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RAPEL BÁSICO
SÃO PAULO
2019
9
Índice de Figuras
Figura 1. Rapel Positivo ....................................................................................................... 20
Figura 2. Rapel Negativo ..................................................................................................... 20
Figura 3. Rapel Guiado ........................................................................................................ 21
Figura 4. Rapel Australiano.................................................................................................. 21
Figura 5. Rapel Militar .......................................................................................................... 22
Figura 6. Rapel de Resgate ................................................................................................. 22
Figura 7. Rapel Auto-Segurado............................................................................................ 23
Figura 8. Rapel Simultâneo.................................................................................................. 23
Figura 9. Rapel Clássico ou em "S" ..................................................................................... 24
Figura 10. Rapel de Helicóptero .......................................................................................... 24
Figura 11. Ancoragem em Árvores ...................................................................................... 27
Figura 12. Ancoragem em Rocha ........................................................................................ 27
Figura 13. Chapeletas, Spits, Parabolts, Entaladores .......................................................... 28
Figura 15. Ancoragem Humana ........................................................................................... 29
Figura 14. Placas de Ancoragem ......................................................................................... 29
Figura 16. Meios de Fortuna ................................................................................................ 30
Figura 17. Proteção para Ancoragens.................................................................................. 30
Figura 18. Tipo de montagem de ancoragem (ângulos) ....................................................... 31
Figura 19. Ângulos para Ancoragens ................................................................................... 31
Figura 20. Fitas tubulares e Anéis de fitas ........................................................................... 37
Figura 21. Cadeirinhas......................................................................................................... 38
Figura 22. Capacetes........................................................................................................... 38
Figura 23. Luvas de proteção individual ............................................................................... 38
Figura 24. Maillon’s .............................................................................................................. 39
Figura 25. Mosquetões ........................................................................................................ 39
Figura 26. Resistência do Mosquetão .................................................................................. 39
Figura 27. Freios descensores ............................................................................................. 40
Figura 28. Freio ATC ........................................................................................................... 40
Figura 29. Descensor RIG ................................................................................................... 41
Figura 30. Plaqueta Gi-gi ..................................................................................................... 41
Figura 31. Gri-gri .................................................................................................................. 41
Figura 32. Rack ................................................................................................................... 41
Figura 33. Dressler STOP .................................................................................................... 42
Figura 34. Simple ................................................................................................................. 42
Figura 35. Tibloc .................................................................................................................. 42
Figura 36. Ascensor de Punho ............................................................................................. 43
Figura 37. Crow ................................................................................................................... 43
Figura 38. Pantin ................................................................................................................. 43
Figura 39. Propriedades e características dos nós............................................................... 45
Figura 40. Azelha ................................................................................................................. 46
Figura 41. Oito / Figura de oito ............................................................................................ 47
Figura 42. Oito duplo ........................................................................................................... 47
Figura 43. Oito guiado ......................................................................................................... 48
Figura 44. Oito duplo de alças duplas .................................................................................. 48
Figura 45. Lais de guia ........................................................................................................ 49
Figura 46. Pescador duplo ................................................................................................... 50
Figura 47. Nó de fita ............................................................................................................ 50
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Sumário
Introdução............................................................................................................................ 15
1. História do rapel............................................................................................................ 17
1.1. A origem do rapel ...................................................................................................... 17
1.2. O rapel ...................................................................................................................... 19
1.3. Estilos de rapel.......................................................................................................... 20
1.3.1. Rapel positivo ........................................................................................................ 20
1.3.2. Rapel negativo ....................................................................................................... 21
1.3.3. Rapel guiado ......................................................................................................... 21
1.3.5. Rapel debreável..................................................................................................... 22
1.3.6. Rapel australiano ................................................................................................... 22
1.3.7. Rapel militar........................................................................................................... 23
1.3.8. Rapel de resgate ................................................................................................... 23
1.3.9. Rapel auto-segurado ............................................................................................. 24
1.3.10. Rapel simultâneo ................................................................................................... 24
1.3.11. Rapel Clássico ou em “S” ...................................................................................... 25
1.3.12. Rapel de Helicóptero ............................................................................................. 25
2. Ancoragens .................................................................................................................. 26
2.1. Ancoragem – Linha Européia .................................................................................... 26
2.2. Ancoragem – Linha Americana ................................................................................. 26
2.3. Sistemas de ancoragem ............................................................................................ 26
2.3.1. Ancoragens naturais .............................................................................................. 27
2.3.1.1. Árvores .............................................................................................................. 27
2.3.1.2. Rochas ............................................................................................................... 28
2.3.2. Ancoragens fixas ................................................................................................... 29
2.3.2.1. Chapeletas ......................................................................................................... 29
2.3.2.2. Spits ................................................................................................................... 29
2.3.2.3. Parabolts ............................................................................................................ 29
2.3.2.4. Entaladores ........................................................................................................ 29
2.3.2.5. Placa de ancoragem .......................................................................................... 30
2.3.3. Ancoragens Humanas ........................................................................................... 30
2.3.3.1. Meios de Fortuna ............................................................................................... 230
2.3.4. Proteção para ancoragens ..................................................................................... 31
2.3.5. Montagem da ancoragem ...................................................................................... 31
3. Cordas .......................................................................................................................... 32
3.1. História das cordas.................................................................................................... 32
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Introdução
Com uma geografia diversificada, o Brasil é um país que possibilita as mais variadas
práticas de esportes. Com isto, várias novas categorias estão aparecendo e, o Brasil
se destacando por suas belezas naturais, esta deixando de lado a velha história de
ser o país do futebol e do samba.
Atividades como mergulho, surf, sandboard – nacional, skate, entre outras, já estão
crescendo.
Alguns destes esportes, considerados radicais por oferecerem um risco maior que
os esportes em geral, tornam-os mais emocionantes, pois envolve seus praticantes
em situações extremas, exige maior preparo físico e emocional, fazendo muito bem
a saúde, segundo especialistas.
Como envolve maior risco, estes esportes radicais necessitam de maior cuidado com
as técnicas, segurança e os equipamentos utilizados.
Há quem ame e quem odeie o rapel. Há quem trate o rapel como esporte em si,
mesmo não sendo. No entanto, é interessante salientar que o rapel é uma técnica
derivada do Montanhismo, e que foi adaptada para diversas outras áreas.
Não é necessário ser um montanhista para praticar o rapel. Bastam apenas alguns
conhecimentos básicos para iniciar e fazer uso desta técnica.
É daí que surge o termo “rapelar”. Uma palavra muito ouvida e comum nas
atividades de aventura e que causa grande hegemonia entre
montanhistas/escaladores e os “rapeleiros”. Muitas vezes isto ocorre devido à
facilidade de praticar esta técnica, e o pouco treinamento que os rapeleiros
demonstram ter para uma atividade que possui grande risco de vida.
Visto desta forma, este trabalho visa reunir a maior quantidade de informações
técnicas, os meios de segurança, bem como os equipamentos necessários para se
praticar o rapel, que consiste em utilizar uma corda, equipamentos de descida
(cadeirinhas, descensores, etc.) para que se faça descida de áreas com difícil
acesso, mesmo sendo apenas para lazer e de uma forma básica.
Nosso intuito não é formar nenhum praticante de rapel. Muito menos formar
quaisquer “expert” em rapel. É apenas juntar todas as informações necessárias para
que qualquer praticante, desde o iniciante ao avançado, possa colher informações e
fazer bom uso das mesmas, tornando sua atividade mais segura.
São estas informações que juntamos neste trabalho; as técnicas utilizadas, os meios
de seguranças e os equipamentos necessários para que o rapel seja feito com base
em normas, hoje muito comentadas no mundo da aventura, pela ABETA –
Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura.
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1. História do rapel
1.1. A origem do rapel
O rapel surgiu de adaptações técnicas do montanhismo para se fazer a
descida de locais de difícil acesso, onde se utilizavam de cordas e a própria roupa
para efetuar o atrito, controlando e freando a descida. O rapel “nasceu” em meados
de 1876 a 1879 (GUERRA, 2008), quando o montanhista Jean Charlet Stranton 1
decidiu conquistar o monte Frances Pettit Dru – um monte rochoso e com partes
cobertas por neve na região de Chamonix. Não existem relatos de que a invenção
atribuída a Stranton seja verídica, porem muitos estudiosos atribui a ele esta
atividade que se tornou muito comum no meio dos Esportes Radicais.
Nos primeiros anos, o rapel era feito com uma corda envolta ao corpo do
montanhista, aproveitando o atrito da corda nas roupas utilizadas, não possuindo a
mesma segurança, e nem equipamentos de controle da descida, sendo uma
atividade que não oferecia nenhum conforto e tampouco a mesma segurança de
como se pratica com os equipamentos atuais. Posteriormente adaptaram anéis de
cordas colocados nas pernas para posicionar o praticante em forma de uma cadeira,
sentado, e a corda por dentre um anel metálico, onde o atrito ocorria. Uma fonte que
atribui à criação da técnica do Rapel a Jean Charlet Stranton é a obra “A história da
escalada em montanhas” (Tradução livre de: “A History of Mountain Climbing”), de
Roger Frison-Rocheand e Sylvain Jouty – de 1996, França (pág. 302).
1
Guia de montanha francês (1840 – 1925)
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Hoje, ainda não reconhecido como esporte, o rapel é muito utilizado como
atrativo turístico em atividades de aventuras e esportes radicais, onde em alguns
minutos um instrutor ensina as técnicas básicas da descida, equipa o turista com os
equipamentos de proteção individual e coloca-o para efetuar a descida em locais já
preparados para a atividade. Com o aperfeiçoamento e a criação de equipamentos
para facilitar esta atividade, ela vem se popularizando em meios turísticos, em forma
de atrativo para pessoas que querem sentir a adrenalina de descer em locais que
nunca imaginariam conseguir descer. A sensação de uma descida de rapel para
uma pessoa que não possui capacitação ou mesmo sem o conhecimento da técnica,
faz com que a adrenalina e a tensão elevem de forma que, ao final, a pessoal sinta-
se realizada com o feito (TURISMO, Ministério, 2008).
É por este fator que a técnica do rapel causa transtornos em meio aos
montanhistas, escaladores, alpinistas e rapeleiros. A falta do conhecimento da
técnica do rapel, de forma segura, eleva o índice de acidentes, que já é considerado
o pior deles no rapel, devido ser a hora mais preocupante ao praticante, pois ele
pode estar fazendo o rapel por diversos fatores – a dificuldade de alcançar o local
desejado, um temporal, entre outros – que, juntamente com o cansaço do praticante
podem levar a fatalidade pelo descuido de quaisquer itens de segurança.
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1.2. O rapel
Rapel é uma palavra de origem francesa, que significa “Chamada” (NUÑEZ,
2001). O seu significado provém da chegada do escalador ao solo, tendo que
recuperar, ou “chamar” a corda utilizada para a descida.
Outro conceito importante que devemos considerar sobre o rapel, citado pelo
Ministério do Turismo (2008), diz “ser uma técnica vertical de descida em corda. Por
extensão, nomeiam-se, também, as atividades de descida que utilizam essa
técnica”.
O rapel, por ser uma técnica que oferece riscos, só deve ser realizado
tomando as devidas precauções de segurança, utilizando equipamentos específicos
e inicialmente deve ser feito acompanhado de um instrutor experiente. “A maior
parte dos acidentes envolvendo altura ocorre por falha humana” (Bombeiros Militar,
2006).
2
Bernardo Collares – Presidente da Federação de Montanhismo do Estado do Rio de Janeiro e Vice-
Presidente da Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada.
21
3
“Jumps”- do ingles Saltar.
24
2. Ancoragens
Para se praticar um bom rapel, é necessário que se faça uma “via” que
ofereça muita segurança, juntando todo o equipamento utilizado, com o que há de
melhor em fixação da corda no local onde se pretende efetuar a descida. Considera-
se ancoragem, o sistema de amarração ou fixação de uma corda ou indivíduo a um
ponto. Antes de utilizar uma ancoragem, é fundamental comprovar que ela esteja
sólida, devendo contar sempre com uma boa ancoragem natural ou, ao menos, duas
artificiais confiáveis (AMGA - Asociación Estadounidense de Guías de Montaña).
Para que uma ancoragem seja segura e confiável, o praticante deve dispor e
saber como melhor utilizar alguns equipamentos, tais como fitas tubulares,
entaladores, pítons, plaquetas, grampos de expansão, etc. Deve saber, também,
como escolher um ponto de ancoragem principal e um secundário (reserva ou back
up). A ancoragem principal e a reserva devem estar sempre alinhadas e com o
mínimo de folga entre si para evitar abrasões e trações excessivas na corda, caso
haja uma eventual falha da ancoragem principal.
Temos, ainda segundo o Manual Técnico dos Bombeiros (2006), três formas
de ancoragens que devem ser utilizadas:
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1. Ponto-Bomba;
2. Back Up;
3. Equalização.
2.3.1.1. Árvores
Segundo Luebben (2000), são excelentes pontos de ancoragem.
Enfatizamos que é necessária uma análise destas árvores, considerando que as
mesmas estejam vivas e bem enraizadas, possuindo resistência suficiente para
agüentar o peso necessário para o rapel.
2.3.1.2. Rochas
O mesmo Luebben (2000) considera que rochas ou pontas de rochas são as
ancoragens mais satisfatórias, pois se vale de um elemento natural da parede.
Uma rocha, para ser um considerado um bom ponto de ancoragem, deve ser
bastante sólida.
2.3.2.2. Spits
São equipamentos parecidos com uma bucha, que possuem uma rosca
interna. São colocados na rocha com auxilio de um batedor (martelo) e depois de
colocados, não podem mais ser removidos.
2.3.2.3. Parabolts
Diferente dos spits, eles são um tipo de parafuso que fica com a rosca
exposta. São colocados na rocha com o auxilio de uma furadeira manual ou a
bateria, e assim como os spits, depois de colocados, também não podem ser
removidos.
2.3.2.4. Entaladores
São equipamentos parecidos com placas metálicas, que possuem um cabo
de aço ou conexões com fitas, para que se fixe em fissuras de boa qualidade da
rocha.
Vale frisar que nem sempre uma proteção é necessária. Tudo dependerá de
análise prévia do local onde será efetuada a ancoragem.
3. Cordas
3.1. História das cordas
Há séculos, as cordas evoluem juntamente com a civilização, sempre
adicionando melhor tecnologia em seu desenvolvimento, somando resistência e
qualidade.
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Foi em 1830 que surgiu o sisal, uma fibra obtida da planta agave. Este
material que foi utilizado na conquista do Pettit Dru, pelos montanhistas criadores da
técnica do rapel. A revolução tecnológica das cordas se deu por volta de 1900,
quando foram adicionados os materiais sintéticos as suas características
construtivas, tornando-as mais resistentes, elásticas e, em alguns casos, podendo
até flutuar.
torna responsável por 80% (oitenta por cento) de sua resistência. A capa recobre a
alma, protegendo-a contra a abrasão e outros agentes agressivos, sendo
responsável pelos 20% (vinte por cento) restantes da resistência da corda (PETZL,
2010).
3.4.2. Poliéster
São cordas com fibras de alta resistência quando úmidas possuem boa
resistência a abrasão e aos raios UV, e em alguns casos, até a ácidos e outros
produtos químicos. Entretanto, não suportam forças de impacto ou cargas contínuas
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tão bem quanto às fibras de poliamida. Estas cordas são muito utilizadas em
ambientes industriais (ERA - Esportes Radicais e Aventuras Ltda., 2010).
3.4.3. Poliamida
Possui boa resistência a abrasão, maior resistência a tração do que o
poliéster, mas perde sua resistência quando úmido, recuperando-a ao secar. Sua
resistência ao impacto chega a ser excelente e é a mais indicada para o uso na
prática do rapel (Catalogo cuerdas Roca, 2001).
3.5.2. Estáticas
São cordas de baixa elasticidade, usadas em espeleologia, rapel, operações
táticas, segurança industrial e até, em salvamentos. Não são cordas indicadas para
situação de queda, por não absorver com eficácia a força de choque. Estas cordas
são construídas com uma alma de Nylon de baixo estiramento, onde seus cordões
internos – necessariamente contínuos, efetuam a maior resistência do esforço. Para
garantir que não haja uma grande elasticidade, os cordões são paralelos entre si,
não sendo torcidos como nas cordas dinâmicas (PETZL, 2010).
3.5.3. Dry
Devido à necessidade de utilização em locais ermos, como a escalada em
gelo, glaciares ou locais muito úmidos, foi criado cordas que se mantenham secas.
Para que a corda se mantenha seca, um banho químico é dado na mesma,
mantendo-a seca, permitindo até que a mesma flutue. Este tratamento químico
também agrega uma maior resistência à abrasão. No entanto, perde total efeito após
a sétima lavagem da corda (Lyon Equipment Limited, 2001).
Existem vários fatores que influenciam na vida útil de uma corda, e na sua
guarda correta, para que se possa fazer uso dela novamente, com a mesma
segurança.
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Sua avaliação dependerá de uma inspeção visual e tátil continua, bem como
de seu histórico de uso.
Uma corda deve ser aposentada sempre que apresentar cortes, desgastes
significativos, após uma grande queda ou quando contaminada por agentes
químicos. Mas, em todo caso, se houver quaisquer duvidas sobre sua integridade,
não se deve utilizá-la em hipótese alguma (ERA - Esportes Radicais e Aventuras
Ltda., 2010).
4.4. Luvas
Confeccionadas em diversos materiais como couro, tecido, elanca, vaqueta,
com ou sem reforço na palma. Dependendo do tipo do rapel e qual descenssor
utilizado, a utilização de luvas não será necessária.
4.5.2. Mosquetão
Peça ou presilha que tem múltiplas aplicações, como facilitar trabalhos de
ancoragens ou mesmo unir a cadeira ao equipamento de freio, servir de freio ou dar
segurança através do nó meia volta de fiel, entre outras. O tipo, o formato e o
material variam de acordo com a destinação e uso. Existem mosquetões sem trava,
com trava e com trava automática, feitos em diversos materiais como aço carbono,
alumínio, aço inox e em vários formatos.
abertos mesmo com carga. Ao contrário, mosquetões para salvamento não devem
ser abertos com carga, devem suportar cargas mais elevadas e ter maior abertura
para utilização conjunta com outros equipamentos e para prender macas ou
estruturas de grande diâmetro ou espessura.
4.6.2. ATC
O ATC tem a mesma finalidade do freio oito, apesar de diminuir os danos à
corda, custar mais que o oito.
É usado apenas para pequenas decidas, pois sua área de contato com a
corda é maior, o que faz com que ele esquente mais rápido.
4.6.3. RIG
O equipamento é projetado para o acesso de especialistas para
trabalhos em altura utilizando cordas. Ele permite que o usuário se
posicione e pare facilmente quando necessário, usando a alça para
bloquear a corda. Este descendente é compacto e intuitivo de usar, para
fazer descidas suaves. Este equipamento foi concebido para
desempenhar as funções essenciais e esperadas de um descensor.
Uma vez que é mais bem adaptado para o uso profissional, ele
efetivamente substitui descensores como o gri-gri e o Stop, e também
Figura 29. pode ser utilizado como ascensor juntamente com um ascensor de
Descensor RIG
pé ou estribo. Este dispositivo é para usuários que já possuem uma
experiência considerável.
4.6.4. Gi-Gi
A Plaqueta Gi-gi é fabricada em alumínio de alta resistência (Duro alumínio)
com capacidade para 22KN e para ser
utilizada com cordas de 8 a 12 mm de
diâmetro. Esta plaqueta apresenta
várias funções, sendo as principais:
assegurar 1 ou 2 participantes de uma
cordada simultaneamente, ascensões
combinando a GI-GI com um Figura 30. Plaqueta Gi-gi.
dispositivo de bloqueio automático e
um estribo, blocante em sistemas de resgate, descensor para rapel e descensor de
cargas.
4.6.5. GRI-GRI
Aparelho de segurança descensor auto-blocante, que permite fazer descidas
controladas para a execução de trabalhos onde haja
a necessidade de fazer paradas no meio da descida.
Equipamento muito utilizado na prática de escalada
fazendo a segurança ao primeiro ou do segundo
escalador.
4.6.6. Rack
Descensor linear metálico com barretes móveis em alumínio maciço ou
aço inox que apresenta as vantagens de não torcer a corda, não necessitar ser
4.6.8. Simple
O Simple é um freio similar ao stop, mas a velocidade da descida é
controlada variando seu aperto na corda livre da
extremidade por não ter a alavanca de controle por
pressão.
4.7. Ascensores
São aparelhos mecânicos usados para subir em cordas fixas. Todos
possuem o mesmo princípio básico, quando submetidos à tração (força para baixo)
estrangulam e travam-se na corda, liberando a tração voltam a correr para cima.
Para esse processo precisa-se de dois blocantes sendo que um deles unidos a sua
cadeirinha.
4.7.1. Tibloc
O Tibloc Petzl é extremamente pequeno e leve,
especialmente quando comparado à sua versatilidade e
praticidade em manobras de corda. O Tibloc funciona como um
dispositivo de bloqueio mono-direcional em uma única corda
combinado com um mosquetão. A posição correta de corda e seu
manejo são extremamente simples e intuitivo, mas em qualquer
caso, um desenho sobre o Tibloc se indica o posicionamento Figura 35. Tibloc
correto.
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5. Nós
Utilizados com a finalidade de unir cordas, fazer ancoragens, amarrarem
solteiras e outras situações, um nó necessita de uma criteriosa analise sobre seu
uso. É necessário conhecer fatores como força de blocagem, facilidade de atar e
desatar o nó, sua resistência e a quantidade de resistência que a corda perde com a
utilização de determinado nó, devem ser levados em consideração na hora da
escolha.
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5.1. Definição
Assim como as cordas, os nós fizeram parte da evolução do ser humano,
sempre auxiliando seu desenvolvimento. “Muitas pessoas criaram, até os dias de
hoje, uma gama interminável de nós...” (MANZKE & CHESSMAN).
Existe uma lista extensa de nós, mas apenas alguns com boas propriedades
serão apresentados, bem como sua aplicabilidade.
5.1.1. Terminologia
Todos os “expert’s” em nós utilizam uma terminologia específica para
distinguir suas diversas estruturas ou formas de nós. O termo “nó” é utilizado numa
forma generalizada para representar todos os nós.
5.1.1.1. Nó (knot)
Possui uma estrutura auto-suportável que assume uma forma definida sem a
utilização de quaisquer outros objetos.
5.1.2. Categorias
Todos os nós são divididos em 5 (cinco) categorias, sendo distinguidas de
acordo com sua aplicabilidade. Conhecer estas categorias irá auxiliar na escolha do
melhor nó, e sua utilização.
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5.1.2.1. Ponta
São nós feitos nas pontas das cordas, ou perto delas. Ou, ainda, nós que
criam uma conectividade com alguma ponta quando feito.
5.1.2.2. Junção
São nós utilizados para unir duas pontas de cordas (mesma corda ou
distinta).
5.1.2.4. Meio
Nós feitos no meio da corda, sem que haja a necessidade de reajustá-lo ou
reposicioná-lo. Geralmente são nós que equalizam o sistema de ancoragem,
facilitando e mantendo uma maior resistência.
5.2. Propriedades
Existem 4 (quatro) fatores que influenciam no desempenho dos nós
utilizados, e que devemos respeitar quando escolhermos qual nó utilizaremos. É
necessário conhecer cada nó e seu desempenho, para que se faça uma boa
escolha. Um nó ideal deve possuir a maior quantidade de propriedades possível.
Um nó bem feito garante uma vida útil maior para a corda, e, também melhor
eficiência, tornando seu trabalho mais seguro.
ESTABILIDADE
FORÇA
5.2.1. Adequação
Refere-se a selecionar o nó que irá providenciar o melhor desempenho
numa necessidade particular. Cada nó apresenta uma vantagem e também uma
desvantagem, porém são as qualidades que fará com que seja escolhido para
determinada função.
5.2.2. Segurança
É uma forma discreta de cada nó. Um nó seguro será atado para que não
deslize e falhe quando necessário. Quando feito, por mais que exista uma grande
carga sobre ele, sempre estará distribuindo de forma semelhante esta força em
partes iguais do nó, não o sobrecarregando e, conseqüentemente levando- a falha.
5.2.3. Estabilidade
Uma propriedade distinta dos nós, precisa ser conhecida para que o nó
resista a forças instáveis, mantendo sua forma. Junto com a segurança, são as
propriedades mais importantes para se manter a integridade da vida humana.
5.2.4. Força
É importante enfatizar que a força não é o fator mais importante a se
considerar na escolha de um nó. No entanto, todo nó torna a corda menos
resistente. Em outros termos, um nó cria uma concentração de “stress” na corda.
Cada nó enfraquece a corda de forma distinta devido a sua forma, sempre
relacionado à quantidade de voltas utilizadas e o grau de torção de sua estrutura.
conexão ao seu equipamento. Quando feito, o oito guiado é muito seguro e elimina a
possibilidade de ficar desalinhado.
5.3.9. Nó de fita
Este nó é unicamente utilizado para unir as pontas das fitas tubulares devido
possuir a melhor combinação de resistência e força. A Segurança do nó de fita
dependerá da superfície a que será submetida e ao material constitutivo da fita
(geralmente nylon) (ASHLEY, 1979).
5.3.13. Prusik
Tem o nome de seu criador, Karl Prusik em 1931 (ASHLEY, 1979). O nó
prusik possui diversas utilidades, incluindo algumas fora da área do montanhismo
(unem-se cordas de guitarra temporariamente com este nó). No entanto, a utilização
54
5.3.16. Nó direito
Nó muito simples, utilizado para emendar cordas com diâmetros iguais
(ASHLEY, 1979).
5.3.17. Escota
Este nó merece muita atenção, devido a sua grande utilidade. Serve para
unir cordas de diâmetros diferentes (ASHLEY, 1979).
5.3.19. Bachmann
É um nó blocante, utilizado para ascensão pela corda em escaladas
(MANZKE & CHESSMAN). No rapel, este nó pode ser utilizado em momentos de
auto-resgate ou emergências, onde o praticante necessita fazer ascensão.
5.3.21. Catau
Em necessidades de encurtar a corda ou reforçar parte danificada, o catau é
o nó certo, mas apenas em situações de emergência (MANZKE & CHESSMAN).
de da da
Queda Corda
58
O fator menor que um sempre pode ser considerado como baixo (DAFLON
& DAFLON).
7. Montando o rapel
Com o conhecimento de ancoragens, equipamentos e um pouco sobre
segurança, esta na hora de aprendermos a montar o rapel. Para Luebben (2000, pg.
59), “há que se comprovar que todos os equipamentos e ancoragens utilizadas
estão seguros para preparar o rapel”.
59
8. Segurança
Assunto dos mais importantes a ser discutido, a segurança não deve ser
esquecida, tanto no rapel quanto em quaisquer outros esportes ou atividades de
aventura (ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2006).
Negligência do praticante que pensa ser fácil a prática do rapel pode ser um
dos fatores que causam a maioria dos acidentes. Assistir uma atividade onde a
pratica da técnica do rapel, pode induzir ao pensamento da simplicidade de apenas
uma corda qualquer, com um simples nó e conseguir efetuar a descida.
Teoricamente é bem simples, mas estudos aprofundados contradizem esta
simplicidade, mostrando toda a complexidade existente por trás de uma simples
técnica (FRAILE, 1991).
9. Conclusão
Pesquisar sobre a atividade do rapel fez com que deparassemos com grande
dificuldade em adquirir fontes e/ou documentos confiáveis para a elaboração deste
manual básico de rapel contendo as técnicas necessárias, segurança e
62
equipamentos. Por ser uma técnica em constante evolução, tanto na parte do lazer,
como na parte industrial, grande parte do material encontrado ainda possui origem
militar devido ao rapel não ter sido reconhecido como esporte no Brasil.
10. Bibliografia
(Janeiro de 2011). Jornal Ahora Calafate .
AMARAL, P. L. (s.d.). Relatório Conclui: Rapel é o grande vilão das montanhas. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.
DAFLON, F., & DAFLON, C. (s.d.). Escale melhor e com mais segurança. Rio de Janeiro:
Companhia da Escalada.
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