente democrática, em outras palavras,
estão negando a vida ou o direito à vida a eles e a elas.
Nesse sentido, a avaliação deve promover aprendizagens que criem vida, nas
sociedades, nas comunidades, nas famílias, nas escolas e nos mais diversos
recantos deste planeta; deve ativar práticas educativas que produzam conhecimento
45

do mundo e um bem querer ao outro e à outra, a alegria da convivência, a


participação, a curiosidade epistemológica, a investigação, o avaliar sem medo de
ser punido(a), as aprendizagens que tornem a vida plena de dignidade, de justiça e
de solidariedade.
O corpo docente do Colégio Escola Estadual Augusto Antônio da Paixão
optou pela prática da avaliação formativa, entendendo que ela é uma utopia
possível, pois segundo Hadji (2001), esse tipo de avaliação enfatiza o ato de avaliar
como um processo de comunicação que precisa ser construído através de uma
abordagem sócio-cognitiva e qualitativa. Ela se constrói em função da história das
interações do professor com os alunos, da história escolar e da história social. Ela
traz uma intencionalidade formativa para além da regulação do processo do ensino
aprendizagem.
A avaliação não é formativa por acaso, mas ela se torna formativa quando é
vinculada a um projeto construído coletivamente.
A metodologia da avaliação formativa caracteriza-se por desencadear as
aprendizagens, comunicar e informar os resultados com a máxima transparência e
participação, desenvolvidos no processo, para apresentar uma apreciação final.
Na avaliação formativa as dificuldades são fontes de aprendizagens e
acontecem quando elas são remediadas e/ou reorientadas.
Na avaliação formativa, a construção coletiva e declarada de critérios orienta
a auto-avaliação.
A pluridimencionalidade metodológica (técnicas e instrumentos), com
intencionalidade formativa faz parte da avaliação.
Finalmente a avaliação é uma leitura que implica um modelo reduzido do
objeto a ser avaliado. A avaliação sempre informará muito menos do que o aluno
realmente sabe fazer ou aprender.
Portanto, segundo Hadji (2001), a avaliação formativa se compromete com a
aprendizagem do aluno, na sua formação plena, devendo fazer parte do cotidiano de
suas ações.
A avaliação deve, também, ser compreendida dentro da sua instância legal e,
portanto, do ponto de vista da legislação. A década de 90 também anunciou
avanços, considerando-se Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional, nº
9394/96, fruto de muitas lutas e discussões pela democratização no Brasil, a qual
46

destaca alguns pontos que podem contribuir para a construção de uma avaliação
emancipadora e formativa na escola e da escola, nos artigos 12, 13 e 24:
 A exigência da elaboração e execução da proposta pedagógica da escola,
assegurando a participação dos professores nesse processo de construção;
 Cumprimento do plano de trabalho docente, segundo a proposta pedagógica;
 Zelar pela aprendizagem dos alunos;
 Estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;
Chama-se a atenção para o artigo 24 da LDBEN 9394/96, nos seguintes
pontos:
a) a avaliação deverá ser contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao
longo do período sobre os de eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para os alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries, mediante verificação do
aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período
letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas
instituições de ensino em seus regimentos.
Para alcançar seus objetivos, a avaliação deve ser contínua, permanente e
cumulativa, incidindo sobre o desempenho do aluno em todas as experiências de
aprendizagem, fazendo preponderar os aspectos qualitativos sobre os quantitativos, a
atividade crítica, a capacidade de síntese e a elaboração pessoal sobre a
memorização.
De caráter diagnóstico, a avaliação deve verificar não só o aproveitamento do
aluno, mas principalmente a eficácia da prática pedagógica desenvolvida pelo
professor. Essa avaliação deve ser dinâmica, contínua e cooperativa, acompanhando
toda a prática pedagógica e exigindo a participação de todos os envolvidos no
processo educacional, incluindo os pais e a comunidade na qual a Escola está
inserida.
A utilização de testes complementares, trabalhos individuais e em grupo,
pesquisas, debates, entrevistas, auto-avaliação, relatórios, provas e diálogos, também
farão parte das estratégias de avaliação.
47

É fundamental a utilização de diferentes linguagens, como a verbal, a oral, a


escrita, a gráfica, a numérica e a pictórica, de forma a considerar as diferentes aptidões
dos alunos.
Concebendo a aprendizagem como desenvolvimento de esquemas estruturais
mentais, os conteúdos do ensino passam a ser vistos como mediações que
possibilitam o estabelecimento de relações que organizam as estruturas cognitivas. Em
termos mais práticos, isto significa que a aprendizagem, da qual resulta o
conhecimento, caracteriza-se como o processo de passagem de uma para outra etapa
de desenvolvimento do sujeito, perceptível na medida em que ele se torna capaz de
operar em níveis cada vez mais complexos de elaboração. Em conseqüência, a ênfase
na avaliação da aprendizagem deve ser a comparação do aluno com o seu próprio
processo de desenvolvimento e não com fatores externos, tais como a quantidade de
informações acumuladas ou as respostas mecânicas assimiladas pela simples
repetição. “É nesse sentido que, na análise de qualquer instrumento de avaliação, não
importa muito saber quantas respostas certas ou erradas o aluno alcançou, mas,
fundamentalmente, é importante saber como o mesmo chegou a elas, que hipóteses
ou relações foram estabelecidas.” (SANTIAGO, 1994, p.68).
No processo de apropriação de conhecimentos, é preciso considerar a
aprendizagem que foi estabelecida como fundamental dentro do projeto desenvolvido,
que é pré-requisito para o prosseguimento dos estudos. Isso está estabelecido no
Plano de Trabalho Docente de cada disciplina e de cada professor.
É importante, também, considerar o desenvolvimento dos conteúdos
procedimentais e as mudanças comportamentais esperadas no final de cada etapa.
Essas mudanças comportamentais se referem aos conteúdos atitudinais – hábitos e
atitudes.
O caminho percorrido pelo aluno no processo da aprendizagem também deve
ser considerado, tendo como referencial seu nível de conhecimento no início do
período letivo e no final, evitando comparações com outros alunos.
A avaliação, talvez, seja o tema mais discutido pelos educadores nos últimos
anos. O aluno é convidado a fazer uma auto-avaliação do seu desempenho durante
o bimestre. Alguns professores também solicitam uma avaliação descritiva da sua
atuação como docente. Só não há muita unidade nos critérios usados pelos
professores. Alguns professores são mais rigorosos do que outros nas exigências
em relação aos trabalhos escolares, aos prazos de entrega e na atribuição de notas.
48

Portanto é pretensão da Escola que a construção coletiva do Projeto Político


Pedagógico possa estar criando essa unidade de critérios avaliativos, através da
reflexão e da ação.
Apesar de ter ocorrido muitas mudanças em relação ao processo de
avaliação anterior, que era extremamente tradicional, percebe-se que muitos
professores ainda têm dificuldades em aplicar um processo mais formativo de
avaliação, pois tiveram suas experiências acadêmicas ainda de forma tradicional.

3 MARCO OPERACIONAL

3.1 AVALIAÇÃO

Quanto ao aproveitamento escolar, este Estabelecimento de Ensino, apesar


de sua localização e isolamento, pretende fazer parte daqueles com baixíssimo
índice de repetência. Sua meta é a de próximo a zero, sem que com isso o ensino
seja banalizado.
O principal instrumento utilizado para avaliar o ensino ofertado pela Escola é o
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e o Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Através deles é possível avaliar a
qualidade do ensino ministrado e verificar os fatores contextuais e escolares que
incidem na qualidade do ensino; é possível, também, avaliar o perfil dos gestores e os
mecanismos de gestão escolar, bem como o perfil dos educadores e as práticas
pedagógicas adotadas; não deixará de avaliar, também, as características
socioculturais e os hábitos de estudos dos alunos.
A análise dos resultados desses levantamentos permite acompanhar a evolução
do desempenho dos alunos e dos diversos fatores incidentes na qualidade e na
efetividade do ensino ministrado na escola, possibilitando a definição de ações
voltadas para a correção das distorções identificadas e o aperfeiçoamento das práticas
e do desempenho apresentado pela escola. Essas informações são repassadas à
comunidade, para que haja um acompanhamento do ensino ofertado frente às demais
instituições.
Além da utilização do SAEB e o IDEB, os relatórios finais também são
utilizados. A família é consultada com certa frequência, para saber se a Escola está
cumprindo com as expectativas.
49

De acordo com a Deliberação 07/99 – CEE, a avaliação deve ser entendida


como um dos aspectos do ensino pelo qual o professor estuda e interpreta os dados
da aprendizagem e de seu próprio trabalho, com as finalidades de acompanhar e
aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, bem como diagnosticar seus
resultados e atribuir-lhes valor. A avaliação deve dar condições para que seja
possível ao professor tomar decisões quanto ao aperfeiçoamento das situações de
aprendizagem, proporcionando dados que permitam ao estabelecimento de ensino
promover a reformulação do currículo com adequação dos conteúdos e métodos de
ensino. A avaliação também deve possibilitar novas alternativas para o planejamento
do estabelecimento de ensino e do sistema de ensino como um todo.
A avaliação do aproveitamento escolar deverá incidir sobre o desempenho do
aluno em diferentes situações de aprendizagem, devendo ser utilizadas técnicas e
instrumentos diversificados para a mesma e sendo vedada a avaliação em que os
alunos são submetidos a uma única oportunidade de aferição. A avaliação deve
utilizar procedimentos que assegurem a comparação com os parâmetros indicados
pelos conteúdos de ensino, evitando-se a comparação dos alunos entre si. Na
avaliação do aproveitamento escolar, deverão preponderar os aspectos qualitativos
da aprendizagem, considerada a interdisciplinariedade e a multidisciplinariedade dos
conteúdos. Além disso, dar-se-á relevância à atividade crítica, à capacidade de
síntese e à elaboração pessoal, sobre a memorização.
Para que a avaliação cumpra sua finalidade educativa, deverá ser contínua,
permanente e cumulativa, devendo obedecer à ordenação e à sequência do ensino
e da aprendizagem, bem como à orientação do currículo, devendo ser considerados
os resultados obtidos durante o período letivo, num processo contínuo cujo resultado
final venha a incorporá-los, expressando a totalidade do aproveitamento escolar,
tomado na sua melhor forma.
A nota do bimestre é resultante da somatória dos valores atribuídos em cada
instrumento de avaliação, sendo valores cumulativos em várias aferições, na
sequência e ordenação dos conteúdos, não sendo permitido submeter o aluno a
uma única oportunidade de aferição.
As avaliações bimestrais são expressas em notas de 0,0 a 10,0 ( zero a dez),
devendo ser considerados os resultados obtidos, num processo contínuo que expresse
a totalidade do aproveitamento.
50

Será considerado aprovado o aluno que apresentar frequência igual ou superior


a 75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária do período letivo e média
anual igual ou superior a 6,0 (seis), resultante da média aritmética dos bimestres, nas
respectivas disciplinas, como está disposto a seguir:
1.º B + 2.º B + 3.º B + 4.º B = 6,0
4
Será considerado reprovado o aluno que apresentar frequência inferior a 75%
(setenta e cinco por cento) sobre o total da carga horária da série ou período letivo,
com qualquer média anual.
O aluno que apresentar frequência igual ou superior a 75% (setenta e cinco por
cento) e média anual inferior a 6,0 (seis vírgula zero), ao longo da série ou período
letivo, terá seu caso submetido à análise do Conselho de Classe, que decidirá por sua
aprovação ou reprovação.
A recuperação será feita de forma paralela e se realizará com base em projeto
elaborado pelo professor da disciplina, sob a orientação da Equipe Pedagógica. O
aluno receberá o acompanhamento do professor para realizar os estudos dos
conteúdos não apropriados no período anterior e será considerado recuperado se
demonstrar domínio do conteúdo, objeto da recuperação.
Os trabalhos de recuperação serão arquivados na pasta individual do aluno e
os resultados serão incorporados aos das avaliações efetuadas durante o período
letivo, constituindo-se em mais um componente do aproveitamento escolar. O aluno
terá todas as oportunidades para realizar a recuperação, até o último dia do ano
letivo.
Os instrumentos de avaliação compreendem provas, testes, cartazes,
trabalhos escritos e manuais, relatórios, produção de textos e outras atividades
desenvolvidas pelo professor, sendo que ele deve usar o máximo de instrumentos
diversificados durante o bimestre, para atender às diversidades de formas de
aprender dos alunos.
O registro da avaliação é feito no livro de registro de classe, sendo
estabelecidos pesos próprios. O professor registra o conteúdo avaliado e a data da
avaliação.
O resultado é comunicado aos pais através de um boletim e de uma ficha
cognitiva dos alunos, preenchida pelos professores durante o conselho de classe. O
51

aluno é obrigatoriamente submetido, no mínimo, a três aferições diversificadas por


bimestre, conforme definido no Regimento Escolar.

3.2 CONSELHO DE CLASSE

O Conselho de Classe é o momento de se discutir sobre o processo de


ensino aprendizagem e apontar as dificuldades apresentadas durante o bimestre,
procurando discuti-las e saná-las. Procura-se, primeiramente, diagnosticar o perfil da
turma e em seguida elencar possíveis soluções para sanar as dificuldades dos
alunos com problemas de aprendizagens. Procura-se não mais listar aluno por aluno
e seus respectivos problemas, sem a busca de soluções.
O Conselho de Classe, na medida do possível, deve contar com a
participação dos diversos segmentos, como Conselho Escolar, APMF e alunos,
funcionários, além da presença obrigatória da Equipe de Direção, da Equipe
Pedagógica e dos docentes. A Escola está se organizando para contar com a
participação mais assídua das referidas instâncias colegiadas e dos pais.
O Conselho de Classe é composto por três momentos:
1) O Pré-Conselho – é a oportunidade de levantamento de dados, os quais, uma vez
submetidos à análise do colegiado, permitem a retomada e o redirecionamento do
processo de ensino, com vistas à superação dos problemas levantados e que não
são privativos deste ou daquele aluno ou desta ou daquela disciplina. É um espaço
de diagnóstico do processo de ensino e aprendizagem, mediado pela Equipe
Pedagógica, junto com os alunos e com os professores, ainda que em momentos
diferentes.
2) O Conselho de Classe – é o momento em que os professores se reúnem em
Conselho (grande grupo), onde são discutidos os diagnósticos e proposições
levantados no pré-conselho, estabelecendo-se a comparação entre resultados
anteriores e atuais, entre níveis de aprendizagem diferentes nas turmas e não entre
alunos. A tomada de decisão envolve a compreensão de quais metodologias devem
ser revistas e que ações devem ser empreendidas para se estabelecer um novo
olhar sobre a forma de avaliar, a partir de estratégias que levem em conta as
necessidades dos alunos. Essa reunião não é aquela em que simplesmente se
legitima o fracasso dos alunos, a partir da sua constatação. É o momento de se
52

discutir sobre a melhor maneira de se resolver os problemas apresentados, visando


ao sucesso de todos os alunos no processo pedagógico.
3) O Pós-Conselho – traduz-se nos encaminhamentos e nas ações previstas no
Conselho de Classe propriamente dito, que podem implicar em: retorno aos alunos
sobre sua situação escolar e as questões que a fundamentaram (combinados
necessários); retomada do Plano de Trabalho Docente no que se refere à
organização curricular, encaminhamentos metodológicos, instrumentos e critérios de
avaliação; retorno aos pais/responsáveis sobre o aproveitamento escolar e o
acompanhamento necessário, entre outras ações. Todos esses encaminhamentos
são registrados em ata.

3.3 RELAÇÃO COMUNIDADE/ESCOLA

O Colégio Estadual Augusto Antônio da Paixão tem como estratégia de


articulação escolar com as instâncias família e comunidade, a realização de uma
assembleia geral, no final de cada bimestre, a fim de informar os pais e responsáveis
pelos alunos e consultar os mesmos sobre as melhorias necessárias ao processo
educativo, acatando sugestões de mudanças no sentido tanto pedagógico, quanto do
espaço físico da escola. Pretende-se criar a Escola de Pais, onde serão tratados de
assuntos de interesse dos pais com relação à disciplina dos filhos e de como deverão
ser tratados e conduzidos, a fim de contribuir na aquisição e assimilação da
aprendizagem do aluno.
Visitas às famílias dos alunos, pela Equipe Pedagógica e professores, serão
realizadas, na medida do possível, a fim de conhecer melhor os problemas e a
realidade da comunidade, para uma maior compreensão dessas instâncias.
Gincanas e a Semana da Família na Escola serão eventos fundamentais para
que, de maneira informal, aconteça um maior envolvimento dos pais com a escola e,
consequentemente, uma maior interação venha acontecer entre escola, família e
comunidade.
Além de todas essas atividades que serão realizadas, os pais ou responsáveis
legais pelos alunos serão convocados para comparecerem na escola, a fim de que
respondam pelas atitudes como desvio de condutas dos menores, com o objetivo de
contribuir para as sessões de aconselhamento com a Equipe Pedagógica.
53

O Conselho Escolar e o Grêmio Estudantil são entidades importantes na


articulação entre as instâncias, uma vez que servem de canais de informações e focos
de discussões de todos os segmentos da comunidade escolar, com o objetivo principal
de contribuir significativamente para o desenvolvimento do processo de ensino
aprendizagem.
A partir do momento em que os alunos se assumem como um segmento
comunitário, com interesses específicos, eles tenderão a se organizarem para
defender seus interesses. É o despertar da vontade política que deve ser facilitado e
incentivado pela escola. É através da participação ativa na organização da classe
estudantil que o aluno vai fazer as primeiras experiências de liderança e aprenderá a
se preocupar com as questões da coletividade. A organização dos alunos, através
do Grêmio Estudantil, também os levará a se preocuparem com o bom andamento
da Escola e com a qualidade dos seus serviços pedagógicos.

3.4 ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

A Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, define o estágio como o ato


educativo curricular supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa
à preparação para o trabalho produtivo do estudante. O estádio não obrigatório é
uma atividade opcional, acrescida à carga horária regular e obrigatória. Podem ser
estagiários estudantes que estiverem frequentando o ensino regular, em instituições
de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação
especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da
educação de jovens e adultos, sendo vedada a cobrança de qualquer taxa dos
estudantes a título de remuneração pelos serviços.
Entre os requisitos que devem ser observados para a concessão do estágio
estão:
I – matrícula e frequência regular do educando;
II – celebração de termo de compromisso entre o educando e o Estabelecimento
concedente e a instituição de ensino; e
III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e as previstas no
termo de compromisso.
É papel do Estabelecimento, quanto ao estágio:
54

I – celebrar Termo de Compromisso com a instituição de ensino e o educando,


zelando por seu cumprimento;
II – ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao educando
atividades de aprendizagem social, profissional e cultural, observando o
estabelecido na legislação relacionada à saúde e segurança no trabalho;
III – indicar funcionário do quadro de pessoal, com formação ou experiência
profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para
orientar e supervisionar até dez estagiários simultaneamente;
IV – contratar, em favor do estagiário, seguro contra acidentes pessoais, cuja apólice
seja compatível com valores de mercado, conforme fique estabelecido no termo de
compromisso;
V – por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de realização do
estágio com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da
avaliação de desempenho;
VI – manter à disposição da fiscalização, documentos que comprovem a relação de
estágio;
VII – enviar à instituição de ensino, com periodicidade mínima de seis meses,
relatório de atividades, com vista obrigatória ao estagiário.
A duração permitida para a jornada diária de estágio será de:
a) quatro horas diárias e vinte horas semanais, no caso de estudantes de educação
especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de
educação de jovens e adultos;
b) seis horas diárias e trinta horas semanais, no caso de estudantes do ensino
superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular;
c) oito horas diárias e quarenta horas semanais, no caso de cursos que alternam
teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais,
desde que esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino.
O prazo de duração do estágio é de até dois anos, exceto quando se tratar de
estagiário portador de deficiência (art. 11 da Lei nº 11.788, de 2008).
À Equipe Pedagógica caberá atuar como auxiliar no processo de estágio
identificando as oportunidades, ajustando suas condições de realização e fazendo o
acompanhamento do estagiário, para um melhor aproveitamento das atividades,
visando a um bom atendimento ao mesmo. Cabe também à Equipe Pedagógica
fazer os encaminhamentos necessários para que haja um aproveitamento positivo
55

do Estabelecimento, buscando a troca de experiências entre os educadores e os


estagiários, visando a um aperfeiçoamento do processo educativo e à solução dos
problemas relativos às dificuldades de aprendizagem de alguns alunos, quando for o
caso

3.5 DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS

Os Desafios Educacionais Contemporâneos, como Enfrentamento à


Violência, Uso indevido de Drogas, Sexualidade, Meio Ambiente, Educação Fiscal e
Lei 11645/08, que trata sobre a questão afro-brasileira, africana e indígena, têm uma
historicidade ligada ao papel e à cobrança da sociedade civil organizada, em
especial dos movimentos sociais. A escola precisa vislumbrar em seu Projeto
Político Pedagógico, instrumentos para um agir concreto em situações cotidianas,
como exemplo da questão da violência, sexualidade e uso indevido de drogas.
Tanto os conhecimentos universais como os desafios do cotidiano podem e
devem ser discutidos como expressões históricas, políticas e econômicas da
realidade. O conhecimento não se efetiva sem a capacidade de ir para além da
aparência, da fragmentação, das heranças do empirismo e do positivismo. Sendo o
conhecimento produto da realidade social, os Desafios Educacionais
Contemporâneos devem passar pelo currículo somente como condição de
compreensão do conteúdo nessa totalidade, fazendo parte da intencionalidade do
recorte do conhecimento na disciplina.
Portanto, os Desafios Educacionais Contemporâneos são trabalhados na
escola na medida em que se visualiza no planejamento do professor a consonância
com os conteúdos trabalhados em sala de aula suscitando, através da orientação
pedagógica na elaboração do Plano de Trabalho Docente, a busca pela
interdisciplinaridade, sendo que o professor buscará elementos da realidade
histórica, social, econômica e política, temas como uso indevido de drogas, meio
ambiente, cultura afro-brasileira africana e indígena, para trazer o conhecimento de
forma significativa para o aluno, embasando os conteúdos trabalhados com a
realidade social em que o aluno está inserido, buscando significar o conhecimento.
Assim, os Desafios Educacionais Contemporâneos são trabalhados através
da troca de experiências da Equipe Pedagógica com os professores, em estudos
sobre os cadernos temáticos que tratam sobre cada tema, identificando nos
56

momentos de planejamento e replanejamento, temas condizentes com os conteúdos


planejados pelo professor. Esses desafios são trabalhados na medida em que a
disciplina permite a interdisciplinaridade com o tema em questão. Quando há
oportunidade de ir além daquele conteúdo, o professor aproveita para pesquisar e
trabalhar os temas, sempre descrevendo em seu Plano de Trabalho Docente os
caminhos que utilizou (metodologias), os recursos didáticos, e os instrumentos e
critérios de avaliação que permitiram trabalhar cada tema na sua disciplina e na
justaposição com os conteúdos da DCE e com os conteúdos específicos.
O mundo vem sofrendo mudanças que devem ser acompanhadas pelos
alunos, que devem ser sujeitos críticos, sendo que sua abordagem deve perpassar
todas as disciplinas, de forma interdisciplinar. No caso do meio ambiente, é
importante que o aluno se conscientize de sua parte como cidadão, relacionando as
mudanças que acontecem no mundo, as quais são provocadas pela falta de respeito
do homem ao meio ambiente, como: poluição, lixo, extinção das espécies,
queimadas e aquecimento global. A ideia de sustentabilidade é importante em todas
as disciplinas. É importante que se estabeleça relações entre o progresso
tecnológico e os prejuízos ambientais decorrentes.
A violência e o consumo de drogas passam a fazer parte da ação coletiva na
busca de identidade social. Por isso, o professor deve trabalhar de forma a
incentivar o aluno a buscar novas formas de identidade social, mostrando que o uso
indevido de drogas pode ser prejudicial a sua saúde física, psíquica e emocional, o
que é muito importante ser discutido num contexto de ser integral e compreendido
na fundamentação do Projeto Político Pedagógico.
Da mesma forma, a Lei 11645/08, que trata sobre a obrigatoriedade do ensino
da história e cultura afro-brasileira, africana e indígena, deve ser trabalhada, pois faz
parte dos diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da
população brasileira, a partir da história da África e dos africanos, da luta dos negros
e dos povos indígenas no Brasil e suas contribuições nas áreas econômicas, social
e política na história do Brasil. Esses temas devem ser trabalhados nas diversas
disciplinas, permitindo a sua contextualização.
O tema Educação Fiscal também deve fazer parte do currículo e dos
conteúdos disciplinares, relacionados aos conteúdos (científicos) historicamente
acumulados pela sociedade. A partir da Educação Fiscal, o professor deverá levar o
aluno à reflexão sobre a importância da cidadania política, do acompanhamento,
57

pela sociedade, no que se refere à administração pública, à aplicação de recursos e


à capacidade crítica de entender que a aplicação de recursos públicos tem relação
com o pagamento de impostos pelas pessoas. É importante observar e refletir como
os municípios, os estados e os países estão investindo no bem estar social, como
saúde, educação, transporte, cultura etc. Assim, o cidadão, conhecendo seus
direitos e deveres, poderá intervir na sociedade, representando-a em seus
interesses individuais e coletivos.
O tema sexualidade também deve fazer parte da discussão de educadores,
seja docente, Equipe Pedagógica, Direção e todos os envolvidos na educação,
como funcionários, comunidade, pais e alunos. Deve-se manter uma cultura que
negue todas as formas de preconceito, de alijamento social ou falta de humanismo
às pessoas pela sua escolha ou identidade sexual. Deve ser respeitada a identidade
social das pessoas e todos devem fazer parte desse processo, pois a escola precisa
ser um espaço aberto às diferenças, espaço de diversidade e de aceitação da
mesma, onde se coloque o indivíduo como sujeito de sua aprendizagem e construtor
de sua própria identidade. Todos devem respeitar o gênero e a identidade sexual de
cada um: gays, lésbicas, travestis e transexuais. Esse assunto, portanto, deve ser
trabalhado nas disciplinas e nos conteúdos científicos, trazendo aos alunos a
consciência do respeito às diversidades, dos diferentes gêneros e identidades
sexuais, os quais em momento algum devem ser constrangidos, tendo direito de
serem identificados de acordo com sua identidade sexual, de ser respeitado nessa
escolha e na sua individualidade, tanto por colegas, como por funcionários e
professores.

3.6 PROGRAMAS E PROJETOS

Através da Festa Junina os valores culturais da comunidade podem ser


resgatados. Durante a semana da festa, os alunos pesquisam, em sala de aula e
nas famílias da comunidade, sobre as características da Festa Junina na zona rural,
redigem convites e cartazes, ensaiam a dança da quadrilha e o teatro do casamento
caipira. No dia da festa, organizam as barracas com comidas típicas, atendem as
barracas, como vendedores. A responsabilidade é de todos os professores, da
Direção, da Equipe Pedagógica, das Instâncias Colegiadas, principalmente APMF e de
toda a comunidade escolar. Participam do evento os alunos e a comunidade.
58

O Festival de Danças é uma atividade promovida pelo Colégio Estadual


Princesa Isabel, mas o CEAAP participa. O Festival propicia uma integração entre as
escolas e um meio de os alunos mostrarem suas habilidades artísticas. A
responsabilidade é da Direção da Escola e dos professores que ensaiam os grupos.
Participam do evento alunos, professores e pais.
Na Semana da Pátria são abordados, em sala de aula, temas relacionados ao
Estatuto da Criança e do Adolescente, a mulher, o negro, o índio, os excluídos, etc.
Hinos Pátrios são cantados com hasteamento e arriamento das bandeiras. Participam
dessas atividades toda a escola e a comunidade.
Uma vez por semana antes de iniciar as aulas ou ao término, um hino pátrio é
cantado, com a participação de todos os presentes na escola sob a responsabilidade
dos professores, da Equipe Pedagógica e da Direção.
A Semana Cultural e Esportiva oferece oportunidade de integração entre os
alunos das diversas turmas e séries, através de jogos e atividades artísticas. As
atividades são diversas, como campeonatos de futebol, voleibol e outros esportes,
apresentação de teatros, danças e show de música, apresentação de trabalhos
escolares, etc. A responsabilidade é de todos: alunos, professores, Equipe Pedagógica
e Equipe de Direção. A época de realização da mesma varia, de acordo com o
calendário escolar.
O Jornal Escolar, desenvolvido através do Programa Viva a Escola, objetiva
proporcionar aos alunos, condições reais de produção de textos escritos a serem lidos
por leitores reais. Após estudarem de forma interdisciplinar temas que funcionarão
como centros de interesse, os alunos produzem textos de notícias, relatórios e textos
de opinião que, sob a orientação do professor responsável e depois de revisados, são
publicados no Jornal Escolar para serem lidos pela comunidade. A responsabilidade é
de um dos professores da Língua Portuguesa. Participam alunos, professores e a
comunidade, durante todo o ano letivo.
Através do Programa Viva a Escola, o Estabelecimento também desenvolve a
Agenda 21 Escolar, sob a responsabilidade da professora da disciplina de Geografia e
um Programa de Mobilização para a Gestão Ambiental na escola e na comunidade,
coordenado por uma professora de Ciências. Com esses programas, as professoras
pretendem trabalhar a questão ambiental na Escola e na comunidade, conscientizando
os alunos e toda a comunidade sobre a importância da preservação ambiental e do
desenvolvimento sustentável. Pretende-se, também, reativar a Horta Escolar, com o
59

cultivo de produtos orgânicos e com o reaproveitamento de resíduos para a produção


de adubo. O objetivo é, além de produzir frutas e verduras para enriquecer a merenda
escolar, incentivar os alunos a darem mais valor à vida no campo, mostrando para os
mesmos ser possível ganhar dinheiro com pequenas quantidades de terra. O intuito é
elevar a auto-estima dos jovens, que muitas vezes se vêem desmotivados a
continuarem no campo.
Para enriquecer a visão de mundo dos alunos, a Escola promove:
a) Visitas à comunidade local e a comunidades vizinhas, para colocar o aluno
em contato com conteúdos que ele não vivencia no seu dia-a-dia. A escola realiza
visitas a outras escolas, outras cidades, museus, parques, etc;
b) Palestras sobre temas de interesse específico de jovens e adolescentes;
c) Exibição de filmes e documentários sobre os mais variados temas do
currículo;
d) Instituição do momento da leitura, no qual momento todas as pessoas
presentes na escola deixam de lado as demais atividades para se dedicarem à
leitura de livros e outros textos.

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Cerro Azul, 10 de setembro de 2010

Maria da Conceição Amaral de Pontes

Diretora

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