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TRIBUNAL MARÍTIMO

AR/GAP PROCESSO Nº 28.263/13


ACÓRDÃO

N/M “KING MILO”. Óbito de Comandante de navio fundeado em Santos -


SP. Edema agudo do pulmão aliado a falta de atendimento de urgência.
Condenação. Exculpar.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.


Trata-se de analisar o fato da navegação envolvendo o N/M “KING MILO”,
de bandeira panamenha, tendo como Agente Consignatário a Agência Marítima
Cargonave Ltda. e como Representante contratado pelo Armador a Agência Wilhelmsen
Ships Service do Brasil Ltda., propriedade de Companhia Flor de Vapores S.A. –
Panamá, e armado por Mitsubishi Ore Transport Co. Ltd (MOT), quando no dia
04/02/2013, por volta das 07h50min, encontrava-se no fundeadouro nº 2 da Barra do
Porto de Santos, SP, ocasião em que o comandante do navio veio a falecer antes da
chegada de uma equipe médica a bordo da embarcação, após apresentar problemas de
saúde no dia anterior e no decorrer da madrugada.
Dos depoimentos colhidos e documentos acostados extrai-se que o N/M
“KING MILO”, classificado para a atividade de transporte de carga em área de
navegação mar aberto/longo curso, com 225 metros de comprimento e 40,850 AB, sob o
comando do CLC Federico Geronimo Pascua, filipino, estava no fundeadouro nº 05 no
dia 03/02/2013, aguardando autorização de entrada no porto de Santos para operação de
carga/descarga. Por volta das 19h, o 2º Oficial de Náutica Dolreich Jesus A. Carriedo
estando na sua cabine ouviu ruídos de alguém tossindo vindo do camarote do comandante
do navio que fica bem próximo ao seu, e a tosse era constante. O 3º Oficial de Náutica
Christopher James B. Tecson também ouviu o comandante tossir intensamente, e ambos
foram verificar o que estava acontecendo. Encontraram o comandante reclinado em uma
cadeira enrolado no cobertor e tremendo de frio. O Imediato do navio foi informado da
situação. O 3º Oficial de Náutica permaneceu no camarote assistindo à vítima enquanto o
2º Oficial foi até a enfermaria de bordo pegar material médico. Quando retornou ao
camarote do Comandante, mediu a pressão arterial e a temperatura, avaliou que a
situação de saúde do Comandante não era normal e que precisaria de remoção para um
hospital em terra.
O 2º Oficial de Náutica, quando foi ao passadiço por volta das 23h, fez

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contato com o Armador e a Agência do navio, o Imediato que estava de serviço
comunicava a Praticagem Santos do fato e solicitava permissão para o navio movimentar-
se para o fundeadouro nº 02 e receber o médico de terra à bordo. Segundo o Imediato do
navio, a agência Cargonave e a Praticagem responderam que somente poderia o navio ir
para o fundeadouro nº 02 com a luz do dia. O navio ficou aguardando autorização de
movimentação, a bordo o Comandante permaneceu no seu camarote e era monitorado de
30 em 30 minutos até que, por volta das 04h da manhã do dia 04/02/2013, o 2º Oficial de
Náutica passou o serviço no passadiço, desceu ao camarote do comandante e verificou
que o estado de saúde dele estava se agravando. Notou que saia sangue pela boca e nariz,
avaliando o 2º Oficial de Náutica que poderia tratar-se de um ataque cardíaco. O
Comandante não reclamava de dor, mas sangrava constantemente e com certa
intensidade. Por volta das 04h30min receberam permissão da praticagem para
movimentar o navio para o fundeadouro nº 02, tarefa esta que fizeram devagar por não
haver o prático a bordo. Por volta das 05h o 2º Oficial de Náutica, avaliou a necessidade
de fazer massagem cardiorrespiratória na vítima, no entanto não o fez em virtude do
sangramento muito forte pela boca e nariz. O navio chegou no fundeadouro nº 2 por volta
das 07h15min, o médico do CEMIN – Centro Médico Internacional, Dr. Wander Orsini
Amaral embarcou no navio às 07h40min, e já encontrou e constatou o óbito do
Comandante do navio.
Reynaldo Dogelio Desales, Imediato (Chief Officer), nacionalidade Filipina,
em seu depoimento declarou, em resumo, que, em princípio, a regulamentação do porto é
muito severa; que a comunicação com o Armador, Agente e Praticagem foi muito
demorada; que no dia 03/02/2013 estava de serviço no passadiço das 16-20h quando, às
19h30min o 2º e 3º Oficiais de Náutica o avisaram que o Comandante estava tossindo e
se sentindo mal com dificuldade de respirar, ao que terminou de preencher o diário de
bordo por volta de 20h e ligou para o telefone do superintendente do Armador que
informou que comunicaria a situação ao agente no Brasil; que tentou entrar em contato
com o Agente mas não conseguiu pois o número estava errado, então ligou para a
Praticagem que lhe forneceu o telefone do Agente da Carga. Por volta das 23h a Agência
lhe informou que poderia estar no fundeadouro nº 2 ao raiar do sol, sendo que a mesma
informação foi passada pela Praticagem via rádio VHF por volta de 24h. Há 01h do dia
04/02/2013 recebeu um fax do Armador dizendo que tinham que esperar um helicóptero
e depois foi informado que o helicóptero não seria mais disponibilizado pois era noite.
Mas tarde recebeu ordem do Agente determinando que o navio poderia ir para o

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fundeadouro nº 2 porém teria que chegar ao local com a luz do dia; que o Armador ligou
diversas vezes e que toda tripulação guarnecia postos de atenção em razão da situação de
emergência; que alguém, que não se lembra quem, foi até o passadiço e participou que o
Comandante possivelmente estava morrendo pois sangrava muito pelo nariz, ouvidos e
boca. Às 04h do dia 04/02/2013 levantou o ferro e o navio foi para o fundeadouro nº 2.
Às 07h15min foi ao camarote do Comandante e sentiu que a pulsação estava muito fraca
e ele já não se mexia. O Médico de terra subiu a bordo do navio às 07h40min e às
07h50min declarou a morte do Comandante. Nenhum medicamento foi dado ao
Comandante. Que não recebeu qualquer orientação a respeito de comunicar a situação do
Comandante à Marinha do Brasil; que a função de Médico é exercida pelo próprio
Imediato e o Oficial de Segurança. O Segundo Oficial de Náutica é responsável pelos
medicamentos de bordo e esses dois Oficiais bem como o Terceiro Oficial de náutica são
habilitados a prestar atendimentos médicos a bordo; que para evitar a morte do
Comandante o atendimento fornecido foi muito demorado; que toda tripulação fez o que
podia pelo Comandante.
Dolreich Jesus A. Carriedo, Segundo Oficial de Náutica, nacionalidade
Filipina, em seu depoimento declarou, em resumo, que era o Oficial de Serviço das 12:00
às 16:00 horas e das 00:00 às 04:00 horas; que o Imediato exerce a função de Médico a
bordo, sendo que e o Primeiro Oficial de Náutica, além do Imediato, possuem
certificados que os habilitam a prestar serviços médicos a bordo; que prestou os primeiros
socorros ao Comandante ainda em seu camarote; que o navio estava no fundeadouro nº 5
quando por volta das 19h do dia 03/02/2013 ouviu o Comandante tossir no seu camarote;
que o Terceiro Oficial de Náutica também ouviu as tosses e ambos foram verificar o que
estava ocorrendo. O Comandante estava reclinado numa cadeira coberto com um
cobertor e tremendo de frio. O Terceiro Oficial de Náutica permaneceu no camarote
enquanto foi até o hospital de bordo pegar os equipamentos médicos. A pressão do
Comandante estava alta, temperatura normal 35ºC e ele sentia muito frio; avaliou que a
situação não era normal e solicitou que a pressão arterial e a temperatura fossem
monitoradas a cada 30 minutos. E sempre havia um Oficial junto com o Comandante em
seu camarote; que foi até a sua cabine pegar outros equipamentos médicos, momento em
que, às 20h, o Imediato o chamou no passadiço e solicitou que verificasse se o
Comandante assinaria o pedido médico de solicitação de assistência médica ao Agente. O
Comandante não conseguia falar mas assinou o documento. Ainda no passadiço
participou a situação ao Armador e à Agência, enquanto que o Imediato falava com a

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Praticagem, oportunidade em que solicitou que o navio fosse para o fundeadouro nº 2
para recebimento de médico de terra a bordo, sendo que a Praticagem respondeu que não
permitia a navegação à noite devendo esperar até clarear o dia. Por volta de 04h do dia
04/02/2013, após passar o serviço, retornou ao camarote do Comandante e verificou que
o seu estado de saúde começou a piorar, começou a sair sangue pelo nariz e pela boca e
entendeu que poderia se tratar de ataque cardíaco. O Comandante não reclamava de dor
mas sangrava muito, chegava a escorrer sangue de sua boca e o nariz. Ainda por volta de
04h receberam permissão da Praticagem para movimentar o navio para o fundeadouro nº
2, o que fizeram devagar pois não havia Prático a bordo, e jogaram o ferro. Na opinião do
depoente o Comandante deve ter falecido por volta das 05h40min do dia 04/02/2013,
pois foi quando constatou que não havia mais pulso e nem respiração. Após 30 minutos
de tal constatação o sangue escorrido estava seco, quando o trocaram e colocaram roupas
limpas. O navio possui desfibrilador porém não foi utilizado pois as instruções são
escritas em chinês e portanto a tripulação não sabe usar o equipamento. Por volta das 05h
pensou em realizar massagem cardíaca mas não o fez em razão de estar saindo muito
sangue pela boca do Comandante; que não foi solicitado orientação médica via telefone e
nem foi fornecida tal orientação; que foi solicitada a presença do médico de terra a bordo.
O navio chegou no fundeadouro às 07h15min e o médico foi a bordo às 07h40min, tendo
sido constatado a sua morte. Por orientação desse Médico o corpo deveria ser mantido
com gelo, e deveria ser colocado no freezer antes de 24 horas em razão da decomposição.
O corpo foi colocado no freezer após os alimentos do compartimento serem retirados e
ser realizado a sua limpeza, por volta de 21h25min do dia 04/02/2013. Às 20h25min o
navio começou a se mover para depois dos fundeadouros e às 04h20min do dia
05/02/2013 fundearam novamente no fundeadouro nº 2, sendo que às 14h40min o corpo
foi desembarcado; que não sabe informar sobre problema de saúde do Comandante, mas
afirma que ele tomava continuamente medicamento chamado Metroprolol Tratrate; que o
Comandante realizou exames médicos no dia 21/05/2012; que não se queixou durante a
viagem, entretanto por volta de 24h do dia 02 para o dia 03/02/2013, durante a manobra
de fundear no fundeadouro nº 5 notou que o Comandante apresentava sinais de fraqueza,
mas disse que estava bem; que a causa do falecimento do Comandante foi ataque
cardíaco juntamente com a demora de receber socorro; que deveria ter uma resposta
rápida em caso de emergência. A comunicação foi muito difícil. Deveria ter uma
regulamentação do pais em casos de emergências, pois se tratando de vida ou morte 10
minutos é muita coisa.

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Virgilio R. Cadelina, Chefe de Máquinas, nacionalidade Filipina, em seu
depoimento declarou, em resumo, que tomou conhecimento que o Comandante estava
passando mal pelo Imediato que lhe ligou por volta das 23:00h, que o Comandante não
estava bem e precisava movimentar o navio para o fundeadouro nº 2; se vestiu e foi para
sala de máquinas para prepará-las e depois ligou para o passadiço dando o pronto para a
realização de testes, o que não foi feito imediatamente porque o passadiço informou que
um helicóptero buscaria o Comandante. Embora o navio tenha heliponto e o tempo
estivesse bom, sem chuva o helicóptero não foi enviado e, portanto, os testes de máquinas
foram realizados por volta das 24h do dia 03/02/2013, sendo que recebeu a informação
do Oficial de Serviço de que o navio só poderia jogar o ferro no fundeadouro nº 2 com o
raiar do sol. Às 04h35min do dia 04/02/2013 o navio recebeu permissão para levantar
âncora e bem devagar o navio se dirigiu para o fundeadouro nº 2. O navio navegou
devagar pois somente poderia fundear no fundeadouro nº 2 com o raiar do sol. Às
07h15min o navio jogou o ferro no fundeadouro nº 2 e procuraram uma embarcação com
o Médico de terra a bordo mas não a encontraram; que no dia 23/01/2013 o Comandante
encaminhou um e-mail para o Armador solicitando que fosse substituído quando
chegasse ao porto de Santos no dia 03/02/2013 e requereu também a realização de
exames médicos. Ainda no mesmo e-mail diz que há 3 semanas estava urinando
frequentemente o que causava perda de sono, além disso estava sem apetite e a tripulação
já havia percebido que ele havia perdido peso e que segundo informação de sua filha, que
é medica, poderia ser problema de próstata. Em resposta o Armador disse que o
Comandante sabia que o Chefe de Máquinas e o Imediato seriam desembarcados e que
ele conversasse com o Imediato pois a situação que se encontrava necessitava de atenção;
que para evitar a morte do Comandante poderia ter sido providenciado um helicóptero de
resgate emergencial, que seria o meio eficiente e seguro de desembarcar o Comandante.
Ivo Ferrucio Reche da Silva Filgueiras, Agente Visitador da Empresa
Wilhelmsen Ships Service, em seu depoimento declarou, em resumo, que no dia 03/02
por volta de 21h estava no aniversário de sua mãe quando recebeu uma ligação do Sr.
Ikeda, funcionário da MITSUBISHI, Armador do Navio informando que tinha um
problema médico a bordo e que o navio enviaria por e-mail mais informações, não tendo
dito qual era esse problema. Respondeu que por ser domingo e noite provavelmente não
seria possível ir ao navio. Nesse momento, acreditava que não fosse nada sério. O navio
enviou um e-mail em seguida onde requisitava assistência médica emergencial, anexando
o Relatório Médico de bordo onde dizia que o Comandante estava com pressão alta, tosse

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e dificuldade de respirar, sendo em razão de ser Veterinário, entendeu que o Comandante
poderia estar tendo uma parada cardíaca. Ao receber tal relatório, deslocou-se para sua
residência pois poderia dar melhor acompanhamento ao caso do seu computador ao invés
de ficar acompanhando o caso por celular. Em seguida contatou a Praticagem, era cerca
de 22h, para perguntar sobre a possibilidade de enviar uma lancha com um Médico para o
navio e a Praticagem respondeu que por conta de regulações do Porto de Santos não era
possível enviar lancha após as 18h, sendo que informou à Praticagem que era um caso
urgente e eles disseram que em emergências médicas era possível, porém não
recomendável por questões de segurança. Pediu à Praticagem que contatasse o navio via
rádio e requisitasse que o mesmo viesse para o fundeadouro nº 2. A Praticagem informou
que não poderia fazer tal comunicação pois ficariam responsáveis caso algum acidente
acontecesse. Requisitou então que eles contatassem o navio via rádio e pedissem ao
Comandante que telefonasse para que requisitasse ao navio que viesse para o
fundeadouro nº 2, e neste caso a responsabilidade pelo envio da lancha após às 18h seria
da Agência. Acrescenta que o único contato realizado pelo navio foi feito pelo Imediato
às 21h44min apenas para informar que o e-mail foi enviado. Continuou em contato
telefônico frequente com o Armador sempre reforçando que o navio deveria vir
urgentemente para o fundeadouro nº 2, isto também foi solicitado via e-mail para o
Armador e para o navio (tais e-mails serão entregues até o dia 25/02/2013 à Encarregada
do Inquérito com tradução juramentada). A partir de 22h30min a Agência deu início aos
procedimentos documentais para envio de lancha para levar um Médico de terra a bordo.
Por volta de 23h30min o Médico Dr. Wander já estava disponível na lancha Fabiana (táxi
marítimo) e uma outra lancha Fabiana já estava reservada para atender essa emergência.
Desde às 23h30min até 3h da manhã do dia 04/02 o Médico continuou na lancha de
prontidão aguardando o navio chegar até o fundeadouro nº 2, o que não ocorreu. As 3h da
manhã recebeu uma ligação do Armador informando que o Imediato não se sentia seguro
de levar o navio até o fundeadouro nº 2 sem a presença do Comandante pois poderia
causar um acidente. A insegurança do Imediato se devia ao fato de ele não ter
informações como calado do navio e coordenadas do fundeadouro nº 2. Foi requisitado
pelo Armador, então, que um helicóptero fosse enviado assim que possível ao
fundeadouro nº 5. Acredita que devido às condições do tempo, chuva e vento, não sabia
se seria possível realizar a evacuação do Comandante por helicóptero. Mesmo assim a
Agência tentou entrar em contato com o Corpo de Bombeiros e com o Hospital Albert
Einstein para solicitar um helicóptero, porém sem sucesso, não conseguiu contato. Não

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foi realizado contato com a Capitania dos Portos em razão de acreditar que poderia
cientificá-la no dia seguinte e por entender que as providências junto à Capitania seriam
apenas burocráticas. Às 5h da manhã do dia 04/02 um novo contato foi feito por parte do
Armador informando que o navio estava se deslocando para o fundeadouro nº 2, portanto
o resgate pela lancha Fabiana seria realizado de maneira mais rápida do que fosse feito
pelo helicóptero. Como já relatado o Dr. Wander permaneceu na lancha Fabiana até às 3h
da manhã, depois foi para sua residência onde continuou de prontidão. Assim que
recebeu a informação do Armador sobre a movimentação do navio para o fundeadouro nº
2, entrou em contato com o Centro Médico CEMIN solicitando novamente a presença do
Médico nas lanchas Fabiana. O Médico embarcou na lancha às 07h10min chegando a
bordo 07h40min e atestando o óbito do Comandante às 07h50min. O navio chegou no
fundeadouro 2 às 07h15min. Por volta de 08h10min informou ao Armador via contato
telefônico e e-mail sobre o óbito do Comandante, a partir desse momento iniciaram os
procedimentos formais para armazenagem e desembarque do corpo; que o Comandante
enviou um e-mail ao Armador pelo qual solicitou atendimento médico assim que
atracasse em Santos. No mesmo e-mail disse que há 3 semanas estava urinando
frequentemente o que estava ocasionando perda de sono. Ele informa ter consultado com
sua filha que é Médica e ela suspeitava de problema na próstata. Além disso ele
informava perda de apetite e que a tripulação havia notado que ele estava emagrecendo;
que o equipamento de reanimação (desfibrilador) de bordo tem as suas instruções escritas
em chinês, talvez se fossem escritas em inglês o aparelho poderia ter sido utilizado pela
tripulação; que o navio demorou para iniciar o deslocamento do fundeadouro nº 5 para o
nº 2 para receber o Médico de terra a bordo.
Wander Orsini Amaral, médico, em seu depoimento declarou, em resumo,
que acompanhou toda a movimentação porque a lancha Fabiana (táxi marítimo) tinha o
sistema de PVMS de monitoramento dos navios no porto. Foi acionado por volta das
22:50h pelo seu funcionário que foi contatado pela Agência, Sr. Ivo, e às 23:30h estava a
bordo da lancha “Fabiana” com a finalidade de ir até o navio trazer o Comandante para
atendimento em terra. O navio deveria estar no fundeadouro n° 02 do porto de Santos,
mas viu pelo PVMS que ainda estava longe, no fundeadouro n° 05 e não houve a
aproximação para o n° 02 porque o Imediato não se sentia seguro em trazer o navio para
esse fundeadouro n° 02. Esperou até por volta das 03:00h do dia 04/02/2013, quando
então permaneceu de prontidão em sua residência. Foi chamado novamente por volta de
06:00h, com a informação de que já poderia ir a bordo do navio; dirigiu-se para o porto,

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embarcou na lancha “Fabiana” e foi até o navio, que agora sim, estava no fundeadouro n°
02, o que permitiu entrar na embarcação. Chegando a bordo, foi no camarote do
Comandante o qual estava deitado em sua cama, com uma máscara de oxigênio do tipo
cilindro, não tinha pulso nem reflexo corneano, ou seja, não tinha sinais de vida. Assim,
quando chegou a bordo, o Comandante já havia falecido. Como não sabia quanto tempo
iria levar para o corpo ser desembarcado, orientou a tripulação a colocar gelo em torno de
seu corpo. Que sobre as tratativas para o navio se movimentar do fundeadouro n° 05 para
o 02, entendeu que o Imediato não se sentia seguro. Que não ouviu a Praticagem se
pronunciar, dizendo sobre a impossibilidade ou não recomendando que o navio se
movimentasse do fundeadouro nº 05 para o 02; que não ouviu nada sobre a fala do Sr. Ivo
sobre a vinda do navio para o fundeadouro n° 2.
Cyro Ferraz de Cicco, operador da Praticagem Santos, em seu depoimento
declarou, em resumo, que estava de serviço na Praticagem, no Centro de Operações
(CO), das 19:00h do dia 03/02/2013 até à 01:00h do dia 04/02/2013, sendo que não
houve informação sobre estado de saúde de tripulante do navio. Se tal informação tivesse
sido passada, inclusive sobre a gravidade, seriam tomadas providências internas pela
Praticagem no sentido de atender ao navio: entraria em contato com o Gerente de plantão
informando a ocorrência; um relatório de ocorrência seria formalizado; e seria analisada a
possibilidade do navio ir para o fundeadouro n° 02 (de emergência) porque seria uma
situação extraordinária. Mas não houve qualquer menção sobre o estado de saúde de
tripulante, por isso, referidas providências não foram necessárias. Lembra-se que depois
do dia 03/02/2013 o navio precisou vir para o fundeadouro n° 02 em mais de uma
oportunidade por motivos que não sabe dizer e o Imediato demonstrava insegurança em
vir para este fundeadouro pois alegava que como ele estava sem o Comandante a bordo,
porque ele tinha falecido, solicitava autorização para ir apenas até o fundeadouro n° 03;
que não se lembra de alguma solicitação do navio ou da Agência para que o navio viesse
do fundeadouro n° 05 para o fundeadouro n° 02, mas informa que se a Praticagem tivesse
sido cientificada sobre o estado de saúde do tripulante, outras providências seriam
tomadas; que pode ser que a Praticagem tenha passado a orientação de que poderia estar
no fundeadouro nº 2 ao raiar do sol, pois é a informação transmitida de maneira geral,
entretanto, em casos extraordinários, outras providências devem ser adotadas e a
informação sobre o Comandante estar passando mal não chegou até a Praticagem; que
segundo o Sr. Ivo, Agente: “Em seguida contatou a Praticagem, era cerca de 22h, para
perguntar sobre a possibilidade de enviar uma lancha com um Médico para o navio e a

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Praticagem respondeu que por conta de regulações do Porto de Santos não era possível
enviar lanchas após as 18h, sendo que informou a Praticagem que era um caso urgente e
eles disseram que em emergência Médicas era possível porém não recomendável por
questões de segurança. Pediu a Praticagem que contactasse o navio via rádio e
requisitasse que o mesmo viesse para a o fundeadouro nº 2. A Praticagem informou que
não poderia fazer tal comunicação pois ficariam responsáveis caso algum acidente
acontecesse. Requisitou então que eles contatassem o navio via rádio e pedissem ao
Comandante que telefonasse para que requisitasse ao navio que viesse para a o
fundeadouro nº 2, e neste caso a responsabilidade pelo envio da lancha após às 18h
seria da Agência”. E sobre esta afirmação do Sr. Ivo, afirmou que chamar o navio para
vir para o fundeadouro n° 02, não cabe mesmo à Praticagem dizer para o navio se
movimentar. Em casos de problemas graves de saúde, ou qualquer outra causa relevante,
não sendo possível a agência contatar o navio, e mediante solicitação desta, a Praticagem
fala diretamente com o navio transmitindo a mensagem da Agência. Mas nesse caso, não
foi informado sobre problema de saúde envolvendo tripulante. Com relação ao dito que
“(...) sendo que informou a Praticagem que era um caso urgente e eles disseram que em
emergência Médicas era possível porém não recomendável por questões de segurança”,
esta é a recomendação de maneira geral, é a regra, mas em se tratando de problema de
saúde, que uma situação excepcional, deve ser analisada a possibilidade do navio se
aproximar até o fundeadouro n° 02 para atendimento médico.
Felipe Valle, operador da Praticagem Santos, em seu depoimento declarou,
em resumo, que estava de serviço na Praticagem, no Centro de Operações (CO), das
18:00h às 24:00h dia 03/02/2013, e pode afirmar que o navio não chamou a Praticagem
para informar sobre a morte ou sobre o Comandante estar passando mal. Também afirma
que não houve solicitação para que o navio viesse para o fundeadouro n° 02, nessas
situações atinentes ao Comandante. Se o Agente solicitou, ele não informou que o
Comandante estaria doente ou seria tão grave e, portanto não tendo informado nada disto,
a Praticagem poderia tê-lo informado que, por segurança, não é recomendado que os
navios venham para o fundeadouro 02 sem que haja extrema necessidade à noite; que não
houve solicitação do navio ou da Agência para que o navio viesse do fundeadouro n° 05
para o fundeadouro n° 02; que o procedimento seria outro se a Praticagem tivesse ciência
da real situação de saúde do tripulante. O usual é o navio vir para o fundeadouro n° 02 só
no “day light” (de dia), por questão de segurança; que quanto à movimentação do navio,
ela não depende de autorização da Praticagem e sim ciência; que acredita em algum

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ponto faltou comunicação entre o Agente e o navio.
Consta dos autos às fls. 90/155 a troca de comunicações entre o N/M “KING
MILO”, o representante do Armador em Tokyo (MOT Tokyo – Sr. Ikeda) e a Agência
Wilhelmsen Ships Service (Agente Visitador Ivo Filgueiras).
À fl. 97, em 23/01/2013 o Comandante relata para a armadora do navio
Mitsubishi Ore Transport Tokio, Sr. Ikeda, solicitando um substituto, um Check up
médico e informando sua condição de saúde urinando com frequência, perdendo apetite e
peso.
À fl. 90, o Imediato apresentou a seguinte sequência dos acontecimentos:
03/02/2013 – 19h – O 2º e 3º ON observaram que o Comandante estava
tossindo continuamente em sua cabine, sentindo dificuldade para respirar. Sua pressão
arterial foi checada – 206/133, pulso 146, temperatura do corpo 35,3 ºC.
03/02/2013 – 20h – O Imediato ligou para a empresa para informar as
condições do Comandante e solicitar autorização para prosseguir para o fundeadouro nº
2, para um Check up médico.
04/02/2013 – 04h – O Port Control e a MOT Tóquio autorizaram o navio a
prosseguir para o fundeadouro nº 2.
04/02/2013 – 07h15 – O navio chega ao fundeadouro nº 2.
04/02/2013 – 07h40 – O médico chega a bordo para examinar as condições
do Comandante.
04/02/2013 – 07h50 – O médico informa que o Comandante falecera e
recomenda aguardarmos instruções subsequentes do agente local.
À fl. 102, o Navio envia e-mail para a Agência, Ivo Filgueiras, às 21h21min,
c/c MOT Tokyo, MOT Personnel e MBM Manning solicitando cuidados médicos
urgentes em Santos com Formulário de Solicitação Médica assinado pelo próprio
Comandante e apreciava uma pronta ação.
À fl. 104, Ivo Filgueiras envia e-mail às 22h36min, c/c MOT Tokyo, MOT
Personnel e MBM Manning, na qual informa que estava checando localmente quais as
ações poderiam ser tomadas visto que é domingo à noite e necessitavam de autorização
da Alfândega para enviar uma lancha ao fundeadouro. Uma vez que parecia ser uma
emergência médica, ligariam para a empresa de lanchas e checariam o que poderiam
fazer sob tal situação de urgência.
À fl. 107, Ivo Filgueiras envia e-mail às 22h46min, c/c MOT Tokyo, MOT
Personnel e MBM Manning na qual solicita que o Comandante leve o seu navio para o

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fundeadouro nº 2. Instruções sobre a posição do fundeadouro seriam enviadas por Thiago
Perry, em poucos instantes e que entrariam em contato com o navio via rádio através da
Estação da Praticagem.
À fl. 109, o MOT Tokyo, Sr. Ikeda, às 22h53min informa ter recebido uma
ligação telefônica do navio de que as condições do Comandante requeria cuidados
médicos e que solicitava à coordenação para providenciar um médico.
À fl. 121, Thiago Perry, Gerente Operacional da Agência Wilhelmsen Ships
Service, às 23h14min do dia 03/02, envia e-mail ao navio, na pessoa do Imediato
Desales, c/c MOT Tokyo (Sr. Ikeda), Ivo Filgueiras, MBM Manning, N/M “KING
MILO”, dentre outros, na qual solicitava uma cópia da lista de tripulantes e dados do
Comandante para o desembarque. Que para realizar o desembarque solicitava que o navio
prosseguisse para o fundeadouro nº 2, utilizado em casos de emergência. Solicitou que a
Praticagem fosse contatada para informar do movimento e manter o canal livre para
outros navios. Que tentasse ficar o mais próximo possível da ilha das Palmas. Que a
Estação de Praticagem já estava ciente da movimentação. Juntou croqui do fundeadouro.
À fl. 123, às 23h50min, o MOT Tokyo, Sr. Ikeda, agradecia o e-mail do Sr.
Thiago Pierry, com a indicação do fundeadouro. Que primeiramente a MOT Tokyo e o
navio avaliariam a situação se o navio pode se deslocar com segurança até o fundeadouro
sem o Comandante no comando e com a profundidade e outras situações nas
proximidades do fundeadouro. Caso o resultado da avaliação seja de que “não é seguro”,
então poderiam solicitar outra solução tal como um helicóptero.
À fl. 125, Ivo Filgueiras, à 00h01min do dia 04/02/2013 informa ao MOT
Tokyo (Sr. Ikeda), MBM Manning, N/M “KING MILO” (Imediato e Comandante) de
que um médico e uma lancha estavam disponíveis na estação de lanchas, mas que
somente poderiam acioná-los se o navio estivesse no fundeadouro nº 2, e reiterava
direcionar o navio aproando para aquele fundeadouro.
À fl. 128, MOT Tokyo (Sr. Ikeda), às 00h22min, informa para Thiago Pierry,
Ivo Filgueiras, MBM Manning, dentre outros, de que chegaram a conclusão de que a
transferência do navio não é segura, devido ao Comandante não poder estar no comando
aliado ao risco de causar outro acidente. Solicita pesquisar o emprego de um helicóptero.
À fl. 130, Ivo Filgueiras, às 00h59min, informa para Thiago Pierry, MOT
Tokyo, MBM Manning, Navio “KING MILO”, dentre outros, que o Sr. Ikeda informa
que o navio está atualmente no fundeadouro nº 5 e que o Imediato é inexperiente e
considera que não é seguro proceder ao fundeadouro sem a supervisão do Comandante.

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Informou ainda o Sr. Ivo que devido ser muito tarde da noite, seria impossível encontrar
um serviço de helicóptero, como sugerido pelo Sr. Ikeda. Que o Sr. Ikeda informou que
tentará contatar o telefone do navio mais uma vez para ver se o Comandante pode
aguardar até amanhã de manhã ou se pode auxiliar e proceder até o fundeadouro nº 2.
Continuava aguardando instruções do MOT Tokyo.
À fl. 144/145, MOT Tokyo envia e-mail às 01h54min (13h54min Tokyo)
para o Sr. Ivo Filgueiras, conforme contato telefônico decidiram “aguardar a chegada do
helicóptero no presente fundeadouro (nº 5) e levar o Comandante ao hospital. Favor
tomar providências nesse sentido o mais rápido possível.”
À fl. 141, MOT Tokyo (Sr. Ikeda) envia e-mail às 04h59min para Ivo
Filgueiras informando de que receberam a situação atualizada de que as condições do
Comandante estavam piorando. Que instruíram o navio se deslocar para o fundeadouro nº
2 e não aguardar providências para o helicóptero. “Favor prestar assistência.”
À fl. 136, MOT Tokyo (Sr. Ikeda) envia e-mail às 05h01min para o Navio
com as recomendações do médico para a situação do momento, devendo informar ao
Comandante que ele estava sob cuidados e que estavam providenciado o melhor; para
observar repouso no leito, ficar sem alimentação e sem bebidas; tomar o medicamento
para pressão alta e monitorar a pressão arterial e pulsação a cada 1 hora.
À fl. 140 c/c fl. 148, consta e-mail de Ivo Filgueiras, para Ikeda, Thiago
Pierry, MBM Manning, N/M “KING MILO”, enviado às 05h10min, acusando o e-mail
anterior, e que estariam enviando o médico de volta à estação de lanchas para atender o
navio, como previamente planejado. A lancha já estaria pronta, tão logo o médico
chegasse até a estação, embarcaria e iria até o fundeadouro.
À fl. 138, consta e-mail do MOT Tokyo – Sr. Garcia, enviado às 05h49min,
informando ao Imediato do N/M “KING MILO”:
“Prezado Imediato Desales,
De acordo com a decisão da empresa, solicitaremos a V. Sa. que realize a
navegação/transferência do navio do fundeadouro nº 5 para as proximidades do
fundeadouro nº 2, para que o prático seja apanhado. O Prático é quem fundeará o navio
no fundeadouro nº 2. Favor informar o Agente sobre as suas movimentações e o Prático
sobre os detalhes da data estimada de chegada para que o prático seja providenciado sem
problemas.
Favor navegar com segurança mesmo sem o Comandante no passadiço,
confiamos na sua boa competência para realizar uma viagem bem sucedida.

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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 28.263/2013........................................)
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Agradecemos sua cooperação e tenha uma viagem segura e sem dificuldades.
Caso possa vir a encontrar quaisquer anormalidades ou problemas, entre em
contato conosco imediatamente.
Segurança em primeiro lugar.”.
À fl. 149, consta e-mail de Ivo Filgueiras, para Ikeda, Thiago Pierry, MBM
Manning, dentre outros endereçados, enviado às 08h09min, informando sobre o
falecimento do Comandante, às 07h50min (hora local).
Laudo de Exame Pericial concluiu que o fato da navegação não teve a sua
causa determinante apurada com precisão, pois a “causa mortis” do Comandante somente
poderá ser esclarecida por meio do Laudo Necroscópico que ainda não está disponível.
Contudo, contribuíram o fato da informação precária sobre a real situação de saúde do
Comandante, o navio não ter se aproximado para seu desembarque e a falta de
comunicação à Capitania dos Portos.
Os peritos em resposta ao rol de quesitos da Encarregada do Inquérito no seu
item 06, informaram que “era possível o navio se movimentar do fundeadouro n° 05 para
o n° 02 em período noturno para desembarque do Comandante enfermo; que sem o
Comandante no comando, o Imediato assume a manobra, a aproximação no fundeadouro
nº 02, sem o devido fundeio, é permitida mesmo em horários noturnos, onde haveria a
aproximação de uma lancha de apoio portuário e desembarcaria a vítima em segurança.
Relembra-se que durante a noite a entrada e a saída de navios do porto de Santos
acontecem sem interrupção. Outra opção seria o helicóptero, uma vez que o navio dispõe
de uma área sobre a tampa do porão de carga, um heliponto para ‘Pickup’ - transferência
de material e pessoal. O navio também poderia ter adentrado ao porto, atracado,
desembarcado o comandante e voltado para a barra.”
Documentação de praxe anexada, destacando-se o Laudo de Exame de Corpo
de Delito, datado de 06/02/2013, Exame complementar Anatomopatológico de
22/03/2013 e a Certidão de Óbito de 07/02/2013, (fls. 267/272), onde se verifica no
Laudo que o Comandante faleceu em razão de “edema agudo do pulmão”, no exame
complementar onde consta que houve edema no pulmão, não se afastando a possibilidade
de infarto agudo do miocárdio.
No relatório a Encarregada do Inquérito após resumir o depoimento de sete
testemunhas, descrever a sequência dos acontecimentos e analisar os dados obtidos do
Laudo Pericial e dos depoimentos, concluiu que o Comandante do N/M “KING MILO”
foi submetido a passar horas a bordo na terrível condição amplamente descrita pelos

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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 28.263/2013........................................)
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tripulantes nos seus depoimentos em razão da demora em ser providenciado o seu
desembarque. Por isso, são responsáveis pelo fato da navegação o Imediato do navio
Reynaldo Dogelio Desales, bem como a agência MBB.
Notificações formalizadas, os indiciados apresentaram defesa prévia em peça
única e alegaram, em resumo, que a Praticagem deveria também estar inserida, tendo em
vista que “...que o Sr. Ivo (Wilhelmsen Ships Service do Brasil Ltda) informou a
Praticagem que era um caso urgente e eles disseram que em emergência médica era
possível porém não recomendável por questões de segurança. Pediu a Praticagem que
contatasse o navio via rádio e requisitasse que o mesmo viesse para a ancoragem nº 02 e
a Praticagem teria informado que não poderia fazer tal comunicação pois ficariam
responsáveis caso algum acidente acontecesse.”. Esta assertiva demonstra de forma clara
que houve omissão de socorro por parte da Praticagem, corroborando assim que a
Praticagem tem sim participação no dito “fator operacional”.
Requereram os indiciados por último, a anulação integral e imediata do
Relatório da Encarregada do Inquérito, no que tange à conclusão, por ter imputado
infundadamente responsabilidade aos Defendentes pelo óbito do Capitão Federico
Geronimo Pascua, com a suspensão e consequente devolução do prazo para apresentação
da Defesa Prévia enquanto não houver a juntada do Laudo Necroscópico, acolhimento da
nulidade do Processo Administrativo em razão da não permissão dos Defendentes
participarem na formulação do Laudo de Exame Pericial Direto e imputar a
responsabilidade à Praticagem de Santos, por existirem mais provas circunstanciais
responsabilizando a Praticagem do que qualquer outra pessoa, fazendo-se forçosa a
exclusão dos Defendentes por não terem concorrido com a morte do Comandante.
Às fls. 230/236 o Ilmo. Sr. Capitão dos Portos em atendimento à petição dos
indiciados concluiu, de fls. 230/236, pelo indeferimento dos pedidos pelos motivos
delineados na Defesa Prévia, em razão: a) do Imediato e da Agência do N/M “KING
MILO” não terem sido responsabilizados pelo falecimento do Comandante, mas sim pela
demora em providenciar o seu desembarque; b) de haver necessidade de serem remetidos
os autos para o TM por ter sido evidenciado e investigado fato da navegação diverso do
falecimento; c) de não haver motivos para a declaração da nulidade do IAFN pela não
participação dos Defendentes na perícia; d) de não haver provas nos autos acerca da
responsabilidade da Praticagem, porquanto esta não é Autoridade Marítima para proferir
determinações.
A D. Procuradoria requereu diligências para a juntada aos autos do Exame de

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Necropsia, Certidão de Óbito ou documentação que se equivalha, referente ao
Comandante e a verificação junto à autoridade policial local, ao órgão do Ministério
Público e ao juízo competente, acerca de eventual procedimento investigatório e ação
penal instaurados, com a juntada de cópias dos principais documentos disponíveis.
Cumprida a diligência, a CP encaminhou os documentos referentes ao
Comandante Federico Geronimo Pascua e levou ao conhecimento de que junto à Polícia
Federal, não foi instaurado procedimento investigatório ou ação penal, pois a morte do
tripulante foi decorrente de causas naturais.
A D. PEM ofereceu então representação em face de Reynaldo Dogelio
Desales na condição de Imediato do N/M “KING MILO”, de Wilhelmsen Ships Service
do Brasil Ltda., na qualidade de Agente Protetor do N/M “KING MILO”, e de Felipe
Valle, Operador da Praticagem de Santos, com fulcro no art. 15, alínea e, da Lei nº
2.180/54, porquanto o primeiro representado, na ausência do Comandante do navio,
assume o comando da embarcação, ficando responsável por ela e pelas vidas de bordo.
No caso em tela, vislumbra-se que o Imediato demonstrou insegurança em manobrar o
navio do fundeadouro nº 5 para o de nº 2, corroborando para tal entendimento o e-mail de
fls. 130, do Armador. Não há qualquer alegação plausível que demonstre a
impossibilidade de manobra do navio; a segunda representada tinha ciência plena acerca
da saúde do Comandante e, diante de informações diversas transmitidas pelo Armador e
pela Praticagem, não pensou em participar o que estava acontecendo à Capitania dos
Portos. Mesmo que a Praticagem tenha informado sobre a impossibilidade de o navio vir
para o fundeadouro nº 2 à noite, deveria ter recordado que ela não é autoridade no porto,
mas sim a Capitania dos Portos de São Paulo e, diante de uma situação extrema deveria
ter participado a Capitania, e o terceiro representado contribuiu para o incidente, quando
postergou o atendimento médico da vítima, no momento em que não permitiu a
navegação noturna do Navio, sem consultar previamente a Autoridade Marítima.
Recebida a representação e citados, os representados, que não possuem
antecedentes no Tribunal Marítimo, foram regularmente defendidos.
Felipe Valle alega, em sua defesa, por I. advogado regularmente constituído,
em resumo, que:
a) Que os sintomas de anomalia na saúde do Comandante começaram por
volta do dia 02/01/2013. No dia 23/01/2013 o Comandante encaminhou um e-mail para o
Armador solicitando que fosse substituído quando chegasse ao porto de Santos no dia
03/02/2013;

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b) O contato do Imediato com o Agente só foi possível com o auxílio dos
operadores da Praticagem e não consta do Imediato ou qualquer outro depoimento de que
o Imediato ou qualquer outro oficial do navio tenham feito qualquer solicitação do
deslocamento do navio para o fundeadouro nº 2 de forma clara, à Estação de Praticagem
de Santos, a fim de que o Comandante fosse atendido em hospital em terra, em virtude da
gravidade do seu estado de saúde. A solicitação efetuada teria sido apenas de que o navio
se deslocasse para o fundeadouro nº 2;
c) Que a Autoridade Portuária do Porto de Santos é exercida pela CODESP
autorizando o fundeio e o tráfego de embarcação na área do porto. Que o Agente do
navio deveria enviar à CODESP a programação dos navios para o fundeadouro nº 2, e a
própria CODESP repassar as informações, por e-mail, à CP e Praticagem. Que o
fundeadouro só poderá ser utilizado no período diurno;
d) Que os operadores da Estação de Praticagem estão instruídos a transmitir
aos comandantes dos navios que o fundeio no fundeadouro nº 2 só é possível no período
diurno. Que se havia situação de emergência fora da Zona de Praticagem, esta deveria ter
sido participada pelo Comandante, Agente ou Representante do Armador às Autoridades
Locais; e
e) Que não foi transmitida aos operadores da Estação de Praticagem, de forma
clara, a informação de que se tratava de uma situação de emergência, não só por parte do
Imediato ou como de qualquer outro tripulante do navio, que desde o primeiro contato
demonstrou hesitação.
Wilhelmsen Ships Service do Brasil Ltda alega, em sua defesa, em resumo,
após descrever a síntese dos fatos com a sequência cronológica de todas as comunicações
de todos que ficaram envolvidos de alguma forma com o fato da navegação que estava
em andamento a bordo do N/M “KING MILO”, que instruiu o Imediato a participar a
situação emergencial à praticagem, e esta entendeu que as condições para a transferência
do navio durante o período noturno, somando-se às condições climáticas que estavam se
modificando, não eram favoráveis a esta operação.
Que o Imediato não se sentia seguro para manobrar o navio sem o Prático, e,
os primeiros socorros não foram adequadamente realizados, na medida em que o
desfibrilador do navio não pode ser utilizado, pois as instruções de uso estavam em
chinês. O resgate por helicóptero foi cogitado, mas as condições climáticas não permitia
tal operação.
Que segundo instrução recebida da Praticagem, o navio só poderia largar o

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ferro no fundeadouro nº 2 ao raiar do sol. Que a movimentação do navio só foi autorizada
pela Praticagem por volta de 04h35min (depoimento de fl. 52 – Chefe de Máquinas
Virgílio Cadelina).
De acordo com o depoimento de seu funcionário Ivo, que acompanhou o caso
desde o início, que após seguir as instruções do Armador e tomar as medidas necessárias
para possibilitar o atendimento médico do Comandante, só lhe restava aguardar as
instruções da Praticagem.
Que o Laudo Necroscópico de fls. 267/269 relata que “ ...durante o exame
necroscópico e possível concluir que a morte foi natural e causada por edema agudo do
pulmão devido a ação de agente biodinâmico.”.
Diante da conclusão do Laudo acima, a morte do Comandante foi uma
fatalidade e não teve qualquer relação com eventual demora no atendimento, e dada a
gravidade do edema sofrido, infelizmente a morte do Comandante não poderia ter sido
evitada, mesmo se ele se encontrasse em um hospital bem equipado com todos os
recursos médicos disponíveis e necessários.
Que a Defendente se mostrou atenta e diligenciou de forma eficiente tendo
prontamente tomado todas as medidas cabíveis e necessárias junto às autoridades do
porto, bem como atendendo as solicitações do Armador, tudo com o objetivo de agilizar
o atendimento médico do Comandante.
Que a ausência da comunicação do fato à Capitania não teve qualquer reflexo
na causa determinante da morte do Comandante, nem mesmo se pode cogitar que tenha
posto em risco sua vida.
Que não existe na Representação qualquer alusão a que tipo de medida que a
Capitania poderia tomar para agilizar a transferência do navio do fundeadouro nº 5 para o
nº 2, devendo mencionar que tudo ocorreu durante o período noturno, as condições
climáticas eram desfavoráveis e, ainda, o outro, sem a assistência de um prático.
Que a Defendente requisitou um médico e providenciou uma lancha que
permaneceram de prontidão aguardando instruções definitivas do Armador, na medida
em que este, ora informava que o resgate do Comandante seria através de um helicóptero
para após, abortar esta operação e autorizar o socorro som o envio da lancha e o médico
providenciados pela Defendente. Isto sem contar que a movimentação do navio dependia
da autorização da Praticagem. Além do mais, a comunicação com o navio estava
prejudicada como consta na mensagem do Armador, onde este reporta que teve que
repassar via fax o desenho explicativo sobre a posição do fundeadouro nº 2.

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Requereu seja exculpada diante do exposto e da flagrante ausência de
responsabilidade da Defendente.
Reynaldo Dogelio Desales alega, em sua defesa, por I. advogado
regularmente constituído, em resumo, após descrever as alegações da PEM e suscitar
duas preliminares de Cerceamento de Defesa, uma quanto a abertura do prazo para
apresentação de defesa prévia sem o Laudo Necroscópico e outra quanto a não
participação da formulação dos quesitos para o Laudo de Exame Pericial Direto.
No mérito alega a ausência de nexo entre a morte do Comandante e a conduta
do Defendente, cujas provas coligidas aos autos não foram capazes de conduzir à
condenação do Defendente, em razão de três motivos principais.
O primeiro foi em razão de que a morte do Comandante somente ocorreu,
porque a Praticagem não prestou o auxílio imprescindível para o Defendente manobrar o
navio do fundeadouro nº5 para o fundeadouro nº 2. Que o Defendente não tinha
condições de conduzir o navio do fundeadouro nº 5 para o fundeadouro nº 2 sem o
auxílio de um prático, e foi exatamente por isso que se entrou em contato com a
praticagem para que lhe fosse dado o suporte necessário.
Que a Praticagem omitiu-se no seu dever de prestar auxílio necessário no
momento de mais urgência, para permitir que a lancha médica prestasse os primeiros
socorros ao comandante, e além disso, deu orientações de que o navio somente poderia se
deslocar do fundeadouro nº 5 para o fundeadouro nº 2 quando o sol raiasse.
Que efetivamente a praticagem estava ciente do estado de saúde do
Comandante Federico e que somente não tomou partido para solucionar o problema por
temer ser responsabilizada pelo fato da navegação, atendo-se a informar que a
embarcação poderia ser levada ao fundeadouro nº 2 para prestação do socorro com o raiar
do sol.
O segundo motivo foi em razão de que o laudo preliminar necroscópico
revelou que a morte do Comandante foi muito mais ocasionada pela gravidade da
enfermidade da qual ele estava acometido, do que pela demora na prestação dos
primeiros socorros.
O terceiro motivo foi em razão de que acionar a Marinha do Brasil não
alteraria em absolutamente nada o quadro, visto que o único que podia resolver o
problema, e dar as condições necessárias para a manobra do fundeadouro nº 5 para o
fundeadouro nº 2, era a Praticagem.
Aberta a instrução, nenhuma prova foi produzida.

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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 28.263/2013........................................)
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Em manifestação de fls. 388/391 a D. PEM requereu proferir despacho
saneador para que fossem rechaçadas de imediato as preliminares suscitadas pelo
representado Reynaldo Dogelio Desales. Em despacho não recorrido de fl. 393 as
preliminares foram indeferidas pelo Juiz-Relator.
Em alegações finais, a D. PEM reiterou os termos de sua exordial, enquanto
que Wilhelmsen Ships Service do Brasil Ltda. manifestou-se nos termos de fls. 400/415 e
Felipe Valle nos termos de fls. 421/426.
Em 06/10/2016, foi juntado aos autos o Relatório e encaminhado ao Exmo.
Sr. Juiz-Revisor, pedindo o dia para o Julgamento.
Na 7.119ª Sessão do dia 29/11/2016, após as conclusões do Relator, o pleno
do Tribunal Marítimo decidiu por unanimidade converter o julgamento em diligência,
retornando os autos à D. PEM para analisar a possibilidade de incluir no pólo passivo o
Armador do navio Mitsubishi Ore Transport Co, Ltd (MOT).
A D. PEM, após uma nova análise dos autos, encaminhou uma nova
Representação às fls. 462/467, incluindo no pólo passivo Mitsubishi Ore Transport Co.
Ltd.
Promoveu a D. PEM pelas responsabilizações do Imediato do navio, Sr.
Reynaldo Dogelio Desales, da Agência Wilhelmsen Ships Service do Brasil Ltda e
Mitsubishi Ore Transport Co. Ltd, Armadora do N/M “KING MILO”, pois atuaram com
negligência, não agindo com a eficiência necessária para que fosse prestado um socorro
imediato ao Comandante do Navio, expondo assim a risco a vida do Comandante, que
acabou por falecer.
Deve receber também reprimenda, de igual forma, o Sr. Felipe Valle,
operador da Praticagem do Porto de Santos, no horário entre 18h às 24h, eis que
contribuiu para o fato da navegação, quando postergou o atendimento médico da vítima
que se encontrava em uma situação de emergência, no momento em que não permitiu a
navegação noturna do navio, sem consultar previamente a Autoridade Marítima.
Recebida a representação e citados, os representados, que não possuem
antecedentes no Tribunal Marítimo, foram regularmente defendidos.
Felipe Valle alegou, em sua defesa, por I. advogado regularmente
constituído, em resumo, que:
a) Que os sintomas de anomalia na saúde do Comandante começaram por
volta do dia 02/01/2013. No dia 23/01/2013 o Comandante encaminhou um e-mail para o
Armador solicitando que fosse substituído quando chegasse ao porto de Santos no dia

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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 28.263/2013........................................)
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03/02/2013;
b) O contato do Imediato com o Agente só foi possível com o auxílio dos
operadores da Praticagem e não consta do Imediato ou qualquer outro depoimento de que
o Imediato ou qualquer outro oficial do navio tenham feito qualquer solicitação do
deslocamento do navio para o fundeadouro nº 2 de forma clara, à Estação de Praticagem
de Santos, a fim de que o Comandante fosse atendido em hospital em terra, em virtude da
gravidade do seu estado de saúde. A solicitação efetuada teria sido apenas de que o navio
se deslocasse para o fundeadouro nº 2;
c) Que a Autoridade Portuária do Porto de Santos é exercida pela CODESP
autorizando o fundeio e o tráfego de embarcação na área do porto. Que o Agente do
navio deveria enviar à CODESP a programação dos navios para o fundeadouro nº 2, e a
própria CODESP repassar as informações, por e-mail, à CP e Praticagem. Que o
fundeadouro só poderá ser utilizado no período diurno;
d) Que os operadores da Estação de Praticagem estão instruídos a transmitir
aos comandantes dos navios que o fundeio no fundeadouro nº 2 só é possível no período
diurno. Que se havia situação de emergência fora da Zona de Praticagem, esta deveria ter
sido participada pelo Comandante, Agente ou Representante do Armador às Autoridades
Locais; e
e) Que não foi transmitida aos operadores da Estação de Praticagem, de forma
clara, a informação de que se tratava de uma situação de emergência, não só por parte do
Imediato ou como de qualquer outro tripulante do navio, que desde o primeiro contato
demonstrou hesitação.
Wilhelmsen Ships Service do Brasil Ltda alegou, em sua defesa, em resumo,
após descrever a síntese dos fatos com a sequência cronológica de todas as comunicações
de todos que ficaram envolvidos de alguma forma com o fato da navegação que estava
em andamento a bordo do N/M “KING MILO”, que instruiu o Imediato a participar a
situação emergencial à praticagem, e esta entendeu que as condições para a transferência
do navio durante o período noturno, somando-se às condições climáticas que estavam se
modificando, não eram favoráveis a esta operação.
Que o Imediato não se sentia seguro para manobrar o navio sem o Prático, e,
os primeiros socorros não foram adequadamente realizados, na medida em que o
desfibrilador do navio não pode ser utilizado, pois as instruções de uso estavam em
chinês. O resgate por helicóptero foi cogitado, mas as condições climáticas não permitia
tal operação.

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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 28.263/2013........................................)
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Que segundo instrução recebida da Praticagem, o navio só poderia largar o
ferro no fundeadouro nº 2 ao raiar do sol. Que a movimentação do navio só foi autorizada
pela Praticagem por volta de 04h35min (depoimento de fl. 52 – Chefe de Máquinas
Virgilio Cadelina).
De acordo com o depoimento de seu funcionário Ivo, que acompanhou o caso
desde o início, que após seguir as instruções do Armador e tomar as medidas necessárias
para possibilitar o atendimento médico do Comandante, só lhe restava aguardar as
instruções da Praticagem.
Que o Laudo Necroscópico de fls. 267/269 relata que “ ...durante o exame
necroscópico e possível concluir que a morte foi natural e causada por edema agudo do
pulmão devido a ação de agente biodinâmico.”.
Diante da conclusão do Laudo acima, a morte do Comandante foi uma
fatalidade e não teve qualquer relação com eventual demora no atendimento, e dada a
gravidade do edema sofrido, infelizmente a morte do Comandante não poderia ter sido
evitada, mesmo se ele se encontrasse em um hospital bem equipado com todos os
recursos médicos disponíveis e necessários.
Que a Defendente se mostrou atenta e diligenciou de forma eficiente tendo
prontamente tomado todas as medidas cabíveis e necessárias junto às autoridades do
porto, bem como atendendo as solicitações do Armador, tudo com o objetivo de agilizar
o atendimento médico do Comandante.
Que a ausência da comunicação do fato à Capitania não teve qualquer reflexo
na causa determinante da morte do Comandante, nem mesmo se pode cogitar que tenha
posto em risco sua vida.
Que não existe na Representação qualquer alusão a que tipo de medida que a
Capitania poderia tomar para agilizar a transferência do navio do fundeadouro nº 5 para o
nº 2, devendo mencionar que tudo ocorreu durante o período noturno, as condições
climáticas eram desfavoráveis e, ainda, o outro, sem a assistência de um prático.
Que a Defendente requisitou um médico e providenciou uma lancha que
permaneceram de prontidão aguardando instruções definitivas do Armador, na medida
em que este, ora informava que o resgate do Comandante seria através de um helicóptero
para após, abortar esta operação e autorizar o socorro som o envio da lancha e o médico
providenciados pela Defendente. Isto sem contar que a movimentação do navio dependia
da autorização da Praticagem. Além do mais, a comunicação com o navio estava
prejudicada como consta na mensagem do Armador, onde este reporta que teve que

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repassar via fax o desenho explicativo sobre a posição do fundeadouro nº 2.
Requereu seja exculpada diante do exposto e da flagrante ausência de
responsabilidade da Defendente.
Reynaldo Dogelio Desales alegou, em sua defesa, por I. advogado
regularmente constituído, em resumo, após descrever as alegações da PEM e suscitar
duas preliminares de Cerceamento de Defesa, uma quanto a abertura do prazo para
apresentação de defesa prévia sem o Laudo Necroscópico e outra quanto a não
participação da formulação dos quesitos para o Laudo de Exame Pericial Direto.
No mérito alega a ausência de nexo entre a morte do Comandante e a conduta
do Defendente, cujas provas coligidas aos autos não foram capazes de conduzir à
condenação do Defendente, em razão de três motivos principais.
O primeiro foi em razão de que a morte do Comandante somente ocorreu,
porque a Praticagem não prestou o auxílio imprescindível para o Defendente manobrar o
navio do fundeadouro nº 5 para o fundeadouro nº 2. Que o Defendente não tinha
condições de conduzir o navio do fundeadouro nº 5 para o fundeadouro nº 2 sem o
auxílio de um prático, e foi exatamente por isso que se entrou em contato com a
praticagem para que lhe fosse dado o suporte necessário.
Que a Praticagem omitiu-se no seu dever de prestar auxílio necessário no
momento de mais urgência, para permitir que a lancha médica prestasse os primeiros
socorros ao comandante, e além disso, deu orientações de que o navio somente poderia se
deslocar do fundeadouro nº 5 para o fundeadouro nº 2 quando o sol raiasse.
Que efetivamente a praticagem estava ciente do estado de saúde do
Comandante Federico e que somente não tomou partido para solucionar o problema por
temer ser responsabilizada pelo fato da navegação, atendo-se a informar que a
embarcação poderia ser levada ao fundeadouro nº 2 para prestação do socorro com o raiar
do sol.
O segundo motivo foi em razão de que o laudo preliminar necroscópico
revelou que a morte do Comandante foi muito mais ocasionada pela gravidade da
enfermidade da qual ele estava acometido, do que pela demora na prestação dos
primeiros socorros.
O terceiro motivo foi em razão de que acionar a Marinha do Brasil não
alteraria em absolutamente nada o quadro, visto que o único que podia resolver o
problema, e dar as condições necessárias para a manobra do fundeadouro nº 5 para o
fundeadouro nº 2, era a Praticagem.

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Mitsubishi Ore Transport Co. Ltd alegou, por I. advogado regularmente
constituído, que, em preliminar a Ilegitimidade Passiva para estar na presente lide, uma
vez que não contribuiu para o fato danoso, conforme irá demonstrar nos itens a seguir.
No mérito após descrever a realidade dos fatos, que em todo momento
permaneceu um oficial juntamente com o comandante em seu camarote; que a tripulação
solicitou assistência médica emergencial e anexou relatório médico de bordo onde dizia
que o comandante estava com pressão alta, tosse, e dificuldade de respirar; que o
Imediato solicitou para que o navio fosse para o fundeadouro nº 2 para receber médico de
terra a bordo; que às 22h o agente perguntou à praticagem para a possibilidade de enviar
uma lancha, e foi respondido que após às 18h não era possível por questões de segurança;
que a única atitude seria movimentar-se para o fundeadouro nº 2 apenas no amanhecer;
que foi feita a tentativa de contatar um helicóptero mas tal serviço não poderia ser
disponibilizado conforme informado pelo agente; que por volta de 04h diante da piora do
quadro de saúde do comandante, o navio foi para o fundeadouro nº 2 sem prático a bordo;
que às 07h15min o médico esteve a bordo e constatou o óbito do comandante.
Que o Armador cumpriu com todos os seus deveres de cuidado com o navio e
seus compartimentos, em especial o da saúde; que solicitou ao Imediato todos os
procedimentos necessários para que, de imediato o comandante fosse atendido; que a
empresa bem como a tripulação, levou em consideração que seria arriscado o imediato
realizar a manobra sem o prático a bordo, por ser uma região desconhecida do imediato,
por estar noite, escuro, dificultando a visibilidade; que por ser um potencial risco à vida
de todos a bordo, da embarcação, do meio ambiente, uma vez que, era o prático que
possuía habilidades específicas para realizar a manobra em segurança; que o prático se
negou a prestar o serviço de praticagem, e por isso seria totalmente imprudente realizar a
manobra sem o apoio daquele profissional, estando em jogo de um lado a vida do
comandante e do outro a possibilidade de um possível acidente; que diante da recusa do
prático tentou o envio de um helicóptero para que de forma ágil pudesse ser prestado o
atendimento médico; que diante das infrutíferas tentativas de socorro médico a bordo,
orientou para que um médico orientasse a tripulação na tentativa de monitorar
adequadamente o estado de saúde do comandante; que a tripulação seguiu as orientações
do médico em terra; que determinou às 05h49min ao imediato que “que a transferência
do navio do fundeadouro nº 5 para as proximidades do fundeadouro nº 2, para que o
prático seja apanhado”. Que no presente caso, está claramente identificado que o
principal e único responsável pela falta de omissão de socorro do comandante se deu em

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razão da negativa do prático de fazer a manobra do navio até o fundeadouro para
atendimento médico do comandante.
Requereu seja concedida a responsabilidade pelo evento apenas ao prático,
que se negou a realizar a manobra do navio, omitindo o devido socorro ao comandante
que se encontrava necessitando urgentemente de atendimento médico.
Que o armador agiu com o dever de cuidado, tomando todas as medidas
necessárias para que o comandante fosse atendido rapidamente, o que não ocorreu em
decorrência de terceiros, como o prático que se recusou a prestar o socorro, não fazendo a
manobra do navio. Não há o que se falar em nexo de causalidade entre o evento danoso,
morte, e o modo de agir do armador, pois este agiu em perfeita harmonia com os
cuidados necessários e procedimentos corretos para o pronto atendimento do
comandante.
Que a morte foi causada naturalmente, conforme fls. 267/269 que relata:
“...durante o exame necroscópico é possível concluir que a morte foi natural e causada
por edema agudo do pulmão devido a ação de agente biodinâmico.”, podendo concluir
que não houve relação da demora do atendimento com a morte do comandante.
Requereu, em resumo, que:
1. Seja julgada procedente a preliminar de ilegitimidade passiva, excluindo o
3º réu da lide, permanecendo o 2º e 4º réus;
2. No mérito, que se julgue improcedente o pedido, ausentando o 3º réu da
responsabilidade, já que tomou todas as providências cabíveis para
atendimento de pronto ao comandante.
Aberta a instrução, nenhuma prova foi produzida.
Em manifestação de fls. 388/391 a D. PEM requereu proferir despacho
saneador para que fossem rechaçadas de imediato as preliminares suscitadas pelo
representado Reynaldo Dogelio Desales. Em despacho não recorrido de fl. 393 as
preliminares foram indeferidas pelo Juiz-Relator.
Em manifestação de fls. 558/559. A D. PEM impugnou a questão preliminar
ao mérito suscitada pela empresa Mitsubishi Ore Transport Co. Ltd, em defesa escrita, às
fls. 526/539.
Em alegações finais, a D. PEM reiterou os termos de sua exordial, enquanto
que os Representados não se manifestaram.
Julgamento da Preliminar suscitada pela Mitsubishi Ore Transport Co. Ltd.
Deve ser indeferida a Preliminar de Ilegitimidade ad causam suscitada pela

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Representada Mitsubishi Ore Transport Co. Ltd, de fls. 526/539, acolhendo integralmente
a manifestação da D. PEM de fls. 558/559, tendo em vista que as assertivas da petição
inicial são por hipótese consideradas como verdadeiras e que o art. 17, alínea a, da Lei nº
2.180/54, prevê a possibilidade de apurar a responsabilidade de qualquer pessoa que, por
dolo ou culpa , tenha dado causa aos acidentes e fatos da navegação previstos nos art. 14
e 15 do mesmo diploma legal. Ademais os fatos alegados como verdadeiros pela inicial,
em tese, podem ser destruídos pela representada na fase instrutória, de acordo com o art.
58 da Lei Orgânica do TM, da qual serão analisados na decisão do Juiz-Relator,
observado o princípio da ampla defesa e do contraditório.
Decide-se.
De tudo o que consta nos presentes autos, conclui-se que a natureza e
extensão do fato da navegação sob análise, tipificado no art. 15, alínea “e”, da Lei nº
2.180/54, ficaram caracterizadas como óbito de Comandante de navio fundeado em
Santos - SP.
A causa determinante foi edema agudo do pulmão aliado à falta de
atendimento de urgência.
Analisando-se os autos, verifica-se que o Comandante já vinha se queixando
à empresa armadora MOT Tokyo, a qual era funcionário, com relação a problemas de
saúde de algum tempo, e que necessitava de substituto conforme e-mail de fl. 97.
As condições clínicas do Comandante, por volta das 19h, do dia 03/02/2013,
já não eram boas e o 2º e 3º Oficial de Náutica ouviram o comandante tossir intensamente
em seu camarote, mediram a pressão arterial e a temperatura, e avaliaram que a situação
de saúde do Comandante não era normal e que precisaria de remoção para um hospital
em terra.
A partir deste momento, tanto o pessoal de bordo como o Agente da
Wilhelmsen Ships Service do Brasil Ltda, a Praticagem e o Armador MOT Tokyo
sediado em Tokio, no Japão, trocaram informações para que fosse encontrada a solução
viável para o resgate do Comandante de bordo e transportá-lo para atendimento em terra
em emergência.
Do que se observa dos autos é de que todas as providências estavam sendo
encaminhadas a bom termo pelos envolvidos, momento em que a Armadora do navio na
pessoa do Sr. Ikeda, às 00h22min, informa para Thiago Pierry, Ivo Filgueiras, MBM
Manning, dentre outros, de que chegaram à conclusão de que a movimentação do navio
não era segura, devido ao Comandante não poder estar no comando aliado ao risco de

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causar um acidente e solicitava pesquisar a possibilidade do emprego de um helicóptero.
Ivo Filgueiras, às 00h59min, informa para Thiago Pierry, MOT Tokyo, MBM
Manning, Navio “KING MILO”, dentre outros, que o Sr. Ikeda informara que o navio
estava no fundeadouro nº 5 e que o Imediato era inexperiente e que considerava não ser
seguro proceder ao fundeadouro sem a supervisão do Comandante.
O MOT Tokyo, Armadora do navio, ao decidir que o navio só deveria
navegar para o fundeadouro nº 2 com toda a segurança e por entender que o Comandante
estava impossibilitado de comandar, atrasou a decisão de transferência de fundeadouros,
muito embora, tanto a Capitania dos Portos quanto a Praticagem não apresentaram
nenhum óbice a esta movimentação, até porque a própria carta náutica nº 1711 de fl. 171
permite a utilização do fundeadouro nº 2 para desembarque e embarque de tripulante com
permanência não superior a 3 horas. Assim, entende-se que a empresa Armadora foi
negligente ao atrair para si toda a responsabilidade pelo não atendimento a tempo do
Comandante, que pudesse minorar as consequências de um edema agudo do pulmão que
estava em evolução no corpo da vítima, somente autorizando a movimentação do navio
para a manhã do dia seguinte, por volta de 05h46min, sendo que ao chegar a bordo, às
07h15min, o médico que atendeu o paciente constatou o seu óbito, não tendo mais nada a
fazer.
O Imediato Reynaldo Dogelio Desales estava em seu posto aguardando a
autorização para proceder a movimentação para o fundeadouro nº 2, desde às 23h50min,
diante da orientação da empresa Armadora de que avaliariam a situação se o navio
poderia se deslocar com segurança até o fundeadouro sem o Comandante no comando e
considerando ainda os aspectos da profundidade local e caso o resultado da avaliação
deles fosse de que “não é seguro”, então poderiam solicitar outra solução tal como um
helicóptero. A autorização para movimentação só lhe foi dada às 05h49min, do dia
04/02/2013 (e-mail de fl. 138 do MOT Tokyo – Sr. Garcia). Muito embora, diante da
situação dramática de atender um moribundo tripulante e obedecendo ordens de seu
Armador que se preocupou tão somente em preservar a integridade do navio, entendo que
o Imediato deve ser exculpado por estar cumprindo ordem legal de superior, no caso o
Armador, estando no exercício do estrito cumprimento do dever legal, sendo portanto
uma excludente de ilicitude.
Observe-se que consta no relatório do Imediato, à fl. 91, que no dia
03/02/2013, às 20h, o Imediato ligou para a empresa para informar as condições do
Comandante e solicitar autorização para prosseguir para o fundeadouro nº 2, para um

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Check up médico, caindo por terra a tese de que se mostrava receoso de proceder ao
fundeadouro nº 2.
No que se refere ao operador da Praticagem Felipe Vale, destaca-se que as
lanchas sob sua responsabilidade só poderiam navegar até o ponto de recebimento do
Prático, e que não lhe foram prestadas as informações de forma clara a respeito da
urgência no atendimento médico do Comandante. Que as movimentações para o
fundeadouro nº 2 só poderiam ser feitas em emergência, como era o caso. Contudo a
Praticagem não detém a capacidade de autorizar ou não a movimentação entre as áreas de
fundeio fora da Zona de Praticagem Obrigatória. Desta forma vislumbra-se que a
Praticagem não contribuiu para que o Comandante tivesse seu atendimento médico
retardado por sua ação ou omissão devendo, portanto, ser exculpado.
A Agência Wilhelmsen Ships Service, às 23h14min do dia 03/02, envia e-
mail ao navio, na pessoa do Imediato Desales, c/c MOT Tokyo (Sr. Ikeda), Ivo
Filgueiras, MBM Manning, solicitando que, para realizar o desembarque do Comandante
enfermo, o navio deveria prosseguir para o fundeadouro nº 2, utilizado em casos de
emergência. Solicitou que a Praticagem fosse contatada para informar do movimento e
manter o canal livre para outros navios. Que tentasse ficar o mais próximo possível da
ilha das Palmas. Que a Estação de Praticagem já estava ciente da movimentação, na qual
juntou croqui do fundeadouro para auxílio à navegação. Verifica-se portanto que a
Agência, tomou medidas a tempo de que o Comandante pudesse ser socorrido na
condição precária de saúde e, deste modo pudesse ter algum atendimento médico em
condições melhores em terra com todo o aparato médico de um hospital em terra.
Contudo, por decisão da empresa Armadora MOT Tokyo, o atendimento médico foi
postergado até às 05h46min, momento em que o navio foi autorizado pelo Armador a se
movimentar, e quando o médico chegou a bordo às 07h50min o Comandante já estava em
óbito. Deve portanto a Agência Wilhelmsen Ships Service ser exculpada por ter tomado
todas as medidas que estavam ao seu alcance para o correto atendimento do Comandante.
Pelo exposto, deve-se julgar parcialmente procedente os termos da
representação da D. PEM devendo ser responsabilizada Mitsubishi Ore Transport Co.
Ltd, Armadora do navio. Devem ser exculpados os representados Reynaldo Dogelio
Desales, Wilhelmsen Ships Service do Brasil Ltda e Felipe Valle.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do fato da navegação: óbito de Comandante de navio fundeado em

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Santos - SP; b) quanto à causa determinante: edema agudo do pulmão aliado a falta de
atendimento de urgência; e c) decisão: indeferir a preliminar suscitada e julgar o fato da
navegação previsto no art. 15, alínea e, da Lei nº 2.180/54, como decorrente de
negligência de Mitsubishi Ore Transport Co. Ltd, Armadora do navio, condenando à pena
de multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), de acordo com o art. 121, inciso VII, § 5º, art.
124, inciso IX, § 1º e art. 135, inciso II da Lei nº 2.180/54 com a redação dada pela Lei nº
8.969/94 e ao pagamento das custas processuais, exculpando Reynaldo Dogelio Desales,
Wilhelmsen Ships Service do Brasil Ltda e Felipe Valle.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 19 de julho de 2018.

GERALDO DE ALMEIDA PADILHA


Juiz-Relator

Cumpra-se o Acórdão, após o trânsito em julgado.


Rio de Janeiro, RJ, em 27 de julho de 2018.

MARCOS NUNES DE MIRANDA


Vice-Almirante (RM1)
Juiz-Presidente
PEDRO COSTA MENEZES JUNIOR
Primeiro-Tenente (T)
Diretor da Divisão Judiciária
AUTENTICADO DIGITALMENTE

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Assinado de forma digital por COMANDO DA MARINHA
DN: c=BR, st=RJ, l=RIO DE JANEIRO, o=ICP-Brasil, ou=Pessoa Juridica A3, ou=ARSERPRO, ou=Autoridade Certificadora SERPROACF, cn=COMANDO DA MARINHA
Dados: 2019.02.07 09:45:51 -02'00'

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