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A crítica de Hegel ao Estado de Natureza começa pelo ponto da ficção dita sobre tal Estado
pelos Homens civilizados, atribuindo a o Estado de Natureza uma racionalidade que levaria ao
conflito, gerando um impasse na fundação do contrato social. Hegel, por outro lado, apresenta o
Estado de Natureza como um estado onde o Homem dedica-se exclusivamente às paixões,
tornando-se injusto, violento, incapaz de reprimir suas tendências e sendo assim levado à atitudes e
sentimentos que na civilização são descritos como não humanos. Ao passo que os Homens
digladiam-se e a opressão torna-se dominação, a racionalidade torna-se ferramenta de dominação
por parte do opressor, para cessar o combate e garantir assim uma posição vantajosa, diminuindo os
riscos para sua posição e oferecendo vantagens aos demais, para que assim seja firmado o Contrato.
Ao passo que os indivíduos aceitam o contrato, suas paixões desenfreadas são submetidas à
racionalização, gerando assim um processo de limitação das vontades, tomando por elas e pela
racionalidade o poder da decisão, pesando as vontades umas contra as outras e assim definindo
aquelas que são de fato vontades, ou seja as que influenciarão as decisões do indivíduo e aquelas
que são apenas considerações do indivíduo. Tal processo de limitação e conhecimento das próprias
vontades por meio dos limites impostos pelo indivíduo ao próprio eu é o que Hegel chama de
eticidade. Ao firmar o Contrato, os indivíduos também ganham o conhecimento das necessidades
uns dos outros, ressaltando assim no conjunto a necessidade do trabalho em uma mesma direção,
que leve em conta a preservação mútua e a saciação das necessidades do grupo. Os desejos tratados
como animais durante o Estado de Natureza passam a ser uma preocupação social, um bem
objetivado pelo coletivo a ser alcançado por meio do trabalho, levando à ascensão não somente do
indivíduo mas sim da Sociedade. Tal sistema de limitações e necessidades pode ser evidenciado
claramente na segunda citação do enunciado.
Uma vez que foi firmado o Contrato, o Homem encontra-se em Sociedade Civil, regulada por
um Estado, e a Sociedade se dá desta forma por dois princípios: a necessidade individual e os
desejos que são satisfeitos por meio do trabalho e a Universalidade, que é quando tais necessidades
e desejos são entrelaçados uns aos outros, gerando um objetivo comum para a sociedade. Cabe por
sua vez ao Estado regular e guiar a Sociedade Civil na direção da realização da Universalidade, de
forma que fique também a cargo dele a identificação de tal demanda. Conforme podemos notar
tanto nas citações quanto nas explicações aqui apresentadas, o pensamento político de Hegel guia-
se pelo desejo do homem e seus passos para realizar seu fim, de forma que o Estado de Natureza
fora quando cada Homem tentava individualmente atingir seus fins, e ao passo que limitou seus
próprios desejos, firmou o contrato e limitou-os ainda mais por meio da Eticidade, tudo isso para
que seus Carecimentos fossem atendidos pela Sociedade Civil, não em uma caminhada solitária
como inicialmente, mas sim como um objetivo social que não somente é perseguido por um
indivíduo mas sim por todo um coletivo, gerando assim o amparo necessário para que tal objetivo se
atinja não mais por meio de violência, e sim por meio do trabalho.
Questão sobre Marx: